BACTERIA MR PARTE II - s3. · PDF filePACIENTES TRANSFERIDOS Ao receber o paciente vindo de...

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BACTÉRIAS MR

PARTE II

SEGURANÇA DO PACIENTE

ORIENTAÇÃOES DA CCIH

PACIENTES TRANSFERIDOS

Ao receber o paciente vindo de outro serviço, verificar:

Se o paciente vier com sonda vesical, retirá-la e realizar um novo cateterismo.

Não há validade em se cultivar ponta de sonda vesical.

Em caso de urina turva ou paciente sintomático, é importante realizar uma cultura de urina já na entrada.

PACIENTES TRANSFERIDOS

Se o paciente vier com algum acesso venoso, central ou periférico, realizar uma nova punção. Só depois de garantido o novo acesso, é que se removerá o antigo.

Apenas em caso de febre e acesso venoso central, é que está indicado o cultivo da ponta do cateter, segundo a técnica semi-quantitativa de Maki*.

*Técnica semi-quantitativa de Maki: remover o cateter de maneira

asséptica, cortando a ponta (10 cm), tocando-a na placa de cultura algumas vezes e depois rolando o cateter na placa; colocando-a a seguir em meio de transporte.

PACIENTES TRANSFERIDOS

Se o paciente tiver sido operado e ainda estiver com curativos, retirar as coberturas e realizar um novo curativo. Havendo secreção, colher material para cultura.

Se o paciente veio de UTI, colher swab nasal para pesquisa de MRSA e secreção traqueal para pesquisa de multirresistentes, mantendo-o em "quarentena", ou seja, em precauções de contato, até resultado negativo.

PACIENTES TRANSFERIDOS

Caso venha com alguma secreção, todo paciente deverá ser mantido em precauções de contato até segunda ordem e ter colhida cultura para identificação do agente.

PARA CONHECIMENTO

O ANTIBIÓTICO

A DOSE

O TEMPO DE USO

A BOA INDICAÇÃO

AMOXICILINA 500 mg VO 8/8 h 7 dias ITU por enterococo

AZITROMICINA 500 mg VO ao dia

5 dias Gripe com tosse prolongada (colonização bacteriana)

BENZATINA (PENICILINA)

1.200.000 UI IM Dose única Amigdalite estreptocócica (pontos purulentos)

ERITROMICINA 500 mg VO 6/6 h 10 dias Amigdalite estreptocócica

na alergia à penicilina

A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO

O ANTIBIÓTICO

A DOSE

O TEMPO DE USO

A BOA INDICAÇÃO

CEFAZOLINA 1 g EV Dose única Profilaxia cirúrgica para a maioria das cirurgias

CEFTAZIDIMA 1 g EV 8/8 h A critério Infecção por Pseudomonas (cultura)

CEFTRIAXONA 1-2 g EV em dose única diária

8 dias Pneumonia acima de 60 anos

A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO

O ANTIBIÓTICO

A DOSE

O TEMPO DE USO

A BOA INDICAÇÃO

CIPROFLOXACINA 500mg VO 12/12 h

7 dias -ITU baixa R a norfloxacina

-ITU alta sob antibiograma

-Gastrenterite aguda grave que não responde a hidratação, ou em idosos, ou em infecções que ameacem a vida

NORFLOXACINA 400mgVO 12/12 h 3 dias (mulher) 7 dias

ITU 1º episódio ou sob antibiograma

SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIM

(400mg + 80mg) x 2 VO 12/12 h

56 dias Osteomielite crônica por S. aureus sensível a oxacilina

A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO

O ANTIBIÓTICO

A DOSE

O TEMPO DE USO

A BOA INDICAÇÃO

TETRACICLINA 500mg VO/sem 2-3 meses Acne

TEICOPLANINA 400 mg EV ao dia A critério -Alergia à vancomicina

(Red man syndrome) -Insuficiência renal com vancomicina

VANCOMICINA 1 g EV 12/12 h A critério Cultura positiva para S. aureus MRSA

(Para germes sensíveis a oxacilina, a vancomicina é mais lentamente bactericida do que a cefazolina)

A MELHOR INDICAÇÃO DE CADA ANTIBIÓTICO

INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES

TERAPIA

1ª ESCOLHA

TERAPIA

2ª ESCOLHA

TEMPO DE TRATAMENTO

Amigdalite 1. Estreptococo β

hemolítico

Penicilina benzatina - Dose única

Amoxicilina 500 mg VO 8/8h

Alérgicos : Eritromicina 500mg VO 6/6h

10 dias

Artrite purulenta

1. S. aureus Cefazolina 1g EV 8/8 h Oxacilina 2-3g EV 6/6h

Bactrim F VO 12/12h

21 dias

Artrite

gonocócica

1. Gonococo 1. Ceftriaxona 250mg IM

Cefixime 400mg VO

Ciprofloxacina 500mg VO Ofloxacina 400mg VO

3 dias

Colecistite

aguda

1.E. coli 2.Enterococo/ Klebsiella

3.Proteus sp.

