Post on 09-Jul-2020
Correntes com Fricção – Introdução:Simplificação das Equações do Movimento
através de Análise de Escala. As equações
lineares; A Equação da Vorticidade. Soluçoes
aproximadas da Equaçao de Vorticidade;
Modelos de Sverdrup e de Stommel.
Conceitos fundamentais: Vorticidade
planetária, relativa e potencial; Conservação
de Vorticidade.
Vorticidade é a taxa de rotação de um
fluido
Dois tipos de rotação:
1. Relativa (girando ao redor do seu
próprio eixo);
Cisalhamento
Exemplo:
Um vórtice ciclônico de núcleo frio da Corrente do
Brasil tem largura da ordem de 150km, com
velocidade no limite norte de 1.2m/s, no sul de
1.1m/s, no oeste de 1.1m/s e no lado leste de
1.2m/s. Qual é a vórticidade relativa desse “eddy”?
S
N
E
W
Sinal da Vorticidade:
• Sentido anti-horário: Positivo
• Sentido horário: Negativo
Negativo Positivo Zero
2. Vortiticade Planetária
Velocidade angular da Terra = 2 x PI / 1dia
Quem é maior, Vorticidade Relativa ou Vórticidade Planetária?
2. Vortiticade Absoluta:
É a soma da Vorticidade Planetária com a Vorticidade
Relativa
a =
a
2. Vortiticade Potencial: z
x
Produção de vórticidade relativa por estiramento
e/ou compressão de colunas
Como no clássico exemplo da bailarina que aumenta ou diminui sua
velocidade de rotação abrindo ou encolhendo os braços, uma coluna de água
tem sua vórticidade relativa variada em decorrência da compressão ou
estiramento de “tubos de vórtices”.
Conservação
• Qual o significado e importância de Conservação, na
Física?
Na Física, sempre que a quantidade total de alguma
propriedade não muda com o tempo, dizemos que essa
propriedade é conservada.
A formulação matemática das “Leis de Conservação” permitem
o estudo da evolução do sistema.
• Propriedades importantes:
– Energia Total
– Quantidade de Movimento (momentum linear)
– Momentum Angular
– Massa
– Vorticidade
Conservação de Vórticidade
Na ausência de qualquer forçante externo, a vórticidade potencial é
conservada:
d
dt( ) = 0
Nessas condições, se a profundidade D for
constante, então a vórticidade absoluta é
conservada.
Exemplo no mundo real:
Os meandros da Corrente do Brasil
são o resultado de conservação de
Vórticidade Potencial.
Leis básicas usadas em Oceanografia e
classificação de Forças e Movimentos no
mar; A equação da continuidade.
A Lei da Conservação da Quantidade de Movimento
O estudo dos movimementos oceânicos é realizado no domínio da Física
Clássica, onde a equação dinâmica básica é Segunda Lei de Newton, que
expressa a lei da conservação da quantidade de movimento ou momentum
linear, na forma:
Esta equação estabelece que a variação temporal do momentum é determinada
se as forças que atuam no sistema são conhecidas. Assim, a primeira tarefa é
identificar as forças que geram a circulação oceânica.
Forças que atuam nos oceanos
( i) Forças Gravitacional e Rotacional: forças de origens astronômicas e
planetárias, as quais atuam no fluido como um todo. São forças de larga escala;
( ii) Forças termodinâmicas: forças resultantes de gradientes espaciais e temporais
nas distribuições das diversas variáveis termodiâmicas os quais manifestam-se na
forma de, por exemplo, transferência radiativa, aquecimento, esfriamento,
precipitação, evaporação, etc.
(iii) Forças mecânicas: resultantes da ação direta de outros corpos sobre a massa
de água que constitui os oceanos. Exemplos: a tensão de cisalhamento do vento, a
variação da pressão atmosférica, movimentos sísmicos do fundo do oceano e outras
perturbações mecânicas.
