Post on 05-Jul-2015
Zé era uma dessas pessoas que
vivia fugindo das dificuldades. Procurava
sempre o caminho mais cômodo. Era
mestre em encontrar atalhos. Nem
sempre suas soluções eram as melhores,
mas sempre estavam de acordo com
seus próprios interesses. Sofrimento era
uma palavra que simplesmente não
existia no dicionário do Zé. Tudo que
pudesse provocar algum desconforto era
imediatamente colocado em segundo
lugar. Coisas como: solidariedade, amor
desinteressado, humildade e perdão...
Um dia
Zé morreu...
Encontrou São
Pedro em frente a
grande porta com uma
imensa cruz de mais ou
menos cinco metros.
Saudou o santo com a
intimidade de um velho
conhecido, do jeito que
fazia com os amigos nos
“bares da vida” quando
queria pedir algum favor.
Depois perguntou:
- Qual é o caminho mais curto
para o céu?
São Pedro respondeu:
- Seja bem-vindo Zé! A porta é
por aqui mesmo, entre!
Zé entrou
e viu uma
longa
estrada
bastante
estreita e
pedregosa.
Perguntou imediatamente, como
fazia nos velhos tempos:
- Não tem um caminho mais
curto?
São Pedro respondeu com ternura e
autoridade:
- Não, Zé. O caminho é esse
mesmo. Todos os que entram no
céu passam por aqui. E tem mais.
Você deverá levar esta cruz até lá.
São apenas cinco quilômetros de
caminhada.
O Zé olhou para a cruz e pensou com seus
botões: “Vou dar um jeitinho”. Agradeceu e
saiu com a cruz em direção ao paraíso.
Caminhou um quilômetro
sem dificuldade.
Foi então que viu um serrote
esquecido no chão.
Olhou ao redor. Não viu
ninguém. Não resistiu à
tentação. Cortou um metro da
cruz.
Continuou o seu caminho,
mas levou junto o seu
serrote.
Mais um quilômetro...
Mais um metro cortado. Mais
um quilômetro.
Cortou outro metro.
Quando faltavam apenas cem
metros para chegar no céu só
havia mais um metro de cruz.
E lá ia o Zé carregando a cruz
sem dificuldades, como fez
durante toda a sua vida.
Aconteceu então o inesperado. Para
chegar até o céu, seria necessário
atravessar um precipício - a distância
até a outra margem: cinco metros.
. O Zé podia ver apenas um fogo
intenso no fundo do precipício.
Faltou coragem, ele não seria
capaz de saltar tão longe.
Desanimado, sentou. Lembrou então
a oração do Anjo da Guarda que
aprendera com sua avó.
Começou a rezar.
Seu anjo da
guarda apareceu
e perguntou:
- Ei, Zé... O
que você está
esperando? A
festa no céu
está uma
maravilha. Você
não está
escutando as
músicas e as
danças? Por que
você está aqui
sentado?
O Zé respondeu:
- Cheguei até aqui, mas tenho
medo de pular este precipício.
O anjo então exclamou:
- Ora Zé, use a ponte!
- Que Ponte? – perguntou o Zé.
-Aquela que São Pedro lhe deu lá
na entrada.Onde está a sua
ponte, Zé?
E ele respondeu, compreendendo
seu grande erro:
- Eu cortei!
Moral da história:
Nada nesta vida é por acaso !
Muitas vezes queremos nos livrar da "cruz" que nos é dada.
Mas para tudo tem um 'para quê' e um 'por quê'...
Deus nunca nos manda algo que não possamos suportar...
E se formos abreviar estes caminhos, certamente teremos
problemas !
Ser cidadão é uma conquista individual com
identidade coletiva.