Biodigestores Aplicabilidade e Dimensionamento k2

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BIODIGESTORES

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE TECNOLOGIA – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

IT 136 E 137 ENERGIA NA AGRICULTURA I E II

Definição

� Tanque protegido do contato com o ar atmosférico, onde a matéria orgânica contida nos efluentes émetabolizada por bactérias anaeróbicas.

Composição

� Em geral, todos os tipos são compostos de duas partes:

� Recipiente para abrigar e permitir a digestão da biomassa (tanque);

� Gasômetro para armazenar o biogás (campânula).

Função

� Fornecer as condições propícias para degradação da material orgânico por bactérias metanogênicas.

� Como resultado da fermentação também ocorre a liberação de biogás e a produção de biofertilizante.

� De acordo com LUCAS JUNIOR & SILVA, (1998):� A digestão anaeróbia é um processo biológico natural.� Pode ser usada para tratamento de dejetos sólidos e

líquidos.� Relaciona-se aos aspectos de saneamento e energia

alternativa (biogás).� Estimula a reciclagem orgânica e de nutrientes, na forma

do biofertilizante.

Histórico� O interesse no Brasil � décadas de 70 e 80,

principalmente entre os suinocultores.� Fatores responsáveis pelo insucesso dos programas

de biodigestores:� falta de conhecimento técnico sobre a construção e

operação dos biodigestores;� o custo de implantação e manutenção elevado;� equipamentos de distribuição do biofertilizante na

forma líquida com custo elevados (aquisição, transporte e distribuição);

� falta de equipamentos desenvolvidos exclusivamente para o uso de biogás,

� e baixa durabilidade dos equipamentos adaptados;

Histórico� ausência de condensadores para água e de filtros para

os gases corrosivos gerados no processo de biodigestão;

� disponibilidade e baixo custo da energia elétrica e do GLP;

� e não resolução da questão ambiental, � os reatores não são considerados como um sistema

completo de tratamento.� O ressurgimento se deve a utilização das mantas

plásticas na construção dos biodigestores.� material de alta versatilidade e baixo custo.

Situação� Programas oficiais, lançados em 2005.

� Estímulo à implantação para geração de energia;� Possibilidade de participação do mercado de

carbono.� Diminuição do impacto ambiental e agregação de

valor.� Redução a dependência de adubos químicos� Redução a dependência de energia térmica para os

diversos usos;� Redução da poluição causada por armazenamento

/tratamentos dos dejetos em esterqueiras e lagoas.

Abastecimento

� Contínuo� ¾ do abastecimento diário de biomassa, com descarga

proporcional à entrada de biomassa; � não param o fornecimento de gás.� Ex.: Indiano, chinês e canadense.

� Intermitente� quando utiliza sua capacidade máxima de armazenamento de

biomassa, retendo-a até a completa biodigestão. � São retirados os restos da digestão e faz-se nova recarga.� param o fornecimento de gás para a retirada do material

decomposto.� Ex.: Batelada.

Modelos de Biodigestor

� Figura 1 – Representaçãotridimensional em corte do biodigestor modelo indiano

� Figura 2 – Representaçãotridimensional em corte do biodigestor modelo chinês.

� Figura 3 – Representaçãotridimensional em corte do biodigestor modelo batelada.

� Figuras 1, 2 e 3 fonte: Deganutti, R. et all. (2002)

Constituição

� Caixa Descarga: � feita em alvenaria;� local onde os dejetos diluídos em água serão

colocados para serem introduzidos no sistema; � Tubo de Carga:

� serve para conduzir o material, por gravidade, desde a caixa de carga até o interior do biodigestor.

� normalmente utiliza-se um tubo em PVC com 150 mm de diâmetro;

� Câmara de biodigestão:� local onde ocorrerá a fermentação do material e a

conseqüente liberação do biogás.� deverá ser construída em alvenaria;

Constituição

Gasômetro:� elemento responsável por armazenar o biogás

produzido, permitindo o seu fornecimento com pressão constante.

