Post on 14-Jun-2015
Consumo alienado X
Consumo consciente
Cidadania ambiental
Alienado é o oposto de consciente.
É algo ligado ao irresponsável para com a vida e com o meio em que nós vivemos.
A alienação é perfeitamente aceitável para as pessoas que foram educadas ignorando
determinados valores.
Loja/pousada em Tiradentes.
Cenas do filme: “O dia em que a terra parou” original de 1951
Falar em cidadania ambiental requer antes de tudo pensar em
o que é ser cidadão.
Qual é a parte de nossa história, assim como o significado que se
tem sobre a vida.
Sentidos e significados são tão importantes para definir a nossa
existência que encontramos nestes algumas razões para sermos do jeito que somos.
Nós somos filhos de uma cultura.
Pensamos o que nossa cultura define como certo e errado e por
este motivo é tão difícil para muitos
pensar ao contrário.
Cenas do filme : “Os Deuses devem estar loucos”
Tudo que era simples e tão primitivo tornou-se
mais fácil e atrativo com a modernidade.
Tudo que era saudável virou produto em
série, mas nem tão saudável.
Tudo que era retornável virou descartável. Nada era lixo. Tudo virou lixo. O que se deteriorava com algum tempo agora acaba em pouco tempo, porém para se
deteriorar... Demora séculos.
O mundo mudou. Os homens mudaram. A Terra está sendo
mudada.
Cenas do filme: “Matrix”
Tudo que era simples e tão primitivo tornou-se mais fácil e atrativo com a modernidade. Tudo que era saudável virou produto em série, mas
nem tão saudável.
Não conseguimos mais enxergar a beleza das
coisas simples que não sejam
eletroeletrônicos-descartáveis-tóxicos e
não recicláveis.
Um simples leite que era entregue na garrafa de vidro ou na botija de alumínio agora deve ser em
embalagens metálico-plásticas, o suco de uma fruta natural, sem conservantes, aromatizantes, acidulantes agora é coca-cola em pets e a roupa de algodão ou linho não é mais interessante que
os sintéticos.
O caminhar não pode mais ser ao ar livre,
deve ser “in door” em esteiras de academias
refrigeradas, com músicas
esquizofrenicamente sintonizadas com telas de imagens que nada tem a ver com o som.
Nós somos filhos de uma revolução...
Somos a geração Coca-Cola. Filhos de uma ideologia consumista e essa é a nossa religião: acrítica, de um consumo desenfreado e irresponsável acreditando que ao final alcançaremos o reino dos céus. Quanto
ao nosso dever de casa... Se não fizermos...
Não teremos casa.
“Antes de aprender algo sobre a natureza, você deve aprender a respeitá-la”
A água perdeu o sabor. O silêncio é incômodo, pois denuncia nossa solidão e o estar junto, tem que
ser com o cartão de crédito.
Compreendo que vivemos em um mundo capitalista e esse mundo é movido pelo consumo, mas o que
me angustia é o estarmos consumindo sem qualquer precedente.
E o consumo é feito sem saber de seus resultados...
“Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde
possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”
Irmã Dorothy Stang
Regularizar direitos de posse das comunidades tradicionais da Amazônia na forma de territórios públicos de uso sustentável de recursos
Chico Mendes
• Nós dedicamos grande parte de nossa vida ao extrativismo. Eu faço parte do Grupo de Trabalhadoras Artesanais Extrativistas. A gente produz fitocosméticos e fitoterápicos das oleaginosas, da andiroba, do cupuaçu, da castanha e do babaçu. Então é uma utopia de vida que nós passamos a ter. É uma questão de valores mesmo. Eu também, como professora, trabalho a questão ambiental no processo educativo e pedagógico na escola da região. São coisas tão importantes na nossa vida que ainda temos motivo para lutar e para querer ficar lá no assentamento, o lugar que escolhemos para viver e para construir nosso paraíso.
• (irmã de Maria e cunhada de José Claudio)
José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva
Ele denunciava a grilagem de terras e extração ilegal de madeira,
feitas por um consórcio criminoso, e coordenava a
comunidade católica de Miritituba, em Itaituba, Pará..
João Chupel Primo.
Penso que não é justo destruir vidas. Não é justo destruirmos algo que não é nosso. Não é justo impedir que outros possam usufruir da beleza do mundo.
Não mais nos encantamos com as flores, com os Não mais nos encantamos com as flores, com os pássaros fazendo algazarra nas árvores em um pássaros fazendo algazarra nas árvores em um
fim de tarde de outono, cujo céu vermelho fim de tarde de outono, cujo céu vermelho declara o término de um dia bonito: nós vamos declara o término de um dia bonito: nós vamos
ao shopping. Um lugar estranho, sem cores ao shopping. Um lugar estranho, sem cores naturais, sem hora, sem tempo e sem história. naturais, sem hora, sem tempo e sem história.
Tudo que era simples e tão primitivo tornou-se mais fácil e atrativo com a modernidade. Tudo que era saudável virou produto em série, mas nem tanto saudável. Tudo
que era retornável virou descartável. Nada era lixo. Tudo virou lixo. O que se deteriorava com algum tempo
agora acaba em pouco tempo, porém para se deteriorar... Demora séculos.
Não pretendo fazer um levante contra “os reis” como na música ou me tornar um eremita ou morar no
meio do mato. Mudar para uma vida alternativa, não muda o curso do mundo, quando acabar talvez me faça apenas apontar para os outros como culpados.
Mas do que adianta se vou morrer também?
Podemos continuar a consumir, mas devemos fazê-lo de maneira inteligente e sustentável. Podemos continuar a construir, mas as arquiteturas devem
ser racionais e não apenas elegantes.
Podemos tomar pequenas atitudes que se somadas tornarão grandes em seus efeitos. Podemos e
devemos questionar atitudes de nossos representantes, que representam normalmente não a nós, mas a indústria e o comércio por uma
perspectiva unilateral: o lucro.
Nós somos filhos da revolução. Somos burgueses sem religião. Somos o futuro da nação. Não
apenas como grandes bebedores de refrigerante, mas programados para o consumo daquilo que a
neuro-engenharia manda.
Portanto consumir não é pecado. O pecado está em ser um consumidor alienado dos resultados de
seus atos e o pior ainda está quando temos consciência de nossos atos e contribuímos na
construção de consumidores vorazes e alienados da conseqüência de seus atos.
Não precisamos nos filiar a um partido para em nome de uma causa política partidária viramos verdes. Não
precisamos mudar nossa dieta para sermos naturebas. Mas podemos ser verdes ao tomarmos
pequenas atitudes e principalmente educarmos nossos filhos com atitudes responsáveis e de cuidado
com a nossa grande mãe: a terra.
Não podemos apenas dar um basta no crescimento industrial, mas podemos mudar o tipo de desenvolvimento. O
desenvolvimento deve ser sustentável. Isso não se aplica a indústria, mas a sociedade. Uma sociedade sustentável é
aquela que tem a capacidade de optar pelo tipo de crescimento que quer e precisa e conseqüentemente forçará a indústria se adaptar a essa nova perspectiva.
Em decorrência do pecado original, se o homem se redimir poderá alcançar um mundo celestial.
Se nós não cuidarmos do mundo, criaremos aqui mesmo e em pouco tempo o grande inferno, não precisando,
portanto ser julgados no dia do juízo final, pois estamos aos poucos cavando nossa própria sentença: a extinção.
Obrigado
Elielso de SousaProfessor adjunto da Escola de Ciências da Saúde
UNIGRANRIOelielso@uol.com.br
Temos que ir além da sala de aula!