C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de...

Post on 30-Nov-2018

216 views 0 download

Transcript of C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de...

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

News

CESAR MAIA

N0 5 | Setembro / Outubro | 2007 | Ano 1 www.grupolet.com

Como o Pan 2007 elevou o nível de uma cidade chamada Rio de Janeiro – Pág. 12

PESS

OAS COM

DEFIC

IÊNCIA

FÍS

ICA

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

NewsPESS

OAS COM

PESS

OAS COM

DEFIC

IÊNCIA

FÍS

ICA

DEFIC

IÊNCIA

FÍS

ICA

Chegan

do com

quali

dade a

o mer

cado –

Pág. 6

“A Comunicação como Estratégia de Recur-sos Humanos”, de Fábio França e Gutem-berg Leite – Editoria Qualitymark

Como a área de Comunicação impacta na de RH e como uma depende da outra são as-pectos bem enfocados nesta obra que pode ser considerada uma Bíblia para jornalistas que desejam investir em RH ou para gesto-res modernos que queiram agregar jorna-listas em seu negócio. Os autores expõem com precisão como RH pode, por exemplo, entender a mídia do mercado de trabalho.

“A Nova Visão do Coaching na Gestão por Competências”, de Paulo Roberto Menezes de Souza – Editora Qualitymark

Uma explicação altamente didática sobre uma ferramenta em transformação: o coa-ching. Neste livro, Paulo Roberto Menezes, um mestre no tema, nos ensina a usar e a gostar do coaching na medida em que es-clarece alguns pontos sobre como mapear competências, como motivar e comprometer equipes e como manter a empresa apren-dendo e competindo. Também é um referen-cial para empreendedores.

ENTREVISTA ESPECIAL

Em apenas seis meses esta profi ssional de Recursos Hu-manos cumpriu o desafi o

de estruturar a recente fi lial Rio de Janeiro da Construtora Tenda, uma empresa especializada em construir e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois treinou todos os cerca de 200 profi ssionais que hoje atuam em nove lojas espalhadas pelo Rio e Grande Rio. Aos 25 anos, nove deles no mercado de trabalho (começou como vendedora de loja e depois foi produtora de eventos), Re-nata Furtado não é graduada em RH. A “faculdade” da atual Coordenado-ra de Gente e Gestão da fi lial Rio da Construtora Tenda foi no dia a dia, na convivência com situações distintas, aprendendo a gostar de gente.

Graduada em Jornalismo (e de-pois em Publicidade também) pela Faculdade Hélio Alonso, ela che-gou a estagiar no jornal O Flumi-nense, de sua cidade natal, Niterói (RJ), onde cobria de horóscopo à editoria de polícia, passando pelos classifi cados. Mas não era isso o que exatamente desejava. Do jor-nalismo passou à área Comercial, época em que começou a se envol-ver com RH, lutando pelos benefí-cios das pessoas contra a visão do lucro pelo lucro.

Ao fi nal de 2004 ingressou na Co-municação Interna da fábrica de Sero-pédica (RJ) da AmBev. Ali teria o seu grande aprendizado em RH, fazendo um job rotation até fevereiro de 2007, quando deixou a fábrica de bebidas a fi m de negociar sua ida para a Cons-trutora Tenda, após um “namoro” de seis meses com esta empresa. “O tra-balho na Tenda intensifi ca muito esse valor que gosto de dar ao ser huma-no”, destaca Renata, que coordena junto com uma equipe de seis ges-tores a contratação de vendedores, advogados, arquitetos, engenheiros, entre outros profi ssionais.

NEWSLET – Hoje você percebe que atuando em RH a sua capaci-dade de “transformar” pessoas e empresas é maior do que se esti-vesse atuando como jornalista?

Renata Furtado – Sem dúvida alguma! Descobri na área de RH que poderia contribuir mais do que se estivesse sendo uma jor-nalista. Conseguir ajudar as pes-soas dentro de uma empresa sem passar por cima de ninguém sem-pre foi o meu objetivo, daí nascia a minha paixão por Recursos Hu-manos.

RENATA FURTADOContrutora TENDA Ltda.

“Vestindo a camisa da empresa que dá chance

a quem nunca teve”

Foto

: Ale

xand

re P

econ

ick

Setembro / Outubro | 2007 | 3

ENTREVISTA

Caros leitores,

Em nosso contato bi-mestral destaco a

palavra “oportunidade”. Simples, mas forte, ela está expressa aqui em três temas. Primeiro no legado que o Pan 2007 deixou ao Rio de Janeiro. Mais do que instalações

e infra-estrutura maravilhosas, amadureceu o comportamento do carioca em receber um mega-evento. Devemos agradecer isso ao be-líssimo trabalho do Prefeito César Maia e do seu Secretário Especial de Jogos Olímpicos 2016, Ruy Cezar. Também não posso deixar de enfatizar o trabalho incansável do Érico Edu-ardo Magalhães da TV Globo, que sensibilizou gestores e autoridades de norte a sul do Bra-sil, atuando como um apaixonado multiplicador dos benefícios do Pan e do esporte olímpico para a sociedade.

Não menos importante, mesmo porque dedi-camos cinco páginas de nossa edição, é o enga-jamento do Grupo LET na inserção de pessoas com defi ciência física no mercado. Associamo-nos à ABBR, ao Instituto Benjamin Constant e a quantas mais instituições queiram se unir a nós para realizar um trabalho autêntico. Queremos ser o suporte ideal a todas as empresas que de-sejem não apenas cumprir cotas, mas ter um re-lacionamento sério, respeitoso e qualitativo com esses profi ssionais.

O Grupo LET se harmoniza com aqueles que abrem oportunidades. Por isso, em nos-sa entrevista da edição abrimos espaço para que a profi ssional Renata Furtado mostre a fi losofi a inovadora da Construtora Tenda, em-presa focada em oferecer moradias de quali-

dade e quem nunca pode tê-las. Boa leitura!

