Post on 07-Apr-2016
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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
Simão Robison Oliveira Jatene Governador do Estado do Pará
José da Cruz Marinho
Vice-Governador do Estado do Pará
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará - Fapespa
Eduardo José Monteiro da Costa Diretor-Presidente
Alberto Cardoso Arruda
Diretor Científico
Geovana Raiol Pires
Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural
Maria Glaucia Moreira
Diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação
Andrea dos Santos Coelho
Diretora de Pesquisas e Estudos Ambientais
Ciria Aurora Ferreira Pimentel
Diretora Administrativa
Eduardo Alberto da Silva Lima
Diretor de Planejamento, Orçamento e Finanças
Sibele Maria Bitar de Lima Caetano
Diretora de Operações Técnicas
EXPEDIENTE
Publicação Oficial: © 2015 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. 1ª edição - 2015 Elaboração, edição e distribuição Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa Endereço: Tv. Nove de Janeiro, 1686, entre Av. Gentil Bittencourt e Av. Conselheiro Furtado. Bairro: São Braz – Belém – PA, CEP: 66.060-575 Fone: (91) 3323 2550 Disponível em: www.fapespa.pa.gov.br Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural Geovana Raiol Pires Coordenadoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômica e Análise Conjuntural Edson da Silva e Silva Equipe Técnica Edson da Silva e Silva Edilene do Socorro Ribeiro Pinto Produção Editorial: Helen da Silva Barata Ingrid Nery Mendes Juliana Cardoso Saldanha Karina Lan’Arc Simone de Campos Revisão: Juliana Cardoso Saldanha Normalização: Anderson Alberto Saldanha Tavares Angela Cristina Nascimento Silva Jacqueline Queiroz Carneiro
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
F981b Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (FAPESPA)
Boletim do Comércio Varejista em 2014 / Diretoria de Estudos e Pesquisas
Socioeconômicas e Análise Conjuntural – Belém, 2015.
13 f.: il.
1. Comércio Varejista paraense (2014). 2. Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).
3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . 4. Índice de Volume de
Vendas (IVV) 5. Índice de Receita Nominal (IRN) . I. FAPESPA. II. Diretoria de
Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural. III. Título.
CDD: 23 ed. 658.87
BOLETIM DO COMÉRCIO VAREJISTA PARAENSE EM 2014
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COMÉRCIO VAREJISTA PARAENSE EM 2014
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e
Pesquisas do Pará (Fapespa), por meio da
Diretoria de Estudos e Pesquisas
Socioeconômicas e Análise Conjuntural,
divulga o Boletim do Comércio Varejista, com
os principais resultados do setor. A análise é
realizada com base nos resultados da
Pesquisa Mensal do Comércio (PMC),
conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), que faz referência ao
Índice de Volume de Vendas (IVV) e ao Índice
de Receita Nominal (IRN) do comércio varejista
paraense no acumulado no ano de 2014. Com
o objetivo de melhor ratificar a análise desses
indicadores, são observadas outras
informações relacionadas ao comércio
varejista, como: inflação, endividamento das
famílias, desempenho no mercado de trabalho
e arrecadação de ICMS.
No estado do Pará em 2014, o volume
de vendas do comércio varejista aumentou
2,9% em relação a 2013, de acordo com o IVV.
Esse resultado, apesar de positivo, apresenta
uma desaceleração no ritmo de crescimento
das vendas, comparado à evolução observada
no ano anterior, quando o IVV variou 5,9%.
Esse comportamento esteve presente em 19
estados brasileiros, entre os 27 pesquisados,
ratificando, assim, o resultado do setor à
conjuntura econômica do país, visto que, em
2014, ocorreu variação do IVV em 2,2% menor
que em 2013, quando havia crescido 11,9%.
Em 2014, o Pará ocupou a 13ª posição entre
os estados da federação.
Nos últimos anos, a variação do volume
de vendas no estado vem descrevendo
trajetória declinante, é o que aponta o Gráfico
1. Ressalta-se que o baixo crescimento das
vendas no comércio varejista paraense em
2014, além de estar associado a fatores
conjunturais, contou também com a suspensão
dos incentivos fiscais aos produtos da
chamada “linha branca” (geladeira, fogão,
máquina de lavar, etc.), concedidos pelo
governo federal, em anos anteriores. Entre os
incentivos, a redução do IPI foi o mais
significativo e manteve-se do final de 2011 até
o segundo semestre de 2013.
BOLETIM DO COMÉRCIO VAREJISTA PARAENSE EM 2014
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Gráfico 1 – Variação (%) do IVV* e do IRN* paraense de 2010 a 2014
Fonte: PMC/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.
* Série sem ajuste sazonal.