Forças que atuam nos oceanos
( iv) Forças internas: resultantes da ação/reação entre diferentes partes do próprio
sistema, tais como pressão e viscosidade. Essas forças, características da dinˆamica
de fluidos, tornam essa parte da física muito mais complicada que a dinâmica de uma
partícula ou de corpos sólidos.
( v) Forças de Contorno: forças geralmente introduzidas na forma de condições de
contorno, por exemplo no fundo e nas fronteiras laterais do oceanos. O fluido
desenvolve camadas de contorno em resposta a esse tipo de forças.
Forças geradoras de correntes:
1. forças externas (exercidas nos contornos do fluído): (a) cisalhamento
do vento (tangencial à superfície do oceano) ; (b) efeitos da forçante
termohalina (convecção, evaporação, etc)
2. forças internas (exercidas nas moléculas de água): (c) campo de
pressão interna (gradiente de pressão); (d) forçante de maré.
Forças desaceleradoras:
1. forças de fricção (difusão de momento);
2. difusão de densidade (não é uma força, mas tem o efeito de alterar o
gradiente de pressão.
Principais forças no estudo da Circulação Oceânica em Grande Escala
fgp = força devido a gradientes de pressão
fcor = “força de Coriolis”
grav = força da gravidade (atração da Terra)
fric = forças de atrito ou fricção
maré = força das marés (orígem astronômica)
= ( fricgravfcorfgp maré+ + + + )
P1 P
2
fgp
1
ρfgp = - Δ P
Δ P
î
ĵ
x
y
Força do Gradiente de Pressão (fgp):
∂p
∂x
1
ρ= - î
Força do Gradiente de Pressão (fgp):
Em três dimensões:
1
ρfgp = - Δ P1
ρ= -∂p
∂x( ∂p
∂x
∂p
∂xî + ĵ + k )
A força de Coriolis recebeu esse nome do matemático e engenheiro
francês Gustave-Gaspard Coriolis que a descreveu em 1835. Trata-
se de uma força aparente, quer dizer, só é vista por um observador
em um sistêma de referência giratório (Não-Inercial).
“Força de Coriolis” (fc):
vfc
.
N
EW
S
f = 2Ωsinθ (parâmetro de Coriolis)
Essa “força” é perpendicular ao
vetor velocidade, à direita no
hemisfério norte e à esquerda no
hemisfério sul.
A “força” de Coriolis por unidae
de massa é dada por:
Ω
fc = f k x v = - fu î + fv ĵ
.
EXEMPLO DO EFEITO DE CORIOLIS
Em oceanografia, as correntes são sempre expressas relativas ao
fundo oceânico - que gira com a Terra - e que só pode ser descrito
corretamente se a força de Coriolis for levada em conta no
equilíbrio de forças.
A força de Coriolis é proporcional à magnitude da velocidade de
fluxo e dirigida perpendicularmente à direção do fluxo. Age à
esquerda do fluxo no hemisfério Sul e à direita no hemisfério Norte.
Um modo um pouco inexato, mas útil para ver porque a direção da
força de Coriolis é diferente nos dois hemisférios é relacionando-a
ao princípio de conservação do momento angular.
Uma partícula de água em repouso na região equatorial tem momento
angular devido à rotação do planeta.
Quando essa partícula é deslocada para as regiões polares ela
conserva o seu momento angular, enquanto a sua distância do eixo
do planeta for reduzida.
Para que o momento angular seja conservado, essa partícula tem que
aumentar sua rotação ao redor do seu eixo, da mesma maneira que
os dançarinos de balé aumentam a taxa de rotação ao puxar os
braços para perto do corpos deles.
A partícula começa girando mais rapidamente que a terra e
consequentemente começa a se deslocar para leste. Isso resulta num
desvio de um caminho direto para a direita no hemisfério Norte e para
a esquerda no hemisfério Sul.
Uma partícula que se desloca em direção ao equador
vinda das regiões de latitudes mais altas aumenta sua
distância do eixo de rotação e, consequentemente
começa a se deslocar para oeste (à direita no
hemisfério Norte e à esquerda no hemisfério Sul).