� no caso do modelo Indiano:� Movimenta-se para cima ou para baixo, de acordo com o

volume de biogás acumulado ou retirado.� geralmente é feito de chapa de aço numero 14, a qual

deverá ser soldada em uma estrutura metálica, feita de cantoneiras de aço carbono ¾”. Deverá ter formato cilíndrico,

� cobertura superior abaulada (em forma de cone), para evitar a deposição de impurezas e água na parte externa do mesmo;

� ter um tubo-guia com função de guiar o gasômetro, quando este se movimentar para cima ou para baixo.

� o tubo-guia deve ser obtido a partir de um tubo galvanizado com duas e meia polegadas de diâmetro.

Constituição

� Tubo de descarga:� servirá para fazer a retirada do material fermentado

(sólidos e líquidos) de dentro do biodigestor.� deve-se utilizar também tubo PVC com 150 mm de

diâmetro; � Caixa ou caneleta de descarga:

� local para onde será encaminhado o material retirado de dentro do biodigestor até ser conduzido para outro local.

� deverá ser construída em alvenaria;� Saída de biogás:

� dispositivo que deverá se localizar na parte superior do gasômetro para saída de biogás e condução até os pontos de consumo.

� Para o modelo indiano recomenda-se que esse dispositivo seja de mangueira flexível, para acompanhar os movimentos do gasômetro.

Modelo Chinês

Modelo Indiano

Modelo em Batelada

Material� A biomassa geralmente composta por detritos de

animais.� Pode-se usar para esse tipo de fermentação:

� esterco bovino, suíno, eqüino, caprino, de aves, esgoto doméstico, vinhoto, plantas herbáceas, rejeitos agrícolas e capim em geral.

� Para materiais orgânicos de decomposição lenta como palha ou forragem, indica-se o modelo intermitente.

� Resíduos vegetais fibrosos ou que contenham lignina (palhas, casca de arroz, etc) requerem um pré-tratamento.

� Consiste em triturar o material, ou utilizar substâncias químicas, como NaOH para facilitar a decomposição antes da entrada no biodigestor.

Subprodutos� Gás �Biogás;

� Parte sólida que decanta no fundo do tanque �Biofertilizante;

� Parte líquida� efluente mineralizado (tratado).

� Os biodigestores são capazes de produzir biofertilizanteisento de patógenos,

Biofertilizante� Diminuição do teor de carbono do material;� Aumento no teor de nitrogênio e demais nutrientes, em

conseqüência da perda do carbono; � Alta qualidade para uso como fertilizante agrícola; � Maior facilidade de imobilização do biofertilizante pelos

microorganismos do solo, devido ao material já se encontrar em grau avançado de decomposição

� Solubilização parcial de alguns nutrientes;� Melhora as qualidades físicas, químicas e biológicas do

solo.

Biogás� É um gás inflamável produzido por microorganismos em

fermentação de matérias orgânicas a determinados limites de temperatura, teor de umidade e acidez, em um ambiente impermeável ao ar.

� Poder calorífico de 5.000 a 7.000 kcal/m3;� Equivalente a 0,55L de óleo diesel, 0,45L de gás de

cozinha ou 1,5kg de lenha.� Pode ser usado em fogões domésticos, combustível para

motores de combustão interna, chocadeiras, secadores diversos, geração de energia elétrica, aquecimento.

Fases da decomposição

� A decomposição sob condições anaeróbias é feita em 3 fases:

� HIDRÓLISE ENZIMÁTICA ou redução do tamanho das moléculas;

� FASE ÁCIDA, produção de ácidos orgânicos;� FASE METANOGÊNICA, produção de metano.

HIDRÓLISE ENZIMÁTICA

• Conversão da matéria orgânica biodegradável em estadoinsolúvel (ex.: celulose) em solúvel;

• Liberação de enzimas pelas bactérias especificamentepara fazer o desdobramento das moléculas.

FASE ÁCIDA

• As proteínas, gorduras e os carboidratos solúveis são transformados em ácidos orgânicos

• Ácido acético;• Lático;• Butílico;• Propiônico;• Álcool;• Hidrogênio;• e CO2.• As bactérias formadoras de ácidos asseguram que o meio

esteja livre de oxigênio, e produzem o alimento básico para as bactérias metanogênicas.

