Post on 07-Apr-2016
CÂNCER DE COLO UTERINO
Giovanna Fonseca
INCIDÊNCIA DE CÂNCER NO BRASIL
INCIDÊNCIA DE CÂNCER NO BRASIL
• 20 casos a cada 100 mil mulheres (MS, 2005)
• Terceiro e número de casos entre homens
e mulheres (MS, 2005)
• Relacionado a hábitos de vida
INCIDÊNCIA BRASIL:
Estimativas de novos casos: 17.540 (2012) Número de mortes: 5.063 (2009)
ESPÍRITO SANTO:
• Estimativas de novos casos: 340 casos novos para cada 100.000 habitantes (MS, 2012)
ANATOMIA UTERINA
DEFINIÇÃO
• Surge na junção entre o epitélio colunar da endocércive e o epitélio escamoso da ectocérvice. A zona de transição é o sítio de alterações metaplásicas contínuas, mais ativas in-utero , na puberdade e na gestação; diminuindo na menopausa.
FATORES DE RISCO• Infecção pelo HPV(16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51,
52, 56,58, 59 e 68): principal *• Início precoce da atividade sexual• Multiplicidade de parceiros sexuais• Tabagismo: quantidade de cigarros fumados• Múltiplas parceiras: homem• Infecções genitais de repetição• Higiene íntima inadequada
* Será focado pelo seminário
ALTERAÇÃO CITO-HISTOPATOLÓGICA
• NIC (Neoplasia intra epitelial): alteração celular– Classificação de Bethesda(1988)– Dividi-se em grau:
• NIC I: baixo grau• NIC II: alto grau• NIC III: alto grau• Carcinoma in situ: alto grau• Carcinoma epidermóide invasor: alto grau
EVOLUÇÃO CLÍNICA• Crescimento lento e silencioso
• Fase pré-clínica:– sem sintomas– trans-formações intra-epiteliais progressivas importantes– detecção de possíveis lesões precursoras: preventivo
• Progressão lenta: dez a vinte anos
• Fase pré-invasora: – restrita ao epitélio escamoso cervical,não ultrapassando a sua
membrana basal– histopatologicamente: 3 graus iniciais das chamadas neoplasias
intraepiteliais cervicais (NIC), sendo lesões reversíveis, se reconhecidas e tratadas
EVOLUÇÃO CLÍNICA• NIC
– NIC I : displasia leve, atinge terço inferior a profundo do epitélio– NIC II: displasia moderada, compromete até dois terços da
espessura do epitélio– NIC III: displasia acentuada, alterações de quase toda a
espessura do epitélio, poupando as células mais superficiais e carcinoma in situ.
• Fase invasiva: ultrapassa os limites da membrana basal– tecidos vizinhos ao epitélio (ou seja, ainda restrita ao colo) , de
órgãos próximos (vagina, paramétrios, linfonodos pélvicos e mucosas da bexiga e do reto) ou distantes (pulmões, fígado, ossos e linfonodos principalmente).
