Post on 19-Feb-2018
7/23/2019 Criador intrprete
1/14
O
Criador-int6rPrete
a
Danga
ontem
oranea
Sandravleyer UnGS
Este
ensaio
ropOe
ma
ref lexao
nic ia l
sobre
a
{ igurado
cr iador- in terprete
a
d a n g a
mo d e rn a
e c o n te m
o ra n e a
Art iculador
de
vdr ias
l inhas
de
pensamento
prat icas
orpora is
r ia
sua
assinatura
16pr ia as
re laQoesa
danqa
com
outras
areas oo
coqhec imento.
eu
processo r iat ivo
invest igat ivo e d6 em seu P16Prio
corpo,
na
busca
Por
novas
D o s s i b i l i d a d e s
d e
mo v i me n to '
ton ic idade
dramaturg ia
orpora l
A multiolicidade
e diversidade
caracterizam
o
universo
da danQa
cenica
na atualidade.
Corpos
hibridos
nascidos
da contaminaQao
ntre
fontes
culturais,
6cnicas
corporais
e
goneros
artisticos
distintos.E raro observarhoie um corpo que dance
construido
atrav6s
de uma
6cnicaespecilica
Em sua
formaqio,
os artistas
6m acolhido
elementos
istintos
e
vezes
dispares
de
prdticas
corporais
que
veo da
danQa
As
ar tes
marc ia is ,
da
yoga
al
danqa
contemDoranea.
s referenciais
inda
nitidos
que
a
danqa
moderna
delineava
eram
ugar?r
noq6ode
destenitorializagdo,
u seja,
a
perda
de territ6rios
permeando
relagSo a
danQa om
oulras
artese areas
do
conhecimento. isluras stasquese apresentam
"ilus6rias
a medida
em
que
o corpo
do bailarino
ao
for tocado" .
Muitas
sao as est6ticas
de
corpo
possiveis
na
cenada
danga.
H6que se
descobrir
ovostermos
ara
designar
as dangas
resu l tantes
de tamanha
l .LOUPPE aurence.orpos ibridosn Liq6es e danQa .
Univercidade.
iode Janeko,
000.
O Criador-int6rprete
a
DangaContemporanea
7/23/2019 Criador intrprete
2/14
contaminaqaontre
reas. o
que
se
refere danQa
contemporanea,
aotodaa anQa
ue
6 coetanea,
as
aquela
ue
apresenta
maorganizaQaoemovimentos
com
dete rm inadasspec i f i c idades6cn icas
est6ticas,videncia-se
presenQa
e um carater
investigativo
ue
evaa novos egistrosorporais.
Reafirma-seojea figurado
"criador-int6rprete"-
nomenclatura
ue
eferenciam
percurso
e
pesquisa
do
profissional
mseu
pr6prio
orpo mbusca euma
esp6cie eresolugao
nvestigativa.ste ormula ovas
perguntas
omo seu
corpo
araquepossam
aminhar
em a lgum ipo de
proced imento
6cn ico
e
metodol6gico.
Como e
he
irassem scertezas,s
resquicios
de
movimentoeum empo lessico, lguns riadores
da danEa ontemporAnea
brigam-se umanova
ci0ncia.
do econtentammseutilizaromentee
uma
grametica
orporalonstruidat6entao
ia
danQa
cl6ssica moderna. corpo irtuosooexisteomo
que
e
permite
angar
ssumindoua
precariedade
transitoriedade.vlas stasnovas ip6teses"recisam
estar
presentes
o
corpo,e
nao
somente nquanto
recursotematico
u
veiculagdo
e
midias
relaE6es
om
artes
plasticas,
eatro,
ideo
e outras ecnologias).
Pressup6e
pesquisa
euma onicidadeorporal.
Propaga-se
ma
danQa
ontemporanea
ue
assume fragmentaqao,desconstruqSoa
simultaneidadeomo
ossibilidades
e
existencia
o
mundo.Os orincioiosorteadoresa modernidade
comoaordem, estrutura,centro a
inearidade,
ao
substituidos
or
outroscomo a multiplicidade,
descentralidadea
nao-linearidade.
nogdode
simultaneidadeissolvehierarquiao
pr6prio
orpo
e a relaQaoeste omos outros orpos o espaQoa
cenadadanQa.aobra ocore6grafo
mericano
4erce
Cunningham,exemplo,sbailarinosspalham-se
or
todoo espaQoemumahierarquia,dohd
pontos
e
concentraQeonicos.Naohe direQoesixas, ada
O Criador-int6roretea
Danea
Contemporanea
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bailarino
stabelece
ovas
elaE6es.
autonomia
e
partes
o
corpomp6e
ma
escentraliacao,
nde
s
movimenlos
a
nao
onvergemara
mainalidade.
