Depressão

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DEPRESSÃO

Erica SayuriMarco Aurélio

Introdução

Com grande expressividade no cenário mundial, a depressão tem apresentado índices alarmantes nos últimos tempos. Já chamada de “o mal do século”, deve atingir entre 15% e 20% da população mundial, no mínimo uma vez na vida. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), até o ano de 2020, tende a ocupar o 2º lugar entre as causas de ônus gerados por doenças degenerativas e mortes prematuras.

Definição

Depressão é um transtorno mental, causado por uma complexa interação entre fatores orgânicos, psicológicos, ambientais e espirituais, caracterizado por angústia, rebaixamento do humor e pela perda de interesse, prazer e energia diante da vida.

SINTOMAS

Podemos agrupar os sintomas em 5 áreas distintas:

humor;

cognição ou pensamento;

aspectos somáticos;

expressão corporal e vida social.

SINTOMAS

a) Sintomas relacionados com o

humor: Tristeza;

Emotividade;

Angústia;

Irritabilidade;

Ansiedade;

Anedonia;

Desmotivação.

SINTOMAS

b) Sintomas cognitivos:

Baixo rendimento intelectual;

Falta de fé (em si, em Deus, na vida, nas pessoas e nos

tratamentos);

Sentimento de abandono e/ou rejeição;

Assuntos constantes sobre morte;

Sentimento de inferioridade;

Falta de sentido na vida;

SINTOMAS

b) Sintomas cognitivos:

Baixa auto-estima;

Auto-imagem negativa;

Pessimismo;

Desvalorização da vida;

Sentimento de culpa;

Idéias de suicídio.

SINTOMAS

c) Sintomas somáticos:

Hipersonia;

Insônia;

Perda de apetite;

Aumento de apetite;

Diminuição da libido;

Redução do interesse sexual;

Baixa no sistema imunológico.

SINTOMAS

d) Expressão corporal:

Cabeça baixa;

Peito embutido;

Coluna curvada;

Dificuldade em olhar as pessoas nos olhos;

Olhar desvitalizado;

Despreocupação com a higiene pessoal;

Despreocupação com a aparência;

Respiração superficial;

Movimentos lentos e contidos.

SINTOMAS

e) Vida social:

Isolamento;

Desinteresse pelos estudos;

Desinteresse pelo trabalho.

PESSOAS COM MAIOR RISCO

Entre as pessoas que têm maior probabilidade

de vir a desenvolver depressão, estão: aquelas que já tiverem episódios depressivos anteriores;

aquelas que possuem familiares com histórico de depressão;

aquelas que apresentam dificuldades de relacionamento;

vítimas de discriminação social;

doentes;

mulheres no intervalo de 18 meses após o parto;

usuários de álcool;

usuários de drogas;

portadores de outros transtornos mentais.

ÍNDICES DE RECORRÊNCIA

Estudos revelam que quanto maior o número de episódios depressivos que a pessoa já teve, maior é a chance de recorrência, ou seja, apresentar novamente o quadro clínico. A probabilidade de uma pessoa que já teve depressão apresentar o segundo episódio é de 35%, o terceiro é de 65% e o quarto episódio tem 90% de chance de acontecer.

ÍNDICES

80% dos deprimidos tem intenção suicida, (as mulheres estão mais propensas a tentar suicídio, mas os homens têm mais “êxito” em suas tentativas).

entre 10% e 15% das pessoas com depressão põem fim à própria vida;

O suicídio apresenta números mais elevados na faixa etária compreendida entre 15 e 44 anos, com relevância para os momentos de transição de fases (adolescência/fase adulta; meia idade/velhice).

Genética da depressão

Observações feitas ainda no século XIX por psiquiatras europeus como Morel, Griesinger, Maudsley e Kraepelin já davam conta que esse distúrbio afetivo parecia se concentrar mais em determinadas famílias. Portanto, desde essas observações clínicas, tem-se procurado demonstrar a existência de um componente genético para as depressões.

O PROBLEMA DO FENÓTIPO

Qual tipo de pessoa estaria mais suscetível a desenvolver a depressão? Qual o seu fenótipo? Qual o seu genótipo?

