Post on 18-Dec-2014
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Escola Secundária da Ramada - Ano letivo 2013/2014
Padre António Vieira (1608-1697)
Contexto histórico
11.º ano
Setembro/Outubro de 2013
Objetivos
• Relacionar dados biográficos do Padre António Vieira com a história de
Portugal e do Brasil;
• Caraterizar o século XVII europeu e demonstrar a importância fundamental
do sermão;
• Comparar os cânones artísticos do Renascimento com os do Barroco;
• Relacionar a conjuntura histórica do século XVII com algumas caraterísticas
da arte barroca.
● Nasceu em 1608
● Aos 7 anos vai com os pais para a Baía (na altura, capital do
Brasil), cidade onde o pai exerce a função de secretário da
Governação.
● Com 15 anos foge aos pais e ingressa na Companhia de
Jesus.
● Aos 18 anos já tinha a seu cargo a cadeira de Retórica.
● Com 27 anos recebe ordens e inicia a sua carreira de
pregador.
● Faz o sermão Pela vitória das nossas armas, exortando os
colonos portugueses a opor-se ao ataque e ao domínio dos
holandeses.
● Em 1641 vem a Lisboa trazer a adesão da colónia a D. João
IV. Torna-se o pregador mais famoso da corte.
● No decorrer da sua vida, tem constantemente uma intensa
atividade diplomática e de missionação no Brasil, morrendo na
cidade da Baía com 89 anos.
Que se passa em Portugal ao longo da sua vida?
Portugal e o problema da crise dinástica
União dinástica ou Domínio Filipino
1581 - 1640
(1527-1598)
Filipe II de Espanha
(1578-1621)
Filipe III de Espanha
Filipe IV de Espanha
(1605-1665)
A Restauração da Independência
1 de dezembro de 1640
D. João IV
(1604-1656)
João IVAfonso VIPedro IIJoão VJosé I
Maria I João VI
Pedro IV Miguel I Maria II Pedro V
Luís ICarlos I
Manuel II
Reis da dinastia de Bragança
(1640-1910)
Ataques dos holandeses ao Brasil durante o domínio filipino
Território ocupado pelos holandeses
Para além dos Descobrimentos e do Renascimento (séculos XV e XVI), que outro
acontecimento importante se situa no século XVI?
Um acontecimento que vai marcar profundamente a História dos séculos XVI e XVII?
Uma pista… Quem a quer seguir?
Reforma e Contra-Reforma
Criação das Igrejas Protestantes
LuteranaCalvinista Anglicana
1524
1534
1536
Século XVI
Reação da Igreja Católica
Concílio de Trento (entre 1545 e1563)
Reafirmação dos princípios fundamentais
Renovação interna
Contra-Reforma
Index
Inquisição
Companhia de Jesus
(1534)
(Tribunal da Igreja, criado em 1184 e reativado no século XV)
Século XVII
Revolução científica
Perseguições feitas pela Inquisição
Quem está a ser ouvido?
Papel fundamental dos sermonários
“A multidão rude e néscia deve ser conquistada com amplos discursos;
por isso, para que ela não só saiba e compreenda, mas também faça o
que nós queremos, é preciso aterrorizá-la e comovê-la, não apenas com
silogismos, mas também com os afectos e com grande ardor de
eloquência: e isso não requer uma argumentação breve e restrita, mas
áspera, veemente e copiosa”.
Frei Luís de Granada, in O Homem Barroco, p. 120
SÉCULO XVII
Guerra dos 30 anos (1618-1648) é a denominação genérica de uma série de guerras
que diversas nações europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na
Alemanha, por motivos variados: rivalidades religiosas, políticas, dinásticas, territoriais
e comerciais.
As rivalidades entre católicos e protestantes foram gradualmente transformadas numa
luta europeia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa direta da guerra, ela
envolveu um grande esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a
força da dinastia dos Habsburgos, que dominavam grandes regiões da Europa.
As hostilidades causaram graves problemas económicos e
demográficos na Europa e tiveram fim com a assinatura, em 1648,
de alguns tratados que, em bloco, são chamados de Paz de
Vestefália.
Quase todos os países europeus estiveram envolvidos, direta ou
indiretamente. O seu fim marca o início da hegemonia francesa na
Europa e o declínio do poder dos Habsburgos.
Os efeitos devastadores da guerra fizeram-se sentir ainda na
segunda metade do século.
Que reflexos tem esta conjuntura na Arte?
Século XVII - O Barroco
Caraterísticas gerais comuns a todas as formas de arte barroca
● Oposições dualistas, antíteses violentas e exaltadas (exaltação da
estética do grotesco, do horrível, do macabro).
● Antinomias entre o espírito e a carne; espiritualismo e sensualismo
confundem-se constantemente.
● Temas recorrentes: fugacidade, ilusão da vida e das coisas
mundanas (as motivações religiosas são bem evidentes – trata-se
de lembrar ao homem que tudo é vão e efémero à superfície da
terra; é preciso procurar uma realidade suprema).
● Recurso a símbolos em que figuram elementos evanescentes,
instáveis e efémeros, ondeantes e fugidios: a água e a espuma, o
vento, a nuvem e a chama, a mariposa, a ave e o fumo, o momento
de transição.
● Traços estilísticos: metáfora, hipérbole, repetição, anáfora,
antítese violenta.
Século XVIIO Barroco - Arquitetura
O David renascentista Miguel Ângelo (1475-1564)
O David barroco Bernini (1598-1680)
http://www.youtube.com/watch?v=1FdVozDscWY
O Rapto de Proserpina
Gian Lorenzo Bernini
1621-1622
Mármore
http://www.youtube.com/watch?v=eElJfKlqzTE&feature=watch-vrec
Apolo e Dafne
Gian Lorenzo Bernini
1622-1625
Mármore
Miguel Ângelo
Renascimento
Pietà
(1475 – 1564)
Mármore
O êxtase de Santa Teresa de Ávila
Bernini
Barroco
http://www.youtube.com/watch?v=W5PCg9v8Z0g
Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma
Em síntese
“Vieira atravessou quase um século muito fustigado por
várias catástrofes e rasgado por grandes inovações (…).
Foi um período que nasceu assistindo a uma certa
supremacia do mundo ibérico e que definhou dominado pela
emergente holanda, porventura a grande potência
económica do tempo, pela França de Luís XIV, e pela
Inglaterra”.
No plano dos códigos estéticos foi o século do Barroco,
tendência que se infiltrou nas artes plásticas, na música, na
literatura, no vestuário, nos comportamentos cortesãos, nas
formas de religiosidade e que se pautou por ser mais sensitiva
do que racional, mais desmesurada do que contida, mais
metafórica do que realista, mais ondulante do que retilínea, mais
colorida do que acromática, mais espetacular do que sóbria”.
(Plural 11, p.79)
Os sermões do Padre António Vieira inserem-se muito nesta
estética barroca.