Post on 13-Nov-2018
1
Caracterização detalhada e relato do uso do Material de Referência
Certificado de carvão brasileiro
Vera L.V. Fallavena1-2
, Cristiane Soares de Abreu1, Taísi D. Inacio
1, Carla M.N.
Azevedo1, Marçal Pires
1-2, Iolanda D. Fernandes
3, Lizete S. Ferret
3
1 - Faculdade de Química, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
2 – Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais (PGETEMA)
Av. Ipiranga, 6681. Partenon, Porto Alegre – RS. CEP 90.619-900
Tel. 51 33203549, fax 51 33203549
3 – Fundaçâo de Ciência e Tecnologia (CIENTEC)
E-mail: vlvargas@pucrs.br
RESUMO
O uso de materiais de referência certificados (MRC) é premissa para a garantia da
qualidade analítica de qualquer análise. No caso da caracterização de carvão fóssil,
tarefa complexa não somente devido à variedade de técnicas e métodos utilizados, mas
também em função da heterogeneidade da matriz, o uso de MRCs é indispensável. Até
recentemente, só havia MRCs disponíveis de carvões estrangeiros, com características
bastante distintas dos carvões nacionais que, em geral, apresentam teores elevados de
cinzas. Felizmente, o primeiro MRC de carvão brasileiro (CAR, Rede metrológica RS)
foi disponibilizado para os parâmetros: carbono fixo, cinzas, enxofre total, matérias
voláteis e poder calorífico superior. Este trabalho relata o uso deste MRC na rotina de
dois laboratórios analíticos e o ganho na qualidade das análises, bem como a
caracterização detalhada do mesmo visando à ampliação de sua aplicação a outros
parâmetros. A caracterização do MRC incluiu análise elementar (CHNSO), formas de
enxofre, composição química (FRX) e mineralógica (DRX), análises térmicas, teor de
carbonatos e poder calorífico inferior. Dentre os diversos resultados obtidos destacam-
se o teor de matéria mineral de 50,09%, compatível com o teor de cinzas (41,19%) e a
composição química e mineralógica desta amostra. Além disso, a análise elementar
indicou teor baixo de carbono (49,47%), em acordo com os parâmetros certificados. A
inserção do MRC CAR nos processos de controle de qualidade das análises de
caracterização de carvão foi benéfica apresentando ganhos nos dois laboratórios
participantes. O estudo também indicou valores de referência para diversos parâmetros,
evidenciando a necessidade da certificação dos mesmos através de exercícios
interlaboratoriais.
2
PALAVRAS-CHAVE; Caracterização de carvão. Material de Referencia Certificado,
Qualidade analítica, Matéria Mineral.
1. INTRODUÇÃO
O carvão, como uma rocha sedimentar, é uma mistura heterogênea e complexa
de constituintes orgânicos e inorgânicos contendo fases sólida, líquidas e gasosas
intimamente misturadas. Os constituintes inorgânicos no carvão incluem os minerais, tal
como cristais, grãos e agregados de vários minerais e a matéria fluida (umidade e
inclusões inorgânicas) associada com constituintes inorgânicos e orgânicos sólidos
(Vassilev, 2003). A caracterização físico-química desse material complexo apresenta
vários desafios e nesse contexto a garantia da qualidade analítica dos dados é um fator
muito importante para todos os laboratórios envolvidos na mineração, beneficiamento e
uso do carvão fóssil.
O carvão brasileiro apresenta características particulares em relação aos carvões
estrangeiros, contendo elevado teor de cinzas, sendo normalmente classificado como de
baixo rank. Tais características trazem não somente problemas no seu uso, mas também
nos métodos/técnicas analíticas usadas em sua caracterização. Dentre essas dificuldades
cabe destacar a indisponibilidade de Materiais de Referência Certificados (MRCs)
compatíveis com suas características químicas e geológicas, em especial seu elevado
teor de matéria mineral. Cabe destacar que diversos procedimentos e normas utilizados
no país foram validados com MRCs de carvões estrangeiros, com o conseqüente
aumento das incertezas associadas as determinações.
Felizmente esse quadro tende a mudar através da comercialização do primeiro
Material de Referência Certificado (MRC) de carvão brasileiro (CAR(MR)) disponível
a partir de 2009. Esse material foi certificado para análises de cinzas, enxofre total, e
poder calorífico superior e apresenta valores indicados para matéria volátil e carbono
fixo. Esses parâmetros estão entre os mais importantes e usualmente determinados na
análise rotineira do carvão no país.
Apesar da importância desse Material de Referência, nenhum estudo sistemático
foi ainda publicado sobre seu uso na validação de métodos e/ou controle de qualidade
em laboratórios no país.
Este trabalho tem por objetivo relatar o uso do primeiro MRC de carvão fóssil
brasileiro, na rotina de laboratórios analíticos especializados na caracterização desse
tipo de matriz. O estudo tem também o intuito de realizar a caracterização detalhada do
3
MRC visando uma mais ampla aplicação do mesmo. Essa caracterização incluiu análise
elementar (CHNO), formas de enxofre, teor de carbonatos, composição química (FRX)
e mineralógica (DRX) além de análises térmicas (TG e cinzas a baixas temperaturas)
que permitiram quantificar o conteúdo de matéria mineral presente no carvão estudado.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Identificação dos Padrões
Três diferentes lotes (09, 10 e 11) do Material de Referência Certificado (MRC)
de carvão, adquiridos junto a Rede Metrológica do RS, foram utilizados nesse estudo.