O IRN também apresentou
desaceleração no ritmo de crescimento,
variando 7% em 2014, em relação ao ano
anterior. Esse resultado foi o menor, na série
de cinco anos, conforme demonstrado no
Gráfico 1. Nesse indicador, o estado ocupou a
23ª posição entre os estados da federação em
2014, ficando abaixo da média nacional, que foi
de 8,5%.
As variações, tanto do IVV quanto do
IRN, podem ser também observadas ao longo
de 2014 (Gráfico 2), em uma comparação do
mês com igual período do ano anterior (série
sem ajuste sazonal). Dessa forma, observa-se
que o IVV do comércio varejista paraense
obteve recuo em três meses, junho (-0,6%),
agosto (-0,5%) e dezembro (-4%).
Gráfico 2 – Variação (%) do IVV* e do IRN* paraense nos meses de 2014
Fonte: PMC/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.
*Em relação a igual mês do ano anterior (sem ajuste sazonal).
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Em relação a este último, que em 2013 a
variação foi de 6,8% (Gráfico 3), a retração nas
vendas contrariou a expectativa neste mês de
grande consumo para o comércio varejista,
ligado às comemorações de natal e fim de ano.
O comportamento do consumidor, em parte,
está associado ao momento de incerteza em
relação ao futuro, dado o atual cenário
econômico. Por isso, a retração em relação às
compras, impactou negativamente no
movimento das vendas para o mês de
dezembro de 2014.
Gráfico 3 – Variação (%) do IVV* do Comércio Varejista paraense em 2013 e 2014
Fonte: PMC/IBGE, 2015.
Elaboração: FAPESPA, 2015. *Sem ajuste sazonal.
Quanto à variação do IRN, ao longo de
2014, só esteve acima da registrada em 2013
em apenas dois meses, fevereiro e outubro,
períodos marcados por acontecimentos
festivos, carnaval e Círio de Nazaré,
respectivamente, eventos que vêm crescendo
a cada ano no estado, elevando as vendas no
setor varejista e impactando na receita. Por
outro lado, os meses de junho (3%) e
dezembro (0,6%) registraram as menores
variações no IRN (Gráfico 4).
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Gráfico 4 – Variação (%) do IRN* do Comércio Varejista paraense em 2013 e 2014
Fonte: PMC/IBGE, 2015.
Elaboração: FAPESPA, 2015. *Sem ajuste sazonal.
Ratificando o comportamento do volume de vendas e de receita nominal do comércio
varejista, pode-se também analisar as variações da inflação a partir do Índice de Preço ao
Consumidor (IPC) da Região Metropolitana de Belém (RMB), calculado pela Fapespa, que
também sinaliza a tendência de inflação do estado. Em 2014, o IPC da RMB aumentou 9,91% em
relação a 2013, ficando acima do resultado observado no ano anterior, que foi de 9,59%
(Fapespa, 2015). Esse indicador, quando analisado conjuntamente com o IVV, descreveu, ao
longo de 2014, uma correlação inversa para a maioria dos casos, conforme esperado, ou seja,
em meses que o índice de preço apresentou variação crescente, o volume de vendas foi
decrescente, corroborando, assim, a influência da inflação nas vendas (Gráfico 5).
Gráfico 5 – Variação (%) do IVV* e do IPC* paraense em 2014
Fonte: PMC/IBGE, IPC/FAPESPA, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.
*Em relação ao mês imediatamente anterior (sem ajuste sazonal).
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IVV IPC
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Com a inflação de 2014 acima da
observada em 2013, o resultado foi uma
redução no consumo identificado em alguns
meses do ano, com variação negativa do IVV.
Em janeiro e novembro, por exemplo, quando
as vendas no varejo registraram as maiores
variações negativas na análise mês a mês
(sem ajuste sazonal), as variações do IPC, no
mesmo período, foram as maiores (Gráfico 5).
Por outro lado, quando nos meses de outubro e
dezembro, o IPC apresentou variações
menores, o IVV obteve os maiores
crescimentos no ano, respectivamente, 21,24%
e 37,66%.
Além da inflação, outros fatores também
interferiram no desempenho das vendas do
comércio varejista, como por exemplo, o
aumento nas taxas de juros, que iniciou o ano
de 2014 em 9,90% e em dezembro alcançou
11,15%, e o endividamento, com grande
impacto na renda disponível das famílias,
reduzindo o consumo. Em 2014, 76,30% das
famílias paraenses encerraram o ano
endividadas, taxa superior à registrada em
2013 (72,4%) e acima da média nacional, que
foi de 59,30%, segundo dados da Federação
do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio).