FASE METANOGÊNICA

• O acetato, hidrogênio e o CO2 são transformados em gás metano pelas bactérias metanogênicas.

• Sem essas bactérias o meio se tornaria tão ácido que morreriam inclusive as formadoras de ácidos.

• A velocidade da cadeia de reações é limitada pela formação de microbolhas de metano e dióxido de carbono em torno das bactéria.

• A agitação é recomendável para favorecer o contato direto com a mistura em digestão.

Condições de fermentação� IMPERMEABILIDADE AO AR:

� Nenhuma das atividades biológicas (reprodução, metabolismo, etc.) dos microorganismos exigem oxigênio;

� A decomposição de matéria orgânica na presença de O2 produz CO2 (dióxido de carbono), e na ausência do ar (O2) produz CH4 (metano).

� O Biodigestor deve ser perfeitamente vedado para a produção de metano não ser inibida.

� TEMPERATURA ADEQUADA:� 30°C, pesquisas revelam valores de temperatura

acima dessa faixa favorecem a produção de biogás.� mudanças bruscas de temperatura afetam a produção.

Condições de fermentação� NUTRIENTES ESSENCIAIS:

� Nitrogênio, sais orgânicos e principalmente Carbono.� A relação Carbono/Nitrogênio (C/N) deve ser mantida

entre 20:1 e 30:1.� TEOR DE ÁGUA:

� Deve situar normalmente em torno de 90% do peso conteúdo total (1:1 ou 1:1,5).

� Tanto o excesso quanto a falta de água são prejudiciais.

� SUBSTÂNCIAS PREJUDICIAIS:� NaCl, Cu, Cr, NH3, K, Mg, Ni.� São elementos conciliáveis se mantidas abaixo de

certas concentrações.� TEMPO DE RETENÇÃO:

� 35 a 45 dias em geral.

Materiais tóxicos� Materiais de limpeza, detergentes, sabões, desinfetantes,

pesticidas, antibióticos, água com cloro, não devem estar presentes no material a ser digerido.

� Sais inorgânicos como sódio também podem comprometer a produção de gás.

� Deve-se empregar hidróxido de cálcio quando for necessário neutralizar a acidez do biodigestor, no lugar de hidróxido de sódio, pois o cálcio é menos solúvel que o sódio, vindo a precipitar deixando de ser tóxico.

Diluição� Os dejetos colocados na caixa de entrada do sistema

devem ter cerca de 8% de material sólido;� Isto evita o entupimento de tubulações;� E contribui para que o processo de fermentação se

desenvolva corretamente.� Para isso, o esterco é misturado com água e muito bem

homogeneizado, evitando a formação de "pelotas".

1:3 Aves

1:2 Suínos

1:1 Bovinos

Diluiçãodejeto:água

Origem do dejeto

Construção� Geralmente constrói-se os biodigestores

subsuperficialmente.� As bactérias metanogênicas são sensíveis a variação da

temperatura durante o dia.� A temperatura do solo é praticamente constante durante

o dia, oscilações grandes de temperatura podem afetar a produção do gás.

Tempo de Retenção

� É o intervalo de tempo necessário para que a matéria orgânica seja toda fermentada no biodigestor. Corresponde ao tempo necessário para que toda carga no interior do biodigestor seja substituída.

)/.(/..

).(..3

3

diamdiaadicionadoVolume

mrbiodigestodoVolumeTRH =

30 Produção de biogás e biofertilizante

50 a 60 Produção de biofertilizante

10 a 20 Produção de biogás

TRH, diasFinalidade

Características

Composição média do biogás obtido de estrume

até 1,5 Gás sulfídrico

20 a 40 Gás carbônico

0,5 a 1 Oxigênio

1 a 3 Hidrogênio

60 a 80 Metano

Proporção (%)Gases

700°CTemperatura de Igni ção

4 a 7.5 quilowatts�h/m³;Energia calor ífica

1.2 kg/m³;Densidade

Produção de Biogás

Produção de biogás segundo o tipo de matéria orgânica

28 0,4 Homem

78 2,25 kg Esterco seco de suíno

62 0,18 kg Esterco seco de galinha

36 10 kg Esterco fresco de bovino

Litros/kg de esterco

Produçãodiária/animal

Matéria orgânica

Obs.: Em média 1 kg de peso VIVO produz 18 g de esterco em 24 horas.

