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CAROLINE PEREIRA DE SOUZA
ADEQUABILIDADE DO MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO F ÓLICO NO
PRODUTO FOLIN
CANOAS, 2012.
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CAROLINE PEREIRA DE SOUZA
ADEQUABILIDADE DO MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO F ÓLICO NO
PRODUTO FOLIN
Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Química do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Química.
Orientação: Prof. Drª Ana Cristina Borba Cunha
CANOAS, 2012.
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CAROLINE PEREIRA DE SOUZA
ADEQUABILIDADE DO MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO F ÓLICO NO
PRODUTO FOLIN
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Química pelo Centro Universitário.
Aprovado pelo avaliador em 11 de julho de 2012.
AVALIADOR:
__________________________________________ Prof. Drª Ana Cristina Borba Cunha
Unilasalle
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A Deus que me deu o dom da vida.
À minha querida mãe Lili, que amo muito.
Aos meus irmãos, Gabriela e Rafael,
pelo companheirismo.
Ao meu pai, Antônio Francisco (in
memorian).
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AGRADECIMENTO
Primeiramente agradeço a Deus por tudo que tem me concebido, mesmo não
sendo o que eu espero, mas sim aquilo que eu preciso.
A todos que acreditaram no meu potencial, e ajudaram a alcançar o meu
objetivo, de concluir a graduação em química.
Especialmente à minha mãe, Lili, por todo o seu amor e paciência, a minha
irmã Gabriela pelas excelentes críticas ao meu trabalho, ao meu irmão Rafael, que
mesmo longe sempre esteve perto, e ao meu namorado Roger por sempre me
incentivar.
Agradeço a ajuda das minhas colegas, Marilene Boni e Lígia Deresz, que
contribuíram muito na realização deste trabalho.
A minha orientadora, Ana Cristina Borba Cunha, agradeço pelo excelente
profissionalismo na orientação do meu trabalho, pela atenção e dedicação neste
momento tão importante, que é a conclusão da graduação.
Muito obrigada a todos!
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RESUMO
O presente trabalho apresenta o estudo da adequabilidade do método de
quantificação do teor de ácido fólico no produto Folin®, sendo utilizada para este a
metodologia analítica a prática de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).
Foram realizadas várias análises do produto e utilizou-se os dados obtidos para se
determinar os parâmetros de seletividade, linearidade, precisão e exatidão do
método analítico utilizado em questão. Com a análise de todos os resultados
analíticos verificou-se que os ensaios realizados estavam de acordo com o
especificado na Resolução RE 899/2003 (ANVISA, 2003), e o método apresenta-se
validado quanto à adequabilidade.
Palavras chave: Cromatografia líquida. Seletividade. Linearidade. Precisão.
Exatidão.
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ABSTRACT
The present work shows the suitability of the method of quantification of folic acid in
Folin® product, and is used for this analytical methodology to the practice of High
Performance Liquid Chromatography (HPLC). They performed several analyzes of
the product and used the data obtained to determine the selectivity parameters,
linearity, precision and accuracy of the analytical method in question. With the
analysis of all the results, it was found that the tests were carried out according to the
resolution specified in RE 899/2003 (ANVISA, 2003), and the method is presented
regarding the suitability valited.
Keywords: Liquid chromatography. Selectivity. Linearity. Accuracy. Exactly.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ....................................................... 10
2.1 Ácido Fólico .................................. .......................................................................... 10
2.2 Validação de método analítico ................. ............................................................. 11
2.2.1 Seletividade/Especificidade ................................................................................... 12
2.2.2 Linearidade ............................................................................................................ 13
2.2.3 Precisão ................................................................................................................ 15
2.2.3.1 Repetibilidade ou repetitividade (repê) ............................................................... 15
2.2.3.2 Precisão intermediária ........................................................................................ 16
2.2.3.3 Exatidão ............................................................................................................. 16
2.3 Cromatografia Líquida de Alta Performance (CLAE ) .......................................... 17
2.3.1 Fase móvel ............................................................................................................ 18
2.3.2 Bombas ................................................................................................................. 18
2.3.3 Injetor .................................................................................................................... 18
2.3.4 Coluna ................................................................................................................... 18
2.3.5 Detector ................................................................................................................. 19
3 MATERIAIS E REAGENTES ........................... ........................................................... 20
3.1 Equipamentos .................................. ....................................................................... 20
3.2 Vidrarias ..................................... ............................................................................. 20
3.3 Reagentes e materiais.......................... .................................................................. 20
3.4 Método analítico para o teor de ácido fólico no produto .................................... 20
3.4.1 Preparo da fase móvel .......................................................................................... 21
3.4.2 Preparo da solução de diluição ............................................................................. 21
3.4.3 Preparo da solução system suitability ................................................................... 22
3.4.4 Preparo da solução padrão de ácido fólico ........................................................... 22
3.4.5 Preparo da amostra de ácido fólico ....................................................................... 22
3.5 Cálculo estatístico de linearidade ............ ............................................................. 22
3.6 Cálculo estatístico de repetibilidade e precisã o intermediária .......................... 23
3.6.1 Repetibilidade ........................................................................................................ 23
3.6.2 Precisão intermediária ........................................................................................... 23
3.6.3 Cálculo estatístico da exatidão .............................................................................. 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................... ........................................................ 25
8
4.1Seletividade/Especificidade .................... ............................................................... 25
4.2 Linearidade ................................... .......................................................................... 27
4.3 Exatidão ...................................... ............................................................................ 28
4.4 Precisão ...................................... ............................................................................ 29
5 CONCLUSÃO ....................................... ...................................................................... 30
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 31
ANEXO A: RESULTADOS DO ANALISTA 1 ................. ............................................... 33
ANEXO B: RESULTADOS DO ANALISTA 2 ................. ............................................... 34
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1 INTRODUÇÃO
O Ácido Fólico é uma vitamina do complexo B, indicada no tratamento de
anemias e na prevenção de malformações do feto durante a gestação. Também é
utilizado em pacientes com deficiência de vitamina B.
