Post on 04-Dec-2018
130 ANOS
BIBLIOTECA MUNICIPAL 15 de Dezembro de 1880
Em 1880 comemorou-se o tricentenário da
morte de Luís de Camões falecido em
Lisboa a 10 de Junho de 1580. Um pouco
por todo o lado, houve actos comemorativos
e manifestações dessa efeméride. Diversas
câmaras municipais criaram Bibliotecas
Populares e escolas de instrução pública.
Na Póvoa de Varzim, a 10 de Junho desse
ano, foi inaugurada a Escola Camões, no
Largo de S. José ou Passeio Alegre,
conforme consta da sessão camarária
de 17 de Maio. Também foi fundada a
“Biblioteca Popular Camões”, inaugurada
a 15 de Dezembro, no edifício da Câmara
Municipal, em sessão presidida pelo
Governador Civil do Porto, disponibilizando
um núcleo bibliográfico composto por 150
volumes.
Em 1966, aquando das comemorações do 1º
centenário do nascimento de Rocha Peixoto,
a Biblioteca Municipal passou a designar-se
“Biblioteca Municipal Rocha Peixoto”.
Com a transferência para o actual edifício,
inaugurado em 30 de Novembro de 1991, passou
a integrar a Rede Nacional de Leitura Pública.
Em 2010, a Biblioteca Municipal comemora
130 anos de existência.
Ao longo dos anos, com maior incidência
nestes últimos, o acervo bibliográfico da
Biblioteca tem sido enriquecido com a
incorporação de variados espólios
documentais. Em 2010 a Biblioteca
Municipal incorporou a biblioteca e espólio
particulares de Luís Sousa Rebelo.
Occidente: revista illustrada de Portugal e do estrangeiro. 3º ano, supplemento ao nº 59, (10 de Junho 1880), p.1.
DAS ORIGENS...
Estrella Povoense. 3º Ano, nº142. (2 Nov 1879), p. 2.
Estrella Povoense. 4º Ano, nº158. (22 Fev 1880), p. 1 e 2.
Estrella Povoense. 4º Ano, nº169. (9 Maio 1880), p. 1.
Estrella Povoense. 4º Ano, nº171. (23 Maio 1880), p. 1.
Estrella Povoense. 4º Ano, nº174. (13 Jun 1880), p. 2.
… À INAUGURAÇÃO
Acta da inauguração da Bibliotheca Popular Camões na Villa da Póvoa de Varzim. Página 1 de 2. Acessível no Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim.
EVOLUÇÃO DE UM SONHO
Catálogo elaborado pela Biblioteca Municipal Rocha Peixoto para as comemorações do 130º Aniversário da Biblioteca Popular Camões. Os conteúdos estão disponíveis em http://ww.cm-pvarzim.pt/biblioteca. Ficha Técnica | Coordenação editorial: Manuel Costa | Pesquisa documental: Fernanda Trovão e Lurdes Adriano | Grafismo: Hélder Jesus | Digitalizações: João Cancela | Dezembro 2010
Transpomos o novo limiar de um velho Sonho. A "Ideia" começou a tomar forma há mais de um século. Generosa. Libertadora. Ingénua. Incipiente. Sem a força e a solidez das raízes que só o tempo consegue animar e consolidar.
Nasceu em 1880, sob o signo inflamado e lírico das celebrações camoneanas. Luís de Camões emprestou-lhe o seu nome e os "Lusíadas" foram um dos seus primeiros cento e cinquenta volumes. Seguiram-se, depois, anos e anos bolandeando de cá para lá, empurrada para sítios recônditos e sombrios, fechada a sete chaves pela desatenta incompreensão das gentes.
Ainda assim, Pereira Azurar, em 1887, concedeu-lhe o benefício de alguns melhoramentos. O Pe. José António Rodrigues legou-lhe, em 1891, a riqueza secular da sua "livraria". O alvorecer do século XX trouxe-lhe, em 1913, a ciência e a variedade dos livros de Rocha Peixoto (1866-1909).
Cerca de três mil volumes, testamentados pelo ilustre etnólogo e bibliotecário poveiro, constituindo um núcleo de arqueologia, história, etnografia e ciências da natureza, na sua maioria com notas de leitura e numerosas dedicatórias autografas. Em 1920 começa a aproximação, "perigosa", com a Escola.
Em 1932, com os seus 8.578 volumes, vai diluir-se, completamente, no Liceu Eça de Queiroz. Foi salva, em 1956, pela apaixonada dedicação de Fernando Barbosa (1917-1962). Instalada nos antigos Serviços Municipalizados da Câmara, passará a contar, aqui, os seus anos de vida ininterrupta.
Em 1966 as celebrações do I Centenário do Nascimento de Rocha Peixoto transladam-na, em evolutiva melhoria e visível florescimento, para o edifício da Câmara Municipal. Ao fim de quase vinte anos, foi possível aproveitar toda a força transformadora de uma nova mentalidade cultural.
Surge, assim, uma nova vontade política. viabilizadora, por fim, da construção, em 1984, de um edifício de raiz, projectado pelo Arq. J.J. Silva Garcia. Em 1986, mudando uma vez mais de lugar, será instalada provisoriamente na Praça Luís de Camões. É, em momento propício que, um ano depois, se integra, com pioneira esperança, na Rede Nacional de Leitura Pública criada, num desafio exemplar, pelo Instituto do Livro e da Leitura. Em 30 de Novembro de 1991 chega a sua hora mais radiosa. Corporizou-se um sonho colectivo na busca permanente de um Rosto. Navegações e regressos do tempo e do espaço, que a arquitectura evidência, em sua memória de pedra. Do Canto ao Livro, saberes onde a Música e Palavra se enlaçam e transfiguram, balizas de um idêntico caminhar em direcção á Luz. O que se abre, hoje, diante de nós é o oposto e a consequência de uma longa viagem. Um rumo novo que se descobre e traça á medida do Sonho. Uma outra, também, Realidade. Que queremos diferente, múltipla, aprazível, surpreendente, acolhedora, luminosa, interrogante, prestável, comunicante, capaz, útil.
E animada de Vida A BIBLIOTECA.
Manuel Lopes, 2002
A Biblioteca Municipal Rocha Peixoto transfere-se para o actual edifício a 30 de Novembro de 1991. Conta actualmente com 150.000 volumes.
A Biblioteca Popular Camões é instalada no edifício da Câmara Municipal e composta inicialmente por 150 volumes.