Coordenadas absolutas Coordenadas em rotação
PS PS
N
W E
S
Movimento inercial
Se uma parcela de água for “empurrada” e
em seguida for deixada à mercê desse
impulso, ela apresentará um certo momento
cuja única força que agirá sobre ela é a
“força de Coriolis” (Fc), na forma de um
“torque”, perpendicularmente à velocidade
em cada instante.
Considerando-se que a aceleração é
produzida pela força de Coriolis (centrípeta),
que tende a desviar a partícula em
movimento para a direita(esquerda) no
hemisfério Norte(Sul), como resultado
teremos essa partícula deslocando-se em
círculos, com período inercial, definido por:
T = 2π/f
Onde f = 2Ωsinϕ é a taxa de rotação em
torno de um eixo vertical local (Vorticidade
Planetária), usualmente denominado de
“Parâmetro de Coriolis”.
v
Fc
Ω - Veloc. angular da Terra
ϕ - Latitude
Fluxo Geostrófico
No interior de oceano, i.e., abaixo dos 100 m de profundidade de e
aproximadamente a 100 km longe da costa, onde as forças de atrito
podem ser negligenciadas, a circulação média (fluxo básico e
estacionário) é determinada pelo equilíbrio entre a força de gradiente de
pressão e a força de Coriolis.
Esse equilíbrio é conhecido como fluxo geostrófico. Nesse tipo de fluxo,
as partículas deslocam-se ao longo das isóbaras (linhas de pressão
constante), com a alta pressão a sua esquerda(direita) no hemisfério
Sul(Norte). Como a pressão a uma dada profundidade é determinada
pelo peso da coluna d’água acima, regiões de alta e baixa pressão são
equivalentes a nível de mar alto e baixo, respectivamente.
Portanto, os fluxos geostróficos estão relacionados à forma da
superfície do mar.
P1 P
2
fgp
Δ P
î
ĵ
x
z
Ajuste geostrófico (Hemisfério Sul)
Ajuste geostrófico (Hemisfério Sul)
î
ĵ
x
z
. . fcfg
p
fgpfc fc
fgp
fc
fgp
fgp
fc
Correntes Equatoriais
Lei da Conservação da Massa
Na ausência de fontes ou sumidoures de matéria, a massa de uma sistema
isolado é constante.
Considerando que massa = densidade X volume, então a lei da
conservação da massa pode ser escrito como conservação de densidadade:
∂(ρ)
∂ t+ v ∙ ρ = 0
A Equação da Continuidade
A água é um fluido
praticamente
incompressível.
Assim, fica como exercício
demonstrar que, assumindo
incompressibilidade, a
conservação da massa
corresponde à Equação da
Continuidade de Volume:
Div = 0
ou
v
∂x
∂u
∂z
∂w
∂y
∂v= 0+ +Div v = 0 para um fluido
incompressível significa que a somatória
dos fluxos entrando e saindo de um
volume constante é igual a zero
IOF1223
Aula04
Interpretação dos termos não-lineares,
cascata de energia; viscosidade
turbulenta. Dinâmica de Ekman
Principais forças no estudo da Circulação Oceânica em Grande Escala
fgp = força devido a gradientes de pressão
fcor = “força de Coriolis”
grav = força da gravidade (atração da Terra)
fric = forças de atrito ou fricção
maré = força das marés (orígem astronômica)
= ( fricgravfcorfgp )/mmaré+ + + + )
Atrito ou Viscosidade em Fluidos
Movimento em escala
molecular
Movimento em escala
macroscópica
50km1μm
Uma questão importante:
Muito embora a viscosidade molecular
seja, em última instância, a
responsável pela dissipação do
momento e energia cinética, seu efeito
direto sobre o movimento em larga
escala é desprezível.
Como pode, ainda assim, a
viscosidade molecular ser importante?
