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BENCHMARKING INTERNACIONALDE PROJETOS ECO-INOVADORES
FICHA TÉCNICA
Título
Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Projeto
Ecoprodutin – Produtividade na Indústria pela Eco-inovação
Entidade Promotora
AEP – Associação Empresarial de Portugal
Equipa
Maria da Conceição Vieira
Paulo Amorim
Manuela Roque
Depósito Legal
394589/15
Junho 2015
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 5
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO 9
2. CONTEXTUALIZANDO A ECO-INOVAÇÃO 10
3. SUCESSOS EUROPEUS DE ECO-INOVAÇÃO 12
3.1. Introdução 12
3.2. Eficiência de Materiais nas Indústrias Transformadoras Alemã e Europeia 13
3.3. Otimização da Gestão de Resíduos no Reino Unido 22
3.4. Eficiência de Recursos no Reino Unido 35
3.5. Ecodesign em França e na União Europeia 42
3.6. Principais Estudos Internacionais sobre Eco-inovação 45
4. COMPETÊNCIAS INTERNACIONAIS DE ECO-INOVAÇÃO 46
4.1. Case Studies 46
4.2. Projetos e Tecnologias Eco-inovadoras em Desenvolvimento 71
5. COMPETÊNCIAS PORTUGUESAS DE ECO-INOVAÇÃO 89
5.1. Entidades Promotoras da Eco-inovação 89
5.2. Empresas e Projetos Eco-inovadores 91
5.3. Reconhecimento Internacional 95
6. APOIO À ECO-INOVAÇÃO 96
6.1. Ferramentas de Suporte à Eco-inovação 96
6.2. Fontes de Informação sobre Eco-inovação 100
6.3. Financiamento da Eco-inovação 103
7. CONCLUSÃO 104
8. BIBLIOGRAFIA 105
6 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Roda da Eco-inovação 11
Figura 2. Potencial de poupança anual em termos da dimensão da empresa 15
Figura 3. Investimento em função da dimensão da empresa 17
Figura 4. Retorno do investimento 17
Figura 5. Potencial anual de poupança de materiais (em euros) 18
Figura 6. Potencial de poupança na UE-27 19
Figura 7. Impacto do ecodesign nos lucros da empresa 42
Figura 8. Impacto do ecodesign nas margens de lucro da empresa 43
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 7
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1. Setores industriais abrangidos pelo estudo da DEMEA 13
Quadro 2. Potencial de poupança anual 14
Quadro 3. Investimento em Eco-inovação e período de payback 16
Quadro 4. Produção e potencial de poupança nos setores estudados, na UE-27 19
Quadro 5. Distribuição da poupança pelos diferentes materiais (% na redução total
de custos) 20
Quadro 6. Poupança anual como resultado da redução de recursos utilizados 23
Quadro 7. Poupança de fatores realizada pela redução de recursos utilizados 24
Quadro 8. Potencial de poupança de fatores realizada pela redução de recursos
utilizados 24
Quadro 9. Poupança anual como resultado da substituição de materiais 25
Quadro 10. Poupança de fatores realizada pela substituição de materiais 25
Quadro 11. Potencial de poupança de fatores realizada pela substituição de materiais 26
Quadro 12. Poupança anual como resultado da redução do desvio de resíduos de aterro 26
Quadro 13. Poupança atual e potencial de fatores realizada pelo desvio de resíduos de
aterro 27
Quadro 14. Medidas de Eco-inovação transversais à economia 28
Quadro 15. Medidas de Eco-inovação no setor das utilities 29
Quadro 16. Medidas de Eco-inovação no setor da construção 29
Quadro 17. Medidas de Eco-inovação no setor da alimentação, bebidas e tabaco 29
Quadro 18. Medidas de Eco-inovação na indústria metalúrgica de base 30
Quadro 19. Medidas de Eco-inovação na indústria têxtil 31
Quadro 20. Medidas de Eco-inovação no setor dos produtos químicos / minerais
não-metálicos 31
Quadro 21. Medidas de Eco-inovação no setor dos serviços 31
Quadro 22. Medidas de Eco-inovação no setor do comércio a retalho 32
Quadro 23. Medidas de Eco-inovação no setor da fabricação de máquinas e
equipamentos 33
Quadro 24. Estimativas de poupança pela melhoria da eficiência de recursos 36
8 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 25. Dimensão das oportunidades sem custo / baixo custo 37
Quadro 26. Oportunidades de poupança em percentagem do lucro obtido 38
Quadro 27. Dimensão das oportunidades de longo prazo 39
Quadro 28. Medidas de poupança energética no setor dos transportes rodoviários 39
Quadro 29. Benefícios da implementação de medidas de Eco-inovação energética, por
empresa 40
Quadro 30. Medidas de gestão de resíduos 41
Quadro 31. Benefícios do ecodesign nas empresas 43
Quadro 32. Benefícios não-económicos para as empresas 44
Quadro 33. Benefícios do ecodesign para o consumidor final 44
Quadro 34. Principais estudos de benchmarking em Eco-inovação 45
Quadro 35. Entidades públicas portuguesas promotoras da Eco-inovação 89
Quadro 36. Entidades privadas portuguesas promotoras da Eco-inovação 90
Quadro 37. Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal 91
Quadro 38. Empresas portuguesas reconhecidas internacionalmente por fatores
eco-inovadores 95
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 9
1. INTRODUÇÃO
A perceção de que a economia portuguesa só conseguirá crescer de uma forma sustentada por via de um
aumento da competitividade das nossas empresas é porventura hoje um dos fatores de maior consenso na
sociedade portuguesa.
Num mundo em que o preço dos materiais e da energia é cada vez mais elevado, a produtividade dos recursos
afigura-se como um fator fundamental para a competitividade das empresas europeias e portuguesas a
curto/médio prazo. Paralelamente, a única forma de caminharmos rumo a uma economia mais sustentável,
com maior qualidade de vida para os cidadãos e respeito pelo ambiente é através da racionalização dos
recursos utilizados no processo produtivo, bem como ao longo de todo o ciclo-de-vida de um produto.
Assim, a implementação de soluções inovadoras e ambientalmente responsáveis nas empresas é hoje um
imperativo para a sua competitividade, bem como para a sustentabilidade do nosso planeta, configurando-se
como uma forma das empresas anteciparem desafios vindouros.
Neste contexto, a AEP – Associação Empresarial de Portugal, propôs-se a implementar o projeto
«ECOPRODUTIN – Produtividade na Indústria pela Eco-inovação», que assenta no conceito da eco-inovação e
tem como foco o setor industrial português, particularmente as PME, passando os seus objetivos primordiais
pelo aumento da competitividade do tecido nacional português, pela redução de custos e desperdícios e por
um incremento da eficiência produtiva.
Eco-inovar é precisamente ser capaz de conceber e desenvolver processos produtivos que evitem o desperdício
de matérias-primas e de energia, proporcionando às empresas os tão desejados ganhos de produtividade e
acrescida competitividade. É este o desafio que o projeto «ECOPRODUTIN – Produtividade na Indústria pela
Eco-inovação» vem colocar ao tecido industrial português.
Uma das formas escolhidas pela AEP, promotora do projeto, para disseminar os méritos e a importância da
eco-inovação para a competitividade das empresas portuguesas foi a realização de um benchmarking
internacional à eco-inovação. O resultado deste esforço assume a forma do presente estudo, intitulado
"Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores".
O estudo reveste-se de elevado pragmatismo e é direcionado para a experiência empresarial, não sendo por
isso um repositório de informação de índole técnica e teórica sobre eco-inovação. Ao longo deste estudo são
apresentados mais de 60 casos práticos de empresas, tecnologias e projetos eco-inovadores um pouco por
toda a Europa, bem como dezenas de exemplos de medidas eco-inovadoras aplicáveis ao universo empresarial.
O estudo enquadra a aplicação da eco-inovação no nosso país e defende os seus méritos. Para tal, recorreu-se
a inúmeros estudos realizados em diversos países europeus, que se debruçam sobre a aplicação da
eco-inovação nas empresas, apresentando resultados claros, objetivos e quantificados, quanto aos méritos da
eco-inovação. Adicionalmente, são apresentados diversos casos de sucesso de empresas que adotaram
medidas eco-inovadoras, em Portugal e no estrangeiro, explicitando as ações tomadas e os resultados obtidos.
A AEP – Associação Empresarial de Portugal pretende que este estudo constitua uma importante ferramenta
de apoio à implementação da eco-inovação no universo empresarial, capacitando os empresários portugueses
a aproximarem-se às melhores práticas internacionais, fator crucial para que as empresas possam antecipar
desafios futuros, ganhando competitividade.
"A inovação estabelece a distinção entre um líder e um seguidor"
Steve Jobs
10 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
2. CONTEXTUALIZANDO A ECO-INOVAÇÃO
A eco-inovação é um conceito de grande abrangência, que alia as componentes de
inovação e ecologia.
O conceito de inovação é definido pela OCDE como "a implementação de um novo ou
significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo, método de
marketing, modelo de negócio, método organizacional ou de relações externas".
Esta definição aplica-se geralmente também ao conceito de eco-inovação. No entanto, a eco-inovação assume
duas características distintivas:
É um tipo de inovação que reflete uma preocupação acrescida com a redução do impacte ambiental,
utilização de recursos e emissões para a atmosfera, ao longo de todo o ciclo-de-vida do produto;
Não se limita à inovação em produtos e na organização, refletindo-se na sociedade, através de
inovação ambiental, social e nas estruturas institucionais.
Assim, de uma forma simples, a eco-inovação é um tipo de inovação que reduz o uso de recursos naturais e
diminui a libertação de substâncias perigosas para o meio ambiente.
O Observatório da Eco-inovação, entidade europeia encarregue do estudo da eco-inovação na Europa, fornece-
nos uma definição simples e precisa sobre o que é a eco-inovação:
"Eco-inovação é a introdução de qualquer novo ou significativamente melhorado
produto (bem ou serviço), processo, mudança organizacional ou solução de
marketing, que reduza o uso de recursos naturais (incluindo materiais, energia, água e
solo) e diminua a libertação de substâncias nocivas, ao longo de todo o ciclo-de-vida".
A eco-inovação tem em conta todo o ciclo-de-vida do produto em vez de se focalizar apenas em aspetos
ambientais de etapas individuais do ciclo-de-vida. Pode assumir diversas formas, podendo traduzir-se numa
ideia para uma nova start-up ou produto, bem como numa forma de melhoria nas operações já existentes na
empresa. Seja através de produtos novos ou já existentes, este é um conceito que promove a redução de
impactes ambientais nos momentos da conceção, produção, uso, reuso e reciclagem.
As novas tecnologias constituem um dos grandes focos da eco-inovação, mas a criação de novos serviços ou a
introdução de mudanças organizacionais são igualmente importantes. No seu essencial, a eco-inovação
permite a criação de modelos de negócio que são simultaneamente competitivos e respeitosos do meio
ambiente, reduzindo a intensidade de produtos e serviços.
A eco-inovação faz sentido numa perspetiva económica, bem como numa
perspetiva ambiental. A sua implementação é sinónimo de competitividade
económica, respeitando o ambiente.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 11
Entendido em que consiste a eco-inovação e qual a racionalidade económica subjacente à sua aplicação no
mundo empresarial, é importante perceber de que forma se aplica nas empresas e quais os principais desafios
que se poem à sua bem-sucedida implementação.
De uma forma genérica, a eco-inovação faz-se sentir nas empresas em três vertentes distintas: no modelo de
negócios, nos processos produtivos e nos produtos e serviços oferecidos.
Modelo de negócios
Dá-se por ventura a eco-inovação de maior rotura nas organizações, uma vez que força as empresas a
reconsiderarem a sua forma de fazer negócios até então e adaptar as suas práticas e cultura empresarial ao
nível de toda a organização aos princípios da eco-inovação. É necessário perceber qual a melhor forma de
oferecer valor ao cliente e como satisfazer as suas necessidades, o que pode levar a uma alteração substancial
nos produtos oferecidos, bem como nos processos produtivos.
Processos produtivos
A eco-inovação atua sobre todas as grandes etapas da vida do produto, enquanto este se encontra ainda no
seio da organização. Assim, envolve a implementação de medidas com vista a uma melhor gestão da cadeia de
aprovisionamentos e da política de compras da empresa e a incrementar a produtividade de materiais e
energia, bem como a uma melhor gestão da produção de resíduos e de emissões de gases com efeito de estufa
(GEE).
Produtos e serviços oferecidos
A ação recai sobre a forma de conceção de novos e existentes produtos da empresa, de que forma são
vendidos e em que consistirá a política de marketing. Simultaneamente, exige também uma grande aposta na
investigação e desenvolvimento que, inevitavelmente, terá impacto nos produtos e serviços oferecidos, bem
como nos processos produtivos utilizados e no modelo de negócios escolhido.
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Figura 1 – Roda da Eco-inovação
Modelo
Negócios
Qual é a
oferta de
valor da
empresa
ao
cliente?
Marketing
Design
Investigação e
Desenvolvimento Resíduos
e emissões
Produtividade de materiais e energia
Cadeia de
aprovisionamento
s
12 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
3. SUCESSOS EUROPEUS DE ECO-INOVAÇÃO
3.1. INTRODUÇÃO
A variedade de práticas eco-inovadoras e os seus méritos teóricos quando aplicadas ao mundo empresarial
estão bem documentados em diversos guias e manuais de boas práticas sobre eco-inovação. No entanto, o que
mais interessa às empresas é saber de que forma essas práticas foram aplicadas nas empresas, que custos
resultaram da sua aplicação, qual o seu rácio custo/benefício e que resultados produziram.
A produção de conteúdos de forma ampla sobre a aplicação da eco-inovação às empresas e setores de
atividade não é ainda tão abundante como se gostaria, havendo no entanto alguns exemplos de estudos
realizados sobre um número considerável de empresas e setores de atividade, com capacidade para
demonstrar inequivocamente os méritos da aplicação da eco-inovação ao mundo empresarial.
Neste capítulo do presente estudo, dá-se destaque a alguns dos principais estudos realizados sobre a aplicação
de práticas eco-inovadoras em empresas europeias, apresentando os seus principais resultados e conclusões,
convencidos de que este é um argumento fundamental para convencer os empresários mais céticos sobre os
méritos da eco-inovação empresarial e sobre a necessidade de promoverem iniciativas eco-inovadoras no seio
das suas organizações.
Uma preocupação fundamental na escolha dos conteúdos a apresentar aqui foi a de procurar exemplos
aplicáveis fundamentalmente a pequenas e médias empresas e com soluções que geralmente envolvem custos
baixos ou até nulos para as empresas. A eco-inovação é um processo de longo prazo, sustentável, mas que
pode perfeitamente iniciar-se por pequenas mudanças no quotidiano da empresas, com repercussões
imediatas, antes de se tornar parte fundamental da estratégia da empresa a longo prazo.
Assim, as análises internacionais que optamos por abordar são as seguintes:
Análise realizada pela DEMEA (Agência Alemã para a Eficiência de Materiais), entre 2006 e 2010,
focalizada na eficiência de materiais, envolvendo cerca de 100 empresas da indústria transformadora
alemã e posteriormente extrapolada para o conjunto da União Europeia pelo Observatório da
Eco-inovação;
Análise do BIS (Departamento para a Inovação e Capacitação Empresarial do Reino Unido), focalizada
na gestão de resíduos, compreendendo cerca de 400 casos de estudo nos setores comercial e
industrial no Reino Unido;
Análise efetuada pelo DEFRA (Departamento do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino
Unido), direcionada ao estudo da eficiência de recursos no conjunto da economia do Reino Unido,
baseando-se em case studies e inquéritos a empresas;
Análise efetuada em parceria por uma entidade francesa e uma entidade canadiana (Pôle
Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de Développement de Produits,
respetivamente) a mais de 100 empresas, no sentido de perceber quais os maiores benefícios da
introdução de práticas eco-inovadoras, neste caso de ecodesign, nas empresas e de que forma se
repercutiram na bottom line.
O presente estudo aborda também casos específicos de práticas de eco-inovação em empresas, apresentando
exemplos claros sobre práticas introduzidas e resultados alcançados, no capítulo "Competências Internacionais
de Eco-inovação".
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 13
3.2. EFICIÊNCIA DE MATERIAIS NAS INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS
ALEMÃ E EUROPEIA
Entre 2006 e 2010, a DEMEA (Agência Alemã para a Eficiência de Materiais), conduziu
um estudo sobre práticas de eco-inovação nas empresas, compreendendo cerca de
100 casos de estudo em 5 setores industriais. Este estudo sobre a eco-inovação na
Alemanha apresenta-se como uma das mais completas e detalhadas análises sobre a
eco-inovação na Europa, razão pela qual decidimos incluir as suas conclusões
essenciais no presente estudo.
A DEMEA é parte integrante do Ministério da Economia e Tecnologia alemão (BMWi) e iniciou a sua atividade
em 2006 com o objetivo de fomentar as empresas, particularmente as PME, a reconhecer o potencial de
poupança associado à eficiência dos materiais, procurando apoiá-las com programas de consultoria e
assistência técnica. A abordagem da DEMEA compreende desde os materiais incluídos no produto final até aos
inputs consumidos no processo produtivo como água, energia, produtos de limpeza, etc.
O estudo da DEMEA contém informação precisa sobre investimentos e poupanças resultantes de atividades de
eco-inovação e focaliza a sua atenção sobre o potencial de poupança inerente à eficiência dos materiais.
O estudo abrangeu os seguintes setores industriais:
Fabricação de produtos metálicos;
Fabricação de máquinas e de equipamentos;
Fabricação de mobiliário, colchões e outras indústrias transformadoras;
Indústrias alimentares e indústria das bebidas;
Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas.
Para que se perceba melhor a abrangência deste estudo, segundo a Classificação Portuguesa das Atividades
Económicas, Revisão 3 (CAE Rev.3), o estudo compreende os setores industriais apresentados no quadro
seguinte.
Quadro 1 – Setores industriais abrangidos pelo estudo da DEMEA
CAE 25 – Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos.
CAE 28 – Fabricação de máquinas e de equipamentos, n. e.
CAE 31 – Fabricação de mobiliário e de colchões
CAE 32 – Outras indústrias transformadoras
CAE 10 – Indústrias alimentares
CAE 11 – Indústria das bebidas
CAE 22 – Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas
Fonte: Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE Rev.3)
14 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Benefícios Económicos
Em média, as empresas analisadas pouparam 196 mil euros por ano, cerca de 2,3% do volume de negócios
anual e 2.900 euros por trabalhador. Estes resultados estão em linha com resultados provenientes de diversos
outros estudos realizados na Europa, assumindo maior expressão face à dimensão da amostra e do horizonte
temporal.
Um fator essencial a salientar é que, pese embora existam diferenças no aproveitamento da eco-inovação nos
setores estudados, estas não são muito significativas, denotando assim o potencial de transversalidade da
eco-inovação aplicada à indústria.
De facto, o que se comprova é que os diferentes setores podem beneficiar de formas distintas: se o setor da
fabricação de mobiliário, colchões e outras indústrias transformadoras tem o maior potencial de poupança de
materiais em termos absolutos (cerca de 327 mil euros/ano, por empresa), já o setor da fabricação de produtos
metálicos é aquele que apresenta maior possibilidade de poupança relativamente ao volume de negócios
anual, cerca de 3,9%. Por outro lado, o setor da fabricação de máquinas e equipamentos é o que apresenta
maior rácio poupança/trabalhador, atingindo uma poupança de cerca de 4.100 euros por trabalhador.
O quadro seguinte apresenta o potencial de ganho anual nas empresas analisadas, de acordo com o seu setor
de atividade e dimensão.
Quadro 2 – Potencial de poupança anual
Designação Euro % Vol. Negócios Por Empregado
Setor
Fabricação de produtos metálicos 120.000 3,9 3.200
Fabricação de mobiliário, colchões e outras
indústrias transformadoras 327.000 1,6 1.600
Indústrias alimentares e indústria das bebidas 247.000 1,2 1.700
Fabricação de máquinas e de equipamentos 207.000 1,9 4.100
Fabricação de artigos de borracha e de matérias
plásticas 132.000 1,5 2.300
Dimensão da Empresa (por Volume de Negócios)
Microempresa (até 2 milhões de euros) 78.000 11,1 11.900
Pequena empresa (até 10 milhões de euros) 117.000 2,1 2.800
Média empresa (até 50 milhões de euros) 201.000 1,2 1.600
Grande empresa (mais de 50 milhões de euros) 382.000 0,4 1.100
Dimensão da Empresa (por Número de Trabalhadores)
Microempresa (até 10 trabalhadores) 87.000 11,2 19.200
Pequena empresa (até 50 trabalhadores) 108.000 3,3 3.200
Média empresa (até 250 trabalhadores) 203.000 1,4 1.700
Grande empresa (mais de 250 trabalhadores) 358.000 0,4 700
Média 196.000 2,3 2.900
Fonte: Observatório da Eco-inovação
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 15
Conclui-se adicionalmente que as empresas de maior dimensão atingem, naturalmente, valores absolutos de
poupança mais elevados do que as de menor dimensão. Em média, as empresas de grande dimensão atingem
poupanças anuais de mais de 350 mil euros, enquanto as microempresas não chegam à fasquia dos 100 mil
euros.
No entanto, em termos proporcionais, as empresas de menor dimensão atingem níveis mais altos de
poupança. Enquanto as grandes empresas poupam um valor equivalente a cerca de 0,4% do volume de
negócios, as empresas de micro dimensão conseguem atingir um potencial de poupança que pode chegar aos
11%.
A figura seguinte permite observar de forma muito clara essa relação inversa existente entre as poupanças em
proporção ao volume de negócios e em termos absolutos, de acordo com a dimensão da empresa.
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Figura 2 – Potencial de poupança anual em termos da dimensão da empresa
Investimento Necessário e Retorno
Para atingir as poupanças inerentes à introdução de práticas de eco-inovação, as empresas podem necessitar
de efetuar um investimento único mais avultado ou, em determinados casos, investimentos menores ao longo
de múltiplos anos. A escolha pelo investimento único é fundamentada pela necessidade de financiar a
aquisição de novas máquinas, equipamentos e software, maioritariamente no sentido de otimizar o processo
produtivo. Outros investimentos importantes direcionam-se a atividades de consultoria e formação.
O investimento médio estimado pelo estudo situa-se nos 129 mil euros, com a maioria das empresas a
necessitar apenas de um investimento inicial. Nos poucos casos em que houve a necessidade de investimentos
adicionais, estes foram em média de 2.400 euros, maioritariamente associados a custos de manutenção.
Em média, as empresas analisadas tiveram um período de payback de 13 meses, provando que o período de
retorno do investimento em medidas de melhoria da eficiência de materiais é tipicamente muito reduzido,
como se pode ver no quadro seguinte.
16 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 3 – Investimento em Eco-inovação e período de payback
Designação Investimento Único
Investimentos
Anuais Payback
Euro % Vol. Negócios Euro Meses
Setor
Fabricação de produtos metálicos 85.000 3,6 3.400 11
Fabricação de mobiliário, colchões e
outras indústrias transformadoras 79.000 0,3 5.100 4
Indústrias alimentares e indústria das
bebidas 429.000 2,8 400 29
Fabricação de máquinas e de
equipamentos 81.000 0,7 1.900 13
Fabricação de artigos de borracha e de
matérias plásticas 53.000 0,5 0 6
Dimensão da Empresa (por Volume de Negócios)
Microempresa (até 2 milhões de euros) 43.000 9,3 5.100 13
Pequena empresa (até 10 milhões de
euros) 103.000 1,8 2.000 17
Média empresa (até 50 milhões de euros) 129.000 0,5 1.200 11
Grande empresa (mais de 50 milhões de
euros) 216.000 0,3 4.100 8
Dimensão da Empresa (por Número de Trabalhadores)
Microempresa (até 10 trabalhadores) 49.000 12,5 1.800 17
Pequena empresa (até 50 trabalhadores) 55.000 1,9 3.500 10
Média empresa (até 250 trabalhadores) 153.000 1,0 500 15
Grande empresa (mais de 250
trabalhadores) 214.000 0,3 6.200 10
Média 129.000 1,8 2.400 13
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Analisando agora os resultados em termos setoriais, conclui-se que as empresas do setor da alimentação e
bebidas têm custos de investimento muito superiores aos restantes setores em análise: o investimento médio
ronda os 429 mil euros, essencialmente para a aquisição de novas máquinas e equipamentos, tecnologia e
alterações estruturais, enquanto nos restantes setores o investimento se situa entre os 53 e os 85 mil euros.
Uma vez mais, estes resultados são corroborados por estudos anteriores, que identificam o setor da
alimentação e bebidas como um setor com longos períodos de payback e avultados investimentos associados à
implementação de práticas de eco-inovação direcionadas ao aumento da eficiência de materiais.
Surgem também diferenças se considerarmos a dimensão das empresas. As empresas de menor dimensão
tendem a realizar investimentos de menor valor absoluto (menos de 50 mil euros), enquanto as grandes
empresas tendem a ultrapassar os 200 mil euros. Em termos relativos, enquanto as grandes empresas
investem apenas 0,3% do seu volume de negócios anual, as empresas de menor dimensão investem mais de
9%, o que, naturalmente, resulta num potencial de poupança relativo superior para as empresas de menor
dimensão.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 17
A figura seguinte apresenta o comportamento dos investimentos das empresas analisadas e a forma como esse
investimento se relaciona com a dimensão das empresas.
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Figura 3 – Investimento em função da dimensão da empresa
Mais de três quartos da amostra obteve um retorno do investimento (ROI) superior a 100%.
A figura seguinte ilustra essa mesma situação, com a linha diagonal a indicar um ROI de 100%. Ou seja, todas as
empresas que se situam acima da linha diagonal obtiveram retorno para o seu investimento na melhoria da
eficiência de materiais ainda dentro do primeiro ano de implementação das medidas. Apenas 24% das
empresas precisaram de mais de 12 meses para amortizar os custos e em 48% dessas empresas o período de
retorno foi inferior a 2 anos.
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Figura 4 – Retorno do investimento
18 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Economia de Materiais
O metal foi o material com o maior potencial de poupança, tendo o uso deste material sido reduzido em 57%
das empresas da amostra, resultando numa poupança de 72 mil euros por empresa, anualmente. Dentro dos
metais, de destacar o potencial de poupança associado ao ferro, cujo consumo foi reduzido em quase um terço
das empresas da amostra, resultando numa poupança média de 36 mil euros. Outros metais a destacar, pelo
seu potencial de poupança são o alumínio, cobre, níquel e prata.
O segundo grupo de materiais com maior potencial de poupança é o dos têxteis e couro. Apesar do número
total de empresas a conseguir realizar poupanças nesta categoria não ser substancial, as empresas
conseguiram poupar em média 23 mil euros por ano nestes materiais. Destaque também para a poupança
associada aos produtos químicos, com um potencial de poupança a rondar os 18 mil euros anuais.