H6 na
danqa
con temporanea
m
cer to
anarqutsmo
orporal,
uando
partes
do
corDo
trabalham
omo
e
possuissem
xist6ncia
rooria.a
oscnadores
amodernidade,
a
primeira
etade
o
seculo,
uscavam
movimento
have
,interior,,,
de
onde
riginariam
utros
movimentos.
sadora
uncan
evocava
plexo
olar lMartha
raham,
regjeo
a
pelve-.
Em
rabalhos
e
companhias
rasileiras
omo
Quasar,
e
GoiAnia,
Cena .1,
eFlorian6polis,
de
solrstas
omo
Vera
Sala,
e
SAo
paulo,
6
possivel
perceber
ormas
istintas
e
entender quebra
e
hierarquia
fragmentaqSo
ocorpo,
nde
partes
este
independem
eum
0nico
entro
ropulsor.
as
uedas
no
chao
da
pesquisa
orporal
e
Vera
Sala,
corpo
assume
ua
precariedade,
uvida
eseu
pr6prio
ixo,
comose he irassemscertezas.osmovimentos
aparentemente
nvolunterios,
evela-se
busca
e
um
tdnus
muscular
r6prio
ue
e
aproxima
ocorpo
ao
virtuoso,
r6ximo
a exclusio
ocial.
a
construcdo
corporal
o
Ouasar
do
Cena
1
as
reler6ncias
aia
o
surgimento
a ragmentaQao
omovimento
dv6m
a
cultura
opular
de
massa.
efer6ncjas
ovideo
lioe
e do
video
ame
roduzem
o
corpo
m
outro
iDo
e
entendimentoara
mesma uest6o.
2. f.n
sL
busca
por
Lma danqa qJe
exoressasse
espt l lo
nuraTo
UJTcal pesq-iSoL
movimenro
have
qLre
bedeceria
a uma 169ica
mocional,
nao
,mecenica,
(que
atribuia
A t6cnjca
do
ba l 6 ) .
Es tabe leceu
n t6o ,
a i nda
que
de
m ane i ra
nao
srstemaitzada,
cenlro
de ifradiageo ue
iria
nortear
os
pr6ximos
cf iaoores
a
danqa
moderna
e
que
igualmente
stabeleceria
pnncrpros
para
o
teatro:
o lrorco,
entre
o
plexo
solar
e a
o6lvjs.
naturatmentecomopontosmaispr6ximosdaregiaoquefis icamente
experimentamos
stas
emogoes.
Eu
sonhava
descobri
um
movtmento nicial do qual nasceria oda una s6ie de outtos
movimentos,
descreveu
Duncan (Garaudy,19gO:67).
'-..:.'.''
:
,,:
-'
t
t i ' : " t " j
: ' l l
: '
't:'1".;
' . . , i , ,
:
::__
:
O
Criador-int6rprete
a
Danqa
Contemporanea
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A reafirmaEdoa
igura
o criador-int6rpreteo
s6culo X eioconduzida
or
mulheres.
pesquisa
o
movimentoas
primeiras
riadoras odernaslsadora
Duncan,oie uller,uth aint enis,vlartha
raham,
D6risHumphereylvlary igmanniciava-se
m seu
pr6prio
orpo.
A
danqa
moderna
ropunha
ma
representagaondea mulher ao se dissolvia a
personagem,
omo
nos
bal6s omanticos de
repertorio,
as
evocava ma
presenqa
uitomais
concreta
partir
esuas
r6prias
eferdncias
e
mundo.
At6o s6culo lX,o core6grafo,omoumvoyeur,
construia movimentoocorpo asbailarinas.figura
femininaetratadaa danQa o
s6culo IXevocava
uma representaqdodeal izada
elo
homem.
A
bailarina
ao
6 uma
mulherque
anqa, umsentimento
universal
ue
seapodera eumcorpo nOnimo,
este
corpo
apenas
msigno",eclarariabailadna
atriz
LoieFullei, tomando
omo suasas
palavras
e
Mallarm6
Sasportes,1983:36).
an6liseadanQafeita
pelopoetafrancCs
eguia ma
inha
mais bstrata,ma
quase metafisica",evando-adealmentearaal6m
docorpo isico
ue
executa define
movimento-.m
seus scrilos,
rocurava
arumsentido
rquelaova
danqa
que
eslava ascendo,
r6-anunciando
autonomia estaarea.ParaMallarm6,
bailarina
seria maconstrugaoo
p0blico,
m
quase
onho.