Cada vez mais as empresas estão buscando adaptarem-se as exigências
normativas sobre a validação dos métodos analíticos. De acordo com Albano (2009)
a validação de ensaios laboratoriais tem por objetivo a confiabilidade analítica do
método escolhido ou desenvolvido na execução do ensaio e na obtenção do
resultado. Este processo tem seu custo, pois gera mudanças, porém o mesmo deve
ser considerado como um investimento e não como despesa. Afinal a validação é
feita por exigência da fiscalização, de órgãos acreditados ou por uma visão futura de
mercado da própria empresa.
As empresas do ramo farmacêutico devem seguir as normas para validação
definidas pela Anvisa, atualmente RE 899/2003, que cita que os métodos devem
atender as exigências das aplicações analíticas, garantindo a confiabilidade dos
resultados. Neste documento (RE 899/2003), também contém a informação de que
os métodos farmacopeicos são considerados validados. Porém, na Resolução
Diretória Colegiada (RDC)17/2010 que dispões sobre Boas Práticas de Fabricação
de Medicamentos, esses métodos devem atender as exigências de adequabilidade
do método, garantindo que este cumpra as especificações do método validado.
Para avaliar a adequabilidade do método foram determinados os seguintes
parâmetros: seletividade, linearidade, precisão e exatidão, conforme a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária prevê na Resolução RE 899/2003. Este trabalho
teve como objetivo analisar estes parâmetros do método de determinação de ácido
fólico no produto Folin®, por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Ácido Fólico
O ácido fólico também denominado ácido pteroilglutâmico, é uma vitamina do
complexo B (vitamina B9), a forma sintética do folato, com peso molecular de 441,40
g/mol, e que apresenta fórmula molecular: C19H19N7O6 – Ácido N-[4-[[(2-amino-3,4-
diidro-4-oxo-6-pteridinil) metil] amino] benzoil]-L-glutâmico
Figura 1: Estrutura do ácido fólico
Fonte: Farmacopéia Brasileira.
O produto é uma medicação vitamínica complementar essencial na gestação e
na lactação de humanos, contém 5 mg de ácido fólico em cada comprimido. É
utilizado nas situações clínicas de anemias hemolíticas e megaloblásticas não-
perniciosas causadas por deficiência de vitamina B12. O uso de ácido fólico no
período que antecede e durante a gestação diminui a incidência de malformações do
tubo neural.
O ácido fólico é uma vitamina essencial nos processos metabólicos
intracelulares, necessária para a síntese de DNA. Apesar da presença na
alimentação, os folatos são muito sensíveis ao calor, degradando com o cozimento
dos alimentos. O folato atua também no metabolismo da homocisteína, através da
doação do grupo metila para formação da metionina. O ácido fólico é absorvido no
trato intestinal, principalmente no duodeno e jejuno, após a dissolução inicial no
estômago. Após a absorção, o ácido fólico é rapidamente convertido no fígado e
plasma em sua forma metabólica ativa, 5-metiltetraidrofolato mediante a enzima
diidrofolato redutase. A eliminação do ácido fólico é por via renal. A quantidade em
11
excesso e excretada inalterada na urina. O folato é distribuído para o leite materno.
O ácido fólico é removido por hemodiálise (BULA PRODUTO FOLIN® - GEYER
MEDICAMENTOS S.A.).
2.2 Validação de método analítico
De acordo com a ANVISA, através da resolução da Diretória Colegiada (RDC) nº
17/2010, a validação é um ato documentado que atesta que qualquer procedimento,
processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente e consistente leva
aos resultados esperados.
A fim de garantir que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, é
feita a validação a partir de análises experimentais obtendo assim, resultados
confiáveis. (ANVISA, 2010). A validação é a comprovação, através do fornecimento
de evidência objetiva, de que os requisitos para uma aplicação ou uso específicos
pretendidos foram atendidos (NBR ISO 9000, 2000).
Para que seja feita uma validação é preciso um plano mestre de validação
baseado em estudos de todos os métodos para validação, pois não há um método
específico para cada análise. A partir de resoluções e guias, são feitas adaptações e
ajuste das recomendações às suas necessidades. (LEITE, 1998).
Segundo Harris (2008) e Skoog (2009) a validação do método é o processo que
prova que um método analítico é aceitável para os propósitos que ele se destina.
Pode ser aplicada a amostras, metodologias e dados, e determina a adequação de
uma análise a fim de fornecer a informação desejada.
Existem protocolos que são internacionalmente aceitos para a validação
completa (full validation), que são o Protocolo Harmonizado Internacional e o
procedimento ISO (International Standard Organization). O estudo interlaboratorial,
destes protocolos necessita de um número mínimo de laboratórios e materiais para
que seja feita a validação completa do método analítico. (RIBANI, 2004).