Joaquim LauriaDiretor Executivo do Grupo LET

EDITORIAL - PAPO COM O LEITOR DICAS NEWSLET - LIVROS

“A palavra é...OPORTUNIDADE”

Foto: Alexandre Peconick

EXPEDIENTE

Grupo LET Recursos Humanos

Matriz

Centro Empresarial Barra Shopping

Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-

A, 308-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ

tel: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102

Site: http://www.grupolet.com

e-mail: grupolet@grupolet.com

Filial São Paulo - Rua James Watt 84,

2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 -São

Paulo (SP) – Tel: (11) 5505-2509

Filial Macaé - Avenida Rui Barbosa 698,

sala 110 - Tropical Shopping –

Centro - Cep: 27910-362 - Macaé (RJ)

– Tel: (22) 2772-6232

Filial Curitiba - Av. Winston Churchill 2.370,

sala 406, 4o andar - Pinheirinho -

Cep: 81150-050 - Curitiba (PR) -

Tel: (41) 3268-1007

Diretor Executivo: Joaquim Lauria

Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria

Planejamento: Guilherme Vidal

Comercial: Julio César Mauro

E-mail: juliocesar.comercial@grupolet.com

Revista

Publicação bimestral– Setembro / Outubro 2007

Ano I – Nº 05 – Tiragem 1.500 exemplares

Jornalista responsável (redação e edição):

Alexandre Peconick (Comunicação

Grupo LET) - Mtb 17.889 / e-mail para

comunicacao@grupolet.com

Diagramação e Arte:

Murilo Lins (murilolins@terra.com.br)

Envie para nós suas sugestões, idéias e

críticas e leia as respostas às suas

solicitações no site www.grupolet.com

Impressão: Walprint Gráfi ca e Editora Ltda.

Endereço: Rua Frei Jaboatão 295,

Bonssucesso – Rio de Janeiro – RJ

E-mail: walprint@walprint.com.br

Tel: (21) 2209-1717

News

Capa: Eliane Carvalho / Prefeitura do Rio

2 | Setembro / Outubro | 2007

INSTITUCIONAL

NEWSLET – Em 2006 a Tenda foi re-eleita pela revista Exame como uma das “100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil”. Como a área de Gente e Gestão do Rio trabalha para não deixar a “peteca cair”?

Renata Furtado – Somos uma empresa de origem familiar (funda-da em 1969 por José Olavo Mourão Alves Pinto), que há 12 anos vem partindo para o aspecto de cres-cimento organizacional (implanta-do por seu fi lho e hoje Presidente, Henrique Alves Pinto). Fui chama-da para a Construtora Tenda para montar a fi lial Rio de Janeiro com o desafi o de aprimorar o sentido de satisfação dos funcionários. A todo momento contrato gente e a eles damos todo o suporte, como fl exi-bilidade de horários, vale combus-tível, remuneração fi xa e remunera-ção variável (comissão por vendas), bom treinamento e o melhor plano de saúde. Se o funcionário não tem a casa própria pode adquirir conos-co por desconto de até 30%. Tudo isso porque quando um funcionário nosso está satisfeito e seguro ele tem mais prazer em realizar uma venda.

NEWSLET – Como se compra um imóvel pela Tenda?

Renata Furtado – Nosso lema “Construir felicidade” não é um cli-chê, mas algo realmente vivenciado. Oferecemos oportunidades de cres-cimento às pessoas, com segurança, avaliando a situação de cada um. Para a compra há uma entrada mínima de R$ 2 mil. Só que o nosso diferencial é o valor mais baixo do que outro imóvel similar: um dois quartos em prédio que tenha piscina, playground e churrasqueira, por exemplo. Aqui o

cliente realmente sabe o quanto ele vai pagar até o fi nal do plano. Damos possibilidade de compra de imóvel a quem não tem carteira assinada. É um crédito real às pessoas.

NEWSLET – Vocês trabalham com venda de imóveis para um públi-co mais simples. Como Gente e Gestão enfoca o treinamento com os vendedores que vão lidar com esse público?

Renata Furtado – Além das infor-mações institucionais da empresa (histórico), passamos aos vendedo-res a “Forma Tenda de Pensar” que inclui ter jogo de cintura, carinho e fl exibilidade na conversa com pes-soas de culturas muito diversifi ca-das. Tem que se envolver com o seu produto, como eu estou envolvida.

NEWSLET – Você trabalhou em uma empresa como a AmBev e agora está em uma área de vendas de imóveis. Qual foi o grande desa-fi o em sua vinda para a Tenda?

Renata Furtado – Meu maior de-safi o foi o de montar as lojas que temos hoje com toda a estrutura organizacional necessária. Todos os vendedores foram treinados por mim e eu também montei uma boa equipe de profi ssionais para me ajudar a treinar outros colegas. Superei todas as expectativas da empresa. Não tenho problemas em

trabalhar MUITO, ao contrário. Ter a Tenda como minha segunda pele fa-cilita isso. Já houve dia em que saí daqui do escritório à meia noite.

NEWSLET – Você é a primeira jor-nalista que NEWSLET descobre em cargo de ponta em RH de em-presa. Que importância tem a Co-municação para o trabalho do RH na Construtora Tenda?

Renata Furtado – A faculdade de Jornalismo abre sua cabeça para o mundo, ajuda a ter um olhar mais crí-tico. Em RH oriento meus funcioná-rios sobre a força das palavras, sobre o cuidado em usar cada uma do jeito certo e no momento certo. Também peço para terem cuidado quando o assunto for religião, ainda mais por-que em um público de baixa renda encontramos pessoas de todas as tendências religiosas. E também para aceitarem todo o tipo de visão de mundo, da mais simples à mais arrogante. Precisamos saber lidar com isso e uma boa Comunicação é fundamental, pois ensina que não se pode criticar sem antes verifi car to-dos os detalhes de cada situação.

NEWSLET – Para onde você vê o RH caminhando e que papel esta área terá no futuro?

Renata Furtado – Está cami-nhando para o aumento da função estratégica, da sinergia e da ênfase às pessoas que geram resultados. Quem não planeja não vai à frente. Por isso RH está englobando gen-te de todas as áreas, em especial as que têm facilidade em planejar, como Comunicação. Porque RH tem que dar suporte a todas as áre-as, entendendo o que infl ui no ne-gócio da empresa.

“Não tenho problemas em trabalhar MUITO, ao

contrário. Ter a Tenda como minha segunda pele facilita isso. Já houve dia em que

saí daqui do escritório à meia noite”

4 | Setembro / Outubro | 2007

ENTREVISTA

Brasil, China, Índia e Rus-sia irão dominar a eco-nomia mundial nas próxi-mas décadas, mas para

que esse crescimento crie raízes em nosso país se faz necessário amplo investimento na Educação não ape-nas básica mas, sobretudo, no âm-bito empresarial. A previsão é fruto de um estudo criterioso de Thomas Mallnight, Professor de Estratégia do IMD (Instituto Internacional para o Desenvolvimento Gerencial), tra-zidos dos EUA pela ABRH-Nacional para abrir o 33º Congresso Nacio-nal Sobre Gestão de Pessoas (CO-NARH 2007), que movimentou nada menos do que 19 mil profi ssionais entre os dias 21 e 24 de agosto em São Paulo, capital.

