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FESTIVAL LATINO AMERICANO DE TEATRO
II Seminário Nacional de Pesquisa em Teatro
Caderno de Resumos
de 04 a 07 de maioInstituto de Arte da UFU
Universidade Federal de Uberlândia
Coordenação Geralda III Edição do Festival de Teatro Ruínas Circularese do II Seminário Nacional de Pesquisa em Teatro:
Profa. Yaska Antunes
Coordenação Científica
do II Seminário Nacional de Pesquisa em Teatro:
Profa. Maria do P. Socorro Calixto Marques
Comitê científico:
Ana Maria Carneiro
Dirce Helena Benevides de Carvalho
Luis Humberto M.ArantesMara Leal Maria do P. Socorro Calixto Marques
Paulina Caon
Rosemeire GonçalvesYaska Antunes
Coordenadores de Mesa:
Ana Maria Carneiro
Dirce Helena Benevides de CarvalhoIrley Machado
Luis Humberto M.ArantesMara LealMariene Hundertmarck Perobelli Mário Piragibe
Paulina Caon
Rosemeire GonçalvesVilma Campos
Secretário:
Diego Lage
Agradecimentos:À Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoÀ Coordenação do Curso de Graduação em Teatro Coordenação do Curso de Pós-Graduação em ArtesAo Prof. Dr. José Magno Queiroz LuzAos professores do Curso de MúsicaAos professores do Curso de TeatroAo Alex Dorjó
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Apresentação
Prezados leitores/ espectadores
,Certamente, voltamos a esse novo cenário de divulgação das investigações científicas e artísticas com um elenco bem maior e mais afiado. O fôlego para alcançar mais um degrau, evidentemente, nasceu das primeiras iniciativas ainda no ano de 2009, com a edição do Festival Latino Americano de Teatro e sua reedição em 2010, em cujo evento foi apresentado I Seminário Nacional de Pesquisa em Teatro. Naquele momento, era grande a euforia e dinâmica dos congressistas, especialmente, alunos da graduação que pela primeira vez apresentavam seus trabalhos longe de refletores e aplausos. No entanto, nesse outro palco, as luzes foram tantas que, hoje, essa II edição do Seminário apresenta quase o dobro de participantes, sejam daqui da UFU ou de outras Instituições e grupos de teatro. O fato é que, somada à prática artística, os alunos do curso de teatro desejam falar e, especialmente, ouvir sugestões sobre suas atividades. Sugestões essas que não são mais apenas de orientadores ou colegas de pesquisa. Nesse ano, contamos com uma integração mais substancial e eloqüente e com um número maior de professores do Curso de Teatro, como se pode observar na programação. Esse fato vem revelar o quanto precisávamos de oxigênio renovado para que efetivássemos com mais maturidade e complexidade um evento que se pauta na investigação teatral, seja ela calcada na prática dos artistas, na pesquisa teórica ou em ambas. O Curso de teatro recebeu novos profissionais, portanto, novos olhares, ávidos por participarem dos eventos já existentes. Esses novos desejos renovaram outros latentes e pudemos realizar uma interlocução mais consistente e aberta entre várias frentes temáticas. Além disso, é possível entrever que quando um evento é importante para alunos e professores, acaba por corresponder a uma significativa sintonia entre os pares, pois é quando falamos de conhecimento e de aprendizagem no diálogo entre intelectuais e artistas.Quando do I Seminário, recebemos vinte e dois frutos, melhor dizendo, textos completos, número que consideramos razoável, tendo em vista a qualidade do material e do total de inscrições realizadas em 2010. E é pela satisfação de um trabalho realizado e também com o intuito de garantir sua assiduidade que, junto com esse caderno de resumos, publicamos também em Anais eletrônicos o material enviado no ano passado. Com certeza nesse ano, após o II Seminário, teremos um número ainda maior de publicações tornando esse evento em momento tradicional no Curso de Teatro da UFU, assim como outras reedições do Festival Latino Americano.Por fim, queremos agradecer a todos, e aqui não cabem todos os nomes porque seria tal qual a lista de chamada de várias turmas de alunos, professores, técnicos, e convidá-los para esse evento que, embora pequeno, traduz um pouco os trabalhos, desejos e conquistas de nosso Curso de Teatro.
Maria do P. Socorro Calixto Marques
Professora do Curso de TeatroUniversidade Federal de Uberlândia
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Sumário da Programação
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Mesa 1 - Poéticas Teatrais na América LatinaCoordenadora: Ana CarneiroSala 01 – 05/05/2011 – 14h às 17h
1. A “Megera. Domada?” e o Teatro de Rua
Laís Batista CostaGraduação/Iniciação Científica/UFU
Autônomos de Teatro/ Trupe dos Truões
Este estudo apresenta uma investigação sobre a linguagem do teatro de rua a partir de
reflexões pautadas na experiência prática de montagem do espetáculo “A Megera.
Domada?” desenvolvido em 2010 pela primeira turma de Bacharelado do Curso de
Teatro da Universidade Federal de Uberlândia. O olhar sobre essa linguagem se dá na
abordagem do processo criativo da dramaturgia, interpretação e encenação do
espetáculo analisado, no qual reconheço vários elementos do teatro de rua, como por
exemplo, o espaço como propositor da criação de cenas e da linguagem do ator; o
desenvolvimento do roteiro enquanto orientador da dramaturgia e encenação; o ator
como narrador e propositor do jogo aberto com o espectador; a existência de
personagens tipo e de imagens que reforçam a característica visual e representam o
tema do espetáculo.
2. Trupe Tamboril: a formatação de um grupo de teatro de rua e a relação direta
com a cena urbana
Maíra Rosa PeixotoGraduação/UFU
Trupe Tamboril de Teatro
Criado no ano de 2007 por artistas de rua que se utilizavam das técnicas de circo como
forma de subsistência, a Trupe Tamboril nasce com um ideal: ocupar o espaço da cidade
com uma arte que dialogue com as discussões pertinentes da nossa
contemporaneidade. Se todo o teatro é político, como nos diz Augusto Boal, políticas também são as relações estabelecidas entre o ator e seu “publico”, entre a cidade e seus conflitos. Desta forma, criar uma poética que perpasse temas relevantes contemporaneamente, e experimentá-los dentro de um fazer teatral de rua, é retomar a premissa maior de todo o teatro: sua comunhão. A relação direta com a cena urbana consolida para os processos de criação da Trupe Tamboril a formatação de um grupo engajado estética e politicamente.
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3. Para que a memória floresça: tintas [etno]graficas do Laboratório pedagógico
do YuyachkaniNarciso Telles
Professor Pesquisador/UFU/CNPqColetivo Teatro da Margem
As práticas em pedagogia do teatro na América Latina tem historicamente o espaços dos grupos como 'locus' destas atividades. As demonstrações técnicas, desenvolvidas pelos grupos latino americanos, têm ganhado evidência junto aos artistas que a utilizam com a intenção didática explícita ou não de apresentar seus procedimentos de criação e “treinamento”. Ao observar como o artista-docente maneja seu instrumento de trabalho, o aluno pode perceber, com mais clareza, as possibilidades de desenvolvimento de seu trabalho em cada atividade proposta. A presente comunicação busca realizar com as tintas da [etno]grafia artística a análise do laboratório pedagógico do Grupo Yuyachkani, ocorrido fevereiro de 2011em Lima e suas implicações na formação em Teatro na América Latina.
4. A Poética do TEATRO IMAGEN no Chile, há 35 anos de seus inícios.
Paula Andrea González RodríguezPós-Graduação/ECA/USP
Esta apresentação procura num âmbito geral, ampliar o debate em relação às diversas
propostas Poéticas contestatórias geradas no Chile no período da ditadura militar
chilena dentre os anos 1973-1989. Analisando em particular a proposta artístico
pedagógica da Companhia chilena “Teatro Imagen”, visando considerar algumas das
suas características particulares resgatadas por meio da análise historiográfica dos
registros de seus processo criativos, depoimentos dos artistas envolvidos e registros de
imprensa.
