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Resistência dos Materiais Curso de Engenharia Civil
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TENSÃO 1
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Faremos uma revisão dos princípios importantes da estática e mostraremos como eles são usados para determinar
os esforços internos em um corpo.
Além disso, apresentaremos os conceitos de tensão normal, tensão de
cisalhamento e tensão admissível
Objetivos:
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1.1 Introdução 1.2 Equilíbrio de um Corpo Deformável 1.3 Tensão 1.4 Tensão Normal Média 1.5 Tensão de Cisalhamento Média 1.6 Tensão Admissível
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1.1 Introdução
A Resistência dos Materiais é um ramo da Mecânica que estuda as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que
atuam dentro do corpo (Hibbeler, 2004).
A Mecânica dos Materiais é um ramo da Mecânica que lida com o comportamento dos corpos sólidos sujeitos a diversos tipos de carregamentos. Tem como finalidade determinar tensões, deformações e deslocamentos nas
estruturas e em seus componentes (Gere, 2003).
A Mecânica dos Sólidos tem como objetivo principal fornecer ao engenheiro os meios que possibilitam analisar e projetar máquinas e estruturas (Beer e Johnston, 1982).
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No projeto de qualquer estrutura ou máquina, em
primeiro lugar, é necessário usar os princípios da estática para determinar as forças que
agem sobre os vários elementos e em seu interior.
O tamanho dos elementos, sua deflexão e estabilidade dependem não só das forças internas, mas
também do tipo de material de que são feitos. Assim, conhecer o comportamento do material é fundamental na disciplina de
Resistência dos Materiais.
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1.2 Equilíbrio de um Corpo Deformável
( )∑ ∑∑
=×=
=
0
0
FrM
F
o
Equações de Equilíbrio:
Para um corpo em equilíbrio estático, as forças e momentos
externos são anulados e não produzem nenhum movimento de translação ou rotação no corpo.
A condição necessária e suficiente para o
equilíbrio estático de um corpo é que a força
resultante e o momento resultante de todas forças externas formam um sistema equivalente a zero.
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=
=
=
=
=
=
∑∑∑
∑∑∑
0
0
0
0
0
0
z
y
x
z
y
x
M
M
M
F
F
F
Para estruturas tridimensionais, o equilíbrio estático é verificado se decompormos as duas equações de equilíbrio segundo 3 eixos cartesianos ortogonais,
resultando em 6 equações de equilíbrio.
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Oz
yx
z
MM
MMF
=
===
00
∑∑∑
=
=
=
0
0
0
A
y
x
M
F
FSendo A um
ponto qualquer no plano da estrutura.
E, em estruturas bidimensionais, se todas as forças e momentos atuam
no plano da estrutura, então:
Assim as equações de equilíbrio ficam reduzidas a:
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Tipos de apoios em uma estrutura plana
Apoio equivalente a
uma força (reação) com linha de ação
definida.
Apoio do 1º gênero
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Balancim de ponte: apoio do 1º gênero
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Apoio equivalente a uma força (reação)
com direção desconhecida.
Apoio do 2º gênero
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Vinculação de uma pá de retroescavadeira:
apoio do 2º gênero ou rótula
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Apoio equivalente a uma força (reação) de direção desconhecida
e um momento.
Apoio do 3º gênero
ou engaste
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Fixação de uma estrutura: apoio do 3º gênero ou engaste
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Cabe destacar que a aplicação correta das equações de equilíbrio exige a especificação completa de todas as forças conhecidas ou
desconhecidas que agem sobre o corpo.
A melhor maneira de levar em conta essas forças é desenhar o diagrama de
corpo livre do elemento estrutural.
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Esforços Internos
Os esforços internos são as forças e
momentos necessários para
manter a integridade de um corpo que está submetido a um conjunto de forças externas.
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Método das Seções
Para obtermos as solicitações internas que agem sobre uma
determinada região no interior de um corpo, é necessário aplicarmos o Método das Seções.
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1) Desenhar um diagrama de corpo livre da estrutura.
2) Incluir todas as forças externas.
3) Incluir todas as reações de apoio.
4) Dividir a estrutura em duas partes através de
um plano (seção).
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5) Tomar isoladamente uma das partes da estrutura.
6) No plano da seção deverão
surgir forças que mantenham a parte isolada da estrutura
em equilíbrio.
