biosseguranca e hepatites virais - riscobiologico.org · Hepatites virais e profissionais de saúde...

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Hepatites virais e profissionais de

saúdeProf. Antonio Carlos de Castro Toledo Jr.Faculdade de Medicina da Unifenas-BHPós-graduação em Medicina Tropical e Infectologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba

“Não existe nenhum perigo no arexpirado pelos tuberulosos. Por isso, o

sanatório de tuberculose éprovavelmente o local mais seguroquando se considera o risco dessa

doença”Norris & Landis.

Diseases of the Chest 1924

Incidência de tuberculose de acordocom o setor hospitalar de trabalho

Ocupação N Pessoas-ano Casos Taxa por 1.000

Enfermeiro 680 1.290 27 20,9

Técnico 102 244 3 12,3

Nutrição 601 757 8 10,6

Lavanderia 125 345 3 8,7

Médico 60 128 1 7,8

Outros 720 2.012 3 1,5

Total 2.664 5.583 51 9,1

Mikol et al. Am Rev Tuberc 1952

Hepatites virais

Epidemiologia

Hepatite A30 a 80% da população brasileira, variando de acordo com a idade, condições de saneamento e nível sócio-econômico

Hepatite B1 a 2,6% da população brasileira, podendo atingir 20% da população em determinadas regiões, como amazônia ocidental, Espírito Santo, oeste da Santa Catarina e Paraná

Hepatite C1,5% da população brasileira, podendo atingir até70% entre usuários de drogas injetáveis

Transmissão sangüíneaTipo de lesão

Instrumento pérfuro-cortanteProfundidadeExtensão

Volume de sangue injetadoUso de luvasTipo de agulha

Carga infectanteViremia do paciente fonte

Situação imunológica do profissional acidentado

Risco de transmissão

Depende da situação sorológica do paciente fonte ou de sua chance de ser portador do agente infeccioso

Risco conhecido de transmissão de acordo com o tipo de acidente

Risco de infecção =risco do paciente ser portador x risco de transmissão

Exemplos

Paciente sabidmente portador do HBV: 100%Risco de infecção de acordo com o acidente: 30%Risco de infecção = 1,0 x 0,3 = 0,3 (30%)

Paciente usuário de droga injetável com situação sorológica desconhecida: 60%Risco de infecção de acordo com o acidente: 30%Risco de infecção = 0,6 x 0,3 = 0,18 (18%)

Hepatite A

Perfil epidemiológico

Transmissão abaixo dos cinco anos

Transmissão na adolescência ou fase adulta

Populações isoladas

No Brasil observação transição entre o padrão

1 e 2

Hepatite A

Transmissão

Fecal-oral através de água ou alimentos

contaminados

Relação sexual

Saliva e sange raramente

Hepatite A

Prevenção

exposição prévia esta relacionada ao nível

sócio-econômico e com a idade

risco ocupacional descrito recentemente

morbimortalidade maior em adultos

vacinação pode ser realizada em profissionais

não imunes

Modos de transmissão – HBV e HCV

Transmissão sexual (menos frequente no HCV)

Transmissão vertical (menos frequente no HCV)

Transfusão sangüínea e hemoderivados

Compartilhamento ou reutilização de agulhas e seringas

Hemodiálise

Acupuntura, tatuagem

Instrumentos de uso pessoal (barbeador, escova de dentes) – HCV ???

Vírus da Hepatite BHBV é extremamente transmissívelO risco de infecção ocupacional varia de de 1 em 1.000 até 4 em 10Pode sobreviver até uma semana em superfíciesMateriais orgânicos em que pode ser encontrado:

Sangue

Fezes

Leite materno

Secreções nasofaríngeas

Líquido biliar

Saliva

Líquor

Suor

Líquido articular

Transmissão ocupacional

Exposição percutânea ou mucosa a sangue

Grau de exposição ao sangue (tipo de acidente)

Positividade do HBeAg no paciente-fonte

Exposição de mucosas e pele não íntegra:

fontes mais comuns de infecção pelo vírus B

Demais fluidos – transmissão muito baixa

Prevenção

Todos profissionais de saúde devem ser

imunizados contra a hepatite B

Controle de imunização

Anti-HBs qualitativo

Anti-HBs quantitativo

Repetir esquema de imunização

Acompanhamento pós-acidente

Vacinados susceptíveisanti-HBs

Não vacinadosanti-HBsanti-HBc totalHBsAg

Vacinadosanti-HBs

Não vacinadosanti-HBsanti-HBc totalHBsAg

6 mesesMomento do acidente

Profilaxia pós-exposição

Completarvacinação

Completarvacinação

IGHAHB + completarvacinação

Vacinaçãoincompleta

Iniciar vacinaçãoIniciar vacinaçãoIGHAHB + iniciarvacinação

Não vacinado

HBsAgdesconhecido

HBsAg negativoHBsAg positivo

Paciente-fonteSituação do profissionalexposto

Vacina e IGHAHB preferencialmente nas primeiras 24 hIGHAHB: dose 0,06 ml/kg de peso. Dose máxima de 5 ml

Profilaxia pós-exposição

IGHAHB (2x)Nenhuma medidaespecífica

IGHAHB (2x)Sem resposta após2ª série

Iniciar 2ª série de vacinação

Iniciar 2ª série de vacinação

IGHAHB + iniciar2ª série de vacinação

Sem resposta após1ª série

Nenhuma medidaespecífica

Nenhuma medidaespecífica

Nenhuma medidaespecífica

Com respostavacinal

Previamente vacinado

HBsAgdesconhecido

HBsAg negativoHBsAg positivo

Paciente-fonteSituação do profissionalexposto

Vacina e IGHAHB preferencialmente nas primeiras 24 h

Profilaxia pós-exposição

Iniciar 2ª série de vacinação

Iniciar 2ª série de vacinação

IGHAHB + iniciar2ª série de vacinação

Resposta vacinalinadequada

Nenhuma medidaespecífica

Nenhuma medidaespecífica

Nenhuma medidaespecífica

Resposta vacinaladequada

Resposta vacinal desconhecida: testar profissional de saúde

HBsAgdesconhecido

HBsAg negativoHBsAg positivo

Paciente-fonteSituação do profissionalexposto

Vacina e IGHAHB preferencialmente nas primeiras 24 h

Vírus da Hepatite C

HCV é menos transmissível que o HBV

Pode sobreviver até uma semana em superfícies

Materiais orgânicos em que pode ser encontrado:

Sangue

Fezes

Leite materno

Secreções nasofaríngeas

Líquido biliar

Saliva

Líquor

Suor

Líquido articular

Transmissão ocupacional

Exposição percutânea ou mucosa a sangue

O sangue é a fonte mais efetiva de transmissão

1,8% (0 a 7%)

Grau de exposição ao sangue (tipo de acidente)

Demais fluidos – transmissão muito baixa

Mucosas – extremamente raras

Pele não íntegra: sem relato pela literatura

Prevenção

Não existe vacina eficaz contra o HCV

Uso adequado dos equipamentos de proteção

individual

Acompanhamento pós-acidente

Anti-HCVAnti-HCV ALT/TGPHCV-RNA

ALT/TGPAnti-HCV ALT/TGP

180 dias90 dias45 diasNo momento do acidente

Tratamento infecção aguda

Interferon convencional 5.000.000 UI por dia

por 4 semanas*

Seguido 3.000.000 UI por dia por 20 semanas*

Associado ou não a ribavirina**

*Jaeckel et al. NEJM, 2001** Hoofnagle et al. NEJM, 2001

Fonteswww.saude.gov.brwww.cdc.govwww.riscobiologico.org

Antonio C. Toledo Jr.antonio.toledo@infectologia.org.br