A energia cinética transferida do vento ao
oceano, produzindo movimentos em
grande escala. As interações não-lineares
transferem a energia desde as grandes
escalas até o nível molecular, onde é
finalmente transformada em calor pela
viscosidade molecular.
O conceito da Cascata de Energia
Essa transferência de energia através das interações não-lineares é
denominada “Cascata de Energia”, e constitui mecanismo
fundamental no balanço de forças responsável pelo movimento dos
oceanos.
Viscosidade Turbulenta
Distribuição de Energia Cinética Turbulenta nos oceanos.
Distribuição de
Fitoplâncton e
Zooplâncton são
intimamente
relacionados filamentos
de vorticidade relativa
negativa na camada
eufótica.
Tensões de Reynolds e Viscosidade Turbulenta
Na lista de xercícios No. 1 você vai demonstrar que o efeito da
não- linearidade pode ser parametrizado da seguinte forma:
Dinâmica de Ekman e Ressurgência Costeira
1893 -1896 - Nansen chegou até 86o 14’ N e
deixou seu navio, FRAM, ser aprisionado pelo gelo. Fram preso no gelo
Fridtjof Nansen
Deriva de Ekman
• Nansen notou que o movimento do bloco de
gelo ao qual estava preso o FRAM aconteceu
em uma direção entre 20 – 400 à direita do
vento.
• Nansen imaginou que esse movimento era
devido ao balanço entre fricção, tensão de
cisalhamento do vento e força de Coriolis.
• Ekman fez a matemática…
Deriva de Ekman
Movimento à direita do vento !
Resulting
velocity
Ekman demonstrou que a
deriva do gelo resultou de um
balanço entre: Tensão do
vento, viscosidade turbulenta
vertical e a Força de Coriolis.
Dinâmica de Ekman
Considere as equações do momentum, incluindo os termos
de viscosidade turbulenta:
Aqui estamos considerando a forma dinâmica dos
coeficientes de viscosidade turbulenta (já divididos pela
densidade).
Dinâmica de Ekman
Dinâmica de Ekman
Dinâmica de Ekman
Dinâmica de Ekman
A Camada de Ekman
Correntes oceânicas nos primeiros 150 m do oceano são diretamente afetadas pelo
vento, i.e., transferem momento da atmosfera para o oceano.
O equilíbrio de forças envolve então forças de atrito que causam desvios no fluxo
geostrófico, fazendo com que as parcelas de água cruzem as isóbaras, deslocando-se
de uma região de alta pressão para uma de baixa pressão.
A camada na qual o fluxo é não-geostrófico é conhecida como a camada de Ekman de
superfície. Esse tipo de fluxo é também encontrado na literatura como “fluxo
ageostrófico”.
A direção de deslocamento da parcela de água na camada de Ekman de superfície
varia com a profundidade, formando a espiral de Ekman de superfície. Após
alcançado o estado estacionário, dois resultados destacam-se como os mais
importantes na dinâmica de Ekman (superfície):
(1) O transporte líquido na camada de Ekman é perpendicular à direção do vento,
sendo para à direita(esquerda) no hemisfério Norte(Sul);
(2) A velocidade da corrente na superfície está a 45° à direita(esquerda) da
direção do vento no hemisfério Norte(Sul).
Espiral de Ekman• Ekman encontrou uma
solução exata para a
estrutura da espiral.
• A camada de controle
friccional é denominada
“Camada de Ekman”
(~50m).
• Os detalhes da espiral não
são tão importantes quanto
o seu efeito integrado na
vertical.
Ressurgência Costeira
Análise de Escala
Vamos começcar com as Equações primitivas de “Navier-
Stokes” para o oceano em um planeta esférico, com rotação,
considerando-se apenas a componente z da “Força de
Coriolis” e o atrito parametrizado pelos coeficientes horizontal
e vertical de viscosiade turbulenta:
Para completar o conjunto de 4 equações com 4 variáveis,
consideremos também a Equação da Continuidade de
Volume:
Análise de Escala
Defina as “Escalas Características” do movimento:
U = escala característica de velocidade horizontal;
W = escala earacterística de velocidade;
L = escala característica de comprimento horizontal;
H = escala característica de comprimento vertical;
T = escala característica de tempo;
P = escala característica de pressão;
Considere uma corrente típica no
oceano, na qual a componente do
movimento vertical é muito
inferior à horizontal.