Porém, consta na RDC nº17/2010: “Parágrafo único. Os métodos analíticos
compendiais não requerem validação, entretanto antes de sua implementação,
devem existir evidencias documentadas de sua adequabilidade nas condições
operacionais do laboratório.” (ANVISA, 2010)
Portanto, o método utilizado para análise de teor de ácido fólico no produto, deve
ser testado quanto a sua adequabilidade, apesar de ser um método farmacopeico.
12
Para a avaliação da adequabilidade do método nas condições real de uso não
será necessária repetir todos os parâmetros normalmente utilizados na validação de
métodos analíticos. Conforme a Resolução – RE n° 899, de 29 de maio de 2003, da
ANVISA, considerando que o produto em questão encontra-se classificado na
categoria I da Tabela 1 descrita nessa resolução, os parâmetros da adequabilidade
do método de determinação do teor de ácido fólico no produto Folin são:
a) Especificidade/seletividade;
b) Linearidade;
c) Precisão Repetibilidade;
d) Exatidão.
2.2.1 Seletividade/Especificidade
Na resolução RE 899/2003 (ANVISA, 2003) os termos especificidade e
seletividade são definidos como sendo a capacidade do método de medir
exatamente um composto em presença de outros componentes tais como impureza,
produtos de degradação e componentes da matriz.
Conforme Albano (2009), a seletividade é a capacidade do método de
diferenciar a substância a ser analisada e substâncias análogas. Este parâmetro
pode ser analisado a partir da comparação dos sinais advindos do processamento
da matriz, do extrato da matriz fortificado e do analito.
Segundo Barros (2002), a especificidade do método pode ser demonstrada
através do desvio dos resultados obtidos pela análise do analito de interesse em
amostras fortalecidas com todos os interferentes e os resultados obtidos com
amostras não fortalecidas, contendo somente o analito. Quando não se conhecem
os interferentes, a especificidade do método pode ser investigada pela comparação
dos resultados com outros métodos/técnicas independentes.
Porém, Ribani et. al. (2004) diferencia a seletividade da especifidadede
definindo a seletividade como sendo a capacidade que o método analítico tem de
avaliar, de forma inequívoca, as substâncias em exame na presença de
componentes que podem interferir com a sua determinação em uma amostra
complexa. Dessa forma a seletividade avalia o grau de interferência de espécies
como outro ingrediente ativo, excipientes, impurezas e produtos de degradação,
13
bem como outros compostos de propriedades similares que possam estar,
porventura, presentes.
Segundo o INMETRO (2010) (DOQ-CGCRE-008) a seletividade e a
especificidade estão relacionadas ao evento da detecção. Pois a seletividade de um
método instrumental de separação é caracterizada pela distinção de um único
analito em presença de outros. Já a especificidade está na produção de uma única
resposta para apenas um analito específico. Entretanto, os dois termos são
frequentemente utilizados indistintamente ou com diferentes interpretações. Porém,
IUPAC sugere que se utilize somente o termo seletividade.
De acordo com Ribani et. Al. (2004), a seletividade garante que o pico de
resposta seja exclusivamente do composto de interesse. Se a seletividade não for
assegurada, a linearidade, a exatidão e a precisão estarão seriamente
comprometidas. Por isto a seletividade deve ser o primeiro parâmetro a ser
determinado na validação de um método instrumental de separação, já que algumas
amostras podem sofrer degradação, gerando compostos que podem coeluir com a
amostra de interesse.
A ANVISA (2003), na resolução RE 899/2003, determina que em métodos
cromatográficos, devem-se tomar as precauções necessárias para garantir a pureza
dos picos cromatográficos, através da utilização de detector de arranjo de
fotodiodos, demonstrando que o pico cromatográfico é atribuído a um só
componente.
2.2.2 Linearidade
Segundo consta na resolução RE 899/2003 (ANVISA), a linearidade relaciona e
demonstra que os resultados analíticos são proporcionais a concentração do analito.
Já Leite (2002) explica o significado teórico de linearidade, como sendo a
região da curva resposta ou de quantificação onde há relação direta
sinal/concentração.
Para Albano (2009), Ribeiro (2008), Brito et. al. (2003) e Ribani et. al. (2004) a
linearidade expressa à capacidade do método em fornecer resultados diretamente
proporcionais à concentração da substância em análise, dentro de um intervalo
específico. Sendo que esta relação entre o sinal medido (área ou altura do pico) e a
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massa ou concentração da espécie a ser quantificada, é definida empiricamente com
concentrações conhecidas do analito e o sinal de resposta obtido.
Então para se obter a linearidade é preciso que se alcance uma proporção
direta entre os resultados e as concentrações do analito. Para isso é necessário
construir uma curva de calibração, ou curva de resposta como cita Leite (2002). Esta
irá apresentar no eixo x a concentração do analito e no eixo y o sinal da resposta,
assim a equação da reta será: y=ax+b, onde a=coeficiente angular, que é a
inclinação da curva aos eixos, e b=coeficiente linear, que é a intersecção da curva
aos eixos. A figura 2 apresenta uma curva de calibração linear e a respectiva
equação da reta
Figura 2: Curva de Calibração linear e a respectiva equação da reta
Onde: Y = Área do padrão; a = coeficiente linear da reta; x = Concentração; b = coeficiente angular da reta = fator resposta; AA = área do analito na solução injetada; CC = concentração do analito na solução injetada (µg/L)
Fonte: Autoria própria, 2012.