5. Melodrama e Teatro de Rua: diálogos possíveis nas relações corpo/voz de trabalho do ator
Rebeca Linhares Maciel
Graduanda em Teatro/Bolsa PINA/IARTE /UFU
Nesta comunicação, apresento algumas reflexões sobre a pesquisa
“Melodrama e Teatro de Rua: diálogos possíveis nas relações corpo/voz do trabalho do
ator”, realizada sob orientação da Profª Drª Ana Carneiro. O trabalho buscou responder a
seguinte pergunta: como o trabalho de corpo/voz feito para o melodrama pode contribuir
para o trabalho corporal e vocal do ator de teatro de rua? O que provoca esse interesse é
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a percepção, que nasceu em pesquisa anterior (2008), realizada sob orientação do Prof.
Dr Paulo Merisio, de que o corpo trabalhado para o melodrama é amplo e aberto,
características importantes para o corpo de um ator de teatro de rua. Depois do
levantamento bibliográfico sobre teatro de rua e retomada da pesquisa acerca do
melodrama, deu-se início ao trabalho prático desenvolvido com adolescentes de uma
ONG no bairro Canaã, com vistas a montagem de espetáculo de teatro de rua.
6. A Estética Dialética na cena: o processo de criação de Bença do Bando de
Teatro Olodum – Articulações na Brasilidade Transcultura
Vinícius da Silva LírioPós-Graduando/PPGAC/UFBA
Parte integrante da minha pesquisa de Mestrado, este estudo se volta para a apreciação
da estética transcultural – ou de sincretismo cultural, como prefere chamar Patrice Pavis
(2010) – do Bando de Teatro Olodum, abordando as fontes de pesquisa e elaboração
ideológico-discursiva do grupo, em especial no processo de criação de Bença. Para
tanto, foi desenvolvido um aporte epistemológico acerca dos universos culturais que
permeiam tal processo, num campo de cruzamento cultural. Partiu-se da identificação
das manifestações geradas pelos diálogos estabelecidos entre esses universos no
processo mencionado. O produto das articulações aqui desenvolvidas revela a poética
de um grupo em contato com diferentes dimensões do universo epistemológico da
brasilidade e que, a partir disso, tem investido na renovação paradigmática da sua cena.
Mesa 2 - Dramaturgia e MemóriaCoordenadora: Irley MachadoSala 08 – 05/05/2011 – 14h às 17h
1. Revelações Estéticas: espaço, gente e teatro.
Anderson FloresUniversidade Estadual de Mato Grosso
A “revelação estética” só seria possível a partir de um estudo básico do processo de
colonização, dos componentes e do histórico do próprio grupo. A estética é a ciência da
criação artística, do belo, ou filosofia da arte. A estética tem como temas principais a
gênese da criação artística e da obra poética, a análise da linguagem artística, a
conceituação dos valores estéticos, as relações entre forma e conteúdo, a função da arte
na vida humana e a influência da técnica na expressão artística. Segundo BOSI, as
palavras colonização, culto, cultura se aparentam pela raiz verbal comum. Colonização
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diz o processo pelo qual o conquistador ocupa e explora novas terras e domina os seus
naturais. Culto remete à memória dos deuses e dos antepassados que vencedores e
vencidos celebram. Cultura é não só a herança de valores, mas também o projeto de um
convívio mais humano. A cada conceito responde uma dimensão temporal: o presente, o
passado e o futuro.
2. Memória atoral de Grande Otelo em filmes brasileiros
Camila Delfino da SilvaPós-Graduanda/ Mestrado em Artes/UFU
Algumas mudanças ocorridas no século XX, baseadas no texto “Entre o palco e página”
de Roger Chartier, influenciaram a arte teatral e suas formas de registro. Observamos,
nesse contexto, o teatro como uma necessidade do homem. Chegamos ao artista
Grande Otelo que deixa uma contribuição documental sobre sua vida e arte, relevante
para os pesquisadores.
3. Uma abordagem sobre paradigmas nas Artes Cênicas e a relação entre o diretor/encenador e o texto dramático.
Cristiane BarretoPós-Graduanda/PPGAC/UFBA
O texto aborda a análise da relação do diretor/encenador com o texto dramático, do final
do século XIX, até a década atual. Também analisa, através dessa relação, as
perspectivas estabelecidas ao longo desse período e os possíveis novos paradigmas
nas Artes Cênicas diante do contexto abordado.
4. Sai despacho! Uma revista teatral do palhaço negro Benjamim de Oliveira: construção dramatúrgica e operações de hibridismo no circo-teatro brasileiro
Daniel Marques da SilvaProfessor Pesquisador/ UFBA
A presente comunicação pretende expor as estratégias e operações dramatúrgicas de
Benjamim de Oliveira – palhaço, ator, autor teatral, cantor, ensaiador e diretor de
companhia – principal responsável pela consolidação do circo-teatro brasileiro, por meio
da descrição da revista Sai Despacho!, de sua autoria. A peça, datada de 1921, conta a
visita da princesa infernal Diabelina ao Rio de Janeiro do início do século XX, em
companhia do malandro Anacleto. Utilizando com propriedade convenções e elementos
da revista teatral, Benjamim de Oliveira apresenta-se nesta peça como autor maduro e
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conhecedor de seu ofício, sobretudo por meio das intervenções que opera na estrutura
tradicional da revista para adequá-la ao espaço do circo-teatro.
5. Da Tribuna às Artes: O Caso dos Irmãos Naves – um estudo sobre a
construção dramatúrgica teatral a partir dos autos processuais do maior erro
judiciário do Brasil.
Eliene Rodrigues de OliveiraPós-Graduanda/Mestrado em Artes/UFU
Esta pesquisa pretende estudar o processo de criação do texto teatral a partir dos autos processuais de “O Caso dos Irmãos Naves”. Inspiradas neste fato jurídico (1930), foram criadas três obras artísticas intituladas com o mesmo nome: o livro de João Alamy Filho (1960); o filme de Jean Claude Bernardet e Luís Sérgio Person (1967) e o espetáculo teatral do Grupo EmCena dirigido por Thiago Scalia (2006). O livro que contém parte dos autos processuais foi o ponto de partida para a criação do roteiro do filme. Para a escritura textual do espetáculo, quais foram os elementos motivadores? Partindo do pressuposto de que a narrativa jurídica contida nos autos processuais também foi o material norteador para a escritura do texto teatral, tal pesquisa propõe um estudo comparativo entre este e o roteiro do filme, com o intuito de analisar como ambos foram concebidos.
6. Entre o real e a ficção: a denúncia de um cenário nacional na dramaturgia de Federico García Lorca
Leandro de Jesus MalaquiasPós-Graduando/Mestrado em Artes/UFU
Nessa comunicação, lançaremos as primeiras considerações feitas a respeito dos mitos
e a obra La Casa de Bernarda Alba, finalizada trinta dias antes de García Lorca morrer
assassinado, em 19 de agosto de 1936, pelas forças do governo franquista durante a
Guerra Civil Espanhola. Nela, o poeta recorre ao simbolismo para realizar uma nova
investida em sua dramaturgia. Bernarda Alba, personagem central do texto, é uma
matriarca dominadora que mantém as cinco filhas, sob vigilância implacável,
transformando a casa onde vivem em uma caldeira de tensões prestes a explodir. O
objetivo deste trabalho é revelar o cenário desalentador dos costumes de uma Espanha
tradicional, presente no texto do poeta, cujos valores dominantes eram: o preconceito, a
vingança, o fanatismo, o machismo, a tirania materna, a submissão feminina, enfim, toda
uma gama de comportamentos humanos que denunciam o esclerosamento social no
período. Fatores que paralisaram a Espanha durante grande parte do século XX.
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UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - BRASIL
DE 30 DE ABRIL A 08 DE MAIO DE 2011www.ru inasc i r cu lares . com.br
7. Reflexões sobre a peça teatral “El malefício de la mariposa”, de Garcia Lorca.
Lenora AcciolyPós-Graduanda/Mestrado em Artes/UFU
A obra de Garcia Lorca tem raízes nas lembranças de sua infância, vivida na região do
rincão granadino de Fuente Vaqueros, onde nascera em 5 de Junho de 1898. Inspirado
nestas lembranças, ele escreveu o primeiro texto que inaugurou sua carreira teatral: “El
malefício de la mariposa”, causando polêmica na estréia ocorrida no Teatro Eslava de
Madri, em Março de 1920. A proposta deste trabalho é fazer uma análise dos aspectos
dramático-literários encontrados na obra, levantando não apenas os elementos de
crítica social a ela ligados mas também aqueles considerados inovadores do teatro
espanhol, sem deixar de analisar determinadas relações intratextuais entre texto e
possibilidades cênicas.