Vamos agora introduzir um conjunto de variáveis não-
dimensionais, de ordem 1, obtidas pela divisão das variáveis por
sua escala característica:
(x', y') = (x, y)/L
(u', v') = (u,v)/U
z'=z/H
w' = w/W
t' = t/T
p' = p/P
Com essas definições podemos escrever:
x = Lx'; y = Ly'; z = z'H; u = u'U; v = v'U; w = w'W;
T = t'T; p = p'P
Cada variável com
“linha” é de O(1),
isto é, seu valor está
entre zero e 1.
Após substituir nas equações cada variável pelo produto de sua
correspondente não-dimensional (') pela escala característica, a
equação da continuidade fica:
Como os valores entre parênteses são todos de O(1), as magnitudes de
cada termos são determinadas por seus coeficientes formados pelas
escalas características. Ou seja:
Onde,
0 ∂u'
∂x'
∂v'
∂y'
∂w'
∂z'= + +
W
H
U
L
U
L
W
H= W=
H
LU W W= U W δ
δ =H
Lé a razão de aspecto do movimento.
Após a “não-dimensionalização”, a componente x da equação do
momentum fica escrita na forma:
onde ω0 é igual a 1/T, ou seja, a escala característica de frequência do
movimento.
Nessa equação nós assumimos que em uma primeira aproximação, o
balanço dominante é o equilíbrio geostrófico, para o qual:
P = ρfLU
Dividindo todos os termos dessa equação por fU, e definindo:
Temos:
Forma não-dimensional da equação do Momentum:
Modelos Lineares da Circulação Oceânica
Em grande escala (escalas das bacias oceânicas), as dimensões
horizontais dos movimentos são da ordem de centenas a milhares de
quilômetros (10⁵ → 10⁶ m), enquanto que a magnitude das
velocidades são da ordem de 10 centímetros por segundo (10⁻1m/s).
Isso implica que:
RO → 0
Como já foi comentado, neste curso estamos interessados em
estudad movimentos com períodos muito mais longos do que
que o período inercial. Isto é, frequências muito menores do que
a frequência inercial:
f → 0
ω0
Modelos Lineares da Circulação Oceânica
Em grande escala, portanto, a forma não-linear das componentes
x e y da equação do movimento ficam reduzidas a:
Reescrevendo-as na forma dimensional temos:
Forma não-dimensional da equação do Momentum:
Para a componente z assumimos a aproximação hidrostática:
∂p
∂z - ρg0 = -
E, fechando o conjunto de 4 equações, temos a equação da
continuidade de volume:
Equações integradas verticalmente.
η
ηB
H
z
z = 0
z = -H
x
Considere a intetgral ds equações do movimento, desde o fundo (z
= - H - ηB) até a supefície (z = η), node ηB e η correspondem à
topografia de fundo e à elevação da superfície.
z = - ( H + ηB)
z = η
( ) dz
Vamos assumir o fundo plano (ηB = 0) e utilizar as definições:
Considerando que os produtos da pressão na superfície pelos
gradientes horizontal da elevação da superfície sejam desprezíveis,
comparados com o primeiro termo do segundo membro, e levando em
conta que o fundo é planto, temos: o
A integral da Equação da continuidade nos dá:
Multiplicando por ρ:
Considerando w w
A forma final das equações integradas fica:
Equação da Vorticidade:
Rotacional da Tensão de Cisalhamento do Vento
Rotacional do transporte integrado
Rotacional da Tensão de Cisalhmento devido ao
atrito de fundo
Adveção meridional de vorticidade planetária;
Vorticidade associada ao Rotacional do vento;
Vorticidade devido a variação espacial do atrito com o fundo
Vorticidade devida a cisalhamento horizontal de velocidade
A equação da vorticidade expressa o balanço entre variação de
vorticidade planetária devido a movimetos na direção norte-sul e as
vorticidades associadas a cisalhamentos laterais do vento, do atrito com o
fundo e da velocidade horizontal.