De acordo com a ANVISA (2003) na RE 899/2003, a curva de calibração deve
ter no mínimo cinco pontos, porém consta nas considerações gerais da resolução
899/2003 que esta deve obter no mínimo seis concentrações do padrão do fármaco.
Também especifica um intervalo compreendido entre 80 – 120% da concentração
teórica para fármacos e medicamentos.
Conforme Leite (2002) e Ribeiro (2008), a regressão linear (método dos
mínimos quadrados) é uma forma de estimar qual a melhor reta que passa pelos
pontos obtidos experimentalmente. O coeficiente de correlação relaciona x e y na
curva sendo que os valores ideais esperados são 1 e -1, ou seja, quanto mais
próximo da unidade maior a relação, maior a probabilidade de existir uma relação
linear definida. Já se os valores ficarem próximo de zero indica que não há relação
15
linear. Para a ANVISA o coeficiente de correlação deve ser igual a 0,99, porém o
INMETRO determina com sendo um valor acima de 0,90.
2.2.3 Precisão
A dispersão dos resultados entre ensaios independentes é definida por Ribani
et. al. (2004) como sendo a precisão. Esta pode ser determinada através do cálculo
de desvio padrão de resultados ou coeficiente de variação, que é uma estimativa do
desvio padrão relativo.
A resolução RE 899/2003 (ANVISA) define a precisão como sendo a avaliação
da proximidade de resultados em uma série de repetições de uma mesma amostra
com múltiplas amostragens.
De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia (2003) a precisão serve para
avaliar a dispersão de resultados entre ensaios independentes, repetidos de uma
mesma amostra, amostras semelhantes ou padrões, em condições definidas.
A precisão é pode ser definida em três níveis:
a) Repetitividade ou repetibilidade
b) Precisão intermediária
c) Reprodutibilidade
2.2.3.1 Repetibilidade ou repetitividade (repê)
Segundo Albano (2009), Skoog (2006), Rodrigues et al. (2008), Lima (2007) e
Leite (2002) repetibilidade é a máxima diferença aceitável entre resultados
independentes de repetições feitas no mesmo ensaio e no mesmo laboratório.
O termo repetibilidade é utilizado pela ANVISA, porém o INMETRO utiliza o
termo repetitividade, pois é adotado pelo vocabulário Internacional de Metrologia,
mas os dois termos são definidos como sendo a concordância entre os resultados de
medições sucessivas da mesma amostra com o mesmo analista.
Também é chamada de precisão intra-corrida, pois é feita no mesmo
instrumento, com o mesmo analista e no mesmo dia (FECHIO, 2009; CASSIANO,
2009). Esta pode ser verificada através da estimativa do desvio padrão relativo de 9
(nove) determinações, sendo 3 concentrações, baixa, média e alta, com 3 réplicas
cada a 100% da concentração do teste.
16
2.2.3.2 Precisão intermediária
De acordo com a resolução RE 899/2003 (ANVISA) a precisão intermediária é
também chamada de precisão inter-corridas, pois é a concordância de resultados
obtidos em dias diferentes, com analistas diferentes, mas no mesmo laboratório. A
precisão pode ser expressa como o desvio padrão relativo ou coeficiente de variação
(CV%).
Ribani et.al.(2004), Pedott (2010) e Nascimento et al. (2008) evidenciam que o
principal objetivo deste parâmetro é verificar que no mesmo laboratório o método
fornecerá os mesmo resultados. Afinal, este indicará o efeito das variações dentro do
laboratório devido à mudança de dias e analistas.
2.2.3.3 Exatidão
Albano (2009) define exatidão como a tendência em apresentar resultado
maior ou menor que o valor real, ou seja, é a concordância entre o resultado de um
ensaio e o valor de referência aceito convencionalmente como verdadeiro.
Segundo Ribani et al. (2004) a exatidão é o grau de concordância entre os
resultados individuais encontrados em um determinado ensaio e um valor de
referência aceito como verdadeiro. Para avaliar a exatidão os processos mais
utilizados são:
a) Materiais de referência: são também chamados de CRM (materiais de
referência certificados), pois acompanham um certificado que possui um
valor de concentração de uma dada substância e uma incerteza
associada, que são comparados com os resultados obtidos no laboratório;
b) Comparação de métodos: avalia o grau de concordância entre o método
testado e o de referência, sendo que a incerteza do método de referência
é conhecida.
c) Ensaios de recuperação: é a quantidade de analito adicionada que pode
ser extraída e quantificada, ou seja, é o padrão da substância que é
adicionado à matriz isento desta substância.
A ANVISA (RE 899/2003) define a exatidão como sendo a proximidade dos
resultados obtidos pelo método em estudo em relação ao valor verdadeiro. Esta
17
deve ser determinada após o estabelecimento da linearidade e da especificidade do
método, sendo verificada a partir de 9 determinações contemplando o intervalo linear
do procedimento, ou seja 3 concentrações, baixa, média e alta, com 3 réplicas cada
e é expressa pela relação entre a concentração média determinada
experimentalmente e a concentração teórica correspondente:
Exatidão = concentração média experimental x 100 concentração teórica
2.3 Cromatografia Líquida de Alta Performance (CLAE )
O método analítico de determinação de ácido fólico é realizado no Cromatógrafo
Líquido de Alta Eficiência (CLAE), também chamado de HPLC (High Pressure Liquid
Chromatography). Neste instrumento ocorre a separação de substâncias polares,
iônicas, ionizáveis e apolares, através de uma coluna, variando a composição da
fase móvel de acordo com a análise de interesse (SKOOG, 2009; CIENFUEGOS,
2000). Abaixo temos um esquema de um cromatógrafo líquido de alta eficiência com
todas as partes identificadas.