Esta
danQa e manteria omo
pura
nvenqeo
o
espirito
umano,
egando mulher
autoria eseu
movtmento.
3. Assim omo sadora uncan, uller
1861-1928)
riava uas
dangasongedos criterios o
bal6.
Atravds
a manipulagao
e
imensos
eus
que
a envolviamum
ogo
de
projegeo
e luz
evocava
maatmosfera enos ealista mais
simb6lica,
ue
he
faziam
erderocontorno
efinidodosimites o corpo.
intonizada
com o ideerio o inicio o s6culo,ransformou-se
a musados
simbolistas
Sasportes:1983:36).
4. St6phane .4allarme
1842-1898)
oi
um dos mais mportantes
poetas
a escola imbolistaseu
pensamento
oideterminantea
evoluQao
o6tica
o s6culo X.
O
poema
'aprds-midid'umaune,
de 1876,nspirou aslav ijisnKycriarem 1912a suaprimeira
genial
polemica
coreografia,omo mesmo ome
do
poema.
O Criador-int6rorele
a
Danea
Contempolanea
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Ascriadorasmericanassadora
uncan
1878-
1927) lvlarta raham
1894-1991)
a alema /ary
Wigman
l886-1973)retendiam
ma epresentaqao
do ser humano e seu empo,estandartesteda
modernidade,as izeram
emaneiras
articulares.
A danqa
erde
discursoniversal
eculiar
adanqa
clessica conquista
ma
nacionalidade
dentificada
comcada
pais.
E.tamb6m
ma dentidade
e cada
criador. mboraommotivaqoes
omuns.omo visao
deuma anqamaisivre a necessidade
eexpressar
o corpo o homem e seu empo de suanaQao,
com um certo ransito e informaQ6es
ntreos
criadores,danga mericanae16 ualidadesiferentes
da europ6 ia .
p ragmat i smo
mer icanobre
possibilidadesara
negaQaooantigo
bal6)
ara
surgimento
o
novo,
enquanto Alemanha
6o
conseguira
xtinguiresuadanqa
expressionismo,
nem
parsagemos-guerra.
E marcante nfluenciaosestudos
o rances
Franqoiselsarte
1811-1871)
a ormagao
e um
pensamentoadangamoderna. corpo,anto oator
como obailarino,obiliza-se
o nicio
os6culo
arq
a expressaoendo, omo
onte, regiao
o tronco'.
Inicialmente
tore cantor, ranqois
elsarte
181
-
1871)
edicou-se
pesquisar
classificars eis
ue
regem
utilizaqaoocorpo
omo
meio
eexpressao,
valorizandoos
gestos
uasignificaQao
mocional.
Observous
gestos
as
pessoas
mlodas ssituaQoes
davida,
endo
discursoerbalcomo
nferioro
gesto,
5. Os movimenlos
artindo
o centrodo corpo
para
Delsarte
exprimemmais
potencialmente
expressividade
umana
(Garaudy,19B0i84).
uas
esquisas,ue
contemplam
odas s
afies,enriqueceramlinguagem
a danQamoderna
partir
o:
(a) primado
o troncocomo motore centro
de irradiagao a
expressao,pondo-se o
torso
mais
igidodo bal6na
sua
valorizaQao
o
movimento
osmembrost
b)
o usoda aliemancia
entre ensao extensao,
onlragao relaxamento,luxo
e refluxo
seguindo s leis
de sistole diestole a vida.
O bal6 nsistia a
ulilizaqao
a ensao omo
polo
mais nfluente;
c)
o valor o
peso
do corpo, arela9aoo homem oma terra (d)a ntensidade
o
sentimento
omanda intensidade
o oeslo.
O CriadoFint6rpretea
Danga
Contemporanea
i -n ;
- : , i l
i l
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que
6 o agente o coraEao,
agente
ersuasivo.
Fielacionouoz,
gesto
e emoEao,riando
Leida
Correspondncia:
ada
unEao
o
espiritoorresponde
a umaunQaoocorpo, useja,odos ssentimentos
tCm ua
p16pria
raduQao
orporal
Bourcier,
987).
s
pesquisas
e
Delsarte
roporcionaram
acesso
todos
e cul iuraisica,atordeterminante
ara
o
surg imentoas mu lheresnquan tor iadoras .
lntluenciouodouma
geraEao
e artistas a
danEa,
iniciando
or
sadora uncan, uthSaint-Denis,
ed
Shawn
N,4aryigman.
