Post on 08-Jun-2022
Comunicação
Empáticatransforma conflito em conexão
Stella Bittencourt – Life Strategist
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Flow
1- Objetivo
2- Introdução
3- O que é Comunicação Empática
4- Cinco componentes da
Comunicação Empática
a- observação
b- julgamento
c- emoção/sentimento
d- necessidade
e- pedido claro
5-Conclusão
Anexo
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Este e-book surgiu de uma necessidade de apresentar a Comunicação Empática: sua relevância no contexto atual,
conceitos básicos e suas origens.
1-Objetivo
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Na sociedade em que vivemos a violência é evidente. Interfere nos nossos relacionamentos, pode ocorrer em nosso meio de trabalho, ser disseminada nas redes sociais ou mesmo causar divisões inexistentes.
Violência está relacionada a “violare” - tratar com brutalidade desonrar, ultrajar.
Você conhece alguém que vive relações assim?
2- Introdução
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No entanto, precisamos realmente conviver
com a violência?
Não.
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Há formas violentas que afetam as relações humanos, que criam e fomentam relacionamentos nada saudáveis.
A forma saudável é a empática e deve advir de uma decisão consciente, uma prática contínua, que tem um passo a passo.
Falar de empatia reforça laços, a capacidade de vinculação intrínsica dos seres humanos.
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3 - O que é Comunicação Empática?
A Comunicação Empática é o “resultado”
de como nos comunicamos, baseado:
1)- nas práticas do psicólogo norte-
americano Marshall Rosenberg;
2)- nas teorias da “Abordagem Centrada
na Pessoa” do psicólogo norte-americano
Carl Rogers;
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3)- no conceito de “Ahimsa” que é mais
do que somente ausência de violência.
Significa gentileza, amizade e
consideração cuidadosa por outras
pessoas e coisas, disseminado por Gandhi
na década de 1930;
4)- nas práticas de Martin Luther King Jr.
pastor protestante, ativista político e
líder do movimento dos direitos civis dos
negros nos Estados Unidos, com uma
campanha de não violência e de amor ao
próximo na década de 1960;
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5)- nas práticas de Madiba (Nelson Mandela) que viveu em um regime de segregação racial sendo ele responsável pela refundação da África do Sul como uma sociedade multiétnica;
6)- no conceito de empatia, termo usado pela primeira vez no ínicio do século XX, pelo filósofo alemão Theodor Lipps (1851-1914) "para indicar a relação entre o artista e o espectador que projeta a si mesmo na obra de arte“;
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7)- e na presença,
escuta empática,
observação do fato,
julgamento,
na emoção/sentimento,
responsabilização,
no pedido claro,
na resposta possivel.
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A Comunicação Empáticasubstitui nossos velhos padrõesde defesa, recuo ou ataquediante de julgamentos e críticas.
Mas .... de onde veio ?
A partir da compilação deestudos teóricos colocados emprática nos processos deEstratégias de Vida (fruto de anosdo meu trabalho com pessoas nasesferas individuais e grupais), nafacilitação de processos deaprendizagem, na mediação deconflitos, estudos e práticasespecíficos sobre este tema.
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4 - Cinco componentes da
Comunicação Empática
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a-Observação
As observações devem ser “isentas” de qualquer tipo de julgamento. Deve-se evitar generalizações estáticas, transformando algo momentâneo em uma característica fixa.
Exemplo: “Ernesto é um filho problemático”, neste caso, poderiamos dizer baseado na observação que deveria ser substituído por “Ernesto às vezes tem um comportamento agressivo e isso pode causar problemas para seus familiares”.
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b-Julgamento
O termo julgamento se refere a
uma avaliação que considera uma
série de fatores ou provas para a
tomada de uma decisão.
Fazemos isso frequentemente
quando nos colocamos diante de
alguém com a possibilidade de
escuta.
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A verdade é que fomos ensinados a ouvir e não a escutar.
Qual a diferença?
O significado de ouvir remete ao sentido da audição, é aquilo que o ouvido capta.
Já o verbo escutar corresponde ao ato de ouvir com atenção.
Esse termo possui diversas acepções e vou manter neste nivel que é para não nos perdermos em considerações teórias profundas que pode ser tema de outra publicação.
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Nosso cérebro está programado para o julgamento que acontece de forma a tentarmos entender o mundo que nos rodeia em seus diversos aspectos.
Estamos equipados para análise e síntese (julgamento) e o realizamos frequentemente. Portanto, o julgamento jamais pára de acontecer pois faz parte da nossa adaptabilidade a vida.
Ao investigarmos a questão do julgamento dentro da Comunicação Empática, devemos identifica-lo. Portanto é importante dar vazão a essa leitura subjetiva da realidade para podermos distinguir o que é fato (o que o outro mostra) do que é interpretação (do que eu penso sobre isso).
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c- Emoção/Sentimento
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No processo da Comunicação Empática precisamos falar das nossas emoções e aqui abrimos uma janela enorme para um campo valorizado e com muito a explorar.
Embora sejam vistos como sinônimos, emoções e sentimentos são movimentos diferentes.
A palavra “emoção” vem do latim emovere. O “e” significa “energia” e “movere” significa “movimento”.
As emoções existem para movimentar a vida. Quando surgem podem ser percebidas como desequilíbrio quando há incongruências entre pensar, sentir e agir. Se as ignoramos geramos doenças e dores.
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A emoção é um conjunto de
respostas instintivas que
possui base biológica e
mnêmicas , que surgem diante
do estímulo.