Em conclusão, é facilmente percetível que a eficiência dos materiais pode assistir a melhorias muito
significativas com investimentos relativamente reduzidos e períodos de payback curtos. A eco-inovação
aplicada aos materiais pode diminuir o consumo de materiais das empresas, reduzindo custos e poupando
recursos.
A figura seguinte apresenta o potencial de poupança associada a cada material/input integrante do processo
produtivo das empresas analisadas.
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Figura 5 – Potencial anual de poupança de materiais (em euros)
Tomando como base o estudo da DEMEA, o Observatório da Eco-inovação procurou extrapolar dos resultados
encontrados, o potencial de poupança que a introdução de medidas de eco-inovação direcionadas à melhoria
da eficiência de materiais poderia acarretar ao nível macroeconómico, na União Europeia.
O quadro seguinte reflete o potencial de poupança em cada um dos setores estudados, neste caso ao nível da
União Europeia a 27 países. Como se pode ver, esse potencial varia entre os 0,5% da produção, nas indústrias
alimentares e das bebidas e 1%, na fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas e na fabricação de
mobiliário, colchões e outras indústrias transformadoras.
72.000
23.000
18.000
16.000
15.000
11.000
10.000
9.000
9.000
7.000
5.000
2.000
Metal
Têxteis e couro
Produtos químicos
Outros materiais
Biomassa alimentar e não alimentar
Produtos alimentares e bebidas
Peças e produtos acabados
Minerais e vidro
Produtos de borracha e plástico
Água e saneamento
Energia
Embalagem
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 19
Quadro 4 – Produção e potencial de poupança nos setores estudados, na UE-27
Setor Produção
(Milhões de Euros)
Potencial Poupança
(% da Produção)
Fabricação de produtos metálicos 526.241 0,6
Fabricação de máquinas e de equipamentos 656.099 0,9
Fabricação de mobiliário, colchões e outras indústrias
transformadoras 194.828 1,0
Indústrias alimentares e indústria das bebidas 868.272 0,5
Fabricação de artigos de borracha e de matérias
plásticas 261.292 1,0
Fonte: Observatório da Eco-inovação
O estudo concluiu também sobre o potencial de poupança nos setores em análise, em valores absolutos. A
análise toma como ponto de partida dois cenários distintos: primeiro, um cenário “de facto”, considerando o
número de empresas dos diferentes setores estudados que introduziram medidas de eco-inovação para a
melhoria da eficiência dos materiais, de acordo com dados estatísticos europeus; por fim, um cenário
hipotético, em que todas as empresas do setor introduzem medidas neste sentido, por forma a estimar as
poupanças que daí poderiam resultar.
Assim, a redução de materiais nos setores em estudo levaria a uma poupança de 3,8 mil milhões de euros no
cenário base e a uma poupança potencial de 18,5 mil milhões de euros no cenário de cobertura total, ao nível
europeu.
O maior potencial de poupança pode ser encontrado no setor da fabricação de máquinas e equipamentos
(mais de 6 mil milhões de euros no cenário de cobertura total), como se pode ver na figura seguinte.
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Figura 6 – Potencial de poupança na UE-27
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
3,2
0,4
2
0,2
4,8
0,8
6,2
1,6
2,3
0,8
3,8
18,5
TOTAL Produtos metálicos
Máquinas e equipamento Alimentação e Bebidas
Mobiliário e outras IT Borracha e plástico
Mil milhões de euros
Ce
ná
rio
Cobertura
Total
Base
20 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Relativamente aos materiais em que se denotaram reduções do consumo ou melhorias de eficiência, como
seria expectável, os resultados encontrados variam de setor para setor. Assim, no setor da fabricação de
produtos metálicos, cerca de 70% da poupança é atingida pela redução do input de metais básicos, enquanto
no setor do mobiliário, a madeira e o couro são os materiais que introduzem maiores poupanças. As maiores
poupanças de materiais para os setores da fabricação de máquinas e equipamentos, indústrias alimentares e
das bebidas e fabricação de artigos de borracha e matérias plásticas foram, respetivamente, metais básicos,
água/energia e produtos químicos.
O quadro seguinte ilustra o nível de poupança obtido nos materiais mais importantes para os processos de
fabrico dos setores em análise, na UE-27.
Quadro 5 – Distribuição da poupança pelos diferentes materiais (% na redução total de custos)
Materiais
Setor
Produtos
Metálicos
Máquinas e
Equipamentos
Mobiliário e
Outras IT
Alimentação e
Bebidas
Borracha e
Plástico
Produtos químicos 15,6% 1,2% 1,1% 10,7% 43,0%
Água, energia, saneamento e
resíduos 4,7% 1,0% 6,5% 44,8% 0,7%
Metais básicos 70,1% 62,5% 9,8% --- 11,6%
Polpa, papel e plástico 2,5% 2,2% --- 1,4% 30,1%
Sem alocação possível 4,3% 7,3% 8,3% --- 8,8%
Produtos de mineração --- 10,7% 4,0% 0,1% 0,0%
Produtos metálicos 2,3% 6,6% --- 0,1% 0,9%
Outros produtos não metálicos 0,1% --- 1,7% 0,5% 3,4%
Máquinas e equipamentos 0,1% 1,0% 0,0% 0,1% ---
Madeira --- 0,4% 16,5% --- 1,5%
Maquinaria elétrica 0,3% 6,9% --- --- ---
Couro --- --- 42,0% --- ---
Produtos agrícolas --- --- --- 28,6% ---
Alimentos e bebidas --- --- --- 13,7% ---
Equipamentos médicos e
óticos --- --- 6,8% --- ---
Têxteis --- --- 3,3% --- ---
Mobiliário e outros produtos
transformados --- 0,2% --- --- ---
Equipamentos de escritório e
computadores --- --- 0,0% --- ---
Fonte: Observatório da Eco-inovação
Efetuando uma extrapolação idêntica, desta feita para o conjunto da indústria transformadora europeia, a
poupança realizada pela redução de materiais resultaria em 10 mil milhões de euros no cenário atual e em 50
mil milhões de euros no cenário de cobertura total.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 21
Conclusões
A conclusão principal a retirar desta análise realizada pela DEMEA e pelo Observatório da Eco-inovação é que a
introdução de pequenas medidas de eco-inovação, de fácil implementação, resulta em benefícios económicos
a curto prazo para as empresas. São os chamados low-hanging fruits (frutos mais baixos, fáceis de colher).
Pese embora o caso estudado não contemple medidas estruturais que mudem radicalmente a estrutura
produtiva das empresas, conseguiu-se atingir um potencial de poupança de 0,37% no custo total dos materiais
no cenário de base e de 1,85% no cenário de cobertura total, com períodos de payback do investimento, regra
geral, inferiores a um ano. Assim, a implementação de medidas de eco-inovação prova-se rentável na
esmagadora maiorias dos setores industriais, ao fim de prazos muito reduzidos de tempo.
Adicionalmente, pequenas mudanças incrementais de curto prazo são geralmente um primeiro passo no
sentido de mudanças de caráter estrutural.
Assim, o conceito de eco-inovação identificado nesta análise deve ser interpretado apenas como um ponto de
partida, uma forma simples de reduzir os custos de produção. No entanto, para que se atinjam os objetivos
para o futuro, em matéria de sustentabilidade e responsabilidade ambiental e social das empresas, é provável
que sejam necessários investimentos em eco-inovação com períodos de retorno mais longos. Será necessário ir
além da introdução de medidas de melhoria ao processo produtivo, procurando implementar um modelo de
negócios, produtos e serviços assentes num esquema produtivo de baixo consumo de recursos.
Salientam-se ainda os seguintes aspetos fundamentais:
A melhoria da eficiência de materiais é uma estratégia de baixo risco para as PME. Há fortes
argumentos a favor da eco-inovação em processos produtivos como forma de reduzir o consumo de
materiais e de energia, realizando um investimento pouco avultado.
As oportunidades de eco-inovação são transversais e podem ser aproveitadas em qualquer setor de
atividade e com recurso a parcerias entre empresas de setores diferentes, em fileiras comuns. Os
mercados europeu e global de eco-inovação estão a crescer a bom ritmo, particularmente ao nível das
tecnologias ambientais.
Surgem cada vez mais modelos de negócio assentes na eco-inovação com a capacidade de oferecer
valor a empresas e consumidores. De modo a reduzir o uso de recursos, as empresas questionam-se
sobre a forma de prestarem o seu core service aos clientes, minimizando o input de materiais.
Abordagens eco-inovadoras mais arriscadas como esta implicam um certo grau de risco para as
empresas pioneiras. Esta forma de pensar pode, no entanto, levar a formas inovadoras de fazer
negócios, oferecendo aos pioneiros a possibilidade de cobrar um premium sobre os produtos
inovadores e permitindo-lhes antecipar mudanças sistémicas.
22 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
3.3. OTIMIZAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS NO REINO UNIDO
O BIS – Department for Business Innovation and Skills (Departamento para a
Inovação e Capacitação Empresarial), entidade ministerial do Reino Unido, procedeu
à elaboração, em 2009, de um relatório sobre o potencial de poupança associado à
implementação de medidas de melhoria da gestão de resíduos nas empresas.
O estudo reflete sobre o potencial de poupança em energia, água, emissões de gases com efeito de estufa
(GEE) e da reutilização de materiais descartados. Para o efeito, foram consideradas três vertentes distintas, a
saber:
Redução de recursos utilizados;
Substituição de materiais;
Desvio de resíduos de aterro.
O estudo abrangeu perto de 400 empresas nos setores comercial e industrial do Reino Unido. Os diferentes
setores de atividades elencados no estudo do BIS são os seguintes:
Tecnologias ambientais;
Alimentação e bebidas;
Têxtil;
Construção;
Produtos químicos;
Aeroespacial;
Automóvel;
Utilities (água, saneamento, energia, resíduos).
Tal como o estudo realizado pela DEMEA na Alemanha, este estudo pretendeu ser uma ferramenta pragmática
de análise dos méritos da eco-inovação nas empresas, partindo de uma amostra de grande dimensão, a grande
maioria pequenas e médias empresas, identificando e quantificando as poupanças realizadas pela introdução
de medidas de eco-inovação no seio das organizações.
Assumindo esse pragmatismo como um ponto forte, o BIS identificou diversas medidas de eco-inovação que
podem ser implementadas facilmente nas empresas e com baixos custos, a que denominou easy wins, ou
vitórias fáceis.
O estudo do BIS é uma das mais importantes fundamentações para a racionalidade económica da eco-inovação
nas empresas, aconselhando-se por isso a sua consulta, sob a forma da publicação Potential for Resource
Efficiency Savings for Businesses (https://www.gov.uk/government/organisations/department-for-business-
innovation-skills).
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 23
Redução de Recursos Utilizados
Benefícios Económicos
A poupança resultante da implementação de medidas de eco-inovação para a redução dos recursos utilizados
no processo produtivo das empresas foi significativamente diferente de setor para setor. Assim, a maior
poupança encontra-se no setor das tecnologias ambientais (cerca de 62.442 euros por empresa, anualmente),
enquanto a menor se regista no setor automóvel (cerca de 22.288 euros por empresa, anualmente). Também
os períodos de payback variaram entre os 0,06 anos no setor aeroespacial e os 3,45 anos no setor das utilities.
O quadro seguinte apresenta a poupança anual por empresa e os períodos de retorno do investimento para
cada um dos setores em análise, bem como a poupança anual por oportunidade de eco-inovação identificada e
a proporção do investimento em eco-inovação na poupança anual obtida. A conclusão a tirar é que os períodos
de retorno do investimento em eco-inovação são extremamente curtos na maioria dos setores, muito
inferiores a um ano, exceção feita aos setores automóvel (payback de 1,41 anos) e das utilities (payback de
3,45 anos).
Quadro 6 – Poupança anual como resultado da redução de recursos utilizados
Setor Poupança Anual por
Oportunidade (€)
Poupança Anual por
Empresa (€)
% do Investimento
na Poupança Anual
Payback
(Anos)
Tecnologias
ambientais 33.058 62.442 12,79 0,13
Alimentação e
bebidas 22.797 45.799 83,01 0,83
Têxtil 15.298 41.926 32,50 0,33
Construção 14.882 32.982 49,39 0,50
Produtos químicos 13.069 32.256 36,25 0,36
Aeroespacial 11.868 30.331 6,18 0,06
Automóvel 10.583 22.288 141,23 1,41
Utilities 7.979 25.645 345,36 3,45
Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)
Fonte: BIS
Benefícios Ambientais
Associados aos benefícios económicos descritos anteriormente, podem encontrar-se benefícios ambientais ao
nível do uso da energia, água e materiais.
Uma vez mais, estes benefícios variam em dimensão, tendo em conta o setor de atividade em análise. Assim, o
setor das utilities foi aquele que mais conseguiu reduzir as suas emissões de CO2 (516 toneladas anuais por
empresa), enquanto o setor dos produtos químicos conseguiu as maiores poupanças energéticas, cerca de
1,4 milhões de KW/h por ano, em média. O setor aeroespacial foi aquele em que a redução dos consumos de
água foi mais acentuada (7.355 m3 de água anuais por empresa), enquanto o setor da alimentação e bebidas
assistiu à maior redução unitária do consumo de materiais, cerca de 66.451 toneladas/ano, por empresa, como
se pode ver no quadro seguinte.
24 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 7 – Poupança de fatores realizada pela redução de recursos utilizados
Setor
Energia Água Materiais
Redução CO2/
Empresa (t/ano)
Redução Unitária/
Empresa (KWh/ano)
Redução Unitária/
Empresa (m3/ano)
Redução Unitária/
Empresa (t/ano)
Aeroespacial 77 206.338 7.355 61
Utilities 516 675.814 182 205
Têxtil 235 923.195 6.653 6.754
Alimentação e
bebidas 307 762.997 4.195 66.451
Automóvel 133 417.276 440 53
Produtos químicos 350 1.397.000 3.215 328
Tecnologias
ambientais 10 25.282 37 1.594
Construção 151 427.097 131 2.777
Fonte: BIS
A análise efetuada contempla também o potencial de poupança em cada um dos setores estudados, que não
foi ainda realizado. Como se pode ver no quadro seguinte, o setor das utilities é o que apresenta maior
potencial de redução de CO2, enquanto o setor da alimentação e bebidas assume maior potencial de redução
do consumo energético. O maior potencial de poupança de água encontra-se no setor aeroespacial e o de
redução de materiais no setor da construção.
Quadro 8 – Potencial de poupança de fatores realizada pela redução de recursos utilizados
Setor
Energia Água Materiais
Redução CO2/
Empresa (t/ano)
Redução Unitária/
Empresa (KWh/ano)
Redução Unitária/
Empresa (m3/ano)
Redução Unitária/
Empresa (t/ano)
Aeroespacial 213 659.291 11.124 524
Utilities 433 1.023.341 172 518
Têxtil 203 881.187 5.602 93
Alimentação e
bebidas 321 1.150.689 9.119 177
Automóvel 136 376.079 1.865 286
Produtos químicos 366 1.026.406 7.101 1.028
Tecnologias
ambientais 65 160.217 209 7
Construção 80 235.086 1.365 1.981
Fonte: BIS
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 25
Substituição de Materiais
Benefícios Económicos
Nesta vertente, a informação recolhida é pouco abrangente, em função da sua dependência de resposta por
parte das empresas participantes no estudo. Assim, os resultados apresentados devem ser entendidos como
meramente indicativos e não representativos de um setor empresarial em particular.
Posto isto, o setor da construção atingiu as maiores poupanças (cerca de 34.790 euros anuais, por empresa),
registando-se um período de payback inexistente no setor dos produtos químicos, uma vez que não houve
lugar a investimento de capital.
Quadro 9 – Poupança anual como resultado da substituição de materiais
Setor Poupança Anual por
Oportunidade (€)
Poupança Anual
por Empresa (€)
% do Investimento na
Poupança Anual
Payback
(Anos)
Produtos químicos 30.178 30.178 0,00 0,00
Construção 34.790 34.790 57,82 0,58
Alimentação e
bebidas 1.299 1.299 74,38 0,74
Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)
Fonte: BIS
Benefícios Ambientais
Em termos de benefícios ambientais, o único setor que apresentou resultados substanciais foi o setor dos
produtos químicos, com um potencial de poupança de 107 toneladas/ano de CO2 por empresa e de 294 mil
KW/h de energia por ano. O setor da construção apresenta poupanças potenciais de materiais na ordem das
491 toneladas/ano por empresa.
Quadro 10 – Poupança de fatores realizada pela substituição de materiais
Setor
Energia Materiais
Redução CO2/
Empresa (t/ano)
Redução Unitária/
Empresa (KWh/ano)
Redução Unitária/
Empresa (t/ano)
Alimentação e bebidas --- --- 0,15
Produtos químicos 107 294.004 ---
Construção --- --- 491
Fonte: BIS
Em termos do potencial de poupança, ao nível do consumo energético e da redução das emissões de CO2,
destaque para o setor da alimentação e bebidas, com um potencial de poupança energética na ordem dos
962.583 KWh/ano por empresa e de redução das emissões de CO2 de 414 toneladas/ano por empresa.
Relativamente à poupança de materiais, destaque para o setor da construção, com um potencial de poupança
na ordem das 5.221 toneladas anuais, por empresa, como se pode ver no quadro seguinte.
26 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 11 – Potencial de poupança de fatores realizada pela substituição de materiais
Setor
Energia Materiais
Redução CO2/
Empresa (t/ano)
Redução Unitária/
Empresa (KWh/ano)
Redução Unitária/
Empresa (t/ano)
Utilities --- --- 1
Têxtil --- --- 150
Alimentação e bebidas 414 962.583 0,01
Automóvel 40 93.225 ---
Produtos químicos --- --- 1
Construção 88 204.948 5.221
Fonte: BIS
Desvio de Resíduos de Aterro
O quadro seguinte apresenta a poupança das empresas fruto do não-encaminhamento dos resíduos para
aterros. Uma vez mais, é o setor das tecnologias ambientais aquele que apresenta as maiores poupanças por
empresa, cerca de 152.032 euros por empresa, anualmente. O setor em que se registaram menores poupanças
foi o dos produtos químicos, o correspondente a 1.224 euros por empresa/ano. O menor período de retorno
do investimento deu-se no setor aeroespacial (0,01 anos). O setor das utilities regista um período de retorno
nulo, em função do investimento efetuado não ter sido sob a forma de capital.
Quadro 12 – Poupança anual como resultado da redução do desvio de resíduos de aterro
Setor Poupança Anual por
Oportunidade (€)
Poupança Anual por
Empresa (€)
% do Investimento
na Poupança Anual
Payback
(Anos)
Tecnologias
ambientais 30.407 152.032 26,00 0,26
Alimentação e
bebidas 7.839 12.629 21,00 0,21
Têxtil 11.169 21.323 15,00 0,15
Construção 8.423 13.774 40,00 0,40
Produtos químicos 753 1.224 25,00 0,25
Aeroespacial 1.972 4.601 0,87 0,01
Automóvel 4.247 8.209 16,00 0,16
Utilities 496.118 1.735 0,00 0,00
Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)
Fonte: BIS
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 27
Em termos da poupança de materiais pelo desvio de resíduos de aterro, o setor das tecnologias ambientais é
aquele onde claramente podem ser encontrados melhores resultados, apresentando uma poupança na ordem
das 5.897 toneladas anuais por empresa. No entanto, o maior potencial por explorar encontra-se no setor das
utilities, com uma poupança potencial, caso sejam aproveitadas as oportunidades de melhoria existentes, de
905 toneladas/ano, por empresa, como se pode ver no quadro seguinte.
Quadro 13 – Poupança atual e potencial de fatores realizada pelo desvio de resíduos de aterro
Setor
Materiais (Atual) Materiais (Potencial)
Redução Unitária/ Empresa
(t/ano)
Redução Unitária/ Empresa
(t/ano)
Aeroespacial 27 181
Utilities 28 905
Têxtil 128 76
Alimentação e bebidas 100 182
Automóvel 26 49
Produtos químicos 17 165
Tecnologias ambientais 5.897 373
Construção 657 594
Fonte: BIS
28 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Medidas de Eco-inovação
O estudo do BIS identifica inúmeras medidas de eco-inovação com custos reduzidos para as empresas e curtos
períodos de payback, as chamadas easy-wins, fundamentais para que se alcancem os resultados que foram
sendo apresentados atrás. Assim, foram identificadas medidas genéricas, bem como medidas específicas para
alguns dos setores de atividade analisados.
Os quadros seguintes apresentam as medidas de eco-inovação identificadas pelo BIS.
Quadro 14 – Medidas de Eco-inovação transversais à economia
Geral
A realização de uma simples auditoria ambiental pode contribuir para a
identificação de oportunidades de melhoria da eficiência de recursos e,
subsequentemente, adotar um Plano de Ação Ambiental pode ajudar na
implementação de medidas de eco-inovação;
Formação aos trabalhadores sobre as melhores práticas traduz-se em
poupança económica significativa e maior envolvimento destes na
empresa.
Energia
Baixar o termostato para os 19ºC oferece uma temperatura confortável
para trabalhar e reduz os custos energéticos;
Medidas de eficiência energética simples como o uso de
temporizadores, instalação de sensores ou alteração nos
comportamentos dos trabalhadores, produzem resultados imediatos;
Implementação de lâmpada e sistemas de iluminação inteligentes, de modo a fazer uso
pleno da luz natural e de claraboias;
Fixar objetivos claros de redução dos consumos energéticos (por exemplo, 10% ao ano),
pode fomentar a reformulação de processos de trabalho e sensibilizar os trabalhadores a
desligarem os computadores quando não estão em uso e a desligar os radiadores, em vez
de abrirem as janelas, para regularem a temperatura no espaço de trabalho.
Água
A verificação de tubagens e válvulas para garantir a inexistência de
falhas e fugas e a instalação de sanitas de descarga dupla nas
instalações sanitárias de clientes e trabalhadores, leva a uma redução
de custos significativa;
Rever os sistemas de água e considerar a introdução de torneiras de
botão e limitadores de caudal.
Materiais
Reutilizar paletes em vez de as enviar diretamente para reciclagem,
produz poupança imediata;
Rever a rota da frota de veículos, de forma a reduzir as distâncias
percorridas e poupar combustível.
Resíduos
Nas áreas de produção de resíduos, instalar um sistema de segregação
para separar os materiais facilmente recicláveis, como o papel, cartão,
metais e vidro, de modo a que esses materiais possam ser vendidos,
constituindo-se como uma fonte adicional de receita;
Contactar a entidade que gere os resíduos da empresa no sentido de
disponibilizar um serviço de reciclagem pode ajudar a negociar
potenciais reduções de preços no serviço de gestão de resíduos.
Fonte: BIS
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 29
Quadro 15 – Medidas de Eco-inovação no setor das utilities
Geral
Há grande potencial para o uso combinado de sistemas de geração de
energia e calor, no seio do próprio setor das utilities. Recorrendo ao
biogás, as empresas do setor da água podem gerar eletricidade de alto
valor acrescentado a partir de resíduos e depois utilizar o calor gerado
como um subproduto para as suas próprias operações.
Fonte: BIS
Quadro 16 – Medidas de Eco-inovação no setor da construção
Energia
Na fase de conceção do projeto de construção, promover a introdução
de medidas de redução de consumos energéticos, de modo a gerar
poupanças ao utilizador final.
Materiais
Recorrer a materiais de construção locais sempre que possível;
Reutilizar e reciclar materiais e equipamentos: com o planeamento
adequado, podem atingir-se taxas até 95%;
Trabalhar com os fornecedores para reduzir as embalagens utilizadas nos
materiais entregues nas instalações;
Implementar sistemas eletrónicos para gestão e controlo do inventário de materiais.
Resíduos
Uma avaliação correta da quantidade de resíduos produzida num
projeto de construção é uma ferramenta fundamental para uma futura
gestão de resíduos;
Instalar sistemas de segregação de resíduos para os principais resíduos
produzidos e avaliar a possibilidade de substituição de materiais e de
desvio de resíduos de aterros, de modo a poupar dinheiro através da
reciclagem.
Fonte: BIS
Quadro 17 – Medidas de Eco-inovação no setor da alimentação, bebidas e tabaco
Energia
Carregar as baterias dos empilhadores quando estiverem 80%
descarregadas, de forma a poupar energia.
Água
Na produção alimentar, o investimento em processos de tratamento de
água modernos pode não só reduzir as descargas para esgotos,
resultando em redução de custos, como também permite repensar todo
o consumo de água ao longo do processo produtivo. É possível reutilizar a
água no processo produtivo, diminuindo a frequência de tratamentos de
desincrustação dos equipamentos e a utilização de detergentes cáusticos
para limpeza das máquinas.
30 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 17 – Medidas de Eco-inovação no setor da alimentação, bebidas e tabaco (conclusão)
Resíduos
Investir em equipamentos de classificação ótica em vez de classificação
manual pode ajudar à diminuição da produção de rejeitos e
desperdícios na produção alimentar;
Modificar as embalagens (utilizar cartão mais fino, por exemplo), permite
carregar cargas mais pesadas por palete, reduzindo gastos em
combustíveis, tempo e manuseamento;
Procurar alternativas ao encaminhamento para aterro (por exemplo, reutilizar óleo de
girassol, lascas de batata e embalagens de produtos hortícolas para alimentar gado.
Fonte: BIS
Quadro 18 – Medidas de Eco-inovação na indústria metalúrgica de base
Geral
Verificar frequentemente sistemas de ar comprimido à procura de fugas.
Existem sistemas simples que efetuam esta tarefa.
Energia
Instalar cortinas de fitas nas portas para reduzir desperdícios de energia,
melhorar a gestão de stocks e introduzir medidas de melhoria da
eficiência energética, ajudam a reduzir os custos energéticos;
Introduzir sensores passivos de infravermelhos para desligar a luz quando
não seja necessária;
Em áreas de armazenagem abertas, instalar unidades de aquecimento com a capacidade
de se desligarem quando portas e janelas estejam abertas;
Sensibilizar os trabalhadores para desligarem os seus equipamentos de trabalhos durante
pausas, almoço e no fim-de-turno;
Instalar material isolante nas fornalhas.
Água
A substituição de canos com fugas e válvulas de esfera danificadas
permite poupanças significativas de água e recursos financeiros;
A utilização de torneiras de fecho automático e a introdução de
detetores de infravermelhos passivos nas casas de banho resultam em
elevadas poupanças de água.
Resíduos
Realizar uma auditoria à gestão de resíduos na empresa. Medidas
simples como um maior cuidado no manuseamento de matérias-primas
pode reduzir a ocorrência de derramamentos e contaminação cruzada
e, consequentemente, reduzir custos de aquisição de matérias-primas e
de gestão de resíduos.