Duncanmantinham deerio edag6gicoue
inaugura
m
novo
pensamentoara
a danQa,
que
iria ulminar o nascimentoa danqa
moderna
do
conceito o criador-int6rprete.
vessa
osc6digos
corporaisstabelecidos
elo
al6, pela
ara
danqa
como esultanteo
movimento
o
individuo
m
conexaooma natureza.
vlovimento
ste
esultante
"da
almae do espirito
umano", egundoDuncan
(Bourcier,1987:251).regresso natureza no
momento m
que
outras rtes egavam natureza
comomodeio-,retornoosagrado, orma
rimitiva
na
danEa,
incorporaqao
asdanQaso orlente a
sensualidade
evestem-sem
umdiscurso
ibertador
frente o academicismoigente o bal6.Duncan
inaugura ma danga ons t ru ida
e lo
c r iador
(core6grafo)
mseu
p16prio
orpo.
A rnovimentaQaoropostaorDuncanarregava
uma
parcela
edivindadeumapelo rag6dia
rega
presente
o
discursoo
f i l6sofo
lemao r iedrich
Nietzsche,representante
a
"filosofia
a vida"do
seculo
IX-.
utro
mestree
pensamento
e
Duncan,
6.
Nletzsche
1844-1900)
oi igufa
issonantem sua6poca,
marcada msuamaior
por
correntesacionalistas
positivistas.
Sua
primeira
bra,
Nascimenta
a
rag1dri?
1872),
nJluenciada
pelopensamentoe Schopenhauer,denlifica a tragedia rega
u c r d , v o v d v .
O Criador-int6rpretea
Danga Contemporanea
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7/14
o
jil6sofo
lemao
rthur ohopenhauer
1788-1860)'
*-i i
indica
ue
a verdadeira
ss6ncia
ue
undamenta
s
coisas
xternas
possivel
eserencontrada
partir
e
cadaum.Nestes
mpulsos,
e
naonas
az6es
ue
o
inteleclo
rruma
ara
expl icar
ais
aspiragoes,
realidadedoserviventeexiste"
Guiraldelli
r.
1996:38).
Ancorada
m tais
visoesde
mundo,
neo
caberia
a
",,:l::-'i
danQa
ensada
or
Duncan m
enquadramento
m
..,,.-:
c6digos
r6-estabetecidos.
i::
i
Assim
omo
Duncan,
aryWigman
iaa
danqa
como
xerclcio
e iberdade,
rovocando
ma
uptura
metodol6gicao fugirdos padr6esmpostos elo
academiscismo
buscar
ma
danQa
o seu
empo,
uma
xpressividade
ue
o bal6
eria
erdido.
igman
tratou
econstruir
stados
a natureza
ocorpo'
mas
de
forma iferenciada
o
de Duncan.
sta
buscava
atingir
stes
stados
lasaida
a
"alma"
eseu
orpo,
buscando
a
natureza
xterior
vento,nda).
Wigman
tentava
raduzir
stes
stados
ocorpo,
isicalizando
a natureza
o
homem.
Formar
bai lar ino
ra
conscientizd-lose mpulsosue f estavamresentes
neles
mesmos.
est6tica
ndividual
roposta
or
Wigman
ontribuiu
ara roporcionar
o
bailarino
m
novo
vocabu le r io
o rpora l
a t r i bu iu - lhe
ma
responsabilidade
obre ua
p16pria
xpressao:
olocar
o
bailarino
d
escuta
esi
mesmo, nde
e
pode
uvir
a
repercussao
o
ecodo
mundo"(Bourcier,
987:299)
Wigman
egue
os
pr inc ip ios
e lsa r t i anos
o
estabelecermovimento
artindo
o
ronco
,assim
como
Duncan,
oncebia
sua
danqa
omo
uma
impulsdo
nterna.
igman
ria
"danqade
xpressdo",
que
riaculminar
a danEa{eatro.
utilizaQao
a
mAscara
malgumas
esuas bras,
omo
Hexentanz
(DanQa
a
Feiticeira-1913),
mprimia ma
dimensao
humananiversal.
