Post on 16-Apr-2015
CASO CLÍNICODoenças
exantemáticasEstudantes: Maria Clara de Melo Canedo, Victor
Leonardo Arimatea Queiroz, Medicina/ESCSCoordenação: Dra. Luciana Sugai
www.paulomargotto.com.brBrasília, 5 de outubro de 2012
Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF
Caso Clínico
Identificação: DCC, 2 anos e 9 meses, sexo masculino, cor branca, DN 28-08-03, natural de Brasília e procedente de Santa Maria.
Queixa Principal: Febre há seis dias.
História da Doença Atual
Mãe informa que a criança previamente hígida, há seis dias iniciou quadro febril, com Tax de 38ºC , e lesões eritemato-papulares pruriginosas inicialmente no tronco com rápida progressão para os membros. Procurou no mesmo dia assistência médica em clínica privada no Gama onde, foi prescrito Predsim, Hicsizine e Alivium, sob o diagnóstico de intoxicação alimentar (sic).
História da Doença Atual
Por três dias a criança foi medicada sem alivio do quadro. Voltou-se a clínica onde, sic, foi constatado ‘exantema’ e mantida a conduta com a retirada do Predsim. Há dois dias a mãe refere o aparecimento também de lesões orais, queda de cabelo, além de piora das lesões originais. Tudo isso a motivou a procurar novamente assistência médica para o filho, desta vez neste hospital e onde há dois dias a criança foi internada.
Antecedentes
Antecedentes pessoais fisiológicos: gestação sem intercorrências, parto cesariana a termo, chorou ao nascer, pesou 2700g, amamentado ao seio até 8 meses, exclusivamente até 4 meses. DNPM dentro dos padrões de normalidade.
Antecedentes patológicos: varicela, infecção de garganta e sinusite há dois meses, quando fez uso de amoxacilina e benzetacil.
Exame Físico
REG, hidratado, afebril ao toque, anictérico, normo-corado, irritado.
Adenomegalias em cadeias inguinais, axilares e submandibular, com linfonodos móveis, dolorosos, com cerca de 5mm de diâmetro.
Lesões cutâneas eritemato-papulosas com hipertermia em face anterior do tronco principalmente em abdome e em parte proximal dos membros. Em região perineal eritema e hiperemia marcantes e também descamação importante.
Exame Físico
Eritema em lábio inferior. ACV; pulsos palpáveis e simétricos nos
membros, ictus in situ, RCR em 2T, BNF sem sopros.
AR; expansibilidade simétrica, MVF sem RA bilateralmente no tórax.
ABD; plano, RHA presentes, flácido, palpação dificultada, pelas lesões e falta de colaboração, não notadas VMG.
Ext ; edema frio, simétrico, cacifo positivo em mãos e pés.
Exames Complementares
EAS (17/05)- dens. 1010. CED-raras. Leuc.-raros. Flora-escassa. Muco +.
HC (17/05) 20300 leuc. 84% seg, 1% bastões. 12% linf, 3% mono. Hg 11,6 mg/dl. 334000 plaq.
HC(18/05) 17400 leuc. 69% seg, 5% bastões, 21% linf, 2% mono, 3% eosin. Hg 11,0mg/dl. 334000 plaq.
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
DOENÇAS EXANTEMÁTICASEstudantes: Maria Clara de Melo Canedo, Victor Leonardo Arimate Queiroz Medicina/ESCS
Coordenação: Dra. Luciana Sugai
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Sarampo
• Causado por um RNA vírus paramixoviridae.• Existência de vacina eficaz. Erradicação almejada.
Patogenia
• Penetra pela conjuntiva e mucosa respiratória com multiplicação local e depois viremia primaria.
• Replicação em tecidos linfóides do corpo (viremia primária).
• Dissemiançāo para pele e mucosas com viremia secundária tornando-se infectante.
• Infecçāo natural tem proteçāo duradoura.• Causa hiperplasia de tecido linfóide- Amígdalas,
adenóides, linfonodos, baço, e apêndice
Manifestações Clínicas
• Incubação: Varia de 7 a 12 dias. • Período prodrômico(viremia secundária): varia de 1
a 7 dias. • Febre, mal-estar, tosse, coriza,
conjuntivite,congestão nasal e coriza abundante e manchas de Koplik.
Manifestações Clínicas
• Manchas de koplik
Manifestações Clínicas
• Período exantemático: Erupção eritematosa maculopapular morbiliforme. Lesões circundadas por pele sã, desaparecem à compressão.
• Inicialmente retroauricular e frontal. • Face, tronco e MMSS em 24h. MMII em dias.