Na Tabela I estão apresentados os valores certificados e indicados para esse padrão,
denominado pelo fornecedor como CAR(MR) e indicado nesse estudo como CAR.
Tabela I - Parâmetros certificados e indicados nos lotes do Material de Referencia
Certificado - Carvão Mineral CAR, utilizados no estudo.
Parâmetro
Valor Incerteza de k Observação
medição
Carbono Fixo % base seca 40,66 0,73 2,52 indicado
Cinzas % base seca 41,09 0,62 2,25 certificado
Enxofre total % base seca 1,69 0,08 2,00 certificado
Matérias Voláteis % base seca 18,57 1,55 2,00 indicado
Poder Calorífico Superior J/g base seca 19,657 374 3,31 certificado
Número dos Lotes utilizados: CAR 09/09, 10/09 e 11/09, k – fator de expansão.
Para validação dos métodos analíticos e comparação dos resultados, outros MRC
de carvões estrangeiros foram utilizados. Cabe destacar o uso de padrões de carvões sul-
africanos (SARM 18, SARM 19 e SARM 20) que apresentam características
semelhantes aos brasileiros. Também foram utilizados padrões NIST (2692b, 2693 e
2685b) e LECO (502-442, 502-443 e 502-444) em diferentes análises.
Inicialmente foram feitas análises periódicas, usando amostras CAR dos
primeiros dois lotes, dos parâmetros certificados/indicados visando estimar as incertezas
nessas determinações. As análises foram feitas em pelo menos em sete replicatas para
cada parâmetro. Na seqüência uma caracterização detalhada foi feita em amostras dos
três lotes estudados, as quais são descritas a seguir.
4
2.2 Caracterização química e mineralógica do carvão.
Os parâmetros da análise imediata: umidade de análise, teor de cinzas, matéria
volátil e carbono fixo, foram determinados seguindo as normas NBR 8293/1983, NBR
8289 DEZ/1983, NBR 8290 DEZ/1983, ASTM D 3172/1989 (1993), respectivamente.
A análise elementar do carvão envolve a determinação do percentual em massa do
carbono bem como enxofre, nitrogênio, hidrogênio e oxigênio (usualmente estimado
por diferença). As análises foram realizadas no analisador elementar LECO TruSpec
CHN, segundo a norma ASTM D 5373/2008, com calibrações para altos teores de
carbono em amostras de carvão (35 a 80%) e baixos teores de carbono em amostras de
cinzas (1 a 10%). As formas de enxofre (pirítico, sulfático e orgânico) foram
determinadas seguindo as normas ASTM NBR 8297/1983, onde o enxofre orgânico é
obtido pela diferença entre o enxofre total dos teores de pirítico e sulfático.
O teor residual de carbonatos, presente nas amostras submetidas ao tratamento
térmico, foi determinado seguindo a norma ASTM D6316-09b. Segundo a norma são
pesados 0,5 a 0,7g (precisão de 0,1 mg) em cadinhos de porcelana e adicionadas 40
gotas de HNO3 10% (m/v). Após 90 minutos de reação à temperatura ambiente, a
amostra foi seca em estufa à temperatura de 120ºC por 3 horas e determinado o carbono
residual no analisador elementar (Leco Truspec CHN). O teor de carbonato foi obtido
por diferença entre os teores de carbono elementar determinados antes e após o ataque
ácido.
Os elementos maiores constituintes das cinzas foram determinados por
fluorescência de raios X (ASTM D4326-94, 1996) utilizando um equipamento modelo
Rigaku RIX 2000 com fonte de radiação de Ródio. Para a determinação da composição
mineral de amostras de carvão bruto e tratado foi determinada utilizando um
difratômetro de raios-X (Rigaku Dengi D-Max 2000), com radiação Cu Kq, gerada a 30
kV e 15 mA. As fases minerais foram identificadas com o auxílio do aplicativo Jade
Plus 5 (MDI, 2000).
2.3 Análise Térmica e Determinação do teor de Matéria Mineral
Análises térmicas foram também realizadas utilizando um analisador térmico
simultâneo TG-DTA (TA Instruments, SDT Q600). As amostras com massa entre 10-15
mg foram colocadas em um cadinho de platina e aquecidas a uma taxa de aquecimento
de 20°C min-1
de 25°C até 1000°C, sob fluxo de N2 a uma vazão de 100 mL min-1
.
Depois de atingida a temperatura de 1000°C a atmosfera é trocada para ar e mantida
5
uma isoterma de 30 minutos. As curvas de DTA e DTG foram obtidas através de
utilização do aplicativo TA Universal Analysis.
A estimativa do teor de matéria mineral no MRC CAR foi feito a partir da
análise de cinzas em média temperatura e da aplicação da Fómula de Parr. Três
diferentes temperaturas (300, 370 e 400°C) foram estudadas na combustão da amostra
de carvão (1,5 g) utilizando fornos muflas (Modelo EDG-3000-1P, Fornitec N480D).