Mesa 3 - O ensino de teatro em espaços não formais e o teatro aplicadoCoordenadora: Rosimeire GonçalvesSala 03 – 05/05/2011 – 14h às 17h
1. O processo colaborativo e a formação do ator na “Fanfalhaça: uma fanfarra de palhaços e palhaças”
Jennifer Jacomini de JesusGraduanda EBA/UFMG
eRicardo Carvalho de Figueiredo
Professor Pesquisador/UFMG
Corroborando com a idéia de que a criação compartilhada além de ser uma opção
criativa e estética pode ainda ter um caráter pedagógico, este artigo realiza um estudo
sobre a formação do ator no grupo teatral sob a dinâmica do processo colaborativo de
criação e examina a vivência prática da construção artística no grupo belo-horizontino
Fanfalhaça: uma fanfarra de palhaços e palhaças com a finalidade de reconhecer este
coletivo como espaço de formação para os atores que dele participam. Esta vivência foi
desenvolvida como aplicação prática da pesquisa O Processo Colaborativo na
Formação do Artista-Investigador: Bacharelado em Interpretação e Licenciatura em
Teatro, promovida pelo Programa Especial de Graduação da UFMG e teve orientação do
Prof. Ms. Ricardo Carvalho de Figueiredo.
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2. A criação de dramaturgia para o “teatro aplicado” – Grupontapé de Teatro: uma experiência.
Kátia Lourenço Alves Graduanda em Teatro/IARTE /UFU
GruPontapé de Teatro
Este artigo pretende discutir questões inerentes ao processo da criação de dramaturgia
especificamente para o teatro aplicado, praticado pelo Grupontapé de Teatro, em
empresas e eventos institucionais, desde o ano de 1994 até hoje. Pretende demonstrar
historicamente a trajetória do pensamento desta criação e estabelecer um paralelo entre
textos de teatro aplicado e outros textos teatrais, que dialogam conceitualmente com o
ambiente do teatro aplicado.
3. Compromisso, Grupo, Aproveitamento do Erro e Diversão: por uma ideologia vital de trabalho para iniciação de atores e não-atores
Luana Maftoum ProençaPós-Graduanda/Mestrado em Artes/UFU
Se ideologias definidas fortalecem e potencializam ações de trabalho, uma ideologia
pautada em compromisso, grupo, diversão e aproveitamento do “erro” pode desenvolver
um organismo vital e eficaz de trabalho com teatro para atores e não-atores. A
experiência dos três anos com a oficina de iniciação teatral da NO ATO Produções
(Brasília-DF), o inspirador trabalho e argumentação de profissionais do teatro como
Viola Spolin, Yoshi Oida, Peter Brook e Keith Johnstone, associados às práticas do
técnico de vôlei Bernardinho, parecem fortalecer uma concepção de práticas pautadas
em metas; da mesma forma o teatro embasado numa ideologia delimitada pode ser
capaz de fortificar também profissionais de outras áreas do conhecimento, tanto
individual quanto coletivamente.
4. A interação teatro-vídeo em práticas educativas no Instituto Guga Kuerten
Raquel Guerra
Doutoranda/UDESC
O objeto de estudo trata das interações e intersecções artísticas entre o Teatro e a Mídia.
O contexto narrado apresenta a comunidade do Saco Grande, Florianópolis – SC e
descreve práticas de docência desenvolvidas com crianças e jovens entre 07 a 14 anos,
que frequentam o Programa Campeões da Vida, do Instituto Guga Kuerten (IGK). As
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reflexões teóricas objetivam: delimitar o conceito de mídia-educação, investigar relações
entre o teatro e a mídia, expor a proposta educativa do IGK e discutir o ensino do teatro
em espaços de educação não formal. A problemática consiste em como aliar
recursos/dispositivos de mídia ao ensino do teatro sem reduzir-se ao
técnico/instrumental? Como a interação e a intersecção teatro e mídia podem resultar na
construção de linguagens artísticas?
Mesa 4 - O ator – poéticas vocais e a cena contemporâneaCoordenadora: Dirce Helena CarvalhoSala de Encenação – 05/05/2011 – 14h às 17h
1. Trilha sonora: uma encenação performativa
Alessandra Ramos Massensini Graduanda em Teatro/IARTE /UFU
Confraria do Cerrado
Na demonstração cênica apresentarei cenas de Trilha Sonora, processo sob minha
direção há mais de um ano e com estréia prevista para junho de 2011. Em cena, uma
apresentadora de TV conta a vida da adolescente Sônia durante um programa de vídeo
clipes. Inspirada em Valsa Nº 6 de Nelson Rodrigues, tem dramaturgia construída a partir
de histórias vividas pelos envolvidos no processo. Memórias do grupo e personagens
interpretados pela atriz se fundem num espetáculo intimista na relação ator-platéia, com
quebra de algumas convenções teatrais e interação com outras formas de arte. Durante
a demonstração falarei do processo que o grupo vivencia até então, apresentando uma
reflexão sobre práticas da cena contemporânea cujo objetivo é “estabelecer um
acontecimento único” que toque o público de forma pessoal.
2. O recurso vocal na poética teatral: as especificidades do trabalho vocal do
ator ligado à fala e ao canto
Luciene Aparecida de
Andrade
Graduanda em Teatro/IARTE/UFU
Grupo de Teatro Ciranda de Cena
O presente trabalho é resultado da pesquisa “O recurso vocal na poética teatral” (A
pesquisa foi desenvolvida com fundos da FAPEMIG, no projeto PIBIC da Universidade Federal
de Uberlândia, de Março 2009 à Fevereiro de 2010). Esta pesquisa, vinculada ao projeto
docente “Vocabulário poético do ator: corporeidade da voz e dramaturgia do corpo”
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evidenciou a voz como foco de estudo e análise, percorrendo uma trajetória prática de
levantamento e sistematização de procedimentos e conceitos sobre a vocalidade no
trabalho do ator. Deste modo, o objetivo geral do trabalho foi o desenvolvimento de uma
reflexão teórico/prática sobre procedimentos que atendam necessidades técnicas
ligadas à questão vocal nas dimensões da fala e do canto, quando aplicados à cena
teatral.
3. Em ReLaÇãO: Voz, E s p aço, Temmm - - - pó
Marcella Prado Ferreira
Graduanda em Teatro/IARTE /UFU
Bolsista PIBIC/CNPq Coletivo Teatro da Margem
Esse trabalho resultou da pesquisa intitulada Viewpoints Vocais: as possibilidades de
expressão da voz em conexão com o trabalho físico, realizada sob concessão de bolsa
de Iniciação Científica (CNPq/UFU) e vinculada ao projeto docente Aprender a Aprender:
os Viewpoints como procedimentos de atuação e jogo. Abordo os aspectos vocais na
cena teatral contemporânea, sob a perspectiva dos Viewpoints, conceitos pautados em
aspectos temporais e espaciais, sempre num jogo de relação. Parti da experiência e
estudo com os parâmetros básicos do som (como Frequência, Timbre e Intensidade) na
ação vocal, com intuito de compreendê-los conceitualmente e, enquanto atriz-
pesquisadora, visando atingir maior consciência e domínio do meu instrumento corpo-
voz.
4. Dramaturgia do Corpo-Espaço: interferências e contágios do espaço cênico
na poética do ator
Maria Cláudia Santos Lopes Graduanda em Teatro/IARTE/UFU
Bolsista PIBIC/CNPq
A pesquisa em desenvolvimento tem como objetivo principal analisar a relação entre
espaço-ator buscando um aprofundamento de conceitos referentes a espaço em áreas
diferentes do conhecimento, e, sobretudo, tendo como foco o processo criativo
experimentado no trabalho intitulado “Sete Sinais e Um Silêncio” realizado pelo Grupo de
Pesquisa Práticas e Poéticas Vocais no período de 2009 e 2010, no qual partimos da
materialização de um espaço simbólico inspirados por contos do Guimarães Rosa na
forma de instalações.
