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MÁRCIO JOSÉ FRANCISCO
RIO ARARANGUÁ – O NILO CATARINENSE
Balneário Arroio do Silva (SC), dezembro de 2002
MÁRCIO JOSÉ FRANCISCO
RIO ARARANGUÁ – O NILO CATARINENSE
Relatório apresentado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, em
complementação do Curso de Sensoriamento Remoto aplicado ao Meio Ambiente.
Orientador: Msc. Lucimar Fátima Siqueira
Balneário Arroio do Silva (SC), dezembro de 2002
Cabe ao Poder Público: “Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização política para a preservação do Meio Ambiente”.
Constituição Federal 1988, capítulo VI,
artigo255, parágrafo 1º, item VI.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................03
1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL...........................................................................06
2 RIO ARARANGUÁ: UM SISTEMA HÍDRICO PROBLEMÁTICO......................07
2.1 Os reflexos da rizicultura ..............................................................................11
2.2 O Nilo catarinense.........................................................................................16
3 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO AUXÍLIO DE ÁREAS DEGRADADAS..........19
4 PROJETO RIO ARARANGUÁ: O NILO CATARINENSE.................................21
4.1 Descrição das atividades realizadas .............................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................25
REFERÊNCIAS...................................................................................................26
ANEXOS .............................................................................................................28
INTRODUÇÃO
Hoje sabemos que somos parte de um sistema global planetário e nele
vivenciamos essa experiência fantástica de percorrer a altíssima velocidade um
trajeto pelo universo, rodopiando em torno de uma estrela de fogo que sustenta a
vida nessa aventura do planeta Terra.
E começamos a perceber que a vida no planeta depende também de nós
mesmos, o que, aos poucos, levou a preocupação com o meio ambiente a fazer
parte do pensamento coletivo – o que não significa que todas as pessoas, em todos
os grupos sociais, em todos os setores econômicos ou em todos os países, tenham
uma postura ambiental adequada. Mas esse descompasso no compromisso com a
preservação e conservação do meio ambiente é próprio da dinâmica social.
O que importa, de fato, é que atualmente já existe no mundo uma tomada
de consciência quanto a necessidade de o ser humano cuidar da natureza em todas
as suas formas de manifestação.
O surgimento dessa consciência não foi fácil, nem simples, nem lógico,
como hoje poderíamos supor. Foi fruto de um movimento social combativo e
combatido, que mostrou a forma predatória com que os seres humanos vinham se
relacionando com o espaço vital. E mais recentemente, nas últimas décadas,
estudiosos dessa questão vêm denunciando insistentemente a relação entre a
degradação ambiental e o modelo de sociedade urbano industrial que passou a
predominar a partir do século XIX, alertando para a necessidade de se buscar novas
formas de relação com a natureza.
Do ponto de vista intelectual, é preciso conhecer o problema, identificar
suas causas, buscar e implantar efetivamente as soluções e estabelecer uma nova
forma de relação com a vida.
Pautado nesses princípios é que, a educação ambiental escolar deve
utilizar diversos ambientes educativos e métodos para comunicar e adquirir
conhecimentos sobre o meio ambiente. As escolas devem então elaborar e
implementar estratégias que possibilitem e encorajem cidadãos conscientes para
decidirem e atuarem na questão da realidade.
Entre as muitas questões observa-se que os recursos hídricos
representam um ponto de extrema importância, pois quando afirmamos que a Terra
é o planeta água, esquece-se de questionar a esgotabilidade deste recurso. Tal
abundância de água em nosso planeta parece nos proteger da falta dela em nossas
casas.
Para a região do extremo sul catarinense, esta questão precede como
premissa de intensos debates. A AMESC (Associação dos Municípios do Extremo
Sul Catarinense)é abastecida por duas bacias hidrográficas: rio Mampituba e rio
Araranguá. Esta última consiste em nosso objeto de estudo.
Este rio tem uma vital importância para a região sul de Santa Catarina,
assim como o Nilo banha as áreas agricultáveis localizadas em sua margem, o rio
Araranguá beneficia os rizicultores de todo o vale. Ele contribui também para outras
culturas, pecuária, pesca, turismo, bem como o abastecimento de água potável para
os habitantes da região.
Na problematização deste, buscou-se conhecer quais os impactos
ambientais causados pela influência do homem no uso exploratório das águas do rio
Araranguá.
Este estudo visou sensibilizar a comunidade escolar dos impactos
ambientais, na intenção de minimizar e aumentar a preservação dos recursos
hídricos da região. Bem como, dispor da tecnologia do sensoriamento remoto para
identificar e mapear as áreas degradadas no curso do rio Araranguá e os fatores
antrópicos que modificam a qualidade das águas que correm no leito do rio.
Com a preocupação de formar cidadãos cientes e participativos, a
educação ambiental é chave fundamental para que isto ocorra, pois devido a sua
amplitude, perpassa toda e qualquer atividade humana.
Acredita-se que os alunos sensibilizados pelo uso exploratório do rio
tornar-se-ão agentes de transformação e poderão influenciar na minimização dos
impactos ambientais causados pelo homem.
1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL
Escola Municipal de Ensino Fundamental Passo Fundo
Rua Passo Fundo, S/N
Bairro Areias Brancas
Balneário Arroio do Silva
88914-000
Corpo Docente
Márcio José Francisco – 1ª e 4ª série
Cristiane Cesa Homem – 2ª e 3ª série
Celita Seixas – Artes
Márcia Biancho – Língua Espanhola
Luciane – Língua Inglesa
Jocelino Figueiredo – Educação Física
Turma/número de alunos/turno
1ª série – 10 – vespertino
2ª série – 14 – vespertino
3ª série – 15 – matutino
4ª série – 11 - matutino
2 RIO ARARANGUÁ: UM SISTEMA HÍDRICO PROBLEMÁTICO
A bacia do rio Araranguá encontra-se localizada, no extremo sul
catarinense, entre as cga. 28º 30’ e 29º 20' S e 49º 15’ e 50º W. Faz parte do
sistema de Vertente do atlântico e compõe, juntamente com as bacias dos rios
Urussanga e Mampituba, a região hidrográfica do Extremo Sul Catarinense.
Figura 01 – Bacias Hidrográficas de Santa Catarina
Fonte: Santa Catarina, 1997.
Apresenta uma área de drenagem de 3020 Km2, uma densidade de
drenagem de 1,95 km/km2, sendo de 5.021 Km o comprimento de seus cursos
d'água. Drena o território de onze municípios da região entre os quais Araranguá e
Criciúma. Como as demais bacias de Vertente Atlântica, a do rio Araranguá tem
suas nascentes localizadas junto à Serra Geral, tendo como formadores os rios
ltoupaba e Mãe Luzia. Dentre os cursos d’água que compõe o sistema hídrico da
região se destacam os rios Mãe Luzia, Amola Faca, dos Porcos, Jundiá, Turvo, São
Bento e Rio da Pedra.
Segundo dados do DNAEE a bacia do rio Araranguá apresenta seus
índices máximos de vazão no período de fevereiro à março. As vazões mínimas
ocorrem no período de novembro a janeiro. Apresenta uma grande diversidade de
atividades. Nela podem ser encontradas áreas de mineração a céu aberto e minas
de subsolo, indústrias de cerâmicas, vestuário, metal-mecânico, curtumes e grandes
áreas agricultáveis, onde se desenvolve principalmente a cultura de arroz-irrigado.
Figura 02 – Áreas de influência das principais atividades consumidoras e
poluidoras de água.
Fonte: Santa Catarina, 1997.
Nesta bacia localizam-se as áreas consideradas críticas do Estado em
relação à disponibilidade hídrica e à qualidade das águas.
Figura 03 – Localização dos pontos potencialmente críticos
Fonte: Santa Catarina, 1997.
De acordo com Scheibe e Buss (1993, p. 40), “as conseqüências sócio-
ambientais dessa diversificação, como também do próprio modelo de ocupação
agrícola vigente até hoje em grande parte da região sul catarinense, carecem ainda
de verificação mais detalhada”.
Se considerarmos a bacia hidrográfica como unidade de planejamento e
intervenção devido ao seu papel integrador, físico, econômico e natural,
principalmente no que concerne ao fluxo das águas superficiais, não se pode avaliar
os seus recursos ambientais de forma isolada, já que o uso de um recurso pode
diminuir a oferta de outro e/ou aumentar a demanda sobre o mesmo. Exemplo típico
desse caso aplicado à bacia do rio Araranguá pode ser ilustrado na cultura do arroz-
irrigado, em que a grande área cultivada reflete diretamente na disponibilidade dos
recursos hídricos. Por outro lado, a escassez de água, quantitativa ou
qualitativamente, inibe a expansão da cultura de arroz irrigado, acrescenta-se
também o fato que os agrotóxicos aplicados podem ter sua ação expandida além do
cultivo do arroz, contaminando as águas fluviais e subterrâneas.
De acordo com Lanna (1992), um modelo de gerenciamento de bacia
hidrográfica eficiente no atendimento das demandas do desenvolvimento sustentável
terá que adotar uma visão sistêmica das intervenções que permita o seu
planejamento estratégico, evidenciando que a busca de soluções para os problemas
ambientais da bacia hidrográfica passe por uma abordagem sistêmica.
Ao considerar a bacia do rio Araranguá como um sistema, observam-se
sete áreas definidas por suas diferentes características e que nesse estudo são
consideradas como subsistemas em função da homogeneidade da paisagem com
que se apresentam. São eles: águas subterrâneas, escarpas da Serra Geral, do rio
Itoupava, do rio Mãe Luzia, rio dos Porcos, do baixo vale do rio Araranguá e lacustre.
O subsistema das escarpas da Serra Geral, ou das encostas, transfere matéria e
energia enquanto o do baixo vale do rio Araranguá recebe matéria e energia dos
demais subsistemas e exporta para o oceano, ao mesmo tempo em que recebe
deste.
O rio Araranguá apresenta comportamento característico de estuário1 e a
pesca que deveria ser abundante nesse trecho do rio, em função das características
especiais de um estuário, encontra-se seriamente comprometida e restrita à foz. A
poluição proveniente da mineração de carvão na subbacia do rio Mãe luzia, consiste
na principal causa da degradação da qualidade das águas desse subsistema,
agravada pelas demais atividades potencialmente causadoras de degradação
ambiental como a agricultura, as atividades industriais, o desmatamento, os esgotos
domésticos lançados direta ou indiretamente nos rios e a deposição de resíduos
urbanos. Acrescente-se a carga que chega ao baixo curso do Araranguá através da
foz do rio dos Porcos. Se esse subsistema tivesse sido decretado como Área de
Proteção Especial pelo Poder Executivo, maior atenção deveria ser dispensada a
essa área, que por suas características trata-se de um ecossistema muito sensível
às alterações da qualidade das águas.
1 Forma de desembocadura de um rio no oceano, diferentemente de um delta que possui vários braços, o estuário tem uma única saída do rio, geralmente batido por correntes marinhas e ondas que dificultam a deposição de sedimentos. (LIMA e SILVA, 2002).
As águas subterrâneas ocorrem através de fontes naturais ou nascentes
de encostas, poços rasos escavados nos aquíferos aluvionares, poços rasos
escavados nos aquíferos costeiros e poços profundos, em rochas ou em perfil de
alteração e fraturas das rochas, devido à indisponibilidade de águas superficiais, ora
devido à qualidade, ora em função da quantidade, observa-se o uso das águas
subterrâneas de forma descontrolada, principalmente para abastecimento de
indústrias e atividades comerciais como os postos de abastecimento de
combustíveis.
A perfuração desses poços é realizada geralmente, sem nenhum controle,
como se cada um fosse o proprietário da água encontrada no subsolo de seu
terreno. Dessa maneira também há riscos de perdas de aquíferos pela
contaminação das águas através de poços mal construídos ou mal cuidados.
Outra prática observada, é que quando um poço deixa de ser útil, seja
porque tem vazão insuficiente ou qualidade inadequada, os proprietários da
superfície costumam “aterrá-lo” para maior aproveitamento do terreno. Esse trabalho
também é realizado sem cuidado ou acompanhamento técnico, pondo em risco a
qualidade das águas subterrâneas.
2.1 Os reflexos da rizicultura
Outra forma de degradação do rio Araranguá está ligada diretamente a
agricultura da região. O preparo da terra para o plantio do arroz se realiza com uma
lâmina de água, operação essa conhecida como “lameiro”, que consiste no
“alisamento” do solo. (ALTHOFF, 1996).
De acordo com este autor, a quantidade de sólidos em suspensão nos
despejos provenientes dessa operação, decresce com o aumento de tempo em que
a água permanece na cancha, o que possibilita que as partículas do solo finamente
divididas sedimentem.
Passados 20 dias da semeadura há a aplicação de herbicidas, sendo os
mais utilizados: Sirus, Facet, Granmit e Satanil. Segundo alguns agrônomos e
agricultores, o mais grave é que junto com essa etapa, que é considerada de
controle das ervas daninhas, alguns agricultores têm utilizado preventivamente,
inseticidas capazes de inibir a “bicheira do arroz”.
A recomendação técnica diz que os inseticidas só devem ser aplicados
caso for constatada a necessidade, e nunca preventivamente. Entre os inseticidas
mais utilizados na lavoura de arroz, destaca-se o Furadan. Nesse período já não há
tempo aporte de sedimentos aos rios, uma vez que o manejo recomendado prevê
essa aplicação sem a troca de água, o que possibilita a permanência por um período
de tempo maior dos produtos utilizados na cancha de arroz.
Todavia, segundo Hadlich (1997), parte dos agrotóxicos aplicados durante
a safra, são absorvidos pelas argilas contidas no solo, ou quando ali depositados
permanecem expostos às inúmeras reações químicas, físicas e biológicas. Quanto
mais pobre for o solo com relação à presença da matéria orgânica, mais o fenômeno
da absorção se sobressai sobre os demais. Desta forma, sabe-se que a aplicação
destes produtos é perceptível pelo odor característico que se constata em cidades
como Turvo, Meleiro e Jacinto Machado.
Geralmente, a população costuma atribuir os elevados níveis de turbidez
dos rios, principalmente na época do preparo de canchas de arroz, a contaminação
por agrotóxicos utilizados na lavoura de arroz.
Os cursos d’água têm sido desde a mais remota antiguidade, os
destinatários naturais dos diversos resíduos produzidos pelo homem como resultado
de seu “metabolismo social”, da mesma maneira como as fontes e mananciais têm
suprido as suas necessidades de sustentação da humanidade na Terra. (Catalan
Lafuente; Catalan Alonso, 1987).
De acordo com esses autores, o desenvolvimento tecnológico e industrial,
tantas vezes invocado, hoje têm influência direta no ciclo da água e o “homem em
sua clássica impremeditação e irresponsabilidade ante a natureza, tem abusado das
águas superficiais doces e salgadas, contaminando-as a tal ponto, que começa a
despertar o interesse para a reversão deste processo”. Para esses autores, o
homem age na transformação da paisagem de uma bacia hidrográfica, modelando-a
conforme suas necessidades, transformando as características dos rios através de
obras de engenharia ou poluindo-os com seus dejetos ou com aqueles provenientes
da industrialização, sem conhecimento das conseqüências e pensando somente
num bem imediato.
Para Scheibe (2000), o que caracteriza um problema ambiental, não é a
“agressão ao ambiente natural, mas, basicamente, as suas conseqüências na
qualidade de vida dos homens. Apesar de olharmos muitas vezes para a natureza
de forma romântica e sonhadora”, dependemos diretamente de aproveitar e
transformar adequadamente o ambiente natural para nele viver e passar a
“considerá-lo como ambiente do homem”. Já de acordo com Lanna (1993), a bacia
hidrográfica é a unidade ideal de planejamento e intervenção onde se deve aplicar
os conceitos do desenvolvimento sustentável. Segundo esse autor, as necessidades
criadas por esse paradigma servem para criticar os modelos vigentes e propostos de
gerenciamento de bacias hidrográficas, estabelecendo orientações para a busca de
alternativas mais eficientes de gestão. Um processo de gerenciamento de recursos
hídricos integrados à gestão ambiental é necessário para que não se incorra no erro
de gerenciamento das partes sem, no entanto, gerenciar o problema como um todo.
A água é um recurso utilizado pela agricultura, indústria e população, e
produz serviços de diluição de poluição, preservação de espécies aquáticas,
navegação, recreação e amenidades estéticas. Esse capital natural tem se
transformado em capital do homem que, historicamente se apropria dele para
desenvolver suas necessidades, causando uma deplição no seu estoque natural. O
conceito de desenvolvimento sustentado tem sido definido em termos de se manter
esses estoques ativos, enquanto se consomem os produtos e serviços que dele
derivam, evitando a sua deplição.
Esse conceito aplicado à água significa que devemos usá-la com
racionalidade, destinando a ela o melhor uso possível, porém sem reduzir o seu
estoque, ou melhor, sem alterar a sua qualidade, já que o estoque de água no
planeta mantém-se constante. Por ser um recurso renovável, os autores consideram
que os conflitos associados à poluição hídrica deverão ser solucionados
contemporaneamente.
O homem na sua busca pela sobrevivência, modifica a paisagem quando
se apropria dos recursos naturais, alterando a qualidade do ambiente. Essas
intervenções antrópicas “podem assumir caráter positivo quando planejadas de
acordo com as características dos meios físico e biótico estabelecendo limiares de
resistência ou tolerância às mudanças (graus de estabilidade) e de capacidade de
regeneração” (Ecoplan apud Gama, 1998).
Por outro lado, as alterações na paisagem produzidas pelo homem,
podem ultrapassar o limite da sustentabilidade, tornando-se irreversíveis.
Neste estudo adotou-se os conceitos usados por Sánchez (2000), onde o
termo recuperação significa o processo genérico de melhoria das condições
ambientais de uma área, seja espontâneo ou induzido pelo homem. O termo
reabilitação será utilizado para representar um processo planejado de tornar uma
área apta para outro uso, enquanto que restauração será adotada sempre que o
objetivo for reconstituir as condições topográficas e de fisionomia vegetal originais.
Tem-se presenciado nos últimos anos algumas tentativas de melhoria na qualidade
ambiental. Algumas com resultados mais satisfatórios que outras.
Em razão disso, as ONGs em especial a Sócios da Natureza, refere-se a
esses trabalhos como “maquiagem ambiental”, já que o esperados são ações que
propiciem uma estabilidade maior nas áreas afetadas, com reflexo na melhoria da
qualidade das águas e principalmente, que estas áreas, após recuperadas sejam
destinadas a usos sustentados.
Mas Sánchez (2000), lembra que não pode haver um conceito absoluto de
áreas degradadas, uma vez que estas somente podem ser entendidas em um
determinado contexto social. Uma área agrícola pode ser vista como uma bela e
harmoniosa paisagem, ou então, ser percebida como um local onde a fauna e a flora
foram completamente substituídas por um ambiente artificial.
Ao contrário, cita-se como exemplo a visão da maioria dos agricultores
com relação às áreas de preservação permanente. Estas são vistas como um
entrave ao aumento de sua produção. Os 20% de reserva legal têm sido motivo de
manifestações com objetivo de mudar a lei 4771/65. Nas palavras dos próprios
agricultores: “só tem mato, não me serve pra nada”.
O cultivo de arroz irrigado cobre uma parcela de aproximadamente 10%
do total da área da bacia do rio Araranguá (SDM, 1997). A razão disso é a aptidão
dos solos da bacia para esse tipo de prática agrícola (EPAGRI, 2000).
Porém, esse tipo de cultivo, necessita de muita água em época de
escassez hídrica. Dessa forma, a expansão das áreas de plantio de arroz irrigado
em todo o sul catarinense, em especial na bacia do rio Araranguá, precisa levar em
conta a disponibilidade de água, que entre outros condicionantes ambientais poderá
comprometer a sustentabilidade dessa prática no futuro.
De acordo com Back (1998), a cultura de arroz foi introduzida no sul do
estado a partir da década de 20 pelos imigrantes e colonizadores, sendo que
gradativamente, houve um incremento na tecnologia empregada, apresentando
atualmente altos níveis de produtividade, em função da irrigação que no início era
utilizada somente nas áreas próximas aos rios, onde o relevo permitia o seu
emprego por gravidade. A partir da década de 50 foram construídos canais que
pertenciam a pequenos grupos, nem sempre rizicultores, que cobravam cerca de
10% da produção pelo uso da água. Ainda segundo Back (1998), até a década de
80, a produtividade não era superior a 45 sacas /há, sendo que então o método de
irrigação adotado era por inundação em quadras ou canchas em nível. O irrigante
colocava água no ponto mais alto e a conduzia por gravidade mantendo 10 cm,
método esse que caracteriza-se pela baixa eficiência do uso da água.
Na década de 80, com a difusão do Programa Nacional de Aproveitamento
de Várzeas (PROVARZEAS), foram introduzidas mudanças, como por exemplo, o
plantio de arroz pré-germinado, possibilitando a adoção da irrigação por inundação
permanente em quadras em nível, com uma lâmina média de 10 em de água sobre o
solo, no período de novembro à fevereiro. Para suprir a necessidade de água na
rizicultura, são necessários entre 8500 a 9500 m3 de água por hectare por safra
durante estes meses. Este volume de água é necessário, tendo em vista a
permanente circulação da água dentro das canchas e a reposição das perdas por
evapotranspiração “com isso houve um melhor controle das plantas daninhas, maior
eficiência de uso da água e maior produtividade, proporcionando expansão na área
de produção de arroz, tendo como conseqüência maior demanda por água” (BACK,
1998, p. 70).
A escassez hídrica nos meses compreendidos entre novembro e fevereiro,
período de captação de água para preparo das canchas e irrigação das lavouras de
arroz, além de ser os meses de maior evapotranspiração, é a principal causa de
conflito pelo uso da água nos rios do oeste da bacia.
Dessa forma, pode-se afirmar que o desenvolvimento social se inscreve
numa ordem específica de significados, entre os quais o modo como as pessoas
“marcam a terra, rigorosamente do ponto de vista etimológico, se geografam”.
O poder do minerador, do agricultor, da indústria, da comunidade
organizada ou do pescador, podem ser assim resumidos: o grupo representado
pelos mineradores sempre foi articulado e sindicalizado. Mas são muitos os
obstáculos e isso demonstra como o capital natural, aqui representado pela água, já
é nessa bacia, um fator limitante para as atividades econômicas.
Já o grupo dos agricultores organiza-se em cooperativas; mas a água tem
sido um fator desagregador, principalmente na rizicultura. Há muitos conflitos entre
agricultores envolvendo a pouca disponibilidade de água e a população da bacia
percebe esse problema que se alastra às muitas e diversas atividades econômicas
da região.
A bacia do rio Araranguá é um espaço onde se observam paisagens
diferenciadas. No baixo vale, o rio Araranguá recebe a carga poluente das atividades
localizadas a montante, que misturando-se às águas estuarinas, resulta em várias
tonalidades.
Os setores de domínio da floresta ciliar deverão ser respeitados, sendo
que nas áreas, rurais onde comumente são utilizados para plantio, é necessário a
implementação de programas que, além da fiscalização, trabalhem com a
conscientização dos agricultores.
É interessante lembrar que o agricultor tem uma relação de dependência
com a água e que apesar de que por lei, essa é um bem público, observa-se que
muitos a consideram ainda como um bem privado, talvez por reflexo ainda do
Código das Águas (1942), marco regulatório sobre as questões das águas no país e
que assim reconhecia esse recurso. Essa percepção de água como um bem
particular, reflete diretamente não só na preservação da floresta ciliar, “já que as
propriedades vão até o meio do rio” , como se costuma ouvir na área rural, como
também na qualidade e quantidade de água.
Sendo assim, na bacia do rio Araranguá, há muitos conflitos que são
inerentes às atividades de mineração, industrialização, agricultura e urbanização;
mas também tem origens em fenômenos naturais, como o relevo, condições
estuarinas, torrencialidade dos rios, que ora tem água em excesso, provocando
cheias, ora com pouca água acirrando as disputas pelo seu uso, entre outros.
Deste modo, em uma bacia hidrográfica onde há disputas por água de boa
qualidade e em quantidade suficiente como é o caso da bacia do rio Araranguá, é
urgente a necessidade do gerenciamento integrado entre os diversos usos da água
e da terra.
2.2 O Nilo catarinense
Neste trabalho tem-se como objeto de estudo Rio da Pedra , sendo este
uma das nascentes e o restante do curso do rio que se torna Rio Itoupaba quando
recebe as águas do Rio Manuel Alves e Rio Araranguá quando por recebe as águas
do subsistema do Rio Mãe Luzia e inicia a região estuarina.
Consideramos esta bacia como o Nilo catarinense. A melhor explicação
para a importância do rio Nilo para os egípcios está escrita em seu hino,
desenvolvido por eles ainda na Antigüidade e também na célebre frase do filósofo e
historiador grego Heródoto:
Salve, ó Nilo! Ó tu que manifestaste sobre esta terra e vens em paz para dar vida ao Egito. Regas a terra em toda a parte, deus dos grãos, senhor dos peixes, criador do trigo, produtor da cevada... Ele traz as provisões deliciosas, cria todas as coisas boas, é o senhor das nutrições agradáveis e escolhidas. Ele produz a forragem para os animais, provê os sacrifícios para todos os deuses. Ele se apodera de dois países e os celeiros se enchem, os entrepostos regurgitam, os bens dos pobres se multiplicam; torna feliz cada um conforme seu desejo... Não se esculpem pedras nem estátuas em tua honra, nem se conhece o lugar onde ele está. Entretanto, governas como um rei cujos decretos estão estabelecidos pela terra inteira, por quem são bebidas as lágrimas de todos os olhos e que é pródigo de tuas bondades.
Em síntese, pode-se dizer que a vida só se tornou possível nas terras do
Egito por causa do grande rio Nilo. Anualmente, de junho a novembro, chovia nas
nascentes deste, o que provocava inundações e o aumento do nível da água. Neste
período, as cheias arrastavam tudo que estivesse às margens e, conseqüentemente,
impedia a agricultura.
Quando as águas voltavam ao nível normal, uma grossa camada de limo
fertilizante (húmus) era deixada sobre a terra, estendendo-se cerca de trinta
quilômetros deserto adentro e propiciando o cultivo de todos os tipos de cereais,
frutas e outras culturas. Desse modo, grupos humanos que antes eram nômades
logo se fixaram no vale do Nilo, originando a próspera civilização egípcia.
Da mesma maneira o Rio Araranguá, serve a região a qual banha. Graças
as suas águas o vale do Araranguá é um dos maiores produtores de arroz irrigado
do país. Sem contar de todos os outros benefícios que esta bacia hidrográfica nos
oferece. Suas águas são utilizadas pela indústria, pecuária, abastecimento de água,
piscicultura e turismo. Poderíamos então dizer que sem o rio Araranguá teríamos
então o Deserto do Araranguá.
Considera-se, portanto, que se todos, em ação junta envolvendo poder
público, mineradores, agricultores e outros, cumprissem corretamente as suas
obrigações, seria possível um convívio dentro da mesma unidade espacial, ou seja,
a bacia hidrográfica, com menos conflitos e gerando oportunidades para que as
futuras gerações usufruíssem uma vivência com boa qualidade de vida.
3 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO AUXÍLIO DA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Com o surgimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), houve
uma intensificação nos trabalhos de educação ambiental na educação brasileira.
Segundo o levantamento feito com base nos dados do Censo Escolar de 2001,
71,2% dos alunos matriculados no ensino Fundamental estão de alguma forma
trabalhando com a temática.
Estes dados revelam que o tema é desenvolvido pelas escolas
principalmente na forma de inserções , utilizando a temática em diversas disciplinas.
O Censo contribui com a constatação de que a preocupação com a
educação ambiental é maior justamente nas regiões mais industrializadas do País,
onde a degradação ambiental é um problema próximo da realidade da população.
Um exemplo para ser ilustrado é a região sul onde 82,1% dos alunos de 1é a 4ª
série têm o tema presente na sala de aula.
Esta constatação do Ministério da Educação e Cultura serve para
evidenciar a preocupação dos profissionais de educação com a escassez dos
recursos naturais de nossa região. São muitos os casos de degradação e somente
um acompanhamento in-loco poderá sensibilizar os alunos da necessidade
preservacionista da natureza.
A Lei nº 9.795/99 instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental
(Pnea), e prevê que a educação ambiental não deva ser uma disciplina específica no
currículo escolar, e sim tratada de forma multidisciplinar contemplando o tema dentro
das mais diversas áreas do saber. A lei reconhece a educação ambiental como um
componente urgente, essencial e permanente em todo o processo educativo.
Autores como Rosa Maria Viana e João Luiz Hoeffel (1998) defendem a
reflexão dos problemas ambientais através da ecologia do amor onde o propósito da
educação ambiental seria formar pessoas amorosas que integrem-se no sistema e
considerem-se responsáveis pela vida no planeta que habitam. “Atingindo esse
propósito, a mudança interna se traduzira em transformações de hábitos e
comportamentos que, sem dúvida, se refletirão na adoção de novos modelos
econômicos e societários mais justos e harmoniosos”. (Vianna, 1998, p 67).
4 PROJETO: RIO ARARANGUÁ, O NILO CATARINENSE
O estudo do meio ambiente propicia descobertas fantásticas e
experiências inovadoras dentro da comunidade escolar. O projeto teve como objetivo
sensibilizar os alunos dos impactos ambientais na intenção de minimizar a
degradação e aumentar a preservação dos recursos hídricos da região.
Considera-se a ação, não como uma tomada de consciência e sim uma
sensibilização, pois acredita-se que os alunos já possuem uma consciência
preservacionista e não estão aplicando os conhecimentos em seu cotidiano.
A sensibilização perpassa a mudança de atitude e procura irradiar os
conceitos difundidos pela mídia escrita e falada, para que ocorra a transformação de
paradigmas.
A proposta surgiu do V Curso de Sensoriamento Remoto aplicado ao
Meio Ambiente realizado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, em
São José dos Campos entre os dias 22 e 26 de julho de 2002.
Com os conhecimentos adquiridos no curso sobre a aplicação do
sensoriamento remoto nas mais diversas áreas, propôs-se então, estudar o Rio
Araranguá.
Como é um sistema hídrico que abastece a região, suas águas e seus
benefícios direta ou indiretamente chegam às casas dos alunos. Muitos destes ainda
utilizam a pesca de subsistência em sua foz e outros se deliciam em atividades
recreativas.
O projeto foi desenvolvido em aulas semanais, todas as quartas-feiras no
período matutino, tendo como população alvo os alunos da 3ª e 4ª série da Escola
de Ensino Fundamental Passo Fundo. Nos 15 (quinze encontros semanais de 4h
(quatro horas), os alunos receberam acompanhamento, produziram materiais e
realizaram saídas de campo para verificação in loco dos conhecimentos discutidos
na escola de modo que pudessem ser organizados em uma exposição para a
apreciação da comunidade.
Como método de trabalho buscou-se a dinâmica de grupos, onde todos
tiveram participação garantida na execução de todos os trabalhos. Estes grupos ao
final de cada encontro eram auto-avaliados e avaliados pelos colegas dos outros
grupos nos conceitos: respeito, organização, companheirismo, atenção,
responsabilidade e freqüência.
4.1 Descrição das atividades desenvolvidas
Como motivação do tema do projeto apresentou-se aos alunos a música
“Planeta Água” de Guilherme Arantes, que permitiu aos alunos identificarem a
necessidade do desenvolvimento deste projeto.
Dentre as questões levantadas ressaltam às sobre reservas existentes de
água potável e sobre a formação de um rio. Questionamentos esses discutidos e
resumindo-se todas as dúvidas.
Apresentado o tema, passou-se a discutir a forma de execução do projeto,
a formação dos grupos e o início das atividades propostas. Através de exposição
oral foram relembrados assuntos como: o ciclo da água, tipos de água e localização
das reservas de água potável no mundo. Com a palavra água os alunos produziram
um acróstico no qual escreveram a relação do homem com os recursos hídricos.
Neste primeiro dia de trabalho ficou evidenciado a preocupação dos
alunos e a vontade de obter o conhecimento apresentado.
Na continuação do trabalho foram realizadas atividades que lembrassem
a utilidade da água em diversos setores da sociedade. A importância da água foi o
próximo texto a ser trabalhado. Cada grupo deveria trabalhar um dos temas
relacionados e apresentar como produção final um cartaz. Os temas relacionados e
suas respectivas produções foram:
1 – A importância da água para as plantas.
2 - A importância da água para os animais.
3 - A importância da água para o homem.
O material produzido foi utilizado no desfile cívico de 7 de setembro, onde
os alunos apresentaram para a comunidade arroiossilvense o projeto que estava
sendo desenvolvido.
No dia 11 de setembro iniciamos os trabalhos sobre o Rio Araranguá.
Para iniciar foi realizado uma atividade de relaxamento onde os alunos vivenciaram
a experiência de ser um rio que nasce num local limpo e tranqüilo. O seu leito
passava por paisagens urbanas e recebia poluição tornando-se triste e sujo.
Após o relaxamento discutiu-se qual o melhor momento e quando
sentiram-se melhor. Nos responderam que enquanto o leito do rio estava limpo
sentiam uma tranqüilidade, a qual foi incomodada pela poluição recebida na área
urbana.
Ao retornar a sala produziu-se um texto sobre: “O que aconteceria com o
planeta Terra se a água potável acabasse hoje?” Em suas produções os alunos
demonstraram que a falta de água pode causar danos irreversíveis e dá
necessidade de se preservar os mananciais hídricos para que tal hipótese não
ocorra.
Para melhor compreensão dos temas trabalhados foi necessário discutir
os conceitos geográficos, tais como unidades do relevo e áreas de estudo da
geografia. Estes conceitos foram de grande utilidade para uma melhor compreensão
da saída de campo.
A saída de campo foi realizada dia 30 de setembro, com destino a
nascente do Rio da pedra, rio este que dá origem ao Rio Araranguá. No percurso os
alunos puderam verificar os conteúdos discutidos em sala de aula principalmente a
rizicultura nas margens do rio. Cm a coleta da água em dois momentos distintos
puderam analisar a turbidez causada pelo cultivo de arroz e conseqüentemente sua
influência no assoreamento e poluição do rio.
A saída foi registrada em fotografias que posteriormente foram utilizadas
no subprojeto: Arte no Rio Araranguá.
Visualizado o cultivo de arroz irrigado, surgiram muitas dúvidas que foram
esclarecidas pelo Engenheiro agrônomo Luiz Carlos Piva – Responsável pelo
escritório da Epagri em Balneário Arroio do Silva. Com uma riqueza de detalhes
durante a palestra este discorreu sobre o plantio e manejo do arroz, a contaminação
e o assoreamento provocado, e as alternativas como a produção de arroz orgânico
associado a rizipsicultura, como meio de minimizar os efeitos degradantes cusados.
“O rio que queremos” é uma publicação da Organização não-
governamental que trata do imaginário popular sobre o Rio Araranguá. De uma
forma dinâmica e de fácil entendimento este material é direcionado para as escolas
desenvolverem atividades de educação ambiental.
Com este material foi repassado aos alunos a história do Rio Araranguá,
com sua abundância de peixes de várias espécies que o habitavam como também
seu desaparecimento com a poluição do mesmo.
Com a proposta de atividade da cartilha – o jogo da vida – os alunos
confeccionaram outros jogos de trilha, ressaltando o objeto de estudo e a saída de
campo.
Durante a execução do projeto os alunos puderam recorrer às cartas-
imagens cedidas pelo INPE para a localização da bacia hidrográfica e referenciaram
a agricultura, a vegetação e relevo predominante na região.
Como finalização das discussões trabalhou-se a elaboração do raciocínio
geográfico que consiste em combinar observações que se manifestam em espaços
de tamanho muito diferentes. Assim, para compreender com perfeição a paisagem
do rio Araranguá teve-se de considerar conjuntos espaciais de diferentes ordens de
grandeza.
Foi fundamental para compreender a totalidade dos processos naturais e
humanas a interseção de diferentes materiais, tais como:
Planta cadastral do município;
Carta-imagem da região sul de Santa Catarina;
Mapa da região do extremo sul catarinense;
Mapa de Santa Catarina;
Mapa do Brasil;
Mapa-múndi;
Globo terrestre.
Como complementação produziram-se mapas temáticos da região.
Para expandir esses conhecimentos realizou-se uma exposição dos
trabalhos produzidos durante a execução do projeto, onde foram convidados os
alunos e a comunidade das demais escolas do município para socializarem o
conhecimento produzido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento evolui historicamente e junto dele surge o
amadurecimento do ser. Há décadas atrás a educação ambiental restringia-se a
pequenas pinceladas dentro do conteúdo de Ciências. Atualmente vem a tona com
força total, discutindo as ações do homem e a sustentabilidade do Meio Ambiente.
Com o desenvolvimento do projeto procurou-se desenvolver o senso
crítico do aluno e discutir a participação do homem na degradação do meio no qual
estamos inseridos. Novas possibilidades foram traçadas, novos meios de atuação
fora ressaltados.
Plantou-se uma semente conscientizadora no cérebro de cada aluno e
regou-se com muito cuidado para que com sua germinação muitos frutos possam
ser colhidos. Estes frutos serão as propostas de ação que os alunos integrados a
esse projeto tornem-se agentes transformadores do conhecimento.
As atividades foram desenvolvidas com êxito, a participação dos alunos
ocorreu de forma eficaz e proporcionou na transformação de paradigmas.
Em que pese a simplicidade do trabalho descrito com a necessidade de
se divulgar ações educativas que promovam a conscientização do ser humano em
preservar aquilo que tem primordial importância à vida do planeta – a água.
REFERÊNCIAS
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