O sentimento é uma resposta
à emoção e diz respeito a
como ela nos afeta.
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A verdade é que não estamos
acostumados a reconhecer nossas
emoções e a expressar nossos
sentimentos de maneira clara por
diversos motivos.
Algumas hipóteses são: a
vulnerabilidade que isso pode nos
fazer sentir, o medo da exposição,
a crítica, julgamento de si mesmo
e do outro.
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Para entendermos melhor a afirmação anterior, vamos a um exemplo prático:
Cleber diz que não quer participar da aula de Educação Física porque sente que é um mau jogador. Mas qual é a emoção ou sentimento nessa frase? “Mau jogador” certamente não é, pois é auto julgamento.
Então cabe uma investigação: Qual é a emoção recorrente? Tristeza? Raiva? Nojo?
A Comunicação Empática propõe uma investigação que vai além do que foi dito literalmente.
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Devemos ter a consciência de que o que os outros fazem ou
dizem pode ser um estímulo, mas nunca a causa de nossos
sentimentos.
Os nossos sentimentos são resultado de como recebemos as
ações alheias.
Distinguir com clareza a emoção e como nos sentimos é
essencial para a Comunicação Empática.
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Importante!!
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d-Necessidade
Aquilo
que
não
cessa
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Um exemplo é a fome. Sentimos fome ao acordar, nos
alimentamos e a fome passa porém algumas horas depois o
corpo sente necessidade de alimento novamente. Sabemos
que existem necessidades de outra ordem como: respeito,
acolhimento, reconhecimento, aceitação, pertencimento.
A Comunicação Empática propõe reconhecermos nossas
emoções, sentimentos e necessidades, e as emoções,
sentimentos e necessidades dos outros para então fazermos
pedidos claros de como atender as necessidades em uma
relação saudável.
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Quando identificamos e
conversamos sobre o que de
fato precisamos, de forma clara
e desassociada de culpa e
julgamento, é mais provável
que comecemos a trabalhar de
maneiras a solucionar
problemas e atender
necessidades.
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e- Pedido claro
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Após identificarmos uma necessidade, podemos realizar um pedido que enriqueça nossas vidas.
Um pedido não pode ser confundido com uma exigência.
Exemplo: quando alguém diz:
“Você sempre deixa tudo bagunçado em casa, eu quero respeito!” Essa frase contém generalizações (Você sempre deixa)/ desqualificantes (tudo bagunçado)/ e uma exigência (eu quero respeito! – com um ponto de exclamação, que denota forte emoção mas não sabemos qual).
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Empatizando com o que sinto posso dizer: “Eu sinto tristeza quando vejo você deixar seus tênis amontoados. Você poderia me dizer o que podemos fazer juntos para que isso não volte a acontecer?”
Atenção: Por mais que a prática da Comunicação Empática nos leve a compreender os outros, é importante não entende-la como permissividade.
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Conclusão
A Comunicação Empática é, em essência, uma forma de nos
conectarmos com os outros, de transformarmos conflito em
conexão para relacionamentos saudáveis e sustentáveis.
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Muito Obrigada
Gratidão aos amig@s que acolheram o convite de formar o grupo inicial de estudos e práticas e a todos os que passaram pelas oficinas e cursos sobre esse tema.
Grata a você que leu até aqui pois mostra que está realmente interessad@, ... então fique ligad@, tá no “forno” outro e-book contendo vivências para exercitarmos a Comunicação Empática em nossas vidas.
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05 - Necessidades e Pedidos
06 - As etapas da metodologia da Comunicação Empática
07 - Fato, interpretação e necessidades
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práticos para o seu dia a dia.
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Em 2010 tomei contato com um dos pilares da
Comunicação Empática, a Comunicação Não-
Violenta (CNV). Lembro-me de ter ficado
fascinada com a simplicidade do método e ao
mesmo tempo com a dificuldade de sua
aplicação. De lá pra cá, li autores discípulos de
Marshall Rosenberg, fiz parte de vários grupos
de prática onde escutava constantemente que
a CNV é um experimento em construção toda
vez que eu solicitava uma bibliografia
consistente que embasasse a prática.
Frustrata com as negativas resolvi então
contextualizar a época em que Marshall
nascera e vivera. Como era o mundo, o que
experimentou como pessoa, quais suas
formações e anseios, dificuldades e fracassos.
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Anexo
Nesse movimento fui compilando autores
que se inspiravam na sua metodologia mas
pouco acrescentavam ao que dissera
Marshall ou respondiam as minhas dúvidas.
Foi durante uma conversa com um amigo
onde tentava explicar-lhe o que é uma
comunicação baseada na presença de uma
escuta ativa foi que tive um Aha! Eu
estudara Carl Rogers na graduação da
psicologia e me lembrei de seu livro
“Tornar-se Pessoa”. Foi a partir de então
que comecei a alinhavar de forma mais
alargada as origens da Comunicação
Empática.
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A comunicação que leva em conta as
emoções, um profundo respeito a fala do
outro, uma capacidade de presença
acolhedora e a distinção do que é meu
julgamento da realidade que o outro está
me trazendo e as infinitas possibilidades de
pedidos e acordos.
Para além disso entender que a não-
violência é uma tradução reducionista de
um conceito milenar praticado por Gandhi
e que assim como Martin Luter King Jr.
alcançou feitos igualitários excepcionais e
Madiba (Nelson Mandela) pela sua origem
de etnia Xhora fez uma transição pacífica
da África do Sul pós Apartheid.
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