Figura 3: Esquema de um cromatógrafo líquido
Fonte: Cienfuegos, 2000
18
2.3.1 Fase móvel
Trata-se de uma solução, com pH específico para análise, que é filtrada antes
do uso por uma membrana, objetivando evitar que partículas sólidas obstruam o
sistema de bombeamento e a coluna. A fase móvel deve ser preparada no dia da
utilização para evitar degradação ou contaminação do solvente. Além disso, ela
deve ser desgaseificada, pois o ar dissolvido pode formar bolhas que prejudica a
bomba e faz com que a pressão diminua (CIENFUEGOS, 2000).
2.3.2 Bombas
São necessárias para que a pressão seja alta e o fluxo possa sobrepor à
resistência das micropartículas da fase estacionária empacotadas na coluna, e
também evitar que se formem microbolhas no sistema (CIENFUEGOS, 2000).
2.3.3 Injetor
É a parte do equipamento por onde se introduz a amostra, sem alterar a
vazão do sistema, pois ocorre a diluição da solução injetada antes do contato com o
solvente, evitando o alargamento da banda do cromatograma (CIENFUEGOS,
2000). A reprodutibilidade do equipamento é melhor já que utilizamos um
equipamento com injeção automática (auto-sampler), diminuindo o intervalo entre as
injeções garantindo assim maior eficiência na análise.
2.3.4 Coluna
São construídas de tubos de aço inoxidável com comprimentos que variam de
10 a 30cm, na forma reta evitando perda da eficiência. O diâmetro interno de
colunas para líquidos geralmente é de 4 a 10mm e o tamanho de partícula mais
comum da fase estacionária é de 5 a 10µm. Este tipo de coluna possui de 40 mil a
60 mil pratos/metro (SKOOG, 2006).
19
Para aumentar a vida útil de uma coluna utilizam-se as chamadas pré-
colunas, que tem a função de proteger a coluna evitando que o sistema seja
danificado (CIENFUEGOS, 2000).
2.3.5 Detector
Responsável por receber e fornecer o sinal que representa a quantidade do
analito no eluente da coluna (CIENFUEGOS, 2000). Utilizamos um equipamento
com detector de malha de fotodiodos também conhecido como Diode Array Detector
(DAD). Estes detectores possuem um sistema ótico invertido, em relação aos
equipamentos UV convencionais, pois a célula é iluminada com luz policromática e a
luz emergente da célula chega a uma rede de difração através da qual é dispersada
até o elemento fotossensível. Utiliza-se um conjunto de fotocélulas ou fotodiodos ao
invés de uma única célula como nos demais detectores.
20
3 MATERIAIS E REAGENTES
Para o estudo desenvolvido, foram utilizadas vidrarias certificadas, equipamentos
qualificados, padrões farmacopeicos e reagentes preparados conforme métodos
farmacopeicos, de forma a minimizar possíveis variáveis que possam interferir na
confiabilidade do método empregado.
3.1 Equipamentos
Para a realização dos ensaios foi utilizado os seguintes equipamentos: balança
analítica - Shimadzu, pHmetro - Hanna instruments, bomba de vácuo - Tecnal,
ultrassom – Unique e Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência – Shimadzu.
3.2 Vidrarias
Para o preparo das soluções utilizadas, assim como a realização da análise de
teor do ácido fólico, foram utilizadas as seguintes vidrarias: balões volumétricos de
10 mL/5 mL/25 mL/50 mL e 100 mL, pipetas volumétricas de 2 mL/5 mL e 10 mL,
Kitasato, erlenmeyer 25 mL, funil de vidro, vials 2 mL.
3.3 Reagentes e materiais
Para a análise de teor do ácido fólico foram utilizados os seguintes reagentes:
água purificada, perclorato de sódio P.A, hidróxido de amônio P.A, metanol grau
HPLC, hidróxido de potássio 1 N, fosfato de potássio monobásico P.A, Ácido fólico
padrão USP, Compostos relacionados A do ácido fólico – padrão USP, filtro
quantitativo faixa preta – diâmetro 12,5 mm, membrana filtrante hidrofílica 0,45
micras, filtro de seringa 0,45 micras.
3.4 Método analítico para o teor de ácido fólico no produto
O método analítico utilizado está descrito na Farmacopéia Americana (2009). A
análise foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência. O cromatógrafo
possui um detector de 254 nm e a coluna utilizada foi de 4,6 mm x 25 cm (coluna
21
L1). O fluxo de escoamento é de aproximadamente 1 mL/minuto. A cromatografia da
solução system suitability e do padrão respondem de acordo com o procedimento: a
resolução, R, entre os compostos relacionados A do ácido fólico
(formiltetrahidrofolato de cálcio) e o ácido fólico não é menor que 3,6 e o desvio
padrão relativo das replicações injetadas não é maior que 2,0%.
Foram injetados, separadamente volumes iguais (cerca de 25 µL) das soluções
padrão e solução amostra no cromatógrafo, registraram-se os cromatogramas, e
mediram-se as respostas do pico maior. A quantidade, em mg, de ácido fólico foi
calculada (C9H19N7O6) na porção de comprimidos usando a fórmula: (CV) (ru/rs),
Onde:
c= concentração (mg/mL), de ácido fólico padrão na solução padrão
v= volume (mL) de solução amostra
ru= pico de resposta obtido na solução amostra
rs= pico de resposta obtido na solução padrão
3.4.1 Preparo da fase móvel
Foi preparada em um balão volumétrico de 1000 mL, uma solução em que
foram colocados 70 g de perclorato de sódio, 40 mL de metanol e 14 mL de
hidróxido de potássio 1N. Verificou-se e corrigiu-se o pH no valor de 7,2. Após foi
completado o volume do balão com água ultrapura e a solução foi homogeneizada e
filtrada com o auxilio de uma bomba de vácuo, kitasato e papel filtro de 0,45µm.
3.4.2 Preparo da solução de diluição
Foi preparada em um balão volumétrico de 1000 mL, uma solução em que
foram colocados 10 g de perclorato de sódio e 20 mL de hidróxido de amônio.
Completou-se o volume com água ultrapura e a solução foi homogeneizada. A
solução de diluição foi utilizada como solvente no preparo das amostras e dos
padrões.
22
3.4.3 Preparo da solução system suitability
Foi preparada uma solução contendo 0,2 mg /mL de ácido fólico padrão e 0,2
mg/mL de compostos relacionados A do ácido fólico contendo 20 mL de solvente
aquoso. Antes do uso a solução foi filtrada (filtro 1 µm) e transferida para vial
apropriado para injeção no cromatógrafo.
3.4.4 Preparo da solução padrão de ácido fólico
Dissolveu-se cerca de 30 mg de ácido fólico padrão, corrigido com o conteúdo
de água, em 20 mL de solvente aquoso. O volume foi ajustado quantitativamente
para obter uma solução de concentração conhecida de aproximadamente 0,20
mg/mL. Antes do uso a solução foi filtrada (filtro 1 µm) e transferida para vial
apropriado para injeção no cromatógrafo.
3.4.5 Preparo da amostra de ácido fólico
A seguinte amostra foi utilizada nos ensaios: Folin® 5 mg - lote: 11.018.13
Validade: 12/13. Cada comprimido revestido contém 5 mg de ácido fólico e
excipientes. Foram pesados individualmente 20 comprimidos e calculado o peso
médio. Estes foram triturados com auxílio de gral e pistilo e transferiu-se quantidade
do pó, exatamente pesado equivalente a 10 mg de ácido fólico, para um balão
volumétrico de 50 mL e foram adicionados 20 mL de solvente aquoso. Após 5
minutos no ultrassom para dissolver o ácido fólico, completou-se o volume com água
ultrapura. A solução foi misturada e filtrada para um erlenmeyer, com papel filtro
faixa preta e descartada a primeira porção do filtrado. Antes do uso a solução
resultante foi filtrada (filtro 1 µm) e transferida para vial apropriado para injeção no
cromatógrafo.
3.5 Cálculo estatístico de linearidade
Antes de iniciar o cálculo estatístico de linearidade foi aplicado em todas as
análises, o teste Q, que indicou qual resultado deveria ser descartado por apresentar
discrepância nos resultados.
23
A linearidade foi determinada através da construção da curva analítica da área
do pico resultante versus a concentração do padrão de Ácido Fólico. Os padrões
foram preparados com solução de diluição com aproximadamente 130, 120, 110,
100, 90, 80, 70% da concentração de trabalho do padrão (200µg/mL), pois conforme
consta na Resolução 899/2003 da ANVISA a faixa de concentração deve ser de 25 a
150% da concentração de trabalho que se quer validar. Para os resultados serem
aceitos o coeficiente de correlação deve ser maior ou igual a 0,990.
3.6 Cálculo estatístico de repetibilidade e precisã o intermediária
3.6.1 Repetibilidade
A repetibilidade foi demonstrada pelo ensaio de sete preparações de amostra
do mesmo lote, preparados conforme item 3.4.5, as amostras foram quantificadas
pelo método CLAE, no mesmo dia, pelo mesmo analista e a mesma instrumentação,
a metodologia utilizada para o ensaio foi o procedimento operacional padrão da
empresa.
3.6.2 Precisão intermediária
A precisão intermediária foi demonstrada pelo ensaio de sete preparações de
amostra do mesmo lote, preparados conforme item 3.4.5, as amostras foram
quantificadas pelo método CLAE, em dias diferentes, com analistas diferentes e a
mesma instrumentação, a metodologia utilizada para o ensaio foi o procedimento
operacional padrão da empresa.
3.6.3 Cálculo estatístico da exatidão
A exatidão foi determinada através de uma amostra, na qual quantidade
conhecida de ácido fólico padrão foi adicionada ao placebo (lactose monohidratada,
dióxido de silício, amidoglicolato de sódio, lactose monohidratada aglomerada,
celulose microcristalina, estearato de magnésio, metacrilato dimetilamino etila
copolímero, trissilicato de magnésio, dióxido de titânio, amarelo de quinolina laca (D
24
& C n°10), polietilenoglicol). Estas concentrações foram de 25, 100 e 125% da
concentração teórica analisada (200µg/mL), cada concentração foi feita em triplicata.
25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1Seletividade/Especificidade
A seletividade ou especificidade foi determinada através da comparação dos
cromatogramas do placebo (amostra isenta de ácido fólico), da amostra e do padrão
de ácido fólico. Também podemos demonstrar a pureza do pico (peak purity index =
1) através do detector de arranjo de diodos. A figura 4 apresenta o cromatograma do
placebo (amostra isenta de ácido fólico). Já a figura 5 apresenta o cromatograma do
padrão de ácido fólico e a figura 6 a amostra de comprimido que contém ácido fólico.
Figura 4: Cromatograma do placebo
Fonte: Autoria própria, 2012.
26
Figura 5: Cromatograma do padrão ácido fólico
Fonte: Autoria própria, 2012.
Figura 6: Cromatograma da amostra
Fonte: Autoria própria, 2012.
O método pode ser considerado seletivo (específico) pois comparando as figuras
2, 3 e 4, podemos observar que a figura 2, referente ao cromatograma do placebo
(isento de ácido fólico), não apresentou nenhum pico. Entretanto, as figuras 3 e 4
apresentaram um único pico referente ao ácido fólico. Também pode-se observar
que a pureza do pico das figuras 3 e 4 é demonstrado através do detector de arranjo
27
de diodos, onde apresenta peak purity index = 1.00, que representa 100% de pureza
do pico. Comparando as figuras 3 e 4 podemos evidenciar que não existem
diferenças entre eles, ou seja, trata-se do mesmo pico característico do ácido fólico.
4.2 Linearidade
A linearidade foi realizada a fim de garantir que os resultados obtidos são
proporcionais à concentração do padrão de ácido fólico, de acordo com o intervalo
definido no item 3.5.
De acordo com a RE 899/2003 o coeficiente de correlação deve ser maior que
0,990.
Foi construída a curva analítica de padrão de ácido fólico (figura 5) a partir da
tabela 1, que apresenta os resultados obtidos através das análises de teor de ácido
fólico pelo método CLAE.
Tabela 1: Resultados obtidos através dos ensaios para obtenção da linearidade
(µg/mL) 140 160 180 200 220 240 250 Área 1 6146237 7082562 7909159 8761223 9617061 10535698 10984336 Área 2 6173105 7072196 7914227 8779811 9612986 10545220 10990232 Área 3 6183468 7111695 7921276 8777069 9620657 10549284 10989106 Média 6167603,33 7088817,67 7914887,33 8772701 9616901,33 10543400,7 10987891,3
Fonte: Autoria própria, 2012.
Figura 6: Curva analítica da linearidade
Curva de Calibração
y = 43511x + 87475
R2 = 0,9998
6000000
7000000
8000000
9000000
10000000
11000000
12000000
130 150 170 190 210 230 250 270
Concentração µg/mL
Áre
a
Fonte: Autoria própria, 2012.
28
A figura 6 apresenta a curva analítica da área do pico resultante versus a
concentração para a concentração do padrão de ácido fólico. Os padrões foram
preparados conforme item 3.4.4 em aproximadamente 130, 120, 110, 100, 90, 80,
70% da concentração de trabalho do padrão (200 µg/mL).
A linearidade do método pode ser validada pois a curva analítica obtida
apresentou coeficiente de correlação (R2) igual a 0,99, conforme solicita a ANVISA
na resolução RE 899/2003.
4.3 Exatidão
A exatidão foi determinada conforme consta no item 3.7, através do cálculo de %
de recuperação.
Tabela 2: Resultados análise exatidão
Concentração (µg/mL) 50 200 250
Área 1 2239703 9046643 11313614
Área 2 2240186 8995500 11330966
Área 3 2243518 9011750 11278750
Média 2241136 9017964 11307776
DPR (%) 0,092687 0,289772 0,235172
[ ] padrão (mg/ml) 51,0934 205,5915 257,7946
% recuperação 102,1868 102,7958 103,1179
Média 102,7 Fonte: Autoria própria, 2012.
De acordo com os critérios de aceitação, que constam na resolução (RE
899/2003) da ANVISA, o percentual de recuperação deve estar entre 95 e 105%.
Sendo que estas determinações foram feitas conforme consta no item 3.5. Assim,
calculamos a média das concentrações de 50, 200 e 250 µg/mL e obtivemos o valor
de 102,7% que é um valor considerado aceito para a exatidão do método.
29
4.4 Precisão
Para determinar a precisão, conforme consta no item 3.6, as análises foram
feitas por dois analistas diferentes em dias diferentes obtendo os resultados a seguir.
As tabelas específicas referentes às áreas do pico da amostra comparando dois
analistas encontram-se no anexo 1e 2, respectivamente.
A tabela 3 apresenta os resultados do analista 1 no primeiro dia, as análises
foram feitas em 7 réplicas pois o ácido fólico trata-se de um fármaco. Calculando o
desvio padrão relativo obtemos o valor de 0,73%, este valor é aceitável para validar
a repetibilidade do método, pois consta na resolução RE 899/2003 (ANVISA) que
este valor deve ser menor que 5%.
Tabela 3: Resultados do analista 1 no primeiro dia
Analista 1 Amostra
1 Amostra
2 Amostra
3 Amostra
4 Amostra
5 Amostra
6 Amostra
7 Média 9685704 10022456 9915877 9811916 9856365 9790851 9841510
DPR (%) 0,985784 0,333618 0,206733 0,130454 0,417758 0,396412 0,326267 [ ] padrão (mg/ml) 0,220593 0,228333 0,225883 0,223494 0,224515 0,22301 0,224174
Resultado (%) 109,28 111,04 111,34 111,12 111,57 111,27 111,76 Média 111,05
DPR (%) 0,7378 Fonte: Autoria própria, 2012.
A tabela 4 apresenta os resultados do analista 2 no segundo dia, as análises
foram feitas em 7 réplicas pois o ácido fólico se trata de um fármaco. Calculando o
desvio padrão relativo obtemos o valor de 0,46%, este valor é aceitável para validar
a precisão intermediária do método, pois consta na resolução RE 899/2003
(ANVISA) que este valor deve ser menor que 5%.
Tabela 4: Resultados do analista 2 no segundo dia
Analista 2 Amostra
1 Amostra
2 Amostra
3 Amostra
4 Amostra
5 Amostra
6 Amostra
7 DPR (%) 0,204626 0,046969 0,058162 0,089381 0,32306 0,320184 0,070878 [ ] padrão (mg/ml) 0,219782 0,226811 0,217565 0,222677 0,22133 0,217537 0,222063
Resultado (%) 107,8 108,63 107,39 107,46 107,26 108,26 107,86 Média 107,81 DPR (%) 0,4615
Fonte: Autoria própria, 2012.
30
5 CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi suprir uma necessidade da empresa em atender as
normas da legislação vigente, a RDC 17/2010 na qual cita que os métodos
farmacopeicos não necessitam ser validados, porém é necessário que existam
evidências documentadas de sua adequabilidade nas condições operacionais do
laboratório.
A partir destas considerações efetuou-se a adequabilidade do método
determinação de teor de ácido fólico. Os parâmetros verificados foram: seletividade
(especificidade), linearidade, precisão e exatidão.
Todas as análises foram realizadas pela metodologia analítica CLAE
(cromatografia líquida de alta eficiência ou HPLC).
Para verificar o parâmetro da seletividade (especificidade) foram comparados os
cromatogramas da amostra, padrão e o placebo. Para avaliar a linearidade foi
construída uma curva analítica e avaliado o coeficiente de correlação, já a precisão
foi determinada através da análise da variação dos resultados da análise de 7
amostras preparadas por dois analistas diferentes em dias diferentes.
A exatidão foi obtida pelo cálculo do percentual de recuperação de 7 amostras
preparadas pelo mesmo analista no mesmo dia.
Observando os resultados obtidos pode-se concluir que os parâmetros avaliados
neste trabalho estão de acordo com a RE 899/2003 (ANVISA, 2003) e serão
utilizados como comprovação da adequabilidade do método de determinação do teor
de ácido fólico no produto. Sendo assim método é seletivo, preciso e exato nas
condições reais de uso do laboratório nas análises de rotina desse produto.
31
REFERÊNCIAS
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32
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33
APÊNDICE A: RESULTADOS DO ANALISTA 1
Analista 1 Amostra
1 Amostra
2 Amostra
3 Amostra
4 Amostra
5 Amostra
6 Amostra
7 Área 1 9576330 9986505 9921898 9820967 9810021 9750921 9810480 Área 2 9728372 10052624 9893041 9802865 9888736 9828439 9874600 Área 3 9752410 10028239 9932691 9806543 9870338 9793194 9839451 Média 9685704 10022456 9915877 9811916 9856365 9790851 9841510
DPR (%) 0,985784 0,333618 0,206733 0,130454 0,417758 0,396412 0,326267 Peso médio
(mg) 138,4 138,4 138,4 138,4 138,4 138,4 138,4 Massa (mg) 279,1 284,5 280,8 278,4 278,5 277,4 277,6 [ ] padrão (mg/ml) 0,220593 0,228333 0,225883 0,223494 0,224515 0,22301 0,224174
Resultado (%) 109,28 111,04 111,34 111,12 111,57 111,27 111,76 Média 111,05
DPR (%) 0,7378 Fonte: Autoria própria, 2012
34
APÊNDICE B: RESULTADOS DO ANALISTA 2
Analista 2 Amostra
1 Amostra
2 Amostra
3 Amostra
4 Amostra
5 Amostra
6 Amostra
7 Área 1 9646852 9961649 9559786 9774982 9709607 9541911 9748966 Área 2 9632749 9953697 9553380 9785750 9691285 9529052 9743169 Área 3 9671749 9953409 9548718 9768445 9752456 9587275 9756933 Média 9650450 9956251 9553961 9776392 9717782 9552746 9749689
DPR (%) 0,204626 0,046969 0,058162 0,089381 0,32306 0,320184 0,070878 Peso médio
(mg) 135,1 135,1 135,1 135,1 135,1 135,1 135,1 Massa (mg) 275,2 282 273,8 279,9 278,8 271,5 278,1 [ ] padrão (mg/ml) 0,219782 0,226811 0,217565 0,222677 0,22133 0,217537 0,222063
Resultado (%) 107,8 108,63 107,39 107,46 107,26 108,26 107,86 Média 107,81 DPR (%) 0,4615
Fonte: Autoria própria, 2012