Post on 29-Nov-2018
Com o foco no controle de plantas daninhas e lagartas, as culturas
geneticamente modificadas têm ganhado espaço na preferência do
produtor rural, pela redução nos custos de produção, comodidade e
boas respostas em produtividade. No entanto, quando o assunto é o
milho RR, uma preocupação cerca as discussões técnicas com relação
ao controle do milho RR voluntário ou tiguera que poderá infestar a
lavoura de soja subsequente.
Devemos lembrar que o manejo integrado de plantas daninhas na
cultura da soja compreende não só o controle de espécies
normalmente identificadas como daninhas, mas também o controle de
plantas voluntárias de culturas anteriores, conhecidas como tigueras,
que eventualmente podem ocorrer durante o ciclo da cultura.
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Um dos grandes benefícios que as tecnologias Roundup Ready® trazem para as culturas é o manejo eficiente das plantas daninhas, reduzindo o risco de perda de potencial produtivo em razão da matocompetição e apresentando seletividade à aplicação em pós-emergência do herbicida glifosato, sem provocar estrago à cultura. Na lavoura de soja convencional (sem a tecnologia Roundup Ready®) o controle do milho tiguera e das plantas daninhas de folhas estreitas sempre foi realizado utilizando herbicida de ação graminicida (inibidores da ACCase). O produtor estava acostumado e era uma operação relativamente simples. Porém, com a rápida adoção da soja Roundup Ready®, o produtor passou a utilizar somente o glifosato em pós-emergência da cultura para controle das plantas daninhas e consequentemente do milho tiguera.
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• Controle de gramíneas perenes e anuais em pós-emergência.
• Seletivos às culturas dicotiledôneas como a soja e algodão.
• Herbicidas Sistêmicos.
• Algumas dicas para o correto funcionamento dos graminicidas: − Chuvas ocorridas entre 1 a 2 horas após a aplicação não afetam a
eficácia;
− As plantas daninhas devem apresentar alto vigor vegetativo;
− Evitar períodos de estiagem, horas de muito calor e UR <60%;
− Baixa atividade no solo ou nula, no entanto, deve-se respeitar: Intervalo entre aplicação dos graminicidas e o plantio de trigo ou milho de 7 dias para os herbicidas dims (clethodim) e 15 dias para os fops (haloxyfop).
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• Antagonismo com latifolicidas: − Intervalo de 7 dias entre aplicações dos graminicidas com
imazetapyr (ALS) e de 3 dias com os protoxs.
• Precisam de adjuvantes: − Utilizar 0,5% v/v de óleo mineral (Consultar bula);
− Utilizar o óleo recomendado pelo fabricante.
• Sintomas:
− Descoloração e arroxeamento, parada de crescimento, necrosamento na base das folhas e murcha da planta.
• Velocidade de Controle: − Morte em 1 a 3 semanas após a aplicação.
Morte dos pontos de crescimento
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Quais herbicidas podemos escolher para fazer o manejo das plantas voluntárias de Milho RR?
Ingrediente ativo Nome Comercial Dose (L/ha)
Clethodim Select/Poker (240) 0,35 a 0,45
Tepraloxydim Aramo (200) 0,375 a 0,5
Haloxitope-p.metílico Verdict R (120) 0,4 a 0,5
Fluazifope-p-butílico Fusilade EW (250) 0,5 a 0,75
Quizalofope-p-tefuril Panter EC (120) 0,6 a 1,0
Principais momentos de manejo das plantas tigueras de milho:
Opção A Opção B
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• Comunicar, no momento da venda do produto, a necessidade de
fazer o manejo das plantas voluntárias;
• Fazer constantemente o monitoramento da área para indicar o
momento apropriado do manejo das plantas voluntárias de milho;
• Respeitar as normas de coexistência;
• Fortalecer as recomendações de implementação, condução e
colheita da cultura do milho para evitar problemas com plantas
voluntárias;
• Fazer o manejo das plantas voluntárias considerando os programas de
manejo, utilizando diferentes herbicidas, aplicados no momento, dose
e adjuvantes corretos;
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• Os herbicidas do grupo dos graminicidas são a principal ferramenta
de manejo das plantas voluntárias;
• Realizar o controle das plantas voluntárias até o V3/V4 para obter
controles consistentes;
• Evitar a matocompetição com a cultura subsequente;
• Fazer o manejo de plantas v oluntárias em função do sistema de
produção (Sistema Roudup Ready plus).
Mesmo diante de todas as questões em debate, as vantagens de se cultivar o milho toleranteao glifosato são muito maiores do que as restrições (excelente controle de plantas daninhas, flexibilidade com a adubação nitrogenada, possibilidade de aplicação sequencial para controle de escapes ou ervas de difícil controle, menor fitotoxicidade ao milho e maior produtividade). O que vai fazer diferença nesse contexto é o preparo do agricultor, do agrônomo, do técnico, entre outros. Quando mais planejada a sua atividade estiver, melhores serão os resultados. E isso vale não só para o cultivo de milho RR, mas para todas as atividades que o produtor conduz no seu dia a dia. O homem do campo ganha ao usar a tecnologia de forma adequada. Referências Bibliográficas: POWLES, S.B.; PRESTON, C.; BRYAN, I.B.; JUTSUM, A.R. Herbicide resistance: Impact and management. Advances in Agronomy, v.58, p.57-93, 1997.
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