A americana
Martha
Graham
stabelece
s
motivag6esue riam ortearsua anga nfluenciar
a
danqa e
centenas
eseguidores
or
odo
mundo
O
Criador-interprete
a
Danqa
Contemporanea
7/23/2019 Criador intrprete
8/14
Rejeitando
sdanqas
lusivasnatureza
eDuncan
cansada
e danQarivindades
ritos ncentrais
ia
RuthSaint-Denis
TedShaw
Graham eclara
seu
interesse
e falar
do homem onfrontado
om
os
n r ^ h l a m r e . l o c a r , r a m ^ ^ 6 ^
_ _om
os
proDtemas
permanentes
ahumanidade.
Ndo
uero
er
6rvore,
flor, nda
ou nuvem. evernos
rocurar
ocorpo
o
bailarinoao mitaQao
os
gestos
otidianos,
em s
espet6culosanatureza,
em
eres stranhos
indos
deumoutromundo,
asum
pouco
estemilagre
ue
e o serhumano otivado,
isciplinado,
oncentrado"
(Bourcier,1987).
Os e ixosde
pesqu isa
e
Graham
ram
primeiramente
e inspiraqdo
acional ista,
uando
buscavammovimento
aalma
o
oovo mericano.
sua o rga
inAmica
e
impu lso .
ione i r i smo
puritanismo,
ap6s,
pela
sua nspiragdo
osmitos
gregos
msua
busca os
problemas
undamentais
a
humanidade.
s eoriasreud;anas
insoiraram
ara
falar os mitos
eveladores
a trag6dia
umana,
buscando
maatualizaqao
estesmitos rltosanto
nas ontes rcaicas
e
seu
pr6prio ais,
ntre
s
povos
indigenas,
uanto
a iteratura
mltologia
rega.
A danEa
moderna
anha
entaoo
statusde
tecnica oser inalmente
istematizada
or
Graham.
Sua
ecnica usca omper
om
as inhas
ndulantes
da danQa
lass ican t roduz jndo
ov imentos
espasmodicos,
mpulsos
ruscos ecesseriosara
alar
do homem eseu empo, uesentia ang0stiaas
grandes
uerras
a imposigao
e um
progresso
duvidoso.
ponto
undamental
esua 6cnica
o ato
maior
avida:
respiraQao.
partirdo
ronco,
a egiao
p6lvica,
entro
motorda vida
e da
sexualidade,
s
movimentos
urgemespeitando
s eis a
contraQao
e dilataqao
tension,
elease).
utro
rincipio
e
sua
t6cnica
tiliza
chao omo
ropulsor
omovimento.
Ao
contrar io
a danQa
e Graham
outroscriadores
amodernidade,
unninoham
onstr6i
ma
O Criador-int6rprete
a
Danga
Contemporanea
7/23/2019 Criador intrprete
9/14
recnlca
em
ncadeamentos
arrativos
semanticos,
concebe
ma
danEa
ue
nao
apela
ara
ignifjcados
para
al6m
o
que
esta
endo
xecutado
elo orDo.
Cunningnam
ompe
om
a dentidade
eatral
adanca
moderna sua mposiQao
e
signif icados.
ando
qualificaQao
o
movimento
m
simesmo.
s inhas
e
movimento,
mbora
areQam
lAssicas,
ao
em
as
mesmas
otivaqoes
o
bal6.
Nao
ontam
ist6rias
em
tem
uma
direQao
emantica.
A danQa
eCunningham
raz
d6ia
eevento,
situaQdesue
se e-arranjam
onforme
acaso
avida;
o bailarjno
em
que
seadaptar
s situaQ6es
em
serautomatico.intonizado
oma
ilosofia
riental,
zen
budismo,
etira
centraljdade
o
espaqo
v6
a arte
nao
como
modo
de expressao
e
ent imentos
pessoais.
O
maior
rop6sito
nao
er
prop6sito,
iver
apenas
natureza
leat6ria
avida.
Olhar
ara
mundo
e ndo
para
si mesmo",
ilia
Cage,
o falar
de seu
irabalho
de
Cunningham'.
SinLonizado
amb6m
om
um
pensamento
cientificoos6culo
X,
Cunningham
elaciona
emDo
e
o espaQo.
ua
parceria
om
o mLisico
ohn
Caoe
outros
rt istas
a vanguarda
rt ist ica
mericJna.
intensiticada
padir
a
decada
e50,
eleva
arte
ada
vez
mais
a
objetividade
aterial
a
obra.
ao fazer
a r t i s t i co
i v re
e
s ign i t i cados
x le r io res
e la .