– cura mais difícil, se não impossível– Sintomas: sangramento vaginal, corrimento e dor
RESUMO EVOLUÇÃO CLÍNICACOLO NORMAL
CERVICITES
CARCINOMA IN SITU
CARCINOMAINVASOR
DISPLASIA OU NIC
NIC I
NIC II
NIC III
58
meees
38
meses
12 meses
RESUMO EVOLUÇÃO CLÍNICA
Displasialeve
Displasiamoderada
Displasiaacentuada
CA in situ
NIC I
NIC II
NIC III
CA in situ
CA invasor
Lesão baixo grau(LSil)
Lesão alto grau(HSil)
NIC I NIC II
LESÃO ACETOBRANCA DE MARGENS
IRREGULARES E MOSAICOS FINOS
LESÃO ACETOBRANCA DE COM PONTILHADO (a) E
MOSAICOS GROSSEIROS (b)
CARCINOMA EPIDERMÓIDE
QUADRO COMPARATIVOPAPANICOLAU E BETHESDA
SIL = células escamosasASCUS = tentativa de classificação (significado indeterminado)ASCH= não excluir lesão alto grau
INTERPRETAÇÃO DA LÂMINA• Nomenclatura brasileira para laudos cervicais: Sistema
de Bethesda
• Lesões cervicais escamosas são:– 1. Atipia em Células Escamosas de Significado Indeterminado
(ASC): ASC-US (significado indeterminado) e ASC-H. (não se pode excluir lesão de alto grau)
– 2. Lesão Intra-epitelial de Baixo Grau (LSIL), que engloba NIC I e efeito citopático pelo HPV
– 3. Lesão Intra-epitelial de Alto Grau (HSIL), que engloba NIC II, NIC III e Carcinoma in situ
– 4. Carcinoma Epidermóide invasor
INTERPRETAÇÃO DA LÂMINA
• Lesões em células glandulares: 1. Adenocarcinoma in situ 2. Adenocarcinoma invasor
• Insatisfatório ou inconclusivo – leitura da lâmina prejudicada, seja por natureza técnica ou amostragem celular (sangue, dessecamento, material acelular ou hipocelular)
ADENOCARCINOMA
DIAGNÓSTICO
• Exame ginecológico: PAPANICOLAU
COLETA PAPANICOLAU
O exame citopatológico deve ser
realizado em mulheres de 25 a
59 anos de idade, uma vez por
ano e, após dois exames
anuais consecutivos
negativos, a cada três anos
COLETA PAPANICOLAU
• Coleta de material citológico do colo do útero: escamação ou esfoliação das células– parte externa: ectocérvice, através da
espátula de Ayre.– parte interna, endocérvice, através da
escovinha da Paz ou endocervical
ECTOCÉRVICE
ENDOCÉRVICE
RECOMENDAÇÕES DO PAPANICOLAU
• Não utilizar duchas, medicamentos exames intravaginais, 48 horas antes da coleta
• Evitar relações sexuais durante 48 horas antes da coleta
• Não usar anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame
• Evitar período menstrual, devido presença de sangue prejudicar o diagnóstico citológico. Aguardar o 5° dia após o término da menstruação
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Organizar ambiente e material: – Escovinha da paz– Espátula de Ayre– Luva– Lâmina fosca– Foco de luz– Avental– 2 lençóis (cama e cobrir pacte)– Pote de armazenagem de lâmina– Espéculo descartável– Impresso de citologia (rosa)– Água estéril (se necessário)
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Preenchimento dos dados nos formulários para requisição de exame citopatológico – colo do útero
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Preparação da Lâmina: previamente a coleta– O uso de lâmina com bordas lapidadas e extremidade
fosca é obrigatório
– Identificar a lâmina escrevendo as iniciais do nome da mulher e o seu número de registro da Unidade, com lápis preto nº2 ou grafite, na extremidade fosca, previamente a coleta;
– Identificar a caixa do porta-lâmina
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU• Anamnese:
– Se está grávida ou suspeita. Só coleta de ectocervice
– Quantos parto(s) normal(s)– Primeira relação sexual:
escolha do espéculo adequado;
– Uso de anticoncepcional, tratamento hormonal, submeteu-se à radioterapia pélvica;
– Sangramento ao coito– Uso de duchas,
medicamentos ou exames intravaginais e relação sexual nas 48 horas antes da coleta
– Data da última menstruação (DUM)
INFORMAÇÕES DEVEM SER ANOTADAS NA REQUISIÇÃO DE EXAME E PRONTUÁRIO
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Lavagem das mãos• Solicitar que a mulher esvazie a bexiga e a troca
de roupa pelo avental• Posicioná-la na posição ginecológica • Cubra-a com o lençol• Posicionar o foco de luz• Colocar a luva de procedimento• Avaliar vulva: Integridade e coloração do tecido
e presença de secreções
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Avaliar tamanho espéculo: P,M,G
• Não usar lubrificante,– Idosas: soro fisiológico (*)
• Introduzir suavemente o espéculo na vertical e abra-o lentamente e ao mesmo tempo gire-o em sentido anti-horário, até chegar à horizontal
• Nessa fase avalia-se a parede vaginal e colo uterino: integridade, coloração e secreção
(*) Sugiro o uso de água estéril ao invés de soro fisiológico
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Coleta do material da ectocérvice: – Encaixe a ponta mais longa da Espátula Ayre
no orifício cervical e gire 360º e passe o raspado na primeira parte da lâmina no sentido de cima para baixo
IDENT
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Coleta do material da endocervice:– Introduza a escova endocervical no orifício
cervical e gire 360º percorrendo todo o contorno
IDENT
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU• Armazenamento da lâmina em frasco (fixação
com álcool a 96%) :
- Coloca-se a lâmina com o esfregaço dentro do frasco com álcool a 96% em quantidade suficiente para que todo o esfregaço seja coberto.