Desaparecem na ordem em que apareceram. Pode sobrevir descamação furfurácea.
• Dura de 4 a 7 dias.• Fascies sarampenta - hiperemia conjuntival• Pico febril no início do exantema com queda subsequente.
Manifestações Clínicas
• Erupção eritematosa maculopapular morbiliforme:
Diagnóstico
• Métodos diretos e indiretos (IgM na fase do rash e IgG na fase de recuperação).
• Leucopenia e linfocitopenia com VHS e PCR altos.
Complicações
• OMA é a complicaçāo mais comum.• Encefalite. • Pneumonia (pneumonia de células gigantes + bacteriana)• Sarampo negro ou hemorrágico.
Tratamento
1. Sintomáticos
2. Isolamento respiratório de 4 a 6 dias após o surgimento do exantema.
3. Vitamina A.
4. Profilaxia pós exposição: vacinação de bloqueio até 72h. Imunoglobulina até 6 dias para intradomiciliares, < 6meses, gestantes e imunodeprimidos
5. DOENÇA IMUNOPREVINÍVEL ( 12 meses e reforço entre 4 e 6 anos).
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Varicela
• Causada pelo vírus da varicela zoster (VZV) que é um herpes vírus.
• Contagiosidade muito alta 90%.• Aerosol ou contato com as vesículas.• Transmissor desde dois dias antes do exantema até
resolução das lesões.
História natural
• Exantema vesicular pruriginoso na face, tronco ou couro cabeludo é a primeira manifestação.
• Febre, mal-estar, mialgias são pouco proeminentes e aparecem após lesões de pele.
• A progressāo é centrípeta.
História natural
• Exantema vesicular pruriginoso:
História natural
• Evolução das lesões em 24 a 48h. eritema – pápula – vesícula – pústula – crosta • Novas lesões até o quarto dia. Há polimorfismo
regional.• Deixa cicatrizes apenas se houver infecção
bacteriana secundária.
Complicações
1. Piodemite bacteriana secundária.2. Ataxia cerebelar aguda.3. Pneumonia por varicela.4. Encefalite.
Diagnóstico
• Clínico
Tratamento
• Higiene da pele.• Anti-histamínicos orais?• Permanganato.
Profilaxia
• Vacina pós exposiçāo: até 5 pós exposiçāo.• VZIG: imunodeprimidos, gestantes( 5 dias antes e dois
dias depois do parto) , prematuros expostos.• Tratamento:• Aciclovir IV: 7 dias ou até 48h após última lesāo ativa.
1. Imunodeprimidos.2. Gestantes.3. DOENÇA IMUNOPREVINÍVEL (após 12 meses)
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Eritema Infeccioso
• Causado pelo Parvovírus B19, • Gotículas de saliva ou secreçāo nasal.
Eritema Infeccioso
• História natural:• Após a incubação, quadro febril com cefaléia,
limfadenopatia e fadiga que dura cerca de três dias. Vem então período de cerca de uma semana em que o paciente permanece assintomático.
3 Fases do exantema
• 1ª - Eritema em região malar, face esbofeteada . Piora com o calor (1 a 3 dias);
• 2ª - Lesão maculopapular eritematosa em tronco e pernas. Clareamento de pequenas regiões centrais, aspecto rendilhado.
• 3ª - Lesão evanesce e recrudesce durante 3 semanas. Luz, calor.
3 Fases do exantema
• Eritema em região malar:
Diagnóstico e Tratamento
• Clínico e laboratorial (IgM), métodos diretos e indiretos.
• Tratamento sintomático para as manifestações prodrômicas.
• Ig para os imunodeprimidos.
Complicações
• Artralgia• Crise aplásica transitória• Meningite asseptica• Miocardite.• Síndrome mãos e luvas.
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Exantema Súbito
• Herpes vírus tipo 7.• Gotículas de saliva de adultos saudáveis.• 6 meses aos 2 anos.
Exantema Súbito
• Pródromo: rinorréia e eritema conjuntival.• Pré-eruptivo: febre alta e irritabilidade. • Eruptivo: exantema maculo rosado inicialmente em
tronco e face e que se estende para as extremidades. Surge quando cessa a febre e dura de algumas horas até alguns dias.
Exantema Súbito
Exantema Súbito
Diagnóstico e Tratamento
• Diagnóstico: clínico• Tratamento: sintomático
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Rubéola
• Causada por um RNA vírus.• Importância devido a Rubéola congênita.• Transmissão respiratória, através de fômites e
transplacentária.• Transmissibilidade de 1 semana antes até 6 dias após
o exantema.
