Post on 31-Jan-2018
BACTÉRIAS MR
PARTE II
SEGURANÇA DO PACIENTE
ORIENTAÇÃOES DA CCIH
PACIENTES TRANSFERIDOS
Ao receber o paciente vindo de outro serviço, verificar:
Se o paciente vier com sonda vesical, retirá-la e realizar um novo cateterismo.
Não há validade em se cultivar ponta de sonda vesical.
Em caso de urina turva ou paciente sintomático, é importante realizar uma cultura de urina já na entrada.
PACIENTES TRANSFERIDOS
Se o paciente vier com algum acesso venoso, central ou periférico, realizar uma nova punção. Só depois de garantido o novo acesso, é que se removerá o antigo.
Apenas em caso de febre e acesso venoso central, é que está indicado o cultivo da ponta do cateter, segundo a técnica semi-quantitativa de Maki*.
*Técnica semi-quantitativa de Maki: remover o cateter de maneira
asséptica, cortando a ponta (10 cm), tocando-a na placa de cultura algumas vezes e depois rolando o cateter na placa; colocando-a a seguir em meio de transporte.
PACIENTES TRANSFERIDOS
Se o paciente tiver sido operado e ainda estiver com curativos, retirar as coberturas e realizar um novo curativo. Havendo secreção, colher material para cultura.
Se o paciente veio de UTI, colher swab nasal para pesquisa de MRSA e secreção traqueal para pesquisa de multirresistentes, mantendo-o em "quarentena", ou seja, em precauções de contato, até resultado negativo.
PACIENTES TRANSFERIDOS
Caso venha com alguma secreção, todo paciente deverá ser mantido em precauções de contato até segunda ordem e ter colhida cultura para identificação do agente.
PARA CONHECIMENTO
O ANTIBIÓTICO
A DOSE
O TEMPO DE USO
A BOA INDICAÇÃO
AMOXICILINA 500 mg VO 8/8 h 7 dias ITU por enterococo
AZITROMICINA 500 mg VO ao dia
5 dias Gripe com tosse prolongada (colonização bacteriana)
BENZATINA (PENICILINA)
1.200.000 UI IM Dose única Amigdalite estreptocócica (pontos purulentos)
ERITROMICINA 500 mg VO 6/6 h 10 dias Amigdalite estreptocócica
na alergia à penicilina
A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO
O ANTIBIÓTICO
A DOSE
O TEMPO DE USO
A BOA INDICAÇÃO
CEFAZOLINA 1 g EV Dose única Profilaxia cirúrgica para a maioria das cirurgias
CEFTAZIDIMA 1 g EV 8/8 h A critério Infecção por Pseudomonas (cultura)
CEFTRIAXONA 1-2 g EV em dose única diária
8 dias Pneumonia acima de 60 anos
A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO
O ANTIBIÓTICO
A DOSE
O TEMPO DE USO
A BOA INDICAÇÃO
CIPROFLOXACINA 500mg VO 12/12 h
7 dias -ITU baixa R a norfloxacina
-ITU alta sob antibiograma
-Gastrenterite aguda grave que não responde a hidratação, ou em idosos, ou em infecções que ameacem a vida
NORFLOXACINA 400mgVO 12/12 h 3 dias (mulher) 7 dias
ITU 1º episódio ou sob antibiograma
SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIM
(400mg + 80mg) x 2 VO 12/12 h
56 dias Osteomielite crônica por S. aureus sensível a oxacilina
A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO
O ANTIBIÓTICO
A DOSE
O TEMPO DE USO
A BOA INDICAÇÃO
TETRACICLINA 500mg VO/sem 2-3 meses Acne
TEICOPLANINA 400 mg EV ao dia A critério -Alergia à vancomicina
(Red man syndrome) -Insuficiência renal com vancomicina
VANCOMICINA 1 g EV 12/12 h A critério Cultura positiva para S. aureus MRSA
(Para germes sensíveis a oxacilina, a vancomicina é mais lentamente bactericida do que a cefazolina)
A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO
INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES
TERAPIA
1ª ESCOLHA
TERAPIA
2ª ESCOLHA
TEMPO DE TRATAMENTO
Amigdalite 1. Estreptococo β
hemolítico
Penicilina benzatina - Dose única
Amoxicilina 500 mg VO 8/8h
Alérgicos : Eritromicina 500mg VO 6/6h
10 dias
Artrite purulenta
1. S. aureus Cefazolina 1g EV 8/8 h Oxacilina 2-3g EV 6/6h
Bactrim F VO 12/12h
21 dias
Artrite
gonocócica
1. Gonococo 1. Ceftriaxona 250mg IM
Cefixime 400mg VO
Ciprofloxacina 500mg VO Ofloxacina 400mg VO
3 dias
Colecistite
aguda
1.E. coli 2.Enterococo/ Klebsiella
3.Proteus sp.
Ampicilina 1-2g EV ou VO 6/6h + Aminoglicosídeo
Ceftriaxona 1-2g EV/dia
7-10 dias
INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES
TERAPIA
1ª ESCOLHA
TERAPIA
2ª ESCOLHA
TEMPO DE TRATAMENTO
Endocardite aguda
1. Agente desconhecido
42 dias
Endocardite aguda
1.S. aureus
2.S. epidermidis
1. Kefazol 2g x 3
2. Vancomicina 1g x 2 Se MRSA: Vancomicina 4 semanas
4 semanas
Endocardite subaguda
1.Streptococcus grupo viridans
1. Pen. Cristalina 3-4 Milhões x 6 + Aminoglicosídeo 14dias
4 semanas
2. Enterococo 2. Ampicilina 2-3g x 4 + Aminoglicosídeo 14 dias
Se enterococo resistente: Vancomicina
42 dias
Gastrenteri te aguda
1.Salmonella
2.Shigella
3.Toxina estafilocócica
1. Sem AB
2. Sem AB
3. Sem AB
1. Sepsis: Ciprofloxacina 500mg x 2 VO
2. Sepsis: Ciprofloxacino 500mg x 2 EV
3. Sem ATB
1. 7 dias
2. 7 dias
3. -
Infecção urinária
baixa
1.E. coli 2.Enterococo/ Klebsiella
3.Proteus sp.
1. Norfloxacina 400mg VOx2
1.Ampicilina
(Enterococo) 1-2g EV 6/6h
1. Ciprofloxacina 500mg VO x 2
2. Amoxicilina 500mg VO 8/8h
3. Antibiograma
Aguda, 1º episódio, 3 dias
De repetição, 7 dias
INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES
TERAPIA
1ª ESCOLHA
TERAPIA
2ª ESCOLHA
TEMPO DE TRATAMENTO
Meningite aguda 1. Meningococo
2. Pneumococo
3. Outros agentes
Penicilina cristalina 2-3 Mi UI EV 4/4h
Ampicilina 8-12g EV
Ceftriaxona 4g EV
1. 7 dias
2. 14 dias
3. 7-10 dias
Osteomielite aguda
1. S. aureus 1. Kefazol 2g EV 8/8h 1. Oxacilina 3g EV 6/6h 21-28 dias
Osteomelite crônica
1. S. aureus
2. MRSA
1. Kefazol 1g x 3 EV
2. Vancomicina 1g x 2 EV
1. SMZ + TMP VO 12/12h
1.Conforme
Antibiograma
56 dias
56 dias
Otite média aguda
Mastoidite/ Sinusite
1.Pneumococo Amoxicilina 500mg x 3 VO
Ciprofloxacino 500mg x 2 VO +
Metronidazol 500mg x 3 VO
14 dias
INFECÇÃO AGENTES MAIS
FEQUENTES
TERAPIA
1ª ESCOLHA
TERAPIA
2ª ESCOLHA
TEMPO DE TRATAMENTO
Pericardite Vários Sob antibiograma 28 dias
Pielonefrite aguda
1.E. coli 2.Enterococo / Klebsiella
3. Proteus sp.
Ciprofloxacina 500mg VO x 2
Ampicilina 1-2g EV 6/6h (Enterococo)
Aminoglicosídeo 10 dias
Pneumonia aguda
1. Pneumococo
2. Estreptococo 3. Haemophylus
1. Penicilina
2. Penicilina
3. Ampicilina
1. Ampicilina
2. Ampicilina
3. Ceftriaxona
7 dias
Máximo 10 dias
Pneumonia 1. Estafilococo 1. Cefazolina 1-2g EV x 3 1.Oxacilina 2g EVx4 14-21 dias
Pneumonia Sem agente > 65a
Ceftriaxona 2g EV/dia Associa metronidazol 8-10 dias
INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES
TERAPIA
1ª ESCOLHA
TERAPIA
2ª ESCOLHA
TEMPO DE TRATAMENTO
Prostatite aguda
Diversos Ciprofloxacina 500mg VO x2
SMZ+TMP VO 12/12h
14-21 dias
Prostatite crônica
Diversos Fluoroquinolonas 90-120 dias
Sepses Vários Sob antibiograma 10-14 dias
Sinusite 1. Pneumococo
2. Hemófilos
3. Anaeróbios
1. Amoxicilina 500mg VO 8/8h
2. Quinolonas 3. Metronidazol 500mg VO 8/8h
Levofloxacina 500 mg VO 24h
7 dias
Tifo Salmonela Quinolonas Somente casos com risco de vida devem receber antibióticos
14 dias
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
Quem é?
Sensível a amica, ceftazidima, imipenem
Porém pode se tornar resistente a todos
Onde sobrevive?
Solo e água
Pele (25%) de normais e 33% de hospitalizados
Sobrevive em superfícies secas por até 9 dias e
cortinas até 13 dias
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
Como se transmite?
Mãos principalmente
Ambiente e objetos contaminados
Fatores de risco?
Uso de AB de largo espectro
Assistência ventilatória
Quebra nas medidas de higiene ou nas precauções de contato
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
Que doença ele causa?
Infecções hospitalares como: septicemia,
meningite, pneumonia, endocardite,
infecção urinária, infecção cirúrgica
Qual a principal medida de controle e
prevenção?
Precauções de contato e rigorosa
assepsia do ambiente
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
PRECAUÇÕES DE CONTATO:
Retirar anéis, aliança, relógio e avental antes de entrar no box
Lavar as mãos com água e sabão antes e após
Avental de contato ao entrar; retirar ao sair
Calçar luvas, retirar, lavar as mãos
Esteto/esfigmo/termômetro/cuba-rim individuais
Máscara para aspirar, lavar as mãos após
Após sair, friccionar álcool a 70% nas mãos
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
ORIENTAÇÃO QUANTO AO AMBIENTE:
Seguir as precauções de contato
Manter o box com porta fechada
Entrar somente quem vai lidar direto
Não levar nada para dentro do box
Não retirar nada de dentro do box
Limpeza de superfícies e
Desinfecção com álcool a 70% 1x/turno
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
LIMPEZA DO AMBIENTE:
Lavar as mãos antes de entrar
Avental exclusivo / retirar antes e depois
Duas luvas de procedimento para limpeza
Panos desprezados no hamper antes de sair
Lavar a pia do box - 1x/dia
Desinfecção de superfície com álcool a 70% a cada turno
MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii
LIMPEZA DO AMBIENTE:
Lavar as mãos após descarte das luvas e após sair do box
Friccionar álcool a 70% nas mãos após sair
Trocar o lençol da cama - 1x/dia
Deixar o isolamento para o final da limpeza
Lavar os baldes com água e sabão
Deixá-los secos após o uso
MULTI-RESISTENTES - MRSA
QUAIS O RISCO DA EQUIPE ADQUIRIR MRSA?
Pequeno
Onde a incidência é alta, 1 a 2% colonização
transitória
A melhor medida de prevenção é a higiene no
trabalho, principalmente lavando as mãos ou
usando álcool a 70% após tocar o paciente
MULTI-RESISTENTES - MRSA
DEVE-SE COLHER CULTURA DOS
FUNCIONÁRIOS PARA VER COLONIZAÇÃO?
A decisão é da CCIH
Em estudo de 29 surtos, apenas 13,2% da equipe
era colonizada por MRSA
Lembre-se:
A principal forma de prevenir é lavando as mãos
S. aureus permanece nas mãos até 3 horas!
MULTI-RESISTENTES - MRSA
QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE?
Vigilância dos resultados de cultura
Esclarecimento da equipe
Lavagem das mãos antes e após contato
Separação física do paciente colonizado e infectado
Equipe de enfermagem exclusiva
Individualização do material
Limpeza e desinfecção terminal após sair o paciente
MULTI-RESISTENTES - MRSA
QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE?
Instituição de barreira de contato
Uso de luvas
Avental exclusivo para o paciente
Anti-sepsia ou lavagem das mãos
Antes de calçar luvas e após retirar
Após sair do quarto
Máscara para aspirar secreções
MULTI-RESISTENTES - MRSA
QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE?
Descolonização do paciente
Mupirocin nasal
3x/dia
por 5 dias
Avaliação da eficácia da descolonização
Discussão caso a caso dos pacientes que não
descolonizarem
MULTI-RESISTENTES - MRSA
SÃO NECESSÁRIOS EQUIPAMENTOS DE USO EXCLUSIVO DO PACIENTE?
É o ideal
Principalmente os de contato direto: Estetoscópio
Esfigmomanômetro
Termômetro
Comadre, papagaio
Cubas
Manter o mínimo de materiais (curativo)
MULTI-RESISTENTES - MRSA
PODE-SE TRANSPORTAR O PACIENTE?
Sim, desde que inevitável
Manter as medidas de controle
Evitar tocar em superfícies
O transporte deverá ser feito pela equipe de enfermagem
O PACIENTE PODE SAIR DO QUARTO?
Sim, desde que orientado
Orientar sobre lavar as mãos antes e após
MULTI-RESISTENTES - MRSA
O PACIENTE PODE RECEBER VISITAS?
Sim
OS VISITANTES DEVEM USAR AVENTAL E
LUVAS?
Não
Devem ser orientados pela enfermagem
Não sentar na cama, não tocar o doente
Devem lavar as mãos/álcool antes e após
MULTI-RESISTENTES - MRSA
COMO A EQUIPE PODE CONTRIBUIR PARA O
CONTROLE DE MRSA?
Os profissionais de saúde são o principal
elemento de controle
Racionalizando antibióticos
Seguindo as medidas de controle
Aplicando mupirocin corretamente
Colaborando com a CCIH
MULTI-RESISTENTES - MRSA
Referências:
Centers for Disease Control. Methicillin Resistant
Staphylococcus aureus. Atlanta, 21 jan 1997.
Marangoni, DV. Staphylococcus aureus. In:
Rodrigues, EAC et al. Infecções Hospitalares:
Prevenção e Controle. São Paulo: Sarvier, 1997.
p: 573-591.
MMWR. Staphylococcus aureus with recended
susceptibility to vancomycin - United States, 1997.