- Identifique o frasco envolvendo-o à requisição de exame
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Armazenamento da lâmina em caixa (fixação com spray):– A lâmina contendo o esfregaço é posicionada a 20
cm do spray fixador e borrifa-se – Identifique a caixa envolvendo-a à requisição de
exame
PROCEDIMENTO DE PAPANICOLAU
• Fechar o espéculo não totalmente, evitando beliscar a mulher
• Retire-o delicadamente inclinando levemente para cima, observando as paredes vaginais
• Retirar as luvas
• Auxiliar a mulher a descer da mesa
• Solicitar que ela troque de roupa
• Informar sobre a possibilidade de um pequeno sangramento, sendo comum cessar sozinho
• Enfatizar a importância do retorno para o resultado e se possível deixar agendado
COLETA PAPANICOLAU:SITUAÇÕES ESPECIAIS
• Mulher grávida:– Deve ser feito até 7º mês, preferencialmente– Coleta somente do ectocérvice
• Mulher virgem:– Não é rotina– Condilomatose vulvar e anal– Respeitando a vontade da mulher
COLETA PAPANICOLAU:SITUAÇÕES ESPECIAIS
• Mulheres submetidas a histerectomia:– Esfregaço de fundo de saco vaginal.
• Histerectomia subtotal: rotina normal
• Mulheres com DST: – Rotina diferenciada: maior frequência pelo
risco
COLETA PAPANICOLAU:SITUAÇÕES ESPECIAIS
Mulheres com colpites (inflamação da vagina), corrimentos ou colpocervicites pode comprometer a
interpretação da citopatologia.
Tratar e retornar para coleta do exame preventivo
ou retira-se o excesso de secreção com algodão ou gaze,
embebidos em soro fisiológico* para a coleta
* Sugiro o uso de água estéril ao invés de soro fisiológico
AÇÕES DE ENFERMAGEM
• Prevenção e diagnóstico de CA:– Controle dos fatores de risco, como DST
– Aumentando de exame Papanicolau
– Registro e conduta imediata de CA
– Grupos de apoio
TRATAMENTO
• Serviços de “referência”:– Crioterapia– Laser terapia– Conização– CAF– Histerectomia– Braquiterapia– Histopatológico do câncer: colposcopia e biópsia do
colo uterino ou conização
CONIZAÇÃO
CAF
• Cirurgia de alta freqüência com uso de bisturi elétrico que retira parte de tecido sem ocasionar queimadura
• Um dos melhores tratamentos nas lesões pré-malignas ou lesões de alto grau sem interferência no canal cervical
• Baixo custo • Anestesia local, sem internação• Associado a colposcopia
COLPOSCOPIA
• Exame confirmatório de alteração detectada no preventivo
• Uso do colposcópio e espéculo vaginal: avalia vulva, canal vaginal, colo uterino, períneo e ânus
• Se necessário: biópsia com anestesia local
COLPOSCOPIA
IMAGENS DA COLPOSCOPIA
HISTERECTOMIA
BRAQUITERAPIA
• Tratamento radioativo de alta dosagem em contato com célula tumoral
• Alto custo