Quadro Clínico
• Incubação de 14 a 21 dias.• Crianças: raramente período prodrômico,
sintomatologia se inicia pelo rash.• Adolecentes e adultos; 5 dias de pródromos com
febre baixa, cefaléia, coriza, mal-estar, anorexia, conjuntivite leve, dor de garganta, tosse, linfadenopatia e náuseas.
3 Dias de exantema.
• Rash máculo papular róseo aparece na face, alastra-se para região cervical, braços, tronco e extremidades. Tende a confluir.
• 2º dia: começa a desaparecer, primeiramente na face, no tronco coalesce lembrando rash escarlatiniforme.
• 3º dia: geralmente desaparece.
Rubéola
• Linfadenomegalia, principalmente occipital e retroauricular. Pode ser dolorosa e levar semanas para desaparecer, e acompanhar-se de esplenomegalia.
Rubéola
Diagnóstico e tratamento
• Diagnóstico: clínico.• Laboratorial (IgM).• Isolamento viral - urina ou secreçāo naso faríngea.
• Tratamento: suporte.• DOENÇA IMUNOPREVINÍVEL.
Complicações
• Trombonitopenia.• Artrite(mulheres adultas).• Encefalite.• Doença congênita (cadiopatia, surdez).
Rubéola
Rubéola congênita:
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Doença de Kawasaki
• Doença multissistêmica, caracterizada por intenso processo inflamatório principalmente em artérias de médio calibre.
• Etiologia desconhecida. Estudos epidemiológicos apontam etiologia infecciosa.
Quadro Clínico
• Critérios diagnósticos:• Febre, duração igual ou maior a 5 dias + 4 dos cinco critérios:
1. Exantema polimorfo, predominante no tronco. Não pode ser vesicular.
2. Hiperemia conjuntival bilateral.
3. Adenomegalia cervical não-supurativa, com mais de 1,5 cm.
4. Alterações de extremidades.
5. Alterações de mucosa oral.
OBS: Kawasaki atípico.
Sintomas associados
• Febre: Alta, e tem relação com prognóstico• Congestão conjuntival bilateral: não exsudativo geralmente
alto limitado.• Linfadenopatia cervical: linfonodo firme, doloroso e não
flutuante• Exantema polimorfo: predomina em tronco e tem
comumente pápulas. Bolhas são carcteristicas que falam contra.
• Alteração nas extremidades: edema endurado, descamação, exantema.
Doença de Kawasaki
• Exantema polimorfo:
Doença de Kawasaki
• Hiperemia Conjuntival Bilateral:
Doença de Kawasaki
• Alteração de Extremidades:
Doença de Kawasaki
• Alteração de mucosa oral:
Fases da Doença
• Aguda: 1 a 2 semanas. Febre, exantema, alterações de extremidades.
• Subaguda: até o 30º dia. Resolução da febre, descamação dos dedos, arterite coronária, risco de morte súbita.
• Convalescência: 6 a 8 semanas do início. Melhora dos sintomas, persistência da coronarite.
• Crônica: Anos. Assintomática ou com sintomas cardíacos.
Complicações
1. Miocardite, pericadite, endocardite (fase aguda)
2. Aneurisma de coronária, sendo os gigantes (>8mm) com grande chance de romper.
Tratamento
• Fase aguda: aspirina 100mg/kg até 3g por 14 dias.(na presença de aneurisma coronário manter AAS)• Gamaglobulina 2g/kg por 12h, dentro de 10 dias.• Seguimento subsequente, devido a possíveis
alterações morfológicas.
Diagnósticos Diferenciais
Sarampo Varicela Eritema infeccioso Roséola inanto ( Exantema súbito ) Rubéola Doença de Kawasaki Escarlatina
Escarlatina
• Causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A ( S. pyogenes);
• Toxina pirogênica.• A bactéria é transmitida através de gotículas de
saliva e secreções nasais.
Manifestações clínicas.
• Inicio agudo com febre alta, calafrios, vômitos, cefaléia, prostração, amigdalite e dor abdominal.
• Exantema surge de 24 a 48 horas depois. Confluente, finamente papular eritematoso, com textura áspera. Poupa palmas e plantas
• Orofaringe acometida. Língua em frambroza.• Filatov. • Pastia.
Manifestações clínicas.
• Exantema se inicia no pescoço e pregas. Em 24h atinge todo o corpo;
• Cerca de três semanas após há descamação do tipo laminar em extremidades.
Escarlatina
Diagnóstico e Tratamento
• Diagnóstico: Clínico.• Cultura após coleta de swab. Testes rápidos.
Dosagem de ASLO e/ou de anti-DNAse.• Tratamento: Penicilina benzatina é a droga de
escolha.
Obrigado