Cunninghamolemiza
om
o exacerbado
imbolismo
expressionista
ue
via
nadanQa
o
s6culo
X,
omo
as
de N,4artharahame l\ ,4ary igman.Cage e
uunnrngnam
otaboravam
ntre
i indissocjando
mus tca
e
danQa,
s tas
n
epe
dentemente
coexistentes
omesmo
empo
ugar.
.
A t6cnica
esenvolvjda
or
Cunningham
pflmetra
ista
neo
contenta
queles
ue querem
estabelecer
igniticados,
onexoes
ais
motivas.
vlas
7;
ha.ve orh;ng
o
sayandtm saying .V:deosobrea vidae obra
oe Jonn
L;age
com
direQao
e Al lan
Wi, ler
EUA,
9gO).
,._..:..,,
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"'
O Criador-int6rprete
a
Danea
Contemporanea
7/23/2019 Criador intrprete
10/14
promove
onex6ese
qualquer
orma,e evarmosm
conta
ue
naohamovimento
ue
naosignifiquelgo
nelemesmo.
O
movimentom Cunninghamao6
semantico, assintatico.
partir
a d6cada e 60
instaura-semparadigmast6tico:hemindsmuscle".
Buscava-seomper de f in i t i vamenteom a
representaQaoocorpo omo xpressaoaseparaEao
daalma do corpo.O movimento
pensado
msua
"pureza"
int6tica,
onge
osconteridos
sicol69icos
veiculados
elas
anqas odernas.
A
core6grafamericana
risha rown
entava
dernonstrar
ue
as
mulheres
inham
mente"
neo
6"corpo".
O
que
a atraiar elaboraEdoe f6rmulas
matematicasdiagramasrao desejo edemonstrar
que
as core6grafas
ulheresaonecessariamente
criam
ntuitivamente
u nstintivamente,em onstroem
suas anqas
om
movimentos
ue
vem
aturalmente"
docorpo, omoDuncan
ropunha.
s
p6s-modernistas,
assim
omo
Brown,
efendiammaabordagem
minimalista
a
questao
ormal a coreograf ia,
recusandoprofusaoegestos a rama ram6tica.
Os bailarinosao epresentamndividuos,orqas
u
tipos,mas sim elesmesmos.
O
movimentoao
6
pensado
m termos e misica.
O
corpo ala
por
si
mesmo, s roupasnao
enviam
mensagens
u
representam
ersonagens.
uz ao usada
ara
riar
atmosfera,penaslumina. sespaQos
ara
danqa
sao
m0ltiplos,
s
grupos
e apresentama rua,
em
telhados,
inasios.
A
danEa contece o corpo,no vocabulerio
expresso
or
sua
mater ia l i dade .
do ra tade
catacte(izatstados a alma
ou atmosferas,ao
transmitearrativamenteensagens.
conteldo
ue
eventualmente
ode
ir
a ser
gerido
um
quadro
e
relaq6esntre
articipantes
emumsentido, ais o
B. A mente6 um m0sculo",i tulo r iginal e umacoreograf iaa
core6gfafaamericanaYvone Ra ner
O Criador-interprete
a
DangaContemporanea
7/23/2019 Criador intrprete
11/14
que
uma
signif icaQao".
a construgAo
e
sua
dramaturgia
orporal,
danqa
ida om
movimentos
que,por
sua
qualidade
e abstraqao,
nao
se
pode
mais o
que
suspeitar
esua
signifi.c^aqao",
alienta
dramaturgaarienneanKerkhove'".danqa do e
oferece
aturalmente
omoarte
narrativa.
ao em
direcionamento
ara
a
personagem
al
qual
o teatro,
seu entido
deoutra
rdem.
eatroida
ou
deveria
lidar) om
o movimento
ocorpo
oator nquanto
Eao
dram6tica.
que
caracterizama
aqao
humana
o
teatro
a sua
inalidadesentido,
ue
organizam
aqdodo
corpo.
Na danga, m
movimenlo
omo
o
developp+
no
qual
a
perna
em
movimento
puxada
para ima estendidao ado) ao edestinanada,
precisa
star
trelado
outromovimento
ara anhar
alguma
emantica.
sentido
parece as
elagoes
entreos
ovimentos.Adanqap6s-modernaamericana
deu
grande
isibilidade
esta
uestao.
Parase
contextualizar
figurado
criador-
int6rpreteas
r6s ltimas
6cadas o s6culo
X
ha
que
se falar
de PinaBausch.
m seu
rabalho e
pesqu isa ,Bausch d isso lveuos hab i tua is
entendimentos
os imites
ntre anqa
tealro,
trabalhando
aoemsua
ntegraEaou
carenclas,
as
nos
espaQos
azios" ntre
stas rtes,
qSugurando
assim
ma
esp6cie
ova": danQa
eatro
Para
critica
Helena atz,Bausch
ecuperous
ideais e
Noverre
1727-1810)
o construir
ma
9.