GENÓTIPO + AMBIENTE = FENÓTIPO

Estudos genético-epidemiológicos

1. Estudos com famílias

2. Estudos com gêmeos

3. Estudos com adotados

4. Estudos de genética molecular:

Estudos de ligaçãoEstudos de associação

Estudo com famílias

Angst, em 1966 na Suíça, e Perris, no

mesmo ano, na Suécia, independentemente, após

pesquisa com famílias, observaram maior risco de

incidência da depressão nos indivíduos parentes

em primeiro grau de pacientes com depressão.

Estudo com gêmeos

Em enfermidades determinadas pelo ambiente a concordância entre MZ (monozigóticos) e DZ (dizigóticos) seria próxima, ao passo que em enfermidades genéticas a concordância nos MZ seria significativamente maior que nos DZ e tenderia a se aproximar de 100%.

Pesquisador país Pares de gêmeos Depressão

Bertelsen et al Dinamarca 123 64% para MZ24% para DZ

Torgersen Noruega Não diz 51% para MZ20% para DZ

McGuffin et al Inglaterra Não diz 53% para MZ28% para DZ

Kendler et al Suécia Não diz 69% para MZ34% para DZ

Estudo com gêmeos

Podemos concluir, com base nesses dados, que a taxa de concordância para depressão em gêmeos MZ é duas a três vezes maior do que nos DZ, reforçando a hipótese de um componente genético nesta enfermidade.

Estudos com adotados

No intuito de separar por completo a influência do ambiente da influência do componente genético, utiliza-se a estratégia de investigação da doença em adotados.

Pesquisador País

Adotados c/

Depressão

Pais Biológicos

c/ Depressão

Pais Adotivos c/ Depressão

Mendlewicz e Rainer Bélgica 29 28% 12%

Cadoret - 6 vezes maior

Mães c/ depressão -

Wender et al - 71 8 vezes

maior -

VonKnorring et

alSuécia 56 Poucas

evidências -

Estudos com adotados

Concluímos, portanto, que os relatos de estudos com adotados na depressão são, em sua maioria, consistentes com a presença de um componente genético na determinação desta enfermidade.

Estudos de genética molecular

Estudos de ligação:

Investigação buscando a causa a partir de um único gene. O que se verifica

atualmente é que a depressão não apresenta um padrão de transmissão

compatível com um modelo de herança mendeliana simples.

Estudos de associação:

Investigação em que o pesquisador levanta a hipótese de que um

determinado gene esteja envolvido na fisiopatologia do transtorno (gene

candidato) e, a partir daí, verifica se a frequência de uma determinada

variação ou alteração na estrutura desse gene é significativamente maior

entre a população de afetados do que nos não-afetados.

Conclusões

Um dos principais desafios nos estudos genéticos da depressão continua sendo a caracterização precisa do fenótipo. Entretanto, mesmo apresentando variações no conceito de depressão, pode-se concluir a partir de um grande número de investigações que:

Estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência de um componente genético para depressão. Estima-se que este componente genético represente cerca de 40% da susceptibilidade para desenvolver depressão unipolar e 70% para o transtorno bipolar.

Conclusões

O modo de transmissão genética permanece não definido, embora as análises de segregação já sugiram que a depressão é provavelmente multifatorial.

Os estudos de genética molecular não conseguiram ainda identificar um locus gênico específico para a depressão, possivelmente por se tratar de uma enfermidade com heterogeneidade etiológica.

Os estudos neuroquímicos e de neuro-imagem combinados com a identificação de genes de vulnerabilidade à doença e a pesquisa sobre a interação entre o cérebro e o meio ambiente continuam sendo a melhor estratégia no entendimento da neurobiologia dos transtornos do humor.

Referências

Depressão: corpo, mente e alma. Disponível

em:<www.ebooksbrasil.org/adobeebook/depressaocma.pdf>. Acesso em: 8 jun.

2014.

LAFER, Beny  and  VALLADA FILHO, Homero Pinto. Genética e fisiopatologia

dos transtornos depressivos. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 1999, vol.21, suppl.1,

pp. 12-17. ISSN 1516-4446. Disponível em:< http://

dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000500004>. Acesso em 9 jun. 2014.

Depressão: Causas. Disponível

em:http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=56>. Acesso

em 9 jun. 2014.

FIM !

OBRIGADO