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5. Da palavra escrita à fala poética: aspectos técnicos e estéticos do trabalho vocal do ator
Renata Mendonça SanchezGraduanda em Teatro/IARTE/UFU
Grupo Giz de Teatro Outro: Cia. de Bolso
A fala cotidiana, muitas vezes, na relação com a palavra, deixa de explorar todo o
sentido, as imagens, as sensações, os significados que essas carregam enquanto
possibilidade de expressão sonora e simbólica. A presente pesquisa aborda o percurso
da construção da fala, na perspectiva da poética teatral, considerando a relação corpo-
voz enquanto potência de ampliação dos sentidos da palavra na fala. Neste sentido, “Da
palavra escrita à fala poética” é uma pesquisa que se encontra no início e, por isso,
reconhece a importância de compartilhá-la por meio de reflexões e discussões, como
forma de problematizar a relação corpo e performance vocal.
Mesa 5 - Pedagogias contemporâneas e a formação do professor-artista-pesquisador Coordenadora: Paulina CaonSala de Encenação – 06/05/2011 – 14h às 17h 1. Teatro pós-dramático e o ensino do teatro: os “viewpoints” enquanto procedimentos de ensino e aprendizagem na construção da cena contemporânea no espaço escolar
Adriana Moreira SilvaPós-Graduanda/Mestrado em Artes/UFU
Coletivo Teatro da Margem
A pesquisa propõe uma investigação acerca da contemporaneidade da cena teatral
dentro do espaço escolar. A questão é pensar que novas visões sobre o teatro sugerem
uma nova pedagogia do ensino e da aprendizagem em teatro nas escolas de educação
básica. O teatro da contemporaneidade propõe aspectos que modificaram a construção
estética da cena, tais como: a utilização do texto ou da palavra; a posição ocupada pelo
espectador e pelo ator e a ocupação do espaço. Assim, é preciso pensar em práticas
pedagógicas que dialoguem com essas propostas estéticas da cena pós-dramática. Os
Viewpoints, trazidos para o teatro pela pesquisadora Anne Bogart, surgem como uma
possibilidade de experimentação na qual essa prática pode contribuir na construção do
conhecimento sobre o teatro contemporâneo.
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2. Colocar-se no lugar do outro?
Biange CabralProfessora pesquisadora/UDESC
eWagner Monthero
Mestrando/ UDESC
Este estudo problematiza o objetivo pedagógico de levar o aluno a se colocar no lugar do
outro através de uma experiência que promova uma empatia imaginária com outra
cultura. Serão focalizados dois princípios subjacentes a tal perspectiva: 1) seja qual for a
cultura vivenciada deve haver uma ‘humanidade universal’ que as aproxime; 2) uma
cultura é entendida e justificada em termos de sua lógica interna e senso de ordem moral.
A confrontação destes princípios com o entendimento de que o indivíduo está
inevitavelmente atado às matrizes imaginativas de sua própria história e cultura (Geertz)
será associada ao papel da memória no fenômeno da percepção (Bergson). A potencial
contribuição desta associação será observada em face da configuração da arte
performativa como depoimento pessoal.
3. A Formação do Preparador Corporal nas Artes Cênicas
Joana Ribeiro da Silva TavaresPós-doutoranda/ PPGAC – UNIRIO
eAke Daniel Marito Olsson-Forsberg
Professor pesquisador convidado Faculdade Angel Vianna e Paris-8
A comunicação discute a formação do preparador corporal nas artes cênicas, através da
análise do curso homônimo implantado na Escola e Faculdade Angel Vianna em 2008,
no Rio de Janeiro. O trabalho corporal pioneiro de Klauss e Angel Vianna, realizado no
teatro carioca desde os anos 60 e hoje reconhecido, entre outros, como
“Conscientização do Movimento”, constitui o eixo central dessa formação e se articula
com diversas técnicas corporais, complementadas por aulas teóricas. A questão maior -
o que propor ao corpo do ator - atravessa o curso e norteia a função do preparador
corporal nos dias de hoje.
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4. A experiência estética na formação do artista-educador contemporâneo
Mariene Hundertmarck PerobelliProfessora pesquisadora/UFU
Este trabalho apresenta reflexões e desafios acerca da formação de artistas-educadores
na contemporaneidade. Busca, por meio de experiências estéticas, possibilitar uma
educação sensível no processo de formação de artistas-educadores. Provocar
deslizamentos do teatro contemporâneo para a educação. Ser ator/atriz-educador/a
que se faz presente diante do outro em uma zona híbrida, em território de fronteiras e
então ser território de passagem. Surge o desafio: como interligar o teatro pós-dramático
e a educação? Seria possível fazer educação em territórios de fronteiras, apropriar-se da
hibridez das artes contemporâneas no pedagógico, trazendo a estética do teatro
contemporâneo para uma educação do sensível?
5. O que é, o que é o jogo? - Aproximações do Ensino de Teatro com o Ensino
da Educação Física na Escola.
Mônica Alves de SouzaGraduanda/Univ. Estadual do Sudoeste da Bahia
eRoberto Ives Abreu Schettini
Professor Pesquisador/Univ. Estadual do Sudoeste da Bahia
Proponho com esta comunicação discutir a utilização do jogo como instrumento para
promover uma educação holística do corpo. Na área de Educação Física há, no mais das
vezes, um receio de que o jogo dê uma sensação de vagueza, pouco substanciosa, para
o trabalho formal da educação corporal na escola. Criando aproximações entre o Ensino
de Teatro e o Ensino da Educação Física, demonstro como é possível a utilização de
jogos teatrais, dramáticos e coreográficos para uma educação corporal integral na
infância. Discuto a ampliação da noção de jogo na Educação Física, que é sempre
associada às práticas esportivas, para identificar como o seu ensino, ao se aproximar
das pedagogias dos jogos no ensino de Teatro, pode trazer para o corpo do educando um
modo mais expressivo e menos utilitário da consciência de si.
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6. Jogo e Criação: Política, Poética e Estética na Formação do Professor de
Teatro
Roberto Ives Abreu SchettiniDoutorando/ PPGAC/ UFBA
Pretendo discutir através desta comunicação a importância do jogo na experiência de composição estética na formação de educadores em Teatro. Para tanto desenvolvo junto a um grupo de pesquisa de licenciandos em artes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em Jequié – o Grupo de Pesquisa Olaria – uma investigação sobre o jogo como disparador de imagens, de ações cênicas e de cenas. Proponho, a estes educadores em formação, criações estéticas com autoria compartilhada através do jogo, explorando suas dimensões pedagógicas, inventivas e espetaculares. O objetivo central está em perceber como a utilização desta noção ampliada de jogo pode desenvolver a autonomia inventiva na autoralidade de discursos cênicos. A potencia expressiva do jogo é deslindada quando é tratado não apenas como uma série de atividades pré-expressivas no interior de processos de criação cênica, mas como uma ferramenta volátil que pode ser utilizada também como estratégia de composição e como o próprio espetáculo. O jogo entendido como um estado de presença, de criação e de espontaneidade, uma habilidade que quando desenvolvida impele o jogador a criar com autonomia. Neste sentido, é possível compreender como o jogo pode tornar-se imprescindível na formação de educadores que no futuro mediarão saberes da cena.
7. Romeu e Julieta no bairro Canaã: reflexões sobre o ensino do teatro com
adolescentes de uma escola pública de Uberlândia
Wellington Menegaz de Paula
Pós-Graduando/PPGT/CEART/UDESC
Grupo Athos de Teatro
Neste artigo será analisada uma experiência que aconteceu no ano de 2005, com
aproximadamente trinta adolescentes que faziam parte do Projeto de Teatro
desenvolvido como atividade extracurricular da Escola Municipal Dr. Gladsen Guerra de
Rezende, localizada no bairro Jardim Canaã do município de Uberlândia - Minas Gerais.