O
que
em
significaEao,u
seja,um conleudo
reviamente
determinado
que
se
procura
ransmitir
O sentidoende
a uma
diregao
pode
ser
gerado
um
quadro
e
relaQoesntre s
elementos
a obra
e entre s
participantesCoelho,
986:87).
'10.
Marienne
anKerkhove
n DossiC e Dramaturgia.
ruxelas,
Nouvelles
e Danse.
999.
11.Nascida
a Alemanha
m 1940,Pina
Bausch studou
a
mais
mportantescola
moderna a Alemanha,
Folkwang,m
Essen, irigida
or
KurtJoss,razendoonsigo
herangae
Rudolf
Laban,
oss Wigman
expressionismo).oiANova ork
ad6cada
de 70e dangou m mportantesompanhias,iveu feminismo
o movlmento
e
integraqaontteas artes.
O Criador-int6rprete
a
Danqa
Contemporanea
.4.ri
;.,.
ia*i.l
i'i :i
...-,:,
f"-"
j
7/23/2019 Criador intrprete
12/14
dramaturgia
r6pria ara
danga,
ervindo-seamb6m
deelementos
o eatro
.
O
que
econvencionou
hamar
dedanQa
sta
uase
usente
o rabalho
ePina ausch.
Tanto
ue
para
algumas
lat6ias ue
esperam
er as
convenq6esadanQaxplicitadaspiruetas,levaQ6es
de
pernas),
eu rabalho
dedificilabsorgSo.
ompe-se
a representagSo
a
danqaquee
esperaver.
egundoa
core6grafa,
6preciso
prenderalgumacoisade
iferente,
aitalvez
oderemos
oltar
danQal"'.
O ser humano
seu modelo.
Observar
s
pesscas,6
0nica
oisa
ue
empreiz,
lhar s elaQ6es
entre
s
pessoasr
alarsobre
las.Nao
conheQo
oisa
maismportanle".Seueatrooudanga) e
apega s
d0vidas
incertezas,
ausch
6ose realiza
rente
a
uma
mensagem
ualquer.
uas
pegas
azem
perguntas.
s
respostasicam
m
aberto, 6
abrem s
feridas.
Para
a core6grafa,
espond6-las
eria
presungoso.
que
he
compete
observar
s
pessoas
e a si
mesma.
Osmovimentosao ontam ist6riasem lustram
umanarrativainear.
s
movimentos
onstituem
m
si
mesmos
ist6rias.
ausch
uebra
conespondencia
direta
ntre m
gesto
seusignificado
omumente
atribuido foge
de interpretaqoes
ogmeticas.
ua
obradesconcerta
as
magens
ada
onvencionais
ue
12.
Noverre
efendia
bal6enquanto
bal6
de
aeao", etirando
seus
art if icialismos,
dereQosmpr6prios ue
escondiam
expressividade
o corpo.
O modelo
do bal6
de corte
orna-se
desgastado,ois
ia
se enunciavam sua6pocao declinio a
cone, crescimento
ascidades,
nascimento
e um
sislemade
mercado para
a arte
que
exigia
uma
especialidade
profissionalismo
ue
acorteidnao odia
presentar.
ara
Noverre,
a notagao
ntiga
da danga
lessica
6
nao
davaconta
da
expressivldade
ecess6ria,
indo
a compor
a coreografia
juntamente
om
o baila.jno.
o seculoXvlll,
diferentemente
as
outrasartes,
que
mitavam
natureza
isivel,
ara
a danga
era
preciso
e-inventar
ealidades
ara
s
coisas eo isiveis
anatureza
humana,
ais
comoa
paixao,
anglstia.
13.
Hoghe,
aimund.
adernos
e Teatro,. 116.
989.
14. dem.
O Criador-int6rDrete
a
DanqaContemporanea
7/23/2019 Criador intrprete
13/14
suscita,
mbora stas
magens
movimentos)ejam
pesquisados
ocotidiano.o
que
um
cotidiano
xtraido
em sua
potencialidade
riativa
paradoxal.
ator-
bailarino
int6rprete e
suasmem6rias
essoais
elevadasuma ignificagdoaior oserhumano.
Asestruturas
e
rabalhoeBausch
asicamente
saoa
simultaneidade,
nde
erias oisas correm
o
mesmo
empo,
permitindo-nos
iferentes
aneiras
de
v6-las.
alternAnciaeclimas,
rovocando
bismos
de
dramatic idade,
fragmentaqao,
et irando
funcionalidade
speradae
cada
esto,
a repetiqao,
utilizada
omoelemento
e ransformaqdo
Fernandes,
2000). repetiqao,uando tilizadaa 6cnica e
danEa
radicional,olabora
ara
construEao
e um
corpo; o rabalho
e
Pina ausch,
uebra
struturas.
De anto epetir
ma ena, sta
volui,s
seus ignos
(ou
ignifcados)
ultiplicam-se.
A d6ia eum
criador-int6rprete
iferencia-se
o
in t6 rp re te -c r iador .
es te aso ,
a o rdem
das
nomenclaturasltera
sentido.
nquantosegundo,
ainda uecoloque uaabordagemessoal obraque
danqa,
eja riada
orele
u
por
outrem,
processo
e
pesquisa
abitualmente
eproduz
ureananja
adr6es
de movimento
6
existentes.
a o criador-int6rprete
busca maassinatura
partir
e seu
proprio
orpo,
num
processo
nvestigativo.
rticula ovas
ipoteses
que
estabelecem
ossibilidades
e relaq6es
ntre
movimentos
t6 entao
nao
previstas
umcorpo
que
danQa.ua
anqa
anha
maspecto
figural".
que
6
construidom seupr6prio orponao6 facilmente
transferido
ara
outro orpo.
Dada suasingularidade,
as
relag6es
ue
se estabelegpm
iferem e
uma
representagao
ais
figurativa"
.
A coreografia
eum
bal6
derepert6rio
ossui
m ipode
epresentaqao
ue
seoermite
tualizar
moutros orpos.
aobra ecertos
15.
No texto Os
novos
c6digos
corporcis
da danQa
contemporenea
ichelBernard
1990)
hama
atengao
ara
o
aspectoigural a obra oartistaplesticorancis acon. s iguras
humanas o
artista ao
"imagens-eventos"
nicos.
O Criador-int6rDrete
a
DanqaContemporAnea
i -,-rlt
""Y-
:
: .1 . 1 .
7/23/2019 Criador intrprete
14/14
criadores-int6rpretessdificuldadesese rabalhar
mesma anQamoutros orpos aomaioresadas s
singu ridadesa
pesquisa
crporal.
Docruzanentoe nformaEoesrdasdeoLtras
ereas oconhecimentomergemsnovas
ropostas
doscorpos
ue
danEam
a
contemporaneidade.
criador
nt6rprete,
o
inv6s
e somentee-combinar
paciroes
emovimentos,usca
uestione-los,
ecriando
I m q a e ^ r i t , . ^ r o ^ n r 4 f i . r
ReierSnciasibliogr*f
cas
BEFNARD, ichel. esnouveaxcodes orporelse a
danse ontemporarnen Pidoux,
ean-Yves.adanse,
aftdu
yxsiecb.
Payot ausanne.ausanne,
990.
BOUCIER,
aul.Hist6ria a DanQa o
Oc/dente. ao
Paulo,Vartinsontes.987.
COELHO,eixeira.oderno P6sModerno.
aoPaulo,
L&PlV ditores.986.
COPELAND,oger.Re-ThinkingheThinking
ody:The
Articulate Mavement
of Merce Cunningham.
Proceedingsf
Society f
Dance
History cholars.
Twenty-Secondnnual
onference.niversityf New
Mexico.1999.
FEFNANDES.
iane. inaBausch
o
Wuppertal
anQa
Teatra.epetiqao
Transformaqao.aoPaulo,
ucitec.
2000.
GARAUDYogerDanQatVida. io
eJaneiro, ova
Fronteira.1980.
GUIRALDELLIR, Paulo.
O Corpode U/isses.
Modernidade
MaterialismomAdorno Horkheimer,
SaoPaulo, dltora scuta.196.
SASPORTES,
os6
Pensar
DanQa.refExeo
stetica
deMallarmd
Cocfeau.
mprensa
acional.983.
SERVOS,Norbert .Pina
Bausch,Dance
and
Emancipat ionn
CARTER,lexandra
org.).
he
Fout ledge
DanceStudiesReader.
New York:
Rout ledge.1998.
STANGOS, iko.
Conceltos a AfteModerna.
iode
Janelro,orge ahar ditor 991
O Criador-int6rprete
a
Danqa