CASO CLÍNICO: I - Portal PROEX · Ceftriaxona 700mg EV 12/12 h

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CASO CLÍNICO: INFECÇÃO

DO TRATO URINÁRIO

CASO CLÍNICO

Identificação

L.R.O.P.

Sexo feminino

Branca

2 anos

Natural e procedente de Macéio

Informante : a mãe

CASO CLÍNICO

Q. P: Febre e dor ao urinar

HDA: Há 3 dias a menor iniciou quadro de febre

de 38-39º C, associado a dor em baixo ventre

de forte intensidade. Refere também disúria.

Relata no período 2 episódios de vômitos. Nega

sintomas respiratórios.

Aceita parcialmente a dieta. Diurese presente.

Fezes presentes e sem alterações

CASO CLÍNICO Antecedentes Pessoais

Mãe G2P2A0, gestação a termo, parto vaginal; fez pré-

natal; sem intercorrências; chorou ao nascer; PN : 3185

Vacinação completa

Nega alergia medicamentosa

Internação em maio de 2013 por quadro de ITU- 10 dias internada

(nega quadros anteriores de ITU)

CASO CLÍNICO

História Familiar

Mãe (25 a): dona de casa, tem um “problema na

tireóide” que não sabe informar.

Pai (39 a): pedreiro, hipertenso, etilista social. Nega tabagismo.

Irmã (5 a): saudável.

História Social

Reside em casa de alvenaria (7 cômodos) com mais 3

pessoas. Saneamento básico presente. Sem animais domésticos.

CASO CLÍNICO

Exame físico

Eupneica, corada, hidratada, afebril

SNC: Ativa e reativa; sem sinais de irritação meníngea

Orofaringe e Otoscopia: NDN

AR: Murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios

ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros

Abdome: flácido, doloroso á palpação profunda em andar inferior. Giordano: ?

Extremidades: boa perfusão; sem edema

CASO CLÍNICO

Exames Complementares (da admissão)

Hemograma: 11.000 leu ( 74 seg; 03 bast; 18 linf); hg 11,3; ht 33; plaquetas 208.000.

VHS: 49 mm

Bioquímica: uréia 41; creat. 0,5; Ca 10,7; Na 131; K 4,5; Cl 99

EAS: dens. 1,020; ph 5; prot. +; acetona ++; hemoglobina +++; CED 6 p/campo; leucócitos numerosos; hemácias 10 p/campo; flora bacteriana +++; muco +; nitrito positivo

CASO CLÍNICO

US de rins e vias urinárias (19.07.07): Bexiga

com parede fina e conteúdo anecoico, discreta

dilatação do ureter D. Rins com morfologia,

ecogenicidade e dimensões normais. Espessamento do

uro- epitélio na pelve renal D (4 mm) podendo

decorrer de pielite ou refluxo.

CASO CLÍNICO

Urografia miccional (05.09.07)

Acentuado refluxo vésico- ureteral à D com dilatação e

tortuosidade ureteral discreta com abaulamento calicial

associado à retenção do meio de contraste ipsilateral.

Conclusão: Refluxo Vésico- ureteral grau V à direita.

Aguardando marcação da Cintilografia com DMSA

CASO CLÍNICO

Hipótese diagnóstica

ITU – Pielonefrite?

Refluxo Vésico –Ureteral Grau V

Conduta

Ceftriaxona 700mg EV 12/12 h

Sintomáticos

Avaliação da Cirurgia Pediátrica

CASO CLÍNICO

Evolução na enfermaria

Evoluiu com febre até 48h após inicio da antibioticoterapia

Foi colhida urocultura com 48h de antibioticoterapia –

resultado negativo

Completou 7 dias de TTO e recebeu alta assintomático

Encaminhado ao ambulatório da Cir. Pediátrica

Profilaxia

INFECÇÃO DO TRATO

URINÁRIO

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Multiplicação de patógenos na via urinária (dos

rins ao meato uretral)

Pielonefrite pode ser acompanhada da

formação de cicatrizes renais

Em grande parte das crianças coexistem

alterações anatomicas e/ ou funcionais

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Por isso é mandatório o estudo por imagem

após o tratamento

30% das crianças na fila de transplante, têm

como doença de base ITU de repetição

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Epidemiologia

1º ano de vida: mais freqüente em meninos o restante em meninas: 3-5 X mais frequente

Etiopatogenia

Bacilos gram negativos 70-80% - Escherichia coli

Enterococus

S. areus em meninos não circuncisados

Lembrar de Proteus em meninos

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Fatores de Risco

Refluxo Vésico- Ureteral

Bexiga Neurogênica

Duplicação do trato urinário

Válvula de uretra posterior

Estenose pielo- ureteral

Ureterocele

Instrumentação do trato urinário

Constipação intestinal

Diabetes Melito

Oxiuríase

Hábitos higiênicos

Gravidez e atividade sexual

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Vias de contaminação

Hematogênica

Ascendente

Formas de apresentação

Cistite

Bacteriúria Assintomática

Pielonefrite

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Quadro clínico

Neonatos e lactentes : pouco específico

Pré-escolares, escolares e adolescentes:

Disúria, polaciúria, urgência, incontinência, dor em flanco,

febre.

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EAS

Densidade

pH

Albuminúria e hematúria

Nitrito Positivo (sensibilid. 53% e especific. 98%)

Piúria (sensibilid. 73% e especif. 81%)

Cilindros

* A piúria está ausente em pelo menos 25% dos casos bem

documentados

Bacterioscopia Direta (sensibilid. 81% e especific. 83%)

Hemograma

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Urocultura

< 10. 000 NEGATIVO

10.000-100.000 Associar com a clínica

> 100.000 POSITIVO

Obs: para coletas de jato médio e saco coletor

Cateterismo vesical: > 10.000 U de colônias

Punção supra púbica: qualquer número de colônias ou 2000-

3000 para Staphylococcus coagulase (-)

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Tratamento

Para a ITU não complicada (ambulatorial)

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Tratamento

Para a ITU complicada (Pielonefrite) PARENTERAL:

Gentamicina (3-5 mg/kg/dia : 1 a 3) + Ampicilina (100 mg/kg/dia : 4)

Ceftriaxona ( 50 a 100 mg/kg/dia : 1)

Cefotaxima (150 mg/ kg/dia : 3)

* A maioria das fontes recomenda duração entre 10 e 14 dias

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Quimioprofilaxia

Indicada após o 1º episódio de ITU até completar a investigação

diagnóstica por imagem

e nos casos de disfunção ou mal formação do trato urinário já

diagnosticada

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Uroculturas Seriadas

Novo exame 1 mês após o fim do TTO

Seguida de urocultura trimestral por 3 vezes

Semestral por 2 vezes

Atenção para: crianças < 5anos

meninos

aquelas com o diagnóstico de alguma mal- formação ou disfunção do trato urinário

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

O Exames de Imagem devem responder:

RVU? Grau?

Bexiga- tamanho, forma e função

Obstrução? Grau?

Lesão Renal? Extensão?

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Ultra-sonografia de Rins e vias Urinárias

Indicado para todas as crianças após o 1º episódio de ITU

Pode evidenciar: hidronefrose; volume dos rins; diferenciação córtico-medular; dilatação anômala da bexiga e/ ou ureteres; hipertrofia vesical e ureterocele; rins anômalos ou hipertrofiados; tumores renais; cálculos, abscessos

Detecta 30% das cicatrizes renais

40% dos casos de refluxo têm alterações no US

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Uretrocistografia Miccional

Indicada para os pacientes do sexo masculino; < 5 anos com ITU comprovada e todos os casos de

ITU com febre

De ser realizado com a urina estéril

paciente recebendo quimioprofilaxia

Exame de escolha para afastar refluxo vésico- ureteral

ou classificá-lo

AVALIA TRATO URINÁRIO INFERIOR: DA BEXIGA PARA BAIXO

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO REFLUXO VÉSICO- URETERAL

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Urografia excretora

Indicada para avaliar trato urinário superior;

nos casos de suspeita de processo

obstrutivo e inclusive nos casos de refluxo

Em desuso pela elevada carga de irradiação

Principalmente após o surgimento da

cintilografia com DTPA

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Cintilografia

Com DTPA

Radiofármaco não absorvível que avalia o fluxo renal

Indicado nos casos de suspeita de obstrução:

avalia se há obstrução

se é total ou parcial

se orgânica ou funcional

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Cintilografia

Com DMSA

Radiofármaco totalmente absorvível pelo

túbulo renal e que por isso mapeia o

parênquima

Muito sensível para o diagnóstico de

cicatrizes renais

e lesão de parênquima renal: nas fase aguda e

crônica

OBRIGADA!

Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF

www.paulomargotto.com.br

Adaptado de:

Caso clínico discutido por Mariana Siqueira

Interna - ESCS