A experiência se refere a um processo artístico desenvolvido na referida instituição de
ensino, que deu origem ao espetáculo Romeu e Julieta na Terra Prometida. Esse
processo será analisado com base teórica no ensino do teatro com adolescentes e em
algumas idéias do sociólogo Henry A. Giroux, como o processo de desenvolver nos
alunos o potencial reflexivo e a aquisição de capital cultural.
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Mesa 6 - Dramaturgia e Cena Contemporânea
Coordenador: Mario Piragibe
Sala 08 – 06/05/2011 – 14h às 17h
1. Escritas contemporâneas: a dramaturgia do diretor
Alexandre Mauro Toledo
Doutorando/ PUC-SP
Companhia da Farsa/BH
A palavra dramaturgia inspira na atualidade as maiores hesitações. Trata-se, pois, de um
conceito plural, em que estariam englobados diversos aspectos da estruturação do
espetáculo. Um verdadeiro conceito hidra conforme o define Ana Pais. Pensamos que o
trabalho desenvolvido pelo diretor teatral, um trabalho que também chamamos de
dramaturgia, é a própria essência desse conceito-hidra. A escrita da direção é
multifacetada, refere-se tanto ao estabelecimento das condições para a criação do ator,
quanto a adequação do texto escrito aos propósitos da encenação, da espacialização do
texto à disposição dos vários elementos como cenários, figurinos, luz e objetos e cena.
Uma escrita verdadeiramente múltipla para um conceito que possui vários braços-
definições.
2. Grupo Espanca!: Arranjos Poéticos para uma Cena Contemporânea
Aryadne Cristiny de Oliveira Amâncio Pós-Graduanda/ Mestrado em Artes/UFU
A comunicação tem o intuito de revelar a relação do grupo Espanca! com as estruturas da
palavra, do tempo e do espaço para a sua construção dramatúrgica, corroborando para
uma concepção cênica moldada por arranjos contemporâneos em uma base tradicional
do teatro. A pesquisa amplia um olhar sobre os caminhos do trabalho teatral mineiro em
meio ao segundo milênio, evidenciando uma apropriação de elementos para uma
construção poética da palavra para a cena teatral.
3. Elementos para entender o jogo da gramática narrativa atual
José Manuel LázaroProfessor/Pesquisador/UNESP/SP
A dramaturgia contemporânea reflete e experimenta, sendo atraída por uma nova
17
utilização dos elementos que compõem a narração. O jogo transformador e renovador
da linguagem narrativa está aberto. Isso se percebe em fábulas em que a narratividade
vai do código mais distinguível o até a mais irreconhecível. A narrativa unificada e coesa
não se sustenta mais. O texto teatral não se comunica sozinho ou de maneira aleatória.
Ele interage com o receptor. Discutiremos alguns conceitos que servem como pontes
que podem ajudar a entender o complexo jogo instaurado no universo da narrativa
contemporânea, tais como em: A Advertência de Lyotard: crise das (meta)narrativas; O
“híper”e “multi”: a realidade (des)representada; In-significado e não-significado: novas
condições para o conteúdo.
4. Reação a uma obra literária para a construção da dramaturgia da cena – estudando o processo de criação de “O que ali se viu”.
Verônica Gonçalves VelosoProfessora/UNISO
Coletivo Teatro Dodecafônicoe
Paulina Maria CaonProfessora/UFU
Coletivo Teatro Dodecafônico
Pretende-se refletir sobre a idéia de reação a uma obra literária para a construção da
dramaturgia da cena, a partir do estudo do processo de criação de “O que ali se viu”,
encenação do Coletivo Teatro Dodecafônico. Além do estudo da obra original (os dois
textos sobre Alice, de Lewis Carroll), o Coletivo coleciona referências diversas, elabora
procedimentos de trabalho e fricciona elementos da obra com a realidade
contemporânea. Em oposição à adaptação do texto literário para o texto dramático,
reagir remete à transposição, à transformação e à montagem, no que se refere à
linguagem audiovisual. A idéia de reação se constituiu a partir da experiência vivida
coletivamente e não como pressuposto da encenação, tratando-se de um modo de
operar na escritura da cena.
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Mesa 7 - Dramaturgia e MemóriaCoordenador: Luiz Humberto M. ArantesSala 03 – 06/05/2011 – 14h às 17h
1. Pedreira das almas e Tadeusz Kantor: Dramaturgia e concepções de encenação
Ana Carolina Coutinho Moreira Graduanda em Teatro/IARTE /UFU
Partindo da obra Pedreira das Almas do dramaturgo brasileiro Jorge Andrade, percebeu-
se relações com a peça A Classe Morta do encenador polonês Tadeusz Kantor.
Analisando os dois artistas, foi identificado um ponto em comum: a memória como
recurso para a produção/criação de suas obra teatrais. A partir disso, foram feitas
correlações entre elementos da obra dramatúrgica de Andrade e elementos da
encenação de Tadeusz Kantor. Se em Andrade a memória se apresenta na forma de um
tempo estagnado onde suas figuras são prisioneiras de um espaço por onde o tempo
transita sem nenhuma alteração, levando a um universo ficcional repleto de corpos
insepultos, nas encenações de Kantor nos deparamos com o mesmo tempo estagnado,
onde o espaço também não se modifica. Vindo do momento entre guerras e influenciado
por duas religiões, Kantor carrega em si uma dramaticidade calcada na diferença entre
os homens e no terror da perda.
2. A rubrica na peça Mural Mulher, de João das Neves
Breno Ferreira Maia
Graduando em Teatro/IARTE /UFU
A comunicação será apresentada a partir do artigo, ainda em construção, “A rubrica na
peça Mural mulher de João das Neves. Logo, a apresentação versará sobre as
indicações cênicas presentes no texto em análise e sobre como essas indicações
desenham um projeto de direção do autor. Um dos principais apoios teóricos respalda-se
no livro O parto de Godot e outras encenações imaginárias, de Luiz Fernando Ramos,
autor que analisa historicamente a rubrica e enfoca principalmente a dramaturgia de
Beckett e José Celso.
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3. As múltiplas faces do texto teatral gogoliano, O Inspetor Geral
Heloisa Mafalda Benante Cacique Graduanda em História/UFU
O presente trabalho propõe uma análise do texto escrito por Gógol em 1836, O Inspetor
Geral. A dramaturgia apresentada no texto gogoliano rompia com os padrões cênicos
utilizados na época, o chamado estilo “vaudeville”. A obra gogoliana tornou-se
aclamada, e ao mesmo tempo criticada, pelo teor denunciativo de seu texto. O
desdobramento desta análise se dará com a observação da remontagem da peça em
1926 pelo diretor de teatro estatal Vsevold E. Meyerhold.
4. O último carro de João das Neves: representações e imagens do Brasil
contemporâneo
Kátia ParanhosProfessora/Pesquisadora CNPQ/História/UFU
Esta comunicação aborda os sentidos do engajamento a partir das representações
inscritas em O último carro de João das Neves. Nessa peça, avultam como temas a
solidão e a decadência humana, a superexploração do trabalho humano e a morte
prematura como horizonte permanente. Sobressaem, portanto, sujeitos sociais
distintos, marcados pela tragédia individual e coletiva. Nesse sentido, João das Neves se
notabilizou pelo engajamento político ou “legítimo”, como lembra Eric Hobsbawm noutro
contexto, aliado à capacidade de lançar idéias, perguntas e desafios, em plena ditadura
militar, no campo das artes, propondo então indagações que ecoam até os dias de hoje.
5. Concessões, imposições, negociações: o grupo teatral Tá na Rua e suas
relações com a sociedade brasileira contemporânea
Lígia Gomes PeriniPós-Graduação/Mestrado em História/UFU
Este trabalho se propõe a oferecer pistas para se pensar o contexto vivenciado pelo
teatro de rua no Brasil contemporâneo e, mais especificamente, sobre o grupo teatral Tá
na Rua, o meu objeto de análise. Qual a relação entre a cultura oficial e o grupo? Quais os
conflitos e diálogos os governos, a academia, as críticas e os próprios pares
estabelecem com essa modalidade teatral? Qual o lugar que o Tá na Rua ocupa na
sociedade brasileira? Esses são alguns questionamentos que coloco ao meu objeto de
estudos e que pretendo discutir neste trabalho.
