Post on 15-Nov-2018
BELO HORIZONTE | RIO DE JANEIRO
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CURSO LIVRE DE FLASH
ÍNDICE
1. Introdução
2. Alimentação
3. Equilíbrio de branco (WB)
4. O modo manual (M)
4.1. Lei do inverso do quadrado da distância
4.2. Modo manual com prioridade de distância
5. O modo automático (TTL - Through the lens)
5.1. O modo TTL-BL (Nikon)
5.2. Compensação de exposição
6. Zoom do flash
7. Flash a distância
7.1 Canais e grupos
8. Modificadores de luz
9. Velocidade de sincronismo
9.1. Sincronismo em alta velocidade
9.2. Sincronismo em baixa velocidade
10. Demais funções
10.1. Disparo em primeira ou segunda cortina
10.2. Flash estroboscópico (multi ou RPT)
11. Bibliografia recomendada
1. INTRODUÇÃO
O flash é um poderoso aliado na construção de uma iluminação interessante em uma
fotografia. Antigamente, o seu uso era restrito apenas a situações com nenhuma
iluminação ou iluminação insuficiente. Mas, com a variedade de recursos que temos
hoje, podemos usá-lo não somente para esse fim, mas também como objeto de
decoração de uma foto, de criatividade e de inovação.
Neste módulo vamos
abordar as principais
questões que o uso do
flash implica, e falaremos
também do uso e dos
ajustes a serem feitos para
se chegar a iluminação
desejada. Vamos lá!
Vinicius Matos
2. ALIMENTAÇÃO A primeira coisa a se ter em mente é a alimentação do seu equipamento. Essa pode
ser feita por pilhas alcalinas, recarregáveis ou por bateria externa:
* Pilhas alcalinas: têm boa duração e boa velocidade de recarga de uma foto a outra;
* Pilhas recarregáveis: quando novas, costumam durar menos que as alcalinas por
carga, mas têm longa vida útil. Aquecem mais que as pilhas alcalinas;
* Bateria externa: tem maior custo, dura mais por carga e é de rápida recuperação de
um disparo a outro.
3. EQUILÍBRIO DE BRANCO (WB) Como qualquer fonte de luz, o flash tem sua temperatura de cor específica, e para que
tenhamos uma cor equilibrada (caso essa seja a intenção), é necessário atentar para
alguns ajustes.
A temperatura de cor do flash varia entre 5000k e 5500k. Para uma iluminação feita
tendo flash como luz principal, é importante que o WB seja feito baseado na luz do
flash (desde que a cor do ambiente não interfira na foto se rebatermos o flash). Às
vezes temos duas cores diferentes de iluminação: o flash e a luz ambiente (nesse
caso o flash à esquerda da modelo e a luz ambiente à direta).
Intensidade do disparo do
flash
+
-
Uma maneira de corrigir melhor a diferença entre temperatura de cor de diferentes
fontes é o uso de gelatinas. Elas possuem diferentes cores e as colocamos à frente do
flash para equilibrarmos (ou pelo menos minimizar a diferença) a cor do flash com
alguma outra fonte de luz.
4. O MODO MANUAL (M)
No modo manual, podemos ajustar de maneira precisa a intensidade do flash. Assim é
possível controlar a exposição e a distância de cobertura do flash. Ao configurar, saiba
que 1/1 corresponde à potência máxima do flash, e 1/64 ou 1/128 à potência mínima.
WB corrigido para a luz do flash WB corrigido para a luz ambiente
Uma vez selecionada a intensidade, o flash irá emitir sempre a mesma quantidade de luz. Esse modo é indicado quando a distância entre o flash e o motivo não se alteram, por exemplo: fotografia em estúdio, book externo e fotografia de produtos.
Existem duas maneiras de se iluminar uma foto: com luz contínua e/ou luz
instantânea. Luz contínua é aquela que se mantém permanentemente durante a
exposição, como a luz do sol, do dia, de lâmpadas comuns em uma sala ou led. Já a
iluminação instantânea é aquela que se ascende apenas no momento da exposição e
logo depois se apaga, como é o caso do flash.
4.1. Lei do inverso do quadrado da distância (aplica-se apenas a fontes pontuais):
A cada vez que se dobra a distância do objeto, a quantidade de luz que incide sobre
ele reduz para um quarto do total. Ou, se se reduz pela metade a distância do objeto,
a quantidade de luz que incide sobre ele quadruplica.
VELOCIDADE NÃO* SIM
(controla apenas
a luz ambiente)
DISTÂNCIA SIM NÃO (controla apenas
a luz do flash)
ABERTURA SIM SIM
ISO SIM SIM
FLASH (INSTANTÂNEA) x LUZ AMBIENTE (CONTÍNUA)
FLASH
(INSTANTÂNEA)
LUZ AMBIENTE
(CONTÍNUA)
POTÊNCIA
DISTÂNCIA
4.2. Modo manual com prioridade de distância (Nikon):
Neste modo, introduzimos o valor da distância onde queremos iluminar, e o flash
controlará automaticamente a intensidade da luz emitida. Combinada com o
diafragma, a distância focal e o ISO ajustados, é possível obter fotografias sempre
com iluminação que o flash julga correta mesmo alterando o valor desses parâmetros.