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( )∑ ∑∑
=×=
=
0
0
FrM
F
o
7) Calcular a força resultante e o momento resultante em relação ao centróide da seção, das forças necessárias para
manter a parte isolada do corpo em equilíbrio.
8) Aplicar as equações de equilíbrio à parte do corpo que foi isolada.
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9) Decompor a força resultante e o
momento resultante segundo as direções normal
e tangencial ao plano da seção
transversal.
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Esforços Internos Simples
Momento fletor M: é um momento cujo eixo de atuação encontra-se contido no plano da seção. Surge
quando as cargas externas tendem a fletir o corpo em relação a esse eixo.
Esforço normal N: é uma força que atua perperdicularmente ao plano da seção e
segundo o eixo da estrutura. Surge quando as forças externas tendem a empurrar ou
puxar as duas partes do corpo.
Esforço cortante V: é uma força de corte que atua no próprio plano da
seção. Surge quando as cargas externas tendem a provocar o
deslizamento das duas partes do corpo.
Momento torçor T: é um momento cujo eixo de atuação é perpendicular ao plano da seção. Surge quando as cargas externas tendem a torcer uma
parte do corpo em relação à outra.
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Estrutura contida em um Plano xoy: Cargas Coplanares
=
=
=
∑∑∑
0
0
0
O
y
x
M
F
F
Se a estrutura e o carregamento estiverem contidos em um único plano, podemos aplicar
também o Método das Seções.
Basta secionar a estrutura e aplicar as equações de equilíbrio bidimensionais.
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Esforços simples no Plano xoy
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1.3 Tensão O efeito que um lado da seção exerce sobre
o outro pode ser reduzido a uma força resultante e a um momento resultante
aplicados no centróide da seção.
Porém a interação entre os dois lados da seção transversal não
ocorre apenas no ponto do centróide.
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Para isso consideramos um elemento de área ∆A muito pequeno.
Sobre este elemento de área atua
apenas uma força elementar ∆F.
É necessário, então, determinarmos como acontece essa interação entre os
dois lados da seção, ponto a ponto.
A força ∆F pode ser
decomposta em ∆Fx, ∆Fy,
e ∆Fz.
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Tensão normal: é a força por unidade de área que
atua no sentido perpendicular à ΔA.
0lim Z
z A
FA
σ∆ →
∆=
∆
Se a força normal “puxa” o elemento ΔA, temos
uma tensão de tração. Se a força normal
“empurra” o elemento ΔA, temos uma tensão
de compressão.
Tensão de cisalhamento: é a força por unidade de área que atua tangente à ΔA.
0lim x
zx A
FA
τ∆ →
∆=
∆
0lim y
zy A
FA
τ∆ →
∆=
∆
O eixo z especifica a orientação da área,
enquanto x e y referem-se às retas de direção
das tensões de cisalhamento.
Surge então o conceito de Tensão:
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Estado Geral de Tensão Se o corpo for também
secionado por planos paralelos ao plano x-z e ao plano y-z,
podemos cortar um elemento cúbico do volume do material.
Esse elemento cúbico representa o estado de tensão no
ponto analisado.
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Esse estado de tensão é então caracterizado pelos
três componentes que atuam em cada face do elemento.
Estado Geral de Tensão
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Nas faces opostas do cubo existem tensões normais de mesmo módulo e sentido oposto, por equilíbrio de forças.
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E, nas faces adjacentes do cubo
existem tensões tangenciais de mesmo
módulo e sentido oposto, por equilíbrio
de momentos.
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Portanto, são necessárias apenas 6 componentes de tensão para definir o estado geral de tensão em um ponto.
Tensor de tensões simétrico:
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Felizmente, na prática, muitos problemas podem ser reduzidos a
um estado plano de tensões.
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=
yxy
xyxσττσ
T
Com isso, é necessário determinar apenas 3
componentes de tensão:
No estado plano de tensões as componentes fora do plano são todas nulas.
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Unidades A unidade de tensão no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Newton por metro quadrado (N/m²), ou Pascal (Pa).
= 21 1Pa N m
O Pascal é uma unidade pequena para medir tensões em Engenharia.
Na prática usam-se múltiplos do Pascal:
kPa = 103 Pa (quilopascal)
MPa = 106 Pa (megapascal)
GPa = 109 Pa (gigapascal)
Observação:
62 6 2 2
1 1 10 110
N N N MPamm m m−
= = =
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1 psi = 0,006895 MPa
1 ksi =6,895 MPa
Conversão de unidades!