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6. Yuraiá: a escrita da leitura
Maria do P. Socorro Calixto MarquesProfessora/Pesquisadora/Teatro/UFU
Voltando ao início de minha pesquisa sobre o teatro de João Neves, não somente na
cidade do Rio de Janeiro, mas em especial a produzida em Rio Branco, retomo a peça
Yuraiá-o rio de nosso corpo, para apresentar e analisar como essa dramaturgia de João
das Neves lê o universo amazônico e como ela se relaciona com as demais peças do
autor produzidas no centro-sul do país. Esse percurso será trilhado a fim de se construir
um perfil estético não somente de dramaturgia, mas também de uma possível direção.
7. O que o público brasileiro quer, é emoção: Dois perdidos numa noite suja de Plínio Marcos
Poliana Lacerda da SilvaPós-Graduanda/ Mestrado em História/UFU
O presente trabalho tem como objetivo analisar a peça teatral Dois perdidos numa noite
suja, escrita em 1966, pelo dramaturgo Plínio Marcos, buscando compreender sua
historicidade, o processo de sua criação, o enredo, seus personagens, os temas
suscitados na obra, relacionando todos esses aspectos com as questões políticas,
culturais e sociais do momento histórico em que foi produzida. Para isso, procuramos
examinar os temas de engajamento, violência, marginalidade, miséria, solidão, inclusão
social perversa do individual e do coletivo na sociedade capitalista. Pretende-se ainda,
realizar uma reflexão sobre a época em que Plínio Marcos escreve sua obra, a sua
trajetória, as vivências e experiências de vida em diferentes espaços e a relação deste
autor com a censura e a ditadura militar.
8. Memória e Improviso nas Leituras Públicas de Charles Dickens
Wilson Filho Ribeiro de AlmeidaPós-Graduando/Letras/ UFU
O escritor inglês Charles Dickens (1812-1870), de 1853 a 1870 apresentou cerca de 470 espetáculos de leituras públicas. O autor levava para o palco trechos de seus livros mais populares, que eram adaptados para apresentação performática, em que cada personagem era representada em suas particularidades de voz, gesto e expressão. As primeiras leituras foram executadas em eventos beneficentes. Mais tarde, Dickens decidiu apresentar espetáculos profissionais. Apesar de tratar-se nominalmente de uma leitura, e de o autor carregar o livro durante a apresentação, ele logo memorizou o conteúdo, usando o livro apenas como um objeto cênico. Nesta comunicação, será comentada a importância da memória para a composição dos espetáculos de leitura, em específico, das leituras do livro A Christmas Carol.
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Mesa 8 - O Ator e a Cena Contemporânea
Coordenadora Vilma Campos
Sala 01 – 06/05/2011 – 14h às 17h
1. Pesquisa discente: Teatro de rua na perspectiva do trabalho do ator
Daiana Soares da Silva Graduanda em Teatro/IARTE /UFU
Os processos culturais da tradição, quando incorporados ao teatro de rua, podem
fortalecer essa linguagem, a qual se caracteriza principalmente por estabelecer distintas
relações com as pessoas, concernente ao espaço social e geográfico em que elas
inserem. A comunicação aqui apresentada dialoga com o levantamento teórico e
audiovisual sobre grupos de Teatro de Rua de Minas Gerais que realizo como bolsista
PIBEG e a experiência de atuação na peça “A Megera. Domada?”, relacionando o lugar
da representação, as interferências que os espaços e o compartilhamento provocam. A
fala explicitará o modo de como a prática colabora com a pesquisa discente e modifica o
olhar do ator através do contato com o público.
2. Entre a permeabilidade e a rigidez – observações sobre a cena na de rua
Eduardo Teffé (Eduardo de Almeida Santos)Graduando em Teoria Teatral/UNIRIO
MGT OS COLORIDOS
O presente trabalho pretende discutir aspectos da cena teatral de rua que
acontece/aconteceu no Largo da Carioca (Rio de Janeiro) articulando e dialogando a
teoria de interacionismo social com a visão de Peter Brook sobre o rústico e o sagrado.
Estas observações permitem realizar um olhar sobre as poéticas de espaço, jogo e
relação que acontecem entre transeuntes, artistas e vendedores perfomáticos da
referida região. Discute também algumas relações estabelecidas pelo poder público e os
“actuantes” da região.
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3. Corpo e Imagem no Teatro Contemporâneo: a iconoclastia da Societàs
Raffaello Sanzio
Melissa da Silva FerreiraDoutoranda em Teatro
PPGT/UDESC
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as relações entre corpo, imagem e
representação no teatro da companhia teatral italiana Socìetas Raffaello Sanzio.
Discute-se como a tendência iconoclasta da companhia revela uma negação da
representação e de suas implicações políticas e estéticas na sociedade contemporânea.
A liberação da mediação das imagens que cotidianamente servem para construir a
realidade (e que as artes da representação procuram imitar) é entendida como um
procedimento estético que produz um teatro que age em todos os sentidos da
percepção, situando, assim, a comunicação diretamente no corpo do ator e do
espectador.
4. Corpo: O Que Realmente Importa?
Nara Waldemar KeisermanProfessora/Pesquisadora/UNIRIO
Grupo de Pesquisa Artes do Movimento
Iniciei recentemente o Projeto de Pesquisa institucional Corpo: o que realmente importa?
A interrogação é a afirmação da imprevisibilidade dos resultados e da flexibilidade
intuída para os procedimentos adotados. Investiga-se a aplicação de princípios do Fogo
Sagrado (Mônica Oliveira), da Leitura Corporal (Nereida Fontes Vilela), da Linguagem
Orgânica (Alex Fausti) e da Yoga Suksma Vyayama no trabalho do ator. O ponto de
partida é o Movimento como acesso garantido à sensitividade e como fator de conexão
entre os Corpos Físico, Emocional, Mental e Etérico, o que se assenta num sistema de
crenças estabelecido. Tornar o ator uma presença potente, capaz de gerar em cena todo
tipo de turbulência é o objetivo do trabalho - é a aposta, ou hipótese que está sendo
testada.
5. Experimentações Clownescas em Beckett
Priscila Genara Padilha Doutoranda/ UDESC
Ateliê do Comediante
Faço aqui a reflexão do processo de direção de um clown na montagem beckettiana, em
que inicio trabalhando sobre mim mesma em um monólogo. Depois, dirigindo o trabalho
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de outra atriz, me sirvo apenas de Canção de Ninar de Beckett. A metodologia, depois de
um período de laboratório, ganhou corpo e se definiu, já que assumi a figura do Monsieur
Loyal e pude orientar o trabalho aplicando no treinamento clownesco exercícios de
Lecoq e Gaulier, bem como procedimentos que desenvolvi em trabalhos anteriores.
Durante o laboratório senti necessidade de me cercar de procedimentos pré-
expressivos de trabalho com o ator, para preparar o corpo da atriz. Para isso
experimentei com ela exercícios de consciência corporal oriundos de métodos como
Feldenkreins, Alexander e a Eutonia.
6. Técnica mista na montagem “As Lágrimas de Heráclito”
Yaska Antunes (Fátima Antunes da Silva)
Professora/Pesquisadora/UFU
Über Theater 39
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o processo de criação da montagem
“As Lágrimas de Heráclito”, baseado no texto do Padre Antônio Vieira, que teve sua
estréia no dia 23 de março de 2011, detectando o tipo de relação estabelecido entre texto
e cena, ou seja, entre dramaturgia e encenação, bem como a idéia de “técnica mista” que
pode ser encontrada na estrutura dessa montagem. Além disso, discorre sobre as
relações entre “representação” e “apresentação”, sobre o conflito central estabelecido
na obra e sobre as linhas temáticas do trabalho.