EXERCÍCIOS
Fotografar com flash no modo manual:
1. Alterando potência;
2. Alterando distância;
3. Alterando diafragma;
4. Alterando ISO.
5. O MODO AUTOMÁTICO (TTL – THROUGH THE LENS)
Aqui o flash controla automaticamente a
quantidade de luz que irá emitir na foto
baseado nas configurações e leitura da
câmera. O flash dispara um pré-flash somente
para realizar a leitura da luz, e, baseado nas
configurações de ISO, diafragma, e na
distância do motivo, emite o pulso que de fato
iluminará a foto.
É de fácil uso e indicado em situações
dinâmicas, ou seja, quando a distância entre o
motivo e o flash se alteram constantemente
(eventos sociais, por exemplo).
Como basea-se no fotômetro da câmera, é
passível de erros cometidos por esse na leitura
de ambientes ou objetos muito claros ou muito
escuros, uma vez que sua leitura se baseia na
luz refletida. Para correção, usamos a compensação de exposição (item 5.2).
Vinicius Matos
5.1. O modo TTL-BL (Nikon)
O nível de intensidade do flash ajusta-se automaticamente para obter uma exposição
bem equilibrada entre o tema principal e o fundo.
Esse modo é especialmente útil quando se dispara em cenas que possuam espelhos,
paredes brancas ou outras superfícies reflexivas.
5.2. Compensação de exposição Dependendo da situação, podemos ajustar o flash para disparar com uma potência
acima ou abaixo do que ele normalmente dispararia (+1.0 EV, -1.3 EV, etc.), o que
chamamos Compensação de Exposição. Ela nos permite modificar a exposição do
flash. Usamos muito esse recurso quando aparece na fotografia um motivo que possui
um nível de reflexão elevado ou baixo, ou então quando desejamos fotografar com
preferências criativas.
Os flashes são capazes de variar até 3 pontos de compensação para mais ou para
menos.
Ainda no modo TTL , é possível realizar uma leitura localizada de uma cena, por meio
da função FEL (Canon) e FV-Lock (Nikon).
6. ZOOM DO FLASH Os flashes são capazes de aumentar ou diminuir o ângulo de iluminação através da
sua configuração de zoom. Quanto maior o número, mais concentrado será seu pulso
de luz.
EXERCÍCIOS
Fazer fotos com o flash em modo TTL:
1. Sem compensação de exposição;
2. Sendo necessário a compensação de exposição para +;
3. Sendo necessário a compensação de exposição para -;
4. Usando a fotometria pontual do flash (FEL ou FV-Lock);
5. Alternando o zoom do flash.
7. FLASH A DISTÂNCIA
Existem alguns meios de fazer o flash disparar à distância. Vamos aos principais:
* Via cabo de sincronismo (PC connector): poucas câmeras hoje têm esse recurso.
Custo baixo, dificilmente falha. Indicado para estúdio;
* Via transmissão ótica: a vantagem é que a maior parte das câmeras dispõe desse
meio de transmissão. Além disso, todos os principais flashes da Canon e Nikon estão
preparados para receber esse tipo de comando. Pode ser feito a partir do flash
embutido ou por dois ou mais flashes externos. A desvantagem é que o flash remoto
deve "enxergar" o flash principal de alguma forma para disparar;
* Via rádio-frequência: prático e bastante funcional por não necessitar que um flash
esteja "visível" a outro, por não usar a luz para se comunicar. Necessita a aquisição de
um aparelho específico (radio flash).
7.1 Canais e grupos
Para uma melhor organização de funcionamento do flash à distância, principalmente
quando se trabalha com mais de um flash, o funcionamento remoto se dá por um
sistema de canais e grupos.
O canal é o “idioma” que um comunicador (flash mestre por meio de um pulso ótico ou
rádio transmissor) irá usar para se comunicar com o flash escravo ou o rádio receptor.
Somente irá “escutar” esse comando aqueles que estiverem configurados no mesmo
canal. No diagrama abaixo, se o mestre está configurado para o canal 1, somente os
flashes desse mesmo canal dispararão.
Já o grupo guarda as configurações de disparo que o flash irá ter. No diagrama
abaixo, quaisquer flashes que, estando no canal 1, estiverem configurados para
pertencer ao grupo A, dispararão a uma potência de 1/8.
Além da configuração de grupos, a Canon utiliza um sistema de proporção entre
grupos, no exemplo A:B. Se essa proporção estiver em 1:4, o grupo B disparará com
¼ da potência do grupo A.