Já no Sistema Inglês de Unidades, a tensão é especificada por:
libra por polegada quadrada: psi (pound per square inch)
quilolibra por polegada quadrada: ksi (kilopound per square inch)
2lbpsiin
=
1000ksi psi=
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1.4 Tensão Normal Média Frequentemente,
elementos estruturais ou mecânicos são
compridos e delgados.
Aqui, discutiremos a distribuição de tensão média que atua na seção transversal de
elementos submetidos a solicitações axiais.
Além disso, estão sujeitos a cargas axiais que em
geral estão aplicadas nas extremidades do elemento.
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Para isso, é necessário considerarmos duas Hipóteses Simplificadoras:
“A barra deve permanecer reta antes e depois da aplicação da carga e, além
disso, sua seção transversal deve permanecer plana durante a deformação
(mudança de volume e forma).”
Será analisada a região central da barra, evitando as regiões próximas
às cargas aplicadas.
Então, linhas horizontais e verticais deformam-se uniformemente quando a
barra está submetida ao carregamento P.
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“Para que a barra sofra uma deformação uniforme, considera-se que a carga P seja aplicada ao longo
do eixo centróide da seção transversal e que o material seja
homogêneo e isotrópico.”
Material homogêneo → possui as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo o seu volume.
Material isotrópico → possui as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todas as direções.
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A barra está submetida a uma
deformação uniforme constante
Resultado de uma tensão
normal constante
PA
σ =
σ → tensão normal média em qualquer ponto da área
da seção transversal; P → resultante da força
normal interna, aplicada no centróide da área da seção
transversal; A → área da seção
transversal da barra.
Portanto:
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1.5 Tensão de Cisalhamento Média Já para discutirmos a tensão de
cisalhamento média, vamos considerar que os apoios são
rígidos e que a carga F é suficientemente grande para
provocar deformação e falha da barra ao longo dos planos AB e CD.
O diagrama de corpo livre do segmento central não apoiado da
barra indica que a força de cisalhamento V = F/2 deve ser aplicada em cada seção para
manter o segmento em equilíbrio.
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Assim, a tensão de cisalhamento média
distribuída sobre cada área secionada é definida por:
medVA
τ =
τmed → tensão de cisalhamento média na seção, que se supõe ser a mesma em cada ponto da seção;
V → resultante interna da força de cisalhamento na seção, determinada pelas equações de equilíbrio;
A → área da seção transversal.
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Tipos de Cisalhamento
Cisalhamento Simples – considerando as juntas sobrepostas de aço (a) e madeira (c) e os
diagramas de corpo livre (b) e (d), a área de seção transversal do parafuso e a superfície de fixação entre os elementos estão submetidas apenas a
uma força de cisalhamento simples V = F.
Na prática, existem dois tipos de cisalhamento que merecem destaque:
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Conexão parafusada na qual o parafuso é
submetido a cisalhamento simples.
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Cisalhamento Duplo – considerando as juntas de dupla sobreposição de aço (a) e madeira (c) e os
diagramas de corpo livre (b) e (d), temos uma condição de cisalhamento duplo. Por consequência,
V = F/2 atua em cada área secionada.
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Conexão parafusada na qual o parafuso é submetido a cisalhamento duplo.
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1.6 Tensão Admissível O engenheiro responsável pelo projeto de elementos estruturais ou mecânicos
deve restringir a tensão do material a um nível seguro.
Para garantir a segurança, é necessário escolher uma tensão
admissível que limite a carga aplicada a um valor menor do que a carga que possa levar o
elemento à ruptura.
Tensão Admissível
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Um dos métodos para especificar a carga de projeto de um elemento é usar um número denominado Fator
de Segurança (F.S.). . . rup
adm
FF S
F=
Frup → carga de ruptura do material, obtida através de testes experimentais
Fadm → carga admissível
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Se a carga aplicada ao elemento for relacionada linearmente à tensão desenvolvida no interior do elemento, como no caso da
tensão normal média e da tensão de cisalhamento média.
PA
σ = medVA
τ =
É possível expressar o F.S. como a relação entre a tensão de ruptura e a tensão admissível:
. . rup
admF S
σσ
= . . rup
admF S
ττ
=