Fonte: BIS
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 31
Quadro 19 – Medidas de Eco-inovação na indústria têxtil
Resíduos
Realizar auditorias ambientais, focando particularmente a gestão de
resíduos;
Estudar métodos de reutilização (os desperdícios de fios, em vez de
serem encaminhados para reciclagem, podem ser novamente inseridos
no processo produtivo, reduzindo-se os custos com matérias-primas;
Desperdícios de fibras têxteis podem ser reutilizados sob a forma de base de tapete;
Introdução de técnicas de produção otimizada (lean manufacturing) – para se conseguir
mais com menos – podem ajudar a reduzir a produção de resíduos de forma significativa,
particularmente se aplicadas não só aos processos produtivos, mas também à cadeia de
aprovisionamento, desenvolvimento de novos produtos, etc. Em suma, a todas as áreas da
organização.
Fonte: BIS
Quadro 20 – Medidas de Eco-inovação no setor dos produtos químicos / minerais não-metálicos
Resíduos
Separar resíduos perigosos e não-perigosos é cada vez mais importante
(em função da legislação). Evitar a contaminação cruzada permite a
obtenção de benefícios económicos e o aumento do controlo na
origem permite poupar em potenciais medidas de tratamento de
resíduos;
Nas áreas em que seja possível, devem introduzir-se medidas de recuperação e reutilização
de resíduos líquidos;
O controlo e processamento de determinados materiais perigosos pode reclassificá-los
como inertes aquando da solidificação;
Existem oportunidades na gestão de solventes. A separação de solventes utilizados/gerados
permite a reutilização ou venda dos solventes recuperados.
Fonte: BIS
Quadro 21 – Medidas de Eco-inovação no setor dos serviços
Geral
Não utilizar sistemas de aquecimento em áreas em que não sejam
necessários (por exemplo, armazéns durante o verão);
Analisar a hipótese de redução de tarifas fixas de água trocando o
contador.
Energia
Criar uma equipa de gestão energética para a implementação de
medidas de eco-inovação em áreas prioritárias identificadas através de
benchmarking – começando por áreas simples como a iluminação –
pode levar a poupanças e motivação da força de trabalho;
Estudar a racionalidade do uso de aquecedores ou caldeiras nas diferentes áreas de
trabalho, otimização da voltagem para redução de consumos energéticos, melhorar o fator
de potência, melhorar o tempo-de-vida dos equipamentos e proteger os equipamentos de
picos de corrente;
32 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 21 – Medidas de Eco-inovação no setor dos serviços (conclusão)
Instalar lâmpadas eficientes e sensores em áreas de uso pouco frequente pode resultar em
redução de consumos energéticos;
Implementar uma política que fomente os trabalhadores a desligarem os equipamentos
quando não estão a ser utilizados;
Calafetar janelas e portas internas, instalar vidros duplos e válvulas de controlo de
temperatura em radiadores.
Água
Instalar mecanismos de descarga dupla e redução da pressão da água;
Identificar fugas de água e instalar sistemas de recolha de águas pluviais.
Resíduos
Implementar um sistema de separação de resíduos de papel, vidro,
baterias, alumínio, copos plásticos, mobiliário e toners;
Aumentar a taxa de reciclagem para desviar resíduos de aterros.
Fonte: BIS
Quadro 22 – Medidas de Eco-inovação no setor do comércio a retalho
Geral
Carregar a bateria dos empilhadores durante a noite utilizando
temporizadores, permite à empresa beneficiar de tarifas de energia
noturnas (mais favoráveis) e reduzir custos;
Carregar a bateria dos empilhadores quando estiver 80% descarregada
reduz os custos energéticos;
Instalar sistema de separação de resíduos para evitar contaminação cruzada de diferentes
tipos de resíduos.
Energia
Ministrar formação aos trabalhadores sobre condução eficiente e
instalação de equipamentos de navegação produzem poupanças
imediatas;
Introduzir sistemas de monitorização energética, com vista a reduzir os
consumos em "horas mortas";
Introduzir temporizadores em máquinas de vending e refrigeradores de água para que se
desliguem quando não estão em utilização (á noite, feriados, etc.), reduz os custos
energéticos;
Reduzir a temperatura do escritório em 1-2ºC poupa energia e dinheiro.
Água
A substituição de torneiras tradicionais por torneiras de botão e/ou
torneiras de dispersão com ventilador induz poupanças;
A introdução de melhorias no sistema de drenagem pode permitir
desviar águas residuais do sistema de saneamento e evitar gastos com
tratamentos;
Nos centros comerciais, introdução de reservatórios de recolha de águas pluviais para
irrigação do espaço é uma medidas de simples aplicação.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 33
Quadro 22 – Medidas de Eco-inovação no setor do comércio a retalho (conclusão)
Materiais
Utilizar pneus recauchutados numa frota automóvel grande reduz as
emissões de CO2 e os consumos de óleos e borracha.
Resíduos
A renegociação de contratos de gestão de resíduos com o operador
pode permitir oportunidades de minimização de resíduos, reutilização,
reciclagem e desvio de resíduos de deposição em aterro;
Nos centros comerciais, disponibilizar um ponto público para a gestão
de resíduos pode tornar a reciclagem economicamente viável e de fácil
implementação;
Este objetivo pode ser atingido melhorando as instalações existentes para a recolha e
separação de cartão, separação e processamento de polietileno;
A poupança resultante destas medidas pode financiar iniciativas ambientais no centro
comercial, como por exemplo, campanhas publicitárias.
Fonte: BIS
Quadro 23 – Medidas de Eco-inovação no setor da fabricação de máquinas e equipamentos
Geral
A revisão de processos de limpeza pode poupar dinheiro: a substituição
de toalhetes de uso único (para a limpeza de máquinas) por panos de
algodão laváveis reduz custos de gestão de resíduos e viabiliza
economicamente a aquisição dos panos laváveis;
Carregar a bateria dos empilhadores quando estiver 80% descarregada
reduz os custos energéticos;
Instalar sistema de separação de resíduos para evitar contaminação cruzada de diferentes
tipos de resíduos.
Água
A introdução de sistemas de recolha de águas pluviais permite
conservar água e reduzir custos. Isto pode ser feito recorrendo a tanques
de decantação e filtros, garantindo que a água é de elevada
qualidade e passível de reuso em múltiplas aplicações.
Resíduos
Analisando os aditivos utilizados em unidades de condensação e
modificando as especificações das matérias-primas, as empresas
podem transformar resíduos produzidos em resíduos não-perigosos, em
vez de resíduos perigosos, reduzindo os seus custos com a gestão de
resíduos.
Fonte: BIS
34 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Conclusões
Tal como no estudo realizado pela DEMEA, a principal conclusão deste estudo realizado pelo BIS no Reino
Unido é que há uma enorme série de medidas de fácil implementação que podem ser introduzidas nas
empresas, particularmente nas PME, e que oferecem resultados de curto prazo a baixo custo. Os promotores
deste estudo apelidam essas oportunidades de easy-wins (vitórias fáceis).
De facto, se analisarmos os períodos de payback dos investimentos em eco-inovação na maior parte dos casos
estudados, estes são muito curtos, regra geral muito inferiores a um ano. Adicionalmente, a poupança anual
nas empresas é significativa, atingindo as dezenas de milhares de euros por ano, por empresa.
Em termos quantitativos, os quadros que foram sendo apresentados demonstram o potencial de poupança em
energia, água e materiais que, dependendo do setor em análise, pode ter um impacto muito significativo nas
organizações.
Em conclusão, este estudo, em virtude da dimensão da amostra utilizada, é mais uma evidência científica sobre
os méritos da eco-inovação no mundo empresarial.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 35
3.4. EFICIÊNCIA DE RECURSOS NO REINO UNIDO
Em 2007, o DEFRA – Department for Environment, Food and Rural Affairs
(Departamento do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais), órgão governamental
responsável pela definição de políticas e regulação das áreas ambiental, alimentar e
rural no Reino Unido, publicou um estudo identificando oportunidades de melhoria
da eficiência dos recursos na economia do país.
O estudo focalizou-se em medidas que exijam um investimento de capital baixo ou nulo e que acarretem
reduções no consumo de água e energia e diminuição da quantidade de resíduos produzida, apresentando
estimativas de benefícios económicos e ambientais para a introdução de medidas de eco-inovação com
períodos de payback inferiores e superiores a um ano nas empresas.
Em 2011, o DEFRA decidiu rever o estudo, atualizando-o. Apresentamos de seguida as principias conclusões
deste estudo realizado pelo DEFRA.
O estudo centrou-se em três segmentos distintos, a saber:
Gestão energética;
Gestão de resíduos;
Gestão da água.
Em cada um destes segmentos, foram analisados diversos setores de atividade, no sentido de aferir o potencial
de poupança inerente a cada um deles. Os setores de atividade estudados incluíram todos os segmentos de
atividade da economia do Reino Unido, desde a agricultura, aos setores industrial e dos serviços, sendo por isso
um dos documentos mais abrangentes sobre os efeitos da introdução de práticas eco-inovadoras no mundo
empresarial.
Uma vez que os dados apresentados pelo DEFRA são fundamentalmente macroeconómicos, ou seja, referem-
se ao conjunto da economia ou de um setor de atividade específico, raramente se focalizando nos benefícios
individuais das empresas, optamos aqui por apresentar os resultados primordialmente em termos
proporcionais, em vez de em termos absolutos, atendendo a que seria um exercício fútil tentar estabelecer
uma comparação direta entre as economias portuguesa e do Reino Unido.
Assim, é possível aferir o peso relativo que a introdução de medidas de eco-inovação tem, quando aplicado a
cada um dos setores estudados, permitindo identificar setores em que a eco-inovação é um processo mais
facilitado, bem como compreender em quais dos fatores estudados (energia, água e resíduos) surgem maiores
potencialidades quer de redução de custos, quer de redução das emissões de CO2.
Ao nível do contexto microeconómico, referente à realidade diária das empresas, o estudo identificou também
o potencial de poupança inerente à implementação de medidas de eco-inovação na organização, em termos
proporcionais ao lucro registado.
Finalmente, são também identificadas algumas medidas de eco-inovação básicas a aplicar sobre cada um dos
fatores de análise, hierarquizando-as em função do seu potencial de geração de benefícios económicos e
ambientais para as empresas.
Mais informação em: https://www.gov.uk/government/organisations/department-for-environment-food-rural-affairs.
36 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Benefícios Económicos e Ambientais
Os low-hanging fruits, pequenas medidas de eco-inovação, de fácil implementação, oferecem excelentes
resultados, com baixos custos e de forma célere. No entanto, a introdução de medidas de eco-inovação com
períodos de retorno superiores a um ano oferece benefícios económicos e ambientais superiores face à
introdução de medidas sem custo/de baixo custo a curto prazo. Em consonância com os estudos anteriormente
apresentados, o estudo da DEFRA aponta para a introdução de medidas de eco-inovação a médio/longo prazo
como o único caminho para a sustentabilidade das empresas.
O recurso que apresenta maiores benefícios económicos e ambientais para as empresas são os resíduos. No
entanto, para medidas de eco-inovação com payback superior a um ano, o potencial de redução de emissões
de CO2 é maior sobre o fator energia, como se pode ver no quadro seguinte.
No total, as oportunidades de poupança identificadas correspondiam a cerca de 66,6 mil milhões de euros,
encontrando-se 20% alocados a poupança energética, 73% alocados à gestão de resíduos e 7% alocados à
gestão de água. As poupanças permitiriam uma redução de 90 milhões de toneladas de CO2, 48,2% por via da
introdução de medidas de redução do consumo de energia, 50,1% por via da diminuição da produção de
resíduos e 1,7% por via de uma mais correta gestão do consumo de água.
Quadro 24 – Estimativas de poupança pela melhoria da eficiência de recursos
Tipo de Medida Recurso Poupança Estimada
EUR (%) CO2 (%)
Sem custo / baixo custo
Energia 6,9 14,8
Resíduos 33,0 17,7
Água 0,9 0,2
Subtotal 40,8 32,7
Payback superior a 1 ano
Energia 12,8 33,4
Resíduos 40,1 32,4
Água 6,3 1,5
Subtotal 59,2 67,3
TOTAL 100 100
Fonte: DEFRA
O quadro seguinte apresenta a dimensão das oportunidades sem custo / baixo custo para os setores analisados
que demonstram maior potencial de poupança, em termos proporcionais.
Como se pode ver, o maior potencial de poupança energética encontra-se claramente no setor dos transportes
rodoviários (cerca de 72,4% do potencial de poupança energético total), enquanto que ao nível da diminuição
da produção de resíduos o maior potencial se encontra no setor dos produtos químicos (24,1% da diminuição
potencial) e ao nível da poupança de água, o maior potencial se encontra na administração pública (29,3% da
poupança potencial). Em termos dos benefícios ambientais, ao nível da energia, novamente destaque para o
setor dos transportes rodoviários (redução de emissões de CO2 neste setor corresponde a mais de metade da
redução potencial nos setores estudados), enquanto que na vertente resíduos se destacam a indústria
metalúrgica de base e os aterros de resíduos comerciais e industriais.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 37
Quadro 25 – Dimensão das oportunidades sem custo / baixo custo
Energia
Setor Benefícios Económicos
(% EUR)
Benefícios Ambientais
(% ktCO2e)
Transportes: conta própria 27,5 19,7
Transportes: VPM (pesados de mercadorias) 26,9 19,3
Transportes: VLM (ligeiros de mercadorias) 18,0 12,9
Retalho 3,7 5,3
Produtos químicos 2,4 4,8
Hotelaria 2,6 4,2
Escritórios comerciais 2,6 4,1
Armazenagem 2,1 3,3
Educação 1,9 3,2
Governo 1,9 3,2
Outros 10,4 20,0
Resíduos
Setor Benefícios Económicos
(% EUR)
Benefícios Ambientais
(% ktCO2e)
Produtos químicos / minerais não-metálicos 24,1 9,9
Indústria metalúrgica de base 20,1 30,8
Utilities 19,2 7,9
Construção 14,2 10,3
Têxteis/madeira/papel/publicação 7,6 2,5
Transportes e armazenagem 5,0 1,5
Aterro de resíduos comerciais e industriais 2,4 34,0
Agricultura, silvicultura e pescas 2,0 1,0
Setor mineiro 2,0 0,7
Alimentação, bebidas e tabaco 1,2 0,6
Outros 2,2 0,8
Água
Setor Benefícios Económicos
(% EUR)
Benefícios Ambientais
(% ktCO2e)
Administração pública 29,3 ---
Agricultura 15,9 ---
Alimentação e bebidas 14,4 ---
Educação 7,0 ---
Saúde e segurança social 5,1 ---
Imobiliária e aluguer 4,2 ---
Outros 24,1 ---
Fonte: DEFRA
38 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
O estudo analisou também o potencial de poupança nas vertentes energia, água e resíduos, comparativamente
ao lucro apresentado em alguns dos setores estudados.
Concluiu-se que a indústria metalúrgica de base apresentava o maior rácio poupança/lucro, apresentando
economias superiores a 130% do lucro, enquanto os menores índices de poupança se encontravam nos setores
do comércio a retalho e grossista, bem como outros setores de serviços, em que o rácio poupança/lucro não
chegava sequer a um ponto percentual.
Adicionalmente, conclui-se que no setor industrial, a gestão de resíduos é claramente o fator com maior
potencial para a eco-inovação, uma vez que aqui se apresentam as maiores poupanças. No setor dos serviços a
energia assume-se como o fator mais importante. No setor agrícola, pese embora a melhoria da gestão de
resíduos seja uma vez mais o fator decisivo para a geração de poupanças, destaque para o peso da água que,
como seria de esperar, assume particular relevância neste setor de atividade.
O quadro seguinte apresenta os rácios lucro/poupança pela introdução de medidas de eco-inovação em alguns
setores de atividade económica no Reino Unido.
Quadro 26 – Oportunidades de poupança em percentagem do lucro obtido
Setor Resíduos Água Energia Total
Construção 8,48% 0,01% --- 8,49%
Produtos químicos e minerais não-metálicos 108,65% 0,27% 2,60% 111,52%
Alimentação, bebidas e tabaco 1,52% 0,53% 0,22% 2,27%
Indústria metalúrgica de base 129,81% 0,18% 1,41% 131,40%
Outros industriais 5,54% 0,13% 0,62% 6,29%
MÉDIA INDUSTRIAL 14,93% 0,14% 0,45% 15,52%
Comércio a retalho e grossista 0,17% --- 0,21% 0,38%
Hotelaria e restauração 0,05% 0,07% 0,93% 1,05%
Outros serviços 0,36% 0,04% 0,11% 0,51%
Transporte e armazenagem 4,42% --- 13,78% 18,20%
MÉDIA SERVIÇOS 0,61% 0,03% 1,20% 1,84%
Agricultura 41,23% 9,57% --- 50,80%
MÉDIA 4,12% 0,08% 1,02% 5,22%
Fonte: DEFRA
Em termos das oportunidades de poupança através de medidas de maior alcance, com períodos de payback
superiores a um ano, como já se viu, o potencial de poupança é superior na vertente resíduos, dividindo esta
com a vertente energia a posição dominante em termos do potencial de redução de emissões de CO2.
Desagregando um pouco as vertentes em análise, é possível obter uma imagem mais detalhada sobre esta
questão, como se pode ver no quadro seguinte. Assim, para a redução das emissões de CO2 provenientes do
uso do fator energia, apresentam-se como fundamentais intervenções nos segmentos dos transportes e dos
edifícios não-domésticos, assumindo o segmento dos transportes o maior potencial para a redução de custos
associados à energia, por via da introdução de medidas de eco-inovação personalizadas.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 39
Quadro 27 – Dimensão das oportunidades de longo prazo
Setor MtCO2 EUR Mil Milhões
Resíduos 29,2 26,7
Transportes - energia 13 6,4
Edifícios não domésticos - energia 11,2 1,3
Indústria - energia 5,9 0,8
Água 1,3 4,2
Fonte: DEFRA
Medidas de Eco-inovação na Energia
Relativamente à energia, o estudo focaliza-se no setor dos transportes rodoviários que, como já se viu,
corresponde a cerca de 72% do potencial de poupança total deste recurso, entre os setores analisados.
Concluiu-se que a redução de emissões de CO2 no setor dos transportes rodoviários poderia ser atingida mais
facilmente através da implementação de medidas como a introdução de pneus de baixa resistência ao
rolamento, redução de peso, tecnologia stop-start ou reboques-lágrima, como se pode ver no quadro seguinte.
A introdução de pneus de baixa resistência ao rolamento configura-se como a melhor alternativa para a
redução das emissões de CO2 no setor dos transportes rodoviários, sendo também a alternativa que permite a
maior poupança em termos monetários, no âmbito das medidas de eco-inovação para a melhoria da eficiência
energética no setor.
Ao nível da eficiência energética em edifícios não-comerciais, as oportunidades de melhoria centram-se com a
redução de ineficiências no aquecimento de escritórios, escolas, hotéis e estabelecimentos comerciais mais
antigos.
Quadro 28 – Medidas de poupança energética no setor dos transportes rodoviários
Medida de Eco-inovação MtCO2 % EUR
Pneus de baixa resistência ao rolamento 0,55 30,8
Indicadores de mudança de velocidades 0,13 6,8
Stop-start 0,28 14,7
Aerodinâmica 0,07 3,5
Redução de peso 0,35 16,1
Híbridos 0,18 10,5
Reboque-lágrima 0,33 17,6
Fonte: DEFRA
40 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
O estudo abordou também o impacto da eco-inovação em organizações de diferentes dimensões.
Naturalmente, à medida que as organizações aumentam em dimensão, também os seus custos aumentam e,
consequentemente, o seu potencial de poupança pela introdução de medidas de eco-inovação. Assim, o
estudo conclui que uma redução de 15% no consumo energético leva a uma poupança de 109 euros, 869 euros
e 5.432 euros anualmente, em empresas de micro, pequena e média dimensão, respetivamente.
Quadro 29 – Benefícios da implementação de medidas de Eco-inovação energética, por empresa
Indicador Dimensão da Organização
Micro (<10) Pequena (<50) Média (<250)
Custos energéticos (€/organização) 724 5.794 36.213
Redução do consumo energético em 15%
(€/organização) 109 869 5.432
Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)
Fonte: DEFRA
Medidas de Eco-inovação nos Resíduos
Relativamente à gestão de resíduos, foram identificadas 7 medidas de eco-inovação fundamentais, a saber:
Produção otimizada (lean manufacturing);
Substituição de materiais;
Redução da produção de resíduos;
Desvio dos materiais dos aterros para a reciclagem;
Desmaterialização dos setores de serviços;
Construção de edifícios sustentáveis;
Uso eficiente de infraestruturas existentes.
Os resultados obtidos por cada uma destas medidas de eco-inovação foram contextualizados em três cenários
diferentes:
Um cenário de quick-wins, ou vitórias fáceis, consistindo na introdução de medidas de curto prazo de
baixo custo e curto período de payback;
Um cenário em que as empresas adotam as melhores práticas;
E, finalmente, um cenário em que as empresas adotam técnicas/tecnologias que vão para além das
melhores práticas.
O quadro seguinte apresenta o potencial de poupança associado à implementação de cada uma das 7 medidas
de eco-inovação identificadas, em cada um dos cenários construídos.
Em consonância com os estudos previamente abordados, quanto maior o comprometimento com a
eco-inovação, melhores os resultados alcançados. Assim, o potencial da implementação de medidas de
eco-inovação para além das melhores práticas na gestão de resíduos é mais do dobro do potencial das
quick-wins.
Quanto às práticas em si, a introdução da produção otimizada nas empresas é a medida de eco-inovação que
apresenta o maior potencial para a redução da produção de resíduos na economia do Reino Unido.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 41
Em termos setoriais, os maiores potenciais de redução de emissões de CO2 pela redução da produção de
resíduos foram encontrados nos setores da fabricação de cimento, fabricação de ferro e aço e utilities.
Quadro 30 – Medidas de gestão de resíduos
Medidas de Eco-inovação Quick-Wins Melhores Práticas
Para Além das
Melhores Práticas
EUR Mil Milhões EUR Mil Milhões EUR Mil Milhões
Produção otimizada 15,0 26,9 26,9
Substituição de materiais 0,0 0,0 0,0
Redução da produção de resíduos 1,6 4,2 7,2
Reciclagem de resíduos 0,5 1,3 2,7
Desmaterialização dos setores de serviços 0,7 1,0 1,0
Construção de edifícios sustentáveis 1,0 2,1 4,3
Uso eficiente de infraestruturas existentes 1,0 2,4 4,1
TOTAL 19,8 37,9 46,2
Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)
Fonte: DEFRA
Medidas de Eco-inovação na Água
Relativamente ao consumo e uso da água, a DEFRA estima que com a introdução de medidas de eco-inovação,
seria possível poupar cerca de um terço de toda a água utilizada pela economia do país, reduzindo também as
emissões de CO2 associadas em cerca de um terço.
Conclusões
Este estudo estima um grande potencial de redução de custos e melhoria da performance ambiental nas
empresas que adotem medidas de eco-inovação de curto prazo e um potencial ainda superior em empresas
que adotem medidas de eco-inovação de longo prazo, com períodos de payback mais longos.
Paralelamente, identifica a gestão de resíduos e a produção otimizada como as grandes prioridades para a
eco-inovação, em função de apresentarem o maior potencial de geração de benefícios económicos e
ambientais.
Ao nível setorial, apresenta os setores dos transportes rodoviários, dos produtos químicos, dos produtos
minerais não-metálicos, indústria metalúrgica de base, utilities (energia, água, saneamento, resíduos e
despoluição), construção, alimentação e bebidas, agricultura e a administração pública, como aqueles em que
o potencial advindo da introdução de medidas de eco-inovação é superior.
42 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
3.5. ECODESIGN EM FRANÇA E NA UNIÃO EUROPEIA
Em janeiro de 2014 foi publicado um estudo elaborado em parceria pelo Pôle Éco-
conception et Management du Cycle de Vie, instituição francesa, e o Institut de
Développement de Produits (IDP), instituição canadiana. O estudo faz uma revisão de
um projeto de 2008, atualizando-o e produzindo informação nova, recolhida junto de
mais de 100 empresas.
O estudo procurou provar os méritos da aplicação de eco-inovações de ecodesign no mundo empresarial.
Focaliza-se em empresas europeias e canadianas, centrando-se a nossa análise nas empresas europeias, a
grande maioria das quais, PME.
Apresentam-se de seguida as principais conclusões do estudo em França, bem como no conjunto da União
Europeia.
Em termos do impacto da implementação de medidas de ecodesign na organização, cerca de 29% das
empresas francesas que participaram no estudo afirmam ter registado aumentos no lucro em função dessas
medidas. A maioria, no entanto, não sentiu qualquer alteração. Olhando aos resultados encontrados no
conjunto da UE, verifica-se que cerca de 64% das empresas registaram aumentos nos lucros, em 20% dos casos,
aumentos significativos.
Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits
Figura 7 – Impacto do ecodesign nos lucros da empresa
Relativamente ao comportamento das margens de lucro, cerca de três quartos das empresas francesas não
registaram qualquer alteração nas margens, enquanto na UE, pese embora a maior parte das empresas tenha
dado resposta idêntica, há um número significativo de empresas (cerca de 38% da amostra) que pela
introdução de técnicas de ecodesign nos seus produtos viu a sua margem de lucro crescer, como se pode ver
na figura seguinte.
O aumento das margens de lucro foi, em média, de cerca de 12% em França e de 13% no conjunto da União
Europeia, em virtude da adoção de práticas de ecodesign.
29%
69%
2%
França
20%
44%
32%
4%
UE
Aumento significativo
Aumento
Sem alteração
Diminuição
Diminuição significativa
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 43
Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits
Figura 8 – Impacto do ecodesign nas margens de lucro da empresa
Às empresas foi também pedido que identificassem os maiores benefícios sentidos pela introdução de medidas
de ecodesign. O quadro seguinte apresenta a proporção de empresas que identifica cada um dos benefícios
enumerados como fulcral.
Como se pode ver, as empresas francesas optaram por dar relevância à substituição de matérias-primas e
produtos perigosos para o ambiente, à possibilidade de reciclagem ou reutilização no fim-de-vida do produto e
à redução do consumo de materiais por unidade produzida. Analisando o conjunto da UE, também esta última
vertente foi importante, tal como a redução da energia necessária ao uso do produto e a diminuição dos custos
energéticos por unidade produzida. Os quadrados sombreados indicam os benefícios considerados mais
importantes pelo maior número de empresas.
Quadro 31 – Benefícios do ecodesign nas empresas
Benefícios da Implementação de Ecodesign França UE
Substituição de matérias-primas e produtos perigosos para o ambiente 61% 31%
Redução do consumo de materiais por unidade produzida 47% 77%
Possibilidade de reciclagem ou reutilização no fim-de-via do produto 55% 39%
Redução dos custos energéticos por unidade produzida 39% 50%
Redução das emissões de CO2 43% 35%
Redução das embalagens 35% 42%
Reciclagem de resíduos, água ou matérias-primas durante a produção 33% 27%
Redução da poluição do solo, água ou ar durante a produção 35% 12%
Valorização de resíduos 26% 27%
Redução da energia necessária ao transporte 20% 35%
Redução da energia necessária ao uso do produto 14% 57%
Redução de emissões (água, ar, solo) durante o uso 20% 23%
Redução do espaço de armazenagem 16% 23%
Outras 4% 15%
Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits
2%
19%
75%
4%
França
38%
54%
8%
UE
Aumento significativo
Aumento
Sem alteração
Diminuição
Diminuição significativa
44 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Adicionalmente, a esmagadora maioria das empresas (cerca de 92%), quer em França, quer no conjunto da UE,
utilizam as características de ecodesign do produto como forma de marketing, obtendo daí ganhos intangíveis.
