Descalça vai para a fonte

Post on 03-Jul-2015

14.662 views 4 download

Transcript of Descalça vai para a fonte

MoteDescalça vai para a fonteLianor pela verdura;Vai fermosa, e não segura.

VoltasLeva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

Tema:O vilancete traça o retrato físico de Lianor. A descrição da sua beleza e graciosidadeassocia-se a um espaço bucólico “Descalça vai para fonte/ Lianor pela verdura”.

Pote

Testo

Cinta Escarlata

Touca

Vasquinha

Sainho

“sainho”, “vasquinha”traduzindo a ideia deencantamento dosujeito face àgraciosidade de Lianor

•na expressividade do substantivo

•na expressividade dos adjectivos

•nas metáforas

•na expressividade dos diminutivos

Para caracterizar e realçar a graça e a beleza de Lianor, o sujeito poético serve-sede processos figurativos:

“Graça” “descalça”, “linda”, “branca”, “formosa”, “(não) segura”;

“mãos de prata”, “cabelosde ouro” fazendo ressaltara brancura das mãos e olouro dos cabelos,características do tipo demulher clássica;

Convém não esquecer a combinação das seguintes cores:

o vermelho do vestuário, o branco da pele e o loiro dos cabelos que sugerem a alegria,

a paixão, a sedução/sensualidade, a pureza e a perfeição da mulher retratada bem

como do cenário já referido: a caminho da fonte, a verdura e a neve pura que

traduzem a simplicidade, a jovialidade, a serenidade e graciosidade de Lianor.

Como é possível verificar, trata-se de um retrato idealizado em que mais que a beleza

física se visiona a graça e a beleza espiritual de Lianor.

•na personificação

“que o mundo espanta”, “que dá graça à fermosura”;

“mais branca que a neve pura”(expressão comparativa),“tão linda que o mundo espanta”,“chove nela graça tanta / que dágraça à fermosura”

“tão linda que o mundo espanta”.

•nas hipérboles•nas orações consecutivas

MoteDescalça vai para a fonteLianor pela verdura;Vai fermosa, e não segura.

Voltas ou GlosasLeva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

MoteDescalça vai para a fonteLianor pela verdura;Vai fermosa, e não segura.

Voltas ou GlosasLeva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

O Refrão:

Elementos psicológicos sugeridos

MoteDescalça vai para a fonteLianor pela verdura;Vai fermosa, e não segura.

Voltas ou GlosasLeva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

Este poema é um vilancete porque éconstituído por um mote de 3 versos epor 2 voltas ou glosas de 7 versos.

O último verso do mote repete-seno último das duas glosasRefrão

Esquema Rimático:ABB // cddccbB // cddccbB

Classificação das Rimas:A rima é emparelhada (versos 2,3,4e 5) e interpolada (versos 1 e 6)

MoteDescalça vai para a fonteLianor pela verdura;Vai fermosa, e não segura.

Voltas ou GlosasLeva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

ABB

cddccbB

cddccbB

No mote, as letras do esquema rimático sãomaiúsculas, nas glosas letras minúsculas,excepto no último verso por ser umarepetição do último verso do mote.

Os versos são de 7 sílabas métricas, isto é,versos de redondilha maior.Trata-se da medida velha de acordo com ascaracterísticas tradicionais do poema.

Mote

Des/cal/ça/ vai /pa/ra a /fon(te)

Li/a/nor/ pe/la /ver/du(ra);

Vai /fer/mo/sa, e/ não/ se/gu(ra).

Voltas ou GlosasLeva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

Disciplina de PortuguêsProfª: Helena Maria Coutinho