Produção de Biogás

Quantidade de material para produzir 1 m3 de biogás

20 Lixo

25 Resíduos agrícolas

12 Esterco de suíno

16 Esterco seco de galinha

25 Esterco fresco de vaca

Quantidade (kg) Material

ProduProduProduProduççççãoãoãoão� A produção do metano começa a se processar depois

de 20 dias;� Cresce até chegar ao máximo na terceira semana, a

partir de quando decresce lentamente durante o período de fermentação de cerca de 90 dias.

� Na prática costuma-se dimensionar para um período de produção de 5 a 6 semanas.

� A produção diária para 1m³ de câmara de fermentação é de cerca de 0,6m³ de gás.

� O material utilizado deve apresentar relação C/N em torno de 30 (30 vezes mais carbono do que nitrogênio).

� Havendo excesso de carbono (material celulósico, principalmente serragem), o Biogás tende a possuir elevado teor de CO2 e pouco metano.

� O mesmo ocorre se a matéria-prima é muito rica em nitrogenados (urina, sangue, etc.).

Produção

� Os excrementos de aves são mais ricos em nitrogênio que os de bovinos.

� Ao excretarem as aves eliminam junto a urina, que enriquece as fezes com nitrogênio.

� As fezes dos bovinos possuem baixo teor de nitrogênio porque parte dele é metabolizado no próprio rúmen do gado.

� Esterco de ruminantes podem ser utilizados como inoculantes por possuírem as bactérias metanogênicas, junto com resíduos vegetais.

Agitação

A eficiência da digestão é melhorada quando se usa um sistema de agitação pelas seguintes razões:

� o substrato fica em contato direto com as bactérias, evitando a formação de bolhas isolantes em torno das bactérias;

� distribui uniformemente a temperatura no interior da câmara de digestão;

� reduz a formação de lodo na parte superior do digestor e deposição de matéria no fundo;

� distribui uniformemente os produtos intermediários e finais da digestão.

pH

� Para que a digestão seja eficiente, é necessário que o pH esteja em torno de 7 e 8 ou seja, que o meio seja neutro ou ligeiramente alcalino.

� Caso o meio se torne muito ácido, deve-se suspender sua alimentação por alguns dias, para que as bactérias metanogênicas reduzam a concentração dos ácidos.

1. Reduzir a carga2. Estabilizar a temperatura3. Verificar possíveis causas 4. Remover crosta

1.Carga/dia excessiva2.Substâncias tóxicas 3.Formação de crosta

Meio ácidoph < 6

Meio alcalinoph > 9

Tempo Carga inicial demasiadamen-tealcalina

SoluçõesCausas possíveisCondição existente

Segurança� Uso do MANÔMETRO: medir a pressão interna, calcular

a quantidade aproximada de gás armazenado e zelar pela segurança contra alta pressão.

� Não colocar fertilizantes fosfatados, sob condições de ausência de ar (pressurizado) esse material pode produzir fosfina, tóxico e cujo contato é letal.

� Na utilização de Biogás para queima, acende-se primeiro o fósforo para depois abrir a válvula.

A queimaA queimaA queimaA queima� Emprego do Biogás como combustível; � Transformação da energia do gás em energia

térmica;� A relação entre o gás e o ar deve permitir a

combustão integral; � Quando esta se dá, a chama é forte, de coloração

azul claro e o gás emite um assobio.� Se a chama tremer há insuficiência de ar e

combustão incompleta.� Se for curta, amarela e piscante, indica Biogás

insuficiente e ar excessivo.

Modelo Chinês� Não é um biodigestor próprio para acúmulo de gás,

devido a sua construção de cúpula fixa (a área de reserva de gás é menor), sendo mais indicado para produção de biofertilizante.

EsquemáticoBiodigestor ModeloChinês (PORTES e FLORENTINO, 2006)

Modelo em Batelada

Modelo em Batelada

Bateria de Biodigestores em Batelada

Biodigestores de Vinil� São biodigestores do tipo contínuo;� Modelo canadense;� Campânula de material plástico;� Baixo custo para instalação do biodigestor, já que não

precisa ser feito em alvenaria.