Os períodos de queima variaram em função das temperaturas num intervalo de 20 a 382
horas. Para comprovar a queima total do material carbonáceo foram realizadas
determinações dos teores de carbono orgânico nas amostras tratadas termicamente.
A fórmula de Parr (Eq. 1), que requer apenas valores dos teores percentuais de
cinzas a alta temperatura (Cz) e enxofre total (S), determinados na análise de rotina
(Nahuys, 1984; Speight, 2005) foi usada numa estimativa preliminar do teor de MM do
padrão em estudo.
% MM = 1,08.Cz + 0,55.S (1)
2.4 Uso do MRC no controle de qualidade analítico
A comparação dos resultados das medições com os valores certificados foram
feitos seguindo procedimento da ISO (1993). Calcula-se o valor absoluto da diferença
entre o valor medido médio e o valor certificado pela equação:
Δm = | Cm – CMRC | (2)
onde: Δm é valor absoluto da diferença entre o valor medido médio e o valor certificado;
Cm valor medido médio; CMRC valor certificado.
A incerteza do valor certificado bem como o valor do fator de expansão (k),
foram fornecidos no certificado de análise do MRC, e estão indicados na Tabela I. A
incerteza nas medições foi estimada através da variância das medidas (quadrado do
desvio-padrão). A incerteza combinada (uΔ) foi calculada pela equação abaixo:
uΔ = (um2 – uMRC
2 )
1/2 (3)
6
Onde: uΔ é a incerteza combinada do resultado da medição e do valor certificado
(incerteza de Δm); um a incerteza do resultado da medição; uMRC a incerteza do valor
certificado.
A incerteza expandida, UΔ, correspondente a um intervalo de confiança de
aproximadamente 95 %, é obtida por multiplicação de uΔ pelo fator de expansão (k,
Tab. I). Para avaliar o desempenho do método compara-se o Δm com o UΔ, se Δm ≤
UΔ a diferença entre o resultado da medição e o valor certificado não é significativo.
3. RESULTADOS
3.1. Aplicação do MRC CAR na verificação da Qualidade Analítica
Os resultados obtidos na análise imediata, teor de enxofre total e poder calorífico
superior são mostrados na Tabela II. Observa-se uma harmonia entre os valores
medidos nos dois laboratórios e os valores certificados/indicados.
No que concerne aos teores de cinzas, analisados no laboratório PUCRS,
observou-se o menor erro absoluto (-0,1%) correspondendo a um erro percentual de
0,24%. O erro absoluto verificado na determinação das Matérias Voláteis foi maior (-
0,6%) devido à maior complexidade dessa análise, correspondendo a um erro percentual
de 3,23%. Já o erro percentual na estimativa do Carbono Fixo foi de -2,51%,
correspondendo a 1,02% de diferença absoluta, que retrata o somatório das incertezas na
determinação dos demais parâmetros, utilizados no seu cálculo.
Na Tabela III são indicados os parâmetros relacionados à precisão dessas
análises segundo as normas brasileiras (NBR). Os valores de repetitividade são usados
na avaliação da precisão dos valores medidos por meio do desvio padrão das replicatas,
indicador da dispersão das medidas. Através da comparação entre os dados da Tabela II
e III, verifica-se que os resultados medidos se apresentam dentro da faixa estabelecida
para cada um dos parâmetros avaliados, confirmando a qualidade dos dados quanto a
precisão.
Conforme descrito na metodologia a avaliação da acuracidade dos valores
medidos foi feita através d comparação com o valor certificado e as incertezas
associadas. Na Tabela II são apresentadas as incertezas combinadas (uΔ) e expandidas
(UΔ) para cada parâmetro, se verificado que em todos os casos não há diferença
significativa entre o valor medido e o certificado/indicado. Esses resultados confirmam
a qualidade das análises feita em ambos os laboratórios.
7
Tabela II – Resultados médios (n=7) dos dois laboratórios dos parâmetros certificados e indicados do MRC CAR.
Parâmetro Valor Certificado PUC Incerteza
Média Incerteza k Média dp Variância Erro Combinada Expandida Diferença
Δm Rel.(%) uΔ UΔ Significativa
Análise Imediata (%, bs)
Umidade (%)a n.i. n.i. 1,03 0,13 0,017
Cinzas 41,09 0,62 2,25 41,19 0,30 0,090 0,10 0,24 0,63 1,41 Não
Matéria Volátil 18,57 1,55 2,00 19,17 0,19 0,036 0,60 3,23 1,55 3,10 Não
Carbono Fixob 40,66 0,73 2,52 39,64 0,36 0,126 1,02 -2,51 0,74 1,87 Não
Enxofre total (%, bs)
1,69 0,08 2,00 1,62 0,07 4,32 0,08 0,16 Não
Poder Calorífico Superior (J/g)
19.657 374 3,31 19.573 84 0,43 374 1238 Não
n.i. – não indicado; a – umidade de higroscopia; b- calculado por diferença; Erro absoluto (Δm); Incertezas combinada (uΔ) e expandida (UΔ).
8
Tabela III – Parâmetros relacionados à precisão das análises de interesse para
caracterização de carvão fóssil segundo normas brasileira (NBR) e americana (ASTM).
NBR ou ASTM
N0 Reprodutibilidade Repetitividade
Análises Unidade Valor Condição Valor Condição
Imediata
Umidadea (UH) % 8293 Não consta 0,10 <1% UH
0,20 1% < UH < 5%
0,30 > 5% UH
Cinzas (Cz) %, bs 8289 0,50 <15% de Cz 0,30 <15% Cz
0,70 15,01< Cz < 40% 0,50 > 15% Cz
1,00 >40% Cz
Matéria Volátil %, bs 8290 1,00 0,5
Carbono Fixob %, bs 0,7 <15% Cz
0,8 > 15% Cz
Enxofre %, bs
0,02 + 0,03X
0,02 + 0,03X
Poder Calorífico J/g , bs
Superior
360
117 a – Umidade de análise ou de higroscopia; b – calculado por diferença: Carbono fixo % = 100 -
(Umidade, % + Cinzas, % + Matérias Voláteis, %); Repetitividade calculada pela incerteza
combinada.
3.2 Caracterização química e mineralógica detalhada do MRC CAR
Na tabela VI são apresentados diversos dados de caracterização do MRC CAR.
Os resultados da análise imediata já foram discutidos anteriormente (Tab. II) e são
indicados somente para comparação. A análise elementar indicou teor de carbono
(49,47%) compatível com o tipo de carvão estudado e com o teor de cinzas da amostra
(41,19%). Os teores de hidrogênio (3,12%) e nitrogênio (0,85%) estão dentro da faixa
para o grau de carbonificação esperado para essa amostra. Cabe ainda destacar que as
incertezas associadas a essas determinações estão dentro da faixa tolerada para as
normas utilizadas (ASTM D 5373, 1993). A boa qualidade analítica foi obtida graças à
utilização de MRC com características mais próximas aos carvões brasileiros.
9
Os teores do enxofre total e de suas formas de ocorrência na amostra CAR,
também são mostrados na Tabela VI. Observa-se um valor de enxofre total de 1,69%;
considerado baixo para a média de carvões do sul de Santa Catarina, provável região de
origem do MRC. Segundo Göthe (1989), em valores médios do carvão ROM de Santa
Catarina apresenta conteúdo de 3 a 8% de enxofre. Já os carvões brutos do Rio Grande
do Sul apresentam de 0,5 a 1,5% de enxofre, enquanto o carvão do Paraná apresenta um
conteúdo de 9 a 10% de enxofre. Uma provável explicação para esse comportamento
seria o MRC tratar-se de um carvão beneficiado. Nesse caso os teores mais baixos de
enxofre e ferro observados, estariam relacionados à segregação dos minerais contendo
esses elementos durante o beneficiamento densimétrico.
Tabela VI. Análise imediata, elementar, forma de enxofre do MRC CAR e composição química
de suas cinzas (HTA 725oC).
Parâmetro Valor Parâmetro Valor
Análise Imediata (%, bs)a Composição Química (%, bs)
Umidade (%) 1,03 SiO2 57,8
Cinzas 41,19 Al2O3 29,06
Matéria Volátil 19,17 TiO2 1,4
Carbono Fixob 39,64 Fe2O3 4,8
Análise Elementar (%, bs) MgO 0,47
C 49,47 CaO 1,44
H 3,12 Na2O 0,16
N 0,85 K2O 2,72
Ob 5,37 P2O5 <0,03
S 1,69 SO3 1,06
Formas de Enxofre (%, bs) LOIc 1,06
Pirítico 0,82
Sulfático 0,31
Orgânicob 0,49
a – umidade de higroscopia; b - calculados por diferença; c– perda ao fogo.
Os carvões com elevados teores de enxofre usualmente contém enxofre em
combinação inorgânica, onde a forma de sulfeto de ferro (pirita ou marcassita) é
predominante, mas inclui outros sulfetos e sulfatos metálicos (Calkins, 1994; Thiesen,
10
1945). Nos carvões brasileiros também se observa como forma de enxofre predominante
a piríta. A amostra CAR apresentou maiores concentrações de enxofre pirítico (0,82%)
seguido do enxofre orgânico (0,49%) e teores mais baixos, porém significativos de
enxofre na forma sulfática (0,31%). Entretanto, a comparação dos valores relativos entre
as três formas de enxofre, indica proporções de enxofre orgânico (30%) muito maiores
que as observadas em outros carvões brasileiros (0,2 a 16% relativo ao enxofre total).
De acordo com Calkins (1994) e Thiesen (1945) o enxofre orgânico é o mais
difícil de ser removido nos processos de beneficiamento do carvão (baseados em
densidade ou lavagem), pois este é parte da própria matriz do carvão. O enxofre
orgânico também é a forma mais complexa e difícil de ser identificada e caracterizada.
Todos esses aspectos corroboram com o provável beneficiamento do MRC utilizado
nesse estudo.
A cinza obtida a alta temperatura (HTA, 775oC) da amostra CAR teve sua
composição química determinada por fluorescência de Raios-X. Na Tabela VI são
apresentados as concentrações percentuais dos elementos maiores sob a forma de
óxidos. Os resultados obtidos demonstram que os óxidos de Si (57,8%), Al (29,06%) e
Fe (4,8%) são predominantes nessa amostra. Cabe salientar que o carvão CAR não é
uma amostra típica em termos de concentração de ferro, o qual se apresenta em
concentrações menos elevadas do que as reportadas para carvões brasileiros. Fallavena
et al. (2011) verificou concentrações 3 a 5 vezes menores de Fe para a amostra CAR
comparada a outros cincos carvões ROM de SC e RS.
Outros óxidos importantes encontrados foram os de K (2,72%) e de Ti (1,4 %)
além do enxofre residual (SO3 1,06%). O alto conteúdo de silício e alumínio estão
relacionados às fases minerais majoritárias (aluminosilicatos), identificadas por DRX e
que serão discutidas em detalhes no item 3.3.
3.3 Análise Térmica da Amostra de Carvão Bruta
A fim de completar a caracterização das amostras brutas e obtidas após
tratamento térmico realizou-se a análise térmica da amostra CAR. Por meio desta
técnica é possível de se ter uma indicação da composição das amostras. Nas análises
térmicas são analisadas as variações de massa sofridas por uma amostra quando
11
submetida a uma programação controlada de temperatura (Mukherjee, 2006; Calkins,
1990; Warne, 1990).
A Figura 1 mostra as curvas, termogravimétrica e termogravimétrica derivada,
para a amostra CAR bruta. A curva TG para essa amostra mostra uma perda de massa
relativa à perda de umidade (0,8%) seguida de uma perda por liberação de voláteis
(17,4%) em atmosfera inerte (N2). Após a troca para atmosfera oxidante (ar) a amostra
sofreu combustão, indicada pela rápida perda de massa relativa ao carbono fixo
(41,19%) queimado. A massa restante (40,33%) corresponde a quantidade residual de
cinzas (Zoller et al., 1999; Calkins, 1995; Mukherjee, 2006; Warne, 1990).
Figura 1. Curvas de análise térmica (TG, DTG) da amostra de carvão CAR em atmosfera de
nitrogênio com fluxo de 20°C min-1
até temperatura de 1000°C seguida de troca para ar com
isoterma de 30 min.
Na curva DTG o pico maior (em torno de 493°C) é provavelmente constituído
por vários processos de pirólise. Segundo Zoller e colaboradores (1999) esse pico pode
corresponder a clivagem de ligações no interior da rede macromolecular de carvão e de
dessorção térmica dos compostos de estruturas termicamente menos estáveis. O pico
menor, observado próximo a 557°C, é identificado como uma decomposição térmica da
pirita (Mukherjee, 2006). Segundo Calkins e colaboradores (1995), este pico é ausente
em carvões que não contém pirita ou que apresentam esse mineral em concentrações
12
baixas. Este resultado está de acordo com os dados obtidos na determinação das formas
de enxofre do carvão CAR, que indicou teor de 0,81% de enxofre pirítico.
3.3. Determinação do teor de Matéria Mineral e análise mineralógica
A Figura 2 apresenta os perfis de variação percentual da massa do MRC CAR
em três diferentes temperaturas. Observa-se uma perda de massa muito rápida para as
temperaturas de 370 e 400oC, nas primeiras horas de aquecimento. Não ocorrendo
variações significativas de massa (m <1%) após 20 horas de teste. Por outro lado para
a temperatura de 300oC a perda de massa é muito mais lenta, sendo necessário 382 h
para término do teste. Observou-se também maior variabilidade entre as replicatas,
estimada pelo desvio padrão, na menor temperatura estudada.
40
50
60
70
80
90
100
0 100 200 300 400
Var
iaçã
o d
e M
assa
(%
)
Tempo (horas)
300°C
370°C
400°C
40
60
80
100
0 10 20 30 40
Figura 2. Perfil de variação de massa das amostras de carvão submetidas tratamento térmico nas
temperaturas estudadas (300, 370 e 400 ºC) em função do tempo.
Apesar do maior tempo de aquecimento para o teste efetuado a 300oC, o valor
residual (50,09%) é maior que os obtidos nas temperaturas mais elevadas 370oC
(44,48%) e 400oC (43,91%). Esse resultado deve ser analisado levando em consideração
dois aspectos relacionados ao tratamento térmico de amostras de carvão: de um lado a
possibilidade de combustão incompleta da matéria orgânica, em particular nas médias
temperaturas de combustão utilizadas; e de outro lado as transformações térmicas de
diferentes componentes minerais do carvão. Ambos os fenômenos podem acarretar em
13
estimativas erradas da matéria mineral do carvão testado, tanto pela superestimação
desconsiderando o carbono orgânico incombusto, quanto pela subestimação das fases
minerais perdidas no aquecimento (p. ex.: pirita e carbonatos).
Visando verificar as influencias desses possíveis artefatos, foram feitas análises
comparativa de Difração de Raios-X e determinação do Carbono residual, na amostra
bruta e nos resíduos do tratamento térmico.
Na Figura 3 são apresentados os difratrogramas de Raios-X das amostras
tratadas termicamente, que confirmam o desaparecimento e/ou perda de intensidade
significativa nos picos atribuídos a calcita e pirita quando comparados às amostras
brutas. Tal comportamento não era esperado para o tratamento a 370oC usualmente
aceito como procedimento de referência (Pinetown e outros, 2007; Mukherjee e outros,
2006).
Pela análise dessa figura observa-se que a amostra bruta apresenta, como fases
majoritários, quartzo (SiO2), caolinita (Al4(OH)8(Si4O10), muscovita
(KAl2Si3AlO10(OH)2 e pirita (FeS2). Já nas amostras de cinzas são observados também
a calcita (CaCO3), sulfato de cálcio hemi-hidratado (CaSO4.(H2O)0,5 e ortoclásio
(KAlSi3O8). No que concerne a calcita, a não visualização no difratograma da amostra
bruta pode estar relacionada a influência da matéria orgânica amorfa, relatada em outros
estudos (Pinetown and Ward, 2007). Entretanto, o aumento de intensidade do pico da
calcita com o incremento de temperatura nos tratamentos térmicos sugerem também
uma possível formação desse mineral pela reação entre os óxidos de cálcio e o CO2
oriundo do processo de queima.
De um modo geral os resultados obtidos estão concordantes com dados de
literatura, que citam argilas, sulfetos, carbonato e quartzo como os minerais mais
comuns nos carvões. O cálcio se apresenta na matéria mineral em maiores percentuais
na forma de carbonato (calcita, CaCO3) e em menores percentuais na forma de sulfatos
(gesso (CaSO4.2H2O, ou CaSO4.(H2O)0,5)). A hematita (Fe2O3) é identificada nas cinzas
a 4000C embora não tenha sido observada nas amostras brutas, representando uma
provável oxidação da pirita, a qual não é mais observada nessa amostra de cinzas.
Apesar das dificuldades na avaliação das transformações minerais, pode-se
sugerir que a amostras tratada a 300oC mantém maior similaridade com a amostra bruta,
não ocorrendo descaracterização significativa dos minerais originalmente presentes.
14
Figura 3. Difratogramas obtidos para a amostra CAR: (A) Amostra Bruta, (B) Cinzas a 300°C, (C)
Cinzas a 370°C e (D) Cinzas a 400C. Q – Quartzo (SiO2); K– Caolinita (Al4(OH)8(Si4O10); Gh – Sulfato
de cálcio hemi-hidratado (CaSO4.(H2O)0,5); M – Muscovita (KAl2Si3AlO10(OH)2); O - ortoclásio
(KAlSi3O8); P – Pirita (FeS2); C – Calcita (CaCO3); H – Hematita (Fe2O3).
Os teores de carbono residual e de carbonatos, determinados na amostra bruta e
nas cinzas obtidas nas diferentes temperaturas de calcinação, são apresentados na
Tabela V. Como esperado, o percentual do resíduo (cinzas), após tratamento térmico,
15
diminui com o incremento de temperatura. O maior valor residual (50,09%) foi obtido a
300oC, com menores valores para temperaturas de 370
oC (44,48%) e 400
oC (43,91%),
porém superiores ao teor de cinzas a alta temperatura (40,88%, 775oC). O percentual de
carbono residual acompanha a mesma tendência atingindo valor significativo no
tratamento térmico a mais baixa temperatura (6,64%). Menores valores foram
observados a 370 e 400°C, indicando uma maior oxidação da matéria orgânica.
Infelizmente a maior eficiência de combustão é acompanhada de transformação mais
intensa nos minerais originais do carvão, como verificado nas análises de DRX.
Esse comportamento pode ser melhor quantificado através da determinação do
carbono inorgânico nessas cinzas, expresso na forma de carbonatos (% CO2). Verifica-
se que parte significativa (30%) do carbono residual das cinzas calcinada a 300oC,
corresponde a carbonatos (7,11%). Nas demais temperaturas o teor de carbonatos
decresce atingindo 0,92%, o que confirma a provável descaracterização de algumas
fases minerais sob tratamento térmico mais intenso.
Esses resultados podem ser melhor interpretados através da comparação com
os dados de outros carvões da Jazida Sul Catarinense, Camadas Barro Branco e Bonito,
região de origem do MRC CAR. A figura 6 mostra a composição do material
incombusto das cinzas dessas três amostras de carvões, obtidos em três temperaturas
médias de calcinação. Cabe destacar a maior presença de carbono incombusto na
amostra CAR (6,64%), em todas as temperaturas estudadas, com valor de 5 a 22 vezes
maiores comparados aos outros dois carvões, na menor temperatura de calcinação
(300oC). Diferenças ainda mais significativas são verificadas nos teores de carbono
inorgânico (Carbonatos) remanescente após calcinação. O resíduo da amostra CAR
calcinada a 300oC apresenta quantidade significativa de carbono inorgânico (1,94%)
sugerindo que o processo térmico não provocou a decomposição dos carbonatos (7,11%
CO2), originalmente presentes no carvão. Com o aumento das temperaturas de
calcinação verifica-se a diminuição do percentual de carbono (orgânico e inorgânico)
residuais da amostra CAR, porém numa proporção menos intensa que os demais
carvões. Observa-se que a matéria orgânica incombusta (Ctotal – Cinorgânico) é significativa
no MRC, correspondendo 4,7% da cinzas obtida no teste a 300oC.
Esses resultados indicam que a estimativa do teor MM da amostra CAR é
suscetível a maior incerteza devido a combustão da matéria orgânica menos completa,
mas temperaturas estudadas, e em especial a 300oC, considerada a mais adequada para
essa estimativa (Fallavena et al., 2011).
16
Tabela V- Teores de cinzas e carbono residual das amostras nos diferentes tratamento térmico
(300°C, 370°C, 400°C e 775°C).
Teste Cinzas Carbono residual (%, bs) Carbonatos
T (°C) (% bs) Total Orgânico (% CO2)
MTA 300 50,09 6,64 4,70 7,11
370 44,48 1,69 1,37 1,17
400 43,91 0,87 0,62 0,92
HTA 775 40,88
Figura 6 - Teores % de carbono residual antes e após tratamento ácido (norma ASTM D6316-09b) e de
carbonatos nas cinzas das amostras de carvão obtidas por tratamento térmico a 300°C, 370°C e 400°C.
Por outro lado o teor de carbonatos na resíduo também é elevado, indicando
que a simples subtração do caborno incombusto do resíduo da calcinação não é
adequado. Dessa forma a correta avaliação do nível de matéria mineral nessa amostra
de carvão deve ser feita após a determinação dos teores de Carbono total e Inorgânico.
A Tabela VI apresenta o teor de MM estimado a partir da fórmula de Parr e do
teor de cinzas à temperatura de 300°C com e sem correção do Carbono Residual.
Também são mostrados nesta Tabela os teores de cinzas obtido a 370°C, 400°C e
775C, para fins de comparação, bem como os percentuais de erros entre esses valores.
Os resultados mostram que a medida do teor de cinzas determinado a 300C,
reflete com maior precisão o conteúdo de matéria mineral, quando comparado à fórmula
de Parr (Equação 1).
17
Tabela VI- Teores de Cinzas a 300ºC, 370°C, 400°C e 775ºC e o teor de MM obtido
pela correlação de Parr, e erros % entre esses valores.
Condição Média erro
Método Temperatura %
HTA 775°C 40,88
MM Parr 45,00
MTA 300°C Sem correção 50,09 11,3
Correção/ Ctotal 43,45 -3,4
Correção/ Corg 45,39 0,9
370°C Sem correção 44,48 -1,2
Correção/ Ctotal 42,79 -4,9
Correção/ Corg 43,11 -4,2
400°C Sem correção 43,91 -2,4
Correção/ Ctotal 43,04 -4,4
Correção/ Corg 43,29 -3,8 Erro % calculado considerando o valor da equação de Parr como referência.
Os erros observados, sem considerar a amostra CAR (-11,52%), variaram entre
+1,91 a -2,75% podem ser considerados baixos levando em consideração os erros
envolvidos nas análises. O erro significativo obtido para a amostra CAR está
relacionado ao elevado teor residual de carbono orgânico (4,70%) que, se descontado,
do teor de cinzas a 300°C (50,09% - 4,70%) resultaria em um erro de somente +0,87%
quando comparado ao valor de referência (45,00%). Desta forma é possível propor a
estimativa do teor de MM em carvões brasileiros através de tratamento térmico a média
temperatura (300°C, mínimo 382 h) com posterior determinação do carbono residual da
amostra tratada.
A Figura 7 apresenta as curvas termogravimétricas derivadas (DTG) da
amostra CAR bruta e de resíduos obtidos a 300°C e 370°C. Pela análise dessa figura
observa-se uma similaridade maior entre as curvas obtidas da amostra bruta e de cinzas
a 300°C. O pico observado a 558°C, indicado como possivelmente atribuído a
decomposição pirita (Mukherjee, 2006; Calkins, 1995; Warne, 1995) não aparece mais
nas curvas de cinzas a 300°C e 370°C. Os eventos térmicos a partir de 600°C são mais
evidentes nas amostras de cinzas a 370°C.
18
Figura 7. Perfis das curvas de DTG da amostra do carvão CAR brutos e resíduos de
cinzas obtidos a 300°C e 370°C em atmosfera de nitrogênio.
4. CONCLUSÃO
O uso do MRC CAR mostrou-se adequado para a verificação rotineira da
qualidade analítica de ensaios de caracterização do carvão fóssil nos laboratórios
participantes desse estudo. Todos os parâmetros certificados nesse padrão, bem como os
valores recomendados, foram determinados dentro da faixa das incertezas, admitidas
nas respectivas normas. Esses resultados confirmaram a qualidade analítica dos dados
de caracterização do carvão nos dois laboratórios participantes desse estudo.
O teste de calcinação a baixa temperatura (300°C, 382 h) mostrou-se adequado
para a determinação do teor de matéria mineral dessa amostra desde que sejam feitas as
correções referentes ao carbono incombusto residual (Total e Orgânico). Uma primeira
estimativa do conteúdo de matéria mineral (45,39%) foi feita para a amostra MRC
CAR, considerando uma quantidade de carbono orgânico incombusto de 4,7%.
O uso de diversos métodos de caracterização permitiu um melhor
conhecimento do MRC. A composição química e mineralógica obtida foi concordante
com as características obtidas em outros ensaios. Evidenciou-se a necessidade da
certificação de outros parâmetros determinados nesses estudo, através de exercícios
interlaboratoriais.
19
5. AGRADECIMENTOS
A Rede Carvão CNPq, pelo financiamento do projeto.
6. REFERÊNCIAS
American Society for Testing And Materials. ASTM D6316-09b. Determination of
total. Combustible and carbonate carbon in solid residues from coal and coke,
www.astm.org, acesso 09/11/2010.
____ASTM D 3172 – 89. Standard Practice for Proximate Analysis of Coal and Coke.
In: Annual Book of ASTM Standards, West Conshohocken, PA, 1996. v.05.05, p. 288.
____ASTM D 4326 – 94. Test Method for Major and Minor Elements in Coal and Coke
Ash by X-Ray Fluorescence. In: Annual Book of ASTM Standards, West
Conshohocken, PA, 1996. v.05.05, p. 369.
____ASTM. D 5373 – 93. Standard Test Methods for Instrumental Determination of
Carbon, Hydrogen, and Nitrogen in Laboratory Samples of Coal and Coke. In: Annual
Book of ASTM Standards, West Conshohocken, PA, 1996. v.05.05, p. 453-456.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Preparação de Amostra de Carvão
Mineral para Análise e Ensaios, NBR 8292. Rio de Janeiro, 1983.
____ Carvão Mineral Determinação de Umidade, NBR 8293. Rio de Janeiro, 1983.
____ Carvão Mineral Determinação do Teor de Cinzas, NBR 8289. Rio de Janeiro,
1983.
____ Carvão Mineral Determinação do Teor de Matéria Voláteis, NBR 8290. Rio de
Janeiro, 1983.
Depoi, Fernanda S.; Pozebon, D; Kalkreuth, W.D. Chemical Characterization of feed
coals and combustion0by-products from Brazilian power plants. International Journal of
Coal Geology, v.76, p.227-236. 2008.
Fallavena Vera L. V., Cristiane S. de Abreu, Taísi D. Inácio, Carla M. N. Azevedo,
Marçal J. R. Pires, Lizete S.,
Avaliação de métodos de determinação do teor de matéria
mineral em carvões brasileiros, 3 CBCM, 2011, aceito para publicação.Gramado/RS.
Göthe, C.A.V. Diagnóstico Ambiental da Região Carbonífera Catarinense. In: Enc. Nac.
Est. Meio Ambient, 2, 1989. Florianópolis Anais. Florianópolis: Depto Geociências.
UFSC,.v 3, p.62-103, 1989
ISO - Organização Internacional de Normalização (1993), Guide to the expression of
uncertainty in measurement, ISO, Genebra. ISBN 92-67-10188-9.
20
Kalkreuth, W; Holz, M.; Kern, M.; Machado, G.; Mexias, A.; Silva, M.B.; Willett, J.;
Finkelman, R.; Burger, H. Petrology and Chemistry of Permian Coals from the Paraná
Basin:1. Santa Terezinha, Leão-Butiá and Candiota Coalfields, Rio Grande do Sul,
Brazil. International Journal of Coal Geology v. 68, p. 79–116, 2006.
Koepsel, Jean. Redução Direta do Monóxido de Nitrogênio com coque. Florianópolis
2001 64p. Dissertação (Mestre em Engenharia Química) - Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.
Mukherjee, Samit; Srivastava, S,K. Minerls Tranformation in Northeaster Region Coals
of Índia on Heat Treatment. Energy &Fuels v. 20, p.1089-1096. 2006.
Nahuys, J.; Alpern, B.; Martinez, L. Mineral matter in ashy and non-washable coals –
Its influence on chemical properties. Comunicações dos Serviços Geológicos de
Portugal, nt. 70, fasc. 2, p. 299-317. Portugal, 1984.
Pinetown, K.L. ; Ward, C.R.; Westhuizen, W.V. van der. Quantitative evaluaton of
minerals in coal deposits in Witbank and Highveld Coalfields, and the potential impact
on acid mine drainage. International Journal of Coal Geology, v. 70, p.166-183, 2007.
Pires. M; Fiedlerr, H; Teixeira, E.C. Geochemical distribution of trace elements in coal:
modelling and environmental aspects. Fuel, v. 76, n. 14-15, p.1425-1437, 1997.
Sánchez, Josete C.D. Fernandes, I.D.; Mergel, N.M.D. Meio Ambiente e Carvão –
Impactos da exploração e utilização. In: Capítulo 9. Amostragem e Caracterização
Físico-Química. Fundação Estadual de Proteção Ambiental, Porto Alegre, 2002. p.175-
210.
Speight, J.G. In: Mineral Matter. Handbook of Coal Analysis. John Wiley & Sons, New
Jersey, 2005. p.92-109.
Suárez-Garcia, F; Martinez-Alonso, A. Llorente, M.F; Tascón, J.M.D. Inorganic matter
characterization in vegetable biomass feedstocks. Fuel, v.81, p.1161-1169, 2002.
Vassilev, S.V.; Tascón, J.M.D. Methods for Characterization of Inorganic and Mineral
Matter in Coal: A Critical Overview. Energy & Fuels v. 17, p. 271-281, 2003.