Interpretação física da Equação da Vorticidade
Modelos Homogênios Lineares da Circulação
Forçada pelo Vento
O “Regime de Sverdrup” é Caracterizado pelo balanço entre a
advecção meridional de vorticidade planetária e a vorticidade
associada com o rotacional da tensão de cisalhamento do
vento
Para resolver este problema,
Sverdrup (1947) assumiu uma
distribuição de vento zonal, dada
por:
O Modelo de Sverdrup (1947)
Substituindo essa expressao na equação referente ao regime
de Sverdrup, temos:
Como esse fluxo integrado verticalmente é horizontalmente
não-divergente:
Por se tratar de um fluxo horizontalmente não-divergente, é
possível definir uma função de corrente ψ, tal que:
A integração dessas duas derivadas entre um ponto qualquer
no interior, x, e o contorno leste, x=L, resulta na seguinte
expresão: 0
O transport no contorno leste é nulo.
O Modelo de Stommel (1949)
Em seu famoso paper, publicado logo após o final da Segunda Guerra Mundial,
Stommel responde pela primeira vez uma questão que há muito tempo intrigava
os estudiosos dos oceanos: Por que as correntes dos lado oeste do oceano são
mais intensas?
Sua hipótese básica foi inserir o atrito no balanço de vorticidade, na forma de
uma “lei de arrasto linear” para o atrito com o fundo.
Considerando a mesma distribuição de vento
adotada por Sverdrup, a equação da vorticidade
em termos da função de corrente pode ser escrita
na forma:
Solução:
Esta solução pode ser reescrita na forma:
Onde: e
westerlies
trades
Nesse caso, as linhas de corrente
apresentam uma assimetria zonal,
com intensificação das correntes
do lado leste do oceano.
No interior o balanço de forças se
resume ao regime de Sverdrup.
Entretanto, em uma estreita
camada próxima à fronteira oeste,
o balanço se resume a:
Solução de Stommel para o Atlântico Norte
A Camada de Contorno Oeste
Solução de Stommel para o Atlântico Norte
O Modelo de Munk; O Modelo viscoso
não-linear de Moore
A forma final das equações integradas fica:
Equação da Vorticidade:
Rotacional da Tensão de Cisalhamento do Vento
Rotacional do transporte integrado
Rotacional da Tensão de Cisalhmento devido ao
atrito de fundo
Adveção meridional de vorticidade planetária;
Vorticidade associada ao Rotacional do vento;
Vorticidade devido a variação espacial do atrito com o fundo
Vorticidade devida a cisalhamento horizontal de velocidade
A equação da vorticidade expressa o balanço entre variação de
vorticidade planetária devido a movimetos na direção norte-sul e as
vorticidades associadas a cisalhamentos laterais do vento, do atrito com o
fundo e da velocidade horizontal.
Interpretação física da Equação da Vorticidade
Modelos Homogêneos Lineares da Circulação
Forçada pelo Vento
A exemplo de Stommel, Munk também inclui o efeito friccional no balanço de
vorticidade. Só que neste caso, ele assumiu que a viscosidade turbulenta
horizontal seria o mecanismo predominante, tendo em vista a existência de uma
camada de contorno oeste com cisalhamento horizontal de correntes.
O Modelo de Munk (1950)
Usando novamente a definição de função de corrente temos:
onde:
Munk usou a mesma distribuição de vento de
Sverdrup e Stommel:
O Modelo de Munk (1950)
Solução:
Oct/2001
Interpretação da Solução de Munk:
Con
tinen
te
Con
tinen
te
Camada de contorno oeste Camada de contorno leste
Interpretação da Solução de Munk:
Figura do paper original de Munk
Como esses modelos se comparam com a realidade?