BIODIGESTOR COM CAMPÂNULA DE VINIL

Biodigestores de Vinil

Dimensionamento� O projeto consiste em dimensionar um biodigestor para

uma família de 5 pessoas numa zona rural no interior do Estado do ES, onde a utilização do biogás será em:

� Cozimento de alimentos:0,33 m3.pessoa-1.dia-1;

� Uso de 5 lampiões, ligados 4 horas por dia:0,13 m3.hora-1 ;

� Geladeira a gás ligada o dia todo:2,2 m3.dia-1.

Dimensionamento� (0,33 x 5) + (5 x 4 x 0,13) + (2,2) == 6,45 m³ de biogás.+ 10% (margem de segurança):= 7,095 ≈ 7,1 m³ de biogás.� Quantidade de animais necessários para produção dessa

quantidade de biogás:� 1 animal bovino produz 10kg de esterco fresco por dia, e

para cada 1kg de esterco produz-se 36L de biogás, ou 0,036m³.

Dimensionamento� 1kg de esterco ------ 0,036m³

X ------ 7,1 m³X = 197,22kg de esterco bovino.

� 1 animal ------- 10kg de estercoY ------- 197,22kg de esterco

Y = 19,72 animais

� Deve se ter na propriedade 20 animais que irão produzir 200kg de esterco por dia, gerando 7,2 m³ de biogás, que supri a quantidade necessária com a margem de segurança. E como a razão de diluição é 1:1, gastaremos, também, 200L de água, o que nos dá 400L de solução (esterco + água)

Dimensionamento� TRH – Tempo de Retenção Hidráulica.

� Para um TRH de 35 dias, tem-se:

35 = (Vol.biodigestor) / (0,4 m³ de solução)

Vol.biodigestor = 14 m³ .Valor R$ 15.000,00 (Dez.2008)

)diam³( Diária Carga

(m³)r biodigesto do Volume=TRH

Dimensionamento� De acordo com as tabelas:

Fonte: www.winrock.org.br

Dimensionamento� Deve-se construir um reservatório com as medidas:

� 5,50 metros de comprimento;� 1,80 metros de largura; e,� 1,40 metros de profundidade.

Dimensionamento� Relação do preço da manta e laminado de PVC flexível

de 1 mm de espessura:

� Para o nosso projeto devemos escolher a manta com área total de 99 m², cujo preço é igual a R$ 1.640,00.

Fonte: www.winrock.org.br

Dimensionamento� Outros materiais necessários:

� Tonel de plástico (volume igual ao da Carga Diária);

� Manta plástica de revestimento PVC flexível com 0,8 mm de espessura;

� Tubulação PVC 150 mm para esgoto (branca) para entrada de dejetos e saída do biofertilizante;

� Tubulação e conexões PVC de 40 mm para água, para condução do biogás;

� Caixa de alvenaria ou fibra para armazenamento do biofertilizante.

Modelo Indiano

Modelo Indiano

Modelo Indiano

A pressão de 15 cm.c.a. deve ser medida no ponto de consumo mais distante;

Dimensionamento de Biodigestor modelo Indiano

Dimensionar um biodigestor modelo indiano, em alvenaria de tijolos maciços, com campânula de chapa preta número 14, para suprir as seguintes necessidades de uma família com 4 pessoas para cocção de alimentos, banho, 2 lampiões tipo arandela 2horas/dia, geladeira, acionamento de um motor de 2 hp 1hora/dia.

Dados:

Matéria prima disponível: esterco de suíno.

TRH : 40 dias.

Produção de biogás de esterco suíno: 78 litros por kg.

Relação de diluição 1:2

Margem de segurança: 10%.

Consumo dos equipamentos

Cocção de alimentos 0,33 m3 gás/pessoa/dia

Chuveiro 0,80 m3/dia/pessoa

Motor de combustão interna 0,45 m3/hp/hora

Lampião 0,13 m3/h/lampião

Geladeira 2,3 m3/dia

1- Cálculo do consumo diário:

•Cocção de Alimentos = 0,33m3pessoa-1dia-1 x 4 pessoas = 1,32m3 /dia

•Banho= 0,8m3 pessoa-1.banho-1 .4pessoas.1 banho.dia-1= 3,2m3 /dia

•Lampiões = 0,13m3 .h-1.lampião-1.2 lamp. 2h.dia-1 = 0,52m3 /dia

•Geladeira a gás = 2,3m3 /dia

•Motor= 0,45m3 hp-1.h-1. 2 hp.1h.dia-1 = 0,9m3 /dia

Consumo diário total (V2):

1,32 +3,2 +0,52 +2,3+0,9= 8,24m3 /dia

Mais 10% = 8,24 x 1,10 = 9,064 m3 /dia

Total: 9,064 m3 de biogás por dia.

2-Necessidade de Matéria Prima:

1 suíno produz 2,25 kg de esterco.dia-1 .0,078 m3 biogás.kg-1= Então 1 suíno produz em média 0,1755 m3.dia-1. Logo para produzir 9,064 m3 serão necessários 52 animas, ou 52 x 2,25 = 117 kg de dejetos por dia.

3-Cálculo da mistura água + esterco:

1 kg de esterco – 2 litros de água (kg)

117 kg - x = 234 litros

4-Cálculo do volume útil estimado (VUE) do biodigestor:

(dias) xTRH1000

)a(litros.di diária carga )(m Vue

-13 =

5-Determinação do diâmetro interno (Di) do biodigestor:

Relação a ser observada: 0,66<Di/H<1 e 3<H<6.

Seja Di = 2,5m

3-1

3 m 14,04 dias 401000

litros.dia 351 )(m Vue ==

6 - Cálculo da altura útil do biodigestor.

É calculado com base no volume Bruto do Biodigestor (Vb)

então H = [π x (2,5)2 x 3]/4 = 14,73m3

Vb ≥ 1,1VUE (o Vb deve ser 10 % maior que o VUE para compensar o volume da parede.7) Cálculo do diâmetro do gasômetro (Dg):Dg = Di + 0,10 Dg = 2,5 + 0,10 = 2,6m

8) Diâmetro interno superiorDis = Dg + 0,10 (folga)Dis = 2,6 + 0,10 = 2,7m

9) Diâmetro externo superiorDes = Dis + 0,40 (0,20 + 0,20 de cada tijolo maciço)Des = 2,7 + 0,40 = 3,1m

HD

vb i

4

)( 2π=

10) Diâmetro externo inferior (Dei):Dei = Di + 0,40 (0,20 + 0,20 de cada tijolo maciço)Dei = 2,5 + 0,40 = 2,9m

11) Diâmetro da base (Db):Db = Dei + 0,20 (0,10 de folga de cada lado)

Db = 2,9 + 0,20 = 3,1m

12) Altura útil do gasômetro (h2):Suponha que 50 % do volume de gás produzido será armazenado durante à noite e o restante consumido durante o dia. Sendo assim, v’2= 50 % de v2, então v’2 = 50 % de 9m3 /dia= 4,5m3/dia

2

2

2 4

)(' h

Dv gπ

= 2

2

4

)6,2(5,4 h

π== mh 85,02 ==

Acrescentando 10%=h2 =0,85x1,10 = 0,94m

13) Altura ociosa (h1)Deve ser igual a pressão solicitada pelos equipamentos:10 a 20 cm c. de água.Adotaremos 16cm.c.a.

14) Altura do gasômetro (Hg):Hg = h1 + h2Hg = 0,16 + 0,94 = 1,1m

15) Verificação do volume útil do biodigestor.É necessário verificar se os cálculos levam a um volume útil real que comporte o volume útil estimado mais o volume da parede divisória interna.Hp = H- h2 = 3 – 0,94 = 2,06mVp= Hp x Di x espessura = 2,06 x 0,24= 1,28m3

Volume útil real do biodigestor (Vur)Vur= Vb – Vp = 14,73 – 1,28= 13,45m3 (Vur deve ser aprox.Vue)

16) Dimensões da caixa de carga e descarga

(1,15 folga para evitar transbordamento)

108 + 216 = 324L = 0,324m3

0,324m3 + 1,15m3 = 1,5m3

Se tirarmos a raíz cúbica de 1,5 encontraremos as medidas dos lados das caixas de entrada e saída.

Serão1,15m x 1,15m x 1,15m.

15,1TRH

vbV =

Construção Modelo Indiano

Construção Modelo Indiano

Cálculo Relação C/N

� Tem-se: � 5 T de material A – 62/1� 4 T de material B – 19/1 � 3 T de material C – 15/1

Equivalente % - 100 x Peso do materialPeso total

� Quantidade de C x (Equivalente %/100) = contribuição de C daquele material

� ∑ da contribuição de C será o total de C/N do material

Relação C/N

25:1 0,29 7,3 Estrume fresco bovino

29:1 0,55 16 Estrume fresco ovino

24:1 0,42 10 Estrume fresco eqüino

19: 1 0,59 11 Haste de amendoim

27:1 0,54 14 Capim

32:1 1,30 41 Haste de soja

41: 1 1,00 41 Folhas caídas

53: 1 0,75 40 Haste de milho

67:1 0,63 42 Palha seca de arroz

87:1 0,53 46 Palha seca

C/N %N %C Matéria Prima

Armazenamento� Função de garantir oferta deste quando o consumo for

maior que a rendimento do biodigestor.� Baixa pressão

� É armazenado em balões de manta plástica a uma pressão de, aproximadamente, 2 atm,

� Menor custo quando comparado com os outros dois métodos.

� Alta pressão� É comprimido a 200 atm e estocado em cilindros

especiais.� Só se justifica em grandes sistemas que necessitam

reduzir o volume e estabilizar a pressão para viabilizar a sua comercialização

� Liquefação� Custo mais alto de armazenamento,� É obtido pelo sistema de criogenia onde o metano se

liquefaz em pressão ambiente a uma temperatura de -161°C (LUCAS JUNIOR & SILVA, 2003).

Referências� http://www.winrock.org.br/media/manualbiodigestaov2.pdf� http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao15.htm� http://www.fca.unesp.br/nutrir/palestras/arquivos/Biodigestores.pps� BEZERRA, Severino Antunes. Gestão Ambiental da Propriedade Suinícula: Um model o baseado em um

Biossistema integrado. Florianópolis: 2002. 251f. Di ssertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2002.251 p.

� LOVATTO, Paulo Alberto. Suinocultura Geral. UFSM – Universidade Federal de S anta Maria – Setor de Suinocultura – Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria – 2004. Disponível em: <www.ufsm.br/suinos/>. Acessado em: 15 ago. 2005.

� MEISTER, Rodrigo. Estudo de modelo em escala piloto de Reator UASB. C uritiba, 2005. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Ambiental) – Universidade Católica do Paraná.

� Notas de aula do professor Roberto Precci Lopes, da disciplina em questão, Energia na Agricultura II.� Galvão, J.M. ; Martins, F.A.C; Ruiz, A.A.; Neto, R. Gestão Ambiental: Aplicação dos Biodigestores XIII SIMPEP

– Bauru, SP, Brasil, 06 a 08 de novembro de 2006.� ARRUDA,M. H.; AMARAL, L.P.; PIRES, O. P.J.; BARUFI, C. R.V. Dimensionamento de Biodigestor para Geração

de Energia Alternativa REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE AGRONOMIA PERIODICIDADE SEMESTRAL –ANO I – NÚMERO 2 – dezembro de 2002

� Dr. Roberto Deganutti1, Drª Maria do Carmo Jampaulo Plácido Palhaci2, Ms. Marco ª Rossi3, Bel. Roberto Tavares4, Bel. Claudemilson dos Santos5 BIODIGESTORES RURAIS: MODELO INDIANO, CHINÊS E BATE LADA Anais doCongresso Internacional sobre Geração Distrubuída e Energia no Meio Rural, 2002

� LUCAS Jr., J.; SILVA, F.M. Aproveitamento de resíduos agrícolas para a geração de energia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRICOLA, 27., 1998, Poços de Caldas. Anais...Lavras/ MG:UFLA/SBEA, 1998. p.63-67.