Ampicilina 1-2g EV ou VO 6/6h + Aminoglicosídeo

Ceftriaxona 1-2g EV/dia

7-10 dias

INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES

TERAPIA

1ª ESCOLHA

TERAPIA

2ª ESCOLHA

TEMPO DE TRATAMENTO

Endocardite aguda

1. Agente desconhecido

42 dias

Endocardite aguda

1.S. aureus

2.S. epidermidis

1. Kefazol 2g x 3

2. Vancomicina 1g x 2 Se MRSA: Vancomicina 4 semanas

4 semanas

Endocardite subaguda

1.Streptococcus grupo viridans

1. Pen. Cristalina 3-4 Milhões x 6 + Aminoglicosídeo 14dias

4 semanas

2. Enterococo 2. Ampicilina 2-3g x 4 + Aminoglicosídeo 14 dias

Se enterococo resistente: Vancomicina

42 dias

Gastrenteri te aguda

1.Salmonella

2.Shigella

3.Toxina estafilocócica

1. Sem AB

2. Sem AB

3. Sem AB

1. Sepsis: Ciprofloxacina 500mg x 2 VO

2. Sepsis: Ciprofloxacino 500mg x 2 EV

3. Sem ATB

1. 7 dias

2. 7 dias

3. -

Infecção urinária

baixa

1.E. coli 2.Enterococo/ Klebsiella

3.Proteus sp.

1. Norfloxacina 400mg VOx2

1.Ampicilina

(Enterococo) 1-2g EV 6/6h

1. Ciprofloxacina 500mg VO x 2

2. Amoxicilina 500mg VO 8/8h

3. Antibiograma

Aguda, 1º episódio, 3 dias

De repetição, 7 dias

INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES

TERAPIA

1ª ESCOLHA

TERAPIA

2ª ESCOLHA

TEMPO DE TRATAMENTO

Meningite aguda 1. Meningococo

2. Pneumococo

3. Outros agentes

Penicilina cristalina 2-3 Mi UI EV 4/4h

Ampicilina 8-12g EV

Ceftriaxona 4g EV

1. 7 dias

2. 14 dias

3. 7-10 dias

Osteomielite aguda

1. S. aureus 1. Kefazol 2g EV 8/8h 1. Oxacilina 3g EV 6/6h 21-28 dias

Osteomelite crônica

1. S. aureus

2. MRSA

1. Kefazol 1g x 3 EV

2. Vancomicina 1g x 2 EV

1. SMZ + TMP VO 12/12h

1.Conforme

Antibiograma

56 dias

56 dias

Otite média aguda

Mastoidite/ Sinusite

1.Pneumococo Amoxicilina 500mg x 3 VO

Ciprofloxacino 500mg x 2 VO +

Metronidazol 500mg x 3 VO

14 dias

INFECÇÃO AGENTES MAIS

FEQUENTES

TERAPIA

1ª ESCOLHA

TERAPIA

2ª ESCOLHA

TEMPO DE TRATAMENTO

Pericardite Vários Sob antibiograma 28 dias

Pielonefrite aguda

1.E. coli 2.Enterococo / Klebsiella

3. Proteus sp.

Ciprofloxacina 500mg VO x 2

Ampicilina 1-2g EV 6/6h (Enterococo)

Aminoglicosídeo 10 dias

Pneumonia aguda

1. Pneumococo

2. Estreptococo 3. Haemophylus

1. Penicilina

2. Penicilina

3. Ampicilina

1. Ampicilina

2. Ampicilina

3. Ceftriaxona

7 dias

Máximo 10 dias

Pneumonia 1. Estafilococo 1. Cefazolina 1-2g EV x 3 1.Oxacilina 2g EVx4 14-21 dias

Pneumonia Sem agente > 65a

Ceftriaxona 2g EV/dia Associa metronidazol 8-10 dias

INFECÇÃO AGENTES MAIS FEQUENTES

TERAPIA

1ª ESCOLHA

TERAPIA

2ª ESCOLHA

TEMPO DE TRATAMENTO

Prostatite aguda

Diversos Ciprofloxacina 500mg VO x2

SMZ+TMP VO 12/12h

14-21 dias

Prostatite crônica

Diversos Fluoroquinolonas 90-120 dias

Sepses Vários Sob antibiograma 10-14 dias

Sinusite 1. Pneumococo

2. Hemófilos

3. Anaeróbios

1. Amoxicilina 500mg VO 8/8h

2. Quinolonas 3. Metronidazol 500mg VO 8/8h

Levofloxacina 500 mg VO 24h

7 dias

Tifo Salmonela Quinolonas Somente casos com risco de vida devem receber antibióticos

14 dias

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

Quem é?

Sensível a amica, ceftazidima, imipenem

Porém pode se tornar resistente a todos

Onde sobrevive?

Solo e água

Pele (25%) de normais e 33% de hospitalizados

Sobrevive em superfícies secas por até 9 dias e

cortinas até 13 dias

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

Como se transmite?

Mãos principalmente

Ambiente e objetos contaminados

Fatores de risco?

Uso de AB de largo espectro

Assistência ventilatória

Quebra nas medidas de higiene ou nas precauções de contato

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

Que doença ele causa?

Infecções hospitalares como: septicemia,

meningite, pneumonia, endocardite,

infecção urinária, infecção cirúrgica

Qual a principal medida de controle e

prevenção?

Precauções de contato e rigorosa

assepsia do ambiente

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

PRECAUÇÕES DE CONTATO:

Retirar anéis, aliança, relógio e avental antes de entrar no box

Lavar as mãos com água e sabão antes e após

Avental de contato ao entrar; retirar ao sair

Calçar luvas, retirar, lavar as mãos

Esteto/esfigmo/termômetro/cuba-rim individuais

Máscara para aspirar, lavar as mãos após

Após sair, friccionar álcool a 70% nas mãos

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

ORIENTAÇÃO QUANTO AO AMBIENTE:

Seguir as precauções de contato

Manter o box com porta fechada

Entrar somente quem vai lidar direto

Não levar nada para dentro do box

Não retirar nada de dentro do box

Limpeza de superfícies e

Desinfecção com álcool a 70% 1x/turno

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

LIMPEZA DO AMBIENTE:

Lavar as mãos antes de entrar

Avental exclusivo / retirar antes e depois

Duas luvas de procedimento para limpeza

Panos desprezados no hamper antes de sair

Lavar a pia do box - 1x/dia

Desinfecção de superfície com álcool a 70% a cada turno

MULTI-RESISTENTES - Acinetobacter baumanii

LIMPEZA DO AMBIENTE:

Lavar as mãos após descarte das luvas e após sair do box

Friccionar álcool a 70% nas mãos após sair

Trocar o lençol da cama - 1x/dia

Deixar o isolamento para o final da limpeza

Lavar os baldes com água e sabão

Deixá-los secos após o uso

MULTI-RESISTENTES - MRSA

QUAIS O RISCO DA EQUIPE ADQUIRIR MRSA?

Pequeno

Onde a incidência é alta, 1 a 2% colonização

transitória

A melhor medida de prevenção é a higiene no

trabalho, principalmente lavando as mãos ou

usando álcool a 70% após tocar o paciente

MULTI-RESISTENTES - MRSA

DEVE-SE COLHER CULTURA DOS

FUNCIONÁRIOS PARA VER COLONIZAÇÃO?

A decisão é da CCIH

Em estudo de 29 surtos, apenas 13,2% da equipe

era colonizada por MRSA

Lembre-se:

A principal forma de prevenir é lavando as mãos

S. aureus permanece nas mãos até 3 horas!

MULTI-RESISTENTES - MRSA

QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE?

Vigilância dos resultados de cultura

Esclarecimento da equipe

Lavagem das mãos antes e após contato

Separação física do paciente colonizado e infectado

Equipe de enfermagem exclusiva

Individualização do material

Limpeza e desinfecção terminal após sair o paciente

MULTI-RESISTENTES - MRSA

QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE?

Instituição de barreira de contato

Uso de luvas

Avental exclusivo para o paciente

Anti-sepsia ou lavagem das mãos

Antes de calçar luvas e após retirar

Após sair do quarto

Máscara para aspirar secreções

MULTI-RESISTENTES - MRSA

QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE?

Descolonização do paciente

Mupirocin nasal

3x/dia

por 5 dias

Avaliação da eficácia da descolonização

Discussão caso a caso dos pacientes que não

descolonizarem

MULTI-RESISTENTES - MRSA

SÃO NECESSÁRIOS EQUIPAMENTOS DE USO EXCLUSIVO DO PACIENTE?

É o ideal

Principalmente os de contato direto: Estetoscópio

Esfigmomanômetro

Termômetro

Comadre, papagaio

Cubas

Manter o mínimo de materiais (curativo)

MULTI-RESISTENTES - MRSA

PODE-SE TRANSPORTAR O PACIENTE?

Sim, desde que inevitável

Manter as medidas de controle

Evitar tocar em superfícies

O transporte deverá ser feito pela equipe de enfermagem

O PACIENTE PODE SAIR DO QUARTO?

Sim, desde que orientado

Orientar sobre lavar as mãos antes e após

MULTI-RESISTENTES - MRSA

O PACIENTE PODE RECEBER VISITAS?

Sim

OS VISITANTES DEVEM USAR AVENTAL E

LUVAS?

Não

Devem ser orientados pela enfermagem

Não sentar na cama, não tocar o doente

Devem lavar as mãos/álcool antes e após

MULTI-RESISTENTES - MRSA

COMO A EQUIPE PODE CONTRIBUIR PARA O

CONTROLE DE MRSA?

Os profissionais de saúde são o principal

elemento de controle

Racionalizando antibióticos

Seguindo as medidas de controle

Aplicando mupirocin corretamente

Colaborando com a CCIH

MULTI-RESISTENTES - MRSA

Referências:

Centers for Disease Control. Methicillin Resistant

Staphylococcus aureus. Atlanta, 21 jan 1997.

Marangoni, DV. Staphylococcus aureus. In:

Rodrigues, EAC et al. Infecções Hospitalares:

Prevenção e Controle. São Paulo: Sarvier, 1997.

p: 573-591.

MMWR. Staphylococcus aureus with recended

susceptibility to vancomycin - United States, 1997.