Mesa 9 - Cena Contemporânea: Atuação e Performance Coordenadora: Mara LealSala de Interpretação – 06/05/2011 – 14h às 18h
1. Virtualidade e Memória no Processo de Criação do Espetáculo rosmaninhos...
Alan Carlos Monteiro JúniorProfessor/ IFPB
Coletivo UZUME Teatro
Este trabalho reflete sobre os conceitos de “virtualidade” e “memória” em Pierre Lévy e
Henry Bergson, junto às leituras de Renato Ferracini do LUME teatro, utilizados no
processo de criação do espetáculo rosmaninhos.... Esta montagem foi dirigida por Alan
Monteiro no coletivo UZUME teatro como parte de sua pesquisa de mestrado, originada
a partir da adaptação do texto “Hamlet” de William Shakespeare através de
experimentações das corporeidades e fisicidades contidas no folguedo do Cavalo
Marinho ensinadas por Mestre Zequinha (Bayeux – PB). Possui orientação
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comunicação artística: o artista, a obra e o espectador. A artista abre o debate sobre o corpo na contemporaneidade abarcando diferentes áreas de conhecimento. Buscar-se-á compreender a radicalização de suas proposições e a intensidade das contaminações que a artista realiza ao eleger o corpo como receptáculo de sua obra e suas possíveis reverberações no campo das artes cênicas.
4. O Banquete dos Heróis, pelo Coletivo de Performance Heróis do Cotidiano
Gilson Moraes MottaProfessor/UFRJ
Coletivo de Performance Heróis do Cotidianoe
Tania Alice Caplain FeixProfessora/UNIRIO
Coletivo de Performance Heróis do Cotidiano
A comunicação consiste na apresentação dos fundamentos teóricos e do processo de criação da performance O BANQUETE DOS HERÓIS, realizada pelo COLETIVO DE PERFORMANCE HERÓIS DO COTIDIANO, seguida da exibição do vídeo (duração de 7’ 25”) das apresentações feitas na MOSTRA SESC DE ARTES SÃO PAULO 2010. Numa atualização do texto O BANQUETE, de Platão, os Heróis do Cotidiano realizam um banquete em espaço público, onde diferentes convivas falam sobre o Amor na contemporaneidade. Com base na “estética relacional”, a performance busca instaurar um espaço de convivência, onde aspectos da intimidade venham a ser postos em espaço público, gerando novas formas de sociabilidade.
5. O Corpo Esvaziado: Relações entre o Yoga, o Butoh e os Processos de Criação.
Maria Julia Stella MartinsInstituto Cultural Janela Aberta
Esta comunicação apresenta o resultado de uma pesquisa prática e teórica acerca de
um processo de criação em performance que traz como elementos básicos o Yoga e o
Butoh. Deste entrecruzamento desenvolveu-se uma metodologia de criação que foi
denominada de “corpo esvaziado”. Esta metodologia de criação busca produzir um
“corpo esvaziado” capaz de cartografar fluxos energéticos e poéticos, estabelecendo
uma relação gestual expressiva e comunicativa. Busca-se construir um corpo expressivo
que é ao mesmo tempo cósmico e singular, que é ancestral e tecnológico, que reafirma e
expande suas condições orgânicas, simbólicas e culturais; ressignificando sua relação
com os objetos e com o meio no qual está inserido propondo novas matrize
combinatórias.
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metodológica na apropriação do referido grupo teatral da técnica de mimeses corpórea
desenvolvida pelo LUME Teatro (UNICAMP). Esta pesquisa propõe auxiliar o ator a
descobrir e organizar ações na composição de seu corpo-em-arte.
2. Poéticas de vida, risco e morte no Teatro de Objetos: uma demonstração do
experimento.
Ana Carla Machado de Moraes
Pós-Graduanda/Mestrado em Artes/UFU
Teatro do Miúdoe
Ana Cláudia Zumpano/ Letícia Alvares Ferreira/ Lucas
de Carvalho Larcher Pinto
Graduandos em Teatro/IARTE/UFUTeatro do Miúdo
A demonstração compartilha a pesquisa desenvolvida pela mestranda no programa de
pós-graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia, destacando vida, risco
e morte como possibilidades poéticas no Teatro de Objetos. As experiências
compartilhadas têm sido realizadas no Laboratório Seres, criado pela pesquisadora, do
qual participam três estudantes do curso de graduação em Teatro da mesma instituição.
Explorar uma relação sensível e não utilitária entre sujeito e objeto está entre os
desdobramentos da dramaturgia atual. O objeto na relação com o sujeito é presença,
lugar de projeção e agente de transformação. Abordar essa relação poética potencial é o
foco central deste estudo.
3. Contaminações: O corpo como receptáculo do efêmero na poética de Lygia
Clark
Dirce Helena Benevides de CarvalhoProfessora/UFU
A presente comunicação versará sobre a poética de Lygia Clark (1920 – 1988), no momento em que a artista realiza a passagem do objeto de arte permanente para a imanência do ato com Caminhando, 1964. Aqui ocorre uma mudança paradoxal na trajetória da artista, onde há a desmistificação da obra de arte permanente e a transição da idéia da transcendência do objeto para a imanência do ato do espectador. Após Caminhando a artista faz a supressão do objeto transferente e elege o corpo como tema de sua obra subvertendo os três elementos da
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6. Artes Cênicas e Tecnologia: navegando além das fronteiras
Mariana de Souza MontezelGraduanda em Teatro/PIBIC/UFU
A tecnologia está em todos os lugares e cada vez mais presente na vida das pessoas.
Por que então não pensarmos em tecnologia e arte? Muitos grupos de dança e teatro têm
realizado criações envolvendo tecnologia, mas pouco se sabe a respeito dos seus
processos de criação com as novas mídias. Quem são esses grupos no Brasil? Como a
tecnologia aparece no processo criativo? Ela está presente no momento da criação,
aparece como forma de registro ou está a serviço da divulgação? As abordagens das
tecnologias nos trabalhos artísticos são múltiplas assim como são múltiplos os grupos
que abordam esse tema. Portanto, esta pesquisa de iniciação científica (PIBIC) iniciada
em 2011 visa investigar os grupos que trabalham na interface entre as artes cênicas e a
tecnologia no Brasil.
7. A memória individual e coletiva como forma de criação artística da performance “Me conte um segredo e me de um beijo”
Wesley dos Santos MeloGraduando em Teatro/PIBIC-CNPq/UFU
Nesta comunicação apresentarei o percurso do processo de criação da performance “Me conte um segredo e me deixe um beijo” e seus desdobramentos até o momento. A performance faz parte de minha pesquisa de iniciação científica cujo objetivo é refletir sobre a importância da memória pessoal e coletiva para a criação de performances. A performance, performance art ou performance artística é circunstância da expressão artística interdisciplinar que – assim como o happening – pode aliar e unir teatro, música, poesia ou vídeo. É um trabalho que tem sua gênesis na segunda metade do século XX, mas suas origens estão ligadas aos movimentos de vanguarda (dadaísmo, futurismo, Bauhaus, etc.) do início do século passado e uma de suas principais características é o forte caráter biográfico e, portanto, de utilização de memória pessoal como meio ou tema de performances. Pretende-se, para esta pesquisa, utilizar a auto-etnografia como uma ferramenta para análise dos processos de composição de performances que serão realizadas pelo pesquisador.
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Mesa 10 - Diálogos entre linguagens: teatro, música, artes visuais e dançaCoordenadora: Mariene Hundertmarck PerobelliSala de Encenação – 06/05/2011 – 14h às 17h
1. Parar para sentir, sentir para dançar: Percepções e o potencial criativo.
Bruna Bellinazzi PeresPós-Graduanda/Mestrado em Artes/UFU
O artigo traz como foco de análise questões sobre o artista - criador que trabalha com o corpo e sua multiplicidade de possibilidade e potencial criativo. Ao problematizar a questão do saber sensível do corpo, pretende-se estabelecer parâmetros para uma reflexão sobre a forma cartesiana de se pensar as dualidades: razão/emoção e corpo/mente, indagando, assim, sobre quais os saberes necessários ao corpo para realizar movimentos, no contexto da expressão poética da dança. Deste modo, analisa a proposta de estimulação dos cinco sentidos da percepção para, através dessas sensibilizações, estudar possibilidades de ativação do potencial cognitivo e criativo de artistas-criadores. O trabalho estabelecerá diálogos conceituais com os conteúdos apresentados por António Damásio, Patrícia Leal, Helena Katz e Rudolf Laban.