Desde há muito tempo,
através do conhecimento
associado com as navegações,
já se tinha uma idéia do
padrão geral da Circulação
dos oceanos.
Figuras baseadas em dados de
deriva de navios mostram a
existência dos giros
subtropicais.
Como esses modelos se comparam com a realidade?
Entretanto, ao contrário do padrão
mostrado pelos modelos de Sverdrup,
Stomme e Munk, no mundo real esses
giros subtropicais a apresentam uma
assimetria norte-sul, além da
intensificação oeste.
No mundo real, as correntes são mais
intensas no canto sudoeste, no
hemisfério sul, ou no canto noroeste,
no hemisfério norte.
Voltemos à Análise de Escala:
Temos:
Após dividir a forma não-dimensional da componente x da
equação do momento por fU, e definindo:
Temos três parâmetros importantes:
Número de Rossby (Ro = U/fL): Representando a
importância dos termos não-lineares;
Número de Ekman horizontal (EH
=AH
/ρfL2):
Representando a importância do atrito com o fundo; e
Número de Ekman vertical (EV=A
V/ρfL2):
Importância do atrito lateral.
Podemos definir um quarto:
Número de Reynolds: Re = Ro/EH
= ρUL/AH
Valores típicos no Oceano (em grande escala):
1) Número de Rossby (Ro = U/fL): Representando a
importância dos termos não-lineares;
2) Número de Ekman horizontal (EH
=AH
/ρfL2):
Representando a importância do atrito com o fundo; e
3) Número de Ekman vertical (EV=A
V/ρfL2):
Importância do atrito lateral.
No Interior do oceano, isto é, longe dos contornos, tanto o
número de Rossby quanto os números de Ekman são muito
pequenos, o que levou Sverdrup a desconsiderar os termos
advectivos e de viscosidade no fundo e lateral (balanço de
Sverdrup).
Próximo ao contorno oeste, como o atrito é proporcional à
velocidade, pode-se mostrar que o número de Ekman
horizontal (EH
) é da ordem de 1.2.
Isso implica a necessidade de se considerar os termos de
atrito (Stommel & Munk).
Na camada de contorno oeste, usando valores típicos do oceano:
Re é aproximadamente igual a 2! ou seja, se os efeitos não-
lineares são tão ou até mais importantes que o atrito nas
proximidades da borda oeste do giro.
Durante a década de 50 e o início dos anos 60 do século XX,
vários esforços foram feitos na tentativa de se obter um modelo
incluindo também a não-linearidade. Os principais foram:
- Modelo de Fofonoff (1954)
- Modelo de Charney (1955)
- Modelo de Moore (1963)
Os dois primeiros foram modelos puramente inerciais (sem
viscosidade), enquanto que o do Moore incluia os efeitos viscosos
e não-lineares.
Modelo de Fofonoff (1954)
Considerou o balanço de forças apenas entre termos advectivos,
Coriolis e gradiente de pressão (nenhum tipo de atrito):
O resultado, para o Atlântico
Norte, mostra dois giros
(anticiclônico e ciclônico), com
assimetrias norte-sul. Ou seja,
o giro anticiclônico teria uma
intensificação ao norte.
Modelo de Charney (1955)
Similar ao modelo de Fofonoff, só que com duas camadas
O principal resultado de Charney
foi mostrar que a correne de
contorno oeste (Gulf Stream) se
separa da costa, na latitude de Cape
Hateras, devido ao afloramento da
termoclina nessa região.
Modelo de Moore (1963).
Moore considered both non-linearity and lateral viscosity,
partindo das seguintes equações:
Equação da vorticidade:
Resultado mostra a intensificação no
canto noroeste do Atlântico Norte.
Esta equação estabelece que variações de
vorticidade absoluta ao longo de linhas de
corrente são balanceadas pela vorticidade do
vento e do atrito lateral.