Fazendo uma ampla análise do conteúdo de todas as conferências, um dos coordenadores do Comitê de Criação do CONARH, Luís Ed-mundo Rosa (Diretor de RH do Gru-po Accor para a América Latina), ex-plica que o universo empresarial já tomou consciência de que este mo-mento de crescimento sustentável nos move a evoluir continuamente sem destruirmos a sociedade que fi cará para nossos fi lhos. “É vital re-fl etirmos que essa fl exibilidade exi-gida pela globalização representa para nós repensarmos e reformar-

mos todo o modelo educacional para aproveitarmos essa tendência global da qual se refere o Thomas”, esclarece Luís Edmundo.

Esse esforço concentrado, se-gundo a Antropóloga, Presidente da ONG Comunitas e ex-primeira dama, Ruth Cardoso não nos permite ego-ísmo. “A competição move as em-presas, mas são os mecanismos de cooperação aqueles que realmente trarão progresso; se não dissemi-narmos nossos modelos positivos, a energia da evolução vai morrer conosco”, prevê ela, que também abrilhantou o evento. A sacudida no mercado já se verifi ca em algumas empresas como Banco Real e Orga-nizações Globo. No caso do banco, o seu Presidente Fábio Barbosa, mostrou no CONARH como uma empresa pode vencer investindo no respeito interno entre as pessoas e na motivação das lideranças. Já Eri-co Magalhães da TV Globo, em talk show ao lado de Oscar Schimidt, Bernardinho Flavio Canto, entre ou-tros atletas, reforçou a idéia de que o chamado “Projeto Pan” foi apenas o primeiro passo rumo ao desafi o maior de formar cidadãos por meio da educação esportiva. “Precisamos que os gestores multipliquem em suas empresas ideais sustentáveis por meio do esporte”, pede Erico.

Educação é o melhor caminho para crescimento das organizações

Setembro / Outubro | 2007 | 5

PARCEIROS LET

Aeducação é o combustível dos talentos. Saturadas em suas eco-

nomias, as grandes potências estão demandando trabalho de emergentes como o Brasil. Para Luís Edmundo Rosa, alguns modelos deste CONARH deixam claro como a falta de investi-mentos na Educação cria abismos. “Al-gumas empresas brasileiras deixam de assumir trabalhos no exterior por não disporem de talento sufi cientes; uma questão curiosa, pois o Brasil tem mui-tos talentos em formato bruto, que pre-cisam de lapidação para se transforma-rem em talentos empresariais”, avalia o integrante da ABRH-Nacional.

Até por isso, o CONARH debateu como evoluir na questão dos talentos. Uma das soluções mais viáveis é a cria-ção de ambientes com climas inovado-res, ou seja, espaços livres nas empre-sas para experimentação sem medo de errar e fl exibilidade de procedimentos para se alcançar metas. “Essa fábrica de talentos também se alcança com conceitos que mesclem o trabalho à distância e uma rotina de escritório”, exemplifi ca Luís Edmundo.

Uma das maiores tendências nacio-nais que o CONARH 2007 refl ete para o mercado parece ser a de que não se trabalha para um negócio, para um cliente, mas para uma sociedade intei-ra, que é crítica, ávida por novidades e volúvel por natureza.

TALENTOS

Da esquerda para a direita – Érico Magalhães, Ruth Cardoso e Fábio Barbosa Fotos: Divulgação ABRH - Nacional

Aos 10 anos, Leandro Fer-reira Malaquias perdeu as pernas ao ser atropelado por um ônibus perto de

sua casa, em Belfort Roxo (RJ). Fim de linha para ele? Não. Ao contrário; era o começo de uma trajetória de empreendedorismo de quem garante nunca ter tido medo de obstáculos. Há pouco mais de um ano ele co-meçou a procurar emprego. Depois de alguns “nãos” participou de um processo seletivo e obteve êxito. Em agosto de 2006 ele já trabalhava como Operador de Telemarketing na Tivit. “Na nossa vida as coisas acontecem de repente; temos que aproveitar as oportunidades, por isso pretendo fa-zer carreira aqui embora ainda queira investir na música, minha paixão”, conta Leandro, hoje com 22 anos. Até entrar no mercado, Leandro fa-zia natação, basquete, musculação e tocava guitarra. Na empresa está plenamente integrado aos colegas, participando de todas as atividades sociais e motivacionais que o RH da Tivit promove.

“Não me deram oportunidade ape-nas por uma cota, mas porque sou realmente útil ao mercado e se preo-cupam comigo”, defi ne Leandro, que tem o 2º grau completo e ainda pre-tende cursar Administração.

Cota. Essa palavra ainda assusta muitas empresas. Em julho de 1991 o Congresso Nacional aprovou a Lei 8.213/91 que estabelece cotas míni-mas de trabalhadores com defi ciência

julho de 2007, 64.177 pessoas com defi ciência foram inseridas no merca-do de trabalho pela fi scalização.

“Sabemos que o principal entrave para a contratação das pessoas com defi ciência é o desconhecimento das potencialidades delas ou a alta exigência de qualifi cação do traba-lhador, por isso pedimos e dissemi-nação de atitudes de inclusão”, pede Roberto Lopes Costa, Assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) ligada ao MTE. A sugestão vem em bom momento: no último dia 21 de setembro foi comemorado o “Dia Nacional de Luta das Pessoas com Defi ciência”.

Consultoria de Recursos Humanos sempre voltada ao que há de mais moderno e abrangente no mercado, o Grupo LET está abrindo suas por-tas às pessoas com defi ciência, que podem cadastrar seus currículos no site www.grupolet.com e ali também estar concorrendo a vagas específi -cas para eles. Duas parcerias já fo-ram contatadas: ABBR (ofi cializada) e Instituto Benjamin Constant (pré-ofi cializada). “Estamos buscando am-pliar e aprimorar parcerias no sentido de desenvolver a nossa capacidade em atender pessoas com defi ciên-cias otimizando o potencial de cada uma”, explica a Coordenadora de RH do Grupo LET, Silvia Souza.

Potencializar talentos é rotina na Tivit. Empresa de ponta em Telema-rketing e cliente do Grupo LET, a Tivit abraçou a causa das pessoas com de-

fi ciência graças ao trabalho de imer-são realizado pela sua Superintenden-te Regional de RH, Débora Monteiro. Em 2003, Débora viu sua madrinha sofrer um coágulo no cérebro e per-der da noite para o dia sua energia de trabalho. “Isso me sensibilizou muito, desde então comecei a estudar e co-nhecer diversas instituições que tra-balham com defi cientes”, conta Débo-ra que pretendia inserir um projeto de coração e alma na Tivit. “Não queria trabalhar com defi cientes como sim-ples negócio ou apenas para pregar diploma de responsabilidade social na parede”, revela a Superintendente do RH na Tivit.

O primeiro passo de Débora foi o de transformar a mentalidade das pes-soas. “Não adianta inserir defi cientes na empresa sem conscientizar quem

está ao lado, isso cria desgaste”, jus-tifi ca. Por isso a Tivit promoveu inú-meras palestras sobre o tema. Após quatro meses de um trabalho árduo a empresa já se encontrava pronta a re-ceber profi ssionais com defi ciência. Hoje a Tivit tem, somente no Rio de Janeiro, 60. A empresa é um case no tema e ganhou em 2005 um prêmio nacional de telemarketing pelo proje-to que chama com toda a proprieda-de de “Muito Além do Dever”.

Antes de se preocupar com o tra-balho em si, a Tivit foca em recupe-rar a auto-estima de pessoas com defi ciência (PCDs). E já no processo seletivo todos os profi ssionais são preparados para lidar com defi cien-tes físicos. Os PCDs fazem o mesmo tipo de treinamento, cumprem a mes-ma carga horária e ganham o mesmo

MERCADO se abre aos profi ssionais

com defi ciência

6 | Setembro / Outubro | 2007

Setembro / Outubro | 2007 | 7

TRABALHO E EMPREGO

que cada empresa com 100 ou mais empregados precisa ter. A cota em 100 funcionários começa em 2% e vai aumentando até o total de 5% para empresas com pelo menos mil funcio-nários. A empresa que descumprir a Lei 8.213/91, quando autuada, pode pagar multa que varia de R$1.195,13 a R$119.512,33 conforme a Portaria 1.199 de 28 de outubro de 2003. Se-gundo dados do Ministério do Traba-lho, apenas entre o início de 2000 e

Leandro Ferreira Malaquias constrói

sua carreira na empresa que lhe

abriu portas

O Ministério do Trabalho mostra o número de pessoas com defi ciência inseridas no mercado entre 2000 e 2006 por meio da fi scalização

Com suor e talento, o defi ciência visual Alexandre Campanha busca sua recolocação no mercado

Foto

s: A

lexa

ndre

Pec

onic

k

PCD’s empregados pela ação do MTE

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

2006

13.793

2005

12.786

2004

3.072

2003

1.828

2002

14.351

2001

11.231

2000

2.965

PCD’s inseridosno emprego

salário que os demais colaboradores da empresa. Em um dos projetos da Tivit, o Geração Futura, há participa-ção ativa de profi ssionais com defi ci-ência. “Meu sonho é ter um dia um profi ssional com defi ciência em car-go de direção, e podemos chegar a ter”, aposta Débora.

Apostar no talento do defi ciente físico é algo que já vem sendo feito também pela HP (Hewlet Packard), em São Paulo, empresa que paga a Erick Leornardi de Brito, de 38 anos, um salário quase 25% maior do que o anterior que este profi s-sional de Ciências Contábeis rece-bia. “Mas dar o primeiro passo foi complicado”, reconhece ele que sofreu uma paralisia cerebral pou-co após nascer. A falta de oxigênio atingiu apenas a fala e a coordena-ção motora. O cérebro, capaz de realizar várias operações ao mes-mo tempo, não foi atingido. Focado em sua carreira, ele já esteve em outras seis multinacionais. E ainda quer “voar mais alto”.

Quem também pretende voltar a “voar” é o engenheiro Alexandre Campanha, de 38 anos. Casado e tendo um fi lho de cinco anos, fi cou cego há dois anos e meio de uma das vistas por causa do diabetes e na outra conta com 15% de visão. Ele já trabalhou na Carioca Enge-nharia e depois em empresa própria (com sócios) a FCK Projetos, Enge-nharia e Construções.

Alexandre perdeu parte da agili-dade e, como o mercado exige ve-locidade no cumprimento de tare-fas, ele se viu afastado de funções que exercia. Hoje atua como um consultor de sua empresa e rece-be proventos do INSS. Mas busca recolocação no mercado. Com esta intenção foi ao Instituto Benjamin Constant (IBC) atrás de ferramentas

8 | Setembro / Outubro | 2007

TRABALHO E EMPREGO

Setembro / Outubro | 2007 | 9

TRABALHO E EMPREGO

“Estamos buscando ampliar e aprimorar parcerias no sentido de desenvolver a nossa capacidade em atender pessoas com

defi ciências”, explica Silvia Souza do Grupo LET.

TV GLOBO oferece oportunidades para superação de limites

Mais do que atingir um sonho, o “Programa Sem Limites” abre opor-tunidades aos profi ssionais com defi ciência e lhes ensina que “nem o céu é o limite”. O local? TV Glo-bo: empresa líder de audiência e de competitividade no mercado. Heloi-sa Machado, Diretora de Desenvol-vimento e Benefícios da TV Globo,

diz que o programa é o amadureci-mento de um trabalho iniciado ain-da em 2002, quando foram estrutu-radas sólidas parcerias, uma delas com o IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Defi ciên-cia). “Iniciamos o trabalho pedin-do ao IBDD para fazer a análise da compatibilidade dos nossos cargos, cruzando-os com os tipos de defi ci-ência existentes e determinando as possibilidades deles realizarem fun-ções específi cas”, esclarece.

Paralelamente, a TV Globo es-truturou o seu RH e as lideranças de cada área para lidar com defi -cientes e ambientá-los. O passo seguinte foi a criação dentro da empresa de um trabalho de ca-pacitação de profi ssionais com algum tipo de defi ciência. “De-senvolvemos de 2002 até hoje ofi -cinas para as funções de Auxiliar Administrativo, Operador de Vide-ografi smo, Camareiro, Ajudante de Instalações, Auxiliar de Mate-riais e agora em 2007 iniciaremos a de Alfaiate”, informa Heloisa. Por meio dessas ofi cinas, o Programa Sem Limites prepara os profi ssio-nais antes mesmo da abertura de oportunidades, acelerando o pro-cesso de adaptação das pessoas com defi ciência à empresa.

“Esse programa abre o leque da empresa para enxergar e dar opor-tunidade ao talento não importando sua origem, sua condição ou suas delimitações. Ser competitivo hoje é isso: abrir horizontes” conclui He-loisa. Hoje a TV Globo já está plane-jando novas ofi cinas para pessoas com defi ciência com foco em áreas como Engenharia, Tecnologia e Pro-dução, por meio de parceria com a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).

Há também o trabalho que a TV Globo realiza com os reabilitados – pessoas que adquiriram alguma defi ciência em função de acidente ou ação violenta de terceiros. Para todos os casos (defi ciência física ou reabilitação) a empresa oferece amplo espaço para o desenvolvi-mento das carreiras. “O Grupo LET é parceiro muito importante da TV Globo na divulgação de todos es-ses projetos”, reafi rma a Diretora de Desenvolvimento e Benefícios da Emissora.

“Heloísa Machado, da TV Globo”

“Débora Monteiro, Superintendente

de RH da Tivit”

“Na ABBR o atendimento é realizado com carinho e atenção às necessidades

das pessoas em reabilitação”

“Natalia Anachoreta, José Francisco de Souza e Dinorah

Gama: a equipe do DOA - Instituto Benjamin Constant”

para se readaptar à nova realidade. No IBC conheceu o Magic 9.2, um programa que amplia a tela permi-tindo visualização a uma pessoa de baixa visão. “Meu campo de visão é limitado, então o trabalho é mui-to maior com o raciocínio; por ou-tro lado esse problema me ensinou a enxergar melhor com a cabeça, abrindo meus conhecimentos para outros sentidos”, admite Alexandre.

O mercado de trabalho precisa de mais Leandros, Ericks e Alexandres. Eles não podem ser só exemplos. Precisam ser a regra nos quesitos determinação das pessoas com defi -ciência e atitude das empresas.

Foto: Divulgação / TV Globo

Foto

s: A

lexa

ndre

Pec

onic

k

Algumas instituições que recebem e encaminham pessoas com defi ciência

A implantação do siste-ma de folha on line no Grupo LET é o passo decisivo para agilizar o

atendimento ao serviço de admi-nistração de mão-de-obra temporá-ria, pois aprimora a capacidade da Administração de Pessoal (AP) em dar um retorno preciso e imediato às dúvidas dos clientes sobre o pro-cesso de admissão, cálculos de pa-gamentos e descontos. Além disso, acelera a produção dos relatórios e descentraliza o trabalho da matriz desta consultoria de RH. “A folha on line nos permite visualização clara sobre cada detalhe, com isso pode-mos dar explicações sem interrom-per serviços como rescisões, fazer cálculo e produção de folha de pa-gamento, FGTS, INSS, e outros”, explica Andrea Barreto, Auxiliar de

AP do Grupo LET. “Sem a folha on line o nosso tempo para fazer esses serviços era cerca de 30% menor, o que aumentava a chance potencial de falhas”, admite Thais Ramos, ou-tra colaboradora da Administração de Pessoal. “Minimizamos a pos-sibilidade de dados divergentes”, confi rma Renan Gouveia, da fi lial LET em São Paulo.

O Grupo LET acredita que quan-do as informações são transparen-tes, rápidas e o atendimento é feito com prazer conquista-se a confi an-ça do prestador de serviço. Mesmo um trabalhador temporário quer es-tar seguro para render aquilo que pode e vestir a camisa da empresa.

Também é um objetivo da folha on line dar agilidade aos profi ssionais do Grupo LET que trabalham loca-dos em clientes. “Uma prestadora

mensalista estava com dúvidas em seu contra cheque; na mesma hora abri a fi cha fi nanceira e expliquei os descontos”, conta Danielle Falbo, Auxiliar de AP do Grupo LET locada em um de nossos clientes.

10 | Setembro / Outubro | 2007

TRABALHO E EMPREGO

Setembro / Outubro | 2007 | 11

SERVIÇOS LET

O Grupo LET é especialista na fer-ramenta administração de mão-de-obra temporária (lei nº 6.019). Com a novidade da folha on line, contratar pessoal temporário com o Grupo LET passa a ser mais do que nunca uma solução econômica, prática e flexível para manter a organização voltada ao foco de seu negócio. A duração permita por lei para este tipo de con-tratação é de 90 dias ou três meses, prorrogáveis automaticamente por mais 90 dias mediante simples notifi-cação ao Ministério do Trabalho.

O QUE DIZ A LEI

ABBR (Associação Brasileira Benefi cente de Reabilitação)

– site www.abbr.org.br Esta nova parceira ofi cial do Grupo

LET tem foco no trabalho de reabilita-

ção física, mas encaminha defi cientes

físicos ao mercado de trabalho como

parte de sua fi losofi a de qualidade de

vida. “Estimulamos nossos pacientes

a realizar atividades que os ajudem a

recuperar sua auto-estima, mas, con-

forme o tratamento evolui, eles perce-

bem que têm capacidade para fazer

muito mais do que imaginavam”, reve-

la Cristiane Isidoro, do Serviço Social.

Localizada no bairro carioca do Jardim

Botânico, a instituição mantém ofi ci-

nas terapêuticas além dos diversos

serviços de reabilitação, ministrados

por fi sioterapeutas, psicólogas e peda-

gogas. “Queremos trazer profi ssionais

para fazer palestras de esclarecimen-

to aos defi cientes que ainda temem

o mercado de trabalho”, conta Odete

Coutinho, Coordenadora do Serviço

Social da ABBR.

Em 2003 a ABBR começou a mon-

tar um banco de currículos e também

a fazer análise das empresas que so-

licitam pessoas com defi ciência para

preencher suas vagas. Na percepção

de Odete Coutinho as ofertas de em-

pregos são bem distribuídas em todos

os setores. “Na década de 90 era mais

concentrada em Telemarketing, mas

com o passar dos anos aumentou a

demanda para defi cientes em áreas

que pedem graduação e até pós-gra-

duação”, informa. Neste mês de outu-

bro a ABBR conta com 100 currículos e

60 empresas cadastrados. Alguns pa-

cientes se cadastram, são indicados,

começam a trabalhar, mas mesmo

assim pedem para continuar no ban-

co de currículos. “É uma consciência

madura de mercado que nos orgulha”,

admite Odete.

Instituto Benjamin Constant – site www.ibc.gov.br

Reabilitando e preparando defi cien-

tes visuais com cegueira e baixa visão

o IBC conta com 70 professores na área

de Educação e 12 na de Reabilitação.

Há 10 anos existe no IBC a Divisão de

Orientação e Encaminhamento, (Doa)

dirigida por José Francisco de Souza,

para buscar parcerias, inserir defi cientes

e acompanhar o desenvolvimento deles

no mercado de trabalho. No prédio da

Avenida Pasteur na Urca são ministrados

cursos de massoterapia, cerâmica, shiat-

su, informática, refl exologia, música, en-

tre outros. A instituição também capacita

professores da rede federal para atuar

com alunos defi cientes visuais.

Segundo o Diretor da DOA-IBC, mui-

tas empresas desistem de aceitar os

defi cientes por achar que necessitam

de muitos recursos fi nanceiros para

adaptar seus ambientes a uma nova

realidade. “Para um defi ciente visual

você não precisa de grandes adap-

tações, a empresa deve ter portas de

correr ao invés de portas de abrir, ex-

tintores de incêndio sempre no chão e

o número da sala ao lado da porta, por

exemplo,”, explica Francisco.

Os profi ssionais do IBC sugerem

que as empresas visitem esta institui-

ção e conheçam as reais capacidades

dos defi cientes visuais. “Os processos

seletivos precisam saber do defi ciente

quais as suas necessidades e que fer-

ramentas realmente dominam”, pede o

Diretor do DOA, que convida gestores

de empresas a conhecer o trabalho

do IBC de capacitação também a car-

go de Natalia Anachoreta (Terapeuta

Ocupacional) e de Dinorah Gama (As-

sistente Social). O trabalho precisa de

parcerias, mesmo porque entre setem-

bro de 2006 e setembro de 2007 dos

54 defi cientes visuais encaminhados

seis fi caram nas empresas.

Secretaria Municipal da Pes-soa com Defi ciência –

site www.rio.rj.gov.br/defi -cientecidadao

Esta secretaria da Prefeitura do Rio investe na orientação profissional e na inserção social das pessoas com deficiência e de seus familiares. “Fa-zemos capacitação comportamental e não técnica, por isso é importante que o deficiente chegue bem à em-presa, saiba como se vestir, como se portar e como trabalhar a melhoria de sua auto-estima”, enfatiza Leda Aze-vedo, Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência.

Leda Azevedo esclarece que tam-bém é realizado um criterioso tra-balho desta instituição com as em-presas por meio de palestras e da exibição do vídeo “Mitos e Realidade da Pessoa com Deficiência”. Hoje há mais de 6 mil currículos de pes-soas com algum grau de deficiência cadastrados na Secretaria, que tem ainda o programa “Reabilitação Ba-seada na Comunidade”, capaz de abranger nada menos do que 634 co-munidades em toda a cidade do Rio de Janeiro.

IBDD (Inst. Brasileiro dos Direitos da Pessoa cpm Defi ci-ência) – site www.ibdd.org.br

Tem foco na capacitação profi ssional e no encaminhamento de pessoas com defi ciência às empresas ferramentas como o sistema E-Hunter de cadastra-mento online aquele que permite à pes-soa com defi ciência cadastro do currí-culo sem a necessidade da assistência de terceiros. No ano de 2005, foram encaminhados mais de três mil profi s-sionais para o mercado de trabalho. A inserção do defi ciente no mercado de trabalho é considerada pelo IBDD um pilar necessário à construção da cida-dania das pessoas com defi ciência.

up grade na admistração de mão-de-obra temporária

FOLHA ON LINE

Fotos: Alexandre Peconick

Não se alcança o suces-so em um evento de porte internacional sem uma autoridade mergu-

lhando de cabeça em sua estrutura. Os Jogos Pan Americanos Rio 2007 foram um marco para o Rio de Ja-neiro, sobretudo, face à obstinação de seu prefeito Cesar Maia.

Carioca de Copacabana, Cesar Epitácio Maia viveu sua adolescên-cia na época da bossa nova. Depois de estudar no Colégio Sto. Inácio e no Padre Antônio Vieira, cursou Engenharia em Ouro Preto (MG) e Economia em Santiago (Chile).

Apaixonado pelo Rio, ele está em seu terceiro mandato como prefeito – o primeiro entre 1993 e 1996 e o segundo de 2001 a 2004. Otimista, assegura que “estamos com tudo” para sediarmos os Jogos Olímpicos de 2016.

NEWSLET – De que forma o Pan 2007 projetou o Rio de Janeiro?

Cesar Maia – Só o fato que no site es-pecializado Games Bid (nota: maior site especializado em apostas rela-cionadas aos Jogos Olímpicos indi-ca, até o momento desta reportagem, que o Rio tinha 52% da preferência, contra 28% de Chicago - EUA e 8% de Tóquio - Japão) Rio seja o favori-

to para os Jogos Olímpicos de 2016, mostra o sucesso do Pan 2007.

NEWSLET – Quais são os pontos mais positivos deste Pan Rio 2007?

Cesar Maia – O fato da cidade não ter vivido um caos que muitos es-peravam e a avaliação nota 10 das pessoas a respeito de todas as áre-as (segurança, estrutura, atendi-mento, transportes etc.).

NEWSLET – Que pontos precisam ser aprimorados para que possa-mos sediar os Jogos Olímpicos?

Cesar Maia – Precisamos ainda despoluir as lagoas da Barra da Ti-

juca e aprimorar o sistema de trans-portes da cidade.

NEWSLET – Aprimorar transpor-tes passa pela ampliação do me-trô, o que está sendo feito nesse sentido?

César Maia – O metrô do Rio está sendo duplicado com a ligação São Cristóvão - Central. Além disso, o corredor Barra - Penha está sendo licitado em corredor dos mesmos moldes daquele que já existe em Curitiba (PR).

NEWSLET – O que nós ganhamos em segurança fruto do esforço re-alizado para o evento?

Cesar Maia – Ganhamos a demons-tração de que a Barra da Tijuca (nota: base principal dos eventos) é uma área fácil de se garantir segurança.

NEWSLET – Que legado deixa este Pan 2007 em capacitação e gera-ção de empregos?

Cesar Maia – Este Pan colocou o Rio de Janeiro como a cidade de maior rede de equipamentos de entreteni-mento de toda a América Latina.

NEWSLET – Em bairros de baixa renda é comum ouvir que “esse Pan foi só para os ricos”. O que o Sr. tem a dizer às classes de média e baixa renda em relação ao que o Pan Rio 2007 deixou efetivamente a eles?

Cesar Maia – As baixas taxas de desemprego a partir dos meses de julho e agosto (nota: representam redução drástica em relação aos meses anteriores) deste ano mos-tram que o Pan Rio 2007 chegou a todos os bairros do Rio de Janeiro.

NEWSLET – Qual é o seu maior desa-fi o em gerir esta renovada cidade?

Cesar Maia – O meu maior desa-fi o é o de preparar gerentes para as funções intermediárias (funções entre os secretários municipais e os funcionários – exemplo: gerentes de programas da prefeitura) da ad-ministração municipal.

NEWSLET – Que importância a área de Recursos Humanos tem para a administração do Rio de Janeiro?

Cesar Maia – Tudo o que fazemos na cidade do Rio são Recursos Hu-manos. Nada podemos fazer sem ter esse foco.

12 | Setembro / Outubro | 2007

PERSONAGEM - CAPA

Setembro / Outubro | 2007 | 13

PERSONAGEM - CAPA

“Pan 2007 alavanca

o Rio”

Não há hoje atividade humana que tenha mais ligações e multiplicadores econômicos que o esporte....

Quando os eventos ocorrem, multi-plica-se a demanda de transporte cole-tivo e individual com seus respectivos trabalhadores e uso de combustíveis, aumenta a procura por bares e restau-rantes, por brindes, lembranças e fotos ou por material similar àquele usado pelos atletas. O esporte tem sido a cada dia mais um ativador da indústria de confecções. Infl uencia de tal forma a produção de roupas e seu design que esta passou a adotar modelos esporti-vos independente da atividade esporti-va em si.

O mesmo acontece com a indústria de calçados. Tanto a indústria de calça-dos quanto a de vestuário exigem uma permanente atualização e novos lança-mentos, sejam eles inspirados por pes-quisas voltadas ao esporte ou devido à competitividade do mercado para todo tipo de uso.

...O espaço urbano tem que ser re-construído para abrigar atividades es-portivas e outras de desdobramento es-portivo. A Educação Física como prática educacional leva às escolas muito mais do que recreação. A profi ssionalização exigiu também a multiplicação de facul-dades e de cursos de extensão.

O multiplicador sobre o setor de Saú-de vai desde a proliferação de práticas fi sioterápicas e reabilitadoras, com toda a sua permanente renovação, até os di-versos campos da medicina esportiva, que geram impacto em outras áreas médicas, como a ortopedia.

A imprensa escrita e eletrônica cria um vetor de jornalistas esportivos cada vez mais amplo, que vai de repórteres e

colunistas a editores e comentaristas... A propaganda e a publicidade têm no esporte seu nicho mais apetitoso, que contamina toda a produção e associa a atividade esportiva a uma cultura jo-vem, sabendo que, seja qual for, o re-sultado de jogos e campeonatos não afetará o patrocinador.

A centralidade esportiva de certos países em determinadas modalidades é um elemento ativador do conheci-mento sobre aquela nação, dos fl uxos de eventos e, conseqüentemente, do turismo. Os levantamentos feitos so-bre o valor econômico do esporte, com todos esses multiplicadores, mostram que nenhuma atividade econômica tem expressão maior sobre o PIB de uma nação. Alguns estudos comprovam ser uma atividade que ultrapassa os 10% do PIB em economias maduras.

Por estas razões, os Jogos Pan-Ame-ricanos de 2007 e a possível conquista dos Jogos Olímpicos de 2016 pelo Rio de Janeiro não podem ser vistos como a conquista de eventos que mobilizam pessoas e atenções por 15 ou 30 dias. Devem ser vistos como uma oportuni-dade para que a economia do Rio de Janeiro seja revertida em vários sen-tidos e através de diversifi cados mul-tiplicadores sobre outras atividades, gerando investimentos diretos e indire-tos e atraindo investidores para tantas atividades que se ligam ao esporte. Esses eventos devem ser trabalhados pela sociedade e pelos empresários como um vasto campo de oportunida-des auto-sustentáveis e crescentes em função do pólo ativador que eles repre-sentam e que se traduzem em muitos recursos, muitas empresas e empregos que vão além desses acontecimentos.

“O ESPORTE E A ECONOMIA DO RIO”Cesar MaiaCESAR MAIA Publicamos trechos do artigo do Sr. Prefeito sobre o esporte como

elemento fundamental na economia do Rio de Janeiro.

Cesar Maia vistoria as obras do Engenhão

Foto

: Div

ulga

ção

/ COB

Foto

: Elia

ne C

arva

lho

/ Pre

feitu

ra d

o Ri

o

Asalvação das áreas ver-des do planeta é tão vital quanto à ingestão de ali-mentos verdes pelo nos-

so organismo: verduras e legumes. Devemos ingerir o quanto pudermos a qualquer hora do dia, de acordo com a nossa consultora na área, a nutricionista Sandra Mendonça.

Passa pelos alimentos verdes um importante atalho para o equilíbrio do organismo e a prevenção de males como o infarto, a diabetes e as úlce-ras. “Todos os verdes contém fi bras que chegam primeiro à corrente san-güínea impedindo a passagem do excesso de gorduras e açúcares que podem obstruir vasos, veias e arté-rias”, esclarece a Dra. Sandra, espe-cialista no combate à obesidade. Ela indica a ingestão de alimentos verdes na forma mais natural: inteiros, pica-dos ou batidos no liquidifi cador para facilitar sua absorção no sangue. Para o melhor aproveitamento de todos os nutrientes de uma refeição, ela orien-ta seus pacientes para que comam a salada antes do prato quente.

Além de regular as funções do organismo a salada tem um aspec-to calmante expresso por alguns de seus ingredientes. O alface, por exemplo, acalma o estômago e evi-ta o problema do refl uxo. “Salada rica em verdes quebra a ansiedade da fome responsável por salivação excessiva e má digestão”, acres-centa a Dra., sugerindo que o ideal é combinar alimentos verdes claros (cuja vitamina E combate o envelhe-cimento precoce), com verdes es-curos (que têm ferro e cálcio, ideais para os ossos e músculos). Alface e chicória, com brócolis e agrião é um bom exemplo de salada equilibrada.

Verdes fazem bastante por nós. Dons tons claros aos escuros, ali-mentos como alface, couve, agrião, ervilha, brócolis, entre muitos ou-tros são ideais para regular as ativi-dades do intestino.

Ricos em vitamina A, o brócolis, o espinafre, a couve e outros vege-tais verde-escuro contribuem para preservar a acuidade visual, reno-vam a pele, a gengiva e fortifi cam os dentes. O brócolis contém ainda o selênio, mineral anti-oxidante que atua nas funções neurológicas (ex-celente para a memória) e na elasti-cidade dos tecidos do corpo. Outra vitamina imprescindível é o com-plexo B encontrado na ervilha, que atua como formador dos glóbulos vermelhos do sangue, das células

do intestino e sistema nervoso, sen-do indicada para tratar enxaquecas e dores de cabeça.

Já o espinafre contém o zinco, que ajuda na cicatrização e aumen-ta a imunidade, o que evita uma série de doenças. Misturar suco de laranja com espinafre aumenta a vi-talidade para cumprir as tarefas do dia. Sucos são, aliás, uma excelente forma de absorção para os verdes no organismo. A couve, que possui propriedade farmacológica ideal para o combate à gastrite, pode ser ingerida em um suco com beterraba e laranja ou ainda, em casos mais graves, adicionada à meia batata inglesa crua e o mesmo suco de la-ranja. Tudo batido no liquidifi cador.

A dieta verde tem outras vanta-gens, como predisposição à prática de exercícios, melhora da energia sexual e o aprimoramento da meta-bolização. A Dra. Sandra Mendonça alerta, no entanto, que uma alimen-tação deve ser completa, somando os verdes às proteínas (carnes, fei-jões, queijos) e/ou aos carboidratos (massas e pães).

VERDEQUE TE QUERO VER E COMER

14 | Setembro / Outubro | 2007

SAÚDE

A Doutora Sandra Mendonça é a consultora dessa reportagem O mercado não busca “o empre-

endedor”, mas “um tipo de empreen-dedor para cada negócio”. O teste de Gabriela Canella, Analista de RH do Grupo LET, ajuda você a descobrir seu perfi l de empreendedor e aprimo-rar seu foco. Envie o resultado para o e-mail comunicacao@grupolet.com

Dê uma resposta a cada pergunta. Ao fi nal, conte a maior incidência de A,B ou C. Confi ra em seguida traços e dicas sobre seu perfi l!

1) Antes de começar o ano você:A - Nunca faz um planejamento, uma previ-são de gastos, receitas e investimentos.B - Faz o levantamento e anotação dos principais gastos que terá em boa parte dos meses do ano.C - Faz um planejamento, previsão de gastos e investimentos, atingindo seus objetivos.

2) Você se sentiria mais motivado a:A - Ajudar alguém a resolver uma questão.B - Convencer alguém a fazer algo.C - Preparar uma embalagem para presente.

3) Você foi convidado para uma festa a fan-tasia com três opções: qual escolhe?A - Uma fantasia de médico.B - Uma fantasia de engenheiro.C - Uma fantasia de vendedor.

4) Uma equipe da qual você faz parte neces-sita dividir tarefas. Você escolhe para si:A - Selecionar, treinar e orientar pessoas em atividades.B - Pesquisar, selecionar e comprar mate-rial para produzir.C - Deslocar, arrumar e oferecer produtos para clientes.

5) As atividades profi ssionais nas quais você adquiriu mais conhecimento e expe-riência foram...A - ...realizadas no setor de serviços.B - ...realizadas no setor de comércio.C - ...realizadas no setor de indústria.

6) Diante da necessidade de tomar uma decisão, você se sente tentado a:

A – Consultar amigos e parentes sobre o caminho a seguir.

B - Consultar a opinião de uma pessoa de confi ança para complementar suas per-cepções.

C - Avaliar todos os pontos da questão e optar pelo que julgar mais adequado.

7) Um novo projeto vai ser implantado por sua equipe, seu pensamento é:

A - Será que daremos conta deste desa-fi o?

B - Faremos o possível para cumprir esta responsabilidade.

C - Somos competentes e dedicados, certa-mente vamos realizar um ótimo trabalho.

8) Uma boa oportunidade seria:

A - Ser chamado para trabalhar em outra empresa, por um salário maior.

B - Descobrir como conseguir o capital para abrir sua empresa.

C - Identifi car uma necessidade de um gru-po de pessoas dispostas a pagar por uma forma de satisfazê-las.

9) Com relação aos seus investimentos, os ditados que representam seu compor-tamento são:

A - Mais vale um passarinho na mão do que dois voando / macaco velho não mete a mão em cumbuca.

B - Nem oito nem oitenta / nem tanto ao mar nem tanto à terra.

C - Nem sempre sardinha, nem sempre ga-linha / nem só de pão vive o homem.

10) Você considera pessoas ou empresas que atuam no mesmo segmento que o seu...A - Concorrentes, devo superá-los.B - Concorrentes, mas posso aprender com elesC - Concorrentes, mas podemos estabele-cer parcerias para ir mais longe

Que tipo de perfi l

Setembro / Outubro | 2007 | 15

TESTE

EMPREENDEDORvocê tem...?

CONFIRA SEU “ESTILO

EMPREENDEDOR” – MAIORIA DE...

A – EMPREENDEDOR DUVIDOSO - Tendência ao setor de serviços. No-ções básicas sobre empreendedo-rismo. Aprimore-as em sites e livros. Desenvolva confi ança e capacidade de assumir riscos. Treine habilidades para controle de fi nanças, gestão de qualidade e marketing. Conheça o mercado em que vai se lançar. Ela-bore um plano de negócios para abrir seu empreendimento.

B – EMPREENDEDOR EM PO-TENCIAL - Tendência para atuar no comércio e/ou indústria. Razoável domínio sobre empreendimento e traços de um empresário de suces-so. É necessária lapidação. Desen-volva técnicas de negociação para aprimorar autodisciplina, criativida-de e habilidade de relacionamento com clientes. Realize treinamentos e cursos de capacitação.

C – EMPREENDEDOR DE SU-CESSO - Características de um em-presário de sucesso! Chances de obter êxito em empreendimentos. Estude e se capacite, pois o merca-do muda e é preciso acompanhá-lo para continuar tendo resultados positivos. Trabalhe a criatividade, o espírito de liderança e a capacidade de negociar e assumir riscos quan-do possível e necessário.

Foto

: Ale

xand

re P

econ

ick

Foto: Site sxc.hu

16 | Setembro / Outubro | 2007

NONONO