Post on 08-Nov-2018
“De nada a forte gente se temia” é o lema da Esquadra 301 Jaguares desde a Guerra
do Ultramar. Em 2005, a Fortis e a Força Aérea Portuguesa lançaram os cronógrafos
B42 Jaguares para honrar um passado rico e celebrar o presente.
REPORTAGEM
‘3’porque a sua missão é deataque ao solo. ‘0’, porque lidacom aviões. ‘1’, porque foi aprimeira a aparecer com a mis-
são de ataque ao solo. Pega-se nos três algaris-mos, juntam-se, e com uma pitada de adrenali-na e outra medida igual de aventura obtemos301: Esquadra 301 Jaguares.
No currículo (e orgulho) desta esquadra comsede na Base Aérea número 11, em Beja, con-stam uma medalha de ouro de Serviços Distin-tos, dois Silver Tiger e muitas, muitas peripécias(de voo e não só). Consta também um currícu-lo recheado (ver caixa «História de felinos») emÁfrica, Portugal e outros países da Europa. EmOutubro, para comemorar 20 mil horas de voo
em aviões Alpha-Jet, reunir actuais e antigos ele-mentos da Esquadra e fazer brilhar uma herançarica, a Fortis e a Força Aérea Portuguesa lança-ram em conjunto o cronógrafo B42 Jaguares(ver caixa «Os jaguares da Fortis»).
“Queríamos um relógio de qualidade, robus-to e, ao mesmo tempo, elegante. Por isso, lem-brámo-nos deste modelo da Fortis”. É FernandoCosta, Major Piloto-Aviador e Comandante da301, quem fala à Espiral do Tempo dos cronó-grafos. Neles pretendiam também ver incluídosalguns detalhes, como o emblema da esquadra eo seu símbolo gravado a laser no vidro.
Era importante constar um outro ícone:“quase não se nota, mas é muito original e é ou-tro dos nossos símbolos, com que também nos
t e x t o Món i c a F r a n c o > f o t o s Nuno C o r r e i a
Fortis pelos ares
ESPIRAL DO TEMPO > 67
identificamos muito”, diz-nos o comandante, de-sapertando a bracelete em aço e exibindo o seunúmero 1 (de 80 da série limitada). Lá estava ela,a pata de um jaguar, impressa no vidro posteriordo mostrador.
Ver passar aviõesMas o Major não é propriamente um estreantenestas ligações relojoeiras à Força Aérea: “Fui ooriginador dos relógios dos Falcões (também daFortis), em 1999, e, quando aqui cheguei, acheique a Esquadra 301 devia ter um relógio dignodo seu peso, da sua história e do seu espólio”.
Fernando Costa comanda a 301 desde o anopassado. Até então, tinha estado sete anos na es-quadra de F-16 em Monte Real, onde era oficialde operações (o número 2). Quando se mudoupara Beja, subiu na carreira e nas funções e mu-dou de avião (de F-16 para Alpha-Jet). E passoua ser aquilo a que ironicamente chama de “soltei-ro geográfico”. Deixou a mulher e os dois filhosno Barreiro para estar cinco dias por semana rodeado pela vastidão da planície alentejana – epelo céu imenso que desbrava aos comandos doseu avião.
Major Piloto-Aviador: a última parte da pa-tente é resultado de pura paixão. Desde a adoles-cência que sonhava ser piloto e, para o fazer,tinha de ser na Força Aérea, a “voar aviões asério”, declara. Costuma dizer que faz o que oscivis fazem por necessidade (descolar, ir e aterrar).Mas, segundo ele, é aquele momento central…«o facto de estar num cenário e numa missãocomplexos, com uma série de informação a bordo – nas pernas, nas mãos –, a voar o avião, acumprir tempos ao segundo, com reports rádiocomplicados, uma confusão no ar…esse stress... A essência é estar no ar com essas dificuldadestodas.”
Pés assentes em BejaCom os pés assentes na terra, Fernando Costa, opiloto, transforma-se em comandante. Para alémdaquilo a que chama de “grandes decisões”, hámuitos aspectos administrativos e logísticos deque tem de se encarregar. Na Esquadra 301, aocontrário de outras, está também a seu cuidadoa manutenção dos aviões e os equipamentos devoo de toda a Base Aérea. “Tento estar por den-tro de tudo, mas é impossível”, confessa.
Para o ajudar tem quatro oficiais de manu-tenção (e cerca de 100 sargentos e praças), seis pilotos (oficiais), um oficial de informações equatro sargentos e praças.
A equipa é pequena, diz-nos, mas é a escassezde pilotos que complica mais o funcionamentodiário da esquadra.
“Temos diversas secções – Planeamento ope-racional, Logística, Publicações, Tiro, Reconheci-
Jaguares
quando aqui cheguei,
achei que a Esquadra
301 devia ter um
relógio digno do seu
peso, da sua história
e do seu espólio
...
...
A Esquadra 301 está sempre a postos
para qualquer solicitação. Numa questão
de momentos os seus pilotos equipam-se
e levantam voo rumo à sua missão.
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Fernando Costa, Major piloto-aviador e comandante da Esquadra 301
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Fernando Costa
mento, Informações, Uniformização e avaliação,Segurança de voo – e cada um de nós é res-ponsável por diferentes chapéus (secções). Comosomos tão poucos, cada um tem pelo menos doischapéus a seu cargo. Daí a escassez de pilotos setornar mais penalizante nas tarefas de chão”, ex-plica-nos. (O exemplo é ainda mais paradigmáti-co se soubermos que, noutros tempos, já ali hou-ve mais de 20 pilotos).
O trabalho duplica, é certo, mas não é porisso que deixam de ter menos vontade de voar…Todos os dias, às vezes mais de uma vez, sobemaos céus para treinar e testar perícias.
Sempre a qualificarPrimária, secundária e terciária. As missões daEsquadra 301 Jaguares estão bem definidas eescalonadas. À cabeça surge o “apoio aéreo-ofen-sivo” e, para percebermos melhor do que se trata,o comandante lembra as últimas missões noKosovo e na Bósnia: “São operações em conjun-to com um ramo do exército, onde há indivídu-os no solo a identificarem alvos e a conduziremos aviões até esses alvos. Através da largada de armamento (normalmente guiado), esses alvos,que aparecem no momento, são destruídos”.
“Intervenção aérea” é a missão secundária,que envolve a destruição de alvos pré-planeados(quando descolam já sabem o que vão fazer e a que alvos se vão dirigir). Por fim, em último
Jaguares
História de felinosEscorpiões, Tigres, Jaguares. Falar da
Esquadra 301 passa por mencionar es-
tes nomes, mas passa também pela
marcante presença Fiat-G91 ao longo
dos anos…
Dezembro 1965 – Chegam os primei-
ros 40 aviões, colocados na Base Aé-
rea 5, atribuídos à Esquadra 51.
Abril 1966 – Forma-se a Esquadra 121
Tigres na Base Aérea 12 Bissalanca, na
Guiné.
Novembro 1968 – Cria-se a Esquadra
502 Jaguares, em Moçambique; mais
tarde, surge a Esquadra 702 Escor-
piões.
Outubro 1972 – Ocupam a antiga Es-
quadra 93, dos velhos F-84, em Ango-
la.
Agosto 1974 – Os F-G91 começam a
concentrar-se na Base Aérea 6, no
Montijo, vindos da Guiné, formando-se
a Esquadra 62, que se organizou em
moldes NATO.
Mais tarde, a Esquadra 93, formada
em Angola, com pilotos e aviões das
Esquadras 502 (Jaguares) e 702 (Es-
corpiões), vieram reforçar a Esquadra
62 e, na altura, surgem o nome e em-
blema actuais – Jaguares.
1978 – Alterou-se a designação da Es-
quadra para a actual (301), tendo como
principal missão o apoio aéreo próxi-
mo, a interdição do campo de batalha
e o reconhecimento táctico; participou
pela primeira vez no Tigermeet, em
Kleine Brogel, na Bélgica.
A partir de 1980 – O número elevado
de G-91 R3 permitiu que a Esquadra
formasse um destacamento na Base
Aérea 4, nas Lages, nos Açores, cons-
tituindo a Esquadra 303 Tigres.
27 de Junho 1993 – Foi efectuado o
último voo oficial em G-91, ao mesmo
tempo que a Esquadra se transferiu
para a Base Aérea 11, em Beja.
30 de Junho 1993 – Dá-se início à
conversão em Alpha-Jet.
6 de Outubro 1993 – Primeiro voo da
Esquadra 301 em Alpha-Jet.
São inúmeros os aspectos da vida dos
Jaguares, bem como os meetings e as
operações nacionais e internacionais.
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Pessoal de terra e pilotos formam um
conjunto ligado pelo desejo de precisão
e eficiência agora materializado no
imponente Cronógrafo B42 Jaguares
da Fortis.
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ESPIRAL DO TEMPO > 71
lugar na lista de prioridades e valências dos Ja-guares, aparece o “reconhecimento aéreo”, a missão terciária. Com o equipamento fotográfi-co próprio, fazem o reconhecimento de alvos.
Em todas as missões, são “puros executantes ecumpridores de ordens”. De acordo com Fernan-do Costa, “quem determina as funções é a cadei-ra hierárquica. Recebemos, por processos codifi-cados, toda a informação de que necessitamospara a missão; depois temos de trabalhar o pla-neamento.” É neste capítulo que a informática eas suas maravilhas ganham protagonismo. Como software de apoio, marcam a missão.
O resto faz o computador – inclusive o pla-neamento para o GPS que é inserido no com-putador do avião. Et voilá. O destino está tra-çado.
Quando os tigres se juntamO objectivo diário da Esquadra 301 é manter asqualificações na sua missão. Traduzido por miú-dos: têm de treinar de maneira a manter semprea qualidade necessária para executar as missões,simulando-as. “Temos de fazer o briefing (expli-cação breve da missão, do que vamos fazer, paratoda a gente poder compreender perfeitamente enão cometer erros) e o debriefing (a análise doque fizemos, no final). A qualificação mantém-nos aptos para a nossa missão, para aquilo queestamos designados a fazer.” Dito assim, peloMajor, até parece fácil…
Exercícios, exercícios, exercícios. As rotinasdo quotidiano ganham outras proporções quan-
Jaguares
O Alpha-JetPortugal, Alemanha, Bélgica e França:
o que têm em comum? São os princi-
pais utilizadores do Alpha-Jet, uma má-
quina dos ares muito especial… Ora
vejamos: quando a Armée de l’Air o
solicitou, em 1967, pretendia um apa-
relho que fosse capaz de operar na
função de ataque ligeiro ao solo (na
altura, o Jaguar era muito caro para ser
utilizado como avião de treino básico).
A solução chegou na forma de um
caça táctico ligeiro com uma velocida-
de de 0,95 Mach ao nível do mar. Além
disso, consta da ficha técnica desta
aeronave um canhão Mauser de 27
mm, nariz em ponta e candeiras Sten-
cel; um bom sistema de navegação
(chamado LDN), tal como um bom
visor frontal que, para além de forne-
cer várias informações de voo, faculta
a resolução de tiro ar/ar e ar/solo.
Como se não bastasse, o Alpha-Jet tem
ainda capacidade de transportar vários
equipamentos de guerra electrónica e
de sobrevivência em combate, caracte-
rísticas de não somenos importância…
É um avião de ataque ao solo, de re-
conhecimento e de treino de conver-
são operacional.
Motor: 2 turbomeca Larzac 04C20
Potência: 3172 Lbs de impulso (cada)
Peso máximo à descolagem: 7500 kg
Velocidade máx.: 550 Kts/0,95 Mach
Tecto de serviço: 45 000’
Carga máxima: 1.700 kg
Alcance: 2.940 km
Envergadura: 9,11 m
Comprimento: 12,29 m
Altura: 4,19 m
Armamento: um pod na barriga que
aloja um canhão Mauser de 27 mm
com 150 munições. Quatro estações
nas asas com a possibilidade de as
estações internas transportarem um
adaptador duplo, transformando-se em
seis estações, com a panóplia grande
de combinações de armamento.
queríamos um relógio
de qualidade, robusto
e, ao mesmo tempo,
elegante. Por isso,
lembrámo-nos deste
modelo da Fortis
...
...72 < ESPIRAL DO TEMPO
Fernando Costa
Os Jaguares são uma equipa, em acção e
nos momentos de lazer.
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do chega a hora de participar nos Tigermeet. AEsquadra 301 é membro NATO de EsquadrasTiger (por ter no símbolo um felino) e, junta-mente com as muitas outras espalhadas pela Europa, participa todos os anos num exercíciocom cerca de uma semana. Muita gente, muitosaviões, muita confusão, pelo menos duas deze-nas de esquadras reunidas num só local. Durantea semana são feitos exercícios (só com aeronavesdos membros Tiger) e deixa-se o fim-de-semanapara a componente social, com jogos e convívio.A troca de impressões e de prendas é tal que, nobar desta Esquadra, as paredes estão forradas aquadros, pinturas, diplomas, bandeiras e outrosque tais, frutos desses Tigermeet (dois já foramorganizados em Beja e um no Montijo). E os‘nossos’ Jaguares já foram agraciados com doisSilver Tiger, o prémio máximo dado à melhoresquadra nesses encontros.
Esses troféus decoram o gabinete do Co-mandante, lado a lado com a medalha de Servi-ços Distintos com que, em 1988, o Ministro daDefesa homenageou a Esquadra pelos serviçosprestados na Guerra de África e a toda uma vidade teatro de operações.
Este ano, a Fortis junta-se ao rol de homena-gens e, com os cronógrafos B42 Jaguares, faz comque as marcas dos tempos perdurem.
Jaguares
Os Jaguares da Fortis
Cronógrafo B42 Jaguares:
> Série limitada a 80 relógios;
> Movimento cronógrafo mecânico de
corda automática;
> Dia do mês e da semana;
> Escala rotativa unidireccional;
> Vidro em safira com tratamento anti-
reflexos de dois lados;
> Fundo em vidro, exibindo o movi-
mento e a gravação a laser da pata
dos Jaguares;
> Caixa e bracelete em aço;
> Mostrador com símbolo dos Jaguares
e dos Jaguares 2005;
> Gravação do número de série limita-
da na parte lateral da caixa.
Preço: € 2.220 com set completo (in-
clui bracelete em pele, bracelete em
velcro e ferramentas de substituição)
ou € 1.890 sem o set.
(Mais informações na pág. ??)
este ano, a Fortis
junta-se ao rol de
homenagens e, com
os cronógrafos B42
Jaguares, faz com
que as marcas dos
tempos perdurem
...
...Mesmo nos momentos de descontracção
o pessoal da Esquadra 301 Jaguares vive
rodeado de imagens reveladoras da sua
paixão: os aviões.
<
Uma recordação dos tempos da Guiné,
o símbolo da Esquadra 121 Tigres
formada em 1966.
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