EXERCÍCIOS
Fazer fotos com flash à distância:
1. Usando transmissão ótica;
2. Usando rádio frequência (se disponível);
3. Alternando a potência do flash remoto;
4. Alternando a distância do flash remoto;
5. Alternando a posição do flash remoto.
8. MODIFICADORES DE LUZ Para tornar a iluminação do flash mais agradável, dispomos de alguns modificadores
de luz. Eles têm a função de alterar a forma da luz e/ou mudar sua direção.
Estes são alguns modificadores de luz:
Soft Box Rebatedor Difusor
Mini difusor
Mini rebatedor Sombrinha
Snoot
Light sphere
1/250
9. VELOCIDADE DE SINCRONISMO A velocidade de sincronismo é a máxima velocidade com a
qual o flash e o obturador da câmera conseguem trabalhar
juntos para uma exposição completa da cena.
A maior parte das câmeras vêm com uma velocidade máxima
de sincronismo de 1/250s. Isso significa que acima dessa
velocidade não há momento em que o obturador fica
completamente aberto para permitir a entrada de luz do flash.
Portanto, para que o flash possa ser usado em velocidades tão
altas, ele deverá fazer vários disparos e ir preenchendo com
luz em diversos momentos dessa curta exposição.
Embora as câmeras e os flashes permitam ser configuradas com tempos tão curtos,
em tais situações a potência do flash cai gradativamente quanto menos for o tempo de
exposição (uma vez que o flash deverá fazer vários disparos em uma mínima fração
de segundo).
Assim, quando dizemos que uma câmera sincroniza até 1/200, isso quer dizer que
1/200 é a velocidade máxima em que seu obturador, ao menos por um instante, fica
completamente aberto na exposição. Nesse instante ela disparará o flash. Essa
“velocidade limite” varia de acordo com a marca e o modelo da câmera.
9.1. Sincronismo em alta velocidade:
O Sincronismo em alta velocidade nos permite utilizar o flash com tempos
extremamente curtos. Essa função é útil quando se deseja utilizar um diafragma
aberto para provocar uma pequena profundidade de campo nítido sem preocupar-se
com a velocidade de sincronismo. Exemplo: Retrato com flash e efeito de pequena
profundidade de campo em um dia ensolarado.
Nas câmeras Canon, ativa-se por meio do flash ( ). Na Nikon, nos modelos
em que a função está disponível, ativa-se na própria câmera, na função chamada
Auto-FP.
9.2. O Sincronismo em baixa velocidade: Já o sincronismo em baixa velocidade nos permite utilizar o flash com tempos longos.
Essa função é útil quando se deseja capturar bem a luz ambiente ou para provocar
sensação de movimento. Exemplo: Captura de luz ambiente num local fechado e uso
de flash para destacar o primeiro plano.
Para utilizar o sincronismo em baixa velocidade, basta ajustar a velocidade do
obturador abaixo da velocidade de sincronismo.
Quanto mais baixa a velocidade, maior será a entrada de luz ambiente e maior será o
movimento na cena. Lembre-se que diminuir a velocidade não irá influenciar na
captura da luz do flash, somente da luz ambiente.
10. DEMAIS FUNÇÕES Os flashes atuais nos permitem realizar alguns efeitos que podem tornar nossas
fotografias interessantes.
10.1. Disparo em primeira ou segunda cortina Durante a execução de uma foto, o obturador faz dois movimentos: primeiro uma
cortina que se abre, e segundo uma cortina que se fecha. O disparo do flash pode
ocorrer em qualquer um dos momentos: quando a primeira cortina do obturador
chegar ao seu percurso final, ou no momento anterior ao fechamento da segunda
cortina. Em outras palavras, o flash pode congelar o início ou o final de um movimento,
respectivamente.
O sincronismo na segunda cortina é especialmente útil quando se deseja criar efeitos
de movimento na imagem.
10.2. Flash estroboscópico (multi ou RPT)
O flash dispara várias vezes durante a exposição. A cada disparo, o flash irá congelar
o motivo. Nesse modo, é possível configurar quantos disparos serão dados e a
frequência, ou seja, a quantidade de disparos por segundo (Hertz).
Alguns parâmetros devem ser definidos: • Tempo do evento: tempo de exposição
para captura do movimento. É definido
pela velocidade da câmera;
• Potência do flash: a que distância o
flash iluminará;
• Número de disparos: quantas vezes a
cena será congelada;
• Frequência de disparos: quantos
disparos por segundo.
Frequência (Hertz) = Nº de disparos
tempo
11. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
ESCOLA DE IMAGEM | BELO HORIZONTE E RIO DE JANEIRO |
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LUZ, CIÊNCIA E MAGIA
Fil Hunter, Steven Bier,
Paul Fuqua
(Editora Photos)
ILUMINAÇÃO
DA LUZ NATURAL AO FLASH
Syl Arena
(Editora Photos)
SEM MEDO DO FLASH
José Antonio Fernández
(Editora iPhoto)