Post on 21-Jun-2015
Editorial
Da reportagemde capa,merece atençãoumtrecho que, decertamaneira, revisaos preceitos do livro “O Segredo”.Muitosconfundiram a ideia da autoraLouise Hay pensandoque bastavafazero pedidoque o universoo entregaria, embrulhado parapresente, como numpassede mágica.Naverdade, se vocêdesejaalgo, devepassar a viver orientadoparaaquilo. Modificar suavisãoeolhar parao ambienteembuscade oportunidades queo levematéseuobjetivo. Só assimo querer levaao poder. Tambémhojechegaao fima reportagem especial sobreo Transtorno de DéficitdeAtenção eHiperatividade (TDAH).Nestaedição, o foco estánospais, e sua importância nacriação de uma redede apoioemtornodo filho portador da doença. Sim,ele vai precisar demais devocê.
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Conheça as obras de Bernini,inclusive a Praça e a Basílicade São Pedro
16
Atriz Bianca Bin diz que sentiu o pesopor ser convidada por Sílvio de Abreupara viver a primeira vilã na carreira
13
Urologista escreve sobre incontinênciaurinária, problema que afeta 10milhões de brasileiros e cuja incidênciaaumenta com o avanço da idade
Poesia
ZELA PELA TUA CASA
A família é bênção divina a exigir
de nós disciplina, senso do dever
e responsabilidade.
Tua casa deve ser o templo do amor.
Teu altar, a fraternidade.
Tua devoção,
a verdade que vem de Deus.
Se ainda não tens uma família
feliz, aprende a construí-la.
Se teus familiares perambulam
por vias morais diversas, calma!
Vê que Deus te ligou a eles
como possibilidade de redenção.
Quem sabe, na vida do infinito
solicitaste a oportunidade
para socorreres aqueles que,
no passado, feriste?
Trecho do livro “Gotas de Sabedoria” (InterVidas)
COMPORTAMENTOBem-Estar ouve especialistas sobre como alcançar a felicidade e semgrandes frustrações nas principais áreas da vida para quem chegou àcasa dos 30 Páginas 10 e 11
AUTOCONHECIMENTOFísico e escritor Laércio Fonseca diz que a sociedade precisaassumir um novo estado de consciência, mais espiritualizadoe menos ligado a questões materiais Página 12
PAULO COELHOAutor best-seller brasileiro escreve sobre as novas experiênciasvividas no Caminho de Santiago de Compostela, 20 anos após aprimeira “viagem” Página 32
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Rubens Cardia
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Seu filho precisademais de você
Rui NogueiraDIÁRIO DA REGIÃO
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2 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
OSCAMINHOSDA CURA
Corpo-mente
Salvador Hernandes
O relacionamento do ser huma-
no com o processo de adoecer sem-
pre foi marcado por muitas interro-
gações. Por que, afinal, adoecemos?
A história da Medicina é marcada
por descobertas importantes da
ciência, na tentativa de compreen-
der o que nos leva a ficar doentes ou
permanecer saudáveis. Hoje, não se
pode falar da origem das doenças
sem incluir estilo de vida, dieta,
meio social, meio ambiente e, o que
é talvez mais interessante, a cons-
ciência e as emoções. Antigamente,
se admitia que as pessoas adoeciam
porque entravam em contato com
os germes das doenças. Mas por que
nem todos que tinham contato com
estes germes adoeciam? A importân-
cia do terreno, da suscetibilidade in-
dividual foi aparecendo e as concep-
ções energéticas de saúde e doença
foram ganhando força.
Hoje temos um campo enorme
de pesquisas mostrando a interação
corpo-mente, como a hipótese mais
completa para se explicar porque
adoecemos. A enfermidade pode
nos colocar diante de um grande de-
safio que é cuidar daquilo que geral-
mente se chama de alma. Nossos
sentimentos, pensamentos e emo-
ções fazem parte da esfera da cons-
ciência, mas nossas estruturas cere-
brais são capazes de decodificar es-
sas informações e transformá-las
em informações bioquímicas. Ou se-
ja, se estou triste (e isto é um proces-
so da consciência, da alma, do espíri-
to, ou o nome que quisermos dar a
essa parte de nós que não é mate-
rial), meu cérebro percebe essa emo-
ção (não é ele que cria a tristeza...) e
produz uma série de informações
bioquímicas, resultando na produ-
ção de substâncias, chamadas de mo-
léculas de emoção. Estas moléculas
são hormônios, neurotransmisso-
res, peptídeos, que são secretados
em resposta aos estados emocionais
e caem na circulação sanguínea e
atingem todas as nossas células. A
consequência deste mecanismo é
que, se estou triste, todas as minhas
células estão tristes, pois todas elas
recebem esta informação. A cone-
xão corpo-mente é um processo bas-
tante lógico e preciso. Os cientistas
da área dedicam-se hoje ao comple-
xo estudo de saber quais moléculas
são produzidas para cada estado
emocional.
Assim, os fatores emocionais es-
tão sendo cada vez mais valorizados
nas modernas ideias sobre o proces-
so do adoecer. Até mesmo as predis-
posições genéticas a determinadas
enfermidades, que herdamos de nos-
sos pais e famílias, sofrem interfe-
rências dos quadros emocionais.
Um novo campo de pesquisa, que é
a Epigenética, estuda exatamente co-
mo nossos comportamentos podem
ativar ou desativar a expressão dos
nossos genes. Posso herdar genetica-
mente a predisposição para a hiper-
tensão ou para a depressão, mas o
meu comportamento, minha dieta e
estilo de vida podem “ligar” ou “des-
ligar” esse genes.
Analisemos ainda um outro
exemplo, para avaliarmos a comple-
xidade do processo: uma mulher
que fuma compulsivamente para ali-
viar a tensão de um casamento infe-
liz e desenvolve um câncer de pul-
mão. Retirar o pulmão afetado seria
a cura?
O que é curar? Se levarmos em
conta todos os fatores acima, a cura
é o processo que permite ao ser hu-
mano assumir o seu verdadeiro eu.
Parece paradoxal, mas a enfermida-
de é o mecanismo para nos trazer de
volta para o nosso equilíbrio físico e
emocional. É fundamental nos per-
guntarmos, quando doentes: o que
essa doença quer me ensinar? O que
preciso aprender? Os sintomas po-
dem ser vistos como sinais de alerta
ou formas de nos tornar conscientes
de necessidades que não estão sen-
do atendidas. A doença pode ser
considerada como uma forma oci-
dental de meditação! Ela pode obri-
gar a pessoa a parar e avaliar o que é
importante para ela.
No seu caminho de cura, assuma
as responsabilidades, mas evite a
postura de se sentir culpado pela
doença. Acima de tudo, abra-se para
as maravilhosas oportunidades de
crescimento e mudança que a enfer-
midade pode lhe proporcionar. �
SALVADORHERNANDES éinstrutor de ioga emeditação e coachespecializado emmedicinacomportamental
O que essa doença quer
me ensinar? O que preciso
aprender? Os sintomas
podem ser vistos como
sinais de alerta de
necessidades que não
estão sendo atendidas
Quem é
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 3
Sevocê deseja realmente algo, deve passar a viver orientadona busca desta
realização.Odesejo precisamodificar suavisão. Ésó assimque funciona
Querer é Poder
O universo CONSPIRAquando você se ajuda
4 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Gisele Bortoleto
Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
“Queira/ Basta ser sincero e de-sejar profundo/
Você será capaz de sacudir omundo...” (Raul Seixas)
“Dizem os estudiosos que a von-
tade é uma potência da alma, talvez
a maior de todas, porque da sua boa
ou má educação, da sua fortaleza ou
deficiência depende o procedimen-
to do indivíduo, os atos da sua vida
e, por conseguinte, o êxito ou insu-
cesso na utilização da sua ativida-
de”, afirma o escritor norte-america-
no O.S. Marden no livro “Querer É
Poder” (ed. Nova Fronteira). Mas
ele mesmo lembra que não basta
querer. As três faculdades ou potên-
cias da nossa alma são a vontade, a
sabedoria e a atividade, e todas elas
devem concorrer simultaneamente
para o êxito feliz da vida humana. O
êxito – ressalta - é um produto de vá-
rios fatores, e, embora os principais
sejam a vontade e a sabedoria, há
outros, como a aptidão, o talento,
o ambiente, a educação e as cir-
cunstâncias de lugar e tempo ou
ocasiões, que contribuem podero-
samente para transformar o que-
rer em poder.
Querer não é exatamente uma
palavra mágica que faz com que as
coisas aconteçam. Embora seja o
princípio, o primeiro impulso da
vontade é a firme resolução de apli-
cá-la a um determinado fim. “Antes
de realizarmos um ato, devemos for-
mar a atenção de o realizar; e, antes
de formarmos essa atenção, deve-
mos examinar detidamente as con-
dições, as circunstâncias e a nature-
za do empreendimento que nos pro-
pomos efetuar, para nos certificar-
mos de que não é humanamente im-
possível realizá-lo, nem superior
aos meios ou possibilidades de que
dispomos ou de que eventualmente
possamos dispor”, escreveu ainda
Marden.
“Já sabemos que quando coloca-
mos intenção em nossas ações o uni-
verso conspira a nosso favor. Se vo-
cê deseja muito alguma coisa, lute
por ela. Com paixão, com força,
com coragem. Coloque foco, estabe-
leça metas e sobretudo aja sempre
dentro da verdade e da integridade.
Tenha a certeza, a convicção plena
e profunda de que você consegue ab-
solutamente tudo o que você quiser.
Às vezes, o universo coloca armadi-
lhas em seu caminho para testar a
sua determinação”, escreveu em um
artigo a especialista em ioga e ayur-
veda Márcia De Luca. Segundo ela,
quando queremos algo do fundo do
coração e empenhamos foco e aten-
ção nos nossos desejos, o universo
conspira a nosso favor para que pos-
samos conseguir.
No entanto, o médico psiquia-
tra, psicoterapeuta e escritor Flávio
Gikovate lembra em um artigo pu-
blicado em seu site que a afirmação
“querer é poder” pressupõe a con-
cepção de que a vontade da nossa ra-
zão é soberana. Ela (a afirmação) ad-
mite que basta que nossa mente
construa um projeto e passe a perse-
guir esta meta para que todo o resto
do organismo a siga. Assim, quando
as pessoas não alcançam um deter-
minado resultado, não é porque o
querer delas não seja suficiente,
mas não seria suficientemente for-
te. “Não desprezo, em hipótese algu-
ma, a eficiência da razão e a impor-
tância de se querer muito uma coisa
ou uma situação, para que se tenha
mais chance de chegar lá. Não des-
prezo também os chamados pode-
res paranormais da mente, de tal for-
ma que é possível que o querer mui-
to abra portas para que um determi-
nado evento aconteça. Porém, acho
fundamental fazermos algumas res-
salvas a respeito desse assunto. A
primeira delas é que não se deve in-
cluir no querer coisas ou atitudes
que dependam da vontade de outras
pessoas”, explica. Na realidade, as
pessoas sempre tomam o cuidado
de querer coisas até certo ponto pos-
síveis. Caso contrário, seria óbvio
que querer não é poder.
Entre o querer e o poder, há
uma estrada. Essa estrada é construí-
da com tijolos que vamos coletando
em nossa vida cotidiana. Eles estão
espalhados e misturados a tudo o
que vemos e fazemos. Quem não
possui desejo real não os nota e nem
vê a conexão que pode ser feita en-
tre eles. Enxergá-los depende de
uma visão única, um desejo obstina-
do e firme de quem vai construir
seu caminho em vez de simplesmen-
te deixar a vida o levar. “De fato,
querer é poder. Mas existe um cami-
nho maior do que imaginamos en-
tre essas duas palavras. Para enten-
der isso, é necessário que aprenda-
mos a dar nome correto aos nossos
pensamentos e emoções”, explica o
psicólogo cognitivo-comportamen-
tal Alexandre Caprio.
Alguns desejos não dependem
exclusivamente de nós. Querer na-
morar alguém, por exemplo, não de-
pende apenas do desejo de uma pes-
soa, mas sim de duas (e do respeito
que um deve ter em relação à opi-
nião do outro). Nesse caso, a persis-
tência do admirador pode encantar
ou desencantar.
Há alguns anos, o livro “O Segre-
do”, escrito pela norte-americana
Louise Hay, causou um alvoroço
em leitores do mundo todo. A
materialização do desejo real era a
base do livro. Na ocasião, muitas
pessoas começaram a fazer pedidos
aleatórios para o “universo” e aguar-
davam ser atendidas magicamente.
“Claro que muita gente não obteve
o fantástico retorno que o livro pro-
metia e passou a achar tudo aquilo
uma grande bobagem do momento.
Mas muitos daqueles leitores foram
alvo de um erro cognitivo muito co-
mum chamado abstração e memó-
ria seletiva, isto é, capturam apenas
as informações que são compatíveis
com suas crenças e visão de mundo,
descartando todo o resto”, explica
Caprio.
O livro – ressalta Caprio- defen-
dia na verdade uma visão muito di-
ferente das interpretações mágicas
que milhares de pessoas fizeram de
suas páginas. O que poucos assimila-
ram ensina que se você deseja real-
mente algo passa a viver orientado
para aquilo. Para que isso funcio-
ne, o desejo deve modificar sua
visão. Você passa a olhar para o
ambiente procurando elementos
e oportunidades que possam le-
var você à sua meta.
“Se você deseja realmente con-
quistar um cargo, começa a traçar
diretrizes e a trabalhar orientado
àquela meta de forma natural”, diz.
“Todos os elementos do mundo da
pessoa são analisados sob aquele
prisma. O indivíduo captura as
oportunidades que o levarão na dire-
ção que quer e avança de forma ine-
vitável. É como imaginar um gran-
de lago onde várias tábuas flutuam
de forma aleatória. Essas tábuas são
os eventos e oportunidades que sur-
gem em nossa vida a todo instante.
Se o indivíduo está determinado a
ir para a margem sul, passará a con-
centrar sua atenção apenas nas tá-
buas que o levam naquela direção.
Todas as outras deixam de ter im-
portância, porque existe uma meta,
um sonho, um objetivo a ser con-
quistado. Esse foco o faz avançar
em uma direção fixa, ao contrário
de outras pessoas, que ficam pulan-
do de tábua em tábua à deriva sem
saber direito o que querem.”
“Claro que querer já é um bom
começo, mas Nietzsche, em seu pen-
samento sobre aquilo que ele chama
de vontade de potência, afirma que
deve ser despertado em nós, antes
de mais nada, uma ‘vontade de von-
tade’, e isso sim é querer desentra-
nhar nossos recursos internos. Mas
não podemos tudo: devemos querer
conquistar o que sabemos fazer par-
te de nossa essência, para não cair-
mos na armadilha da inveja de que-
rer o que nosso vizinho conquis-
tou”, diz o psiquiatra Wilson
Daher.
Vontade de vontade é uma metá-
fora de que a vontade por si mesma
é isolada e inútil, mas a vontade de
ter vontade de alguma coisa é que
desperta em nós a vontade de potên-
cia, que é o nosso “poder-mais”, ex-
plica o psiquiatra. �
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 5
Série especial sobre
Transtorno de Déficit
de Atenção e
Hiperatividade (TDAH)
termina hoje com lições
de como pais e amigos
podem criar uma rede
de apoio em torno
da criança e do jovem
vítimas do problema
ASSUNTODE FAMÍLIA
Elen Valeretoelen.valereto@diarioweb.com.br
Os sinais do Transtorno de Défi-
cit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) nem sempre são identifica-
dos na escola ou em casa. A agitação,
desatenção ou impulsividade, caracte-
rísticas marcantes individualizadas
ou combinadas no quadro, acabam
sendo interpretadas como mau com-
portamento, desinteresse ou até mes-
mo uma fase temporária.
Não é bem assim. O problema é
real e precisa ser encarado para ofere-
cer melhor suporte ao portador de
TDAH e diminuir os possíveis prejuí-
zos em razão de dificuldades pessoais,
escolares e sociais.
Mais que a escola, a família é o
principal pilar capaz de oferecer quali-
dade de vida, promovendo um lar har-
monioso. Deve estar preparada para
dar limites e impor regras, mas acima
de tudo oferecer carinho, compreen-
são e paciência.
Da mesma forma que a escola pre-
cisa estar preparada e orientada para
receber a criança com TDAH, os
pais têm de buscar informações com
profissionais especialistas no assun-
to ou grupos de discussão de famílias
que possuem membros com o diag-
nóstico. O preparo é fundamental pa-
ra saber o que fazer, o que esperar e
como não deixar-se influenciar com
mitos que somente distorcem e difi-
cultam o tratamento.
O envolvimento e a participação
dos pais é indispensável, principal-
mente porque é com eles que a crian-
ça tem maior contato e confiança. Por
isso, os pais têm de estar conscientes
de que precisam prestar atenção na
forma de realizar algumas atitudes co-
muns, com a forma de falar, dar uma
ordem, descrever atividades rotinei-
ras, entre outras.
O modo de dar um ordem, por
exemplo, precisa ser de forma clara e
objetiva, de preferência olhando nos
olhos. Isso para aumentar não so-
mente a compreensão do TDAH so-
bre a solicitação feita a ele, mas para
ter certeza de que está realmente
prestando atenção.
