Cal,+José..

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José Luís PeixotoJosé Luís Peixoto

É natural de Galveias, e nasceu a 4 de Setembro de 1974.

É um escritor e dramaturgo Português.

É Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão) pela Universidade Nova de Lisboa.

Publicou várias Obras de Ficção e Poesia, entre as quais “Cal” esta mesma que estou a apresentar!

E vejam só como este homem é ligado á terra onde nasceu…

E como incentiva a população de Ponte de Sor a escrever e a ter uma vida ligada constantemente com a literatura…

CAL, reúne textos de natureza diversa (três poemas, dezassete contos e uma peça de teatro), ancorados num espaço rural e na vivência e memória dos mais velhos.

Aqui, a experiência da duração, da continuidade, funde-se com o sonho e com a loucura, num tempo fora do tempo. Como um «fio puríssimo de luz», uma «ausência presente» atravessa os gestos e as emoções destas figuras.

Em cumplicidade com a morte, a vida torna-se mais límpida, talvez mais pura. A luz, como «treva visível» - força redentora das suas personagens -, é certamente um dos fios condutores de CAL.

A peça À Manhã foi estreada no Teatro São Luíz, em Lisboa, em Janeiro de 2006 e reposta em 2007, com encenação de Natália Luíza e Miguel Seabra.

Parte dos textos incluídos neste livro tiveram uma publicação limitada na imprensa escrita.

Os poemas «Olhe os seus netos. Eles hão-de querer que o avô», «As mulheres de 80 anos sentam-se em todas as cadeiras» e «A gente corremos pelas ruas da vila» são aqui publicados pela primeira vez.

Ana sabia que a burra não valia muito dinheiro. As mãos de Ana eram velhas.

Os dedos eram grossos e tinham riscos feitos pela lâmina da navalha de retalhar azeitonas.

As palmas das mãos eram grossas e tinham o toque da superfície serrada de um tronco.

As mãos do velho Durico eram magras e escuras. As costas das mãos, quando as estendia debaixo de um candeeiro de petróleo, eram suaves.

As unhas eram certas por serem cortadas com uma navalha, à noite, quando a fogueira lhe iluminava o rosto.

As palmas das mãos cheiravam a terra castanha e a fumo.

A corda na mão do velho Durico era pesada e áspera, quando a puxava havia um movimento do corpo da burra que o seguia. Com aquela corda, puxava um corpo.

As mãos de Ana passaram a corda para as mãos do velho Durico. As mãos do velho Durico pousaram duas notas nas mãos de Ana.

As notas na mão de Ana eram muito leves, como se fossem feitas de teias de aranha, como se fossem uma camada de pó ou qualquer coisa invisível.

Ana, o anjo e a cadela entraram nas ruas da vila, atravessaram-nas e, quando chegaram à estrada do monte, sabiam que havia um lugar dentro deles, o interior de uma gota de chuva, onde faltava algo que tinham perdido para sempre.

Não gostei deste livro porque a história é bastante complicada e difícil de perceber o que me dificultou a realização deste trabalho dado que, tentei tirar o menos possível de informação de fontes exteriores, logo foi uma tarefa bastante árdua.

Não aconselho a pessoas mais novas a ler, não pela escrita do autor, mas pelo enredo que a própria história implica.

O meu nome é Liliana Marques, estudo na escola Secundária de Ponte de Sor, no 10º ano, na turma D, e fui eu que fiz este MAGNÍFICO trabalho!