Gráfico 6 – Taxa (%) de endividamento das famílias e variação (%) do IVV paraense de janeiro a dezembro de 2014
Fonte: PMC/IBGE, 2015; FECOMÉRCIO-PA, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.
A facilidade de acesso ao crédito e a ampliação dos parcelamentos das dívidas, se
traduzem para o consumidor como elementos favoráveis para o acesso ao consumo. No entanto,
tais facilidades têm revelado uma taxa alta de endividamento das famílias paraenses, moderando
a expectativa de consumo. Ainda de acordo com a Fecomércio, a menor taxa registrada em 2014
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Famílias endividadas (Tx.%) IVV (var.%)
Linear (Famílias endividadas (Tx.%)) Linear (IVV (var.%))
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ocorreu no mês de março, quando 67% das famílias detinham algum tipo de dívida, e a maior, em
setembro, com 82,7% (Gráfico 6).
Observando a relação entre a taxa de endividamento das famílias e a variação das vendas
no comércio varejista apontada pelo IVV, o Gráfico 6 demonstra que, nos momentos de
crescimento da taxa de endividamento, as vendas no varejo apresentam variação menor e, em
alguns casos, negativa. No geral, observa-se uma tendência contrária, entre a taxa de
endividamento e a variação do IVV, ou seja, o crescimento do endividamento é acompanhado
pelo declínio nas vendas.
O comportamento das vendas do comércio varejista paraense teve reflexo no mercado de
trabalho, que segundo dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged), em 2014, o saldo de
empregos formais foi positivo, com 1.929 novos vínculos, contudo, menor que o saldo gerado em
2013 pelo setor, com 4.673 novos postos.
Analisando a geração de emprego nos últimos anos (Gráfico7), observa-se uma
desaceleração na criação de novos empregos formais celetistas no estado, no comércio varejista,
comportamento semelhante ao do IVV apresentado no Gráfico 1, ratificando, mais uma vez, a
tendência que vem sendo mencionada ao longo do boletim.
Gráfico 7 – Saldo de emprego do Comércio Varejista paraense de 2010 a 2014
Fonte: MTE/CAGED, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.
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Saldo de Emprego
BOLETIM DO COMÉRCIO VAREJISTA PARAENSE EM 2014
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No que diz respeito à arrecadação do setor
varejista em 2014, apesar do IRN apresentar
desaceleração no ritmo de crescimento em
relação a 2013, o desempenho do setor no
recolhimento do ICMS do estado foi superior ao
do ano passado. Nesse sentido, segundo
dados provisórios do Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz), no acumulado do
ano de 2014, foram arrecadados R$ 877,551
milhões de ICMS contra R$ 865,470 (corrigido
pelo IPCA a preços de 2014) em 2013,
evoluindo 1,40% no período. Esse aumento
contribuiu para uma maior participação do setor
varejista na arrecadação total do comércio
paraense, evoluindo de 52,15% em 2013 para
52,99% em 2014. A participação do setor
varejista do Pará, em relação ao montante do
ICMS arrecadado na região Norte, também
obteve aumentos, passando de 30,11% em
2013 para 35,77% em 2014.
BOLETIM DO COMÉRCIO VAREJISTA PARAENSE EM 2014
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NOVA METODOLOGIA
De acordo com o IBGE, os indicadores IVV e IRN são elaborados para acompanhar a
evolução conjuntural do comércio varejista. A construção desses indicadores é feita a partir da
receita nominal, na qual os valores têm preços constantes, e dos indicadores de volume, nos
quais os preços são construídos, a partir do IPCA - índice Nacional de Preços ao Consumo
Ampliado e Índices da Construção Civil - SINAPI.
O IVV e o IRN do comércio varejista são índices que se originam da receita das atividades
no varejo, divulgadas para o Brasil nas 27 unidades da federação. No Pará, os resultados do IVV
e do IRN são sintetizados pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará
(Fapespa) e relacionados com informações relativas a emprego, inflação, ICMS e comércio,
providas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além de outras fontes complementares à
análise deste boletim.
BOLETIM DO COMÉRCIO EXTERIOR PARAENSE EM 2014
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Programa de disseminação de Estatística do
trabalho. 2013. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/pdet > Acesso em: 10 fevereiro de 2015.
CONFAZ. Conselho Nacional de Política Fazendária. Boletim do ICMS, 2014. Disponível em:
http://www1.fazenda.gov.br/confaz/ Acesso em: 10 de fevereiro de 2015.
IBGE. Sistema IBGE de recuperação automática SIDRA, 2014. Disponível
em:<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/> Acesso em: 11 de fevereiro de 2015.
FECOMERCIO, Federação do Comércio do Estado do Pará. Relatório Técnico 2014. Belém,
2015