Ensinamentos voltados ao com-
portamento esperado em sociedade,
responsabilidade com atividades ini-
ciadas, oferecer estímulo e criar códi-
gos que todos da casa possam se comu-
nicar são algumas das estratégias que
a família pode colocar em prática em
casa e ver qual é o melhor retorno. Es-
tabelecer uma agenda para seguir ati-
vidades e compromissos e ter um am-
biente tranquilo para as tarefas pode
ser essencial para o TDAH durante
sua formação intelectual.
“A melhora comportamental e
acadêmica de crianças e adolescentes
portadores de TDAH depende da
participação e colaboração dos pais,
responsáveis e educadores. Ensinar
técnicas de organização, disciplina e
manejo do tempo são fundamentais,
Saúde
6 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
assim como enfatizar regras cla-
ras, objetivas e ensinar limites.
Técnicas de reforço positivo e
elogios são fundamentais para a
melhoria da autoestima de crian-
ças e adolescentes portadores de
TDAH”, informa o psiquiatra
de crianças e adolescentes Gusta-
vo Teixeira, autor do recém-lan-
çado “Manual dos Transtornos
Escolares” (editora BestSeller) e
do livro “O Reizinho da Casa”
(editora Rubio).
Por isso, não adianta apenas
dar a medicação recomendada pe-
los profissionais, quando necessá-
ria, destaca a psicóloga Ana Caro-
lina Furquim de Campos Berto-
ni, diretora psicológica da clínica
Medicina do Comportamento,
em São Paulo. “É inviável tratar
uma criança ou adolescente com
TDAH sem a participação dos
pais e professores.”
O tratamento correto envol-
ve a recomendação da dosagem
correta do medicamento, a obser-
vação se não há comorbidades re-
lacionadas – outras doenças, co-
mo depressão, ansiedade, entre
outras –, acompanhamento psi-
cológico, adequação no meio es-
colar e do lar.
“É também extremamente
importante oferecer um tratamen-
to em que se crie uma rede de co-
laboração em torno da criança pa-
ra que o tratamento medicamen-
toso tenha sucesso”, orienta o
neurologista da infância e adoles-
cência Marco Antonio Arruda,
da Associação Brasileira de Défi-
cit de Atenção (ABDA).
Com o adolescente Gabriel Felipe, de 13
anos, a família tem conquistado retornos
com os estímulos e a imposição de
limites. A mãe, Ivani Colombi Cardoso
Santos, conta que a suspeita foi levantada
por um diretora da escola, que também
tinha filhos com TDAH. O diagnóstico foi
dado a Gabriel aos 4 anos.
Desde criança, Gabriel também frequenta
o projeto Gato de Botas e recebeu toda a
participação da família. A irmã fez um
mural com as atividades e horários que
Gabriel deveria cumprir, como os horários
para acordar, escovar os dentes,
descansar, fazer as tarefas da escola,
entre outras atribuições do dia. O mural
permaneceu na parede do quarto até o
ano passado.
“A princípio, me senti culpada e chorei
quando a diretora me chamou dizendo que
tinha notado a hiperatividade nele, mas
me tranquilizou dizendo que não era nada
grave. Na verdade, desde pequeno,
percebi que ele tinha um comportamento
diferente dos outros três irmãos, como
não juntar os brinquedos e esparramá-los
novamente”.
A mãe destaca que só a medicação não é
suficiente para o bom desenvolvimento do
filho, que também tem acompanhamento
psicopedagógico, neurológico, pratica
esportes e está envolvido em atividades
da igreja do bairro onde a família mora.
“Apesar do Gabriel ser hiperativo, nunca
foi agressivo. A dificuldade dele é de
concentração, de ficar muito tempo no
lugar, mas é um menino inteligente,
guarda tudo na cabeça. Mas quando
estava no 2º ano pedi para a escola que o
mantivesse na mesma série, pois ele não
tinha aprendido a escrever”, conta.A mãe de Gabriel diz que a família sempreo cercou de carinho, sem deixar de lado acorreção, quando necessária, dandolimites. “Não queríamos tratá-lo como umcoitadinho, mas uma criança comum, queàs vezes fica mais distraída, mas é
educado e caseiro, embora converse comtudo mundo. A família toda ficou envolvidae também o direcionamos para um ladoreligioso. Na igreja, ele também teve, portrês anos, um acompanhamento com umapsicóloga voluntária, que foi fundamentalpara o desenvolvido dele”, destaca Ivani.
‘NÃO QUERÍAMOS TRATÁ-LO COMOCOITADINHO’
Antes da suspeita e confir-
mação do diagnóstico do
Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade
(TDAH), as reclamações aos
pais sobre o mau comporta-
mento ou desinteresse de seus
filhos são frequentes. Segun-
do a neurologista Célia Roes-
ler, da Academia Brasileira de
Neurologia, “a maioria dos
pais imagina que se trata de
birra, má educação ou ainda
implicância das pessoas que re-
clamam do comportamento
de seus filhos”, diz. “Daí, acei-
tar que o filho pode de fato ter
um transtorno e procurar aju-
da médica é um longo cami-
nho que, às vezes, demora a
ser dado”, acrescenta.
O receio em aceitar o diag-
nóstico é o medo pela falta de
informação do que se trata o
TDAH. Outro fator é a toma-
da de consciência de que o fi-
lho precisa de medicação con-
trolada, em cima da qual se
criam mitos de que o remédio
vicia ou será prejudicial para a
criança, quando se trata exata-
mente do contrário.
A recomendação para as
famílias é que se informem
com os profissionais que es-
tão tratando seu filho para co-
nhecer melhor o transtorno e
o que pode ser feito para aju-
dar seu portador.
De acordo com a Associa-
ção Brasileira de Déficit de
Atenção (ABDA), é impor-
tante que elas busquem infor-
mações em programas de trei-
namento para pais, livros, ví-
deos, sites, páginas em redes
sociais e com outros genito-
res que têm filhos com o mes-
mo diagnóstico para trocar
experiências.
“O TDAH é um distúrbio
real decorrente da má regula-
ção no sistema dopaminérgi-
co, afetando, entre outras coi-
sas, a capacidade de concen-
tração. Sendo assim, é um
transtorno que acompanha o
indivíduo durante toda a vi-
da e que, se não tratado desde
o i n í c i o , p o d e t e r
consequências piores na vida
adulta, comprometendo o tra-
balho e os relacionamentos”,
afirma a neurologista Célia,
ao ressaltar a importância da
informação sobre o tema.
No livro “Manual dos
Transtornos Escolares”, do
psiquiatra de crianças e adoles-
centes Gustavo Teixeira, há in-
formações com embasamento
científico e material psicoedu-
cativo, em linguagem simples,
para pais, educadores e profis-
sionais da saúde mental da in-
fância e adolescência. “A
transmissão de informação
psicoeducacional pode propor-
cionar a diminuição de pre-
conceitos e permitir que crian-
ças e adolescentes se benefi-
ciem de um tratamento médi-
co correto.” (EV)
Lidando com a descoberta
Ham
ilton
Pava
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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 7
Valorize o que há de melhor na criança
Evite fazer comparações entreos filhos
Procure conversar sempre com acriança e saber como ela está se sentindo
Estabeleça regras e limites em casa enão deixe de cumpri-los também
Não espere “perfeição”
Não cobre resultados, cobre empenho
Elogie sempre. O estímulo nuncaé demais
Dê instruções diretas e claras, uma decada vez
Estabeleça rotina diária para almoço,jantar, dever de casa, entreoutras atividades
Deixe o ambiente organizadoe harmônico
Mantenha a casa dentro de um
sistema de código ou sinal único para todaa família
Crie um local sadio, arejado eiluminado para as tarefas da escola
Evite encher o quarto da criança comestímulos, como brinquedos em excesso
Tenha disponibilidade para interagircom a criança
Use a criatividade e programeatividades diferentes aos finais de semana
Incentive seu filho a praticar umaatividade física regular, a criar vínculos deamizades e se tornar mais independente,de acordo com a idade
Ao chamar a atenção da criança, façaisso construtivamente e esclareçaos motivos
Incentive e cobre o uso de umaagenda - que pode ser eletrônica também
Escolha cuidadosamente a escolapara o sucesso da aprendizagem
Não envolva a criança com muitasatividades extracurriculares
Divida as tarefas em atividadesmenores para serem realizadas mais fácile rápido
Mantenha contato próximo comos professores
Busque ensinar a criança que ela nãodeve interromper suas atividades edeixá-las sem conclusão
Fonte: Associação Brasileira de Déficit de Atenção
(ABDA), www.tdah.org.br
A educadora e psicopedago-
ga Adriana Fóz, especialista
em neuropsicologia, conta
que as famílias nem sempre
têm o comportamento indica-
do em relação ao tratamento
com um ente com diagnósti-
co do Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade
(TDAH). Há a incompreen-
são, a falta de informação, a
perda de energia e de oportu-
nidades educativas.
“Olhar para um disléxico
como se ele não o fosse, ou
olhar para um TDAH como
se ele não o fosse, é negligen-
ciar um caminho mais positi-
vo, competente de aprendiza-
gem e desenvolvimento.”
Entre as dificuldades, o
psiquiatra da criança e do
adolescente Gustavo Teixei-
ra acrescenta que está o pre-
conceito. Por isso, nada mais
essencial que intervenções de
grupos de apoio tanto aos fa-
miliares quanto aos portado-
res do TDAH.
“O objetivo desses encon-
tros é dividir experiências,
conhecimentos, criando as-
sim uma rede de apoio social.
Desta forma, pais e familia-
res podem ter a oportunidade
de discutir com os pais e fa-
miliares de outras crianças e
adolescentes que apresen-
tam o mesmo transtorno
comportamental, e assim tro-
car experiências, receber
apoio e informação para en-
tender melhor o que ocorre
com os próprios filhos”, diz
o psiquiatra.
Segundo a neurologista
Célia Roesler, após a confir-
mação do transtorno, além
da relutância em aceitar o
diagnóstico os pais também
precisam empenhar-se em
combatê-lo, participando ain-
da mais da vida escolar do fi-
lho, do acompanhamento psi-
cológico ou psicopedagógico,
e oferecer a medicação nos
horários indicados.
Contudo, a neurologista
pede atenção para evitar um
diagnóstico precoce e ajudar a
observar se o comportamento
do filho é decorrente real-
mente de um transtorno neu-
rológico ou dificuldade para
a aprendizagem. Isso porque
muitas crianças que não têm
habilidades na escola para as
atividades ensinadas e repassa-
das nem sempre têm TDAH.
Podem ter dislexia, discalculia
ou mesmo falhas no processo
educativo. (EV)
O diagnóstico do Transtor-
no de Déficit de Atenção e Hi-
peratividade (TDAH) segue al-
guns critérios médicos para ava-
liar e definir a presença do pro-
blema. Em maio, a Associação
Americana de Psiquiatra apre-
sentará novas diretrizes a res-
peito de distúrbios comporta-
mentais e mentais, que in-
cluem, dentro eles, o TDAH.
Existe expectativa na altera-
ção da idade para considerar os
sintomas, com maior abrangên-
cia. “Outra mudança importan-
te será a diminuição para o mí-
nimo de quatro sintomas de
desatenção para diagnóstico
de TDAH em jovens maiores
de 17 anos de idade e adul-
tos”, informa o psiquiatra da
criança e do adolescente Gus-
tavo Teixeira.
Ele explica que o Diagnos-
tic and Statistical Manual of
Mental Disorders (DSM) ou,
em tradução livre, Manual
Diagnóstico e Estatístico dos
Transtornos Mentais, é uma
publicação da Associação Psi-
quiátrica Americana que é
vista como referência. Neste
ano, será apresentada a 5ª edi-
ção, que define e melhora os
critérios de diagnósticos.
“Ela rege a nomenclatura
mundial das doenças psiquiá-
tricas, sendo adotada por mé-
dicos e pesquisadores em to-
do o mundo.” (EV)
Dicas para os paisA falta de informação
Mudançasesperadas
8 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Saiba mais
Os pais do adolescente Guilherme, de 13 anos, descobriram
que o filho tinha o transtorno há seis anos, devido às
características marcantes que o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) provocava no filho. Hoje,
Guilherme vive com o pai Celso Freitas, após a morte da
mãe, há dois anos.Celso conta que o filho estava sempre
agitado, não dormia direito, não parava quieto na sala de
aula, conversava muito e atrapalha o ambiente escolar.
“Levei ele primeiro no psicólogo, que encaminhou para um
neurologista, que fez um exame e confirmou o TDAH. Ele
começou a tomar dois tipos de medicação e melhorou
bem no começo, mas depois da morte da mãe ele teve
uma piora.”
Desde o diagnóstico, o menino frequenta o projeto Gato de
Botas, em Rio Preto, mas ainda enfrenta dificuldades. Celso
conta que o filho já foi expulso da escola e todos os problemas
em sala de aula são atribuídos ao adolescente. “Converso
bastante com ele, vejo o que ele quer e sugiro trocas, caso ele
tenha um comportamento melhor. Ele até concorda, a princípio,
mas depois acaba esquecendo. Hoje, ele passa por avaliação a
cada dois meses”, conta o pai �
Um indivíduo com TDAH típico é aquele que:
Não consegue se concentrar ematividades que ele considera “chatas”,como estudo ou trabalho
Tem excesso de atenção em atividades,como brincar, assistir TV e usar o computador(hiperfoco)
Esquece as tarefas delegadas a ele
Perde os objetos pessoais com facilidade
É inquieta
Nunca apaga as luzes da casa
Deixa portas e gavetas abertas
Não repassa recados
Se distrai facilmente emconversas
longas e demoradas
Inicia diversas atividades ao mesmo
tempo, muitas vezes sem concluí-las
Fonte: Célia Roesler, neurologista
de crianças e adolescentes
‘Conversobastante com ele’
Os pais devem, primeira-
mente, ter com os profissio-
nais a certeza do diagnósti-
co, informando-se se não
existem outros distúrbios as-
sociados ao TDAH, uma si-
tuação que pode ocorrer. As
cobranças devem ser feitas
por meio de estímulos e moti-
vação, pois a criança quer
corresponder às expectativas
de seus pais, mas não conse-
guem sempre. O otimismo e
a persistência devem sempre
estar presentes na família.
Quando o diagnóstico é
dado aos pais, é importante
que eles criem uma rede de
colaboração com o filho para
lhe oferecer meios a fim de
que possa responder aos estí-
mulos oferecidos a ele.
Para a educadora e psico-
pedagoga Adriana Fóz, espe-
cialista em neuropsicologia,
de São Paulo, os pais podem
partir em busca de elos de in-
formação e afeto.
“Eles devem propiciar
um ambiente facilitador e
mostrar carinho e aceitação,
juntamente a limites claros e
coerentes”, informa.
Entre os exemplos do que
pode ser feito em casa, a edu-
cadora destaca facilitar a or-
ganização do TDAH, cons-
truindo um quadro de afaze-
res juntamente à criança.
“Pistas visuais são muito
positivas e mostram amor
mesmo que a criança enfren-
te dificuldades, assim como
também a necessidade de im-
por alguns limites.”
Isso é necessário porque
o portador de TDAH tem di-
ficuldades de manter a con-
centração em atividades que
exigem mais atenção, como o
estudo ou trabalho, por
exemplo, pois também tende
a esquecer com facilidade e
perder objetos.
Contudo, esse comporta-
mento pode ser contrastado
com o hiperfoco, o excesso
de atenção em outras ativida-
des ao mesmo tempo, como
brincar, assistir à televisão,
jogar videogame ou usar o
computador.
“Um indivíduo TDAH tí-
pico é aquele que não conse-
gue permanecer muito tem-
po sentado, fica impaciente
em filas, mexe as mãos e pés,
manipula objetos constante-
mente. Na criança, esses si-
nais se manifestam especial-
mente ao não suportar espe-
rar sua vez para brincar, não
se concentrar durante as au-
las e entregar as lições com
atraso, o que, muitas vezes,
prejudica o desempenho es-
colar”, conta a neurologista
Célia Roesler. (EV)
Comportamento em casaHamilton Pavam
Enquanto algumas escolas
possuem corpo docente prepa-
rado para oferecer a ajuda ne-
cessária à criança e ao adoles-
cente portadores do transtor-
no, outras não correspondem
ao que pedagogos e profissio-
nais da área da saúde recomen-
dam para complementar o tra-
tamento. É o caso do pai do
adolescente Guilherme, de 13
anos. Celso Freitas conta que
não tem tanta compreensão e
apoio da escola onde o filho es-
tuda. “Tudo é culpa do Gui-
lherme, e ele já foi até expul-
so”, reclama.
Por outro lado, Gabriel Fe-
lipe, também da mesma idade,
conseguiu encontrar um supor-
te escolar melhor. “Eles (edu-
cadores) mantêm contato cons-
tante comigo e até auxiliam
nos horários em que o Gabriel
precisa tomar a medicação en-
quanto está na escola”, diz a
mãe, Ivani Colombi Cardoso
Santos. Uma das cartilhas de-
senvolvidas por profissionais
ligados à Associação Brasileira
de Déficit de Atenção (ABDA)
explica que a equipe escolar
precisa se unir para “planejar
e implementar as técnicas e es-
tratégias de ensino que melhor
atendam às necessidades dos
alunos que se encontram sob
sua responsabilidade. O mais
importante é o professor co-
nhecer o TDAH e reconhecer
que essas crianças necessitam
de ajuda”. (EV)
Os ‘dois lados’ da escola
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 9
O caminho para a
felicidade nesta
faixa etária está
ligado a escolhas
independentes de
imposições sociais
Jéssica Reis
jessica.reis@diarioweb.com.br
“Deixa a vida me levar, vida
leva eu”, populares versos de
uma música de Zeca Pagodi-
nho, exemplifica exatamente o
jeito que muita gente gosta de
levar a vida, sem se prender a
receitas ou regras defendidas
(ou impostas) pela sociedade,
como casar antes dos 30, ter o
melhor emprego do mundo, en-
tre outros. Tem ainda aquela
velha história de que durante a
vida é preciso plantar uma árvo-
re, escrever um livro e ter um fi-
lho. Mas é bem mais possível
ser feliz seguindo as próprias
vontades.
A psicóloga Maria Apareci-
da Junqueira Zampieri, tera-
peuta de família e facilitadora
de EMDR, explica que as re-
gras que as pessoas adotam
nem sempre encontram eco
real internamente, mas como
têm muitas vezes uma forte ten-
dência a atender às expectati-
vas para se sentir aceitas, aca-
bam fazendo de tudo para estar
bem diante dos outros. “Corre-
mos o risco de não ouvir nossas
próprias expectativas e desejos.
Somos mobilizados pela neces-
sidade de aceitação e de perten-
cimento, sem perceber que esta-
mos abrindo mão de nós mes-
mos. Quanto maior nosso des-
compasso com nosso âmago,
maior o desequilíbrio e o risco
de sucumbirmos”, afirma.
Para a psicoterapueta Mar-
celle Vecchi, saber quem real-
mente é o que quer é o primeiro
passo para se libertar das regras
impostas pela sociedade, e para
responder a essas duas indaga-
ções é preciso desenvolver o au-
toconhecimento, do contrário,
as pessoas se tornam reféns das
opiniões alheias.
“As regras impostas pela so-
ciedade só caberiam se fôsse-
mos criados numa linha de pro-
dução, todos iguais, e isso é um
absurdo, visto que todos somos
diferentes e, em consequência
disso, com necessidades diferen-
tes. Hoje em dia, encontramos
ainda muitas pessoas que levam
suas vidas baseadas nas opi-
niões alheias e não de acordo
com suas vontades e necessida-
des. Essas pessoas não vivem
suas vidas, mas as dos outros, e
provavelmente alimentam em
seu interior uma enorme insatis-
fação pessoal. Isso também se
aplica ao campo profissional.
Um conselho é sempre escutar
sua voz interior. Nós temos essa
capacidade, mas poucos a utili-
zam para fazer isso: quando esti-
ver em um dilema, se concentre
em si mesmo e se faça a pergun-
ta, sinta por dentro qual respos-
ta o fará se sentir melhor, e acre-
dite nela. Isso é desenvolver
consciência interna”, recomen-
da Marcelle.
A psicóloga Beth Valentim
afirma que hoje é possível ser fe-
liz sem tantas regras, “optando
por menos, mas o menos que faz
diferença e pode ser o máximo
na vida de alguém”, ressalta.
Na vida profissional, por
exemplo, a coach de carreiras
Claudia Carraro diz que é possí-
vel levar uma vida profissional
de um jeito mais leve, sem tan-
tas exigências para si mesmo,
aprendendo a lidar com algu-
mas crenças que limitam a pes-
soa, como a busca da perfeição.
“A pessoa vai conseguir levar a
vida profissional mais leve se
trabalhar em algo que gosta.
Pois a angústia é enorme quan-
do alguém detesta o trabalho
que faz, pois passa a maior parte
do seu dia trabalhando.”
A especialista lembra que le-
var a carreira de uma forma
mais leve não significa relaxar e
não fazer o trabalho direito,
mas sim ter paz interior para en-
tender melhor as situações de di-
ficuldade e saber lidar melhor
com elas.
A revista Bem-Estar ouviu
essas especialistas sobre as prin-
cipais áreas da vida e como ser
feliz dentro do seu próprio tem-
po e sem grandes frustrações.
Afinal, a vida não começa ou ter-
mina aos 30.
Comportamento
A VIDAA VIDAAOS 30AOS 30
No filme “De Repente
30”, a personagem Jenna
Rink (Jennifer Garner) está
infeliz com a idade que tem,
13 anos, e acredita que os 30
anos é a idade do sucesso.
Ela desperta então com 30
anos de idade, com um óti-
mo emprego e dinheiro, mas
está longe da família e dos
amigos.
Muitas pessoas ainda
acreditam que têm de alcan-
çar o melhor emprego do
mundo ou ter conquistado
tudo até os 30 anos. Mas
Claudia Carraro, psicóloga e
coach de carreiras e lideran-
ças em São José dos Cam-
pos, dá um alerta: “Na mi-
nha prática profissional co-
mo coach e orientadora de
carreiras atendo muitas pes-
soas (homens e mulheres)
que estão infelizes e angus-
tiadas devido a essa crença
do sucesso aos 30 anos. E o
que percebo também é que
para quem não chegou a essa
idade acha que magicamen-
te vai alcançar o tal sucesso
automaticamente aos 30
anos e quem já passou e não
alcançou se sente mal. Imagi-
ne então quem está com 40
ou 50 anos?”
A coach de carreira diz
que, em primeiro lugar, é
preciso definir o que é suces-
so, pois para uns pode ser ga-
nhar muito dinheiro, para
outros trabalhar no que gos-
ta mesmo ganhando um salá-
rio mais modesto. “Digo
que é crença pensar sobre o
sucesso aos 30 anos, pois
não é a idade que faz a pes-
soa alcançar o sucesso e sim
o quanto ela investe para al-
cançar sua potencialidade
máxima”, afirma.
Claudia lembra do livro
“Fora de Série - Outliers”
(Sextante), de Malcom Gla-
dwell, em que o autor cita a
regra das 10 mil horas, dan-
do exemplos de Bill Gates e
Beatlles, que tiveram uma
prática de 10 mil horas para
alcançar a excelência e as-
sim terem sucesso. “Para
ele, sucesso é igual a talento
mais preparação. A excelên-
cia só vem depois que se pra-
tica muito, e isso pode acon-
tecer aos 15, 20, 30 ou 60
anos”, afirma. (JR)
Carreira
10 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Filhos
Relaçõesafetivas
Sto
ck
Images\D
ivulg
ação
Além do emprego dos so-
nhos, as pessoas têm o desejo de
adquirir bens materiais, seja por
status ou por necessidade, que na
verdade seria uma das consequên-
cias de ter um bom emprego e o
poder de compra. O que acontece
é que a sociedade atual está mais
interessada no “ter” do que no
“ser”. É importante para a pessoa
ter uma bela casa, o carro do ano,
roupas de marca, entre outros,
mas isso pode não ser o suficiente
para a realização pessoal.
A psicoterapeuta Marcelle
Vecchi lembra que é preciso ter
em mente que cada um é único,
com necessidades e sonhos tam-
bém únicos. “Para alguns, com-
prar um carro do ano trará realiza-
ção, outros preferem viajar... essa
necessidade de aquisição de bens
materiais, a meu ver, está dimi-
nuindo na população, percebo
que a necessidade de ser está au-
mentando, e a necessidade de ter
diminuindo: isso evidencia nossa
evolução. Nossas prioridades de-
vem ser embasadas no que nos
faz bem e no que nos traz realiza-
ção interna”, diz.
Ela afirma que com a aquisi-
ção de bens materiais geralmente
a satisfação é momentânea e não
duradoura. Mas quando a pessoa
se esforça para satisfazer suas ne-
cessidades, neste caso, a satisfa-
ção permanece por muito tempo.
Ainda segundo Marcelle, a
pessoa que tem como meta conse-
guir bens materiais pode se frus-
trar caso não consiga no tempo
que estipulou para si mesma. A
psicoterapeuta afirma que, com
a frustração, aflora o sentimento
de incapacidade. “Para que isso
não aconteça, seja flexível com
seus desejos e prazos, sem co-
branças desnecessárias. Se algo
não aconteceu como planejou
acredite que dessa forma foi me-
lhor para você, e que no tempo
certo, se isso for realmente im-
portante, você conseguirá.” (JR)
A área afetiva também
merece atenção quando fala-
mos das tais regras da socie-
dade. Quem é que nunca ou-
viu que tem de casar antes
dos 30 ou que está chegando
aos 30, ainda não encontrou
o grande amor da sua vida e,
portanto, vai ficar “encalha-
do”.Poroutro lado, temtam-
bém aquele ditado “antes só
do que mal acompanhado”.
As relações amorosas já
não seguem os mesmos pa-
drões e, segundo a psicóloga
e escritora Beth Valentim,
hoje as pessoas fazem o in-
verso: “Querem indepen-
dência e a busca da liberda-
de, depois o casamento. Po-
dem até viver juntas alguns
dias da semana ou ‘juntarem
os trapos’, mas priorizam a
estabilidade. Seja ela onde
for, mesmo no campo ou em
algum lugar onde possam
ser felizes. Ao contrário do
quese imagina, aspessoas es-
tão buscando esses momen-
tos em que os sentimentos
possam estar mais em conta-
to com a vida, a maioria ain-
da está presa às regras, mas
tudotemmostradoqueame-
lhor saída é a simplicidade.
Pode custar, demorar, mas a
humanidade vai mudar.”
E para quem acreditava
queparaser felizéprecisoca-
sar, a psicóloga diz que ho-
mens e mulheres podem
sim ser felizes mesmo sendo
solteiros. Mas ela diz que a
mulher está mais preparada
para ficar sozinha do que o
homem. “Homens e mulhe-
res podem ser felizes sem
uma família tradicional,
mas têm de ter outros objeti-
vos. Precisam ser felizes
com essa liberdade alcança-
da e bem cuidada. Criar, via-
jar, ter amigos, fazer coisas
que os preencham. Nem
semprequemtem umafamí-
lia tradicional é mais feliz do
queaqueles que não tem, is-
so nada significa, porque
a felicidade é de dentro pa-
ra fora e, se não estiver in-
teiro, não vai ser feliz
nem em uma multidão”,
explica Beth. � (JR)
Além de não querer consti-
tuir uma família, hoje é co-
mum pessoas que optam por
não se tornar pai ou mãe, mes-
mo ouvindo de todo mundo
que tem de ter um filho para
não se sentir sozinho.
A terapeuta de família Ti-
na Zampieri afirma que não
há receita para a felicidade:
nem sempre o que é bom para
um vale para todos. “A auto-
descoberta é imprescindível,
e isso não tem nenhuma rela-
ção com estudos ou carreira
profissional.”
Em relação aos filhos ela
diz que não há caminho certo
ou errado, há escolhas. E es-
colhas envolvem perdas e ga-
nhos. “O problema, em geral,
começa muito cedo na vida,
quando nossas respostas não
são validadas pelas pessoas
importantes de nossa vida.
Começamos a duvidar de nos-
sa capacidade de discernir,
de apreciar adequadamente,
de escolher. Essas feridas, as-
sociadas às expressões dos
adultos de nossa infância, re-
percutem por toda a vida e
nos deixam inseguros quanto
à nossa capacidade de esco-
lha. Isso nos faz sentir como
se sempre o que o outro esco-
lheu é melhor”, complemen-
ta a terapeuta.
Beth Valentim lembra
que já existe uma pesquisa
que afirma que casais sem fi-
lhos são mais felizes. “Talvez
porque se sintam mais livres
para viver o amor ou viajar,
sair por aí buscando realizar
propósitos individuais e estar
mais descansados devido às
agressões que seus rebentos
possam sofrer, preocupações,
entre outros”, diz. (JR)
Conquistas
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 11
Mudança de consciência passa pelo processo interno de espiritualização
GiseleBortoletoGisele.bortoleto@diarioweb.com.br
Estamosvivendoumperíododetransfor-
mação muito grande em nosso planeta, prin-
cipalmente com relação à consciência do ser
humano. Mudanças radicais e profundas
têm sido registradas nos últimos 500 anos,
após 8 mil anos praticamente sem mudanças
estruturais. Mas com o desenvolvimento da
ciência é como se o mundo espiritual tivesse
liberado um novo conhecimento e dado iní-
cio a uma nova etapa para a civilização. E es-
sesúltimoscincoséculossemearamumamu-
dança profunda na nossa cultura, mais radi-
calmente ainda nos últimos 100 anos,
comumavançotecnológicomuitogran-
de.“Osgrandesprofetaseprofeciassem-
pre convergem para tempos de grandes
mudançasradicaisnaestruturadacivili-
zação, mas na verdade ninguém sabe
exatamente como irão ocorrer”, diz físi-
coLaércioFonseca,especializadoemas-
trofísica e que dirige há mais de 35 anos
a escola de treinamento interior Acade-
miaWUSANDJITAOetambémoEs-
paço Caminho da Luz. Ele é autor de li-
vroscomo“FísicaQuânticaeUfologia”,
“ManualdeSobrevivênciaàGuerraNu-
clear” e “Relacionamentos Afetivos: Se-
xo, tantra, amor e espiritualidade”.
O resultado dessas mudanças rápi-
das - ressalta Fonseca – deixou as
pessoas materialistas, infelizes. A
única saída para reverter o processo
é a espiritualização. Isso não signifi-
ca procurar uma religião e sim vol-
tar para si e buscar do lado de den-
tro as respostas. “Somos um poço
de potencial gigantesco. Se nos co-
nhecermos, vamos conhecer Deus,
que está dentro de nós mesmos,
mas a sociedade nunca nos ensinou
isso”, explica. “As religiões que aí estão
nos ensinaram a ser um mendigo de
Deus, a pedir o tempo todo e nunca a
olhar para dentro e conquistar as coisas
por si mesmo. As repostas não estão lá
fora e sim dentro de nós mesmos”, diz
Fonseca. É importante, segundo ele,
que as pessoas busquem essa saída em
vez de esperar uma crise planetária para
que possam mudar. “É preciso fazer uma re-
volução espiritual para que as pessoas este-
jam em paz com elas mesmas”, diz.
Sobre o processo de transformação do
planeta, Fonseca, que é autor de mais de 250
palestras em vídeo-conferências editadas em
DVDs e um total de nove livros publicados,
nasáreasdepsicologiaesotéricaeinterior,ali-
mentaçãonatural, terapiasespirituaiseholís-
tiscas, filosofia,entreoutros temas, faloucom
exclusividade à revista Bem-Estar.Revista Bem-Estar - A humanidade
pode enfrentar destruições em massapara atingir uma nova mudança deconsciência?
Laércio Fonseca - Pode. Dependendo
da região, uma guerra nuclear pode ser uma
tragédia para a região onde ela se instalar,
uma tragédia sem precedentes na história do
nosso planeta. Se isso acontecer, em qual-
quer parte do mundo, vamos ter uma retalia-
ção imediata numa guerra que durará 10 mi-
nutosaoinvés deanos,comoasguerrasante-
riores. Não se trata da extinção total da raça
humana, mas de passagens bastante difíceis.
O ser humano ao longo de sua história sem-
pre foi animalesco, com instintos primitivos
e de ódio. A sociedade é materialista e visa ao
lucro, trabalha para seu sustento material e
poucos fazem alguma coisa para seu cresci-
mento espiritual verdadeiro. Temos uma so-
ciedademontadanoconsumo,no“ter”enão
no“ser”, e issogera carma, comodizemos no
mundo esotérico. Uma hora a humanidade
se rompe como um todo. A qualquer mo-
mentopoderemospassarpormudançasradi-
cais profundas.
Bem-Estar - Essas mudanças de-vem resultar em quê, exatamente?
Fonseca -Todasasvezesqueahumani-
dade passa por uma crise profunda a civili-
zação passa por um processo de
reestruturação muito grande, um processo
de renovação. O que os grandes profetas
apontam é que esse tipo de mudança que
estaríamos vivendo agora seria uma das
maiores e mais profundas ocorridas em
nosso mundo, totalmente radical.
Bem-Estar - Por que tem aumenta-do o despertar das pessoas para o la-do espiritual e a cada dia aumenta onúmero em busca de respostas?
Fonseca - É muito simples. O mundo
materialnãoresolveosparadigmasdahuma-
nidade e as questões existenciais. As pessoas
têmtudo. Elaspodem enriquecer e ser famo-
sas, mas continuam profundamente vazias e
infelizes. Não tem saída. Elas precisam en-
contrar uma resposta que está além do que a
sociedade oferece para que ele seja feliz. Ter
uma casa e poder comprar é só uma parte do
processo do ser humano, que é um ser espiri-
tual,carregaumaconsciência,umanecessida-
de de se relacionar e ser feliz. Tudo isso é im-
portanteeoserhumanonãoencontra issona
sociedade.Não existe um processo de permi-
tirque eleentenda oqueestáacontecendo, as
respostasrealmenteconsoladoras.Ahumani-
dadevai ter deencontrarasaídanaespiritua-
lidade, que é a única porta que pode dar um
acalanto.
Bem-Estar - A religião ajuda nesseprocesso?
Fonseca - Não. Ela mais atrapalha do
que ajuda, porque também não dá respostas.
As pessoas não passam por transformação
por causa dela. Elas estão ultrapassadas.
Não resolveram o problema da civili-
zação e se continuarem nesse ritmo
não vão resolver. O ser humano tem
de encontrar uma saída muito mais
avançada, um processo mais elevado
para tirá-lo dessas condições.
Bem-Estar - E podemos ser nos-sos próprios mestres na busca poressas respostas ou elas estão emalgum lugar?
Fonseca -Grandesmestresdahuma-
nidade deram o caminho a seguir, mas as
religiões distorceram todo esse processo.
Sem dúvida nenhuma, a grande religião
do futuro é a religiosidade sem religião: o
homemsendoumapessoaextremantere-
ligiosa e espiritualizada, mas em si e não
dependendo de uma instituição ou orga-
nização que lhe imponha suas regras e
leisaseguir.Anovaeraéohomemconsi-
go mesmo buscando as respostas dentro
dele mesmo.
Bem-Estar - E o que vai aconte-cer com aqueles que não acredi-tam nessa necessidade de mudan-ça de consciência?
Fonseca - Eles vão ficar atrasa-
dos no tempo e no espaço se não
acompanharem as mudanças de cons-
ciência e paradigma. Serão elefantes
brancos na civilização. Essas pessoas,
espiritualmente, terão de passar por
um processo de reciclagem ou irão fi-
car para trás. Existe uma outra socie-
dade, outra ordem evolutiva no plano
espiritual e estrutura diferente. A par-
tir de lá, os espíritos serão reestrutu-
rados e irão aprender, e as próximas
encarnações desses espíritos irão
acontecer de acordo com cada caso e
de acordo com o processo de como ca-
da um conduziu sua vida. �
UMA NOVA SAÍDAAutoconhecimento
A religião do futuro éa religiosidadesemreligião: ohomem sendo uma pessoaextremante religiosa eespiritualizada,massemdepender deuma instituiçãoouorganização que lhe imponhasuas regras eleis a seguir. Anovaeraéohomem consigomesmobuscando respostas dentrodele
Laércio Fonseca
12 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Incontinência urinária afeta 10 milhões de brasileiros. A melhor maneira
de prevenir o problema é consultar periodicamente seu médico
Rui NogueiraUrologista
Março é o mês mundial da
conscientização sobre a inconti-
nência urinária, quando a So-
ciedade Brasileira de Urologia
(SBU) deflagrou uma campa-
nha para informar e alertar a so-
ciedade sobre esta doença, que
afeta cerca de 10 milhões de ho-
mens e mulheres. A incontinên-
cia caracteriza-se pela perda
sem querer de urina através da
uretra (canal que leva a urina
da bexiga ao meio externo) e,
normalmente, aumenta com a
idade, mas pode afetar crian-
ças, adultos e idosos.
As estatísticas da SBU justi-
ficam a preocupação que as pes-
soas devem ter com a inconti-
nência urinária. A cada 25 pes-
soas, 1 pode ter a doença ao lon-
go da vida. Projetando para a
população brasileira atual, 8 mi-
lhões de pessoas estão propen-
sas a desenvolvê-la. Mas estima-
se também que, atualmente,
10% sofrem da perda de urina
involuntária, podendo este nú-
mero ser ainda maior, pois mui-
tos não buscam ajuda por ter
vergonha ou receio.
Entre as pessoas acima de
60 anos, a incidência é ainda
maior. A SBU calcula que de
15% a 30% das pessoas nesta fai-
xa etária apresentam algum
grau de incontinência. Já as
mulheres têm duas vezes mais
chances de ter que os homens.
São inúmeras as causas da
incontinência urinária: gené-
tica, fatores hormonais, obesi-
dade, infecção urinária ou va-
ginal, efeito colateral de me-
dicamentos, tabagismo, cons-
tipação, bexiga hiperativa,
obstrução da uretra por au-
mento da próstata, diabetes,
fraqueza de certos músculos
da região pélvica, envelheci-
mento, lesões medulares,
doenças do sistema nervoso e
como consequência de algu-
mas cirurgias, entre outras.
É possível prevenir a incon-
tinência urinária. A melhor ma-
neira de fazê-lo é se consultar pe-
riodicamente com o urologista,
o médico especialista na preven-
ção e no tratamento desta e de
outras doenças do aparelho
urinário.
Existem diferentes condições
quanto aos tipos, intensidade e
combinações de perda de urina.
O diagnóstico é feito por meio da
avaliação da história clínica, análi-
se de sangue e urina e, quando ne-
cessário, exames que avaliarão o
funcionamento da bexiga, como
o exame urodinâmico. Para cada
situação clínica existe um trata-
mento ideal.
Há o tratamento à base de
medicamentos orais ou toxina
botulínica do tipo A. Existem a
terapia comportamental e pro-
gramas de reabilitação da mus-
culatura pélvica. Outras alter-
nativas de tratamentos são os ci-
rúrgicos ambulatoriais (mini-
mamente invasivos), cirurgias
de implantação de esfíncteres
artificiais e ainda manipula-
ções do sistema nervoso perifé-
rico e central.
Como toda doença, a incon-
tinência urinária também pode
ser prevenida. Uma das manei-
ras de prevenir-se é realizar
exercícios para o fortalecimento
da musculatura do assoalho pél-
vico, que podem ser indicados
pelo urologista. Os exercícios
consistem em contrair os mús-
culos do assoalho pélvico por 10
segundos e depois relaxá-los
por 10 segundos. Estes exercí-
cios devem ser repetidos 10 ve-
zes, em três sessões diárias.
O obeso, se perder 5% ou
mais do peso, por exemplo,
pode melhorar os sintomas
da incontinência de maneira
significativa.
Desde já, você já pode preve-
nir-se buscando informações no
site www.incontinenciaurinaria.
com.br e agendando uma consul-
ta com seu urologista. �
Perda involuntáriaS
tock
Images\D
ivulg
ação
Rubens Cardia
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 13
Marcelo Adnet incorporaMarcelo Adnet incorpora
um odontologista comum odontologista com
espírito de herói emespírito de herói em
“O Dentista Mascarado”“O Dentista Mascarado”
Agência Estado
Um passo bem grande e importante
foi dado pelo humorista Marcelo Ad-
net. Ele deixou a MTV no ano passado,
foi contratado pela Rede Globo e no dia
5 de abril estreia como protagonista de
uma comédia policial que tem o objeti-
vo de arrancar muitas gargalhadas do te-
lespectador. Intitulada “O Dentista
Mascarado”, a série é escrita por dois no-
mes de sucesso na emissora: Alexandre
Machado e Fernanda Young, autores
de “Os Normais”, entre outros traba-
lhos. Além de um texto que já cria ex-
pectativa, o programa tem ainda o come-
diante Leandro Hassum e a atriz Taís
Araújo como estrelas em cena.
Adnet, que é casado com a humoris-
ta Dani Calabresa, que também deixou
a MTV e estreou há duas semanas no
“CQC”, da Band, está na fase da euforia
e da ansiedade. “O roteiro do seriado é
universal, ele propõe humor de todos os
tipos. É tão legal fazer isso, porque está
tudo ali. A gente não faz humor para si,
faz para o público e o menu está farto.
Acho que vão gostar”, declara o estrean-
te na Globo.
Para quem não conhece a trajetória
de Adnet, ele é reconhecido pela arte do
improviso. Faz teatro há mais de dez
anos, apresentou vários programas na
MTV e seu mais recente trabalho no ci-
nema é o filme “Os Penetras”.
Agora, ele vai ser o dentista Adalber-
to Paladino, um profissional que terá
sua vida transformada com a chegada
de uma paciente linda, a ardilosa Sheila
(Taís Araújo). A beldade não terá como
pagar pelo seu tratamento e Paladino de-
cide oferecer a ela o cargo de assistente
até que a dívida seja quitada. Logo em
seguida, seu amigo Sergio (Leandro
Hassum), o protético com quem ele divi-
de o consultório, descobre que a pilan-
tra desapareceu depois de ter roubado
seu estoque de anestesias e uma grande
encomenda de coroas de ouro.
Empenhados em resolver o caso,
eles vão usar suas ferramentas de traba-
lho e muita sorte para capturar a ladra.
Ao fim de uma louca e divertida jorna-
da, eles conseguem reaver parte dos
itens roubados, entregam um temido e
procurado criminoso à polícia e se
veem diante de um novo destino: o de
combater o crime.
Vera (Helena Fernandes), uma advo-
gada em constante busca por novos
clientes, vai descobrir que o trio traba-
lha na surdina e os pressionará a aceitá-
la no esquema.
“A rotina é intensa, tem muitas ex-
ternas, mas não me sinto cansado, estou
achando tudo superdivertido”, comen-
ta Adnet.
O humorístico propõe uma mistu-
ra de dois gêneros: policial e comé-
dia. “Este seriado tem um humor
mais abrangente, instiga vários tipos
de risadas. Acho que esse é o diferen-
cial”, aponta o diretor-geral da atra-
ção, José Alvarenga Jr.
Além das descobertas feitas por Pala-
dino, o público vai ver que ele sofre por
não ter sua profissão aceita pelo pai. Eu-
rico (Otávio Augusto), um renomado
delegado aposentado, recusa-se a acei-
tar que seu único filho tenha desonrado
a tradição policial da família ao se tor-
nar um dentista.
Miler (Diogo Vilela) será um inspe-
tor que ajudará Paladino e Sergio. Esse
policial estará sempre por perto e, ape-
sar de desconfiar da insistente proximi-
dade de Paladino e seus comparsas na
solução de crimes, ele nunca consegue
provar suas suspeitas.
“Quando decidimos misturar os gê-
neros, nos perguntamos quem seria o
personagem. Seria um advogado trapa-
lhão? Ou um policial maluco? Ficamos
buscando um personagem que nunca ti-
vesse sido feito antes. Aí, pensamos que
a pessoa mais improvável para comba-
ter o crime no mundo é o dentista. A
gente tem a impressão de que dentistas
são pessoas certinhas, limpinhas, com
tudo planejadinho”, explica o escritor
Alexandre Machado.
Segundo Fernanda Young, o gênero
policial em si tem uma grande influên-
cia das histórias em quadrinhos. Ela
conta que as referências da série são as
revistas em quadrinhos e os seriados po-
liciais das décadas de 1970 e 1980. “Es-
pero que o público embarque nessa lou-
ca história do Paladino conosco, porque
essa é a melhor forma de se divertir com
o seriado”, diz a autora.
A primeira temporada de “O Dentis-
ta Mascarado” será exibida nas noites
de sexta-feira. �
UM NOVO HUMORUM NOVO HUMOR
Estreia
LeandroLeandro
Hassum, TaísHassum, Taís
Araújo e MarceloAraújo e Marcelo
Adnet compõemAdnet compõem
elenco de novaelenco de nova
série escrita porsérie escrita por
Fernanda YoungFernanda Young
e o maridoe o marido
AlexandreAlexandre
MachadoMachado
TV
Glo
bo/D
ivulg
ação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Seis eleitosAinda sem data para estrear, “Sangue Bom” (Glo-
bo), próxima novela das 19h da Globo, abordará
o mundo da moda e das celebridades que ga-
nham as capas das revistas. Na trama, Giane (Isa-
belle Drummond) ama Bento (Marco Pigossi),
que se envolve com Amora (Sophie Charlotte),
que gosta de Maurício (Jayme Matarazzo), que é
o grande amor de Malu (Fernanda Vascon-
cellos). Fabinho (Humberto Carrão) não gosta
de ninguém, a não ser ele mesmo, e faz de tudo pa-
ra conquistar fama e poder.
Mais para o elencoCorre nos bastidores a notícia de que a produção
de elenco da Globo estaria de olho nos atores e
atrizes de musicais que estão em cartaz no teatro.
Ao que tudo indica, os escolhidos deverão fazer
parte de “Sangue Bom”, de Maria Adelaide Ama-
ral e Vincent Villari, com direção de núcleo de
Dennis Carvalho.
Primeiras imagensDepois de ser apresentada à imprensa, a nova série
de Fernanda Young e Alexandre Machado, “O Den-
tista Mascarado” (Globo), ganha agora chamadas na
TV. Em uma delas, o protagonista Marcelo Adnet
(ex-MTV) aparece recitando um texto dramático de
Shakespeare. Enquanto isso, uma voz de fundo
anuncia, em tom de comédia, “Fique tranquilo: Ad-
net não veio pra Globo fazer tragédia”. A estreia será
no dia 5 de abril.
Para degustaçãoAté o dia 15 de abril, na Net, Claro e Vivo TV; e 3 de abril,
naSky,o canal Vh1estaráaberto. A ideiaé que os telespec-
tadoresconheçamanova identidadedaemissora.Destina-
do ao “novo jovem adulto”, na faixa de 18 a 34 anos, o Vh1
agregaumsinalde“+”aoseu logo,simbolizandoosdiver-
sos elementos positivos da vida do telespectador.
Reforço na parceriaA CNN International e o time Caterham F1 anuncia-
ram a renovação de sua parceria. Pelo acordo firma-
do, o canal mantém seu logo estampado nos carros e
nos uniformes dos pilotos da equipe pelo quarto ano
consecutivo. Caterham F1 Team surgiu em setem-
bro de 2009 como Lotus Racing, por Tony Fernan-
des, Meranun Kamarudin e SM Nasarudin.
Caixa de somNo dia 26 de abril, estreia a nova temporada do
“Som Brasil”, na Globo, sob o comando de Patrícia
Pillar. O primeiro programa será dedicado ao estilo
samba malandro e tem a participação de Sergio Lo-
roza, Diogo Nogueira, Aline Calixto e Flávia Mene-
zes. Na sequência, o tema será axé, que tem exibição
prevista para maio.
Retorno na tvNeste domingo (31), a partir das 20h50, Brasil e Esta-
dos Unidos deverão acompanhar a terceira tempora-
da de “Game of Thrones” (HBO). Ganhadora de
dois prêmios Emmy em 2011 e seis Globo de Ouro
em 2012, a atração é baseada nos famosos livros de
fantasia épica “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de
George R.R. Martin.
Galisteu em realitySegundo a Band, em abril, Adriane Galisteu vol-
ta ao batente, no reality show “Quem Quer Casar
com Meu Filho?” Distante da telinha desde que
o “Muito+” foi cancelado, em outubro de 2012,
ela não assumiu nenhuma outra atração. Casada
com o empresário Alexandre Iódice, a apresenta-
dora, sempre que possível, leva o filho, Vittorio,
para ficar ao seu lado no trabalho.
Terra nossaSegundo o jornal “New York Post”, Lindsay Lohan
deverá passar pelo Brasil em breve, por motivos ain-
da não revelados. Antes disso, em abril, será exibido
nos EUA a participação dela na série “Anger Mana-
gement”, do FX. Na trama, ela será a paciente por
quem o terapeuta Charlie Goodson (Charlie Sheen)
irá se apaixonar.
Mídias diversasNo ano que vem, a integrante do “Saia Justa”,
Mônica Martelli deverá ampliar sua rede no
GNT. O espetáculo “Os Homens São de Marte
e é para Lá que Eu Vou”, com o qual ela ficou
anos em cartaz, vai virar programa no canal.
Por sinal, em outubro, a atriz começará a rodar
um filme baseado no mesmo texto.
Efeitos especiaisA produção de “Saramandaia”, próxima novela
das 23h da Globo, está atarefada. Dona Redon-
da, personagem obesa que explode por comer
muito; João Gibão, um homem que esconde
suas asas; e o professor Aristóbulo, um lobiso-
mem; terão tratamento de cinema. Um acordo
com Hollywood viabiliza a ideia de torná-los o
mais real possível.
Novos no elencoBethany Joy Lenz, de “One Tree Hill”, será vista
com frequência na oitava temporada de “Dexter”
(FX), que estreia nos EUA em 30 de junho. Ela se-
rá Cassie, vizinha do protagonista. Outro nome
que ganha um novo papel é Reg. E. Cathey. Ele es-
tará em “Grimm”. Desta vez, o ator será um asses-
sor político.
Futuro garantidoA série “Baby Daddy” (ABC Family) terá mesmo
uma terceira temporada. A decisão veio antes da es-
treia da segunda temporada, que está marcada para
o dia 29 de maio, nos EUA. Idealizada por Dan Be-
rendsen, a atração mostra a vida de Ben (Jean-Luc
Bilodeau), um jovem que descobre ser pai de uma
menina.
Novo trabalhoAmanda Peet (“The Good Wife”) será a estrela de
“Togetherness”, a nova comédia dos irmãos Mark
Duplass e Jay Duplass para a HBO. A série revelará
o cotidiano de dois casais que moram sob o mesmo
teto e se esforçam para manter suas relações, ao mes-
mo tempo em que correm atrás de seus desejos.
CanceladaNem mesmo o Globo de Ouro que Laura Dern ga-
nhou foi suficiente para segurar a série “Enlighte-
ned” (HBO) no ar. Em razão da baixa audiência, a
atração não terá uma terceira temporada. A atriz in-
terpretava uma ambiciosa executiva que, após uma
humilhação pública, decide ter uma existência mais
equilibrada e positiva.
Melhor da tvAs cenas com paisagens belíssimas, direção afiada e
fotografia exuberante em “Flor do Caribe” (Globo).
A trama de Walther Negrão, em alguns momentos,
chega a lembrar “O Conde de Monte Cristo”, obra
de Alexandre Dumas. Em contrapartida, o novelista
tem usado boas iscas de ação e personagens cativan-
tes para prender a atenção.
Pior da tvEm uma edição recente do “Quem Convence Ga-
nha Mais” (SBT), Christina Rocha se empolgou e
perdeu a paciência com uma participante que afir-
mou que, se pudesse, mataria todos os seus filhos.
A notícia foi parar no site da emissora com desta-
que. O problema todo se formou no palco e foi pa-
rar nos camarins. �
Fique LigadoAgência Estado
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 15 - TV
“Muita gente gosta da
Carolina e torce por
ela”, diz Bianca Bian,
em alta com sua
primeira antagonista
na TV
Agência Estado
Na reta final de “Guerra
dos Sexos”, Bianca Bin faz um
balanço da carreira e diz que
sentiu um pouco o peso por ter
sido convidada por Sílvio de
Abreu para viver a primeira vi-
lã na carreira, que na primeira
versão, em 1983, foi interpreta-
da por Lucélia Santos. Porém,
Bianca conta que a sorte tem
andado ao seu lado, já que bons
trabalhos têm aparecido duran-
te a sua trajetória. A atriz ressal-
ta que tudo aconteceu de forma
rápida na sua carreira e se consi-
dera uma privilegiada por ter a
arte como ofício.
Pergunta - Carolina é agrande vilã de “Guerra dos Se-xos”. Como é a repercussãoda personagem junto aos fãs?
Bianca Bin - Por incrível
que pareça, muita gente gosta
da Carolina e torce por ela.
Quando me abordam na rua pa-
ra falar sobre ela, seja pra elo-
giar ou dizer que a Carolina es-
tá muito ruim e aprontando de-
mais, fazem tudo com bom hu-
mor. O melhor é ver meu traba-
lho sendo reconhecido. Estou
muito feliz com essa repercus-
são e não esperava isso tudo.
Pergunta - Você já esteve
dos dois lados. Acabou de darvida a uma protagonista, em“Cordel Encantado”, e agorainterpreta uma antagonista.Vilã dá maior visibilidade aotrabalho?
Bianca - Sendo vilã ou moci-
nha, a visibilidade que temos
na TV já é enorme. Pra mim o
que engrandece um trabalho,
além de ter um bom persona-
gem nas mãos, é trabalhar com
prazer, com uma equipe baca-
na, pessoas dispostas, bons tex-
tos e boa direção. E, quanto a is-
so, tenho tido muita sorte!
Pergnta - O que é mais difí-cil fazer: a mocinha ou a vilãdissimulada?
Bianca - Acho que ambas
são difíceis.
Pergunta - Carolina foi in-terpretada por Lucélia Santosna primeira versão da novela.Ao ser convidada por Sílvio deAbreu, você sentiu o peso deter que corresponder a apos-ta do autor?
Bianca - Claro! Ainda mais
por se tratar da primeira vilã da
minha carreira. Sentia que ti-
nha que corresponder às expec-
tativas do autor e mais ainda
do público que já tinha visto
uma versão de sucesso.
Pergunta - Ficou com me-do de ter o seu trabalhocomparado com o de Lu-célia Santos?
Bianca - O Sílvio deixou
bem claro que ele estava rees-
crevendo tudo e que seria uma
nova novela. Como a outra ver-
são é de 1983, eu não vi nada,
não era nem nascida. E para
compor a Carolina não quis ter
essa interferência. Portanto,
não procurei vídeos da época.
Como a proposta era criar uma
nova versão e não apenas refa-
zer uma antiga, o medo de ter o
Entrevista
VILÃ DETALENTO
Fotos: TV Globo/Divulgação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
trabalho comparado não fazia
mais sentido.
Pergunta - Mais uma vezvocê repete a parceria comSílvio de Abreu…
Bianca - Ele apostou as fi-
chas dele em mim, confiou
mesmo no meu trabalho.
Ele nunca me viu fazendo vi-
lã, nunca me viu nesse lugar
e , mesmo sem teste ne-
nhum, me fez esse convite.
Então, eu estou muito hon-
rada de fazer a Carolina, de
ter essa oportunidade. Eu
saí da minha zona de confor-
to, que era fazer drama e mo-
cinha, para uma coisa com-
pletamente diferente. Eu de-
vo a minha carreira ao Síl-
vio porque ele me tirou de
“Malhação” e me deu a opor-
tunidade de fazer “Passio-
ne”, no horário nobre. E ago-
ra, recebi o meu primeiro
trabalho como uma vilã.
Pergunta - Para viver a Ca-rolina, de “Guerra dos Se-xos”, você mudou o visual epassou a adotar uma franja.Gostou do resultado final dolook?
Bianca - Eu fiz a franjinha
de novo, do começo da mi-
nha carreira, que eu amo! Ti-
rei o megahair e esse cabelo é
meu. Não mexi em cor, só o
corte mesmo. Sou cuidadosa
com o cabelo e com o corpo.
Filtro solar uso todos os dias.
Costumo usar um ‘adstrin-
gentezinho’ porque a minha
pele é muito oleosa, e no cabe-
lo é hidratação básica de 20
em 20 dias.
Pergunta - Você se casoucom Pedro Brandão. Como éa nova vida de casada?
Bianca - Estou muito fe-
liz! Realizada plenamente
no meu trabalho, na minha
profissão, e na minha vida
pessoal também. Não tenho
do que reclamar, sou uma
abençoada.
Pergunta - Apesar de ser jo-vem, você é considerada umadas atrizes mais talentosasda sua geração. Como vocêanalisa a sua trajetória na TV,desde a estreia, em “Malha-ção”, até agora, em “Guerrados Sexos”?
Bianca - Desde que me mu-
dei para o Rio de Janeiro, tu-
do aconteceu muito rápido.
Vim para fazer a oficina de
atores da Globo e, antes de
terminar, passei no teste e fui
fazer Malhação Foi uma lou-
cura, aprendi demais nesse
período. Venho emendando
um trabalho no outro. Devo
isso às pessoas que acredita-
ram no meu trabalho e me de-
ram boas oportunidades, tive
muita sorte também. Por is-
so, me considero uma privile-
giada. Estou muito feliz com
a carreira que venho cons-
truindo e ainda mais por ter
a arte como ofício. �
Sendo vilã oumocinha, avisibilidadeéenorme. Alémde ter umbompersonagem,oque valoriza umtrabalho é fazercom prazer
Como mocinha em “Cordel Encantado”, junto a Bruno Gagliasso
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 17 - TV
“Contos do Edgar”, na Fox, traz o terror e
suspense do escritor Edgar Allan Poe
com produção do cineasta brasileiro
Fernando Meirelles
Agência Estado
Em mais uma parceria com
a produtora do diretor Fernan-
do Meirelles, a O2 Filmes, o ca-
nal Fox estreia no dia 2 de
abril, às 22h15, a série original
“Contos do Edgar”, baseada
em contos do escritor norte-
americano Edgar Allan Poe
(1809-1849). Criação do dire-
tor e roteirista Pedro Mo-
relli, a nova atração mergu-
lha no universo romântico e
sombrio de Poe, que, entre o
terror e o suspense, criou
personagens misteriosas clás-
sicas, como a ausente Leno-
ra do poema “O Corvo”
(1845) e a jovem decadente
do conto “Berenice” (1835),
que inspirou o primeiro episó-
dio da série.
Às voltas com a produção
de seu novo longa, sobre o mi-
lionário grego Aristóteles Onas-
sis, Fernando Meirelles (“Cida-
de de Deus”, “O Jardineiro
Fiel”) tem se dedicado a vários
projetos para a televisão. Em
dezembro do ano passado, a
TV Globo exibiu a microssérie
“Xingu”, dirigida por Cao
Hamburger, o mesmo que ha-
via dirigido em 2006, para a
HBO, o seriado “Filhos do Car-
naval”, ambos produzidos pela
O2. Também estreou em mar-
ço deste ano, no NatGeo (outro
canal da Fox), uma série de cin-
co documentários, “A Verdade
de Cada Um”, em que pessoas
discorrem sobre suas paixões,
obsessões e crimes, como educa-
ção, consumismo, droga e extra-
ção de madeira.
Meirelles, de 57 anos, está
curtindo os ventos favoráveis
para a produção nacional na te-
levisão paga. Para quem come-
çou com programas criativos
para a TV Cultura, como “Er-
nesto Varela, o Repórter” em
1983 e o clássico infantil “Ra-
Tim-Bum” em 1989, a maré es-
tá mesmo boa agora com a obri-
gatoriedade de cotas para o au-
diovisual nacional - inclusive a
produção independente - na
TV paga.
“Gosto muito do veículo”,
reconhece Meirelles. Em entre-
vista à Agência Estado, por
e-mail, ele disse que andou
“meio desanimado com a televi-
são”, atribuindo o seu esfria-
mento à guerra pela audiência
dos últimos anos, que “simples-
mente foi acabando com a pos-
sibilidade de se fazer qualquer
programa um pouco mais ousa-
do sobre um tema que não fos-
se de interesse universal”.
Série
Da literatura paraDa literatura paraa TV com toquea TV com toquede cinemade cinema
TV - 18 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Terror tupiniquimPara além do realismo e
da beleza de “Xingu”, a sé-
rie de três capítulos que
narrou a saga dos irmãos
Villas-Boas pelos sertões
brasileiros, “Contos do Ed-
gar” vem com a ousadia es-
perada. A começar pela es-
colha de um eterno outsi-
der da literatura como fon-
te da obra. As histórias de
Poe, clássicas, terríficas, fo-
ram adaptadas para um ce-
nário underground na atua-
lidade da capital paulista.
E terá a estrela do tecno-
brega Gaby Amarantos na
pele da apavorante Bereni-
ce no episódio de estreia.
“Com a entrada em cena
das TVs a cabo e também
com a popularização das
TVs digitais, maiores e me-
lhores, a TV passou a ser
um lugar perfeito para a rea-
lização artística. Muitas sé-
ries desta nova safra são
bem melhores do que 98%
dos longas a que assisto.
Nas séries, há mais tempo
para desenvolvimento de
trama e de personagens”, ex-
plica Meirelles.
O diretor Pedro Morelli
conta que pensou em Poe pa-
ra deslanchar uma possível
dramaturgia nacional de sus-
pense e terror. “Li Edgard
Allan Poe na adolescência e
sempre ficou na minha cabe-
ça a vontade de trabalhar
com isso”, diz ele. “O terror
foi tão pouco explorado en-
tre nós, no cinema, na TV,
em audiovisual. Agora, há
um mercado infinito na TV.
No Brasil, o filme de suspen-
se nunca existiu de fato, em
massa. A gente só assistia no
cinema americano. E Poe é
um grande desse gênero. Na
verdade, ele o criou. Morreu
há mais de 150 anos e suas
histórias continuam impres-
sionando. Pensei em trazer
esse universo para a realida-
de brasileira e contemporâ-
nea. Vamos ver a reação do
público”, diz.
Filho do diretor (tam-
bém da O2) Paulo Morelli
(da série de TV e longa “Ci-
dade dos Homens”), Pedro
Morelli tem experiência em
cinema e vídeo, de diversos
curtas da faculdade e de pro-
dução independente, além
do longa que dirigiu com o
pai, “A Pele do Cordeiro”,
que está em fase de monta-
gem. Em “Contos do Ed-
gar”, Pedro dirige o primei-
ro e quinto episódios - res-
pectivamente, “Berê” e “Le-
nora”. No segundo episódio,
“Priscila”, a direção é dividi-
da com Quico Meirelles, fi-
lho do Fernando Meirelles.
A criação é de Morelli e Ga-
briel Hirschhorn, que escre-
veram os roteiros juntamen-
te com Vítor Brandt.
Foram adaptados sete
contos da obra de Poe. O últi-
mo episódio, “Lenora”, fa-
mosa personagem (morta)
do poema “O Corvo” (1845),
é uma adaptação dos contos
emblemáticos “O Gato Pre-
to” (1843) e “O Barril de
Amontillado” (1846). Como
na maioria dos contos de
Poe, a narração é feita em pri-
meira pessoa. Aqui é o Ed-
gar (Marcus de Andrade),
proprietário da dedetizadora
DDT Nunca Mais, quem
imagina as histórias horripi-
lantes que serão desenvolvi-
das na série.
“Criamos muita coisa em
cima da obra de Poe. A gen-
te já está reinventando por
ser uma adaptação dos con-
tos para a atualidade, num
universo brasileiro. Mas
também criamos tramas
maiores, que nos contos
são descrições. Alguns per-
sonagens na história origi-
nal são apenas sugeridos”,
explica o diretor.
A própria Berenice, uma
aristocrata que virou a Berê
da periferia de São Paulo,
cantora de boate com uma es-
tima lá por baixo, é uma
reinvenção. Pedro Morelli
diz que procurava uma can-
tora “brega” para fazer a
personagem quando deu
de cara na internet com o
vídeo “Xirley”, da Gaby
Amarantos. “Achei-a incrí-
vel. A própria história do
clipe batia com a nossa e aí
decidimos chamá-la.” �
Gaby se joga na cenaA estrela do tecnobrega Ga-
by Amarantos diz que já há al-
gum tempo queria fazer um tra-
balho de atriz. Mas foi cautelo-
sa. “Tinha de ser algo que não
consumisse muito tempo”,
afirma. O próprio Pedro Mo-
relli, ela conta, não sabia se
podia chama-la, pensando na
agenda cheia dela. Mas deu
tudo certo. “Quando li o ro-
teiro, me apaixonei de cara”,
diz Gaby, identificando-se
com a personagem. “Eu já vi-
vi um pouco do que ela pas-
sou. Também fui muito enga-
nada. Foi um desafio, pois
não me considero atriz, mas
valeu pelo exercício”.
Para fazer a doce e constran-
gida Berê, com seus dentes hor-
ríveis, a cantora teve de usar
prótese. Morelli diz que fazer
Gaby ficar feia foi tranquilo.
“Ela topou total. Todo mundo
tem a sua vaidade e a Gaby é
uma artista que busca a beleza,
está sempre mudando o visual.
É normal que o ator sofra com
isso, pois está fora da zona de
conforto dele. Mas a Gaby se
entregou, ela foi com tudo”.
A despeito do susto da can-
tora quando viu a prótese. “Eu
disse logo: ‘Não quero’. Era me-
donho, não estou exagerando.
Eu não podia me imaginar com
aqueles dentes, não existia aqui-
lo. Daí eles me mostraram fo-
tos de gente de verdade com
dentes assim”. No final, diz Ga-
by, a prótese reforçou o labora-
tório para compor a persona-
gem. “Eu olhava no espelho e
me sentia a Berenice”, conta.
Gaby Amarantos nasceu em
Belém do Pará e já havia feito
teatro no bairro que ela mora
até hoje, o Jurunas. “A gente fa-
zia umas pecinhas na igreja,
era informal”. A experiência
com o primeiro episódio de
“Contos do Edgar”, diz ela, foi
estimulante. “Gostei de fazer, é
uma pegada de cinema que eu
não conhecia e gostaria de fa-
zer mais. O Morelli foi ótimo
comigo, me deu segurança, esta-
va sempre por perto. Ele me
deixou muito à vontade”.
Mas Morelli pediu para
ela não ler o conto original.
“Disse que me emprestava o li-
vro depois”. Para uma perso-
nalidade vibrante como a de
Gaby, ela reconhece que mer-
gulhar no mundo “soturno”
de Poe foi um aprendizado.
“Eu exercitei esse outro lado
de uma forma também positi-
va. Fiz cenas muito fortes, em
cemitérios. Mal comecei nes-
te ramo e me jogaram logo no
fogo”, diverte-se.
Aos outros diretores e cria-
dores de audiovisual interessa-
dos, ela avisa que o canal já foi
aberto - tudo depende da agen-
da dela e, claro, se a trama e a
personagem forem interessan-
tes. Cita Laura Cardoso co-
mo um modelo de atriz. “Ela
é incrível, me emociona de to-
das as formas. É completa,
ela me faz ver a grandeza des-
sa profissão”.
TV
Glo
bo/D
ivulg
ação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 19 - TV
Andréa Beltrão, Fernanda Torres, Fábio Assunção
e Vladimir Brichta estão de volta na nova
temporada de “Tapas & Beijos”, em abril
Seriado
Agência Estado
No dia 2 de abril, os fãs da série “Ta-
pas & Beijos”, da TV Globo, vão matar
a saudade do programa, que está de vol-
ta à programação pelo terceiro ano con-
secutivo. A atração mostra as aventuras
de duas amigas inseparáveis, Sueli (An-
drea Beltrão) e Fátima (Fernanda Tor-
res), e seus ex-maridos, Jorge (Fábio As-
sunção) e Armane (Vladimir Brichta).
Um quarteto que dispensa apresenta-
ções e que já arrancou muitas gargalha-
das do telespectador.
Logo no primeiro episódio deste
ano, o público vai ver que as férias de
Sueli e Fátima foram um verdadeiro de-
sastre e os relacionamentos delas estão
em crise. “Na nova temporada, a Fáti-
ma e a Sueli estão separadas, mas conti-
nuam emboladas com os antigos mari-
dos. A situação se complica principal-
mente com a chegada dos novos perso-
nagens, como o Leléu (Felipe Abib) e a
Márcia (Malu Galli), que entram na vi-
da dos ex-casais e formam novos triân-
gulos amorosos”, adianta Andréa
Beltrão.
Tudo começa com Armane, que
abandona Fátima durante a viagem.
Sua loja pega fogo e ele logo desconfia
de sua ex-mulher, Clotilde. O estabele-
cimento não tinha seguro e o advogado
Tavares (Kiko Mascarenhas), represen-
tando o pai de Clotilde, faz uma propos-
ta irrecusável: ele quer financiar a re-
construção da loja, desde que o comer-
ciante se case novamente com Clotilde.
Confusão à vista, já que, como todos sa-
bem, Fátima odeia a “barata cascuda”.
Já Jorge culpa Fátima por ter arrui-
nado sua viagem com Sueli, pois ela fi-
cou se lamentando após ter sido aban-
donada por Armane Ao retornar à Co-
pacabana, o dono da boate La Conga en-
contra Márcia, mãe de Bia (Malu Rodri-
gues) em sua casa. Ela foi despejada e a
filha a acolheu. A presença de Márcia
será um incômodo maior para Sueli,
pois ela preencherá o papel de dona de
casa que um dia foi seu.
A situação vai ficar muito embaraço-
sa para o empresário, que ameaçará co-
locar Márcia para fora de casa, mas Bia
não vai deixar isso acontecer.
Fátima e Sueli mais uma vez estão
enroladas financeiramente e voltam pa-
ra seus empregos na Djalma Noivas em
busca do generoso chefe Djalma (Otá-
vio Muller), só que mais uma novidade
mudará a rotina delas. Flavinha (Fer-
nanda de Freitas) agora assume o co-
mando da loja. Após o infarto, Djalma
decidiu se afastar de qualquer estresse.
Além de as amigas não consegui-
rem a grana adiantada de que precisa-
vam, as duas vão ter o aluguel do
apartamento reajustado. “Elas vol-
tam para o subúrbio, vão morar no
Méier. Eu adorei! As duas persona-
gens precisam pegar o ônibus, tem
problema na hora de pagar a conta,
perdem o celular. Do ponto de vista
de dramaturgia, é um complicador
que deixa a trama mais engraçada”,
confidencia Fernanda Torres.
Em meio ao caos que elas passam,
Chalita (Flávio Migliaccio) assume o
apartamento delas para que sua mu-
lher, Lucilene (Natália Lage), more no
local. Porém, o casamento é de facha-
da. Trata-se de um negócio para que o
comerciante não seja mandado de volta
para o Líbano. Só que Chalita tem o co-
ração mole e vai se apaixonar e fazer to-
das as vontades da moça. Para compli-
car mais ainda a história, Lucilene arru-
ma um novo namorado, Leléu, que é ex
de Fátima.
Mauricio Farias, diretor-geral de
“Tapas & Beijos”, afirma que essa tem-
porada será melhor que as anteriores.
“Neste ano a gente terá uma temporada
ainda melhor, resultado natural do nos-
so trabalho. É um grupo muito talento-
so e muito experiente também. Todos
são unidos, participativos, integrados e
acho que isso trará certamente um resul-
tado melhor ainda”, observa.
A série “Tapas & Beijos” continua
com exibição nas noites de terça-feira,
sempre após a novela “Salve Jorge”. �
Risoem alta frequência
Andréa Beltrão e Fernanda Torres vivem as inseparáveis amigas Sueli e Fátima na série
TV Globo/Divulgação
TV - 20 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
“Eu me recupero com oração”, diz Laryssa Dias a respeito
de sua personagem em “Salve Jorge”, Waleska
Agência Estado
Enquanto personagens me-
dianos da trama de “Salve Jor-
ge” simplesmente desaparece-
ram, outros pequenos foram ga-
nhando cada vez mais espaço e
roubaram a cena. Esse é o caso
de Waleska, garota de progra-
ma brasileira que aceitou uma
vantajosa oferta de Wanda (To-
tia Meirelles) para trabalhar na
Turquia e acabou como mais
uma vítima do tráfico interna-
cional de pessoas. Por trás do
drama da moça está a atriz La-
ryssa Dias, de 29 anos, que vive
o sonho de trabalhar em sua pri-
meira novela. Mas essa não é a
única experiência profissional
de Laryssa com roteiros que en-
volvem o mundo do crime. An-
tes de ser descoberta por Glória
Perez, a bela participou de
duas temporadas da série poli-
cial “9MM São Paulo”, do ca-
nal Fox. Lá, ela deu vida à
Núbia, personagem que teve
um caso com o policial protago-
nista da série e também com
um traficante de drogas. Em
uma entrevista exclusiva, La-
ryssa conta sobre seu início na
carreira artística e sobre o privi-
légio de estrear em uma novela
no horário nobre da TV Globo.
Pergunta - Como você op-tou pela carreira de atriz?
Laryssa Dias - Comecei a
despontar para a área artística
bem novinha, com apenas cin-
co anos. Fazia aulas de lamba-
da, jazz, balé e aprendi a cantar
com meu pai, que toca violão e
guitarra. Ele tocava e eu canta-
va. Mais tarde, aos 10 anos, co-
mecei a me interessar muito
por novelas e peças infantis.
Costumava brincar de fazer ce-
nas com minhas amigas do pré-
dio no qual morávamos. Era tu-
do improviso, uma diversão.
Aos 12 anos pedi aos meus pais
para fazer teatro e eles me ma-
tricularam na “Casa do Tea-
tro”, em São Paulo, com super-
visão da atriz Lígia Cortez. Nes-
te momento, com esta idade, de-
cidi que seria atriz.
Pergunta - Você começouna série “9MM São Paulo”,do canal FOX. Como foi fazeruma série policial?
Laryssa - Sim, esta série po-
licial foi meu primeiro traba-
lho profissional como atriz.
Era recém-formada em artes cê-
nicas, fui chamada para um tes-
te e aprovada. Foi maravilhoso.
Eu aprendi muito e trabalhei
com profissionais geniais. Con-
sidero um trabalho inicial im-
portante para minha carreira.
Pergunta - Como o papelda Waleska chegou até você?
Laryssa - Eu fui chamada
para fazer um teste para a perso-
nagem. Um mês depois, recebi a
notícia que a direção da novela e a
autora tinham me aprovado.
Pergunta - E como foi o la-boratório para compor a per-sonagem? Você se inspirouem alguém?
Laryssa - Ah, foi intenso.
Tive que me aprofundar e co-
nhecer de perto dois universos:
o da prostituição e o do tráfico
de pessoas. Participei de
workshops, assisti a filmes e do-
cumentários, visitei casas no-
turnas variadas. Também con-
versei com ex-traficadas, com
os familiares delas, com delega-
dos, responsáveis por ONGS e
com muitas meninas que tra-
balham como garota de pro-
grama. Precisei entender
quais as motivações, sonhos e
pensamento destas garotas.
Não me inspirei em ninguém,
mas reuni esse material todo e
comecei a procurar a Wa-
leska, até descobri-la.
Pergunta - Quais livros efilmes ajudaram mais nesteprocesso?
Laryssa - Foi importante
para a construção da persona-
gem o livro ‘O Ano em que Tra-
fiquei Mulheres’, de Antonio
Salas. E os filmes ‘Tráfico Hu-
mano’, ‘A informante’ e ‘Lilya
4-ever’.
Pergunta - Você esperavaque a Waleska crescesse natrama?
Laryssa - Sim, porque ela
é uma figura que representa
bem o núcleo das traficadas.
Eu sou apaixonada por ela,
pela sua força.
Pergunta - Como é a rea-ção do público ao drama daWaleska?
Laryssa - É comovente. Di-
ria que é um reconhecimento
participativo. Onde estou, sou
abordada com sugestões de fuga
ou de vingança. Isso mostra o
quanto o público abraçou a causa,
está atento e discutindo este te-
ma. A novela traz informação à so-
ciedade. E a informação é uma
ferramenta poderosa.
Pergunta -Cenas deabuso fí-sico e emocional tocam você?
Laryssa - A maioria das ce-
nas do meu núcleo costuma ser
tensa. Muitas vezes saio do es-
túdio de gravações profunda-
mente tocada. Mas entendo
que faz parte do meu traba-
lho e após um tempo, uma
oração, um banho de mar, eu
me recupero.
Pergunta - Qual a cenamais difícil que você fez atéagora?
Laryssa - Acho que a cena
mais difícil foi a despedida da
Jéssica (Carolina Dieckmann)
e da Morena (Nanda Costa). A
Waleska criou laços com elas e
a volta ao Brasil era em condi-
ções extremas. Senti muito me-
do por elas. Foi muito triste e
difícil me despedir.
Pergunta - Como é gravarcom ícones como Vera Fis-cher, Totia Meirelles ou mes-mo Carolina Dieckmann?
Laryssa - Maravilhoso. To-
das são colegas queridas e gene-
rosas. Com a Carol tive mais
convivência. Ela foi uma parcei-
ra muito presente. Quando sou-
be, no primeiro dia de grava-
ção, que era a minha primeira
novela, ela disse: “Sério? Pode
contar comigo!”. Aprendi mui-
to com ela.
Pergunta - Você é de SãoPaulo, mas grava no Rio de Ja-neiro. Como tem feito?
Laryssa - Viajo toda sema-
na para gravar no Rio de Janei-
ro e retorno aos finais de sema-
na para São Paulo. É uma corre-
ria boa
Pergunta - Quais os planospara o fim da novela. Preten-de tirar férias ou possui al-gum projeto engatilhado?
Laryssa - Trabalhar e estudar.
Nãoseiaocertocomoficarãoascoi-
sas.Cinemaealgunscursosnoexte-
rior estão em meus planos tam-
bém. Quero novos desafios e novas
oportunidades. �
Conversa
ANDAR COM FÉ
“A novela traz
informação à
sociedade. E a
informação é
uma ferramenta
poderosa”,
defende a atriz
TV Globo/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H45
Segunda-feira - Nando conta pa-
ra Roberta que foi sequestrado.
Juliana fala para Fábio que se
casará com Nando. Domingui-
nhos lembra a Charlô que todos
os homens da família possuem
uma marca de nascença. Rober-
ta não acredita em Nando e o
manda embora de sua casa. Ki-
ko confirma a história de Nan-
do, e Roberta decide procurá-lo.
Semíramis pede para Ulisses
voltar para casa. Lucilene expli-
ca a Kiko sua ideia para que ele
conquiste Frô. Nando se esfor-
ça para contar a Roberta que vai
se casar com Juliana. Charlô es-
tranha ao ver Dominguinhos
com medo de tempestade.
Charlô e Dominguinhos ficam ca-
da vez mais próximos.
Terça-feira - Nando e Roberta
conversam emocionados. Vânia
vai atrás de Ulisses na acade-
mia. Kiko aceita o plano de Luci-
lene e Dalete. Semíramis não
deixa Frô entrar em casa. Nan-
do se despede de Roberta. Feli-
pe afirma que irá desmascarar
Nando. Nando elogia Roberta
para Ulisses. Vânia tenta se en-
tender com Lucilene. Carolina in-
sinua a Nieta que Felipe está in-
teressado em Roberta. Nenê
beija Charlô na frente de Domin-
guinhos. Juliana aparece de-
pois que Nando rasga o cheque
de Felipe.
Quarta-feira - Juliana faz as pa-
zes com Nando e volta para a ca-
sa de Felipe. Olívia revela para
Charlô que Dominguinhos não
gostou de vê-la beijar Nenê. Isa-
dora combina com Ronaldo de
testar Carolina. Kiko conversa
com Ronaldo sobre o plano de
Lucilene. Charlô e Roberta traba-
lham juntas. Vânia tem uma
ideia para ajudar Nando a voltar
a ser modelo. Kiko arma para ci-
ma dos publicitários. Juliana
procura Roberta.
Quinta-feira - Juliana pede per-
dão a Roberta. Kiko conta para
Ary e Iracema que colocou uma
poção em suas bebidas. Domin-
guinhos garante a Olívia que pro-
vará para Charlô que não é Otá-
vio. Frô dá a boneca russa para
Juliana e Nando. Kiko convence
Roberta a ir com ele à festa de
noivado de Nando e Juliana. Do-
minguinhos ouve Zenon falar
com Olívia que usará a poção de
Kiko em sua bebida. Roberta
chega à festa e Juliana fica inco-
modada com o comportamento
de Nando.
Sexta-feira - Frô avista Kiko e
não o reconhece. Manoela e
Ciça convidam Fábio para jan-
tar. Nieta percebe que Carolina
tem vergonha dela. Ciça pede
para Fábio ficar com Manoela.
Felipe vai à festa de noivado de
Juliana. Fábio fala para Manoe-
la que gosta de tê-la como ami-
ga. Dominguinhos vê Olívia e
Zenon prepararem uma bebida
para ele. Felipe se enfurece ao
ver Nando, e Roberta tenta
contê-lo. Dominguinhos não
consegue trocar a taça que es-
tá com Olívia. Roberta sai com
Felipe da festa. Juliana e Nan-
do discutem sobre o local onde
passarão a noite.
Sábado - Zenon entrega a Do-
minguinhos a taça preparada pa-
ra ele. Nando não aceita morar
no apartamento de Juliana. Do-
minguinhos consegue trocar
sua taça. Roberta leva Felipe pa-
ra dançar. Nando chega à casa
de Ulisses e se surpreende ao
encontrar Analú. Nando chega
ao apartamento de Juliana e os
dois fazem as pazes. Dino rece-
be o resultado da perícia feita
no spray. Roberta desconfia
de que os diamantes estejam
na boneca russa. Dino pres-
siona Carolina para saber se
foi ela quem sabotou o desfile
de Roberta.
FLOR DO CARIBE - 18H15
Segunda-feira - Cassiano e Du-
que conseguem fugir em direção
à mata, mas são perseguidos pe-
los capangas de Dom Rafael. Do-
nato percebe a dificuldade que te-
rá para ser aceito pelos pescado-
res. Hélio encontra Donato e con-
ta ao pai que é assistente da dire-
toria do Grupo Albuquerque. Dio-
nísio discute com Alberto sobre a
desativação da mina. Alberto não
concorda com a análise de Hélio
sobre a situação da mina e acaba
discutindo com Dionísio. Cassia-
no faz um pouso forçado no meio
do pasto. Cassiano e Duque atra-
vessam o pântano e são sur-
preendidos por um crocodilo.
Terça-feira - Isabel aceita o convi-
te de Ciro, Amadeu e Rodrigo pa-
ra conhecer sua casa. Cassiano
colhe uma flor do Caribe para dar
a Ester quando chegar ao Brasil.
Bibiana tenta animar Donato Cas-
siano e Duque conseguem embar-
car em um ônibus que passa pela
estrada. Dom Rafael manda os
capangas procurarem Cassiano e
Duque. Donato discute com Hé-
lio. Amaralina oferece ajuda para
esconder Cassiano e Duque em
uma casa noturna. Isabel avisa a
Rodrigo e aos amigos da repúbli-
ca que vai morar com eles. Cas-
siano fica encantado ao ver Cris-
tal dançando na casa noturna.
Quarta-feira - Cassiano e Duque
reconhecem a filha de Dom Ra-
fael Ciro cede seu quarto para Isa-
bel. Dom Rafael sente saudades
da filha. Cristal beija Cassiano.
Cristal avisa a Cassiano e Duque
que tentará ajudá-los a voltar pa-
ra o Brasil. Alberto reclama com
Ester por sua ausência de casa.
Rodrigo, Ciro e Amadeu ficam sur-
presos aos descobrir que Isabel
é tenente da aeronáutica. Cristal
avisa a Cassiano e Duque que
conseguiu que eles embarcas-
sem em um navio mercante para
o Brasil.
Quinta-feira - Hélio entrega um
cheque a Bibiana para pagar o
barco de Donato, e pede à mãe
segredo sobre a origem do dinhei-
ro Alberto fica zangado com Ester
ao perceber que foi ela quem tra-
mou a prisão de seus clientes.
Cristal aconselha Cassiano e Du-
que a se esconderem até sua par-
tida para o Brasil. Duque e Cas-
siano se disfarçam como dançari-
nas para escapar dos capangas
de Dom Rafael. Ester chama Al-
berto para conversarem.
Sexta-feira - Ester tenta conver-
sar com Alberto, mas o empresá-
rio prefere não confrontá-la. Cris-
tal oferece dinheiro para ajudar
Cassiano e Duque. Ester se emo-
ciona ao se recordar de Cassia-
no. Natália conhece Juliano. Cas-
siano e Duque resolvem pegar
um ônibus para ir até o navio mer-
cante que os levará para o Brasil.
Ariana some e Candinho se de-
sespera. Cassiano e Duque em-
barcam no navio mercante. Alber-
to pede perdão a Ester. Duque diz
a Cassiano que está preocupado
com Amaralina. Cassiano e Du-
que são surpreendidos com a pre-
sença de Amaralina no navio.
Sábado - Amaralina avisa a Du-
que e Cassiano sobre a presença
do avô no Brasil, e resolve dividir
a cabine do navio com eles. Julia-
no leva um peixe para Natália. Es-
ter discute com Dionísio por ele
não aceitar que William brinque
com seus bisnetos. Taís tenta
convencer Ester a esquecer
Cassiano. Quirino pede satisfa-
ções a Dionísio sobre o modo
como ele tratou William. Quiri-
no pede demissão. Chico deixa
a família impaciente ao afirmar
que Cassiano voltará. Candi-
nho viaja em busca de Ariana.
Segunda-feira - Alemão ameaça
Lia e a aconselha a garota a não
se envolver na relação de Vitor e
Sal. Marcela conta para Lorenzo
que discutiu com Raquel na fren-
te de Lia. Fatinha acolhe Lia no
hostel. Lia conta a verdade para
Vitor sobre a conversa que teve
com Alemão e pede que o namo-
rado acredite nela. Alemão e Cai-
xote voltam para Brasília. Lia diz
a Gil e Marcela que não se sente
bem para ir ao colégio. Orelha
propõe fazer um filme baseado
nos textos do caderno de Morga-
na e convoca Pilha como protago-
nista. Marcela e Isabela pensam
em arrumar um namorado para
Raquel. Rita convida Fera para
voltarem a estudar juntos. Vitor
procura Olavo.
Terça-feira - Vitor conta toda a ver-
dade sobre seu caso para Olavo,
que o orienta a se afastar de Lia.
Raquel discute com Lorenzo por
causa de Marcela. Olavo confron-
ta Sal e revela que Vitor já contou
toda a verdade. Isabela conven-
ce Leandro a adotarem uma
criança. Sal provoca Bruno e Fati-
nha. Vitor e Sal se enfrentam,
mas Axel aparta a discussão.
Marcela convoca Lia para arru-
mar seu quarto novo. Marcela faz
perguntas sobre Raquel para Lia,
que fica intrigada. Vitor termina o
namoro com Lia.
Quarta-feira - Lia se desespera
com a decisão de Vitor, e os
dois acabam discutindo. Bruno
é designado para trabalhar com
Elisa, sua concorrente direta no
trabalho. Marcela consola Lia.
Sal conversa com Vitor, que avi-
sa ao irmão que voltará para Bra-
sília. Lia decide ir atrás de Vitor,
mas acaba cruzando com Sal,
que aconselha a garota a desis-
tir de seu irmão. Olavo insinua
que Vitor pode ter problemas
com a justiça ao voltar para Bra-
sília. Bruno pensa no Misturama
como espaço para a festa de fim
de ano da agência onde traba-
lha, mas Elisa discorda. Vitor
procura Lia e Sal vê os dois jun-
tos. Fatinha vê Bruno com Elisa.
Vitor e Lia preparam uma noite
especial de despedida.
Quinta-feira - Lia fica apreensiva
de estar em um local afastado
com Vitor, mas fica feliz ao lado
dele. Elisa provoca Fatinha, que
repreende Bruno. Fera e Rita con-
versam sobre os pais do menino.
Bruno tem dúvidas sobre sua vo-
cação profissional, mas se con-
centra em conseguir o emprego
na agência. Vitor deixa Lia em ca-
sa e os dois se despedem. Rômu-
lo chega ao Misturama e encontra
Paulina. Tatá brinca de pique-es-
conde com Juca, quando se as-
susta e pede ajuda a Lia.
Sexta-feira - Lia descobre que Ta-
tá entrou na puberdade e tranquili-
za a irmã. Rômulo pede perdão aPaulina. Olavo diz a Sal que sepreocupa com ele. Fatinha contapara Bruno que Elisa a adicionoucomo amiga em sua rede social.Lia, Paulina e Raquel brincamcom Tatá, que fica envergonhada.Olavo pede para conversar comRaquel, mas Lia impede. Fatinhae Pilha conquistam os papéis deprotagonistas do filme de Orelhae Morgana. Elisa entrega o convi-te da festa da agência para Fati-nha, que fica confusa com a atitu-de da menina. Raquel recebe no-vo presente do suposto admira-dor secreto. Fatinha se recusaa dar um beijo em Pilha e desis-te de estrelar o filme. Sal inves-te em Lia.
Resumo das novelas
GLOBO
GUERRA DOS SEXOS - 19H30
TV - 22 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Norberto avisa queArnaudnãopodefalharaomatarDa-nilo e ordena que sequestre Taís.Adriana teme não se adaptar ao es-critório de advocacia e Eduardo acontrata como secretária particular.Taísavisaquevai ao lançamentodolivro de Danilo e Abigail se revolta.Horácio diz que Norma deve ir a Pin-damonhangaba dentro de uma se-mana, deixando Breno e Patrick as-sustados.Arnaudacerta fatalmenteDanilo, assim que ele termina seudiscurso. Isabel o ampara. EduardoprocuraTaís,masFabianacarregaaadolescentepara fora da livraria.Terça-feira - Norberto comemoraquando Fabiana avisa que Arnaud
matou Danilo e raptou Taís. Horáciopressiona Norma e diz que a jovemdeve secasar com Breno antesquesuagravidezapareça.Eduardoe Isa-belnotamosumiçodeTaíse,deses-perados, acusam Fabiana. O donoda pastelaria tem os braços imobili-zadosesua filhao impedede irparaacasadeCremilda.Abigail ficaaflitaao saber do sequestro de Taís e bri-gacomÁlvaro.NorbertoprendeTaísem um calabouço e vigia a meninaenquantoa tortura.Quarta-feira - Taís enfrenta Norbertoe Fabiana fica pasma com a torturado vilão. Cremilda briga com Osório,que finge ter sidoespancado pelo ir-mão gêmeo. Norberto resolve mos-
trar as imagens de Taís presa e usao blog da adolescente para a exibi-çãoemtemporeal.LuizaconsolaAn-dré, os dois se beijam e Josefina seassusta ao ver o casal. Arthur tentaassediar Norma, que ameaça baternopatrão.Aempregadaescapagra-çasà visita de Lígia, que pede ajudaao ex-marido para encontrar Norber-to.Norma pede demissão e Lígia fi-ca furiosa ao saber que Arthur estáassediando a empregada domésti-ca. Diva e Dóris são surpreendidaspela visita da polícia.Quinta-feira - Isabel se desesperaao ver Taís aprisionada e decide ir àpolícia. Marcos e Rafael criam ummanifesto na internet para libertar
Taís. Patrick se prepara para o “GotTalent” e, apesar dos percalços,passa para a próxima fase. Mirelae Vicente comemoram o burburi-nho da campanha “Libertem aTaís”, mas Marcos sofre ao pen-sar na jovem. Os dois acabam sebeijando. Norberto pede que os in-ternautasdecidam se Taís deve ounão viver. Isabel sofre ao ver a en-quete. Eduardo comprova que avozdo vídeo é deNorberto, quandoé surpreendido pelas acusaçõesde Abigail. Angustiado, André diz àCatarina que pretende se mudardo apartamento.Sexta-feira - Norberto finge não sa-ber o paradeiro de Taís e Arthur en-
frentaofilho.EduardocontaqueAbi-gail foi presa e Isabel fica perplexa.Dóristentaaparecerduranteagrava-ção de “Socorro Paquetá”, mas ZéMariabrigaediz queela éapenas fi-gurante.Norberto promete não ma-tar Taís e garante a Arthur que vaise livrar da menina. Isabel discu-te com Eduardo e os dois se es-pantam ao ver que o vídeo deTaís parou de ser exibido. Lucastenta consolar Catarina, que con-fessa se sentir sozinha e os doistrocam um beijo apaixonado. Lui-za se surpreende ao ver André,quando Marlene apresenta PedroHenrique à filha, deixando o fotó-grafo enciumado.
Segunda-feira - Graça parte para ci-madeSuzanaeachamaparabriga.Os alunos do quinto ano chamamValériadeperiguete,ela fica furiosa.Davi leva Valéria para casa e volta apedi-la em namoro. Jaime chega epergunta o que está acontecendo.Ele defende Cirilo. Ao ver Maria Joa-quina e Jorge humilhando Cirilo, Jai-meosameaça.Laurapuxaocabelode Maria Joaquina ao saber que elamaltratou Cirilo. Olívia chega ao pá-tio e flagra osalunos brigando.Terça-feira - Renê dá um beijo emHelena na sala de aula. Ela ficaapreensiva. Ele a pede em namoro.
Ela aceita. Olívia leva os alunos quebrigaram para a diretoria. Renê estána casa de Helena, Suzana chega ediz que sente a falta da amizade de-les, quer reparar oserros quecome-teu. Jorge comenta com Maria Joa-quina que devia ter feito uma letrafeia na carta, pois a letra de Cirilo éum garrancho. José revela a Miguelque Cirilo sofre muito com o jeitoque Maria Joaquina o trata. Ele per-gunta a Miguel se Maria Joaquina éracista.Quarta-feira -MiguelvaiàcasadeCi-rilo e entrega a ele carta escrita porMaria Joaquina pedindo desculpas.
Natália está em casa, sente doresfortes e desmaia. Rabito corre até aescola e começa a latir. Mário tentaajudar Natália como pode. Ele fazchá para a madrasta. As dores deNatália pioram, ela pede para Máriobuscar ajuda. O garoto vai à casada professora Helena. Ao ver Natá-lia gemendo de dor, Helena se de-sespera.Mário vai ao hospital bus-car Dr. Miguel. Natália é levada deambulância para o hospital. Márioentrega flores para Natália, que obeijaepedeperdãoportersido injus-ta tantas vezes.Quinta-feira - Na escola, todos co-
mentam que Mário salvou sua ma-drasta. Ao chegar à escola, Mário éaplaudido pela turma. Cirilo entregaacartaquerecebeudeMariaJoaqui-na a Valéria e Alícia, para elas mos-trarem a todos os alunosda escola.Os alunos elogiam a atitude de Ma-riaJoaquina,masapatricinhafica fu-riosa. Jorge conta a Daniel e Davique Maria Joaquina foi obrigada pe-lopai aescreveracarta. Jaime,Davie Daniel ameaçam Jorge, caso elefale a verdade a Cirilo. Jaime dá umempurrãoemJorge, que cai e diz terbatido a cabeça Olívia os flagra bri-gando e os leva para a diretoria. Olí-via perguntaqual o motivoda briga.
Sexta-feira - Helena conversa com
RafaeleJaimenasaladosprofesso-
res.Elaapoiapaie filho.Ricardo,pai
de Valéria, recebe a notícia de que
sua empresa vai entrar em falência.
Rosa comenta que está preocupa-
dacomValéria.Ricardoafirmaqueo
melhor é poupar Valéria do pesade-
lo. Os alunos se juntam para conse-
guir os tecidos para Valéria confec-
cionar os vestidos. Roberto, Paula,
Rafaelestranhamofatodesuasrou-
pasapareceremcortadas.Nodiase-
guinte,Valéria recebeosretalhosde
tecidosde amigos.
Segunda-feira - Helô explica co-
mo seria a participação de Shei-
la na investigação. Lurdinha per-
gunta se Sidney tem alguma notí-
cia sobre a pulseirinha de sua ir-
mã que divulgou no site. Rayan-
ne conta para Delzuite o que des-
cobriu sobre Pescoço. Sheila
aceita ajudar Helô. Morena foge
do esconderijo. Wanda se encon-
tra com Nunes, que tenta avisar
a Helô sobre a presença dela.
Demir revela para Zyah que Bian-
ca não deixou a Capadócia. Es-
ma não concorda que Ayla desa-
fie a rival. Wanda tenta conven-
cer Nunes de sua inocência e o
ameaça para impedi-lo de cha-
mar Helô. Theo vê Morena na
igreja de São Jorge.
Terça-feira - Theo e Morena se
beijam. Nunes consegue falar
com Helô. Lívia repreende Wan-
da por ter ido atrás do coronel.
Lucimar descobre que a filha fu-
giu. Érica e Áurea se preocupam
com o sumiço de Theo. Helô e
Barros procuram Morena na ca-
sa de Theo. Morena volta para o
esconderijo e Lucimar a repreen-
de. Aída convida Antônia para
seu casamento. Delzuite afirma
que não reatará após a traição
de Pescoço. Lurdinha entra em
contato com Aisha pela internet.
Zyah observa Bianca dançar no
restaurante. Os capangas de
Mustafá sequestram Russo.
Márcia fala para Theo que acredi-
ta que Érica esteja grávida.
Quarta-feira - Theo fica abalado
com a possível gravidez de Éri-
ca. Mustafá questiona Russo so-
bre Morena. Waleska fala para
Almir sobre as meninas trafica-
das. Russo promete se vingar
de Mustafá. Carlos comunica a
Leonor que sairá de casa depois
do casamento de Aída. Um poli-
cial avisa a Ricardo que Wanda
chegou ao hotel onde Lívia está.
Lurdinha avisa a Delzuite que
ela e Aisha farão um teste de
DNA. Theo revela para Helô que
Lívia guarda seringas em sua
bolsa.
Quinta-feira - Helô afirma para Ri-
cardo que Lívia assassinou Jés-
sica e Raquel. Lurdinha não dei-
xa que Aisha veja que ela mora
em uma comunidade. Mustafá
fala para a filha que eles irão pa-
ra o Brasil. Os capangas de Rus-
so observam Sarila com o neto
no colo. Antônia e Celso discu-
tem na frente do juiz. Helô obser-
va a bolsa de Lívia no casamen-
to de Aída e Nunes. Zyah e Bian-
ca se beijam na caverna. Os ca-
pangas de Russo cercam a casa
de Esma e Kemal. Tamar desco-
bre que seu bebê não está no
berço.
Sexta-feira - Sarila invade as ca-
sas dos vizinhos à procura do ne-
to. Zyah e Bianca se declaram
um para o outro. Amanda se en-
furece com a presença de Antô-
nia no casamento de Aída. Helô
percebe a tensão de Lívia ao fa-
lar de Theo. Lucimar fala para
Morena que Wanda está no Rio
de Janeiro. Amanda entrega a Aí-
da o pendrive que recebeu de Yo-
landa. Lívia vai à casa de Theo e
ele se recusa a falar com ela.
Mustafá descobre que o filho de
Demir foi raptado e percebe o re-
cado de Russo. Sarila ofendeBianca e Zyah tenta defendê-la.Lurdinha comenta com Sheilaque Vanúbia foi chamada paradançar fora do Brasil. O bebê deTamar volta misteriosamente pa-ra casa e todos comemoram.Theo procura Lívia.Sábado - Theo pede para Lívianunca mais procurá-lo. Lívia diza Stenio que foi agredida porTheo e o denuncia. Helô questio-na Theo sobre seu envolvimentocom Lívia. Rosângela marca en-contro com Vanúbia. Mustafá es-tranha a presença de Bianca norestaurante de Cyla. Sarila en-contra algo na manta de seu ne-to e fica intrigada. Theo não con-segue contar para Érica que es-teve com Lívia e decide dormirno regimento. Morena e Theo seencontram.
Resumo das novelas
BALACOBACO - 22H30
CARROSSEL - 20H30
SALVE JORGE - 21H00
GLOBO
RECORD
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 23 - TV
Turismo
ROMA DEROMA DEBERNINIBERNINI
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Obras do artista que criou a Praça de São Pedro, no Vaticano,
se espalham por monumentos famosos na capital italiana
Agência O Globo
Você pode até não saber,
mas viu muito Gian Lorenzo
Bernini ao longo dos últimos
dias, quando o processo de es-
colha do papa Francisco do-
minou o noticiário. Se as câ-
meras focalizavam a Praça
São Pedro, com seu impres-
sionante conjunto de 284 co-
lunas jônicas formando uma
espécie de abraço em frente à
sacada mais vigiada de Ro-
ma, lá estava Bernini.
Se alguma imagem mostra-
va o interior da Basílica de São
Pedro, inevitavelmente Berni-
ni aparecia. Ao longo da maior
parte do século 17 nenhum ar-
tista foi tão importante em Ro-
ma quanto este napolitano, que
prestou serviços a oito papas di-
ferentes e deixou sua marca por
toda a cidade.
São dele a Fontana dei Quat-
tro Fiumi, a igreja de San’An-
drea al Quirinare, o obelisco da
Piazza della Minerva (do ele-
fantinho) e a escultura Apolo e
Dafne, uma das estrelas da im-
perdível Galleria Borghese.
Suas obras estão espalhadas pe-
los pontos turísticos obrigató-
rios, mas justificam um roteiro
próprio.
A Fontana dei Quattro
Fiumi é a mais bonita
da Piazza Navona
Agência
OG
lobo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 25 - TURISMO
Escultor e arquiteto mais importante
do barroco italiano, Bernini inspira
um roteiro artístico por ruas e praças
de Roma e do Vaticano
Agência O Globo
Recomenda-se usar sapatos
confortáveis para fazer a pé o ro-
teiro pelas principais obras de
Gian Lorenzo Bernini em Ro-
ma e no Vaticano, que pode ser
cumprido em único dia.
O artista napolitano, nasci-
do em 1589, era filho do tam-
bém escultor Pietro Bernini e
cuja carreira se prolongou por
60 anos.
A Roma de Bernini é na
realidade a área mais nobre
da cidade no século 17, onde
viviam nobres, altos comer-
ciantes, membros do alto cle-
ro e Papas, estes os principais
mecenas do artista.
Um de seus maiores admi-
radores foi Urbano 8˚, que lhe
encomendou, em 1624, uma
de suas obras mais conhecidas,
o baldaquino da Basílica de
São Pedro.
As quatro colunas retorci-
das (numa alusão às colunas
salomônicas) estão sobre o tú-
mulo de São Pedro, no centro
da nave principal. O bronze, es-
curo e dourado, usado nas colu-
nas foi retirado do teto do
Panteão.
Na época, diziam: “O que
os bárbaros não fizeram, Bar-
berini fez”, em alusão ao no-
me de batismo do Papa Ma-
ffeo Barberini.
As colunas, retorcidas e
cheias de detalhes são um dos
maiores exemplos da estética
do barroco italiano, movi-
mento do qual Bernini foi o
maior expoente.
O baldaquino não é a única
obra de Bernini na basílica. Ele
foi o encarregado da decoração
da nave principal da versão
atual da igreja, concluída em
1626, após 120 anos de refor-
mas. São de Bernini a cadeira
de São Pedro, no fundo do al-
tar, um trono que conteria os
restos da cadeira usada pelo
apóstolo; as estátuas de São
Longuinho e de Constantino, o
primeiro imperador romano
cristão; o baixo relevo sob a
porta principal; o túmulo da
condessa Matilda; e a Capela
do Santíssimo Sacramento,
além da restauração da Escada
Régia, que liga a basílica ao Pa-
lácio Apostólico.
Urbano 8º encomendou ain-
da um túmulo para ele próprio,
em bronze dourado e mármo-
re. Outro túmulo célebre da
basílica é o de Alexandre 7º. A
obra, com vários tons de már-
more, traz um esqueleto de
bronze cercado pelas figuras da
Verdade, da Justiça, da Prudên-
cia e da Caridade.
Bernini tinha razão em ca-
prichar no monumento em me-
mória ao Papa que encomen-
dou a ele uma de suas obras
mais notáveis, a colunata da
Praça de São Pedro, em 1656.
Como dois braços, as galerias
se tornaram um dos ícones do
Vaticano.
No alto, 140 imagens de Pa-
pas, santos e mártires católicos
desenhados por Bernini e escul-
pidos por outros artistas.
Roma
Os papas como mecenasde maiores obras
Estátua de São Longuinho na Basílica de São Pedro: obras de Bernini estão espalhadas por pontos turísticos
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Alexandre 7º foi um dos maio-
res patrocinadores de Bernini,
confiando ao artista obras de
grande porte, como as realizadas
na Piazza del Popolo, as reformas
da Porta del Popolo e da da igreja
de Santa Maria del Popolo (onde
estão suas famosas esculturas dos
profetas Daniel e Abacuc).
No mesmo local, Bernini cola-
borou na finalização das igrejas
gêmeas de Santa Maria di Monte-
santo e Santa Maria dei Miracolo
e no desenho das ruas em volta, o
célebre tridente.
Deixe as colunas para trás
e siga pela Via della Concilia-
zione em direção à ponte de
Sant’Angelo, onde anjos es-
culpidos por Bernini a pedi-
do do papa Clemente 9º repre-
sentam a Paixão de Cristo.
Já do outro lado do rio Ti-
bre, pegue a aprazível Lungote-
vere Tor di Nona até a Via Giu-
seppe Zanardelli, que dá acesso
à Piazza Navona, uma das para-
das obrigatórias em qualquer
visita à cidade.
A aristocrática praça, cercada
de cafés e restaurantes convidati-
vos, chama a atenção pelo forma-
to estreito e longo (herança do an-
tigo estádio para jogos e competi-
ções que funcionava na Roma An-
tiga) e pelas três belas fontes insta-
ladas ali.
A central e mais bonita, adivi-
nhem, é de Bernini. A Fontana
dei Quattro Fiumi (Quatro Rios)
ficou pronta em 1644 e tem figu-
ras épicas, representam os rios Ni-
lo, Ganges, Prata e Danúbio.
Todas parecem se apoiar no
Obelisco Domiciano, de 17 me-
tros de altura, feito no Egito, no
século 1º, e restaurado por Berni-
ni. Quem financiou o projeto foi
o papa Inocêncio 10, da família
Pamphili, que dá nome, aliás, ao
palazzo mais imponente da pra-
ça, onde atualmente funciona a
embaixada brasileira.
É também de sua autoria a fi-
gura central da Fontana del
Moro, na parte sul da praça, fei-
ta por Giacomo della Porta um
século antes. Não muito longe
dali, mais ao sul, perto do anti-
go gueto judaico, está outra
obra de Della Porta que Berni-
ni ajudou a melhorar.
A fonte da acanhada Piazza
Mattei sofria com problemas de
pressão e Bernini foi chamado a
ajudar. Durante a reforma, ele tro-
cou os golfinhos, por onde jorra-
va a água na parte superior, por
quatro tartaruguinhas. A ideia
deu certo e acabou rebatizando a
obra, hoje conhecida como Fonta-
na delle Tartarughe.
Seguindo para o norte (Via Pa-
ganica e depois Via dei Cestari),
uma caminhada leva até outra
curiosa página da história ber-
niniana. Na Piazza della Miner-
va, em frente à igreja de Santa
Maria Sopra Minerva e atrás
do Panteão, está o Pulcino della
Minerva.
Ao contrário do que o nome
sugere, não se trata de um por-
co e sim de um pequeno elefan-
te que carrega nas costas o me-
nor dos obeliscos egípcios de
Roma, com pouco mais de cin-
co metros de altura.
Bernini é também o autor do
desenho do Palácio Montecito-
rio, a Câmara dos Deputados da
Itália, a poucos metros do
Panteão. Encomendado pelo car-
deal Ludovisi, sobrinho do pa-
pa Gregório 15, a obra foi inter-
rompida após a morte do pontí-
fice. Foi concluída anos mais
tarde, pelo ex-discípulo de Ber-
nini, Carlo Fontana. (AG)
Os anjos da
ponte do Castel
Sant’Angelo
representam a
Paixão de
Cristo
As dimensões
reduzidas do
monumento na
Piazza della
Minerva levaram
o elefante a ser
chamado de
porco
Piazza del Popolo, onde
estão algumas das
grandes obras
arquitetônicas de
Bernini em Roma
O bom patrocinador da arte
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 27 - TURISMO
A técnica de resumir momentos fundamentais em expressões faciais era o ponto forte de Bernini
Agência O Globo
Se os deputados italianos
hoje batem ponto num prédio
de Bernini, o presidente da Re-
pública está a poucos passos de
outra importante obra. Vizinha
ao Palácio do Quirinal, residên-
cia oficial do presidente, a igre-
ja de Sant’Andrea al Quirinal
(1670) foi construída para um
seminário jesuíta e se destaca
pelo exótico formato oval.
Da bela fachada de mármo-
re, sai um muro também curvi-
líneo que protege os jardins in-
ternos e aumenta o caráter úni-
co desta obra.
Ela é ponto de partida para
um roteiro berniniano na zona
nordeste de Roma.
Perto dali está a agitada Pia-
zza Barberini, onde duas das
primeiras fontes feitas pelo es-
cultor observam o trânsito in-
tenso. A mais famosa é a Fon-
tana del Trintone (1643). Ne-
la, Tritão, mezzo homem, me-
zzo peixe, bebe água de uma
concha, uma cena dramatica-
mente barroca.
No outro lado da praça, a
Fontana delle Api (1644) tem
uma curiosa forma de concha.
Ambas foram patrocinadas por
Urbano 8º, que já havia encarre-
gado o então jovem Bernini de
completar o palácio de sua famí-
lia, o Palazzo Barberini, em
1629, que dá nome à praça.
Hoje funciona ali o Museu
Nacional de Arte Antiga,
que, entre quadros de Carava-
ggio e Rafael, guarda ‘Davi
com a cabeça de Golias’, rara
pintura de Bernini.
Seguindo à direita está a
Piazza di Spagna onde se en-
contra, em frente à famosa esca-
daria, a Fontana della Barcac-
cia (1627), em forma de barco,
feita em parceria com Pietro
Bernini, pai de Gian Lorenzo.
A partir da Piazza Barberi-
ni se chega também à Igreja de
Santa Maria della Vittoria, no
fim da Via Barberini. Esse tem-
plo está no mapa graças ao ‘Êx-
tase de Santa Teresa’ (1646),
uma das esculturas mais rele-
vantes de Barberini.
A técnica de resumir mo-
mentos fundamentais em ex-
pressões faciais era o ponto for-
te de Bernini. E já podia ser vis-
ta desde os primeiros bustos,
como o dedicado ao bispo San-
toni, de 1615, exposto na Igreja
de Santa Praxedes, que está a
poucos metros da última para-
da do roteiro.
Foi na Basílica de Santa Ma-
ria Maggiore, no bairro do
Monti, que o escultor foi enter-
rado, em 1680.
Roma
Fontes, palacetes eexpressões reveladoras
Visitantes passeiam de
barco na Villa Borghese,
uma das principais áreas
de lazer de Roma
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Um roteiro inspirado em
Bernini não seria completo
sem a Galeria Borghese. Na ver-
dade, o museu, parte da Villa
Borghese (uma das maiores
áreas verdes da cidade), é pon-
to obrigatório para qualquer vi-
sita à capital italiana. Lá estão
algumas das esculturas mais im-
portantes de Bernini.
O palacete foi construído pe-
lo cardeal Scipione Borghese,
sobrinho do papa Paulo 5º, ati-
vo mecenas na Roma da primei-
ra metade do século 17. A
maior parte do acervo do mu-
seu foi encomendada por ele,
que financiou, entre outros, o
Davi de Bernini (1624), expos-
to na sala 2, marco do barroco
italiano.
Muitos esculpiram Davis,
inclusive Michelangelo, sem-
pre antes ou depois da batalha.
Bernini foi o primeiro a retra-
tar o momento exato em que o
herói se prepara para atirar a pe-
dra. O lábio inferior tenso e o
movimento do corpo são exem-
plos do gênio de Bernini.
A noção de movimento está
presente em outras duas escul-
turas. Em ‘Apolo e Dafne’
(1624, sala 3), Bernini mostra
Dafne se transformando em ár-
vore no instante em que Apolo
a alcança.
Outra passagem da mitolo-
gia greco-romana inspirou-o
em ‘O rapto de Proserpina’.
Bernini (1622, sala 4) conse-
gue dar um efeito impressio-
nante ao retratar as mãos de
Plutão no corpo da mulher,
que ele tenta arrastar para o
mundo inferior. Ali o mármore
parece pele de verdade.
‘A Verdade revelada pelo
Tempo’, o busto de Paulo 5º
(quem primeiro o comparou
a Michelangelo) e uma série
de autorretratos também es-
tão no museu.
Muitas obras do acervo ori-
ginal da Borghese, de Bernini e
outros artistas, foram vendi-
das por seus parentes ao Mu-
seu do Louvre. Curiosidade:
Bernini foi convidado para a
construção do museu pelo rei
Luis 14, mas seu projeto foi
reprovado. � (AG)
Serviço
A Galeria Borghese abre de terça-feira a
domingo, das 8h30 às 19h30. Os
ingressos custam 11 euros e podem
ser comprados no
site tosc.it.
Outras informações sobre o museu
estão em galleriaborghese.it.
O Davi de
Bernini
retratado no
momento da
batalha
A Fontana delle Api tem formato de concha e está na Piazza Barberini
Apolo e Dafne,
obra-prima de
Bernini, na
Galeria
Borghese
Mármore em movimento
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 29 - TURISMO
Localizada na América do Sul, a montanha é um ‘tepui’, espécie de platô cercado por falésias
Os amigos rio-pretenses Marciana, Luzia e João Tadeu
mais a carioca Angelina fizeram uma expedição ao Monte Rorai-
ma, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, de 3 a
13 de dezembro de 2012.
O grupo está acostumado a fazer caminhadas de longo
percurso, mas esta foi uma experiência única.
Andando por aí
Monte Roraima
Quarteto arrojado:
Marciana, Luzia,
Angelina e João Tadeu
são companheiros de
longos caminhos pelo
mundo afora, cheios
de aventura
Foto
s:Arq
uivo
pessoal
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO
Formação rochosa
típica do Planalto das
Guianas
Marciana, em primeiro plano, já fez a pé o Caminho de Compostela (Espanha) e o de São Francisco (Itália)
Escalada : a montanha, de 2.810 metros, é o 2º ponto mais alto do Brasil
Um dos lugares mais antigos do planeta, o monte tem aura mística
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
VINTE ANOSDEPOIS: AVEFENIX
Escritor
O verdadeiro crédito
vai para aquele que
está na arena, com o
rosto sujo de poeira,
suor e sangue, lutando
com coragem
Percorrendo o caminho de Santia-
go vinte anos depois, paro em Villa-
franca Del Bierzo. Ali, uma das figu-
ras mais emblemáticas do percurso,
Jesus Jato, construiu um refúgio para
peregrinos. Vieram as pessoas da al-
deia, e achando que Jato era um bru-
xo, incendiaram o local; ele não se
deixou intimidar, e junto com Mari
Carmen, sua mulher, recomeçou tu-
do de novo – o local passou a chamar-
se Ave Fênix, o pássaro que renasce
das cinzas.
Jato é famoso por preparar a “quei-
mada”, uma espécie de bebida alcoóli-
ca de origem celta, que bebemos em
uma espécie de ritual, também celta.
Nesta noite fria de primavera, estão
no Ave Fênix uma canadense, dois
italianos, três espanhóis, e uma aus-
traliana. E Jato conta para todos um
acontecimento que ocorreu comigo
em 1986, e que não tive coragem de
colocar no livro “O Diário de um ma-
go”, certo de que os leitores não acre-
ditariam.
- Um padre local passou aqui, avi-
sando que um peregrino havia passa-
do por Villafranca naquela manhã, e
não havia chegado no Cebreiro (pró-
xima etapa), estando com toda certe-
za perdido na floresta – diz Jato. –
Fui procurá-lo, e só o encontrei às
duas horas da tarde, dormindo em
uma caverna. Era o Paulo; ao desper-
tá-lo, ele reclamou: “será que não pos-
so dormir uma simples hora neste ca-
minho?” Expliquei que não havia
dormido apenas uma hora; estava ali
há mais de um dia.
Eu me lembro como se fosse hoje:
estava sentindo-me cansado e depri-
mido, resolvi parar um pouco, desco-
bri a caverna, deitei-me no chão.
Quando abri os olhos e vi o tal sujei-
to, tinha certeza que não havia passa-
do mais de alguns minutos, porque
nem sequer me havia mexido. Até
hoje não sei exatamente como isso
aconteceu, e tampouco procuro ex-
plicações – aprendi a conviver com
o mistério.
Todos bebemos a “queimada”,
acompanhando Jato em seus
“uuuh!” enquanto ele diz os versos
ancestrais. No final, a canadense se
aproxima de mim.
- Não sou o tipo de pessoa que está
em busca de tumbas de santos, rios sa-
grados, locais de milagres ou apari-
ções. Para mim, peregrinar é cele-
brar. Tanto meu pai como minha
mãe morreram cedo, de ataque cardía-
co, e talvez eu tenha propensão para
isso.
“Portanto, como posso partir ce-
do desta vida, preciso conhecer o má-
ximo do mundo, e ter toda a alegria
que mereço”.
“Quando minha mãe morreu, eu
prometi a mim mesmo me alegrar
sempre que o sol nascesse de novo a
cada manhã. Olhar o futuro, mas nun-
ca sacrificar o presente por causa dis-
so. Quando o amor cruzasse o meu ca-
minho, sempre aceitá-lo. Viver cada
minuto, jamais adiar qualquer coisa
que possa me deixar contente.”
Lembro-me de 1986, quando tam-
bém deixei tudo de lado para fazer es-
te percurso que terminaria por mu-
dar minha vida. Naquela época, mui-
ta gente me criticou, achando que era
uma loucura – apenas minha mulher
me deu o apoio suficiente. A canaden-
se diz que o mesmo se passou com
ela, e me estende um texto que carre-
ga consigo:
- É parte de um discurso que o pre-
sidente americano Theodore Roose-
velt pronunciou na Sorbonne de Pa-
ris, no dia 23 de abril de 1910.
Leio o que está no papel:
“O crítico não conta absolutamen-
te nada: tudo que faz é apontar um de-
do acusador no momento em que o
forte sofre uma queda, ou na hora em
que o que está fazendo algo comete
um erro. O verdadeiro crédito vai pa-
ra aquele que está na arena, com o ros-
to sujo de poeira, suor, e sangue, lu-
tando com coragem”.
“O verdadeiro crédito vai para
aquele que erra, que falha, mas que
aos poucos vai acertando, porque não
existe esforço sem erro. Ele conhece
o grande entusiasmo, a grande devo-
ção, e está gastando sua energia em al-
go que vale a pena. Este é o verdadei-
ro homem, que na melhor das hipóte-
ses irá conhecer a vitória e a conquis-
ta, e que na pior das hipóteses irá
cair; mas mesmo em sua queda é gran-
de, porque viveu com coragem, e este-
ve acima daquelas almas mesquinhas
que jamais conheceram vitórias ou
derrotas.” �
32 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO