Cidade baixa

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Cidade Baixa

História do Bairro Em meados do século XIX, “Cidade Baixa” foi a denominação

utilizada para toda região localizada ao sul da Rua Duque de Caxias. Mas, o território que hoje é conhecido como bairro Cidade Baixa, possuiu vários nomes associados ao seu território:

Arraial da Baronesa: fazia alusão a uma grande extensão territorial abrangida por uma chácara de propriedade da Baronesa de Gravataí, cuja mansão localizava-se onde hoje é Fundação Pão dos Pobres. Faziam parte da área, também, propriedades semi-rurais, cuja base produtiva era a mão-de-obra do escravo.

Emboscadas: quando os escravos fugiam, escondiam-se nos matos que faziam parte do Arraial, sendo esperados pelos seus senhores, que armavam “Emboscadas”.

Areal da Baronesa: Em 1879, depois de um incêndio em sua propriedade, a Baronesa loteou e vendeu suas terras, que passaram a ser habitadas por negros libertos e famílias italianas. Desta forma, o território foi denominado, ironicamente, de Areal da Baronesa, em virtude da areia avermelhada existente no local. Assim, até metade do século XX, a Cidade Baixa continuava sendo reduto dos italianos, que realizavam serviços especializados, e dos negros: estes residiam na área correspondente ao Areal da Baronesa.

Ilhota: deu-se em função de uma intervenção realizada em 1905 no fluxo do Riachinho, que acabou por abrir um canal, determinando a formação de uma pequena ilha.

Apesar das propostas de arruamento desde 1856, boa parte da Cidade Baixa permaneceu desabitada por vários anos, principalmente o trecho entre as atuais ruas Venâncio Aires e da República. Consistia em um terreno baixo e irregular, cortado por árvores e por matos que dificultavam o trânsito e facilitavam os esconderijos, abrigando tanto escravos fugidos quanto bandidos. A implantação das linhas de bondes sobre trilhos, no Caminho da Azenha (atual Avenida João Pessoa) e na Rua da Margem (atual Rua João Alfredo), contribuíram para a urbanização do local. A partir de 1880 novas ruas foram inauguradas, como a Lopo Gonçalves e a Luiz Afonso. A atual Rua Joaquim Nabuco também foi oficialmente aberta nessa época, sendo anteriormente conhecida como Rua Venezianos, pois, se presume, embora não haja comprovação, que esta sediava o famoso grupo carnavalesco com o mesmo nome. De fato, o carnaval da Cidade Baixa era famoso e prestigiado na época. A delimitação atual do bairro Cidade Baixa abrange as avenidas Praia de Belas, Getúlio Vargas, Venâncio Aires, João Pessoa e parte da Borges de Medeiros.

Modernização e Pontos de Referência A partir da metade do século XX, a população da região aumenta

expressivamente, em função do desaparecimento das últimas chácaras. As ruas Avaí e Sarmento Leite passam a receber indústrias, instalam-se

cinemas como o Garibaldi e o Avenida (na Av. Venâncio Aires) e a Igreja da Sagrada Família (na José do Patrocínio) torna-se sede paroquial.

Além disso, o bairro passou por inúmeras operações urbanísticas, na medida

em que sua localização tornou-se, com a expansão urbana, uma via de trânsito para inúmeros outros espaços da cidade.

Atualmente, a Cidade Baixa, oficialmente criada pela Lei 2.022 de 1959, é

habitada por uma população heterogênea e, como pontos que referendam seu passado, estão o Ginásio de nome “Tesourinha”, o complexo habitacional denominado “Lupicinío Rodrigues”, o Solar Lopo Gonçalves que é sede do Museu de Porto Alegre, a Fundação Pão dos Pobres, o Largo Zumbi dos Palmares, a Ponte de Pedra, a Travessa dos Venezianos e inúmeros estabelecimentos de entretenimento, principalmente noturnos, que lembram os tempos boêmios do Areal e da Ilhota.

Cidade Baixa e a Boemia O Bairro Cidade Baixa sempre foi considerado um ponto

tradicional da boemia porto alegrense, nas ruas General Lima e Silva, República e João Alfredo principalmente. Por sua proximidade a UFRGS, também passou a ser referência de estudantes, tanto da capital como do interior do estado, atraindo, desta forma, uma diversidade cultural sem distinção de gerações. Com o desenvolvimento natural do município o bairro também se adequou e hoje concentra 80% do comércio noturno de Porto Alegre. Centenas de empregos diretos e indiretos. O que para uns é motivo de descontração e segurança para outros não. Desde o ano de 2000 os comerciantes travam negociações com a Associação de Moradores da Cidade Baixa que associam o aumento da violência aos bares, restaurantes, casas noturnas, e outros da região.

Alguns números de estabelecimentos da Cidade Baixa

Curiosidades• Lupicínio na Cidade Baixa.

Você sabia que Lupicínio Rodrigues andava montado num burrico pela Ilhota, como era conhecida uma parte da Cidade Baixa onde hoje fica o ginásio Tesourinha?

• Até Dom Pedro II andou pela Cidade Baixa.

Você sabia que só a Venâncio Aires e a República não têm calçadas estreitas na Cidade Baixa? O motivo é que elas foram criadas para marcar a visita de Dom Pedro II a Porto Alegre, em 1845, após a assinatura do acordo de paz que deu fim à Guerra dos Farrapos.

Igreja da Sagrada Família

Pão dos Pobres

República com Lima e Silva

Solar Lopo Gonçalves

Bar Opinião

Cidade Baixa AntigaCidade Baixa Antiga

Avenida João Pessoa

Av. João Pessoa no início do século XX

Av. João Pessoa junto a rua

José Bonifácio, década de 1910

João Pessoa, junto ao Parque Farroupilha - década de 1960