Compostagem e Vermicompostagem Curso

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Produzir adubo é uma prática fácil porque a matéria-prima a ser usada é obtida de resíduos orgânicos como o lixo doméstico e os restos de culturas (folhas, ramos, cascas de frutos, etc), ou seja, toda matéria que se joga fora (descarta).

Essa prática é chamada de compostagem.

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O que é compostagem?

É a produção do composto (adubo) orgânico formado por matéria orgânica (Mo) humidificada, obtida a partir da transformação (decomposição biológica) de restos orgânicos (sobras de culturas, frutas, verduras, dejetos de animais, etc.) pela ação microbiana do solo.

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O que é compostagem?Compostagem consiste num processo biológico

de decomposição controlada da fração orgânica contida nos resíduos de modo a resultar um produto estável, similar ao húmus. Este produto final, o composto, é definido como sendo um adubo preparado com restos animais e/ou vegetais, domiciliares, separadamente ou combinados, sendo considerado como um material condicionador de solos, ou seja, melhora as propriedades físicas, químicas e físico-químicas do solo.

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Ao final do processo se terá um composto de coloração escura tendendo ao preto, com pH estável próximo de 7, com cheiro de terra do mato, sem sementes de plantas daninhas e agentes patogênicos

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Porque devemos compostar?

A capacidade dos aterros é finita e os custos da sua manutenção são cada vez maiores. Quando olhamos para o nosso lixo doméstico sabemos que cerca de ¾ é composto por matéria orgânica que pode ser facilmente compostada.

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Dessa forma a compostagem se auto justifica, reduzindo o efeito nocivo que nos seres humanos causamos ao meio ambiente, este que nos proporciona nossos meios de sobrevivência.

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Materiais empregados no preparo do composto

• Dejetos de animais (estercos de galinha, gado, porco, carneiro, etc.);

• Cascas, bagaços de frutas e caroços;• Resíduos de culturas (cascas de arroz, silagem

mofada, vagem de feijão, casca de café);• Folhas e ramos de mandioca, bananeira;• Serragem e maravalha; • Restos de capim (colonião, elefante, brachiara,

quicuiu, etc).11

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Fatores que afetam a compostagem

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Fatores que afetam a compostagem

Influência da aeração: • A compostagem deve ser, de preferência, desenvolvida

aerobicamente. A eficiência dos processos aeróbios sobre os anaeróbios na estabilização de resíduos orgânicos vem cientificamente sendo comprovada; onde conclui-se que o consumo máximo de oxigênio ocorre quando a temperatura da pilha está em torno de 55ºC, fase em que torna-se necessário encontrar um mecanismo de aeração capaz de satisfazer tal demanda (revolvimento das leiras e/ou leiras com injeção de ar). Os processos anaeróbios podem provocar problemas ambientais resultantes da liberação de produtos malcheirosos, tais como, gás sulfídrico, aminas e ácidos voláteis.

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Fatores que afetam a compostagemTemperatura: A temperatura é o fator indicativo do equilíbrio biológico, o

que reflete a eficiência do processo de compostagem. O processo de compostagem pode ser dividido em quatro estágios subsequentes: mesofílico, termofílico, esfriamento e maturação final:

Durante o início do processo de compostagem os resíduos se apresentam com temperatura próxima à do ambiente (psicrofílica) e com ligeira acidez (pH em torno de 5,5). Os organismos mesofílicos, conforme vão-se multiplicando, promovem a elevação rápida da temperatura, em torno de 40º a 45ºC, acompanhada pela formação de ácidos orgânicos a partir da matéria orgânica mais facilmente degradável. Após esta fase, a temperatura se eleva, ultrapassando os 45ºC, passando a degradação da matéria orgânica pelos organismos aerobiontes termofílicos, bactérias, fungos e actinomicetos, multiplicam-se tão logo a temperatura atinja a faixa de 55º a 60ºC. 18

Temperatura:

Com a degradação da matéria orgânica existente (fonte de carbono mais disponível exaurida), a atividade biológica vai se reduzindo com a conseqüente ocorrência de menor geração de calor (a temperatura cai para valores baixos de 35º a 38ºC) havendo, portanto, um esfriamento da massa, onde começa a estabilidade. Nessa fase, os microrganismos, principalmente fungos e actinomicetos, situados nas zonas periféricas da leira reinvadem a massa de compostagem, recomeçando um ataque aos compostos mais resistentes. Os microrganismos mesofílicos tornam-se predominantes, embora a temperatura continue decrescente, até igualar-se ao ambiente. Quando a temperatura atingir a faixa de 35º C, o material deve ser posto para maturação, em pátio de cura, a fim de que continue seu processo de estabilização. Durante a maturação, os fungos e, principalmente, os actinomicetos tornam-se o grupo mais dominante, dando continuidade à degradação de substâncias mais resistentes, como a celulose e lignina.

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Controle da temperatura A temperatura ideal para a compostagem, deve ser mantida

entre a 60° a 70° C (não suportável ao tato), pois se ocorrer a variação desses limites para cima ou pra baixo, poderá ocasionar a queima ou apodrecimento do material, perdendo com isso o seu valor nutritivo para as plantas. O controle da temperatura é conseguida fazendo o reviramento periódico das pilhas de 10 em 10 dias, até que a temperatura chegue ao ideal. A medida da temperatura pode ser obtida através de um termômetro apropriado ou uma barra de ferro de +/- 1,5 metro, introduzida até o centro da pilha por 30 minutos. Ao retirá-la, fazer a medição da temperatura pelo tato.

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Fatores que afetam a compostagem

Umidade: O teor de umidade ideal dos resíduos a serem tratados, durante

o início do processo de compostagem, é da ordem de 50 a 60% (ótima 50%), e no final do processo o teor ótimo é de 30%. Altos teores fazem com que a água ocupe os espaços vazios da massa, impedindo a livre passagem do oxigênio, o que poderá causas anaerobiose no meio. Baixos teores de umidade inibem a atividade microbiológica, diminuindo a taxa de estabilização. O teor de umidade é controlado, na prática, com base na capacidade de aeração da massa de compostagem (manual ou mecânica), nas características físicas do material (estrutura, porosidade, etc.), e na necessidade de satisfazer à demanda microbiológica.

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Fatores que afetam a compostagem

Tamanho da partícula: O tamanho da partícula do material a ser

compostado é também importante, visto que, quanto mais fragmentado for o material, maior será a área superficial sujeita ao ataque microbiológico, diminuindo o período de compostagem. O tamanho ideal das partículas, em se tratando da compostagem dos RSU, deve situar-se na faixa de 20 a 50 mm.

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Fatores que afetam a compostagem

pH: O pH da massa de compostagem não é, usualmente,

um fator crítico no processo, e onde verifica-se a existência de um fenômeno de ”auto-regulação” do pH, efetuado pelos microrganismos no decorrer do processo.

Entretanto, na fase inicial da compostagem, a acidez do material tende a aumentar em virtude da formação de ácidos orgânicos, atingindo pH próximo de 4,5. Durante a compostagem, o pH tende a ficar na faixa alcalina, variando de 7,5 a 9,0; sendo na fase final em torno de 7,0.

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Fatores que afetam a compostagemRelação C/N

O equilíbrio da relação C/N é um fator de fundamental importância na compostagem, cujo principal objetivo é criar condições para fixar os nutrientes, de forma que possam ser posteriormente liberados por meio do composto. Dessa forma, para o início do processo aceita-se como ótima uma relação C/N de 30:1, o que influenciará a boa atividade biológica, diminuindo o período de compostagem; atingindo uma relação C/N de 18:1 no final do processo. Relações C/N baixas, pH acima de 8 e elevadas temperaturas, implicam na perda de 5 nitrogênio sob a forma de amônia; recomenda-se neste caso, a adição de serragem, palha, papel, entre outros, à massa a ser compostada; e se a relação C/N for alta, pode-se adicionar, por exemplo, lodo de esgoto seco e esterco.

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Tipos de composteiras

As composteiras podem ser da varias formas para atender a necessidade de quem produz o composto, podendo ser do tipo pilha, cova, caixa de madeira, de rede, caixa plástica.

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Pilha

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Cova Rede

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Caixa de madeira

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Caixa plástica

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Para realizar uma boa compostagem deve-se levar em consideração os materiais a ser utilizado, não usando somente materiais fibrosos (maior tempo de decomposição) ou esterco (decomposição acelerada).

Deve-se tem uma proporcionalidade de

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Minhocultura

• É a criação de minhocas, sob condições

controladas, com o objetivo de produzir

húmus para adubação orgânica;

• Atividade adaptada à pequena escala de

produção, por ser simples de manejar;

• Forma de geração de renda alternativa.37

Importância das minhocas

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• “O arado é uma das mais antigas e preciosas invenções do homem, mas antes da sua invenção a terra já era arada pelas as minhocas”. (Darwin)

• Aceleram o processo de humificação dos resíduos orgânicos e a atividade biológica do solo;

Importância das minhocas• Melhoria das

condições físicas, químicas e biológicas do solo;

• Recuperação de solos degradados;

• Tratamento de resíduos industriais, domésticos e agropecuários;

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Um pouco de história• Os egípcios protegiam as minhocas por lei,

pois as consideravam divinas;

• Aristóteles considerava as minhocas os “intestinos da Terra”;

• 1775 = Gilbert White fez estudos reconhecendo a importância das minhocas;

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Um pouco de história

• 1881 = Charles Darwin foi o primeiro a demonstrar a real importância das minhocas;

• 1940 = Dr. George Oliver escreve o livro “Nossa amiga, minhoca”. Mas, foi o Dr. Thomas Barrett que iniciou a criação de minhocas em cativeiro. E o Dr Henry Hopp publica “A ação da minhoca na fertilidade do solo e na produtividade agrícola”.

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Um pouco de história

• 1947 = Hug Carter inicia a comercialiação de minhocas;

• A partir disso difundiu-se a minhocultura por diversos países, como Itália, alemanha, japão...

• Em 1983, foram trazidas ao Brasil as primeiras minhocas, conhecidas como “Vermelhas-da-Califórnia”.

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Anatomia externa

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• Corpo longo e cilíndrico, dividido em segmentos, ligeiramente afunilado nas extremidades;

• Não se distingue a cabeça;

• Possuem cerdas que são utilizadas para se fixarem e auxiliam a movimentação.

Aspectos morfológicos

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Sistema Digestivo

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Aspectos morfológicos

• Respira através da pele;• Fotofóbica;• Tem capacidade de se autoregenerar;

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1. Neutralização de ácidos húmicos;

2. Absorção a partir do intestino;

3. Excreção do excesso de Ca;

4. Fixação e excreção do CO2;

5. Neutraliza elementos tóxicos

6. Regula o pH dos resíduos: atividade microrganismos;

7. Regulação osmótica e iônica celoma;

8. Regulação conteúdo de água.

Glândulas Calcíferas

Funções:

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Reprodução

• São hermafroditas, porém não há auto-fecundação;

• Adulta após aparecimento do clitelo;

• Fase adulta atingida após 40 a 60 dias;

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Minhoca adulta

Reprodução

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Reprodução

24 h

7 a 21 dias

30 a 40 dias

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Características ao escolher a espécie a ser utilizada

• Capacidade em aceitar diferentes resíduos orgânicos;• Alto consumo de alimento oferecido;• Grande tolerância às variações ambientais;• Elevados índices de reprodução e fertilidade dos

casulos;• Rápido crescimento e atingimento da maturidade

sexual;• Grande resistência a sobrevivência ao peneiramento

ou catação manual.o Cada espécie tem características particulares.

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Principais espécies utilizadas

Eisenia andrei e Eisenia fetida•Conhecidas por vermelhas-da-califórnia;•Muito bem adaptadas ao cativeiro;•Sobrevivem em ambientes com ampla variação de umidade e temperatura;•Ur = 70 a 90% •0ºC a 35ºC

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Clima temperado

Eisenia andrei e Eisenia fetida• Possuem elevados índices de reprodução;

• Chegam a consumir diariamente o seu peso em

alimento;

• Um casulo a cada 2 ou 3 dias;

• Cada casulo gera em torno de 2 a 4 minhocas;

• Período de incubação em torno de 18 a 26 dias;

• Maturidade sexual atingida ao redor de 28 a 30 dias.

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Eisenia andrei X Eisenia fetida

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• Minhoca comum;

• Europa e América do Norte;

• rompimento do solo e mistura de resíduos orgânicos;

• migratória: dificilmente permanece em canteiros;

• Suas galerias atingem 5 metros.

Lumbricus terrestris

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Allolobophora caliginosa

• Amplamente difundida na América do Norte;

• Encontrada em áreas úmidas, em jardins (outono e

primavera);

• Movimenta grandes porções de solo na região radicular;

• 5 a 20 cm de comprimento.

A. chlorotica

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Lumbricus rubellus• Minhoca louca, puladeira, minhoca de pescar;

• Origem européia;

• Adulta: coloração avermelhada tendendo ao marrom;

• Bastante prolífera: 79 a 200 cocons por ano;

• Alimento para rãs: movimentos bruscos.

Clima Tropical

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• Gigante africana;

• Isca viva para pesca esportiva;

• Adulta: 30 cm;

• Temperatura ideal: 20 a 25°

Eudrilus eugeniae

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• Minhoca do colarinho branco;

• Nativa da Índia e sudeste asiático;

• No Brasil: P. havaiana e P. defringens;

• Baixa taxa de multiplicação.

Pheretina sp.

Principais espécies: quadro resumo

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Fatores Bióticos e abióticos

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Vermicompostagem

• É uma técnica que utiliza minhocas para transformar resíduos organicos em adubo ou húmus;

• Reorganização biológica das frações de carbono dos materiais orgânicos, no qual a minhoca participa de maneira física, química e biológica, acelerando o processo por meio de trituração, enzimas e hormônios.

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• É o resultado da combinação da ação de minhocas e da microflora que habita seus intestinos, dando origem ao vermicomposto (Dutra, 2001).

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Importância da vermicompostagem

• Tratamento de resíduos da propriedade;• Obtenção de adubo de qualidade e de

baixo custo;• Técnica de transformação (reciclagem) de

resíduos orgânicos em húmus de minhoca, através do metabolismo de oligoquetas em condições controladas ou não.

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• redução em torno de 50% do lixo destinado ao aterro.

• Aproveitamento agrícola de resíduos orgânicos;• reciclagem de nutrientes para o solo;

• processo ambientalmente seguro;

• eliminação de patógenos;

• humificação mais rápida que a compostagem;

Vantagens da Vermicompostagem

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Instalações para vermicompostagem

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• Quantidade de resíduos;• Disponibilidade de mão-de-obra;• Espaço físico para o minhocário;• Para que fim vai ser a criação de

minhocas;• Em que escala pequena, média ou

grande;

Pequena escala

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Pequena escala

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Caixas de madeira

Minhocário Campeiro

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Escala média a grande

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Escala média a grande

Alimentação

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Espécies mais utilizadas

• Eisenia fetida• A espécie Eisenia foetida é uma das mais

utilizadas na vermicompostagem;• Em comparação com outras da mesma

classe, alimentam-se de resíduos orgânicos em decomposição, tendo alta capacidade em se reproduzirem quando em cativeiro, alta taxa de conversão para vermicomposto e um crescimento mais rápido.

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Cuidados diários

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