Para além de benefícios de cariz económico, as empresas identificaram ainda vantagens de outro tipo, tendo-
se destacado a melhoria no reconhecimento e reputação da marca, maior motivação dos empregados,
melhoria das relações com os consumidores e maior capacidade para o desenvolvimento de novos produtos,
como se pode ver no quadro seguinte.
Quadro 32 – Benefícios não-económicos para as empresas
Benefícios da Implementação de Ecodesign França UE
Melhoria no reconhecimento de marca e reputação 92% 81%
Maior motivação dos trabalhadores 21% 58%
Melhor relacionamento com os clientes 33% 23%
Maior capacidade para desenvolver novos produtos 29% 35%
Maior facilidade no recrutamento de novos trabalhadores 4% 19%
Melhoria do relacionamento com agências de financiamento,
autoridades reguladoras e organizações não-governamentais (ONG) 8% 19%
Melhor cooperação interdepartamental 17% 19%
Outros 4% 4%
Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits
Paralelamente, para além dos benefícios do ecodesign nas empresas, os promotores do estudo procuraram
também aferir os benefícios para o utilizador final que, de certa forma, acabam por se repercutir novamente na
empresa, em função de uma maior fidelização do cliente.
Como se pode ver no quadro seguinte, a maioria das empresas em França apresenta a melhoria da qualidade
de vida como o maior benefício para o consumidor final, enquanto que ao nível da UE o destaque vai para o
facto de o produto se tornar mais económico de usar.
Quadro 33 – Benefícios do ecodesign para o consumidor final
Benefícios da Implementação de Ecodesign França UE
Mais barato na aquisição 24% 23%
Mais económico no uso 15% 54%
Mais fácil de usar 41% 19%
Manutenção e reparação mais fáceis 13% 23%
Melhora a qualidade de vida 67% 46%
Maior durabilidade 20% 23%
Outros 11% 15%
Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 45
3.6. PRINCIPAIS ESTUDOS INTERNACIONAIS SOBRE ECO-INOVAÇÃO
Ao longo da última década, tem surgido inúmera literatura sobre os méritos da introdução de práticas de
eco-inovação nas empresas como forma de reduzir custos económicos, ambientais e sociais.
O quadro seguinte apresenta os principais documentos neste âmbito, alguns dos quais já discutidos ao longo
deste estudo, identificando os principais resultados encontrados por cada um destes projetos. Todos sem
exceção enaltecem os méritos da eco-inovação, apontando poupanças significativas associadas à sua
implementação nas empresas.
Quadro 34 – Principais estudos de benchmarking em Eco-inovação
Estudo Escala Âmbito Método Poupança
Schmidt e
Schneider 2011 Alemanha
Poupança de materiais
em 589 empresas da
indústria transformadora
Análise empírica de case
studies da DEMEA
210 mil euros por empresa, cerca
de 2,1% do volume de negócios
BIS 2010 Reino
Unido
Eficiência da gestão de
resíduos em cerca de 400
empresas
Compilação de case
studies existentes de
várias fontes
21 mil a 60 mil euros por empresa,
com períodos de payback entre
0,06 e 3,45 anos
Associação para
as Economias
Sustentáveis Követ
Hungria
56 organizações com 262
medidas documentadas
para a redução de
materiais, energia,
resíduos e poluição, entre
1991 e 2007
Inquérito e
documentação de
medidas de
eco-inovação bem-
sucedidas
134 mil euros de poupança sem
investimento, 180 mil euros com
payback inferior a 3 anos e 412
mil euros com payback superior a
3 anos (média de 8 anos)
Schröter et al. 2011 Alemanha
Poupança de materiais
em 1.484 empresas da
indústria transformadora
Baseado no inquérito
"Modernisation of
Production", de 2009
7% do custo dos materiais.
Poupança de 48 mil milhões de
euros anuais na indústria
transformadora
Oakdene Hollins e
Defra 2011
Reino
Unido
Oportunidades de
eficiência de recursos
(energia, água e
resíduos)
Baseado em estatísticas
de consumo e produção
de resíduos
27 mil milhões de euros sem
custo/custo baixo, e 38 mil
milhões de euros com um
payback superior a um ano
Arthur D. Little et al.
2005 Alemanha
Melhoria da eficiência de
materiais na indústria
transformadora e no setor
da construção
Extrapolação de
resultados baseada em
inquéritos e literatura
existente
6,4 mil milhões de euros nos
setores estudados e 37 mil milhões
de euros para a indústria
transformadora
Fischer et al.
2004 Alemanha Eficiência de materiais
Baseado em experiências
dos consultores da Arthur
D. Little GmbH
20% dos inputs de materiais na
indústria transformadora
EIO 2012 Alemanha
/ UE
Poupança pelo aumento
da eficiência dos
materiais
Dados agregados da
DEMEA e do CIS
(Community Innovation
Survey)
Empresas: 196 mil euros ou 2,3%
do volume de negócios anual,
com um payback médio de 13
meses
Nível macro:5 mil milhões na
Alemanha e 10 mil milhões na UE
Bio Intelligence
Service 2011 UE
Reciclagem, prevenção
de resíduos e ecodesign
Estatísticas de materiais
usados e resíduos e
estimativas baseadas em
múltiplas fontes
15% a 25% de materiais não-
energéticos
COWI 2011 UE Políticas de eficiência de
resíduos
Experiências agregadas
bem-sucedidas na UE Entre 776 e 1.400 milhões de euros
Meyer et al. 2012 17 países
europeus
Inputs de materiais na
indústria transformadora,
ao nível
macroeconómico
Baseado em 2 modelos
macroeconómicos
(GINFORS e E3ME)
Efeito positivo no PIB com a
redução do input de materiais
McKinsey 2011 Mundial
130 medidas de
produtividade dos
recursos e legislação
adaptada
Identificar oportunidades
de maximização da
eficiência de materiais
do lado do fornecedor
2,65 biliões de euros até 2030
46 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
4. COMPETÊNCIAS INTERNACIONAIS DE
ECO-INOVAÇÃO
4.1. CASE STUDIES
Apresentam-se de seguida diversos casos de sucesso de empresas que adotaram práticas de eco-inovação, um
pouco por toda a Europa, identificando as principais medidas adotadas e resultados obtidos, com especial
destaque para as PME.
SNA Europe (UK) Ltd
Setor: Metalurgia e metalomecânica
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A SNA Europe (UK) Ltd é parte integrante de um grupo americano. Produz uma série de lâminas de
serra para o corte de materiais como ligas de titânio e níquel, aços para ferramentas e ligas para a
indústria aeroespacial. A unidade produtiva tem linhas para a moagem, trituração, tratamento
térmico e processos de acabamento.
Projeto
Com o objetivo de reduzir os seus consumos energéticos, a
SNA Europe (UK) Ltd procedeu a uma avaliação dos consumos, tendo
identificado um potencial de poupança de cerca de 46 mil euros, mais
de 10% do seu consumo total.
No sentido de realizar essa poupança, foram introduzidos materiais
isolantes em todos os fornos da fábrica, resultando numa diminuição
do consumo energético em 7,2%, o equivalente a cerca de 1.000 euros
por ano, em cada um dos fornos. Num período de 48 horas, cada forno
consumia cerca de 18,33 KW de energia na fase de tratamento térmico
e 11,78 KW em stand-by. Com a introdução das medidas, o consumo
energético na fase de tratamento térmico desceu para os 16,73 kW e
em stand-by para os 11,26 kW, para cada um dos fornos.
O sistema de iluminação da fábrica também foi reavaliado, tendo sido
instalado um sistema de otimização de energia no circuito, resultando
numa redução do consumo energético de 20%.
Adicionalmente, a empresa assinou um acordo com o Departamento
de Energia e Alterações Climáticas do Reino Unido, reduzindo a sua
taxa sobre as alterações climáticas em 80%, a troco do compromisso
em atingir uma série de metas de redução dos consumos energéticos,
estabelecendo um compromisso a 7 anos.
A empresa participou também num programa direcionado à eficiência de materiais e redução de resíduos,
tendo-lhe sido atribuída uma bolsa de 12 mil euros para utilizar num novo compressor, que resultou numa
poupança de 27 mil euros, por via da redução do consumo energético.
BENEFÍCIOS
Poupança nos consumos
energéticos de
11.300 EUR/ano
Poupança anual de 27 mil
euros pelo estabelecimento
de compromisso de
redução do consumo
energético
Valor acrescentado dos
produtos subiu 39 mil euros
Redução das emissões de
CO2 em 53 toneladas/ano
Poupança adicional de
31 mil euros pela
implementação de um novo
projeto de melhoria de
eficiência e investimento
num novo compressor
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 47
Rascards
Setor: Produtos químicos / minerais não-metálicos
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Rascards, fundada em 1996, produz cartões de plástico. O seu volume de negócios anual é de
cerca de 3,6 milhões de euros e a produção de cerca de 58 milhões de cartões.
Projeto
A Rascards pretendia aumentar a sua performance ambiental,
particularmente ao nível da gestão de resíduos.
O potencial de desperdício era maior na produção de pequenas
quantidades, resultando no dobro dos gastos em energia, tempo de
uso de máquinas e gastos com o pessoal.
O PVC é o principal material utilizado para a produção dos cartões,
tendo-se identificado um desperdício de 30%, essencialmente fruto de
alterações muito frequentes nos produtos e das necessárias
preparações na linha de montagem.
Nesse sentido, a empresa procurou efetuar uma avaliação da eficiência
de recursos, tendo implementado as seguintes medidas:
Redução do consumo de energia elétrica em 25%: através da gestão energética de processos foi
possível reduzir o consumo em 25%. Foram identificadas reduções de cerca de 88 mil KWh/ano.
Redução do uso noturno: a implementação de uma campanha para que se desliguem os
equipamentos durante a noite pode permitir uma diminuição do consumo de energia em
equipamentos elétricos de cerca de 7 mil KW/h por mês.
Resolução de problemas ao nível de equipamentos sob pressão: o correto dimensionamento destes
equipamentos na Rascards pode levar a uma poupança de 23.125 KW/h por ano.
Otimização do uso de folhas de PVC, laminagem e bandas magnéticas: a empresa percebeu que
reduzindo o número de vezes que efetua trocas na linha de montagem e reduzindo os inputs destes
materiais, poderia efetuar uma poupança de cerca de 236 toneladas por ano.
Estabelecimento de parcerias para a gestão de resíduos: trabalhando em parceria com empresas
vizinhas foi possível negociar preços mais atrativos com as empresas locais de gestão de resíduos. As
empresas participantes puderam utilizar um mesmo operador de resíduos, estabelecendo um dia
comum para a recolha de resíduos e um custo de transporte.
Redução da produção de resíduos genéricos, com separação dos resíduos: a separação dos resíduos
permitiu à empresa celebrar um contrato com a empresa responsável pela recolha dos resíduos de
PVC em que esta recolhe também os resíduos de cartão e bandas magnéticas de forma gratuita.
Negociar com fornecedores para obter poupanças ao nível das embalagens: a empresa conseguiu
uma redução de 4 toneladas de embalagens, por ano.
Implementação de medidas de eficiência na gestão da água: poupança de 20 m3 por ano com a
introdução de "sanitas inteligentes".
BENEFÍCIOS
Redução da emissões de 56
toneladas de CO2 /ano
Poupança efetiva de 9.400
EUR e 35 mil EUR potenciais
Redução do consumo de
energia em 88.000 KW/h
Redução de 20 m3 no
consumo de água
Poupança de 4 toneladas
em embalagens por ano
48 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Samsung SDI Hungary Co. Ltd.
Setor: Tecnologia
Dimensão: Grande
País: Hungria
Descrição da Atividade
A Samsung SDI Hungary Co. Ltd. é a filial húngara da tecnológica sul-coreana. Produz diversos tipos
de ecrãs, baterias e eletrodomésticos.
Projeto
A Samsung Hungria introduziu uma série de medidas para a redução
de emissões de CO2, bem como de reciclagem, que resultaram numa
forte redução de custos para a empresa.
A reciclagem de resíduos químicos levou a uma redução tanto dos
resíduos produzidos como das matérias-primas utilizadas em cerca de
35%, com um retorno económico imediato de 7.600 euros.
A utilização de embalagens recicláveis reduziu o consumo de papel,
madeira e produtos químicos, produzindo uma poupança de 160 mil
euros. Foi atingida uma poupança adicional de 360 mil euros por ano
através da substituição de um purificador de gás por um sistema
térmico regenerativo pós-combustor. Medidas de reuso da água
permitiram uma poupança de 20.625 m3 por ano.
Genan
Setor: Borracha
Dimensão: Grande
País: Dinamarca
Descrição da Atividade
A Genan é o maior produtor mundial de pneus recicláveis, posição que atingiu em poucos anos.
Projeto
A Genan recicla 80% dos pneus utilizados na Dinamarca e possui a
maior unidade de reciclagem do mundo, na Alemanha. A reciclagem de
materiais pelo método Genan, poupa entre uma a duas toneladas de
emissões de CO2, por tonelada de resíduos de pneu, face à
concorrência.
BENEFÍCIOS
Redução de resíduos e input
de matérias-primas em 35%,
cerca de 7.600 euros
160 mil euros de poupança
pela utilização de
embalagens recicláveis
360 mil euros de poupança
pela implementação de
sistema térmico
regenerativo pós-combustor
Poupança de 20.625 m3 de
água, por via de reuso
BENEFÍCIOS
Redução das emissões de
CO2 em 1-2 toneladas, face à
concorrência
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 49
Tullis Russell Coaters Limited
Setor: Máquinas e equipamentos
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Tullis Russell Coaters Limited foi fundada em 2011 e produz produtos com revestimento, como selos
postais e documentos de segurança, fornecendo também soluções personalizadas para clientes
específicos.
Projeto
Na Tullis Russell Coaters Limited foi efetuado um levantamento
ambiental e identificadas oportunidades de melhoria relativos aos
consumos de energia e água, bem como na gestão de resíduos. Foi
implementado todo um novo modelo de negócios, que inclui a
ISO 14001 e as suas obrigações.
A redução de resíduos de papel, apenas pela implementação das
melhores práticas, resultou numa poupança de 225 mil euros por ano,
o mesmo que dizer que cerca de 232 toneladas de resíduos/papel
reciclado foram desviadas de aterro. Para este efeito, em muito
contribuiu a introdução de novos equipamentos, nomeadamente uma
laminadora de papel, com corte mais preciso e a capacidade de gerar
menos aparas.
Seguiu-se também um programa educativo dirigido aos funcionários,
que resultou também na diminuição da produção de resíduos na fonte.
Atingiu-se adicionalmente uma poupança de cerca de 19 mil euros pela
instalação de um sistema que usa calor libertado na combustão para
alimentar uma caldeira. A implementação desta medida permitiu a
redução do consumo de gás em cerca de 55 mil KW/ano e uma
correspondente redução na pegada de carbono em cerca de
11 toneladas de CO2 por ano. O período de payback do sistema foi de
0,9 anos.
BENEFÍCIOS
Poupança de 225 mil
euros/ano em resíduos de
papel, pela introdução das
melhores práticas
Poupança de 19 mil euros
pela instalação de um
sistema de aproveitamento
de calor para alimentar a
caldeira
Redução do consumo de
gás em cerca de
55 mil KW/ano
232 toneladas de resíduos
de papel evitadas, por ano
Redução do consumo
energético em cerca de
80%
50 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Deutsche Mechatronics GmbH
Setor: Soluções de mecatrónica
Dimensão: Grande
País: Alemanha
Descrição da Atividade
A Deutsche Mechatronics GmbH opera no ramo das soluções de mecatrónica, que combina
soluções de engenharia mecânica e eletrotécnica.
Projeto
Um dos serviços da Deutsche Mechatronics é a medição e perfuração
de chapas metálicas, processo que envolve 40 toneladas de chapa
diariamente, correspondendo a cerca de 100 pedidos individuais.
Em função da diversidade da oferta de produtos e das especificidades dos pedidos, o processo era bastante
ineficiente.
A introdução de medidas de eco-inovação levou a uma redução de 12% no consumo de materiais. A introdução
de um sistema inteligente da gestão dos pedidos levou à diminuição dos desperdícios resultantes de processos
de corte que produziam sobras demasiado pequenas para poderem vir a ser utilizadas.
Em virtude do sucesso das medidas implementadas, a Deutsche Mechatronics GmbH venceu o prémio
"eficiência de materiais" na Alemanha.
Jörg Schiffer GmbH & Co. KG
Setor: Tratamento de superfícies
Dimensão: PME
País: Alemanha
Descrição da Atividade
A Jörg Schiffer GmbH & Co. KG especializa-se no tratamento de superfícies por galvanização.
Projeto
Entre outros metais, o níquel é utilizado no processo de galvanização
da Jörg Schiffer. Um dos subprodutos do processo são as lamas de
galvanoplastia, levando à perda de elevadas quantidades de níquel.
A empresa implementou medidas de eco-inovação no sentido de
recuperar estes materiais, concebendo um sistema capaz de separar o
níquel das lamas, que seria irrecuperável com o processo anterior. Esta
medida levou a uma redução do consumo de níquel em 25% e de 50%
das lamas produzidas.
A empresa já venceu o prémio "eficiência de materiais".
BENEFÍCIOS
Redução do consumo de
materiais em 12%
Conquista do prémio
"eficiência de materiais"
BENEFÍCIOS
Redução do uso de níquel
em 25%
Redução da produção de
lamas em 50%
Conquista do prémio
"eficiência de materiais"
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 51
Aubineau Constructeur
Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos
Dimensão: PME
País: França
Descrição da Atividade
A Aubineau Constructeur produz interiores isolados e refrigerados para camiões.
Projeto
Com o seu projeto eco-inovador, a Aubineau Constructeur redesenhou
o interior de um camião refrigerado. O objetivo era otimizar o
consumo energético na refrigeração, reduzindo o consumo de
combustível e as emissões de CO2. Ao recorrer à metodologia de
ecodesign "Maieco", todas as etapas do ciclo-de-vida do veículo
refrigerado foram avaliadas quanto ao seu impacte ambiental. Durante
a avaliação, a empresa identificou quatro indicadores de performance
fundamentais ao seu impacte ambiental: matérias-primas, substâncias
de refrigeração, uso e fim-de-vida do veículo.
A empresa conduziu uma análise funcional ao corpo do veículo, no
sentido de melhorar a condutividade térmica e identificou o chão do
veículo como uma funcionalidade a ser melhorada. Em primeiro lugar,
todos os requisitos técnicos que compõem o chão do veículo foram
listados, envolvendo todos os departamentos da empresa e diversos
protótipos de chão foram desenvolvidos e testados. De seguida, foram
avaliadas diversas possibilidades de acordo com os ganhos técnicos,
aspetos ambientais e aspetos económicos (redução de custos).
As soluções potenciais foram no sentido de otimizar a massa da parte interior do chão e a sua condutividade
térmica, tendo as partes verticais de contraplacado sido substituídas parcialmente por espuma isolante.
Finalmente, as operações de transporte foram melhoradas, selecionando-se um fornecedor de peças local.
O projeto resultou em poupança para a empresa, por via de uma redução do uso de produtos químicos e água.
De facto, os benefícios associados aos novos veículos redesenhados são impressionantes:
Redução no consumo de combustível da unidade refrigeradora de 3,6%, por via de uma melhoria de
19% no isolamento do chão;
Redução de 16% no peso dos materiais (cerca de 150 kg por camião e 235 kg por semirreboque);
Redução no consumo de combustível do motor de 0,5%, em função de uma redução do peso do chão
de 16%;
Metade das placas de contraplacado anteriormente adquiridas na Finlândia são agora adquiridas no
país de origem da empresa, perto da instalação fabril;
Redução dos custos de produção em cada chão de 5%.
BENEFÍCIOS
Redução no consumo de
combustível da unidade
refrigeradora de 3,6%
Redução no consumo de
combustível do motor de
0,5%
Poupança de mais de
600 litros de combustível
por ano
Redução dos custos de
produção do chão do
veículo de 5%
52 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Lisec
Setor: Vidro
Dimensão: Grande
País: Áustria
Descrição da Atividade
A Lisec é um grupo austríaco especializado em soluções de vidro plano.
Projeto
A Lisec concebeu um processo de temperamento de vidro que venceu
o prémio austríaco de inovação. A tecnologia foi criada
especificamente para o temperamento de vidro extremamente fino
(cerca de 0,9 mm de espessura) e vidro laminado.
Com a implementação deste processo, a Lisec conseguiu uma redução
significativa do consumo de recursos e energia, reduzindo custos e
aumentando o tempo de vida útil dos painéis solares que produz.
Utilizando este processo, a empresa conseguiu reduzir o consumo
energético em cerca de 40%, passando de cerca de 25 KWh/m2 para
14,2 KWh/m2.
A utilização de vidros temperados tão finos no fabrico de painéis solares incrementa a sua qualidade ótica e
aumenta a transmissão de luz. Graças a valores de isolamento mais elevados, a eficiência energética é
aumentada. Adicionalmente, o processo produtivo é mais simples e o transporte mais fácil.
Devin
Setor: Alimentação e Bebidas
Dimensão: Grande
País: Bulgária
Descrição da Atividade
A Devin dedica-se à produção de águas minerais, de nascente e água com gás, bem como de
refrigerantes sem gás.
Projeto
A Devin introduziu uma tecnologia que permite reduzir a presença de
plástico descartado na natureza. Para o efeito, a Devin reduziu o peso
das tampas das garrafas de 0,5 e 1 litro em cerca de 15%, cerca de
2,5 gramas. Após a implementação do projeto, a empresa conseguiu
reduzir os resíduos de plástico em 750 toneladas, cerca de
250 toneladas por ano. Adicionalmente, a empresa trabalha com uma
empresa externa, no sentido de transformar os seus resíduos em novos
produtos, através da reciclagem.
BENEFÍCIOS
Redução do consumo
energético em 40%
Redução do uso de recursos
Aumento da qualidade do
produto oferecido
Conquista do prémio
inovação
BENEFÍCIOS
Redução drástica no
consumo de materiais
Zero resíduos
Redução das emissões de
CO2
Melhor performance
económica
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 53
Argos Direct
Setor: Comércio a retalho e grossista
Dimensão: Grande
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Argos Direct é a empresa de distribuição do gigante comercial inglês Argos. Entrega em casa uma
grande variedade de produtos adquiridos online no Reino Unido e na Irlanda.
Projeto
A Argos Direct opera uma frota de cerca de 100 trailers e de 650
camiões, cada um viajando mais de 80 mil kms todos os anos. Como
resultado da dimensão da operação da Argos Direct, a manutenção de
veículos e pneus tem de ser exemplar. Adicionalmente, a empresa leva
muito a sério a sua política de responsabilidade social.
Nesse sentido, a Argos Direct decidiu incorporar pneus recauchutados
no eixo traseiro de todos os seus veículos, sempre que possível, e
implementar um programa de gestão de pneus, potenciando a
monitorização permanente da sua frota de veículos e a rodagem de
pneus entre os eixos, de forma a maximizar o ciclo-de-vida dos
pneumáticos.
Os benefícios ambientais inerentes a esta medida, uma vez que se
trata de uma frota tão grande, são imensos, e uma parte fundamental
da política ambiental e de responsabilidade social da empresa.
Pese embora existam benefícios económicos associados à implementação de uma política deste tipo, estes não
são facilmente quantificáveis, sendo os principais resultados observáveis, a redução de emissões de dióxido de
carbono, do consumo de óleos e de borracha.
Ao usar um pneu recauchutado há uma "poupança" imediata de 182,3 kg de CO2, o que significa que a Argos
Direct reduziu as suas emissões de CO2 em 425 mil kg.
Ao utilizar um pneu processado, poupa-se em média 68 litros de óleo por pneu. No momento de
implementação do projeto, a Argos instalou cerca de 2.400 pneus recauchutados, tendo poupado cerca de
159 mil litros de óleo nesse ano.
Cada pneu recauchutado necessita de menos borracha, estimando-se uma poupança de 44 kg de borracha por
pneu, o equivalente a 103 mil kg de borracha por ano, no caso da Argos.
BENEFÍCIOS
48% dos pneus
sobresselentes da frota são
recauchutados
159 mil litros de óleo
poupados
103 mil kg de borracha
poupados
425 mil kg de emissões de
CO2 evitados
2.400 pneus recauchutados
instalados
54 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Elion
Setor: Tecnologia
Dimensão: Grande
País: Estónia
Descrição da Atividade
A Elion é a maior prestadora de serviços de telecomunicações e internet na Estónia.
Projeto
Desde 2010, o calor produzido pelos datacentres da Elion é recolhido e
reutilizado para aquecimento dos edifícios administrativos, tendo sido
efetuado um investimento para o desenvolvimento de bombas de
aquecimento de 3x60 KW e 4x40 KW.
O calor recuperado cobre a maior parte do ano, não sendo necessário
recorrer ao serviço público de aquecimento. No verão, em que não há
necessidade de aquecimento, o calor recuperado é direcionado para o
fornecimento de água quente em residências nas redondezas,
permitindo ao calor recuperado ser utilizado durante todo o ano.
No entanto, uma vez que se trata de equipamento dispendioso, o período de payback é longo.
Ventura-Venkov
Setor: Produtos químicos
Dimensão: PME
País: República Checa
Descrição da Atividade
A Ventura-Venkov dedica-se à produção de produtos químicos aplicáveis no setor agrícola.
Projeto
A Ventura-Venkov produz o aditivo biotecnológico para agricultura
"Sekol Jalka", capaz de reduzir as emissões de amoníaco e outros gases
com efeito de estufa provenientes da criação animal.
O produto é considerado melhor tecnologia disponível e reduz as
emissões de amoníaco em 32%. Reduz também o nível de bactérias
patogénicas e os cheiros.
Este aditivo biológico pode também ser utilizado em processos de compostagem aeróbica de alta velocidade. O
processo é bastante mais rápido.
Monitorização efetuada a este aditivo permitiu perceber que para além das emissões de amoníaco, este reduz
também emissões de CO2, óxidos de azoto e sulfureto de hidrogénio.
BENEFÍCIOS
Redução significativa de
emissões de gases com
efeito de estufa (GEE)
BENEFÍCIOS
Redução dos custos com
aquecimento
Maior eficiência energética
Redução das emissões de
CO2
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 55
The Plough Inn
Setor: Restauração e Hotelaria
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
O The Plough Inn é um pequeno negócio, abrangendo um hotel, restaurante e instalações públicas
de alojamento. Emprega 15 funcionários, em regimes de part-time e full-time.
Projeto
Após a destruição do The Plough Inn, por força de uma inundação, o
dono decidiu renová-lo tendo em consideração as mais modernas
técnicas de melhoria de eficiência energética e gestão do uso da água.
Foram consideradas as opções de produção de energia in situ, melhoria
no fornecimento de energia e alteração da metodologia operacional do
negócio. Toda a propriedade foi renovada, incluindo áreas não
danificadas pela inundação, introduzidos sistemas de melhoria da
eficiência do fornecimento de energia e aquecimento e reformulados
os procedimentos a adotar na cozinha.
Foram instaladas bombas de calor geotérmicas e o sistema de
aquecimento existente foi substituído por um sistema subterrâneo de
piso radiante. A água quente foi novamente ligada, de forma e permitir
pontos de distribuição dispersos do sistema principal de produção de
água quente.
A cozinha foi renovada com equipamentos elétricos que utilizam as
mais recentes tecnologias de indução, com potência variável e grelhas
de elevada eficiência, e um forno com tempos de aquecimento rápidos
e tempos de cozedura mais curtos (cerca de 15 vezes mais rápido).
Os equipamentos utilizam filtração de água e reciclagem com aproveitamento de calor. Foram adicionados
temporizadores para permitir auto-shutdown e evitar a abordagem anterior de manter os equipamentos
permanentemente ligados.
O custo de introdução de equipamentos eficientes é cerca de quatro vezes superior face às restantes
alternativas. Foi necessário o triplo do tempo para implementar o novo sistema, e a força de trabalho demorou
cerca de uma semana a ambientar-se. O tempo necessário a obras aumentou também em 5 semanas.
O período de payback estava definido em 12 anos, sendo que as últimas previsões apontam para um prazo de
apenas 5 anos, em função das poupanças conseguidas.
Os quartos são mais confortáveis, os tempos de aquecimento reduziram drasticamente e a cozinha é capaz de
responder muito mais rapidamente a pedidos e requisitos especiais. O sistema é também mais silencioso,
tendo beneficiado também a vizinhança.
O The Plough Inn foi recomendado para os prémios de eficiência energética na categoria construção e
renovação, tirando daí ganhos de imagem para o estabelecimento.
BENEFÍCIOS
Poupança energética de
64%
Instalação de bombas de
calor geotérmicas,
refrigeração eficiente e
equipamentos de cozinha,
resultaram numa poupança
de 18 mil euros por ano
Instalação de um sistema
de reciclagem de água
reduziu o consumo em
cerca de 50 litros/dia
Período de payback
antecipado para 5 anos
56 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Globe Hope Ltd.
Setor: Vestuário
Dimensão: PME
País: Finlândia
Descrição da Atividade
A Globe Hope é uma empresa finlandesa inovadora que concebe e produz produtos ecológicos de
vestuário utilizando materiais reciclados e descartados, criando roupas, carteiras e acessórios
inovadores.
Projeto
A Globe Hope Ltd. criou um conceito de design ao transformar
materiais não aproveitados no processo produtivo de vestuário
(resíduos) em peças de vestuário, acessórios e têxteis individuais,
reduzindo o uso de recursos. O objetivo da empresa é produzir peças
de vestuário sustentáveis, estéticas, inovadoras e funcionais.
O conceito funciona não só ao nível económico, via redução de custos, como também ao nível do marketing.
Todos os produtos são feitos de materiais recicláveis como têxteis hospitalares e provenientes das forças
militares, uniformes de trabalhadores, estandartes publicitários, bandeiras, velas recicladas, cintos de
segurança e têxteis domésticos vintage (lençóis, cortinados, toalhas de mesa, etc.)
O processo produtivo consiste no re-corte, re-costura, re-tingimento e re-impressão em grandes quantidades,
para manter os custos de produção a níveis razoáveis e praticar preços competitivos.
Connaught Electronics Ltd. (CEL)
Setor: Eletrónica/Automóvel
Dimensão: PME
País: Irlanda
Descrição da Atividade
A Connaught Electronics Ltd. dedica-se à conceção, produção e venda de produtos de eletrónica
de alta qualidade para o ramo automóvel. Especializa-se em sistemas de abertura eletrónicos sem
chave. Tem como clientes marcas como a BMW, Rover, Volvo e General Motors.
Projeto
A CEL fabrica o componente eletrónico presente nos automóveis que
gere o sistema remoto de entrada sem chave. O recetor, no interior do
carro, consiste numa placa de circuito impresso equipada com um
conjunto de subcomponentes eletrónicos. O objetivo da empresa era o
de aumentar o tempo de vida útil destes equipamentos.
Para tal, a empresa substituiu o principal subcomponente (originalmente de origem japonesa), por um de
fabrico próprio. Com isto, a empresa reduziu os seus gastos em materiais em 40% (particularmente materiais
perigosos) e os consumos energéticos em dois terços. A nova unidade tem um custo de produção menor.
BENEFÍCIOS
Redução do consumo de
materiais
Ganhos de imagem
Redução das emissões
BENEFÍCIOS
Redução do custo com
materiais em 40%
Redução do consumo
energético em dois terços
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 57
Wilson James
Setor: Construção
Dimensão: Grande
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Wilson James presta serviços de gestão de segurança, construção, logística e consultoria no Reino
Unido, desde 1991. É uma empresa de grande dimensão e reconhecida pela sua qualidade e
inovação.
Projeto
A Wilson James abraçou o projeto de construção de uma sede
empresarial para a Unilever, grupo líder de mercado em variadíssimos
segmentos, nomeadamente, produtos de higiene pessoal, seguindo os
padrões de sustentabilidade mais recentes. Tratava-se de um
empreendimento de 6 andares, com mais de 400 mil metros
quadrados.
Foram prestados serviços de consultoria ao construtor, no sentido de
implementar todas as medidas de logística necessárias para assegurar
três aspetos fundamentais, a saber:
Assegurar que o fornecimento de materiais se centralizava
perto da sede;
Utilizar materiais locais sempre que possível;
Reutilizar/reciclar 95% dos materiais e equipamentos.
Cerca de 13.200 paletes de materiais foram manuseadas ao longo de um período de construção de 2 anos. O
material não utilizado voltou à origem, em vez de ser depositado em aterro, num total de 38 camiões de
26 toneladas, completamente carregados, resultando numa poupança de 242 mil euros.
O projeto produziu cerca de 3.384 toneladas de resíduos, a uma média de 140 toneladas por mês, sendo que
um mínimo de 76% dos materiais foi reutilizado/reciclado. Adicionalmente, 90% das paletes utilizadas foram
devolvidas aos fornecedores
BENEFÍCIOS
Poupança de 242 mil euros,
pelo desvio de materiais
não utilizados de aterro
76% dos materiais residuais
foram reciclados
Redução da intensidade do
tráfego nas zonas próximas
e aumento da
produtividade na instalação
Mais de 6 mil toneladas de
aço e 17 mil m3 de betão
foram removidas e
recicladas
58 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Lyonnaise des Eaux
Setor: Água e saneamento
Dimensão: Grande
País: França
Descrição da Atividade
A Lyonnaise des Eaux é parte integrante do grupo Suez Environnement e dedica-se à prestação de
serviços de abastecimento de água e saneamento às populações.
Projeto
A Lyonnaise des Eaux concebeu o sistema Degrés Bleus, capaz de
recuperar e reutilizar o calor contido nas águas residuais. O calor é
depois utilizado para aquecimento e refrigeração de edifícios.
Ao utilizar esta tecnologia, a empresa consegue reduzir as emissões de
GEE provenientes do aquecimento e refrigeração de edifícios em 60%.
O sistema oferece uma solução para a redução dos custos energéticos, reduzindo simultaneamente o impacto
da atividade humana no ambiente.
As águas residuais são uma fonte de energia renovável que é tradicionalmente desaproveitada. A sua
temperatura flutua entre os 12ºC e os 20ºC durante o ano, tornando-as uma fonte de excesso de calor durante
o inverno e uma fonte de refrigeração durante o verão.
O excesso de calor pode ser recuperado através de coletores de água integrantes da rede de distribuição de
água e saneamento ou recorrendo a água obtida em estações de tratamento. Uma vez recolhido, o calor é
integrado no circuito principal de aquecimento, através de uma bomba de calor.
Intesa Sanpaolo
Setor: Banca
Dimensão: Grande
País: Itália
Descrição da Atividade
A Intesa Sanpaolo é a segunda maior instituição bancária em Itália.
Projeto
A Intesa Sanpaolo detém cerca de 60 mil computadores, considerando
escritórios centrais e filiais, e implementou um sistema que desliga
automaticamente os computadores durante a noite e ao domingo,
reiniciando-os pela manhã.
O sistema reduz custos energéticos (para cada posto de trabalho e em
ar condicionado) e reduz a pressão sobre os equipamentos, diminuindo
custos de manutenção dos equipamentos.
No seu balanço de 2013, o banco reportou diminuição de custos energéticos e emissões de GEE.
BENEFÍCIOS
Redução do consumo
energético de edifícios
Redução das emissões de
GEE
BENEFÍCIOS
Redução do consumo
energético e emissões de
GEE
Diminuição dos custos de
manutenção com os
computadores
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 59
Bourne Prepared Produce
Setor: Alimentação e Bebidas
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Bourne Prepared Produce é parte integrante do grupo Bakkavör, uma empresa líder de mercado
no fornecimento de alimentos frescos.
Projeto
A Bourne Prepared Produce procurou formas de otimizar o seu
consumo de água e de gestão de efluentes. Nesse sentido,
desenvolveu um projeto intitulado "bioreator de membrana
avançado", que consiste num sistema de tratamento biológico
aeróbico assente num processo de lamas ativadas intensivo, em que a
fase de separação de biomassa se processa através de um processo de
ultrafiltração (UF).
As membranas UF substituem a fase de decantação num sistema de
lamas ativadas convencional, efetivamente revolucionando o processo.
A separação de biomassa de águas tratadas não só fornece água de
qualidade filtrada, como também oferece possibilidades de reutilização
e permite que se desenvolvam concentrações de biomassa muito
elevadas de sólidos do licor de mistura em suspensão (MLSS - Mixed
Liquor Suspended Solids) no bioreator, sem os efeitos negativos
associados às técnicas de tratamento tradicionais.
Após as bactérias terem sido eliminadas das águas residuais tratadas, estas são sujeitas a um processo de
osmose inversa e desinfeção ultravioleta, para que se transformem em água potável.
Com a implementação deste processo, a empresa conseguiu reduzir em 45% as suas necessidades de água e
em 75% as suas descargas de efluentes para o sistema de saneamento. Dos cerca de 1.200 m3 de água tratados
diariamente, cerca de 450 m3 são depois reutilizados.
O período de retorno do investimento efetuado é de cerca de 5 anos.
BENEFÍCIOS
Redução do impacte
ambiental
Dos 1.200 m3 de água
tratados diariamente, 450 m3
são reutilizados
Redução do consumo de
água em 45%
Redução de efluentes para
esgoto em 75%
Período de payback de
5 anos
60 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Nexiform
Setor: Cerâmica
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Nexiform dedica-se à produção de azulejos de uso doméstico, com matérias-primas provenientes
de resíduos de construção e materiais recicláveis.
Projeto
A Nexiform desenvolveu um azulejo curado a frio, constituído em 85%
por materiais provenientes de resíduos de construção e materiais
recicláveis. O azulejo recebe depois um acabamento personalizado, em
qualquer estilo ou cor, tornando o novo azulejo tão atraente como um
azulejo tradicional, mas com enormes melhorias no seu padrão de
sustentabilidade.
Uma vez que o processo típico de fabricação de azulejos necessita de
muito calor (e assim, de energia), esta pequena empresa percebeu que
a única forma de se manter competitiva e de promover a
sustentabilidade era através de uma alteração nos seus processos.
A introdução de eco-inovação na empresa levou a uma avaliação
interna a todos os níveis: estrutura da gestão, desenvolvimento de
produtos, marketing, vendas, logística, recrutamento, formação,
política de compras, equipamentos, embalagem e produção.
A empresa está agora a considerar a introdução de um sistema de reciclagem de ciclo fechado.
Bourgeois
Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos
Dimensão: PME
País: França
Descrição da Atividade
A Bourgeois dedica-se ao fabrico de fornos para uso doméstico.
Projeto
Recorrendo à metodologia de ecodesign "Maieco" (já integrada na
norma francesa NF E 01005), a Bourgeois procedeu a uma avaliação do
impacte ambiental em todas as fases do ciclo-de-vida dos fornos,
tendo identificado várias áreas de intervenção prioritárias.
O resultado foi um forno que consome menos 35% de energia que o seu antecessor, pesa 10% menos e tem
uma taxa de reciclagem de 90%. O modelo é adicionalmente três vezes menos barulhento e cumprirá com as
futuras regras europeias sobre eficiência energética.
BENEFÍCIOS
Produto composto em 85%
por materiais recicláveis
Produto 100% reciclável
Redução dos consumos
energéticos e de matérias-
primas
Abertura de novos
mercados com novo
modelo de negócios
Ganhos de imagem
Aumento do volume de
negócios permitiu a criação
de 45 novos empregos
BENEFÍCIOS
Redução do consumo
energético do forno em 35%
Taxa de reciclagem de 90%
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 61
Ceramica Fondovalle
Setor: Cerâmica
Dimensão: PME
País: Itália
Descrição da Atividade
Com mais de 50 anos de experiência, a Ceramica Fondovalle é líder de mercado na produção e
venda de pisos de cerâmica e azulejos de parede.
Projeto
A Ceramica Fondovalle desenvolveu um processo de tratamento de
superfícies aplicável a grés. Consiste num processo para
moagem/polimento de grés.
O projeto tentou resolver o problema da grande quantidade de
resíduos produzida aquando da fase de lixagem e polimento de
revestimentos cerâmicos.
A tecnologia utilizada consiste no uso de uma mistura homogénea de
substâncias (como partículas abrasivas, por exemplo) do produto a ser
processado (corindo, zircónio, argila), projetada a alta pressão na
superfície a ser tratada.
Permite a recuperação de materiais abrasivos utilizados e reutilizados
como matéria-prima na produção de revestimentos cerâmicos.
Com o desenvolvimento deste projeto, a empresa consegue tratar a
totalidade das superfícies secas produzidas por si, cerca de 2,5 milhões
de m2/ano. O novo processo, contrariamente ao anterior, funciona em
qualquer tipo de superfície, independentemente da estrutura.
Para além da quantidade de resíduos que produz, o processo de acabamento de produtos cerâmicos é também
um forte consumidor de recursos energéticos e de água. Com a introdução deste novo processo, a empresa
reduziu o consumo de água em 20 mil litros por dia (4,7 milhões de litros/ano), a produção de lamas de
polimento em 18 mil kg diários (4.300 toneladas/ano), o consumo de energia não ultrapassa 1 KW/h por m2
(redução de cerca de 50%), reduziu os discos abrasivos esgotados em 20 mil unidades/ano e utiliza 10% menos
de esmaltes.
BENEFÍCIOS
Redução do consumo de
água em 4,7 milhões de
litros/ano
Redução das lamas de
polimento em
4.300 toneladas/ano
Redução do consumo
energético em 50%
Poupança de 20 mil discos
abrasivos/ano
Redução do uso de
esmaltes em 10%
62 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
SPL Ltd
Setor: Comércio a retalho e grossista
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A SPL Ltd é uma empresa privada familiar, fundada em 1956, que importa e exporta alimentos
exóticos de cinco continentes. Abastece grandes cadeias de supermercados e múltiplos outros
retalhistas, bem como grupos de cash & carry, produtores e grossistas.
Projeto
Primeiramente, a SPL Ltd recorreu a uma ferramenta de diagnóstico
para identificar os principais consumidores de energia e água, bem
como de produção de resíduos na empresa. Foi recolhida informação
detalhada sobre consumos de eletricidade, gás e água e identificados
os processos mais ineficientes e consumidores de recursos.
Alguns exemplos das áreas identificadas são: capacidade elétrica instalada, consumo energético de máquinas
de vending, equipamentos de escritório e refrigeradores de água, método de carregamento da bateria dos 10
empilhadores da empresa, controlo de temperatura e uso de água nas casas de banho.
O mesmo processo foi utilizado para analisar a produção de resíduos na empresa, identificando também os
custos da sua gestão e o operador que gere o serviço.
O ponto chave para o sucesso da eco-inovação na SPL foi obter uma perceção dos seus consumos de água,
energia e gás, tendo-se partido daí para obter melhorias na eficiência dos recursos.
Apresentam-se de seguida alguns dos resultados obtidos pela empresa, fruto da implementação de um projeto
de eco-inovação:
Aproveitamento da tarifa noturna para carregar a bateria dos empilhadores, utilizando
temporizadores (poupança efetiva de 2.500 euros);
Formação sobre condução aos trabalhadores e disponibilização de equipamentos de navegação
(poupança estimada de 15 mil euros);
Introdução de temporizadores em máquinas de vending e refrigeradores de água, de modo a garantir
que estão desligados quando não estão em uso e nos feriados (poupança efetiva de 4 mil euros);
Carregamento da bateria dos empilhadores quando consumida em 80% (poupança efetiva de mil
euros);
Redução da temperatura nos escritórios em 4ºC (poupança efetiva de 600 euros);
Isolamento térmico da área de escritórios (poupança estimada de 350 euros);
Renegociação do contrato de gestão de resíduos (poupança efetiva de 4.200 euros/ano);
Instalação de saco-autoclismo nas sanitas (save-a-flush) (poupança efetiva de 350 euros);
Introdução de toneiras de botão nas casas de banho (poupança estimada de 280 euros).
BENEFÍCIOS
Redução da emissão de CO2
anual em 23 toneladas
Identificadas oportunidades
de poupança no valor de
85 mil euros
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 63
Lubrizol Advanced Materials Manufacturing Spain SL
Setor: Produtos químicos
Dimensão: PME
País: Espanha
Descrição da Atividade
A Lubrizol Espanha dedica-se à produção de produtos químicos especializados, de base
tecnológica e reduzido impacte ambiental.
Projeto
Na Lubrizol Espanha o uso de solventes orgânicos produz emissões de
COV (compostos orgânicos voláteis), que provocam impactes
ambientais: contribuem para a formação de oxidantes fotoquímicos na
camada superior da atmosfera, penalizando o homem e o ambiente.
O objetivo do projeto foi desenvolver um processo inovador para a
captura e eliminação de emissões de COV provenientes do uso de
compostos de solventes orgânicos, por oxidação catalítica.
Operacionalmente, o projeto passava por substituir a tecnologia
utilizada (scrubbers) e controlar e reduzir as emissões de COV.
Após a implementação do projeto, a empresa aumentou a eficiência na
eliminação de COV em 99,5%, reduziu as emissões de COV para entre
4,7 e 14,4 mg/Nm3 (o máximo aceitável é de 150 mg/Nm
3, segundo a
Diretiva 1999/13/CE), reduziu o consumo energético em 993,486 KW/h
por ano, reduziu o consumo de água em 25 m3/ano e minimizou a
produção de resíduos – o novo processo produz menos 140 toneladas
de resíduos por ano do que a anterior tecnologia utilizada.
Smart Green Systems Ltd.
Setor: Tecnologias ambientais
Dimensão: PME
País: Malta
Descrição da Atividade
A Smart Green Systems Ltd. opera no ramo das tecnologias ambientais em Malta.
Projeto
A Smart Green Systems Ltd, com o seu produto Econ, produz
oxihidrógenio a partir da água. Utilizando uma porção muito pequena
de eletricidade, apelidada de eletrólise, o Econ separa o oxigénio do
hidrogénio, criando imediatamente gás hidrogénio, que é utilizado
como substituto para combustíveis fósseis.
A tecnologia pode ser utilizada para aquecimento, cozinha e até veículos automóveis.
BENEFÍCIOS
Redução das emissões de
COV
Aumento da eficiência de
eliminação de COV em
99,5%
Redução do consumo de
água em 25 m3/ano
Diminuição da produção de
resíduos em 140
toneladas/ano
BENEFÍCIOS
Redução da dependência de
combustíveis fósseis
64 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
DLA Piper Scotland LLP
Setor: Serviços
Dimensão: Grande
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A DLA Piper é uma empresa global especializada em serviços legais, tendo-se tornado, em 2007, a
primeira empresa mundial do segmento a obter a certificação ISO 14001, parte fundamental da sua
iniciativa global de sustentabilidade.
Projeto
Os escritórios da DLA Piper na Escócia ocupam quatro andares de um
prédio de seis andares e incluem escritórios, cozinha e casas de
banho. O escritório implementou uma série de medidas de
eco-inovação de baixo custo/sem custo, que resultaram em redução
de custos e impacte ambiental.
A empresa encetou numerosos esforços no sentido de reduzir as
emissões de dióxido de carbono associadas a viagens de negócios,
promovendo o uso de tecnologias como a teleconferência,
videoconferência e apresentações online.
Todas as emissões de CO2 produzidas são contrabalançadas com a aquisição de créditos de carbono. Num ano,
54,5 toneladas de CO2 foram compensadas, com um custo de 325 euros.
A empresa monitoriza todos os seus consumos energéticos, de água e papel, o que lhe permitiu uma poupança
de cerca de 56 mil euros em três anos. Algumas das medidas implementadas são as seguintes:
Instalação de lâmpadas de eficiência energética e sensores passivos de movimento em dois elevadores
e na garagem;
Instalação de temporizadores no sistema de iluminação das escadas e refrigeradores da sala de
reuniões;
Instalação de sensores de proximidade em máquinas de vending;
Substituição de equipamentos por outros mais eficientes (por exemplo, máquina de lavar, frigorífico,
televisores, monitores, etc.);
Implementação de uma política de "desligamento" de luzes (swith off) com a equipa de segurança;
Instalação de caldeira eficiente;
Instalação de válvulas de radiadores com controlo de temperatura;
Instalação de vidros duplos e calafetagem de janelas e portas interiores;
Implementação de prática de separação de resíduos (papel, vidro, baterias, alumínio, copos de
plástico, mobiliário e toners). A taxa de reciclagem global do escritório é de 26% (muito acima da
média nacional), cerca de 20 toneladas por ano, o que permitiu uma grande redução de custos;
Implementação de medidas de redução do consumo de água (redução da pressão, instalação de
mecanismos de descarga dupla nas sanitas e de um sistema de cloração da água nos depósitos de
água), que resultaram numa poupança de 775 euros;
Substituição de contadores de água de 50 mm por contadores de 40 mm (reembolso de 43 mil euros e
poupança anual de 725 euros);
Identificação e reparação de fugas de água.
BENEFÍCIOS
Redução das emissões de
CO2 provenientes de
consumo energético em
57 toneladas (em 3 anos)
Redução dos custos
energéticos em 11 mil euros
(em 3 anos)
Poupança global de 56 mil
euros (em 3 anos)
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 65
AkkuSer Ltd.
Setor: Gestão de Resíduos
Dimensão: PME
País: Finlândia
Descrição da Atividade
A Akkuser criou um negócio muito rentável de reciclagem de baterias e acumuladores utilizados em
produtos sem fios como câmaras digitais, câmaras de vídeo, telemóveis e computadores.
Projeto
A empresa criou um processo apelidado de "Tecnologia Seca" (Dry
Technology), que é único no mundo. A tecnologia permite a triagem de
materiais recicláveis, transformando-os em metais utilizados como
matéria-prima na indústria da eletrónica, bem como a sua preparação
para reutilização.
O método permite a produção de diversos novos produtos a partir dos materiais utilizados nas baterias, sem
recorrer a químicos, aquecimento ou incineração.
Esta tecnologia resulta da necessidade de cumprir com a diretiva europeia que obriga os produtores a reciclar
todas as suas baterias e acumuladores, abrindo assim um enorme mercado à empresa. A Akkuser processa
praticamente todos os resíduos de baterias e acumuladores produzidos na Finlândia e Estónia, bem como
metade dos resíduos produzidos na Noruega e na Suécia.
Durante o processo, não são produzidos resíduos perigosos ou emissões de CO2 perigosas.
Edel City
Setor: Comércio a retalho
Dimensão: PME
País: Finlândia
Descrição da Atividade
A Edel City é uma empresa finlandesa que vende apenas produtos de luxo ética e ecologicamente
fabricados. Todos os seus produtos são fabricados localmente e feitos de matérias-primas recicladas
e/ou orgânicas.
Projeto
O conceito da Edel City constitui uma eco-inovação em termos do seu
modelo de negócio.
Do ponto de vista ambiental, a sua atividade é responsável, em função
da utilização exclusiva de materiais reciclados/recicláveis na produção
e por todo o processo produtivo (desde a pré-produção de materiais
até ao produto final) ser realizado nas proximidades da loja.
Para além do uso de materiais "amigos" do ambiente e da abordagem de ciclo-de-vida empregue, a empresa
utiliza energias limpas no processo produtivo.
A Edel City é a primeira empresa finlandesa de luxo com uma abordagem claramente eco-inovadora, o que lhe
permite cobrar um premium suplementar sobre os seus produtos.
BENEFÍCIOS
Aumento da eficiência
interna da empresa
Abertura de novos mercados
BENEFÍCIOS
Redução dos custos de
materiais e energia
Diminuição da pegada
ecológica da empresa
Premium sobre os produtos
66 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Werzalit AG + Co KG
Setor: Mobiliário de madeira
Dimensão: PME
País: Alemanha
Descrição da Atividade
A Werzalit é uma empresa alemã de média dimensão e dedica-se à produção de folheados de
madeira, painéis de madeira em fasquias, mobiliário e componentes, particularmente para uso de
exterior (resistente a intempéries). Os produtos utilizam aglomerados de duroplástico protegidos com
fungicidas.
Projeto
A produtividade da Werzalit era baixa, em função de um processo
produtivo que era muito demorado. O consumo energético era
elevado, derivado de tratamentos muito demorados a altas
temperaturas e os materiais usados na produção eram de difícil
reciclagem e de produção a custos razoáveis.
O principal objetivo do projeto foi instalar uma unidade de teste para a
produção de materiais de madeira para uso exterior, resistentes a
intempéries, revestidos e unidos com termoplásticos, utilizando
extensivamente resíduos de plásticos.
O novo material permitiria combinar as vantagens das partículas de madeira (aparas) e dos termoplásticos,
reciclar resíduos de termoplásticos (por exemplo, resíduos de embalagens), minimizar o uso de material
termoplástico em compostos de madeira/plástico (substituição até 100%) sem perda de qualidade, redução
das quantidades de material necessárias (em função do perfil fino e da alta estabilidade das peças de trabalho)
e aumentar o número de aplicações dos aglomerados.
O projeto foi bem sucedido. A nova tecnologia utiliza um material composto de termoplástico/madeira
reciclado, em vez de aglomerados revestidos com resinas duroplásticas. Alguns dos resultados obtidos foram os
seguintes:
A madeira é neutra em termos de emissões de CO2;
Substituição de resinas de polímeros novas (até 100%) como matéria-prima;
Redução das necessidades energéticas (tempos de produção mais curtos e temperaturas mais baixas);
Eliminação do uso de fungicidas;
Produto equilibrado fisiologicamente (sem halogéneos, cloros, formaldeído, etc.);
Criou novas oportunidades para a reciclagem de resíduos de termoplásticos (por exemplo,
embalagens);
Material novo é facilmente reciclável;
Sobras de materiais e aparas podem ser devolvidas ao processo produtivo;
Material novo apresenta potencial para substituir os atuais aglomerados de madeira em grande escala
(é de maior qualidade e mais barato);
Material novo apresenta potencial para substituir também outros materiais, uma vez que a empresa
pode adotar a moldagem por injeção como um método de produção versátil.
No final do projeto, foi instalada uma unidade de grande escala de moldagem por injeção, que está a produzir
uma quota crescente dos produtos da Werzalit com o novo material.
BENEFÍCIOS
Redução do uso de
materiais e aumento do
reaproveitamento
Redução das emissões de
CO2
Novo material permite
alterações profundas no
processo produtivo
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 67
Plantagon
Setor: Agricultura
Dimensão: PME
País: Suécia
Descrição da Atividade
A Plantagon opera no setor da "agricultura urbana", oferecendo soluções que minimizam o uso de
transportes, água, energia, solos e produção de resíduos.
Projeto
A Plantagon criou o conceito de "estufa vertical", um produto
inovador, especificamente desenhado para cenários urbanos. A ideia
base é aproximar a produção do consumidor, cultivando produtos em
estufas que ocupam menos espaço e estão integradas na
infraestrutura das cidades.
A estufa fornece produtos de elevada qualidade, ambientalmente responsáveis e produzidos localmente, a um
preço mais baixo, em função da redução dos custos de transporte e diminuição de emissões.
Alface e ervas estarão prontas a colher 28 dias após semeadas. A título de exemplo, a estufa a implementar na
cidade de Linköping, produzirá cerca de 400 toneladas de alimentos, dependendo do que é produzido.
No entanto, esta é uma tecnologia extremamente dispendiosa e com período de payback muito longo, não
sendo expectável que se massifique nos próximos anos.
Atherstone Accident Repair Centre Ltd
Setor: Reparação de veículos automóveis
Dimensão: PME
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Atherstone Accident Repair Centre Ltd é uma oficina de reparação automóvel reputada no Reino
Unido.
Projeto
A Atherstone Accident Repair Centre Ltd desenvolveu uma cabine de
pintura ecológica, que recorre exclusivamente a eletricidade,
eliminando o uso de gás, diminuindo as emissões de CO2 e reduzindo a
fatura energética. A redução de custos implica um período de payback
de 3 anos sobre o investimento de 72 mil euros efetuado.
Um sistema de infravermelhos de alta temperatura aquece a cabine
para os ciclos de pintura e secagem e é 75% eficiente na filtração e
recirculação do ar, tornando-se a cabine de pintura mais
ambientalmente eficiente no Reino Unido.
BENEFÍCIOS
Redução de emissões
Aumento da qualidade dos
produtos
BENEFÍCIOS
Redução do consumo
energético em 80%
Eliminação do uso de gás
Redução das emissões
Poupança de 60 mil €/ano
com eco-inovação
68 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Ruhl & Co. GmbH
Setor: Tratamento de superfícies
Dimensão: PME
País: Alemanha
Descrição da Atividade
A Ruhl & Co. GmbH é uma empresa de tratamento de superfícies direcionada para o setor da
engenharia mecânica e aplicações para a indústria automóvel.
Projeto
A Ruhl & Co. GmbH realizou uma auditoria nas suas instalações, no
sentido de perceber se haveria possibilidade de melhorar a eficiência
do processo produtivo. Recorrendo a ferramentas de análise de fluxo
de materiais, foram identificadas operações incorretas de
desparafinagem numa das unidades produtivas, o que conduzia a um
grande desperdício de recursos. Particularmente, estavam a perder-se
produtos químicos por arraste (remanescente na superfície metálica)
após o tratamento químico. Registava-se também maior perda de água
no enxaguamento de metais tratados e devido a coberturas de banho
mal construídas que não evitavam a evaporação. A avaliação
identificou também que um novo pavilhão de fabrico tinha um sistema
de aquecimento instalado ineficiente.
A solução implementada previa um novo processo de parafinagem, acompanhado de um sistema de
recuperação de arrastes, para prevenir desperdícios de produtos químicos e óleos. Foi instalado um novo
sistema de enxaguamento para reduzir o desperdício de água, bem como novas coberturas de banho, de modo
a prevenir a evaporação e perdas de água adicionais. O problema do aquecimento no pavilhão novo foi
resolvido de uma forma inovadora, com a instalação de um sistema de aquecimento por baixo do pavimento
que reutiliza o calor emitido por fornos de têmpera utilizados no processo de galvanoplastia.
A reconstrução das unidades produtivas teve um custo de cerca de 4 mil euros. No entanto, a empresa
conseguiu aumentar os seus lucros, em virtude da poupança em produtos químicos e água. Através da
implementação de medidas eco-inovadoras de melhoria da eficiência de recursos, a empresa conseguiu efetuar
poupanças em grande escala:
Prevenindo a perda de 15 mil kg de produtos químicos;
Introduzindo medidas de recuperação e gestão de água, que pouparam 600m3/ano;
Reduzindo o consumo de produtos químicos e água em 5-8%;
Poupando energia com um inovador sistema de aquecimento;
Aumentando os lucros em 10%;
Payback foi de 4 meses.
BENEFÍCIOS
Aumento do lucro em 10%
Período de retorno do
investimento de 4 meses
Redução do consumo de
químicos e água em 5-8%
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 69
Heliocos GmbH
Setor: Saúde
Dimensão: PME
País: Alemanha
Descrição da Atividade
A Heliocos GmbH é uma start-up alemã a operar no mercado da medicina dentária.
Projeto
A Heliocos GmbH procurou formas de melhorar a sua imagem junto
dos consumidores, particularmente ao nível da sustentabilidade
empresarial. A empresa focou-se no seu sistema de transporte e
embalagem, procurando reduzir as entradas de materiais, no sentido
de reduzir custos e o impacte ambiental. Para tal, a empresa recorreu a
duas metodologias diferentes: a metodologia de inovação "i.con" e a
metodologia de gestão de equipas "Symple". Com base nestas duas
metodologias, foram realizados workshops com pessoas chave dentro
da organização, fornecedores e potenciais consumidores, de modo a
identificar soluções estratégicas. Durante o processo, foram
identificadas diversas áreas de melhoria.
Conseguiu-se uma redução nos custos de transporte, recorrendo a uma solução de armazenagem interna e
uma redução de 50% nos materiais usados para fabricar uma parte do produto, com a colaboração dos
fornecedores. A utilização de uma solução de embalagem menos dispendiosa e mais ecológica, consumidora de
menos recursos, permitiu uma redução na produção de resíduos e nos custos de transporte.
Indesit Company UK
Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos
Dimensão: Grande
País: Reino Unido
Descrição da Atividade
A Indesit é um dos maiores produtores de eletrodomésticos na Europa.
Projeto
A Indesit incorporou plásticos reciclados provenientes do seu fluxo de
resíduos em duas das suas máquinas-de-lavar topo de gama com
sucesso. A empresa trabalhou com a empresa a quem subcontrata a
produção de moldes de plástico para que passasse a produzir um novo
painel de acesso. O novo painel recorre totalmente a plástico reciclado
proveniente de frigoríficos domésticos com características similares à
peça fabricada anteriormente com matéria-prima virgem.
A empresa conseguiu manter os custos de produção, mantendo os tempos de ciclo no processo de moldagem.
Assim, obteve uma redução de 5% no custo de transporte de matéria-prima e uma diminuição significativa das
emissões de CO2, que resultaram numa redução dos custos totais e do uso de matérias-primas na empresa.
BENEFÍCIOS
Redução dos materiais
utilizados, em parceria com
fornecedores
Redução da produção de
resíduos
Redução de custos de
transporte
BENEFÍCIOS
Redução das emissões de
CO2
Redução dos custos totais e
de transporte de matérias-
primas em 5%
70 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Knudsen Køling
Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos
Dimensão: PME
País: Dinamarca
Descrição da Atividade
A Knudsen Køling é uma empresa dinamarquesa de média dimensão que produz e instala sistemas
de refrigeração comerciais para supermercados e áreas similares. A empresa desenvolveu extensa
investigação e desenvolvimento sobre o uso de CO2 como refrigerante.
Projeto
O projeto da Knudsen Køling procurou demonstrar os benefícios
comerciais e ambientais do uso de sistemas de refrigeração
transcríticos de CO2 em supermercados e áreas similares. Foi concebido
um sistema otimizado à base de CO2 e testada a sua capacidade de
refrigeração, eficiência energética, segurança e funcionalidade.
O projeto atingiu os seus objetivos, funcionando o sistema de forma
satisfatória nos espaços a que estava destinado, tendo sido necessário
um aumento da pressão de operação, o que envolveu redesenhar os
componentes do compressor, bem como substituir as tradicionais
tubagens em cobre por tubagens em aço nos ciclos de evaporação de
refrigeração do frigorífico.
A nova tecnologia permite reduzir os custos de produção, comparativamente a tecnologias HFC
(hidrofluorocarbonetos), bem como reduzir os custos operacionais, em função dos seguintes fatores:
Menor consumo energético – o consumo energético de um sistema à base de CO2 é 4% menor face a
um sistema HFC (sistema R404a paralelo);
Menores custos de manutenção, em função do preço mais baixo do refrigerante de CO2.
Estes fatores levam a uma redução dos custos combinados de aquisição e manutenção de cerca de 5%.
Adicionalmente, a tecnologia oferece maior segurança e fiabilidade face aos modelos HFC, bem como melhoria
dos impactes ambientais.
As oportunidades comerciais são particularmente relevantes no segmento de menor potência (frigoríficos até
100 kW), em virtude de uma competitividade assente nos fatores preço e simplicidade. A tecnologia
transcrítica de CO2 é considerada de fácil manutenção e o CO2 encontra-se disponível a preços competitivos,
não havendo por isso limitações geográficas à implementação da nova tecnologia.
A tecnologia pode ser aplicada em equipamentos como unidades de condensação, unidades herméticas de
plug-in e máquinas de vending. Após este projeto, diversos outros fabricantes desenvolveram tecnologias
similares, estando já esta tecnologia a ser utilizada em grande escala, tendo conduzido a elevados benefícios
ambientais, essencialmente devido à redução do uso de HFC. Esta é uma questão particularmente importante,
numa altura em que a União Europeia enceta esforços no sentido de minimizar o uso de HFC.
BENEFÍCIOS
Redução do consumo
energético no uso dos
equipamentos em 4%
Redução dos custos de
aquisição e manutenção
em 5%
Redução do uso de HFC e
das emissões de CO2
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 71
4.2. PROJETOS E TECNOLOGIAS ECO-INOVADORAS EM
DESENVOLVIMENTO
Neste capítulo do estudo identificam-se diversos projetos e tecnologias eco-inovadoras em desenvolvimento
um pouco por toda a Europa, que poderão servir como fonte de inspiração às empresas portuguesas ou como
um primeiro contacto com projetos cuja implementação faça sentido na sua organização. No final da descrição
de cada projeto, apresenta-se o website em que os interessados poderão encontrar mais informação.
PROJETO_ i-NanoTool
Duração: 01/07/2013 – 31/12/2015
Setor: Multissetorial
Países a desenvolver o projeto: Espanha, Finlândia, Roménia e Portugal
Descrição do Projeto
O i-NanoTool é um projeto europeu, direcionado ao desenvolvimento de uma ferramenta interativa
para implementação da legislação ambiental em produtores de nanopartículas.
Problema
A produção de nanomateriais envolve potencialmente vários riscos ambientais, diretamente relacionados com
o processo (produção e incorporação em nanocompósitos) e com os resíduos gerados, que podem
compreender tipologias como desperdícios contaminados, filtros e equipamentos descartados.
Objetivo
O i-NanoTool pretende contribuir para a implementação eficiente de legislação e políticas ambientais em
empresas produtoras de nanopartículas, especialmente PME. Está previsto o desenvolvimento de uma
plataforma interativa (e-tool) para um autodiagnóstico ambiental dirigido aos produtores de nanopartículas
nos países europeus.
Resultados esperados
O i-NanoTool permitirá uma redução do impacte ambiental do processo de produção de nanomateriais,
através da consolidação de conhecimentos, implementação, atualização, acompanhamento e avaliação de
legislação e políticas ambientais, aplicável aos produtores de nanopartículas, seja a nível regional, nacional
e/ou europeu.
Estima-se que a ferramenta desenvolvida no âmbito deste projeto seja implementada em 20 produtores de
nanomateriais na Europa ainda durante a vigência do mesmo. Após o término do projeto é esperado um
impacto positivo cumulativo da ferramenta.
Prevê-se uma divulgação do i-NanoTool a cerca de 50% dos produtores de nanomateriais na Europa dada a
capacidade de disseminação do consórcio, com membros de 4 países europeus diferentes, e dos respetivos
contactos noutros países, possibilitando uma melhoria ambiental em aproximadamente 150 empresas.
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/3086_4131_development-interactive-tool-implementation-
environmental-legislation-nanoparticle-manufac
http://www.inanotool.com
72 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ Ecrebo
Duração: 18/06/2012 – 17/06/2014
Setor: Comércio a retalho
Países a desenvolver o projeto: Reino Unido, França, Alemanha e Espanha
Descrição do Projeto
A tecnologia em que assenta o projeto Ecrebo permite aos retalhistas emitir recibos e cupões
digitais, a partir das infraestruturas de ponto de venda já existentes, recorrendo a um simples
upgrade de software.
Como funciona
O Ecrebo é uma tecnologia inovadora de grande simplicidade e segurança, que permite aos retalhistas reduzir
os custos ambientais e financeiros dos recibos de papel e cupões.
Os clientes podem criar uma conta, que lhes permite receber e consultar recibos e vouchers de forma segura
online e através de aplicações para smartphone. O sistema é construído numa escala que permite que o
consumidor o possa utilizar na grande maioria das transações que efetua. Para acelerar o dimensionamento do
sistema, é aplicado um sistema "coupon at till", em que o consumidor recebe imediatamente um voucher no
momento de aquisição, no ponto de venda.
Adicionalmente, o sistema cria uma gigantesca base de dados de clientes, facilmente consultável, permitindo
uma melhor e mais direcionada gestão de marketing às empresas.
Resultados esperados
Redução da quantidade de papel utilizado na emissão de faturas e cupões;
Gestão em tempo real de campanhas de marketing direcionadas a milhões de clientes, sem necessidade
de fidelização;
Entrega imediata e direcionada de cupões a clientes específicos, diretamente no ponto de interesse;
Redução do uso de papel utilizado em campanhas de marketing de entrega por correio;
Redução de emissões de CO2 associadas ao marketing de publicidade endereçada;
Acesso à plataforma online, sem necessidade de software nativo.
Informação sobre o projeto
http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2187
http://www.ecrebo.com
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 73
PROJETO_ NAHCO3
Duração: 01/07/2011 – 30/06/2014
Setor: Gestão de Resíduos
Países a desenvolver o projeto: Holanda
Descrição do Projeto
Uma tecnologia inovadora de reutilização de CO2 através da captura do produto dos gases de
combustão de uma unidade de valorização de resíduos, utilizando-o para a produção de
bicarbonato de sódio, resultante da reação alcalina com hidróxido de sódio ou carbonato de sódio.
Problema
O aumento das emissões de dióxido de carbono é a principal causa para o aquecimento global, provocando
efeitos desastrosos no meio ambiente. As tecnologias atuais de redução das emissões, maioritariamente
tecnologias de captura e armazenagem de carbono, têm graves desvantagens técnicas e financeiras (consumos
energéticos, custos de investimento, consumo de absorventes, etc.).
Objetivo
A Twence é uma empresa de gestão de resíduos holandesa e que está a desenvolver uma tecnologia inovadora
que permite a reutilização de dióxido de carbono através da captura de resíduos provenientes de gases de
combustão emitidos na unidade de valorização de resíduos (waste-to-energy) da empresa, que serão utilizados
para a produção de bicarbonato de sódio (NaHCO3), resultante de uma reação alcalina com hidróxido de sódio
(NaOH) ou carbonato de sódio (Na2CO3).
O bicarbonato de sódio será utilizado para a limpeza de gases de combustão na unidade incineradora (remoção
de componentes ácidos), reduzindo custos de aquisição de bicarbonato de sódio dispendioso.
Resultados esperados
A criação de uma nova tecnologia de captura de dióxido de carbono que permitirá reduzir custos de
investimento, diminuir consumos de líquidos de absorção e reduzir custos operacionais;
A criação de uma nova tecnologia de captura de dióxido de carbono com capacidade para a produção de
bicarbonato de sódio in situ, para utilização nos sistemas de limpeza de gases de combustão da unidade
de valorização de resíduos;
A avaliação das potencialidades da produção in situ, armazenagem e reutilização de dióxido de carbono;
A avaliação das perspetivas económico-financeiras da nova tecnologia.
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/1072_1958_producing-sodium-bicarbonate-carbon-dioxide-
captured-flue-gasses-waste-incineration
http://www.twence.nl
74 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ Erutan
Duração: 01/12/2012 – 30/11/2015
Setor: Têxtil
Países a desenvolver o projeto: Áustria, Holanda e Espanha
Descrição do Projeto
A tecnologia em que assenta o projeto Erutan permite criar um ciclo biológico completamente
fechado na produção de tapeçaria, eliminando o uso de químicos e materiais não recicláveis,
culminando num produto 100% reutilizável e biodegradável.
Como funciona
Hoje em dia, a reciclagem de um tapete usual não corresponde a mais de 20% dos materiais utilizados – os
resíduos são incinerados apenas para o reaproveitamento energético.
O projeto Erutan ("nature" – natureza – escrito de forma inversa) é uma solução ecológica para a indústria
mundial de tapeçaria. Consiste na produção de tapeçaria utilizando apenas materiais naturais, excluindo
produtos sintéticos e químicos danosos para o ambiente. O produto final será biodegradável e 100%
reutilizável. É a primeira aplicação industrial direcionada a tapeçaria com um ciclo biológico completamente
fechado.
Para além da anulação de resíduos, a produção destes tapetes de lã requer um consumo energético
significativamente menor durante a lavagem das matérias-primas e particularmente durante a utilização de
enzimas no processo. Adicionalmente, a substituição de substâncias não-renováveis e químicos por enzimas
leva a uma redução do peso, que contribui para menores custos de transporte e gastos de combustível.
Resultados esperados
Industrialização de um processo de lavagem de lã não transformada, como alternativa à abordagem
convencional à base de químicos e um processo de apoio com recurso a colas naturais, geradas através
de enzimas in situ;
Adoção desta tecnologia em cerca de 10% do mercado até 2015;
Redução das emissões de CO2 associadas de 25%;
Reutilização de 100% dos resíduos produzidos;
Reciclagem de 100% dos materiais utilizados;
Redução do consumo energético em 20%, face aos métodos convencionais.
Informação sobre o projeto
http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2201
http://www.erutan.eu
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 75
PROJETO_ Refertil
Duração: 01/10/2011 – 30/09/2015
Setor: Agricultura
Países a desenvolver o projeto: França, Hungria, Eslovénia, Espanha, Dinamarca, Israel, Alemanha,
Holanda, Reino Unido, Itália
Descrição do Projeto
Processo avançado de tratamento de bio-resíduos e de recuperação de nutrientes, com uma
performance de "zero emissões", do qual resultarão fertilizantes naturais, combinado de compostos e
biomassa carbonizada (biochar), que são seguros, ecológicos, económicos e estandardizados.
Problema
Cerca de 40% da área da UE-27 encontra-se dedicada a fins agrícolas, o que denota a importância da
agricultura para o ambiente natural europeu. As atividades agrícolas e humanas causaram uma distorção nos
ciclos naturais de azoto e fósforo na Europa, estimando-se que a atividade humana tenha duplicado a
quantidade global de azoto reativo em circulação e triplicado a quantidade de fósforo desde a revolução
industrial. A agricultura industrial está altamente dependente da entrada contínua destes dois elementos.
Os fertilizantes de azoto requerem enormes quantidades de energia (indústria dos fertilizantes de azoto é a
maior consumidora de gás natural na Europa) e causam emissões de GEE. Já o fósforo é um recurso finito,
sendo apontado que as suas reservas estão perto da exaustão, o que é particularmente problemático, uma vez
que não existe um substituto ao fósforo na agricultura.
É fundamental combater este problema, bem como reduzir o uso de fertilizantes minerais e químicos na
agricultura. Esse objetivo pode ser atingido através da reciclagem e reutilização de resíduos orgânicos tratados
como composto e produtos de biomassa carbonizada.
Objetivo
O Refertil pretende contribuir para a transformação de resíduos urbanos orgânicos, subprodutos da indústria
alimentar e resíduos orgânicos provenientes da agricultura, de um processo de deposição dispendioso para
uma atividade geradora de receita adicional para as empresas. Paralelamente, pretende reduzir o uso de
fertilizantes minerais e produtos químicos na agricultura, incrementando a sustentabilidade ambiental,
ecológica e económica das culturas.
Resultados esperados
Processo de tratamento de bio-resíduos e recuperação de nutrientes, de "zero emissões";
Produtos combinados de compostos e biomassa carbonizada, seguros, económicos e estandardizados;
Forma estandardizada para cumprir com normativos ambientais na agricultura industrial.
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/1031_1780_refertil-improvement-comprehensive-biowaste-
transformation-nutrient-recovery-treatment-pro
http://www.refertil.info
76 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ Ciarm
Duração: 01/12/2011 – 31/07/2014
Setor: Construção
Países a desenvolver o projeto: França, Grécia e Reino Unido
Descrição do Projeto
O projeto Ciarm oferece ao setor da construção a primeira placa para construção totalmente
produzida a partir de resíduos reciclados, reduzindo o fluxo de resíduos associado ao setor.
Como funciona
O projeto Ciarm criou a primeira placa de construção totalmente fabricada a partir de resíduos reciclados.
As placas RGH (Recycled Glass Hybrid – híbrido de vidro reciclado) são o produto final, que numa fase
experimental foram concebidas recorrendo a 144 toneladas de resíduos com uma pegada de carbono de
278g CO2e, comparativamente a 12.000g CO2e nas placas de gesso comuns.
O objetivo da empresa que fabrica o produto é licenciar a tecnologia a outras empresas do setor, permitindo-
lhes reduzir o seu fluxo de resíduos e pegada de carbono.
Resultados esperados
Produção de placas para construção, de qualidade comparável às comuns, construídas a partir do novo
material RGH;
Acreditação do material para uso no setor da construção civil;
Transformação de resíduos de construção civil em recursos aplicáveis;
Redução das emissões de CO2 e pegada de carbono;
Obtenção de uma quota de mercado de 0,5%, ao fim de 5 anos, no mercado das placas de gesso, com o
novo produto RGH.
Informação sobre o projeto
http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2069
http://www.c2muk.co.uk/ciarm.html
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 77
PROJETO_ Libralato
Duração: 01/12/2011 – 31/05/2014
Setor: Indústria automóvel
Países a desenvolver o projeto: Reino Unido
Descrição do Projeto
O Libralato é um motor de rotor (motor wankel) revolucionário. É o primeiro motor a "um tempo" do
mundo – todas as fases do motor ocorrem em cada uma das revoluções, em paralelo. É tão ou mais
eficiente do que um motor a diesel (utilizando gasolina), mas com metade do tamanho e do peso (e
um custo muito inferior).
Objetivo
Apenas 4 peças móveis fundamentais: rotor primário, rotor secundário, palhetas deslizantes, porta de
exaustão rotativa – balanço dinâmico com vibração excecionalmente baixa;
Novo ciclo termodinâmico de troca gasosa entre três câmaras;
Aumento da eficiência global em 9%;
Redução de 30% das emissões de CO2 em motores de gasolina de eficiência 30% e redução de 22% das
emissões em motores a diesel de 40% de eficiência;
Aumento da eficiência termal em 4%, fruto de compressão assimétrica e volumes de expansão;
Aumento da eficiência mecânica em 5%, em função da conceção – binário transferido diretamente ao
veio de saída;
Redução do tamanho e peso em 50%;
Redução dos custos em 30%, em função de redução da massa, eliminação de bielas, cambota,
válvulas, eixos de comando de válvulas, etc.;
Redução do ruído em 50%.
Resultados esperados
Tecnologia inovadora a ser utilizada em veículos híbridos elétricos de baixo custo (a redução na
dimensão e peso permite que todos os componentes híbridos, incluindo baterias, caibam nas
cavidades standard do motor);
Carros com um consumo inferior a 2,8 litros/100 km e emissões de 60g/km de CO2;
Maior eficiência do que motores a diesel e gasolina;
Cumprimento do padrão Euro 6, sobre emissões de veículos ligeiros, a vigorar a partir de setembro
de 2014;
Payback resultante da poupança de combustível de 2 anos.
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/3020_3906_libralato-engine-prototype
http://www.libralato.co.uk
78 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ Coldtainer
Duração: 24/07/2013 – 23/07/2015
Setor: Logística
Países a desenvolver o projeto: Alemanha e Itália
Descrição do Projeto
O Projeto pretende desenvolver um novo tipo de contentor frigorífico ativo que permite a produtores
e transportadores entregar alimentos perecíveis em paletes únicas, passíveis de transporte em
veículos não-refrigerados e de carga fracionada.
Como funciona
Não existe no mercado um serviço similar ao oferecido pelo Coldtainer. O projeto é uma verdadeira inovação
em termos de dimensão e performance, permitindo racionalizar os consumos de energia e reduzir os impactes
ambientais associados a bens alimentares perecíveis no transporte de curta e média distância, apresentando-
se como uma solução ecológica que permite uma logística e sistema de distribuição alimentar mais céleres e
limpos.
Resultados esperados
O projeto irá permitir:
Benefícios ambientais
Menor consumo de recursos nas operações de transporte e armazenagem, redução no consumo de
materiais e emissões de CO2, comparativamente às soluções atuais.
Benefícios económicos
o Possibilidade dos transportadores entregarem em locais sem hubs de refrigeração, com
tempos de trânsito mais curtos e custos inferiores, em total respeito com as condições
básicas de segurança alimentar;
o Possibilidade das empresas transportadoras entrarem no mercado da "refrigeração", com um
investimento baixo, evitando o recurso a frotas de veículos especializados e armazéns
refrigerados;
o Possibilidade das empresas de logística "expresso" otimizarem a rede que compõe a sua frota
internacional de veículos, recorrendo a um serviço de elevada rentabilidade.
Criação de uma nova ferramenta de logística (Coldtainer) que é do interesse de empresas de logística
bem como de produtores.
Informação sobre o projeto
http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2227
http://www.euroengel.it
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 79
PROJETO_ Adfimax
Duração: 01/10/2012 – 30/09/2014
Setor: Alimentação e Bebidas
Países a desenvolver o projeto: França, Espanha, Alemanha e Reino Unido
Descrição do Projeto
O Adfimax pretende melhorar a segurança da alimentação líquida, removendo micotoxinas e
substituindo o atual adjuvante de filtração (Kieselguhr), que é um carcinogéneo humano. Assume
aplicação interssetorial, sendo o foco de aplicação as indústrias da cerveja e do vinho.
Problema
Tanto a indústria da cerveja como a indústria do vinho consomem elevadas quantidades de Kieselguhr, e têm
requisitos legais ambientais de minimização de resíduos de toxinas nos seus processos produtivos a cumprir.
Como funciona
O Adfimax é um adjuvante de filtração assente num processo de tratamento inovador aplicado a determinadas
fibras naturais vegetais. O tratamento incrementa a capacidade da fibra para adsorver preferencialmente
contaminantes tóxicos de bebidas, aumentando a sua capacidade para funcionar como adjuvante de filtração.
Originalmente direcionado à remoção de micotoxinas nas indústrias da cerveja e do vinho, esta tecnologia
demonstrou também a capacidade de remover resíduos de pesticidas com uma eficiência superior aos
métodos tradicionais.
Resultados esperados
Produção de um adjuvante de filtração apenas com materiais naturais e com uma eficácia de filtração
igual, no mínimo, ao Kieselguhr, o líder de mercado mundial;
Redução de substâncias como micotoxinas ou pesticidas em, pelo menos, 80%;
Eliminação de preocupações ambientais e de saúde associadas ao uso e deposição de Kieselguhr;
Produção do novo sistema em quantidades suficientes para abastecer o mercado industrial;
Modelização do sistema para que possa ser utilizado como uma solução personalizada para problemas
específicos no setor agroalimentar.
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/3081_4035_demonstration-innovative-filter-aid-technology-reduce-
undesirable-substances-pesticides-my
http://www.adfimax.com
80 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ Adoxpol
Duração: 01/12/2012 – 30/11/2014
Setor: Multissetorial
Países a desenvolver o projeto: Noruega, Republica Checa, Polónia e Reino Unido
Descrição do Projeto
O projeto Adoxpol é uma tecnologia inovadora de purificação de águas residuais à base de ozono,
permitindo ao utilizador final (no setor industrial) diminuir a produção de águas residuais e reutilizar
aquelas que produz.
Como funciona
Parte central do sistema é uma unidade de injeção de ozono, desenvolvida para maximizar o processo de
oxidação com quantidades mínimas de ozono. O ozono permite a oxidação de substâncias recalcitrantes e,
conjuntamente com uma nova câmara de flutuação desenvolvida para o projeto, incrementa a difusão ótima
de microbolhas, coalescência de materiais coloidais e remoção eficiente de aglomerados de espumas
coagulados/poluentes adsorvidos.
Resultados esperados
Impacte ambiental – os sistemas tradicionais de flutuação por ar dissolvido (FAD) utilizam floculantes
e coagulantes no processo de tratamento, incluindo químicos que podem ter um impacte negativo no
ambiente. Adicionalmente, o uso de floculantes e coagulantes polui as lamas que seriam de outra
forma reutilizáveis. O processo Adoxpol utiliza ozono no processo de flutuação, que possui um efeito
coagulante que ajuda a unir as partículas para melhor flutuação. Paralelamente, o ozono fomenta a
oxidação e desinfeção.
Não são adicionados químicos no processo, salvaguardando o ambiente e possibilitando a reutilização
das lamas.
Desenvolvimento de 5 modelos distintos do sistema, que permitem o tratamento de águas residuais:
o Num sistema de contentor – até 15 m3/hora;
o Até 10 m3/hora;
o Até 30 m3/hora;
o Até 80 m3/hora;
o Até 100 m3/hora.
Informação sobre o projeto
http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2205
http://www.adoxpol.com
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 81
PROJETO_ Sustainability Maker
Duração: 01/06/2012 – 31/05/2015
Setor: Multissetorial
Países a desenvolver o projeto: Alemanha e Itália
Descrição do Projeto
O projeto Sustainability Maker consiste no desenvolvimento de uma plataforma online sobre
sustentabilidade empresarial, com o objetivo de aproximar intervenientes do mercado da
sustentabilidade e empresas. O objetivo é facilitar o acesso das PME à inovação, através de uma
plataforma aberta e de um instrumento de financiamento.
Como funciona
O projeto "Sustainability Maker" pretende tomar partido de tecnologias agregadoras como os novos media e
outras estratégia inovadoras bottom up (da base para o topo) para ajudar a resolver o problema de
sustentabilidade das empresas. O objetivo é criar uma plataforma e rede online, o Sustainability Maker, que
parte de uma perspetiva colaborativa como forma de encontrar soluções criativas.
O projeto alia à plataforma aberta uma aplicação móvel e reuniões físicas anuais, com o objetivo de aproximar
pessoas e empresas para que estas possam endereçar os seus problemas de sustentabilidade de forma
conjunta, produzindo soluções conjuntas e menos dispendiosas. O projeto aproxima também entidades com
problemas de sustentabilidade e entidades que oferecem soluções de sustentabilidade.
Adicionalmente, o projeto incorpora também um mecanismo de financiamento para atividades de
eco-inovação.
Resultados esperados
Desenvolvimento de uma plataforma online (Sustainability Maker) que inclui inovações abertas,
atividades de recrutamento e oportunidades de financiamento, oferecendo soluções inovadoras;
Aplicação Sustainability Maker para smartphone;
Desenvolvimento de uma rede de intervenientes (empresas, universidades, professores, etc.) na UE,
numa primeira fase em Itália, Polónia, Hungria, Dinamarca e Alemanha, contando com cerca de 58 mil
participantes;
Instrumento inovador de financiamento Sustainability Maker;
Redução dos custos de time-to-market da inovação e da sustentabilidade;
Permitir às PME participar em atividades de inovação e recrutamento abertas;
Estabelecer uma nova forma de financiamento da eco-inovação, promovendo parcerias estratégicas.
Informação sobre o projeto
http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage
&n_proj_id=4409
http://sustainabilitymaker.org
82 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ Mesmoproc
Duração: 01/08/2012 – 31/07/2015
Setor: Tratamento de superfícies metálicas/placas de circuito impresso
Países a desenvolver o projeto: Reino Unido, Holanda, França e República Checa
Descrição do Projeto
O Mesmoproc é um processo eletroquímico sem máscaras de modificação de superfícies, inovador,
sustentável, de baixo custo, eficiente em termos de consumo energético e de materiais, aplicável à
metalização seletiva de dispositivos de microescala, componentes e placas de circuito impresso.
Como funciona
O projeto Mesmoproc consiste num processo, apelidado de Enface (micro e nano fabricação eletroquímica,
através de engenharia e química sustentáveis), que transfere padrões para superfícies de substrato. O cobre é
gravado em áreas selecionadas e posteriormente depositado diretamente nessas áreas, que se mantêm
metalizadas.
A capacidade do processo Enface para gravar e galvanizar em áreas de micro-dimensão está já provada.
Objetivo
O projeto Mesmoproc visa a conceção de um processo inovador que combina a engenharia de reator
eletroquímico com agitação por ultrassons, que permita o tratamento de metalização de dispositivos à
microescala, componentes e placas de circuito impresso, sem recorrer ao uso de etapas fotolitográficas
convencionais repetitivas.
Haverá menos etapas face a processos convencionais, serão consumidos menos produtos químicos e
produzidos menos resíduos.
Resultados esperados
Um processo inovador de baixo custo, eficiente em recursos e de maior sustentabilidade, a implementar à
escala industrial. Permitirá maior eficiência operacional, através de um processo mais simples, mais curto e
com menor intensidade de materiais e energia, produzindo menor quantidade de resíduos e emissões de CO2.
No final do projeto, é esperado que o novo processo permita uma redução de 95% das emissões de dióxido de
carbono, comparativamente com os processos litográficos convencionais, bem como reduções similares no uso
de materiais valiosos e produtos químicos perigosos/tóxicos associados. Espera-se também uma minimização
de resíduos (redução em cerca de 20 vezes) e desvio de resíduos de aterro, bem como redução nos consumos
de água e energia, também em cerca de 95%.
É expectável que cerca de 2 mil empresas dos setores do tratamento de superfícies e de placas de circuito
impresso possam vir a adotar esta tecnologia num prazo de 10 a 15 anos.
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/1100_1986_maskless-electrochemical-surface-modification-process
http://mesmoproc.eu
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 83
PROJETO_ Waste2bio
Duração: 01/09/2012 – 31/08/2015
Setor: Gestão de resíduos
Países a desenvolver o projeto: Grécia
Descrição do Projeto
O projeto pretende desenvolver uma tecnologia que, através de processos biológicos, converte
grandes quantidades de bio-resíduos em bio-etanol.
Problema
A gestão de resíduos sólidos na Europa contínua a ser um enorme desafio. A deposição em aterro contínua a
ser o destino final mais usado na gestão de resíduos na maioria dos países europeus, resultando num
desperdício desnecessário de materiais e energia, poluição ambiental e impactos negativos na saúde e
qualidade de vida nos países-membros. Da totalidade de resíduos sólidos produzidos na Europa todos os anos,
cerca de 40% a 50% são bio-resíduos – os restantes são resíduos recicláveis como papel, metais e embalagens.
Os bio-resíduos, que têm um elevado conteúdo de água (entre 65% a 98%), causam inúmeros problemas
económicos e ambientais. A maior ameaça ambiental é a produção de metano, um gás com um forte efeito de
estufa (GEE), 25 vezes mais potente do que o dióxido de carbono (CO2). Se o tratamento de bio-resíduos fosse
maximizado, as emissões associadas de GEE seriam substancialmente reduzidas. A deposição em aterro,
incineração, compostagem ou digestão anaeróbia oferecem uma solução limitada para o problema.
Resultados esperados
Conceção, desenvolvimento, teste, otimização e avaliação de uma instalação inovadora para a produção
de bio-etanol a partir de bio-resíduos, através de processos de bio-conversão. A instalação permitirá
converter mais de 70% dos bio-resíduos em bio-etanol de segunda geração. O bio-etanol será utilizado
como substituto de combustíveis fósseis;
Desvio de resíduos de aterro, reduzindo emissões atmosféricas, para a água e para o solo;
Facilitar o cumprimento de legislação ambiental, como a diretiva europeia 1999/31/EEC, relativa a
aterros, a diretiva sobre a promoção de eletricidade renovável (diretiva 2001/77/EC) e a diretiva sobre
biocombustíveis (diretiva 2003/30/EC);
Proposta de aplicação do novo método em grande escala.
Informação sobre o projeto
http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage
&n_proj_id=4266
http://www.waste2bio.eu
84 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ SusFoFlex
Duração: 01/01/2012 – 31/12/2014
Setor: Alimentar/embalagem
Países a desenvolver o projeto: Finlândia, Espanha, Irlanda, Portugal, Turquia, Hungria, Noruega, Itália
Descrição do Projeto
Desenvolvimento de soluções inovadoras de embalagem de produtos alimentares, que reduzam os
impactes ambientais e os custos das empresas.
Como funciona
A metodologia para a execução do projeto consiste no seguinte:
Desenvolvimento de uma atuação adaptável a diferentes categorias de alimentos;
Identificação de requisitos de armazenagem de produtos alimentares;
Identificação de propriedades de soluções tradicionais de embalagem;
Desenvolvimento de materiais de embalagem sustentáveis e de performance competitiva;
Desenvolvimento de soluções de embalagem inovadoras e de melhor performance;
Demonstração de resultados a pequena escala industrial.
Objetivo
Conceção de tecnologias avançadas e flexíveis para embalagem ativa, inteligente e sustentável de produtos
alimentares.
Resultados esperados
O desenvolvimento de soluções de embalagem inovadoras com as seguintes características:
Sustentáveis – materiais de embalagem e aditivos oriundos de materiais respeitadores do ambiente,
materiais biodegradáveis oriundos de subprodutos agroalimentares ou materiais de embalagem
tradicionais, combinados com as soluções referidas, de modo a que a quantidade utilizada possa ser
reduzida;
Que aumentem/melhorem o prazo de validade de alimentos embalados – materiais de embalagem com
propriedades antioxidantes e de barreira melhoradas;
Que reduzam perdas de alimentos – graças à capacidade de dilatar o prazo de validade e/ou incorporar
sensores à base de nanomateriais (embalagem inteligente).
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/980_1804_smart-sustainable-food-packaging-utilizing-flexible-
printed-intelligence-materials-technolo
http://www.susfoflex.com
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 85
PROJETO_ BiMoP
Duração: 01/10/2013 – 30/09/2015
Setor: Produtos químicos/borracha e plástico
Países a desenvolver o projeto: Itália
Descrição do Projeto
Desenvolvimento de monómeros e polímeros de cura térmica e ultravioleta (UV) de "bio-inspiração",
recorrendo à aplicação de ácido itacónico (AI).
Como funciona
O ácido itacónico é produzido pela fermentação de um fungo, o Aspergillus terreus.
Os monómeros e polímeros à base de ácido itacónico são utilizados para a produção de colas de base biológica
e tintas, de modo a garantir que as embalagens feitas de ácido polilático (APL) mantêm as propriedades de
biodegradabilidade e compostagem necessárias para o cumprimento de padrões ambientais, nomeadamente o
padrão europeu EN 13432.
O projeto BiMoP focaliza-se na aplicação de ácido itacónico e seus derivados:
Como diluentes reativos para foto e termopolimerização na produção de revestimentos, tintas e colas;
Como agente de cura de resinas epoxídicas para substituição de produtos químicos perigosos,
poliaminas e poliamidoaminas danosas para o ambiente;
Para sintetizar resina poliéster não saturada de base biológica, por reação de policondensação, para
substituição de anidrido maleico (AM), que é perigoso para o ambiente e para a saúde humana;
Como uma alternativa mais segura e sustentável ao estireno, que é um produto tóxico perigoso para a
saúde humana;
Como derivado para a modificação de commodities (como o Polipropileno ou o polietileno) por
polímero, para eliminar o uso de anidrido maleico;
Como composto de polímeros de poliéster não saturado, por exemplo, laminados com fibras de vidro,
eliminando o estireno como diluente reativo.
Resultados esperados
Produção de resinas de poliéster não saturadas e derivados de ésteres dialquílicos para plastificantes
PVC (plastificantes isentos de ftalatos), a partir do ácido itacónico;
Utilização de misturas de cura por UV, compostas por poliésteres não saturados ou derivados de dialquil
no setor da embalagem de produtos alimentares, como tintas ou revestimentos mais seguros para o
utilizador final;
Aplicação de poliolefinas modificadas por ácido itacónico em colas termoplásticas e embalagens de
produtos alimentares;
Produção de fita adesiva e laminados, respeitando o regulamento REACH;
Diminuição das emissões de estireno em cerca de 8%, substituindo-o pelos monómeros e polímeros à
base de AI;
Diminuição das emissões de formaldeído em cerca de 8%, substituindo as resinas de fenol/formaldeído
por resinas epoxídicas, com derivados de AI como agentes curativos.
Informação sobre o projeto
http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage
&n_proj_id=4517
http://www.life-bimop.eu
86 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ LCA to go
Duração: 01/01/2011 – 31/12/2014
Setor: Multissetorial
Países a desenvolver o projeto: Alemanha, Irlanda, Polónia, Espanha, Bélgica, Áustria, Holanda e
Reino Unido
Descrição do Projeto
O projeto LCA to go visa promover a implementação de metodologias de análise do ciclo-de-vida
(ACV) de caráter setorial, nas PME.
A redução da pegada de carbono de produtos é um ponto de entrada ideal para implementação
de metodologias de ACV em PME.
O projeto pretende eliminar o diferencial linguístico entre a terminologia ambiental utilizada na ACV
e a linguagem de engenharia utilizada por quem desenvolve os produtos.
Problema
A análise do ciclo-de-vida (ACV) é considerada a ferramenta mais avançada para melhoria da performance
ambiental de produtos. Há, no entanto, barreiras que reduzem a sua implementação, particularmente ao nível
das PME, como a intensidade de informação, custos e know-how necessário a desenvolver estudos de ACV.
Abordagens de ecodesign específicas a setores, sem necessidade de conhecimento prévio da metodologia ACV
são o futuro. É assim necessário um avanço nesta matéria.
Objetivo
Incrementar o uso de ferramentas ACV nas PME;
Desenvolvimento de métodos e ferramentas operacionais simples;
Desenvolvimento de abordagens ACV e de ecodesign ao nível setorial;
Desenvolvimento de caixa de ferramentas open source baseada na web.
Resultados esperados
Desenvolvimento de métodos e ferramentas setoriais para os setores dos plásticos de base vegetal, maquinaria
industrial, eletrónica (incluindo placas de circuito impresso, semicondutores e componentes passivos), energias
renováveis, sensores e têxteis inteligentes. A escolha destes setores deve-se à importância da melhoria da
performance ambiental associada, bem como à necessidade de uma imagem mais "verde".
Informação sobre o projeto
http://www.ecoweb.info/3_3_open-source-toolbox-life-cycle-assessment-lca
http://www.lca2go.eu
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 87
PROJETO_ H2 Al Recycling
Duração: 01/01/2012 – 28/03/2016
Setor: Energia
Países a desenvolver o projeto: Espanha
Descrição do Projeto
O projeto H2 Al Recycling pretende desenvolver uma instalação capaz de obter hidrogénio, para
utilizar como uma fonte de energia alternativa, através de um processo ecológico.
Problema
Uma das grandes prioridades na União Europeia é a redução das emissões de dióxido de carbono causadas pela
combustão de combustíveis fósseis, parte integrante da luta contra as alterações climáticas. Uma das áreas
mais importantes deste combate é o desenvolvimento de novos e mais eficientes métodos de produzir
eletricidade, recorrendo a fontes de energia renováveis. O hidrogénio é um combustível encarado como sendo
de grande potencial para a diminuição das emissões de poluentes e GEE.
Embora a utilização do hidrogénio como combustível seja bastante limpa, há duas grandes desvantagens ao
uso deste gás como fonte alternativa de energia limpa: em primeiro lugar, o processo produtivo consiste na
maioria dos casos na conversão catalítica de gás metano (CH4), o que por si só gera uma enorme quantidade de
CO2; em segundo lugar, é um elemento volumoso, quer na forma líquida, quer na forma gasosa, e altamente
inflamável. Assim, o seu transporte e armazenagem são custosos, perigosos e devem provavelmente ser
evitados.
Como funciona
O projeto procura explorar a reação entre o alumínio e resíduos de hidróxido de amónio provenientes de
outros processos industriais, que gera hidrogénio como subproduto. Pretende otimizar a eficiência do processo
de alimentação de pilhas de combustível (fuel cells).
Resultados esperados
Conceção e construção de uma instalação protótipo, capaz de produzir hidrogénio a partir de resíduos
de hidróxido de amoníaco – NH3 (aq) – e alumínio (Al), para alimentar uma pilha de combustível;
Produção de zero emissões de GEE;
Melhoria na recuperação de NH3 em 80%;
Eficiência energética de 100% no processo de geração de hidrogénio;
Eficiência global do processo de geração de energia superior a 80%;
Taxa de produção de hidrogénio de 1,6g H2/segundo;
Uma pilha de bateria com uma potência de 80 KW.
Informação sobre o projeto
http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage
&n_proj_id=4213
http://japenergeticas.com/proyectos.html
88 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
PROJETO_ HPRS
Duração: 01/07/2013 – 31/12/2015
Setor: Madeira/mobiliário
Países a desenvolver o projeto: Itália, Espanha e Bélgica
Descrição do Projeto
O projeto HPRS – High Pressure Resination System (sistema de aplicação de resina de alta pressão)
visa diminuir o uso de resina na indústria da produção de painéis, através da melhoria das
tecnologias de pulverização e mistura utilizadas no setor.
Problema
Cerca de 2% do valor acrescentado pela indústria transformadora europeia provém do setor da transformação
de madeira. O segmento da madeira prepara e processa uma enorme variedade de produtos, que são
utilizados em diversas aplicações nos setores da construção e do mobiliário de madeira. São fabricados
produtos como painéis de aglomerados de partículas, painéis de fibra de média densidade, contraplacados e
painéis de partículas orientadas (OSB).
O processo de mistura na fabricação destes produtos é uma fase crítica da sua produção, em que são utilizadas
resinas para misturar os diferentes tipos de partículas de madeira. Estas resinas, para além de acarretarem um
elevado consumo energético para a sua produção, são também perigosas para o ambiente e para a saúde
humana, uma vez que geram formaldeído nocivo.
Resultados esperados
Desenvolvimento de uma tecnologia que distribua as partículas de resina de forma mais eficiente,
comparativamente com as tecnologias atuais no mercado;
Desenvolvimento de uma tecnologia que reduza significativamente a resina utilizada no processo e
melhore a eficiência energética no setor da produção de painéis de madeira;
Produção de painéis de madeira, com performance superior aos atuais, em cumprimento com as
normas ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006;
Redução consistente das emissões de químicos tóxicos à base de formaldeído (10%) e uma redução de
15% no consumo energético associado ao processo de mistura, bem como uma poupança energética
de 5% no processo de secagem de painéis de fibra de média densidade;
Redução no consumo energético associado aos processos de mistura e secagem, recorrendo a um
sistema de injeção que efetua a mistura preliminar na madeira e nas partículas de resina antes da
mistura convencional;
Redução de 10% nas emissões de substâncias voláteis, por m3 de painel;
Redução da pegada de carbono associada à produção de painéis à base de madeira.
Informação sobre o projeto
http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage
&n_proj_id=4520
http://www.hprsproject.eu
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 89
5. COMPETÊNCIAS PORTUGUESAS DE
ECO-INOVAÇÃO
5.1. ENTIDADES PROMOTORAS DA ECO-INOVAÇÃO
Em Portugal, a Agência Nacional de Inovação (ANI), é a principal entidade pública responsável pela promoção
da eco-inovação. No entanto, existem outras entidades que cooperam para a promoção deste conceito no
nosso país. O quadro seguinte apresenta alguns dos principais players institucionais nesta matéria.
Quadro 35 – Entidades públicas portuguesas promotoras da Eco-inovação
Entidade
ANI – Agência Nacional de Inovação
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
DGAE – Direção-Geral das Atividades Económicas
ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública
LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia
Fonte: AICEP
Para além das entidades públicas, existem ainda diversas organizações de caráter privado que contemplam nas
suas funções a promoção da eco-inovação em Portugal. Essas organizações assumem a forma de associação e
clusters setoriais.
90 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
O quadro seguinte apresenta algumas instituições de referência neste âmbito.
Quadro 36 – Entidades privadas portuguesas promotoras da Eco-inovação
Entidade
AEP – Associação Empresarial de Portugal
ADVID – Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense
Agrocluster Ribatejo
Cebal – Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Baixo Alentejo e Litoral
CeifaCOOP – Cooperativa de Estudos, Investigação e Formação Ambiental
CentroHabitat – Cluster Habitat Sustentável
CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro
Ecoprogresso – Consultores em Ambiente e Desenvolvimento, S.A.
EH Lab – Executive Help - Laboratório Industrial, Lda
EnergyIN – Polo de Competitividade e Tecnologia da Energia
IPA – Inovação e Projectos em Ambiente, Lda
IteCons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da
Construção
PRODUTECH – Polo das Tecnologias de Produção
PPA – Parceria Portuguesa para a Água
SGS Portugal, SA
Fonte: AICEP
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 91
5.2. EMPRESAS E PROJETOS ECO-INOVADORES
De seguida, apresentam-se algumas empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal.
Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal
Empresa Projetos/Competências
Almadesign - Conceito e
Desenvolvimento de Design
Autocarro elétrico EL2500 para a CaetanoBus;
Prensa Greenbender para a Adira;
Veículo autónomo Cybercar para a Mobipeople;
Projeto Life para uma cabine de avião mais sustentável;
Projeto iSEAT para assentos de comboio feitos a partir de materiais
compósitos e naturais;
Projeto iBUS – soluções integradas mais leves em assentos para
autocarros.
AMBISYS, SA
Reator IASB para o tratamento anaeróbico direto de águas residuais
industriais com gordura;
Reator SLS para a codigestão de resíduos orgânicos e/ou culturas
energéticas contendo gordura.
Brisa Innovation Projeto Ecovia – criação de novos materiais a partir da reciclagem de
embalagens de cartão para alimentos líquidos, resíduos de borracha e plásticos
mistos, a serem utilizados no setor das infraestruturas rodoviárias.
Casas em movimento, Lda. Casas sustentáveis que interagem com as variações ambientais e de iluminação
ao longo do dia. Através de um movimento de rotação, a casa melhora o seu
aproveitamento da luz solar, incrementando a sua eficiência energética.
Cezero, Lda. Consultoria em sustentabilidade ambiental
Ciengis - Sistemas de
Controlo Avançado S.A.
Plantstreamer – sistema de monitorização de performance do processo
produtivo em tempo real, em instalações industriais;
Plantegrity – sistema de controlo para otimização económica de
instalações químicas, petroquímicas e centrais de produção
energética;
APCFAME – otimização da produção de biodiesel;
NAMPI – ferramentas de monitorização de instalações industriais.
Corticeira Amorim
Reaproveitamento de 100% dos resíduos produzidos;
Absorventes à base de cortiça;
Projeto Biobuild – parceiro neste projeto internacional que pretende
melhorar a eficiência energética das fachadas dos edifícios.
EcoChoice, SA
SBTool PT – Adaptação da ferramenta internacional para a
sustentabilidade na construção SBTool à realidade portuguesa, para os
setores do turismo, serviços e planeamento urbano;
Wallinblock – análise e desenvolvimento de soluções para a
maximização da performance global de paredes, com base na
patente OPENCELL;
Active Floor – desenvolvimento de pavimento à base de cortiça, com
capacidade para armazenagem de energia.
92 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal (continuação)
Empresa Projetos/Competências
Ecodepur - Tecnologias de
Protecção Ambiental, Lda.
Microssistema de tratamento de águas residuais OXYBIO;
Microssistema de reciclagem de águas residuais DWW Recycler;
Filtro duplo de separação de fluídos DEPUROIL;
Aerador HIDROEPUR;
Sistema de reciclagem de águas cinzentas BIOX;
Sistema de reciclagem de águas ECODETOX.
Ecoinside
Ecoplanner – sistema baseado no conhecimento, em tempo real, de todas as
entradas (inputs), saídas (outputs) e processos industriais, permitindo também,
em tempo real, a avaliação dos desempenhos operacional, ambiental e
económico das unidades em que seja instalado.
Ecoperfil
Empresa que atua na área da sustentabilidade dos edifícios, oferendo soluções
no âmbito da performance energética de edifícios, consumo de água, análise
de sustentabilidade global, eficiência e reutilização de materiais e conceção
de sistemas.
Ecotoro
Empresa que criou um modelo inovador que recorre à biomassa para a
produção de energia térmica (água quente) para edifícios de média dimensão
para aquecimento central e banhos.
A Ecotoro é responsável pelo investimento em equipamentos, serviços, controlo
de qualidade e logística da biomassa. O cliente paga apenas a energia
consumida.
EDP Distribuição
Empresa desenvolveu o projeto InovGrid, uma smart grid em Évora. A cidade
assistiu também ao projeto InovCity, tendo estes projetos uma base de clientes
superior a 30 mil pessoas.
Efacec
Carregadores elétricos rápidos para veículos;
CaetanoBus;
Sistemas de controlo avançado.
EnerMeter
Projeto MEMIMETRIA – desenvolvimento de sistema para medição da
espessura de materiais em multicamada;
Projeto MICABCAD – desenvolvimento de sistema informático para
auxílio ao diagnóstico médico, para classificação de
microcalcificações presentes em mamografias.
EPAL
Projeto WONE (Water Optimization for Network Efficiency) - o sistema monitoriza
a pressão e o fluxo de água em vários pontos, no sentido de minimizar as perdas
e fugas de água. O sistema vem acompanhado de uma ferramenta informática
que permite automatizar o sistema e fazer a leitura de diversos indicadores.
Gyptec Ibérica
Projeto "soluções de construção multicamada para paredes
recorrendo a subprodutos sustentáveis, com elevada performance
acústica e ambiental;
Parceria com a Amorim Isolamentos para a conceção de novas
soluções de renovação sustentável.
HIDROMOD
Sistema de modelização da água MOHID é hoje uma referência
mundial;
Projetos dos molhes do Douro;
Plataforma Aquasafe – tem por objetivo tornar mais eficiente a gestão
de operações potenciando a utilização de informação em tempo real
e a sua perfeita integração com ferramentas de previsão e
diagnóstico.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 93
Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal (continuação)
Empresa Projetos/Competências
HIDROSOPH Irristrat – para cada cliente é feita a parametrização do seu projeto de rega,
com o apoio remoto de especialistas em agronomia e irrigação.
ISA – Intelligent Sensing
Anywhere
Sistema eletroquímico de tratamento de água na indústria dos
laticínios, com recuperação de hidrogénio e produção de
eletricidade (Rewagen);
Sistema de gestão inteligente para integrar e controlar a produção
e consumo de energia em recintos desportivos (Sporte2).
Kymaner – Tecnologias
Energeticas, Lda.
Pioneira em tecnologia de geração de energia OWC (Oscillating
Water Column);
KymanOS – desenvolvimento de tecnologia própria de energia das
ondas. O sistema sintoniza o desempenho ao clima de agitação
marítima, protegendo a instalação em situação de tempestade,
otimizando o rendimento;
KymanAIR – Turbina biradial mais eficiente do mundo para a geração
de energia das ondas e marés da atualidade;
Projeto CORES – Components for Ocean Renewable Energy Systems,
para aproveitamento de energia das ondas na costa irlandesa,
integrou uma turbina de ar portuguesa da marca.
LMIT, Innovation &
Technology, Lda.
O WiseMetering automatiza o funcionamento de espaços através de controlo
inteligente e centralizado. Por outro lado, supervisiona os consumos resultantes,
também de forma centralizada e automática, garantindo melhorias da
performance energética e o cumprimento dos objetivos traçados.
MdeMaquina – sistemas
industriais, Lda.
NAVIA – Solução "cloud" de gestão operacional, desenhada para otimizar os
recursos da empresa, poupando tempo e dinheiro. O sistema é direcionado às
utilities do setor da água, permitindo controlo de riscos, controlo de custos,
melhoria da qualidade de serviço e minimização da pegada ecológica.
Neoturf Espaços Verdes Lda Empresa que desenvolve soluções ecológicas no âmbito dos telhados verdes.
OriginAL Solutions
O projeto PISCIS endereça a conceção e a implementação de um sistema
modular avançado e de baixo custo para recolha de dados oceanográficos
que inclui dois veículos submarinos autónomos, sistema de posicionamento
acústico, doca de acostagem e módulos de sensores. O sistema PISCIS é
configurável para aplicações de oceanografia em tempo real, batimetria,
arqueologia submarina e monitorização de efluentes.
Recipneu
Na Recipneu foi instalada a Tecnologia Criogénica - uma Inovação na
Europa quer a nível de Tecnologia quer de Produtos. O processo
industrial desenvolve-se em três fases: fragmentação da matéria-prima,
processamento criogénico e ensacamento e armazenamento;
Projeto Ecorubber – reciclagem de pneus.
Revigrés Azulejos ecológicos (Light Tile, Solar Tiles, Self Cleaning Tiles, Sense Tiles,
Health Care Tiles).
Secil
Secil ecoCORK – argamassa de reboco leve formulada a partir de agregados
de cortiça e cal hidráulica natural. Solução para execução de rebocos leves
em superfícies interiores e exteriores de paredes e tetos, onde se pretenda
aumentar o desempenho térmico e acústico dos paramentos.
Spheraa
Projeto Teresa – explorar o potencial hidroelétrico, na rede de abastecimento de
água potável, através da colocação de uma turbina diretamente na rede
existente e sem comprometer a quantidade ou qualidade do abastecimento.
SunOK, Lda. Empresa dedicada à produção de fornos solares.
94 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal (conclusão)
Empresa Projetos/Competências
Sinergeo
Agrocontrol – recorrendo a georadar, e de uma forma expedita, fiável,
não invasiva, de baixo custo económico e com elevada resolução, o
sistema estima os teores de humidade existentes em solo agrícola;
Prospeg – recorrendo à prospeção geológica auxiliada pela análise
distanciada e por técnicas de deteção remota através de sensores
multiespectrais, e combinando e integrando dados de levantamentos
espectrais no terreno, levantamentos geológicos de detalhe,
identificação das características estruturais, morfológicas,
morfométricas, petrográficas, químicas e espectrais mais consistentes
com a presença de pegmatitos, possibilita a otimização de modelos
existentes bem como a criação de métodos e procedimentos de
deteção e prospeção de pegmatitos.
TECMIC
Projeto OILPRODIESEL – sistema para a reutilização de óleos alimentares usados
para a produção de biodiesel. O sistema contemplou o desenvolvimento de
pontos de recolha para óleos usados.
TÉKETO
Modiko – este sistema de construção modular é baseado num conjunto de
componentes – perfis, paredes e coberturas – produzidos em ambiente fabril,
com dimensões padronizadas, de tecnologia avançada e facilmente
transportáveis para o local de construção, que possibilitam a criação de
diferentes soluções com elevados padrões de qualidade e a preço competitivo.
A construção Modiko, carateriza-se por ser um produto que satisfaz as
exigências de funcionalidade, segurança, durabilidade, estética, economia e
respeito ambiental ao longo do ciclo-de-vida do edifício.
Umbelino Monteiro SA Sistemas de telhas solares fotovoltaicas SOLESIA.
UP-WAY Systems
Soluções Effisus – as soluções integradas Effisus visam a impermeabilização,
estanquidade, isolamento térmico e acústico, bem como melhoria da eficiência
energética dos edifícios. São soluções “Bulding Envelope” (água, ar, calor, luz e
ruído) no sentido de maximizar a performance e vida útil dos edifícios.
VentilAQUA, Lda.
A VentilAQUA desenvolve unidades específicas pré-montadas (ETAR’s
compactas) para aplicação em diversos setores industriais, com o seu próprio
design e tecnologia, desenvolvido em colaboração com instituições nacionais e
internacionais de investigação e apoiada nos seus contínuos programas de
formação e I&D internos e externos.
W2V, SA
Projeto PVC4GAS – desenvolveu uma nova tecnologia para o
tratamento de resíduos contendo PVC, por recurso a processos
térmicos;
Projeto VALMETAIS – desenvolveu uma nova tecnologia para
tratamento de lamas galvânicas contendo cobre e níquel;
Pirólise de biomassa – estudo das condições de pirólise de biomassa
residual, com vista à produção de combustíveis sólidos, líquidos e
gasosos. Desenvolvem-se e otimizam-se condições de pirólise e de
torrefação de biomassa, estudando os respetivos produtos gerados;
Aditivos para cerâmica – desenvolvimento de formulações de aditivos
para cerâmicos, a produzir a partir de resíduos industriais inorgânicos.
Waydip - Energia e Ambiente,
Lda.
Sistema wayenergy – transforma energia cinética em eletricidade. O sistema é
para implementar no pavimento, que captura esta energia cinética e
transforma a mesma em eletricidade. A energia gerada pode ser consumida
diretamente no local, armazenada para ser consumida somente quando
necessário, ou vendida à rede elétrica.
Os produtos Waynergy podem ser aplicados a um vasto número de locais
(passadeiras iluminadas, centros comerciais, discotecas, ginásios, lombas,
portagens, etc.). Para um melhor rendimento e rentabilidade, é necessário um
elevado tráfego de veículos ou pessoas, de modo a maximizar a geração de
energia elétrica.
Fonte: AICEP e empresas destacadas
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 95
5.3. RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
Diversas empresas portuguesas viram as suas competências em eco-inovação serem reconhecidas
internacionalmente, provando que a eco-inovação está presente nos mais variados setores de atividade
económica do país.
Os principais reconhecimentos internacionais recebidos pelas empresas portuguesas são apresentados no
quadro seguinte.
Quadro 38 – Empresas portuguesas reconhecidas internacionalmente por fatores eco-inovadores
Empresa Reconhecimento Internacional
Corticeira Amorim Absorventes à base de cortiça;
Projeto Biobuild.
Revigrés
Azulejos ecológicos (Light Tile, Solar Tiles, Self Cleaning Tiles,
Sense Tiles, Health Care Tiles);
Produtos ecoeficientes ao longo do ciclo de vida, que
contribuem para a redução do impacto ambiental e para a
competitividade do setor cerâmico (InEDIC).
AMbisys Reator anaeróbico de manto de lamas invertido (Biofatrecovery).
ISA – Intelligent Sensing Anywhere
Sistema eletroquímico de tratamento de água na indústria
dos laticínios, com recuperação de hidrogénio e produção
de eletricidade (Rewagen);
Sistema de gestão inteligente para integrar e controlar a
produção e consumo de energia em recintos desportivos e
recreativos (Sporte2).
Efacec Sistemas de controlo avançado (Mobi.e).
Way dip Transformação de energia cinética em eletricidade (Waynergy).
Brisa
Criação de novos materiais a partir da reciclagem de embalagens
de cartão para alimentos líquidos, resíduos de borracha e plásticos
mistos (Ecovia).
Almadesign Interior de cabines de aviões (Life).
EDP Distribuição Automatização da gestão energética em redes de distribuição de
eletricidade (InovGrid/Mobi.e).
Recipneu Reciclagem de pneus (Ecorubber).
Fonte: AICEP e empresas destacadas
96 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
6. APOIO À ECO-INOVAÇÃO
6.1. FERRAMENTAS DE SUPORTE À ECO-INOVAÇÃO
Apresentam-se de seguida algumas ferramentas básicas a que as empresas podem recorrer quando iniciam o
seu processo de eco-inovação.
REMAKE Recycling and Resource Efficiency Self-Assessment Tool
Ferramenta de Autoavaliação sobre Reciclagem e Eficiência de Recursos REMAKE
Esta ferramenta permite às empresas, de forma fácil e célere, avaliar a sua performance em termos de
reciclagem e eficiência de materiais, através de uma autoavaliação online.
Após completar um questionário qualitativo, o utilizador recebe um relatório detalhado com recomendações
sobre áreas de melhoria potencial e um benchmark de eficiência de recursos na produção.
É um projeto financiado pela Comissão Europeia.
Link: http://www.ecomanufacturing.eu/sat.html
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/Recycling_and_Resource_Efficiency_Online_Self_Assessment_Tool_-_RRE_SAT.pdf
REMAKE Guidebook on standards and regulations
Guia de normas e legislação REMAKE
Esta base de dados permite às empresas avaliar o seu grau de cumprimento com a legislação e normativos, aos
níveis nacional e europeu. Podem ser utilizados filtros para múltiplas categorias como etapas do ciclo-de-vida
(resíduos, energia, emissões, materiais, trabalhadores, equipamentos, etc.), setores ou palavras-chave.
Link: http://www.ecomanufacturing.eu/guidebookonstandards.html
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/Remake_tool__Guidebook_on_standards.pdf
PIUS – Produktions Integrierten Umwelt Schutz
PIUS – Produção de Impacte Ambiental Integrado
O PIUS Check, uma ferramenta orientada ao processo, documenta os fluxos de materiais relevantes e o atual nível
de tecnologia de produção numa empresa, de modo a identificar possíveis melhorias na produção. Almeja
reduzir os custos de produção a longo prazo, compatibilizando a otimização da produção e do produto com
aspetos ambientais.
Link: http://www.pius-info.de/en/index.html
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/PIUS__Production-Integrated_Environmental_Protection.pdf
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 97
STAN – Substance Flow Analysis
STAN –Análise do Fluxo de Substâncias
Software grátis de análise do fluxo de materiais, utilizada para análise de otimização de processos.
Link: http://www.stan2web.net
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/STAN.pdf
EAMA – Estudio de Alternativas Medio Ambientales
EAMA – Estudo de Alternativas Ambientais
Esta ferramenta permite às empresas selecionar as melhores alternativas ambientais, com base em parâmetros
económicos. A ferramenta descreve os inputs e outputs do sistema e calcula quantidades e custos de matérias-
primas e subsidiárias envolvidas em cada etapa.
Link: http://www.aimme.es
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/Remake_tool__EAMA.pdf
RE Network
A RE Network consiste numa rede local/regional, de organização voluntária, em que diferentes stakeholders
podem trocar experiências e melhores práticas, com o intuito de melhorar a eficiência de recursos quer do
processo produtivo, quer no uso do produto.
Link: http://www.nachhaltigwirtschaften.at/results.html/id3766
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/RENet_-_Establishing_Resource_Efficiency_Networks.pdf
ATEP – Analyse Typologique Environnementale des Produits
ATEP – Análise Ambiental de Produto
Esta ferramenta é utilizada para integrar a vertente ambiental no momento de conceção do produto. O perfil
ambiental de um produto é determinado de acordo com as respostas dadas pelos designers a fatores como
manuseamento de materiais, energia, produção, resíduos, legislação, etc. A partir desse perfil, são estabelecidas
linhas-mestras para direcionar os designers na conceção do produto em termos das suas escolhas em matérias
ambientais, bem como em termos de estratégia de mercado da empresa, necessidades do mercado, custo de
cada solução técnica possível, exequibilidade técnica, etc. De modo a que se possam medir os benefícios
resultantes, são introduzidos indicadores.
Link: http://www.cetim.fr
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/REMake_Tool__ATEP.pdf
98 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
ECO-TRIZ Guidelines
Linhas mestras ECO-TRIZ
Esta ferramenta tem como objetivo apoiar engenheiros e designers a encontrar formas inovadoras de melhorar
um produto ou processo em termos de consumo de recursos. É uma ferramenta online a ser utilizada
conjuntamente com a ferramenta eVerdEE (descrita de seguida).
Consiste em 300 regras baseadas na teoria russa de resolução inventiva de problemas (TRIZ).
Link: http://www.aim-innovation.com
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/Eco-Triz_Guidelines.pdf
eVerdEE
O everdEE é uma ferramenta online de análise do ciclo-de-vida do produto, adaptável à ISO 14040, vocacionada
para PME.
Link: http://www.ecosmes.net/cm/navContents?l=EN&navID=eVerdEEcourse&subNavID=1&pagID=1
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/EVERDEE.pdf
CCaLC – Carbon Calculations over the Life Cycle
CCaLC – Cálculo de carbono ao longo do ciclo-de-vida
O CCaLC é uma ferramenta de avaliação da pegada de carbono que permite estimar as emissões de GEE do
ciclo-de-vida, ao longo de toda a cadeia de aprovisionamento. É uma ferramenta de análise de ciclo-de-vida e
de apoio ao processo de tomada de decisão, que oferece estimativas sobre os seguintes impactes ambientais:
Pegada de carbono (ou potencial de aquecimento global);
Potencial de acidificação;
Potencial de eutrofização;
Potencial de degradação da camada de ozono;
Potencial de nevoeiro fotoquímico;
Potencial de toxicidade humana.
Link: http://www.ccalc.org.uk
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/CCaLC__Carbon_Calculations_over_the_Life_Cycle_.pdf
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 99
Quic
A metodologia Quic consiste num questionário destinado a avaliar a capacidade inovadora de uma empresa.
Contempla cinco categorias de perguntas, cada uma abordando cinco dimensões relacionadas com a gestão
da inovação, a saber:
Capacidade de propor e testar novas ideias;
Capacidade para incorrer em risco;
Capacidade para compreender a complexidade do ambiente da empresa;
Capacidade para promover o diálogo interno;
Capacidade de tomada de decisão coletiva.
O processo inclui 20 questões, 4 questões para cada uma das 5 categorias, demorando menos de uma hora.
Link: http://www.symple.eu
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/Quic.pdf
Symple®
Simples
O Symple é uma metodologia de gestão de equipas que facilita o processo de tomada de decisão. Baseia-se
numa plataforma excel proprietária para comunicar o projeto de forma simples e aumentar a motivação dos
colaboradores, de modo a que se atinjam objetivos de longo prazo de forma mais rápida e simples. Assim, é
possível monitorizar o progresso das equipas rumo aos objetivos e metas estabelecidos coletivamente.
Link: http://www.symple.eu
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/Symple_R__and_the_team_decision_profile_questionnaire.pdf
BAT/BREF`s – Best Available Techniques / Best Available Techniques Reference
Documents
BAT/BREF`s – Melhores Técnicas Disponíveis / Documentos de Referência de Melhores
Técnicas Disponíveis
Desenvolvidas como parte integrante da diretiva IPPC (prevenção e controlo integrados da poluição), as BAT (ou
MTD em português), são as melhores técnicas e tecnologias disponíveis para um determinado setor, com o
objetivo de reduzir os níveis de emissões. Os BREF's são os documentos de referência de apoio.
Link: http://eippcb.jrc.ec.europa.eu/reference/
http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL
G/BAT_BREF_s.pdf
100 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
6.2. FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE ECO-INOVAÇÃO
Apontam-se de seguida alguns locais onde é possível encontrar informação adicional sobre eco-inovação.
Eco-Innovation Observatory
Observatório da Eco-inovação
O Observatório da Eco-inovação é uma plataforma online que agrega informação sobre eco-inovação um
pouco por toda a UE. Entre os seus recursos contam-se relatórios analíticos dos países, repositório de boas práticas
e uma base de dados online.
Link: http://www.eco-innovation.eu
Remake
Remake
O Remake é um programa sobre práticas inovadoras nas áreas da eficiência de materiais e reciclagem. Ajuda
PME a atingirem o seu potencial de maximização de reciclagem e eficiência de recursos. Contém exemplos de
boas práticas.
Link: http://www.ecomanufacturing.eu
Innowater
Innowater
O Innowater é uma parceria público-privada de agências de inovação, associações do setor da água,
especialistas em tecnologias, peritos em inovação e organizações do cluster da eco-inovação. Entre diversos
apoios que presta, auxilia as PME a desenvolver e testar auditorias aos consumos de água, fornecendo
informação detalhada sobre as potencialidades na empresa e um roadmap para a melhoria da sustentabilidade
na gestão da água, incluindo a identificação de soluções inovadoras.
Link: http://innowater.eu
Biochem
Biochem
O Biochem apoia empresas, particularmente PME, a entrar no mercado emergente e altamente promissor dos
produtos biológicos no setor dos produtos químicos.
Link: www.biochem-project.eu
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 101
EcoTroFood
EcoTroFood
O EcoTroFood pretende aumentar o acesso da indústria alimentar a informação e conhecimento sobre
eco-inovação, particularmente nas PME e prestadores de serviços.
Link: http://www.ecotrofood.eu
Ecolink +
Ecolink +
O Ecolink+ é uma ação de apoio horizontal da Plataforma Europeia de Eco-inovação (Eco-IP), que fornece linhas-
mestras para a identificação e exploração de potenciais parcerias e sinergias entre os membros da Eco-IP. Os
membros têm oportunidade de fazer networking, obter serviços e parceiros financeiros, bem como visibilidade
internacional.
Link: ---
Eco-Innovera
Eco-Innovera
O Eco-Innovera focaliza-se no apoio à investigação e desenvolvimento no âmbito da eco-inovação. A rede ERA-
NET conta com 25 parceiros europeus.
Link: https://www.eco-innovera.eu
Ecopol
Ecopol
O Ecopol é uma parceria pública transnacional para acelerar a implementação de políticas eco-inovadoras na
Europa. Focaliza-se em procurement público ecológico, resíduos, reciclagem e internacionalização. Está presente
no nosso país.
Link: http://www.ecopol-project.eu
Inovationseeds
Inovationseeds
O Inovationseeds é um portal interativo que agrega mais de 100 projetos eco-inovadores bem-sucedidos na
Europa. Oferece orientações a PME sobre oportunidades de financiamento públicas e privadas.
Link: http://www.innovationseeds.eu
102 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
Ecoweb
Ecoweb
O Ecoweb é uma plataforma online que reúne os resultados de centenas de projetos eco-inovadores realizados
um pouco por toda a Europa. Fornece informação atualizada sobre tecnologias, aplicações, produtos e
processos eco-inovadores.
Link: http://www.ecoweb.info
European Comission
Comissão Europeia
A Comissão Europeia apresenta uma extensa base de dados sobre projetos eco-inovadores na Europa.
Link: http://easme-projects.eu/eco/page/Page.jsp
INTERREG
INTERREG
O INTERREG é um programa de Iniciativa Comunitária da UE, financiado pelo FEDER (Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional). A última edição terminou em 2013. O próximo INTERREG abrange o período 2014-2020.
Link: http://www.interreg4c.eu
No âmbito do INTERREG, diversos programas e projetos oferecem bons exemplos de práticas eco-inovadoras,
apresentando soluções testadas na UE. Ficam aqui alguns dos mais relevantes:
FRESH
www.freshproject.eu
Cleantech Incubation Europe
www.cleantechincubation.eu
rECOmmend
www.recommendproject.eu
DESUR
www.desur.eu
ecoREGIONS
www.ecoregionsproject.eu
REGIONS FOR RECYCLING
www.regions4recycling.eu
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 103
6.3. FINANCIAMENTO DA ECO-INOVAÇÃO
Há diversas formas de financiar projetos eco-inovadores em Portugal, seja recorrendo à banca ou através de
programas específicos de apoio. No nosso país, não há ainda um novo Quadro de Referência Estratégica
Nacional (QREN), sendo expectável que o QREN 2014-2020 venha a incluir verbas para apoiar a eco-inovação.
Ao nível da União Europeia, há diversos programas que se dedicam ao apoio a projetos eco-inovadores,
apresentando-se de seguida os principais.
Life
Life
O Life é um programa da Comissão Europeia que apoia projetos de eco-inovação, contendo uma larga base de
dados sobre projetos em curso ou já realizados. Abrange projetos de cariz ambiental com uma dimensão pública.
Link: http://ec.europa.eu/environment/life/
Intelligent Energy Europe
Energia Inteligente Europa
O Programa Energia Inteligente Europa apoia medidas de eficiência energética e relacionadas com energias
renováveis.
Link: http://ec.europa.eu/energy/intelligent/
Horizon 2020
Horizonte 2020
O Programa Horizonte 2020 é o maior programa de apoio à investigação e desenvolvimento de sempre, com
cerca de 80 mil milhões de euros disponíveis ao longo do período 2014-2020. Focaliza-se em inovação e trazer a
inovação do laboratório para os mercados.
Link: http://ec.europa.eu/programmes/horizon2020
104 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores
7. CONCLUSÃO
A aproximação às melhores práticas europeias e mundiais, no que diz respeito à eco-inovação, constitui-se
como um fator de competitividade para as empresas portuguesas abordarem os mercados internacionais.
Adicionalmente, o próprio mercado interno é cada vez mais exigente, procurando produtos que sejam
inovadores e que sejam mais respeitadores do meio ambiente.
Nesse sentido, atividades de benchmarking nacional e internacional são fundamentais para que as empresas
orientem os seus processos de eco-inovação e conheçam o que de melhor se faz um pouco por todo o lado em
matéria de eco-inovação.
O estudo que aqui apresentamos pretende ser um primeiro passo nesse sentido. Há cada vez mais literatura
especializada em matérias ligadas à eco-inovação, cabendo a cada empresa procurar as soluções que melhor se
enquadram à sua realidade.
Para a maioria dos problemas que as empresas encontram, já foi concebida uma solução, em alguma parte do
mundo, com a capacidade de melhorar a eficiência dos processos, reduzir custos e incrementar a
competitividade da empresa.
ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 105
8. BIBLIOGRAFIA
AICEP, Catalogue of Portuguese eco-innovation competencies, 2013;
APA, Enquadramento com as políticas de Eco- inovação, 2012;
ATP, Guia para a Otimização da Água e da Eficiência Energética na ITV, 2012;
APED, Guia de Boas Práticas Ambientais, 2010;
BIS, Potential for Resource Efficiency Savings for Businesses, 2010;
BIS, Practical Resource Efficiency Savings – Case Studies, 2009;
CIMPIN, Guia de Boas Práticas Empresas e Sustentabilidade, 2010;
Comissão Europeia, Attitudes of European Entrepreneurs Towards Eco-Innovation, 2011;
DEFRA, Quantification of the Business Benefits of Resource Efficiency, 2007;
DEFRA/BIS, Resource Security Action Plan: Making the most of valuable materials, 2012;
DEFRA, The Further Benefits of Business Resource Efficiency, 2011;
Eco-Innovera, Resource Efficiency Workshop towards System Innovation, 2014;
EIO, A Guide to Eco-Innovation for SMEs and Business Coaches, 2013;
EIO, Closing The Eco-Innovation Gap – An economic opportunity for business, 2012;
EIO, Europe in transition - Paving the way to a green economy through eco-innovation, 2013;
EIO, Methodological Report, 2012;
Ferreira, José Vicente Rodrigues, Análise de Ciclo-de-Vida dos Produtos, 2004;
Governo de Portugal, Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE), 2013;
Governo de Portugal, Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA), 2012;
OCDE, Sustainable Manufacturing and Eco-Innovation, 2009;
Pôle Eco-conception/IDP, La Profitabilité de l’Écoconception : une Analyse Économique, 2014;
Remake, Guide to Resource Efficiency in Manufacturing, 2012;
http://ec.europa.eu/environment/life;
http://www.eco-innovation.eu;
http://www.ecoweb.info;
http://www.ecomanufacturing.eu.
AEP – Associação Empresarial de Portugal
EcoProdutin – Produtividade na indústria pela Eco-inovação4450-617 Leça da Palmeira | Tel: 229 981 500 | Fax: 229 981 771http://eco4.aeportugal.pt/ | projectos.especiais@aeportugal.com
Promotor Cofinanciamento
BE
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HM
AR
KIN
G IN
TE
RN
AC
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AL
DE
PR
OJE
TO
S E
CO
-IN
OV
AD
OR
ES
2015
BENCHMARKING INTERNACIONALDE PROJETOS ECO-INOVADORES