2. La Casa - Hibridização na criação cênica.
Élder Sereni IldefonsoMestrando UNESP
O artigo trata da análise da instalação coreográfica "20Hz" do “Projeto La Casa” da
cidade de Monteviéu (UR), projeto que agrupa diferentes eixos temáticos para
composição de intervenções, instalações, performances, vídeo-dança e espetáculos.
Formada pelo encontro de artistas de diversas linhas de atuação (dança, teatro, música,
ciências, arquitetura, figurino, fotografia e cinema), suas propostas cênicas procuram a
interação entre as artes e espaços alternativos. O projeto aposta na criação artística
como plataforma de transformação e recodificação social, com pretensão de que o
sujeito/espectador relacione-se com o espaço por diversas maneiras, ampliando as
percepções objetivas e subjetivas para situações sutis do cotidiano, que são muitas
vezes imperceptíveis ao olhar desatento e viciado à dinâmica urbana.
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3. A música e a cena
Hermilson do NascimentoProfessor/pesquisador/ IARTE-Música/UFU
e
Yaska Antunes
Professor/pesquisador/ IARTE-Teatro/UFU
O presente trabalho tem como objetivo descrever e analisar os diálogos possíveis entre a
música e a cena. Em virtude de ser recente o encontro de professores advindos do teatro
e da música com desejos de estabelecer interfaces profícuas entre as duas linguagens,
esta apresentação se restringirá neste momento a relatar o desenvolvimento de projeto
conjunto, bem como o estudo e pesquisa da bibliografia da área, as experiências
existentes nesse campo bem como formas de interações possíveis da música de cena,
da música na cena, da cena musical e música cênica.
4. Dança em campo expandido
Laura S. Ribeiro Cascaes Doutoranda UDESC
Este artigo pretende destacar processos artísticos contemporâneos em dança no intuito de enfatizar a importância da “dialogicidade” junto à reflexão das práticas discursivas presentes na integração de linguagens expressivas. Para tal, analisará aspectos de composições em dança que privilegiam o trânsito, a circulação entre as narrativas, que por sua vez, proporcionam a transposição e diluição das fronteiras entre os territórios da expressividade, desterritorializando certezas e colocando em foco lugares de diálogo, de presença.
5. Cultura Corporal, Rítmica e Musical na Tradição Popular Brasileira:
consciência, ludicidade e educação estética
Maria Aparecida de SouzaDoutoranda UFBA
Os recursos totais que envolvem o corpo, sua relação entre ritmo e cena são, nas práticas espetaculares dos brincantes pernambucanos, um modo sintético de conformação de habilidades. Da análise da estrutura corporal, rítmica e musical da ciranda e coco, manifestações populares de ampla expressão naquele estado, destaco sua relevância histórica e contribuição para uma educação estética, visando extrair dali as condições dramáticas para engendrar uma cena. É possível notar que nas brincadeiras que contam com palavras, rimas e versos, profusos são os neologismos e poesia crítica social forjadas na faia da relação comunal. Noto um laço identitário com os “griots” ou “dieli” africanos porque, cá como lá, as transformações criativas afluem no indivíduo e jorram na comunidade.
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6. Cenografia, arquitetura e urbanismo: um novo núcleo cultural em Juiz de Fora.
Marília Costa CunhaCentro de Ensino Superior de Juiz de Fora
e Carlos Eduardo R. Silveira (co-autor)
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora
Juiz de Fora é uma cidade que possui uma vivência cultural bem presente no que se refere a teatros, eventos musicais e de dança, exposições artísticas, entre outros. Porém, todo este núcleo cultural se concentra na parte central da cidade, nos eixos e nas imediações da Avenida Rio Branco, Avenida Independência e Rua Santo Antônio. Sendo assim, esta pesquisa propõe a expansão deste núcleo para uma área de Juiz de Fora que abriga importantes conjuntos arquitetônicos históricos tombados, que merecem mais atenção e uso como estratégias de preservação destas construções. Assim, eles não serão perdidos ao longo do tempo devido à degradação natural e falta de manutenção. Aqui, o espaço cenográfico surge como elemento centralizador das intenções projetuais, unindo as linguagens artísticas: cenografia, arquitetura e urbanismo.
7. Vestígios da linguagem cinematográfica na escritura teatral.
Myriam Pessoa Nogueira
Doutoranda/ UFMG
Este trabalho é o primeiro capítulo de uma tese, em que procuro vestígios da narrativa
cinematográfica nos textos de dramaturgos. Traço também um panorama geral da
influência do cinema no teatro, desde os primórdios do primeiro, com projeções, até
peças multimídias contemporâneas. Portanto, a linguagem cinematográfica “dá luz” na
direção, e, por fim, no texto. É um panorama mundial, mas traçando referências de
trabalhos brasileiros.
8. Objetos Sólidos – Cacos de um corpo em queda.
Priscilla Kelly Silva VieiraGraduanda em Teatro/IARTE/UFU
Coletivo Teatro da Margem
A demonstração técnica Objetos Sólidos – Cacos de um corpo em queda propõe a
investigação corpórea a partir dos “viewpoints”, pontos de atenção inerentes ao
movimento, que tem como princípios a relação e a percepção sensível e o modo como tal
prática se relaciona com o processo de criação do espetáculo Objetos Sólidos.
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Orientações gerais
1. Da apresentação do trabalho
a) A ordem dos nomes colocada nas mesas temáticas não corresponde à ordem de
apresentação;
b) A ordem das exposições será organizada pelo coordenador de mesa e
apresentada quando do dia da apresentação;
c) Cada participante inscrito ( a contar da ficha de inscrição) terá até 20 minutos
para expor o trabalho;
d) A entrega dos textos completos deverá ser efetivada dois meses depois após o
dia da apresentação;
2. Regras para elaboração e envio dos trabalhos:
2.1 –Regras de submissão: - Enviar o arquivo do texto completo para o email
até 05 de julho de 2011. – O arquivo deve ser
em fomato Doc ou Open Office (extensões aceitas: .doc; .docx). – Nomear os
arquivos com o seu nome e sobrenome. Ex.: Luiz_Moura_resumo.doc /
Eventuais dúvidas deverão ser encaminhadas para o email:
.
2.2 -Estrutura dos trabalhos:
e) Cabeçalho, contendo: Título do trabalho, Nome do(a) autor(a);
f) Nota de rodapé: Nome do(a) Orientador(a), Bolsa (quando houver), local de
trabalho ou programa de estudo;
g) Textos com até 20.000 caracteres;
h) Referências bibliográficas (seguindo as normas da ABNT).
mcalixtomarques@uol.com.br
mcalixtomarques@uol.com.br
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2.3 - Regras de Formatação:
i) Espaço entre linhas: 1,5 (Exceto cabeçalho, palavras-chave e Referências
bibliográficas: espaço simples); Fonte: Times New Roman 12, citações longas e
notas de rodapé: Times New Roman 10; Margens/Recuo: 3 cm esquerda e
superior, 2 cm direita e inferior; Citações: citações curtas inseridas no corpo do
texto, entre aspas; citações longas (acima de 3 linhas) em parágrafo
independente, com 4cm de recuo, fonte 10 e espaçamento simples entre as
linhas, sem aspas e , quando necessário, uso de colchetes; Parágrafo:
Justificado, em uma única coluna; Referências: Inserir referências
bibliográficas ao final do resumo expandido, em lista única. Inserir apenas as
referências efetivamente mencionadas no corpo texto; Notas: rodapé no fim de
página; Imagens e tabelas: Utilizar imagens em alta-resolução (300 dpi).
j) Os textos que não atenderem às normas exigidas pelo Seminário serão
desconsiderados.
k) Caso o congressista desejar entregar o trabalho completo no dia da
comunicação oral, deverá enviá-lo para o mesmo e-mail citado anteriormente:
.
mcalixtomarques@uol.com.br
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FESTIVAL LATINO AMERICANO DE TEATRO
www.ruinascirculares.com.br
Universidade Federal de Uberlândia
Curso de Teatro
Realização:
Grupo de Estudos sobre Teatro na América Latina
Grupo de Estudos de Textos e Cenas
Curso de Teatro
Universidade Federal de Uberlândia
Apoio: