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INFORMATIVO
CONJUNTURAL
Emater – MG
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Subsecretária do Agronegócio
Nº 100 – Julho de 2013
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Sumário
PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB ......................................................................................................... 3
BALANÇA COMERCIAL ........................................................................................................................... 6
ANÁLISE DE SAFRAS ............................................................................................................................ 10
ALGODÃO .............................................................................................................................................. 13
BOI GORDO ........................................................................................................................................... 15
CAFÉ ....................................................................................................................................................... 19
FEIJÃO .................................................................................................................................................... 25
FRANGOS E OVOS ................................................................................................................................ 28
FRUTICULTURA ..................................................................................................................................... 30
MILHO ..................................................................................................................................................... 32
PEIXES ................................................................................................................................................... 34
SOJA ....................................................................................................................................................... 36
SUÍNOS .................................................................................................................................................. 39
TOMATE ................................................................................................................................................. 40
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PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB
Estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP,
com apoio financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG- e
da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA-, o Produto Interno Bruto
do agronegócio mineiro decorrente de uma taxa positiva de crescimento equivalente a 0,22% no mês
de abril que proporcionou um crescimento acumulado no primeiro quadrimestre deste ano de 0,57%,
deverá atingir R$ 152,1 bilhões em 2013 (a preços de 2013). Desse valor, R$ 89,2 bilhões ou 54,5%
serão da contribuição do agronegócio da agricultura e R$ 69,2 bilhões ou 45,5% corresponderão à
parcela advinda do agronegócio da pecuária.
Quanto à evolução dos segmentos que formam o PIB, o estudo do Cepea destaca que o
agronegócio da agricultura experimentou, respectivamente, quedas de 0,10% no mês de abril e de
0,98% no acumulado do ano. Essa má performance da agricultura é explicada pela forte variação
negativa do segmento de Insumos que recuou 0,99% abril e acumulou decréscimo de 3,69% nos
primeiros quatro meses do ano e, também, pelas variações negativas do segmentos relativos ao
Processamento e Distribuição que apresentaram, respectivamente, taxas negativas de 0,22% e 0,09%
em abril e 1,02% e 0,89% nos primeiros quatro meses de 2013. A exceção ficou por conta do segmento
Básico que pela primeira vez revelou taxa positiva de 0,33% em abril, mas que não conseguiu reverter
a queda acumulada no ano que registrou recuo de 0,45%.
No agronegócio da pecuária, houve avanço de 0,61% em abril, o que levou o resultado positivo
anual para 2,51% (contra 1,89% acumulada até o primeiro trimestre). No segmento de Insumos, único a
apresentar retração nesta cadeia, houve declínio de 0,21% em abril e de 0,58% no ano. Os segmentos
Básico, Indústria e Distribuição registraram em abril, respectivamente, taxas positivas de 0,52%, 1,42%
e 0,77%, no ano avanços de 2,25%,5,33% e 3,10% (Figura 1 e Tabelas 1 e 3).
No âmbito do agronegócio consolidado, o Cepea revela que o agronegócio mineiro apresentou
crescimento de 0,22% em abril, levando a 0,57% o avanço da renda em 2013. No entanto, em que pese
Superintendência de Política e Economia Agrícola
E-mail: spea@agricultura.mg.gov.br (31) 3915-8603 - Belo Horizonte/MG
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este resultado positivo, em termos de comparação com o ano passado, Minas Gerais apresentou
redução de sua participação no PIB do agronegócio nacional, visto que em 2012 sua parcela na renda
nacional era de 14,49% e neste ano registra 14,19%, considerando o PIB a preços de 2013.
Por último, no que tange às participações dos segmentos na geração da renda do agronegócio
estadual, os percentuais são os seguintes: Insumos: 6,0%, Básico 37,0%, Indústria: 26,0% e
Distribuição: 31,0%.
Na renda da agricultura, as contribuições dos segmentos foram: Insumos: 5,0%, Básico: 22,0%,
Indústria: 41,0% e Distribuição: 32,0%.
Quanto ao setor da pecuária, as participações relativas dos segmentos na geração da renda bruta
setorial, foram: Insumos: 7,0%, Básico: 57,0%, Indústria: 7,0% e Distribuição: 29,0%.
Figura 1 – Taxas de Crescimento do PIB do Agronegócio em Abril de 2013 (%)
Fonte: CEPEA-USP/FAEMG/SEAPA
-1,50%
-1,00%
-0,50%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio
Pecuária Agricultura Agronegócio total
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Tabela 1 – Taxas de crescimento mensais e acumuladas do PIB do agronegócio de Minas Gerais em 2012 e 2013 (%)
AGRONEGÓCIO
INSUMOS BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO AGRONEGÓCIO TOTAL
abr/12 0,47 -0,09 -0,57 -0,32 -0,24
mai/12 1,68 0,02 0,54 0,27 0,33
jun/12 -1,62 0,22 0,51 0,40 0,22
jul/12 -2,26 1,04 -1,90 -0,41 -0,33
ago/12 0,56 0,48 -0,26 0,12 0,20
set/12 -0,38 0,32 -0,42 -0,03 -0,01
out/12 0,71 1,09 -0,71 0,24 0,38
nov/12 0,26 0,86 -0,56 0,18 0,28
dez/12 0,35 0,77 -0,23 0,29 0,36
jan/13 0,38 0,62 -0,20 0,26 0,28
fev/13 -1,19 0,26 0,10 0,24 0,13
mar/13 -0,61 0,04 -0,13 0,00 -0,06
abr/13 -0,55 0,46 -0,01 0,28 0,22
Acum. no ano (2012) 1,73 4,91 -2,55 1,21 1,77
Acum. no ano (2013) -1,96 1,38 -0,24 0,78 0,57
Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.
Tabela 2 – Taxas de crescimento anual do agronegócio de 2002 a 2013
AGRONEGÓCIO
INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL
2002 14,38 3,99 1,64 2,25 3,51
2003 14,51 3,41 10,14 6,51 6,63
2004 7,83 19,26 -3,01 7,82 9,67
2005 1,27 -12,50 5,86 -3,60 -5,02
2006 -2,59 14,55 21,17 16,52 15,46
2007 13,64 5,81 2,42 5,31 5,30
2008 32,75 13,64 3,48 8,38 10,86
2009 -9,14 -8,57 5,92 -1,83 -3,35
2010 -6,79 12,55 25,47 18,35 16,05
2011 19,00 20,01 2,42 9,61 12,05
2012 1,82 4,50 16,88 10,35 9,11
2013 -1,96 1,38 -0,24 0,78 0,57
Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.
Tabela 3 – PIB do agronegócio de Minas Gerais de 2001 a 2013 (R$ milhões de 2013)
INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL
2001 4.175 28.349 16.779 21.911 71.214
2002 4.775 29.482 17.054 22.404 73.715
2003 5.468 30.486 18.783 23.863 78.599
2004 5.896 36.357 18.218 25.729 86.200
2005 5.971 31.811 19.285 24.803 81.870
2006 5.816 36.439 23.369 28.901 94.524
2007 6.609 38.554 23.933 30.435 99.532
2008 8.774 43.813 24.766 32.985 110.338
2009 7.972 40.060 26.233 32.381 106.646
2010 7.431 45.089 32.914 38.324 123.758
2011 8.842 54.111 33.710 42.007 138.671
2012 9.003 56.545 39.402 46.355 151.305
2013 8.827 57.325 39.308 46.714 152.175
Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa.
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BALANÇA COMERCIAL
EXPORTAÇÕES
No primeiro semestre de 2013, a receita de exportação de produtos do agronegócio mineiro
atingiu US$ 3,5 bilhões, montante 1,5% inferior ao registrado nos primeiros seis meses de 2012
(Gráfico 1). O volume embarcado atingiu 3,2 milhões de toneladas, aumento de 22,0% em relação aos
primeiros seis meses 2012.
Sob uma perspectiva otimista, se setores estratégicos do agronegócio de Minas continuarem
com o desempenho positivo, a exemplo de complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro e produtos
florestais que, juntos, representaram 49,5% das exportações do setor mineiro, os resultados poderão
ser melhores nos próximos meses.
O bom comportamento desses setores é capaz de minimizar os efeitos do desaquecimento das
vendas externas de café, que representou isoladamente, 44,8% das exportações do setor no primeiro
semestre do ano corrente.
Em nível setorial, as exportações do complexo soja (soja em grão, farelo e óleo) somaram US$
561,6 milhões, expansão de 42,0% em comparação com igual período de 2012. O bom desempenho do
setor foi beneficiado pelo aumento de 76,7% da receita cambial de soja em grão, que chegou a US$
504,9 milhões. A China manteve-se como o principal mercado importador do grão mineiro; as compras
chinesas cresceram 80,5% entre os primeiros seis meses de 2012 e 2013.
Em sequência aos setores que se destacaram posicionou-se o grupo de carnes (composto por
carne bovina, de frango, suína, de peru e demais carnes) com expansão das vendas de 13,9%,
atingindo US$ 502,6 milhões.
A boa performance do setor foi impulsionada pelo avanço da exportação de carne bovina, de
frango e suína, com cifras de US$ 204,2 milhões, US$ 193,5 milhões e US$ 63,4 milhões,
respectivamente.
Márcia Aparecida de Paiva Silva E-mail: marcia.silva@agricultura.mg.gov.br
Tel: (31) 3915-8590 - Belo Horizonte/MG
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Os principais destinos das exportações de carnes foram Rússia, Arábia Saudita e Hong Kong,
que juntos representaram 52,5% das vendas externas do setor estadual. Esses países elevaram em
8,2%, 51,4% e 35,1%, respectivamente, as importações das carnes de Minas Gerais.
As exportações do complexo sucroalcooleiro (açúcar e álcool) e de produtos florestais (celulose,
madeira e papel) atingiram US$ 375,6 milhões e US$ 318,8 milhões, respectivamente, com expansão
de 5,7% e 12,2%. Entre esses setores o crescimento foi favorecido pelo aquecimento das exportações
de açúcar, celulose e madeira, que registraram receitas de US$ 358,7 milhões, US$ 316,8 milhões e
US$ 1,7 milhão, respectivamente.
As exportações de animais vivos também foram exitosas e contribuíram positivamente para as
exportações mineiras do agronegócio. Entre o primeiro semestre de 2012 e 2013, valor exportado
cresceu 1.646,2%, e totalizou a US$ 4,8 milhões.
Os principais animais embarcados foram bovinos, com montante de US$ 3,4 milhões (sem
registros no mesmo período de 2012) e suínos (US$ 1,4 milhão e variação positiva de 398,5%).
O aumento da venda de bovinos vivos e de carne bovina elucida o aquecimento do setor, capaz
de refletir positivamente no comportamento dos preços internos. Tal fato é benéfico para os criadores,
principalmente no período de inverno em que, por questões climáticas, a disponibilidade de alimentos
para os animais torna-se escassa e os criadores são estimulados a elevar o abate, impactando no
aumento da oferta de animais para abate e na redução dos preços.
Os produtos do agronegócio estadual foram destinados a 156 mercados de destino, sendo
liderados por China, Estados Unidos e Alemanha, que responderam por 35,3% das exportações
mineiras do setor nos primeiros seis meses de 2013. As compras chinesas elevaram-se em 41,6% e
foram impulsionadas pela soja; as americanas cresceram 9,4%, sendo lideradas pelo café; e as alemãs
recuaram 26,5%, influenciadas pela redução das compras de café.
IMPORTAÇÕES
As importações de produtos do agronegócio somaram US$ 227,5 milhões, crescimento de
20,1%, comparando-se os primeiros seis meses de 2012 e 2013 (Gráfico 1). O comportamento positivo
das compras de produtos do setor foi favorecido pelo aumento da importação de grãos e cereais, cacau
e produtos de confeitaria e produtos hortícolas.
No grupo de grãos e cereais, a expansão das compras foi beneficiada pelo incremento de 51,0%
da importação de arroz, que atingiu US$ 28,4 milhões. O arroz importado por Minas foi originário de
Argentina, Paraguai, Uruguai e Itália, sendo que os países do Mercosul responderam por 99,7% das
importações mineiras.
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No grupo cacau e produtos de confeitaria, as importações foram impulsionadas pelas compras
de chocolate, que somaram US$ 9,4 milhões, sendo principalmente provenientes do Equador (US$ 4,9
milhões). As importações de produtos hortícolas foram lideradas por batatas, que passaram de US$ 2,9
milhões para US$ 8,3 milhões, entre os primeiros seis meses de 2012 e 2013.
O incremento das compras de salmão impulsionou as importações de pescados. As compras do
produto atingiram US$ 1,1 milhão no período de janeiro a maio de 2013, posicionando-se atrás de
bacalhau (US$ 5,5 milhões) e filés de peixe (US$ 3,7 milhões), que registraram variação negativa (-
5,8%) e pouco expressiva (+ 0,8%), respectivamente. O Chile foi o único fornecedor do salmão
importado nos primeiros cinco meses de 2012 e 2013.
SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
A diferença entre as exportações e as importações de produtos do agronegócio chegou a US$
3,3 bilhões, recuo de 2,6% comparativamente à cifra de igual período de 2012. O saldo da balança
comercial de produtos do agronegócio representou 32,8% da diferença entre as exportações e as
importações de todos os setores da economia mineira.
COMPORTAMENTO MENSAL
Em junho, as exportações do agronegócio somaram US$ 584,2 milhões, redução de 9,1% em
relação ao mês anterior. Na contramão dessa conjuntura, o complexo sucroalcooleiro foi o grupo que
registrou maior incremento das vendas externas. As exportações do grupo atingiram US$ 67,8 milhões
e foram 57,1% superiores às de maio de 2013.
As vendas externas de açúcar atingiram US$ 63,5 milhões e de álcool, US$ 4,3 milhões. Os
principais destinos do açúcar mineiro foram Indonésia e China que expandiram as compras em
12.339,8% e 609,7%, respectivamente (entre maio e junho), com receitas que chegaram a US$ 11,4
milhões e US$ 11,3 milhões.
Os Estados Unidos foram os únicos destinos do álcool estadual e não efetuaram compras no
mês anterior.As importações do agronegócio totalizaram US$ 40,6 milhões em junho, aumento de 5,7%
em relação a maio, como consequência do avanço das compras de grãos e cereais (notadamente trigo
e arroz). As importações de lácteos, importante segmento da atividade pecuária mineira que,
contraditoriamente tem importações significativas, recuaram US$ 39,3% e chegaram a US$ 2,6
milhões.
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Em junho, o saldo da balança comercial do agronegócio de Minas Gerais foi superavitário em
US$ 543,5 milhões, recuo de 10,0% em relação ao mês anterior. O desempenho do saldo comercial do
setor foi fortemente influenciado pelo comportamento das exportações.
Gráfico 1 – Balança Comercial de Minas Gerais (janeiro a julho de 2012/2013), em US$ milhões
16.210,9
3.606,5 5.596,3 189,3
10.614,7
3.417,1
16.157,4
3.553,9 6.005,5
227,5
10.151,8 3.326,4
Total Agronegócio Total Agronegócio Total Agronegócio
Exportação Importação Saldo
2012
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ANÁLISE DE SAFRAS
No levantamento realizado em junho e divulgado neste início de julho, a CONAB estima um
plantio no Brasil com as principais culturas de 53,23 milhões de hectares, sendo 2,34 milhões de
hectares a mais que a área cultivada na safra passada, que totalizou 50,89 milhões de hectares
plantados.
As condições climáticas ocorridas em diversas localidades apresentaram interferências no
sistema produtivo, devido a ocorrência de chuvas excessivas em algumas regiões e estiagens em
outros pontos de produção. Com isso o levantamento da CONAB divulgado, define com mais
segurança o volume estimado para a safra brasileira. A produção estimada no mesmo levantamento em
julho é de 185,05 milhões de toneladas, 11,4 % superior à safra 2011/12, quando atingiu 166,17
milhões de toneladas.
Algumas culturas apresentaram redução na área cultivada, sobretudo, o feijão e o milho primeira
safra. O milho contabiliza decréscimo de 8,8% ou seja 665,9 mil hectares, e o feijão com redução de
6,2% ou 200,9 mil hectares, com a maior perda na cultura de primeira safra, menos 9,5% ou 118,5 mil
hectares plantados.
A redução na área plantada de algodão, e consequentemente da produção de pluma na maioria
dos estados produtores, teve como fatores principais a retração dos preços nos mercados interno e
externo, os altos custos de produção, e os atraentes preços do milho e da soja. As lavouras mineiras de
algodão encontram-se em fase de maturação, tendo sido colhido mais de 20%, devendo a colheita
estender até o mês de agosto. Em virtude de condições climáticas desfavoráveis, notadamente nas
regiões norte e noroeste do estado, aliado aos danos causados pelo ataque de pragas, espera-se uma
redução de 6,3% na produtividade média, estimada em 3.374 kg/ha. O maior plantio de arroz como
sempre, aconteceu no estado do Rio Grande do Sul com 1.066,6 mil hectares, representando 44,6% da
Luiz Fernando Ferreira E-mail: luiz.ferreira@emater.mg.gov.br
Tel: (31) 3349-8138 – Belo Horizonte/MG
11
área nacional, respondendo ainda por 66,9% da produção brasileira. O fato de toda a área plantada
estar relacionada ao cultivo irrigado, fez com que o estado obtivesse a maior produtividade nacional.
Nos últimos dados disponibilizados pela Secex/MDIC, em maio de 2013, foram importadas 114,1
mil toneladas de arroz, sendo apenas 500 toneladas oriundas de mercados que não fazem parte do
Mercosul. No caso do feijão, informações dão conta de que áreas em que se utilizam mais tecnologias
deixaram de ser plantadas e que houve também substituição em outros locais de produção do feijão
cores pelo cultivo de feijão caupi em algumas áreas, colaborando para a redução esperada do
rendimento. Apesar da queda de área de feijão no Brasil chegar a 7,3%, a melhora na expectativa de
produtividade, deverá ser 17,4% maior do que 2011/12, permitindo estimar que a produção da segunda
safra deverá ser de 1.158,5 mil toneladas, representando um crescimento de 8,9%.
Os produtos de forma geral e notadamente a soja estão sendo influenciados pelas ocorrências
na política e na economia, ocasionando sensibilidades no mercado mundial. Os óleos vegetais que
entre outros tem a soja como principal produto de origem, tem passado por aviltamentos devido os
últimos acontecimentos como a derrubada do presidente do Egito, que tem causado instabilidade nos
preços do petróleo, com reflexos nas commodities agrícolas. Os indicativos de melhora da economia
norte-americana tem contribuído também para valorizar a sua moeda no mercado internacional e com
isso segue pressionando especialmente os preços da soja, no mercado de futuros.
Outro fator que tem sido mais direto na influência dos preços dos produtos, como o milho e o
trigo, refere-se ao volume de compras demandadas pela China. No Brasil, a tendência é de que os
elevados volumes de produção que são estimados para a safra levem a uma estabilização dos preços
praticados. Resta saber, até onde vão os prejuízos ocasionados pela greve dos caminhoneiros, que os
empresários e as entidades representativas dos diversos setores transportadores que ainda não
contabilizaram claramente os três dias de paralisação nas rodovias federais.
Com todos estes percalços ocorridos, a cesta básica mostrou as seguintes variações nos preços
dos produtos, conforme pesquisa do IBGE, em junho: O preço do arroz caiu em nove das 18 capitais
pesquisadas. As reduções mais significativas foram verificadas em Aracaju (-7,40%), Salvador (-3,34%)
e Natal (-3,19%). Em Porto Alegre, os preços não variaram. Aumentos foram apurados em oito capitais,
com destaque para Belo Horizonte (5,94%), Rio de Janeiro (4,08%) e Vitória (2,43%). O feijão ficou
mais caro em 11 capitais. As maiores elevações em junho ocorreram em Florianópolis (10,59%), Vitória
(6,05%) e no Rio de Janeiro (6,04%) Segundo o Dieese, o comportamento de moderação na alta dos
preços do produto reflete a colheita e os aumentos nas estimativas da safra. No semestre que terminou
em junho, houve queda de preço em 15 localidades. Recuos foram apurados em sete capitais, os mais
significativos em Salvador (-4,97%), Belo Horizonte (-4,24%) e João Pessoa (-1,73%). No acumulado
do ano, as 18 capitais pesquisadas apresentaram alta nos preços da cesta básica. As maiores
12
elevações ocorreram em Aracaju (21,57%), João Pessoa (20,02%) e no Recife (19,17%). Os menores
aumentos foram verificados em Florianópolis (6%), Belo Horizonte (6,05%) e Vitória (8,50%). Os preços
dos produtos agrícolas atacadistas subiram 1,46% no mês passado, após recuo de 0,75% em maio,
segundo anunciou nesta sexta-feira, 05 a Fundação Getúlio Vargas (FGV), através do IGP-DI de junho,
que acelerou para 0,76% ante 0,32% em maio. A instituição informou ainda que a inflação industrial
atacadista acelerou para 0,62% em junho, em comparação com a alta de 0,30% em maio.
Com referência a safra 2013/2014 as perspectivas são boas, embora não estejam bem definidas
as áreas de cultivos dos principais produtos. Existe expectativa de que a soja continue aumentando sua
área de produção e que a safra total de grãos chegue próximo de 200 milhões de toneladas. Para
tantos recursos financeiros foram aportados conforme o plano de safras lançado pelo Governo Federal,
inclusive com plano e valores específicos destinado as regiões do semiárido.
13
ALGODÃO
O mercado brasileiro do algodão fechou o mês de junho com baixas ofertas do produto
consequentemente diminuindo o volume comercializado. Desta forma, a cotação do produto no último
dia do mês no CIF em São Paulo foi de R$2,01/libra-peso o que significa um acréscimo de 3,6% em
relação ao mês de maio e representa um ganho acumulado de 35,8% quando comparado ao mesmo
período do ano passado.
Por outro lado, a Bolsa de Mercadoria de Nova York registrou na ultima semana do mês alta
acentuada dos preços do algodão, isso, em função das condições climáticas adversas em algumas
regiões produtoras dos Estados Unidos.
Quanto ao cenário da cotonicultura brasileira segundo os dados apresentados pela CONAB, até
o dia 28 de junho foram comercializadas 450.522 toneladas de algodão da safra 2012/2013 pelos
produtores na Bolsa Brasileira de Mercadorias – BBM responsável por 65% das transações com
algodão em pluma, somando outras fontes de registro de comercialização, tem-se um volume de
693.110 toneladas comercializadas da safra atual, o que corresponde a algo em torno de 55% da
produção estimada pela Conab.
Quanto à situação das lavouras nas principais regiões produtoras, encontra-se em fase final de
colheita para o algodão plantado na primeira safra, ao passo, que o produto plantado na segunda safra,
apresenta-se em fase final de maturação com início de colheita prevista para final de julho nas
principais regiões produtoras brasileiras.
TENDÊNCIA
Os dados apresentados tanto no mercado interno como externo sinaliza uma instabilidade
momentânea para o algodão, isso em função da pouca oferta no produto devido adversidades
climáticas em algumas regiões produtoras do mundo,
Reinaldo Nunes de Oliveira E-mail:reinaldo.oliveira@emater.mg.gov.br Fone: (38) 3223-2130 Montes Claros - MG
14
Entretanto, com a entrada da nova safra brasileira que está em final de colheita, segundo os
analistas de mercado, não deverá influenciar de forma significativa nos preços, visto que, a previsão de
redução do volume da atual safra é bastante significativa o que deverá equilibrar a oferta/procura.
Desta forma, a cotação de preço do algodão nas principais regiões produtoras brasileiras
segundo Safras & Mercado no último dia útil do mês de junho foi a seguinte: São Paulo CIF
R$66,47/arroba (R$2,01/libra-peso); Rondonópolis MT R$63,44/arroba (R$1,92/libra-peso); Uberlândia
MG R$65,75/arroba (R$1,99/libra-peso); Barreiras BA R$64,80/arroba (R$1,96/libra-peso); Luiz
Eduardo Magalhães BA R$64,80/@ (R$1,96/libra-peso).
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BOI GORDO
RECUPERAÇÃO
O mês de junho/2.013 foi marcado por dois momentos, no mercado do boi gordo: a primeira
quinzena com preços estáveis a mais baixos, e a segunda quinzena com sinais de recuperação dos
preços pagos pela arroba do boi gordo, em relação à maio.
O Gráfico 1 mostra ainda que os preços da arroba do boi gordo para o Estado de São Paulo e
segundo o Indicador Esalq/BM&FBovespa, na média geral se mantiveram entre R$97,50 e R$99,90
durante o primeiro semestre / 2.013, e com ligeira tendência de recuperação / alta.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista e contratos futuros para Ago/2013
José Alberto de Ávila Pires E-mail: xapeco@emater.mg.gov.br
Tel: (31) 3349-8116 - Belo Horizonte/MG
16
Analistas do mercado apontam para esta manutenção de recuperação de preços. Segundo
SAFRAS & Mercados (03/julho), “ O mercado físico do boi gordo apresenta severa restrição de oferta...,
mesmo com a alta dos preços, não houve grande avanço nas negociações (pecuaristas e frigoríficos)...,
os frigoríficos permanecem com as escalas encurtadas, sem conseguir formar estoque para atender a
demanda. Em São Paulo, o mercado teve preços em alta a R$101,00 por arroba; Mato Grosso do Sul, a
R$ 96/97,00; em Minas Gerais, a arroba subiu de R$ 93,00 para R$ 95,00; em Goiás a R$ 93,00; no
Mato Grosso, preços com estabilidade, a R$ 88/89,00 por arroba.” Entretanto, segundo o levantamento
semanal feito pela EMATER/MG dos preços pagos ao produtor durante o mês de junho, em Minas
Gerais maioria dos negócios se manteve entre mínimo de R$87,/89,00 por arroba no Mucuri (Teófilo
Otoni, Carlos Chagas e Nanuque), Rio Doce (Governador Valadares), Norte de Minas (Montes Claros e
Janaúba) e Noroeste (Unaí, Paracatu e João Pinheiro), e máximo de R$90,/92,00 no Triangulo Mineiro
(Uberlândia, Uberaba e Ituiutaba) e Alto Paranaíba (Patos de Minas).
NOTA: este levantamento semanal da EMATER/MG das cotações da arroba do boi gordo em Minas Gerais, está
disponibilizado no site www.emater.mg.gov.br ($ Preço pago ao produtor), com comentários sobre este mercado.
BEZERRO NELORE, DE CORTE
O Indicador Bezerro ESALQ/BM&FBovespa, refere-se ao preço pago pelo bezerro Nelore de
corte (ou anelorado), de apartação com 8 a 12 meses de idade e peso vivo médio próximo à 6 arrobas
(180 kg de peso vivo). Região pesquisada: Campo Grande e Mato Grosso do Sul.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro à vista x margem bruta
17
O Gráfico 2 mostra a evolução, nos últimos 12 meses (julho/12 a julho/13), deste indicador
Esalq/BM&F Bezerro (coluna em azul). Uma recuperação seguida de estabilidade de preços, em 2013.
No relatório diário de SAFRAS & Mercado, de 05 de julho 2013, este mesmo tipo de bezerro
Nelore de corte apresentou preços estáveis, em relação ao mês de maio/2013, e as seguintes
cotações, no Estado de São Paulo entre R$780,/810,00 por bezerro; em Goiás a R$740,00; em Minas
Gerais, a R$780,00 em Uberaba e R$750,00 em Unaí; no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso,
R$750,/R$780 por bezerro.
CENÁRIO FUTURO - ENTRESSAFRA (julho – dezembro de 2013)
O Gráfico 3 mostra a “tendência” da evolução dos preços da arroba do boi gordo até o final de
2.013, de acordo com os negócios realizados no dia 05 de julho de 2013, no Mercado Futuro de Boi
Gordo, BMF&Bovespa. BASE DE PREÇOS, ESTADO DE SÃO PAULO. O mercado mantém a
tendência de “recuperação” das cotações da arroba do boi gordo para segundo semestre/2013, pelo
menos até o mês de outubro.
boi gordo para segundo semestre/2.013, pelo menos até o mês de outubro.
ESALQ (1): Indicador de Preços do Boi Gordo (Estado de São Paulo)
FONTE: Esalq/BM&FBovespa, elaboração EMATER/MG.
101,00
101,50
102,00
102,50
103,00
103,50
104,00
104,50
ESALQ(1) Julho Setembro Outubro Dezembro
101,20
102,40 102,70
103,98
102,20
Gráfico 3 - MERCADO FUTURO BOI-GORDO -BM&F BOVESPA. R$ / ARROBA - BASE SÃO PAULO - EM
5/JULHO/2.013
18
Segundo o analista Paulo Molinário, de SAFRAS & Mescado (1º/julho/2013), “Estamos em um
período normalmente de menor oferta e com a expectativa de entrada dos primeiros lotes de
confinamento no mercado. Esta é a variável especulativa deste ano, ou seja, a oferta real de julho e
agosto, bem como a continuidade do confinamento até o fechamento de 2013. O conceito do mercado
neste ano é de que os confinamentos estão aguardando a baixa no milho para a colocação de animais.
Um confinamento mais tardio e concentrado no período de chuvas do Centro-Oeste” Este modelo de
2013 será confirmado ou não pelo mercado nestas próximas semanas. Em 2013, os preços do milho
estão em baixa gradativa, mas, pode não ter colaborado para um perfil de confinamento tão expressivo
quanto ao ano passado para este período.
A lógica pode estar indicando que o pecuarista deixou para tomar a decisão de confinamento na
medida em que o milho baixe de preço. Se esta for realmente a lógica deste perfil de confinamento
deste ano e que nem mesmo os frigoríficos exportadores tenham se programado para atender a sua
própria demanda em julho e agosto, a expectativa é de continuidade das altas nestes próximos
sessenta dias. Infelizmente, esta é uma consideração que somente poderá ser confirmada com o real
abate no período e seus efeitos sobre os preços. Por enquanto, julho começa com preços em alta e
sintomas de baixa oferta, inclusive no Mato Grosso”, conclui Paulo Molinário.
19
CAFÉ
MERCADO INTERNACIONAL: PREÇOS CAEM COM OFERTA ABUNDANTE
Após superarem US$ 3,00 por libra-peso em 2011, a cotação dos contratos de café para o
vencimento julho-2013 na ICE Futures em Nova York, principal termômetro do mercado internacional de
café voltou aos níveis de US$ 1,20, semelhante à média de 2007 e superior a crise dos anos 2000,
quando o excesso de produção mundial derrubou as cotações.
Após ser negociada a 129,00 centavos de dólar por libra-peso no primeiro a útil de junho,
emendou uma sequência de baixas, chegando a trocar de mãos no dia 20 junho a 117,65 centavos,
recuperando-se em seguida e fechando no dia 30, o vencimento julho-13 a 120,00 centavos, com perdas
próximas a 7,0% (Gráfico I).
3 4 5 6 7 10 11 12 13 14 17 18 19 20 21 24 25 26 27 28
115,00
117,00
119,00
121,00
123,00
125,00
127,00
129,00
131,00
133,00
135,00
Gráfico I - Contrato de Café - ICE Futures U.S.
Julho
Setembro
Dezembro
Junho/2013
US
$ C
en
ts/lb
Marcelo de Pádua Felipe E-mail: mpfelipe@emater.mg.gov.br
Tel.: (31) 3349-8149 - Belo Horizonte/MG
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ESTOQUES: segundo estimativas da Pharos C. R. Management, os estoques finais de café no Brasil na
safra 2012/13 atingem 11,8 milhões de sacas ante 6,5 milhões de sacas em 2011/12. A projeção para os
estoques finais em 2013/14 é de 12,0 milhões de sacas, e em 2014 os preços devem oscilar entre US$
1,15 e US$ 1,40 por libra-peso e só devem recuperar em 2015.
DÓLAR: Quanto ao dólar, a moeda americana seguiu avançando em relação ao real em junho,
acumulando até o dia 30 no comercial, uma valorização de 6,49% contra o mês anterior, cotado ao
preço médio de R$ 2,1700. Ganha o Brasil maior competitividade nas exportações, podendo inclusive
melhorar o seu ritmo de embarques, todavia, perde o mercado de café.
NACIONAL: PREÇOS MAIS BAIXOS REFLETEM A PRESSÃO DA SAFRA BRASILEIRA
O mercado físico brasileiro apresentou-se preços médios mais baixos no mês de junho, refletindo a
pressão da entrada da safra brasileira (ampla para um ano de bienalidade baixa).
COTAÇÕES: O arábica de bebida dura tipo 6 do sul de Minas Gerais finalizou o mês de junho com
preço médio de R$ 285,55 a saca de 60 kg, com queda de 7,8 % em relação a maio, quando trocou de
mãos a R$ 306,30 a saca de 60 kg (Gráfico II). Em divisa norte-americana, o arábica Sul Mineiro recuou
11,83%, com a saca da bebida negociada em junho a US$ 130,35 e na temporada comercial em US$
167,93 a saca.
3 4 5 6 7 10 11 12 13 14 17 18 19 20 21 24 25 26 27 28
250,00
260,00
270,00
280,00
290,00
300,00
310,00
320,00
Gráfico II - Mercado Interno de café
Junho de 2013
BD6 Sul Minas
BD6/7 Zona Mata
Fino Cerrado
CD Cerrado
CI 600 D Dura
Dias
Pre
ços
mé
dio
s -
R$
/sa
ca d
e 6
0 k
g
Fonte: Safras &Mercado, Cepea, Carvalhaes e Cooperativas de Cafeicultores.
21
O café bebida dura tipo 6/7 da Zona da Mata Mineira encerrou o período com preço médio de R$
280,75 a saca de 60 kg, desvalorização de 4,8% em relação a maio quando foi negociada a R$ 291,69
a saca.
Dentro da mesma linha, os lotes de cereja descascados terminaram o mês de junho com preço
médio de R$ 309,35 a saca de 60 kg, decréscimo de 6,3 %, em relação ao mês passado, quando valia
330,00 à saca de 60 kg. Seguindo as demais bebidas no mercado mineiro, o arábica de bebida fina do
Cerrado Mineiro alcançou preço médio de R$ 295,00 a saca de 60 kg, com perdas de 6,0 % em relação
ao mês anterior, quando foi negociado a R$ 313,69 a saca. Acompanhando os cafés de exportação e
com demanda tranqüila pela indústria, o arábica duro com 600 defeitos voltados ao consumo interno caiu
3,9%, cotado a R$ 264,05.
COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ: CAFEICULTOR JÁ COMPROMETEU 87% DA SAFRA 2012/2013
É nítido o retardo no ritmo da comercialização da safra 2012/2013. Com a chegada da nova
safra, a ponta vendedora chegou a mostrar mais interesse na venda, todavia, a queda nos preços e a
fraca demanda acabaram impedindo que o mercado avançasse num ritmo mais forte
TABELA I – EVOLUÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ – BASE PRODUTOR SAFRA 2012/2013
Em milhões de sacas de 60 kg – base até 31 de maio
Estado Produção* Comercializado Maio** Abril** 2012**
Minas Gerais 28,20 24,10 85 80 94
-Sul/Oeste 15,00 12,50 83 76 92 -Cerrado 6,20 5,30 85 82 98 -Zona da Mata 7,00 6,00 86 79 92
Espírito Santo 14,50 13,00 90 87 98 -arábica 2,90 2,50 86 79 93
-conillon 11,60 10,50 91 88 99
São Paulo 5,40 4,40 81 76 91
Paraná 1,70 1,66 98 96 100
Bahia 2,50 2,26 90 87 94
-arábica 1,60 1,40 88 85 92
-conillon 0,90 0,86 96 90 99
Rondônia 1,40 1,40 100 100 100
Outros 1,50 1,35 90 79 98
-arábica 0,80 0,68 85 80 96 -conillon 0,70 0,67 96 90 100
ARÁBICA 40,60 34,74 86 80 94 CONILON 14,60 13,43 92 90 99
TOTAL 55,20 48,17 87 83 95
Fonte: Corretores e cooperativas *Projeções: SAFRAS & Mercado **Percentual Obs.: números parciais sujeitos a retificação, inclui café já entreguem e também por entregar.
22
O levantamento realizado por SAFRAS & Mercado (Tabela I) junto a cooperativas, secretarias de
agriculturas, produtores e corretores apontam um comprometimento do produtor de 87,0 % (... dos
produtores para o mercado...) da safra 2012. Isto representa um decréscimo de 8,0 % de igual época do
ciclo passado, quando as vendas estavam em 95,0% da safra e em relação a abril, a comercialização
evoluiu apenas 4,0 pontos percentuais.
Considerando uma produção máxima de 55,20 milhões de sacas para a temporada 2012/2013,
cerca de 48,17 milhões de sacas já teriam mudado de mãos, passando para comerciantes,
atravessadores e exportadores, restando à venda ainda algo em torno de 7,03 milhões de sacas.
LAVOURA: CHUVAS PREJUDICAM A QUALIDADE DA BEBIDA NO SUL DE MINAS.
As lavouras se encontram em fase de maturação (F4 e F6) - período: abril – agosto. De acordo
com as estações de avisos fitossanitários da Fundação do Procafé (Varginha/MG), em média observou-
se 7,5 nós por ramo no Sul de Minas e 8,4 no Cerrado Mineiro, valores semelhante às médias históricas
(Tabela IV). O enfolhamento é melhor no Sul de Minas, já o desenvolvimento no cerrado.
Os índices pluviométricos de junho ficaram na média para o período na região de Varginha. O
armazenamento está suficiente para período dispensando o uso da irrigação. Os índices médios de
ferrugem nas lavouras sem controle amostradas aumentaram em todas as regiões e estão em 49,4% de
TABELA IV – CRESCIMENTO VEGETATIVO – início em setembro de 2012
Fonte: Fundação Procafe
Local
Nº de nós/ramo
Enfolhamento (%)
1999 – 2012 2013 1999- 2012 2013
Varginha 7,3 7,4 62,7 55,3
Carmo de minas - 7,4 - 63,7
Boa esperança - 7,7 - 56,6
Muzambinho - 6,5 - 50,0
Média Sul Minas 7,5 58,8
Araxá - 8,2 - 49,8
Araguari - 8,6 - 56,0
Patrocínio - 8,5 - 29,0
Média Cerrado 7,8 - 44,9
23
folhas infectadas. O enfolhamento é menor nos talhões de carga alta, provocado pela maior pressão da
doença e consequentemente aumentando a desfolha destas plantas.
Já no Cerrado Mineiro, as chuvas em junho foram superiores às médias normais para Araxá,
Patrocínio e Araguari. Não é necessário, portanto, proceder às irrigações para Patrocínio e Araxá. - Os
índices de ferrugem nas lavouras sem controle amostradas reduziram na média de 49,3% para 38,9%
em relação ao mês anterior nas regiões avaliadas. Assim como no Sul de Minas, observa-se também um
menor enfolhamento nos talhões de carga alta, provocado pela maior pressão da doença e
consequentemente aumentando a desfolha destas plantas.
COLHEITA MINEIRA AVANÇA PARA 35,0%
Os trabalhos de colheita de café da safra mineira 2013 ganharam ritmo neste mês e avançou
para 35,0% até 30 de junho. Em relação à igual período do ano passado, a colheita está levemente
superior quando 34,0% da safra 2012 estavam colhidas. Tomando por base a estimativa da Conab para
a produção de café de Minas Gerais em 2013, de 25,4 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que já
foram colhidas 8.992 milhões de sacas (Tabela III).
TABELA III - EVOLUÇÃO DA COLHEITA DE CAFÉ - SAFRA 2013
Em mil de sacas de 60 kg
Estado Produção* Colhido Junho (%) Maio (%) 2012 (%)
Minas Gerais 25.496 8.992 35 9,0 34
- Sul/Oeste 12.108 4.237 35 - -
- Cerrado 4.892 1.271 26 - -
- Zona da Mata 7.744 3.484 45 - -
Fonte: EMATER-MG
24
A incidência de chuvas nas últimas semanas atrapalhou um pouco a vida do produtor nas
principais regiões produtoras de café de Minas Gerais, prejudicando a secagem dos grãos e a
movimentação no terreiro, principalmente no Sul de Minas. O tempo mais fechado e úmido acelerou o
processo de maturação, com uma passagem muito rápida do verde para a passa, adicionando
características indesejáveis a bebida. Insatisfeito com as cotações do produto no mercado, o produtor
tem aguardado o melhor momento de entrar na lavoura para proceder à colheita, concentrando os
trabalhos no ponto de cereja.
AGENDA DO CAFEICULTOR
Circuito Mineiro de Cafeicultura – 04/07/2013 - Inconfidentes/EMATER-MG
Circuito Mineiro de Cafeicultura – 19/07/2013 – S. G. Sapucaí/EMATER-MG
II Simpósio dos Produtores de Conilon – 08/08/2013 – São Mateus/ES - UFES
Curso Atualização Manejo tecnológico da Lavoura Cafeeira – 15 a 17/08/2013 – Fundação Procafé – Varginha/MG
Semana Internacional do Café – 09 a 13/09/2013 – Expominas - Belo Horizonte/MG – SEAPA/FAEMG/MAPA
50ª Reunião Internacional de Café da OIC – 09 a 13/09/2013 – Expominas - Belo Horizonte/MG – SEAPA/FAEMG/MAPA/OIC
9ª Edição do Espaço Café Brasil - 09 a 13/09/2013 – Expominas - Belo Horizonte/MG – SEAPA/FAEMG/MAPA/OIC
Simpósio de Pesquisas Cafeeiras dos cafés do Brasil- 16 a 19/09/2013 - Vitória da Conquista/BA – EMBRAPA CAFÉ.
10ª Edição Concurso Qualidades dos Cafés de Minas Gerais – inscrição até 20/09 – www.emater.mg.gov.br
23ª Edição do Prêmio Nacional Ernesto Illy de Qualidade do Café –
inscrição até 23/09 - www.clubeilly.com.br
Curso de formação Mercadológica em Café – 26/09/2013 –
Varginha/MG – Safras & Mercado.
39º Congresso Brasileiro de Pesquisa Cafeeiras – 29/10 a 01/11/2013 – Poços de Caldas/MG – Fundação Procafe – Varginha/MG
III Simpósio de Cafés Sustentáveis- 01 a 03/10/2013 – Poços de Caldas/MG
21º ENCAFE – 16 a 20/10/2013 – Guarujá/SP - ABIC
EMATER/MG - Informações: (31) 3349 8149
25
FEIJÃO
Os preços do feijão permaneceram estáveis, com pequenas oscilações para baixo e para cima,
durante todo o mês de junho e o mercado permaneceu firme para os produtos de melhor qualidade nota
9/9,5 que esteve bastante escasso. Na Bolsinha de São Paulo o mês de junho começou com os preços
variando entre R$237,0 e R$240,00, na primeira semana. A segunda semana se caracterizou pela
ausência quase total de produto de melhor qualidade nota 9/9,5. A maior parte da mercadoria ofertada
foi constituída de lotes com grãos mais escuros nota 8,0 para baixo, miúdos, com elevado grau de
umidade, manchas, com baixo interesse de compra pelos empacotadores.
Os melhores tipos de mercadoria deverão ser incrementados a partir de julho, com a
intensificação das colheitas das áreas irrigadas nas regiões centro-oeste e sudeste do país (CONAB). A
produção da segunda safra, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, para as
Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é de 980,4 mil toneladas, o que corresponde aproximadamente a
três meses e meio de consumo. Esse volume, superior 55,4 mil toneladas ao obtido no ano passado,
entretanto somada a produção estimada da terceira safra, ainda é insuficiente para atender a demanda
de 1.700 mil toneladas até de o final do ano.
Com a desoneração das importações pelo governo brasileiro, os preços atuais considerados
bastante remuneradores, ficam diretamente relacionados ao preço e quantidade do produto disponível
na Argentina e China, pois sobre o excedente exportável desses dois países, há interesse de compra
de outros países como Venezuela, Costa Rica, dentre outros. Pode-se esperar no segundo semestre
que os preços continuem com maiores chances de permanecerem firmes, conforme balanço atual de
oferta, que está bastante limitado. No Distrito Federal e Noroeste de Minas Gerais, devido ao risco, o
custo elevado e muitas vezes ineficiente para o controle da mosca branca, ensejou à adoção da
implantação do vazio sanitário. Este procedimento visa o manejo da praga e, consequentemente do
vírus do mosaico dourado, para que a incidência da virose seja reduzida a níveis satisfatórios e os
Wilson José Rosa E-mail: wjrosa@emater.mg.gov.br
Tel: (31) 3349-8170 – Belo Horizonte/MG
26
prejuízos minimizados. Assim, ficou definido o período de 15 de setembro a 25 de outubro para o vazio
sanitário, período de ausência total de plantas vivas de feijão no campo, o que implica que o plantio
seja encerrado até 15 de junho, para que possa completar o ciclo antes do início do vazio. A segunda
safra vai caminhando para o encerramento, com 70 a 80% já colhido.
No estado de Minas Gerais, os preços seguiram as duas primeiras semanas de junho sem muita
oscilação, variando entre R$217,00 e R$220,00 em média e perderam forças com recuo nas semanas
seguintes, fechando o mês com preços girando em torno de R$212,00, nas principais regiões
produtoras que são: Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro, Norte de Minas e Noroeste Mineiro, como
mostra o Gráfico a seguir:
Primeira Segunda Terceira Quarta
50
70
90
110
130
150
170
190
210
230
250
Preços de Feijão no Estado de Minas Gerais - Jun 2013
Média Mínima
Média Máxima
Média das Médias
Semana do mês
Fonte: CIAGRO/EMATER-MG
Va
lore
s e
m r
ea
is
27
O décimo levantamento de grãos, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento –
CONAB, confirma a área plantada de feijão da primeira safra em 1.122,6 mil hectares, 9,5% menor que
a área plantada na safra passada que foi de 1.241,4 mil hectares e uma produção estimada de 957,1
mil toneladas, 22,5% menor que na safra passada que foi de 1.235,6 mil toneladas. Os Estados do
Paraná e Minas Gerais com uma produção de 152,7 mil toneladas, ambos tiveram redução de safra, em
relação ao ano anterior, em 13,7% e 30,2% respectivamente.
Para a segunda safra, o levantamento traz uma estimativa de redução da área plantada em
7,3%, passando de uma área de 1.394,6 mil hectares plantados na safra 2011/2012, para uma área
plantada em 2012/2013 de 1.292,9 mil hectares. A produção tem uma estimativa de acréscimo de 8,9%
em relação ao ano anterior, passando de 1063,9 toneladas em 2011/2012, para 1.158,5 mil toneladas,
na safra atual. Os maiores Estados produtores de feijão de segunda safra são: Paraná com uma
produção estimada de 473,5 mil toneladas, seguido do Mato Grosso do Sul com uma produção
estimada de 227,6 mil toneladas e o estado de Minas Gerais, com estimativa de uma produção de
196,1 mil toneladas.
Para a terceira safra, há uma previsão de acréscimo da área plantada em 3,1%, ou seja uma
área de 654,4 mil hectares, ante uma área de 626,1 mil hectares do ano anterior. A produção está
estimada em 712,8 mil toneladas de feijão, 15,2% maior que o ano anterior que foi de 619,0 mil
toneladas.
Para as três safras de feijão, a estimativa do levantamento de área plantada é de 3.061,2 mil
hectares, 6,2% menor que o ano anterior que foi de 3.262,1 mil hectares e uma produção estimada de
2.829,1 mil toneladas, 3,1% menor ao ano anterior que foi de 2.918,4 mil toneladas.
28
Ana Carolina Castro Euler E-mail: ana.carolina@emater.mg.gov.br Tel: (31) 3349-8141 – Belo Horizonte/MG
FRANGOS E OVOS
Os valores médios semanais registrados no primeiro semestre de 2013 (26 semanas) indicam
que o maior índice de evolução de preços, tanto do frango como do ovo, foi registrado ao nível do
produtor (granja).Exemplificando: Frango: a valorização foi de 26,1% no varejo paulistano, de 24,1% no
grande atacado da cidade de São Paulo e de 38,4% nas granjas do interior paulista; Ovo: valorizou-se
27% no varejo, 36,2% no atacado e 41,7% nas granjas. Esses resultados sugerem que o maior ganho,
para ambos os produtos, foi do produtor. Mas enquanto de um lado o aumento proporcionalmente maior
foi imposto, exclusivamente
FRANGO
Após permanecer mais da metade de junho com os mesmos preços do mês anterior e com valor
negativo em relação a junho do ano passado, o frango vivo entrou em um dinâmico processo de
valorização – o primeiro de 2013. Foi o que possibilitou encerrar o período com ligeiro ganho em
relação ao mês anterior, ocorrência que o setor não observava desde dezembro do ano passado
(fonte: Avisite).
Como vinha sendo previsto, em junho, as exportações de carne de frango apenas repetiram o
volume de um ano antes, pois o volume embarcado (289.877 toneladas, considerado apenas o
produto in natura) aumentou menos de 1% em relação a junho de 2012. Já o preço médio – que
diferença! De um ano para outro aumentou 15,9%. Dessa forma, a despeito do volume estável, a
receita cambial do mês apresentou incremento de 16,7% (fonte: Avisite).
OVOS
O mercado brasileiro passa a contar com preços diários de ovos. Os Indicadores
CEPEA/OVOS BRASIL são elaborados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com o Instituto Ovos Brasil, entidade sem fins
lucrativos que objetiva expandir os conhecimentos sobre ovo como fonte nutricional e seus
29
benefícios para a saúde. A cadeia produtiva de ovos é a 27ª a integrar o portfólio de pesquisas
contínuas do Cepea (fonte: Avisite).
Na história recente do setor de postura (ou, pelo menos, de 2001 para cá) não há registro de
tão longa estabilidade no preço dos ovos como a observada no segundo trimestre de 2013. Pois,
iniciada nos últimos dias de abril, a estagnação da remuneração oferecida ao produtor estendeu-
se por maio e junho e deve se manter pelo menos nos primeiros dias de julho corrente (fonte:
Avisite).
VARIAÇÃO NAS COTAÇÕES DE FRANGOS
Produto Atacado Granja (R$Kg)-
Avimig
Média do frango- Avisite
10/06/2013 02/07/201
3
Maio/2013 Junho/2013
Frango abatido
resfriado/atacado
3,10 3,40 2,62 -
Frango vivo com ICMS 1,90 2,25 1,80 1,89
VARIAÇÃO NAS COTAÇÕES DE OVOS
Produto Valor R$/Cx/30Dz-
Avimig
Média do ovo - Avisite
09/05/2013 02/07/201
3
Maio/2013 Junho/2013
Ovos extra grande 77,00 78,00
61,00
61,00 Ovos grandes 76,00 77,00
Ovos médios 74,00 75,00
Ovos pequenos 70,00 71,00
Ovos vermelhos 80,00 90,00
30
FRUTICULTURA
ROTAÇÃO E CONSÓRCIO NA CULTURA DO MORANGO
Rotação de culturas é uma técnica adotada, principalmente por pequenos agricultores, visando a
redução do empobrecimento do solo e a redução da pressão de pragas, doenças e plantas daninhas. A
rotação ocorre pela troca das culturas a cada ano ou novo plantio, de forma que as necessidades de
adubação sejam diferentes a cada ciclo. De um modo geral, os custos de produção da cultura
“rotacionante” são menores, pois a plantação pode ser feita no sistema de plantio direto, há
aproveitamento de resíduos de adubo e de sistemas de irrigação já instalados. Consiste, basicamente,
em alternar espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao
mesmo tempo, propósitos comerciais e possibilidades de aumento de renda e de recuperação do solo. Consórcio de culturas é o plantio de mais de uma cultura, na mesma área e na mesma época.
Geralmente, a prática do consórcio de culturas, visa o barateamento do custo de produção da cultura
principal (no caso em questão, o morango), pelo fato de que a cultura consorciada proporciona um
acréscimo na renda, obtida pela venda da produção. No caso, a cultura secundária se beneficia dos
tratos culturais e dos insumos aplicados na cultura principal.
O consorciamento deve ser feito procurando distribuir o espaço entre as plantas de forma que
possibilite uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como: luz, água e nutrientes.
Essa distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma das
culturas envolvidas no consorciamento, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas
e o porte das plantas. Milho (cultura principal) e feijão (cultura secundária) formam o consórcio mais antigo e conhecido
por pequenos agricultores brasileiros.
Produtores de morango do estado de Minas Gerais, em sua maioria, utilizam dessa prática há
muito tempo. Porém, com o objetivo de reduzir riscos na obtenção de renda oriunda do cultivo de
Sérgio Pereira Carvalho E-mail: serio.carvalho@emater.mg.gov.br Tel: (31) 3349-8148 – Belo Horizonte/MG
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morango, as práticas de rotação de cultura e do consorciamento têm sido adotadas de forma crescente
e, se tornando comum na maioria dos municípios produtores. As culturas preferenciais para uso na
rotação e na consorciamento com o morango, são: berinjela, feijão, maxixe, alho, pimentão e brócolis.
No caso da rotação, o produtor visa ter renda no período de entres afra do morango. Assim, terminada
a safra de morango, a cultura é erradicada e no local implanta-se a cultura de rotação.
32
MILHO
Somando as duas produções previstas na 1ª e 2ª safras de 2012 / 2013, a estimativa é que a
produção total de milho chegue a um volume de 79 milhões, 77 mil e 800 toneladas, conforme o décimo
levantamento realizado pela CONAB e divulgado neste início do mês de julho.
A área plantada com milho, na primeira e segunda safras totaliza 15 milhões e 840 mil hectares
ou seja, crescimento de 4,4% ou 665,6 mil hectares.
Os números mostram um crescimento de 8,4 % na primeira safra e 13,1 % na 2ª safra. Com isso
observa-se que a produção da segunda safra brasileira do cereal ultrapassa a primeira em 9 milhões e
407 mil toneladas, algo que até em períodos anteriores era o inverso.
Diante do crescimento vertiginoso principalmente da segunda safra o Brasil não só está
abastecendo com tranquilidade o mercado interno como disponibilizando um maior volume para a
exportação, 19 milhões de toneladas em 2012 e ainda garantindo como ocorreu no último período um
estoque de passagem no final de 2012 para 2013, cerca de 6 milhões de toneladas.
Além disso as cotações de preços tem ficado estáveis na maioria do pais. O preço do milho no
estado de Minas Gerais tem situado entre R$ 23,00 e R$ 24,00 o saco de 60 kg.
A Emater - MG divulga semanalmente em www.emater.mg.gov.br ($ Cotação de Preços pago ao
Produtor), as cotações praticadas nas principais regiões produtoras de milho, no estado.
Em Minas Gerais, a produção de Milho deverá fechar 2012 / 2013 com cerca de 7 milhões e 500
mil toneladas no total das duas colheitas, 1ª e 2ª safras.
A segunda safra no estado está sendo aumentada a cada ano sendo que no atual esta produção
já chega a 8 % do total produzido.
Os 5 municípios mineiros com maior cultivo e produção em 2012/2013, podem ser observados
no quadro abaixo:
Luiz Fernando Ferreira E-mail: luiz.ferreira@emater.mg.gov.br
Tel: (31) 3349-8138 – Belo Horizonte/MG
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MUNICÍPIOS REGIÃO ÁREA (ha) PRODUÇÃO (t) RENDIMENTO
(kg/ha)
Uberaba Triângulo 54 000 449 200 8 319
Unaí Noroeste 43 000 324 000 7 535
Perdizes A.
Paranaíba
26 000 234 000 9 000
Sacramento A.Paranaíba 25 800 227 400 8 814
Paracatu Noroeste 34 000 205 200 6 035
Fonte: Consolidação em 06-06-2013 - Reunião do GCEA/IBGE
A segunda safra brasileira milho ainda não foi toda colhida entretanto no Mato Grosso, estado de
grande produção neste período existe dificuldade de armazenamento do produto. No estado do Paraná,
segundo maior produtor nacional, o quadro climático apresentou-se bastante positivo durante
praticamente todos os estágios importantes da lavoura, tendo a cultura apresentado recorde na
produtividade, quando se compara com o ocorrido no período anterior. Números do levantamento da
CONAB mostram bons resultados no desempenho das lavouras notadamente nas explorações do
Centro Sul, com exceção de regiões pontuais que tiveram problemas de seca e chuvas excessivas em
determinados momentos.Tecnologias aplicadas, aliadas as condições climáticas favoráveis e mais o
conhecimento e interesse dos produtores pela exploração, estão proporcionando mais um recorde de
produção de milho no Brasil,ou seja 79,077 milhões de toneladas. Com tanto milho disponível o setor
de produção de carnes e ovos tem assegurado o abastecimento para os plantéis existentes, a preços
mais condizentes. Um outro segmento que poderá beneficiar-se com mais facilidade refere-se ao
pecuaristas que fazem o confinamento de bovinos. Diante desta situação espera-se que haja mais
produção de proteínas para os consumidores brasileiros ou não, e que também recebam parte destes
benefícios, através de preços mais acessíveis a todos.
Fonte: IBGE – CONAB – NOTICIASAGRÍCOLAS - EMATER-MG
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PEIXES
PANORAMA
MDA e Ministério da Pesca vão incluir pescadores e aquicultores no Mais Alimentos. O Ministério da
Pesca e Aquicultura (MPA) vai incluir os pescadores artesanais e aquicultores familiares no acesso ao
Programa Mais Alimentos executado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Com isso, representantes dos ministérios e das empresas Yanmar, Yamaha e Agrale discutiram
estratégias de alinhamento para que o setor da pesca e da aquicultura seja beneficiado com a linha de
crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que financia
investimentos para a modernização da propriedade rural familiar. “O setor de pesca e aquicultura ainda
é pouco explorado pela agricultura familiar e a disponibilização de crédito para financiar máquinas e
equipamentos adequados poderá mudar a participação e a produção de pescado pela agricultura
familiar”, explica o coordenador do Programa Mais Alimentos do MDA, Marco Antônio Viana Leite.
Para o coordenador-geral de incentivo e apoio ao crédito do MPA, Evandro Barros de Carvalho, o
objetivo é estreitar o relacionamento com o MDA “e proporcionar as vantagens oferecidas pelo
Programa Mais Alimentos ao nosso público, também”. Ele conta que hoje estão registrados no
Ministério do Desenvolvimento cerca de 1,1 milhão de pescadores e dez mil aquicultores, sendo que há
outros 50 mil que já foram identificados. “É um setor que vem crescendo bastante. Por isso, a reunião
serviu para mostrar o potencial do nosso público para despertar o interesse dos fabricantes”. O Brasil
possui a maior reserva de água doce no mundo e um litoral com mais de oito mil quilômetros de
extensão. Com essa potencialidade e o crescente consumo mundial, o País tem todas as condições,
por meio da aquicultura, de se tornar um dos maiores produtores de pescado.
MERCADO
O preço da carne de peixes, recebido pelos produtores, sofreu uma pequena queda se comparado ao
mês passado, que já vinha em alta, devido a oferta estar abaixo da demanda. O preço foi o seguinte, o
Frederico Ozanam de Souza E-mail: frederico@emater.mg.gov.br
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peixe vivo de tilápia ficou de R$ 4,50 a R$ 6,50/kg e o filé em torno de R$ 19,00/kg. Outras espécies de
peixe vivo, como o matrinchã, pacu e tambaqui, tiveram o preço cotados a R$ 5,00 a R$ 7,50/kg. A truta
(peixe de clima temperado), foi comercializada de R$ 7,00 a R$ 12,50/kg. Para as espécies de peixes
considerados nobres, como o surubim e o dourado, o preço foi o seguinte variando entre R$ 6,00 a R$
12,50/kg vivo.
TENDENCIA: A tendência é que o preço da carne do peixe se mantenha neste valor durante este mês.
JAN. FEV. MAR ABR MAI JUN5,00
5,20
5,40
5,60
5,80
6,00
PREÇO DA CARNE DE PEIXE RECEBIDO PELOS PRODUTORES RURAIS
PR
EÇO
R$
36
SOJA
Vendas de oportunidade aproveitando os repiques de preços
Vários fatores de repercussão mundial no campo da política e da economia estão influenciando o
mercado da soja que tem se mostrado muito sensível a estes indicativos. Assim, os últimos
acontecimentos que estão ocorrendo no Egito com a derrubada do presidente, tem criado uma
instabilidade nos preços do petróleo e com isso interferindo no preço dos óleos vegetais. Também os
indicativos de melhora da economia norte-americana têm contribuído para valorizar a sua moeda no
mercado internacional e com isso pressionando os preços da soja no mercado de futuros e deixando o
produto deste pais menos competitivo.
Outros fatores são mais diretos na influência dos preços, como a forte demanda pela indústria do
processamento, a própria valorização dos produtos concorrentes como o milho e trigo, o volume de
compras demandadas pela China e como não poderia deixar de ser, a grande influência que exerce o
comportamento do clima que, atualmente nos Estados Unidos, tem registrado condições favoráveis
para as lavouras e as previsões são de chuvas regulares com altas temperaturas e intervaladas com
dias secos.
E neste inicio de julho em que ocorreu o feriado da independência norte-americana, deixando a
primeira semana mais curta, e na qual foram divulgados estoques e área plantada abaixo do que
esperava o mercado, encontrou as negociações brasileiras num ritmo ainda lento mas com indicativos
de preços com pequenas e seguidas mudanças positivas, principalmente acompanhando a valorização
do dólar, o que levou aos produtores a vender alguns lotes de produto, tanto da safra colhida como da
que vai ser plantada, aproveitando assim estes repiques de preços. Mas de qualquer forma as
negociações devem ter como centro as condições que as lavouras norte-americanas apresentem e a
situação dos estoques dos Estados Unidos, e assim vai continuar até que se conheçam os primeiros
números da colheita nos Estados Unidos principalmente na segunda quinzena de agosto.
Willy Gustavo de La Piedra Mesones E-mail: willy.gustavo@emater.mg.gov.br
Tel: (34) 3338-5156 - Uberaba/MG
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No Brasil, até o final do mês de junho já tinha sido negociado em torno de 80% da nossa safra de
2012/2013 acompanhando mais ou menos a média de 77% dos últimos cinco anos mas muito menor
que os 92% do recorde alcançado no ano passado.
E os preços alcançaram até 14% maiores que a média do mês anterior como resultado da alta
das cotações na Bolsa de Mercadorias de Chicago/CBOT em 4% para o período e da alta do dólar pela
valorização internacional e também pela menor entrada desta moeda no país. Mas a tendência é de
que os elevados volumes de produção que são estimados levem a uma estabilização de preços com
relação aos atualmente praticados.
Na safra que está sendo estimada para o plantio no próximo verão, em que se avalia uma área
de 28 milhões e 270 mil hectares e se for conseguido o rendimento de 3.000 kg/ha teríamos uma
produção de 85 milhões de toneladas e da qual já foi negociado antecipadamente em torno de 10% que
é um percentual equivalente à média histórica dos últimos cinco anos mas muito menor que os 33% por
cento negociado com relação à última safra colhida considerando o mesmo período.
China libera plantio de soja transgênica desenvolvida no Brasil
Nos Estados Unidos a utilização de sementes de soja geneticamente modificadas/OGM já atinge
93% da área plantada nesta safra, embora em dois terços dos estados produtores a área com estas
sementes tenha aumentado, no outro terço houve redução no seu uso com relação à safra passada.
No Brasil esta área de soja já corresponde a 90% da área plantada sendo que em Minas Gerais
esta área ocupa 78%. Mas, embora os avanços na área científica sobre OGM segue adiante e já
começaram as pesquisas para a terceira geração de transgênicos que objetivam ganhos nos teores de
óleo e proteína, além das características já consolidadas ou em pleno desenvolvimento de pesquisa
que foram tratados na primeira geração que abordou a resistência a herbicidas e na segunda geração
que trata sobre o controle de pragas, doenças e até tolerância à baixa umidade, alguns enfrentamentos
travam este processo de adoção como já havíamos comentado no nosso informativo de abril, em que
falamos sobre a não liberação e até a solicitação de eliminação da variedade RR2 Pró, ou Soja Intacta,
desenvolvida no Brasil, que seria mais produtiva e com efeito sobre várias lagartas que atacam a soja e
também resistente ao glifosato.
Agora, as noticias são de que o Ministério da Agricultura da China decidiu liberar a entrada no
país da soja Intacta RR2 PRO da Monsanto e da qual há uma disponibilidade de semente suficiente
para plantar 2,5 milhões de hectares e que, segundo a empresa detentora afirma, traria um ganho de
5,8 sacas de 60 kg por hectare. A China ainda liberou para a sua utilização mais duas outras
38
variedades também transgênicas que são a Liberty Link da Bayer e a CV 127, que são resistentes a
herbicidas e também desenvolvidas no Brasil.
Preços praticados em diferentes regiões no Brasil
Local Preços praticados R$/saca 60 kg
05/07/2013 1 semana atrás 1 mês atrás 1 ano atrás
Passo Fundo/RS 69,50 69,50 67,50 72,50
Rondonópolis/MT 58,50 59,50 58,50 70,00
Santos/SP 70,00 71,00 69,30 75,00
Uberlândia/MG 62,00 62,00 62,00 70,50
Unaí/MG 59,00 59,00 59,00 67,00
Adaptado de Safras&Mercado Fonte: Safras & Mercado, Conab, Embrapa, Emater-MG
39
SUÍNOS
As cotações do suíno vivo e da carne seguem em queda, mesmo com a chegada do inverno,
período em que o consumo de carne suína tende a aumentar. Do lado da oferta, não há indícios de que
a produção de suínos tenha apresentado modificações significativas recentemente, mas, diante da
demanda baixa, a oferta acaba se sobressaindo (fonte: Suinocultura industrial).
A Ucrânia comunicou a retomada da importação de carne suína do Brasil, suspensas em março
deste ano. Antes da suspensão, o Brasil exportava para aquele país entre 10.000 e 12.000 toneladas
de carne por mês. Foram reabilitadas apenas seis plantas do Brasil – duas da BRF, uma da Seara, uma
da Alibem, uma da Aurora e uma da Leardini. Ao contrário do Japão, que comprará carne suína apenas
de Santa Catarina (única área livre de aftosa sem vacinação), a Ucrânia negociará com vários Estados
brasileiros (fonte: Suinocultura industrial). A continuidade da queda dos preços dos grãos,
especialmente milho, estimulará um avanço na produção de carne suína e de frango no segundo
semestre deste ano. "A supersafra norte-americana de milho vem se concretizando e teremos uma boa
safrinha do cereal no Brasil. A perspectiva é de continuidade da descompressão sobre os preços ao
longo do restante do ano, o que traz um alívio em custo de produção de suínos e aves", afirma o
economista da LCA Consultores (fonte: Suinocultura industrial).
COTAÇÃO (r$)- junho
06/06/2013 01/07/2013
SP 3,09 2,99
PR 2,50 2,67
SC 2,60 2,70
GO 3,00 3,20
RS 2,73 2,64
MG 3,00 3,00
MT 2,35 2,00
Aurora SC 2,30 2,30
Pamplona 2,25 2,30
BRF 2,30 2,30
Seara SC 2,20 2,20
Ana Carolina Castro Euler E-mail: ana.carolina@emater.mg.gov.br Tel: (31) 3349-8141 – Belo Horizonte/MG
40
TOMATE
COMPORTAMENTO
No mês de junho, os preços médios do tomate in natura praticados no atacado de acordo com a
Ceasaminas, no entreposto de Contagem:
Tomate tipo AA do grupo Longa Vida foi comercializado a R$ 19,83 e Santa Clara R$ 21,75
preço médio da caixa com 20 kg.
Tomate tipo A do grupo Longa Vida foi comercializado a R$ 12,50 e Santa Clara R$ 11,92 preço
médio da caixa com 20 kg.
Na Ceagesp, os preços do tomate comercializado no atacado, tipo AA dos grupos Longa Vida e
Santa Clara tiveram uma cotação média de R$ 38,80 a caixa de 20 Kg e R$ 30,60 a caixa de 20 kg do
tipo A, sendo estes valores referentes à segunda quinzena de junho.
Segundo pesquisa de preços realizada no varejo pela Ceasaminas do dia 03/07 a 05/07 os
valores do quilo do tomate in natura praticados nos hipermercados e supermercados da grande BH,
obtiveram um preço médio de R$ 2,03 e nos sacolões foi de R$ 2,04 sendo o preço médio no varejo de
R$ 2,31. No atacado, no mesmo período, o preço pago pelo quilo foi de R$ 0,63. O preço no varejo em
relação ao atacado obteve uma variação de 266,70%. Portanto a caixa de 20 kg vendida no atacado
neste período, em média por R$ 12,60, foi revendida no varejo em média por R$ 46,20.
Com a diferença de 226,70%, entre o preço praticado no atacado em relação ao varejo, a análise
feita é que há por parte de alguns segmentos do mercado varejista uma ação mercantilista, o que eleva
os preços do produto comercializado in natura a valores acima do que seria normal para este período
de maior oferta de tomate nas praças de comercialização.
Geogeton S. R Silveira E-mail: georgeton@emater.mg.gov.br
Tel: (31) 3349-8148 – Belo Horizonte//MG
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TENDÊNCIA
Para o mês de julho, a tendência é que os preços praticados no atacado se mantenham no
mesmo patamar de junho, pois ainda estaremos em pleno período de safra da cultura.
Veja no gráfico abaixo, o comportamento dos preços médios pagos no atacado, na caixa de 20 Kg de
tomate, na Ceasaminas entreposto de Contagem até o mês de junho:
SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - SEAPA/MG Secretário de Estado: Elmiro Alves do Nascimento
Secretário-Adjunto: Paulo Afonso Romano
Subsecretário do Agronegócio: André Luiz Coelho Merlo
Superintendente de Economia Agrícola: João Ricardo Albanez
Colaboração: Creuma Damásio Viana/ Manoela Teixeira de Oliveira
EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL – EMATER/MG Presidente: José Ricardo Roseno
Editoração e Coordenação do Informativo: Luiz Fernando Ferreira E-mail: luiz.ferreira@emater.mg.gov.br Tel: (31) 3349.8075 - (31) 3349.8138
www.agricultura.mg.gov.br
www.emater.mg.gov.br
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
0
10
20
30
40
50
60
Meses
Pre
ço
/ca
ixa
de
20
kg