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Contributo da protecção passiva
para a segurança contra incêndio
em edifícios
Carlos Ferreira de Castro
30 Setembro 2014
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Protecção passiva
O que é a protecção passiva contra incêndio?
Conjunto integrado de meios físicos de um edifício que:
• Limitam as consequências de incêndios que possam
ocorrer (não os evitam!)
• Desempenham outras funções no edifício para além das de
protecção contra o risco de incêndio
• Em regra, não consomem energia
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Protecção passiva - Objectivos
Objectivos - Perante um eventual incêndio:
• Limitar a potência do incêndio
• Limitar o número de pessoas afectadas
• Limitar a área afectada
• Facilitar a intervenção das equipas de segurança do edifício e
dos bombeiros
Naturalmente que estes objectivos não são atingidos apenas
através da protecção passiva:
A segurança contra incêndio em edifícios baseia-se
num sistema integrado de medidas de prevenção e
protecção (passiva e activa)
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Protecção passiva
Exemplos de meios de protecção passiva:
• Condições de implantação dos edifícios
– Acessibilidade para os meios de socorro dos bombeiros
– Limites à propagação de incêndios pelo exterior
• Resistência ao fogo de elementos estruturais e de
componentes de infra-estruturas
• Meios de compartimentação ao fogo
• Reacção ao fogo de materiais (revestimentos, etc.)
• Meios de evacuação
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Implantação:
• Limites à propagação de incêndios pelo exterior
− Contiguidade
Protecção passiva
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– Confronto
– Desenvolvimento vertical
Figuras - Fonte: www.segurancaonline.com
Ângulos diedros
Vãos na mesma
prumada
Resistência ao fogo de elementos estruturais:
Protecção passiva
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Evita o colapso
total ou parcial do
edifício durante
um determinado
período de tempo
– Limita o número de pessoas afectadas
– Limita a área afectada
Facilitar a intervenção dos bombeiros
Resistência ao fogo - componentes de infra-estruturas:
Protecção passiva
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• Medida maioritariamente activa
• Aplicada a condutas de tratamento
de ar, limita a área afectada (se
associada à compartimentação ao
fogo)
Conduta de ar não protegida - o seu
colapso eliminou a função de isolamento
de uma parede resistente ao fogo
Protecção passiva
Compartimentação ao fogo:
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• Isolamento entre usos distintos
• Isolamento entre pisos e locais de
risco de incêndio
• Protecção das vias de evacuação
• Isolamento de canalizações e
condutas
• Fraccionamento de cargas de
incêndio elevadas
• Fraccionamento do número de
pessoas a evacuar
Protecção passiva
Compartimentação ao fogo – Objectivos:
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• Limitar o número de pessoas afectadas
• Limitar a área afectada
• Facilitar a intervenção dos bombeiros e
das equipas de segurança do edifício
• Limitar a potência do incêndio
Os bombeiros (e as equipas de intervenção) :
• Posicionam o meios de ataque a um incêndio
entre a «ameaça» e os «bens a proteger»
• Lançam as operações de combate a partir de
fronteiras de compartimentação ao fogo
Protecção passiva
O atravessamento de elementos resistentes ao fogo por
canalizações e condutas de instalações técnicas de um
edifício não pode pôr em causa essa resistência ao fogo.
Assim, essas canalizações e condutas:
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• Ou possuem uma resistência ao fogo adequada
• Ou são alojadas em ductos protegidos
• Ou dispõem de meios de protecção nos
atravessamentos:
– Selagens;
– Golas intumescentes;
– Registos resistentes ao fogo;
– Etc.
Protecção passiva
Compartimentação ao fogo e a segurança:
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• A circunscrição de um incêndio num edifício é
significativamente facilitada se existirem boas condições
de compartimentação ao fogo
• A compartimentação ao fogo, em especial a
compartimentação geral, constitui o suporte mais
relevante de toda estratégia de segurança num edifício
• Também constitui uma boa base para estruturar a
estratégia e táctica de intervenção dos bombeiros no
combate a um incêndio num edifício
Protecção passiva
Reacção ao fogo – aplica-se essencialmente a:
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• Elementos de revestimento (tectos, paredes e pavimentos)
• Mobiliário fixo e elementos de decoração
• Condutas
Principais objectivos:
• Limitar a potência do
incêndio e a emissão de
produtos perigosos
• Facilitar a intervenção dos
bombeiros e das equipas
de segurança do edifício
Protecção passiva
Meios de evacuação - Função:
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• Garantir a evacuação segura dos
ocupantes de um edifício ameaçados
por um incêndio
Objectivo:
• Limitar o número de pessoas afectadas
E, em complemento:
Facilitar a intervenção dos bombeiros
Protecção passiva
Meios de evacuação – aspectos a atender:
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• Saídas dos locais – número, largura, distribuição
(distâncias a percorrer) e características das portas
• Vias horizontais de evacuação – largura, distâncias a
percorrer, características construtivas das vias e sistemas
de segurança de que dispõem
• Vias verticais de evacuação – número, largura,
características construtivas das vias e sistemas de
segurança de que dispõem
• Zonas de refúgio – localização, características
construtivas e sistemas de segurança de que dispõem
Protecção passiva
A concluir:
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• Os meios de protecção passiva são medidas
estruturantes de todo o sistema de segurança contra
incêndio de um edifício
• O desempenho dos meios de protecção passiva é
insubstituível numa solução de segurança
• A intervenção dos bombeiros no combate a um incêndio
num edifício não deve ignorar a solução de protecção
passiva existente nesse edifício
• O termo «passivo» é ilusório pois as medidas de
protecção passiva necessitam de «manutenção» no
decurso da exploração de um edifício