Avaliando 2010 2010 PROSA - Centro Sabiá · com a agreocologia. Esta é uma das avaliações...

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Avaliando 20102010Centro Sabiá encerra ano com avaliação positiva das suas ações

8 PROSA

PROSANº 62 - Recife/PE - Dezembro / 2010

20112011Articulações e Parcerias em

Centro Sabiá amplia articulação de atividades e ações nas três

regiões do estado de Pernambuco. Para tanto,

realiza parcerias com Petrobras, Ministério do

Desenvolvimento Agrário, cooperação internacional

e governo estadual.

Leia páginas, 4, 5 e 6.

Veja também:

Educação Ambiental continua nas escolasdo Sertão

Programa uma Terra e duas Águas continuaráno Agreste Pág. 7

Pág. 3

Coordenação do Sabiá avalia 2010 Pág. 8

Articulações e Parcerias em

O ano de 2010 foi desafi-ador do ponto de vista de realizar processos

de mobilização e de formação junto às famílias agricultoras e suas organizações que trabalham com a agreocologia. Esta é uma das avaliações feitas pelo coorde-nador de articulação política do Sabiá, José Aldo dos Santos. O ex-coordenador geral da institui-ção, Marcelino Lima, destaca o importante papel do setor de mobilização de recursos, que fecha o ano com saldo positivo na aprovação de projetos. Já a ex-coordenadora pedagógica, Maria Cristina Aureliano, ressalta a ampliação do trabalho do Sabiá no campo da educação ambien-tal. Veja abaixo algumas reflexões feitas por eles.

Sobre o ano: “Foi um ano desafiador, no que se refere a mobilização e forma-ção, nas diversas dimensões da agroecologia, das famílias agri-cultoras e suas organizações. Podemos afirmar, que foi um ano importante para avançar na con-solidação de políticas para Agri-

cultura Agroflorestal, com uma especial atenção para famílias das comunidades assessoradas pelo Sabiá.”

Passos que merecem destaque

“A garantia de mais famílias do Semiárido pernambucano com a possibilidade de ter acesso a água de qualidade para beber, produ-zir alimentos e gerar renda. Es-peramos que em 2011, o desen-volvimento dos projetos em parceria com a cooperação in-ternacional, com os governos e a Petrobras, possam fazer dessas famílias pessoas mais felizes e confiantes numa vida com mais justiça social e ambiental.”

Sobre o ano:

“Concluímos 2010 com um saldo considerável de aprovação de projetos estruturadores e rele-vantes para a sustentabilidade do Sabiá, a exemplos dos projetos aprovados recentemente como o Petrobras.”

Outros destaques:

“A Campanha Um Milhão de Árvores e o nosso Plano

Estratégico Institucional sendo exercitado a partir da nossa prá-tica. O pensar e o agir no que se refere ao desenvolvimento da agricultura familiar.”

Sobre o ano:

“Colhemos frutos das decisões estratégicas que tomadas em 2008 como a criação dos núcleos de Mobilização de Recursos e de Comunicação e Visibilidade Ins-titucional. O Sabiá conquistou espaços na mídia e foi bastante procurado para tratar do tema da agroecologia e de questões li-gadas ao meio ambiente. Foi um ano onde ampliamos nossos apoiadores financeiros também.”

Outros destaques:

“Ampliamos o nosso campo de trabalho com ações de educa-ção ambiental nas escolas rurais e de recuperação ambiental. No Sertão e na Zona da Mata, esse trabalho se ampliou tendo como mote a agricultura familiar agroeco-lógica. “

José Aldo dos Santos

Fotos: arquivo Sabiá

Maria Cristina

Marcelino Lima

Fotos: Laudenice Oliveira

Em abril, agricultores/as da Zona da Mata participaram da elaboração do projeto aprovado pela Petrobras

As lutas e asvitórias de 2010

Junte-se a nós, plante mais uma árvorepara um Mundo melhor

Dois Dedos de ProsaDois Dedos de ProsaDois Dedos de ProsaDois Dedos de ProsaDois Dedos de Prosa é uma publicação do Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá. Endereço:Endereço:Endereço:Endereço:Endereço: Rua do Sossego, 355, Santo Amaro, Recife/PE, CEP: 50050-080. FFFFFone/Fone/Fone/Fone/Fone/FAX:AX:AX:AX:AX: (81) 3223.3323/7026. E.mail:E.mail:E.mail:E.mail:E.mail: sabia@centrosabia.org.br Sítio:Sítio:Sítio:Sítio:Sítio:http://www.centrosabia.org.br. Diretoria: Diretoria: Diretoria: Diretoria: Diretoria: presidentapresidentapresidentapresidentapresidenta - Sandra Rejane Pereira. vice-vice-vice-vice-vice-pppppresidenta:residenta:residenta:residenta:residenta: Ivonete Lídia Vieira; secretária:secretária:secretária:secretária:secretária: Carmen Sílvia da Silva; conselho fiscal:conselho fiscal:conselho fiscal:conselho fiscal:conselho fiscal: Edna Maria do Nascimento, Joana Santos e Rivaneide Almeida. Coordena- Coordena- Coordena- Coordena- Coordena-ção: ção: ção: ção: ção: coordenador geral -coordenador geral -coordenador geral -coordenador geral -coordenador geral - Alexandre Henrique Bezerra Pires; coordenador pedagógico -coordenador pedagógico -coordenador pedagógico -coordenador pedagógico -coordenador pedagógico - Adeildo Fernandes da Silva; coordenador de articulação polí-coordenador de articulação polí-coordenador de articulação polí-coordenador de articulação polí-coordenador de articulação polí-tica:tica:tica:tica:tica: José Aldo dos Santos; gerente administrativo financeira -gerente administrativo financeira -gerente administrativo financeira -gerente administrativo financeira -gerente administrativo financeira - Verônica Batista. Equipe Técnica: Equipe Técnica: Equipe Técnica: Equipe Técnica: Equipe Técnica: Ana Santos, Alexandre Luna, Carmo Fuchs, Catarina de Angola,Fabrício Vitor da Silva, Gilberto Lima, Josefa Santana, Laudenice Oliveira, Maria Cristina Aureliano e Marvson Andrade. Equipe Administrativa: Equipe Administrativa: Equipe Administrativa: Equipe Administrativa: Equipe Administrativa: Alexsandro Pereira, DarlitonLima, Denize Barbosa, Edneide Alves, Jacinta Silva, Janaina Ferraz, Pedro Eugênio da Silva, Valdir Morato e Vânia Luiza Silva. Estagiárias: Estagiárias: Estagiárias: Estagiárias: Estagiárias: Jullyana de Lucena e Luciana Batista(Contabilidade). PPPPProjetos Especiais: rojetos Especiais: rojetos Especiais: rojetos Especiais: rojetos Especiais: Antônio Albuquerque, Everton Gustavo França, Caliandro Daniel da Silva, Gerlane Machado, Gleidson Amaral, Nicléia Nogueira eVictor Emmanuel Barbosa. R R R R Redação: edação: edação: edação: edação: Alexandre Henrique Pires, Catarina de Angola e Laudenice Oliveira. Edição: Edição: Edição: Edição: Edição: Laudenice Oliveira (DRT/PE 2654). Apoio: Apoio: Apoio: Apoio: Apoio: Heifer, ICCO& Kerk in Actie, Misereor/KZE. O trabalho do Centro Sabiá também recebe apoio das seguintes organizações: terre des hommes schweiz, Ministérios do Meio Ambiente, doDesenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Prorural. Diagramação: Diagramação: Diagramação: Diagramação: Diagramação: Marta Braga. Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Gráfica Amália Tiragem: Tiragem: Tiragem: Tiragem: Tiragem: 3.000 exemplares.

Chegamos ao final de mais um ano. Em2010, as dificuldades não deixaram de

existir. Porém, a esperança na luta e naforça da organização das famílias agricul-toras foram essenciais para passarmos oano fortalecendo ações a agricultura fa-miliar camponesa de base agroecológica.Neste ano que se finda, ficam vitórias im-portantes para o país e para todos e todasque desejam um mundo melhor.

Merece nosso destaque a alimentaçãocomo um direito, que agora se tornou leino Brasil e faz parte do artigo 6º da nossaConstituição Federal. Portanto, desde fe-vereiro que todo brasileiro ou toda brasi-leira tem direito a se alimentar e é deverdo Estado garantir alimento para todos etodas que vivem no Brasil.

Saímos do Brasil, e vamos para ques-tões que atingem a população mundial. Afalta de água preocupa os chefes de todasas nações. Em julho, a Organização dasNações Unidas (ONU) declarou o acessoà água de qualidade como um direito hu-mano. Uma atitude importante, já que oplaneta sofre com o descaso das autorida-des e das pessoas com a preservação dasnossas fontes de água.

Essas duas conquistas nos remetem aoutras duas que dizem respeito especialao Sabiá e as famílias agricultoras dePernambuco. Terminamos o ano sendocontemplados com a aprovação de doisprojetos pela Petrobras, onde a produçãode alimentos, a geração de renda e a pre-servação de rios são os destaques nessesprojetos. Uma oportunidade para a orga-nização das famílias do Sertão e da Zonada Mata para darem continuidade ao tra-balho que realizam nos seus assentamen-tos e sítios.

São ventos bons. Resultados positivosdo esforço de todos e todas que se dedi-cam a construir uma história diferente parao meio rural brasileiro. Junta-se a isso, aexpectativa de que as políticas para o cam-po continuem sendo traçados a partir darealidade do nosso povo e de seus anseios,com a chegada de um novo governo.

A Agenda da Parceria2011, editada há seteanos na parceria entre

Diaconia, Caatinga e CentroSabiá, entra na campanha Junte-se a Nós, Plante uma Árvore paraum Mundo Melhor. A mobiliza-ção que é de iniciativa das trêsorganizações também, entracomo tema da Agenda para am-pliar a discussão na sociedadesobre a necessidade de plantarárvores para melhorar a vida noplaneta terra.

Para dar conteúdo à proposta,a Agenda da Parceria traz experi-ências de agricultores e agriculto-ras que já estão envolvidos e en-volvidas na defesa de melhorar olugar onde vivem. Além de plan-tar árvores, eles e elas plantamalimentos saudáveis para as famí-lias do campo e da cidade. Pre-servam fontes de água e zelampela organização de agricultorese agricultoras na prática da agri-cultura familiar de base agroeco-lógica.

Campanha é tema daAgenda da Parceria

Professores/as no carrossel de experiências

Fotos: Acervo Sabiá

Seminário contou com participação de representantes deorganizações parceiras

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Em Triunfo, Sertão do Pajeúde Pernambuco, aconteceuno mês de outubro o II Se-

minário Territorial - CompartilharVivências e Aprendizados em Edu-cação Ambiental. A atividade en-cerrou o segundo ano do ProjetoReferencial de Educação Ambien-tal, realizado pelo Centro Sabiácom o apoio do Projeto DomHelder Camara, em parceria coma Diaconia e a Coopagel.

Participaram do seminário pro-fessores e professoras, representan-tes do poder público de alguns mu-nicípios, estudantes, agricultores eagricultoras e organizações da so-ciedade civil. Os resultados dos

Atividade reuniu professores/as, estudantese representantes de organizações governamentaise não governamentais

Sertão do Pajeú discuteEducação Ambiental

Durante o II Seminário Terri-torial - Compartilhar Vivências

e Aprendizados em Educação Am-biental um carrossel de experiênci-as apresentou as iniciativas em edu-cação ambiental desenvolvida pe-las escolas participantes do proje-to. Foram experiências como a decriação de hortas, de agroflorestas,de coleta seletiva de lixo, entreoutras. Os professores e as profes-soras montaram suas apresentaçõescom fotos, vídeos e cartazes, umaforma de registrar o que vem sen-do feito na comunidade.

Entre as atividades apresentadasestava à catalogação de espécies da

trabalhos realizados du-rante o projeto serviramde base para os debates. Aexpectativa é que esses re-sultados influenciem naconstrução de propostasde políticas públicas terri-toriais e municipais para aEducação Ambiental, emespecial para a zona ruralda região.

Neste ano o projeto formou 25professores/as e 450 alunos/as denove escolas de comunidades ru-rais da região. “É um projeto quetem o objetivo de trazer o tema daeducação ambiental para as esco-las rurais. Isso aumenta o conheci-

Escolas compartilham experiênciascaatinga, feita por estudantes. Tam-bém aconteceram visitas de cam-po como forma de conhecerem acomunidade onde vivem e seus re-

mento das crianças em relação aessa temática pra que a gente pos-sa ter um futuro melhor pra toda asociedade”, explica a professoraElenilda Bezerra do Amaral, de Ri-acho da Onça, em Afogados daIngazeira.

cursos naturais e confecção de tra-balhos manuais com o tema dareciclagem. “A gente visitou o RioPajeú onde vimos que ele está

assoreado e quase sem mataciliar e também visitamosuma olaria onde mostramosque o campo não é só agri-cultura é a diversidade cul-tural também. Trabalhandocom questionamentos paraas crianças refletirem sobrea realidade local e tentandosempre envolver a comuni-dade”, contou o professorJosé Raimundo de Lima, deSão José do Egito.

Projetos fortalecem ações jundas três regiões de PernambParcerias como governo do estado, Ministério do atividades nas áreas de produção, preservação da

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Capacitar jovens de comu-nidades rurais para fazeracompanhamentos às fa-

mílias agricultoras, organizar mu-lheres e jovens da Zona da Matana produção e geração de renda erealizar ações com as comunidadespara preservar as margens de rios.Estas atividades serão realizadasdurante o ano de 2011, pelo Cen-tro Sabiá, junto com as comunida-des, devido às parcerias formadascom a Petrobras, o Ministério doDesenvolvimento Agrário e o go-verno de Pernambuco.

Formação e comunicação farão parte dasatividades desenvolvidas com os/as jovens

Na Zona da Mata Sul de Per-nambuco o projeto Trabalho, Rendae Sustentabilidade no Campo, serádesenvolvido em parceria com aPetrobras, dentro do seu programaDesenvolvimento e Cidadania. Elevai envolver um grupo de 285 agri-cultores e agricultoras que vivem emsete assentamentos rurais. Quatromunicípios da região entram no pro-jeto: Barreiros, Rio Formoso, Ribei-rão e Sirinhaém. Seu objetivo é for-talecer o beneficiamento e a comer-cialização da produção agrícola debase agroecológica das famíliasagricultoras dos assentamentos.

De acordo com o coordenadorgeral do Centro Sabiá, AlexandreHenrique Pires, além de incentivar a

FFFFFortalecendo a agricultura agroecológicaortalecendo a agricultura agroecológicaortalecendo a agricultura agroecológicaortalecendo a agricultura agroecológicaortalecendo a agricultura agroecológicana Zona da Matana Zona da Matana Zona da Matana Zona da Matana Zona da Mata

produção agroecológica, o projetovai fortalecer as práticas que as famí-lias já têm de beneficiar e comer-cializar o que produz. “Muitas famíli-as já beneficiam sua produção ecomercializam nas feiras agroecoló-gicas da região. Mas, agora, há umapossibilidade maior de organizar es-ses espaços de comercialização, degarantir um melhor aproveitamentode frutas e outros produtos para au-mentar a renda dos agricultores eagricultoras e beneficiar a populaçãolocal com produtos de qualidade”,explica Alexandre. As famílias tam-bém receberão assessoria técnicapara contribuir na ampliação de prá-ticas de agricultura sustentável na re-gião da Mata Sul.

Jovens serão multiplicadores da agroecologiaJovens serão multiplicadores da agroecologiaJovens serão multiplicadores da agroecologiaJovens serão multiplicadores da agroecologiaJovens serão multiplicadores da agroecologia

O convênio firmado com o Mi-nistério do DesenvolvimentoAgrário (MDA), traz para o Cen-tro Sabiá a responsabilidade de for-mar jovens com capacidade de as-sessorar famílias agricultoras. Sabe-res da Agricultura Familiar é onome do projeto que será realiza-do nas três regiões de Pernambuco– Sertão, Agreste e Mata Atlântica– , envolvendo 32 comunidades eum mil e 200 famílias.

O Saberes da Agricultura Fami-liar vai trabalhar com formação, as-sessoria e comunicação. Serão for-mados 40 jovens das três regiões,

para atuarem como multiplicado-res das práticas agrícolas agroeco-lógicas junto às famílias agricultorasdas comunidades rurais. Além dis-so, esses rapazes e essas moçastambém estarão envolvidas nas di-nâmicas de comunicação em rádioe produção de vídeos. “Esse pro-jeto vem para fortalecer o traba-lho que o Centro Sabiá já desen-volve com a juventude rural, quejá vem exercendo seu papel deprotagonista nas comunidadesonde moram”, afirma Maria Cristi-na Aureliano, coordenadora Peda-gógica do Centro Sabiá.

Foto: Laudenice Oliveira

Foto: Acervo Sabiá

Professores/as de Barreiros durante curso de formação

nto às famílias agricultorasucoDesenvolvimento Agrário e Petrobras articulamas margens de rios e formação com jovens

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Apalavra Carimã é de origem Tupi – Karimã, que significa

farinha seca e fina de mandioca.Mas é também o nome que se dáao Rio Carimã, um dos principaisrios da Bacia Hidrográfica do Una,com sua nascente no EngenhoPracinha, zona rural do municípiode Barreiros.

O Programa de Apoio ao De-senvolvimento Sustentável daZona da Mata (PROMATA) rea-lizou um estudo sobre o RioCarimã. Uma necessidade apon-tada pelo Comitê da BaciaHidrográfica do Rio Una. O estu-do mostrou ser necessário reali-zar ações de educação ambientale capacitar pessoas para cuidar eproteger a mata ciliar e a nascen-te do rio Carimã.

Em meado de 2009 o CentroSabiá e o Governo de Pernambu-co, por meio do PROMATA, ini-ciaram a construção de um pro-jeto com o objetivo de criar ascondições para a recuperação doRio Carimã. Para tanto, foramdesenvolvidas atividades paramobilizar agricultores e agricul-toras dos Assentamentos BomJardim e Camarão, e os proprie-

Educação Ambiental e Agricultura Agroflorestal

Por Alexandre Henrique Pires

A experiência do Projeto Recuperando o Rio Carimã

tários e moradores dos Enge-nhos Pracinha e Muitas Cabras(Carimã).

Aconteceram mutirões, inter-câmbios, oficinas e ato público,com o objetivo de sensibilizar apopulação local. Fazer com queos moradores e moradoras dosassentamentos fizessem seus plan-tios agrícolas sem prejudicar osolo nem as fontes de água, dei-xando de fazer queimadas e deusar venenos nos plantios, porexemplo. As famílias foram incen-tivadas a fazer o uso dos sistemasagroflorestais na produção de ali-mentos e realizar plantios de mu-das nas margens do Carimã.

Pensando em ações de longoprazo, o projeto desenvolveu um

processo de Formação em Edu-cação Ambiental com 12 profes-sores/as e gestores/as educacio-nais. O objetivo foi de contribuircom a formação profissional des-ses profissionais e garantir açõeseducativas com 188 estudantes dequatro escolas rurais.

O projeto Recuperando o RioCarimã e Construindo um FuturoSustentável é mais uma iniciativae o começo de um conjunto deações com o objetivo de contri-buir para que as comunidades ru-rais possam ter mais sustentabili-dade ambiental, econômica e so-cial. Que possam num futuro evi-tar catástrofes ambientais como asque aconteceram na Zona da Mataem junho de 2010.

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“O Brasil é muitoimportante para a Heifer”Vice-presidente da instituição diz queo trabalho no Brasil é inovador e queestão aprendendo conosco

Dois Dedos de Prosa – O queachou das experiências de FundoRotativo Solidário no Brasil e oque lhe chamou mais atenção navisita?

James De Vries – Vi que osagricultores estão utilizando de for-ma otimizada os recursos que elesrecebem. E que as pessoas aqui es-tão buscando práticas para convi-ver com o Semiárido. Que ao in-vés de tentar superar o ambienteestá se tentando conviver da me-lhor maneira possível.

Sabiá – Qual a importância dosparceiros para o trabalho da Heiferno Brasil?

James – Como a Heifer é umaorganização estrangeira, sabemosque não temos condições de fazersozinhos um trabalho de desenvol-vimento local aqui no Brasil e porisso pra Heifer é importante iden-tificar organizações parceiras quepossam desenvolver esse trabalhoconosco.

Sabiá – Pra Heifer qual a im-portância de contribuir diretamen-te na vida das pessoas?

James – Baseado no que vi

EntrevisEntrevisEntrevisEntrevisEntrevista: James De Vries - Heiferta: James De Vries - Heiferta: James De Vries - Heiferta: James De Vries - Heiferta: James De Vries - Heifer

Em 2011 a parceria entre Centro Sabiá e a cooperação interna-

cional Heifer será mantida, dandocontinuidade aos trabalhos desenvol-vidos com as famílias do Sertão e doAgreste de Pernambuco. Além decontinuar com as atividades do Fun-do Rotativo e Solidário, um nova ini-ciativa fará parte do projeto: as cis-terna telhadão. Uma ideia para incen-tivar a produção de alimentos inte-grada com a criação de animais.

No final do mês de outubro,agricultores e agricultoras partici-pantes do Fundo Rotativo, técni-cos/as do Centro Sabiá e represen-tantes da Heifer estiveram reuni-dos, em Caruaru, Agreste de Per-nambuco, para avaliar o projeto quese encerrou neste ano de 2010. Obalanço das ações desenvolvidaspelas famílias com a assessoria doCentro Sabiá foi bastante positivo.“Acredito que essas ações de me-lhorias para os agricultores, vêmpara fortalecer e dar força para bus-car muitas coisas que a comunida-de precisa”, avalia Joelma dos san-tos, Pedra Branca, Cumaru.

aqui, entendo que é muito impor-tante o trabalho da Heifer paraapoiar os esforços que os agricul-tores fazem para desenvolver asatividades e através disso, da par-tilha solidária, apoiar outros agri-cultores com a questão dos inter-câmbios.

Sabiá – Como a Heifer enxer-ga o apoio pra iniciativas inovado-ras como essa que o Centro Sabiápropõe da Cisterna Telhadão?

James – A Heifer tem interes-se de contribuir com o apoio dire-to às famílias. Mas também é inte-ressante apoiar processos comoesse, que vão apoiar cisternas paraas famílias e que pode influenciarem políticas governamentais. E aHeifer tem aprendido muito coma experiência no Brasil, porque issoé inovador e em outros países aHeifer não faz. O Brasil é muitoimportante para Heifer, por causade um homem chamado PauloFreire. Paulo Freire dizia na suaPedagogia do Oprimido, que amelhor forma de contribuir comuma pessoa é fazer com que ela seempodere.

Centro Sabiá eHeifer mantêmparceria

No mês de setembro, vice-presidente executivo da agência de coopera-ção internacional Heifer, James De Vries, esteve em Pernambuco. Aqui

ele visitou propriedades de agricultores/as no Agreste do estado. Jamesconheceu o trabalho com o Fundo Rotativo Solidário, realizado pelo Cen-tro Sabiá, com apoio da Heifer. Nesta entrevista, ele fala sobre a visita ea importância das parcerias da cooperação no Brasil.

Foto: Catarina de Angola

Professores/as de Barreiros durante curso de formação

Foto: Acervo Sabiá

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Desde janeiro de 2009 queo Centro Sabiá trabalha,nos Agrestes Setentrional

e Central, o Programa Uma Terrae Duas Águas (P1+2), da Articula-ção no Semi-Árido Brasileiro(ASA). Com o programa, são de-senvolvidas quatro formas de acu-mular água da chuva para a produ-ção de alimentos: a cisterna calça-dão, a barragem subterrânea, tan-que de pedra e bomba d’água po-pular. Que chamamos de tecno-logia para convivência com oSemiárido.

Na região, já foram feitas 194cisternas calçadão, 10 barragens,subterrâneas, sete tanques de pe-dra e duas bombas d’água popular.Esse trabalho recebe o apoio doMinistério de Desenvolvimento

O Programa Uma Terra e DuasÁguas (P1+2) fortaleceu a

troca de experiências entre famíli-as agricultoras da região Agreste.Diversas atividades proporciona-ram o intercâmbio entre as famíli-as. “A partir da ação com o P1+2o Sabiá ampliou o trabalho na re-gião Agreste e a sua atuação pas-sou a ser mais notada no território.O programa também contribuiupara a troca de experiências entreagricultores”, afirma AdeildoFernandes, coordenador pedagó-gico do Cetro Sabiá.

Encontros comunitários e ter-ritoriais, intercâmbios intermu-nicipais e interestaduais, capacita-

Troca de experiências entre as famíliasções de pedreiros em cisterna cal-çadão e em barragens subterrâne-as, foram atividades realizadas naregião. As famíliasagricultoras tambémparticiparam dos cur-sos de Gestão deÁgua para Produçãode Alimentos, cominformações sobre ocuidado com a água,e do curso de Mane-jo de Sistema Simpli-ficado de Água paraProdução. Neste últi-mo, elas discutemcomo planejar suaprodução de alimen-

Uma Terra e Duas ÁguasO programa P1+2 fortalece a produçãoagroecológica no Agreste de Pernambuco

Social e Combate à Fome (MDS),do Governo Federal. Agricultorase agricultores estão animados como programa. “Com a cisterna cal-çadão vou realizar um trabalhomais intensivo e mais saudável. Eu

Família de Jeová agora tem cisterna calçadãopara produzir alimentos

aprendi algumas técnicas agroeco-lógicas vendo a experiência de ou-tros agricultores”, explica o jovemagricultor Jeová Pereira da Silva, dacomunidade de Pedra Branca, domunicípio de Cumaru.

O coordenador pedagógico doCentro Sabiá, Adeildo Fernandes,também faz uma avaliação positivado trabalho desenvolvido com oP1+2. “Contribuímos para a for-mação de muitas famílias para quecuidem bem da água para produ-zirem alimentos, inclusive de for-ma agroecológica, já que orienta-mos dentro desse formato. Na re-gião, ampliou-se o número de fa-mílias que já tem a preocupação deplantar sem agredir a natureza. Issofortalece o nosso trabalho”, avaliaAdeildo.

tos, usando o tipo de tecnologiaque elas escolheram para guardara água da chuva.

Foto: Acervo Sabiá

Avaliando 20102010Centro Sabiá encerra ano com avaliação positiva das suas ações

8 PROSA

PROSANº 62 - Recife/PE - Dezembro / 2010

20112011Articulações e Parcerias em

Centro Sabiá amplia articulação de atividades e ações nas três

regiões do estado de Pernambuco. Para tanto,

realiza parcerias com Petrobras, Ministério do

Desenvolvimento Agrário, cooperação internacional

e governo estadual.

Leia páginas, 4, 5 e 6.

Veja também:

Educação Ambiental continua nas escolasdo Sertão

Programa uma Terra e duas Águas continuaráno Agreste Pág. 7

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Coordenação do Sabiá avalia 2010 Pág. 8

Articulações e Parcerias em

O ano de 2010 foi desafi-ador do ponto de vista de realizar processos

de mobilização e de formação junto às famílias agricultoras e suas organizações que trabalham com a agreocologia. Esta é uma das avaliações feitas pelo coorde-nador de articulação política do Sabiá, José Aldo dos Santos. O ex-coordenador geral da institui-ção, Marcelino Lima, destaca o importante papel do setor de mobilização de recursos, que fecha o ano com saldo positivo na aprovação de projetos. Já a ex-coordenadora pedagógica, Maria Cristina Aureliano, ressalta a ampliação do trabalho do Sabiá no campo da educação ambien-tal. Veja abaixo algumas reflexões feitas por eles.

Sobre o ano: “Foi um ano desafiador, no que se refere a mobilização e forma-ção, nas diversas dimensões da agroecologia, das famílias agri-cultoras e suas organizações. Podemos afirmar, que foi um ano importante para avançar na con-solidação de políticas para Agri-

cultura Agroflorestal, com uma especial atenção para famílias das comunidades assessoradas pelo Sabiá.”

Passos que merecem destaque

“A garantia de mais famílias do Semiárido pernambucano com a possibilidade de ter acesso a água de qualidade para beber, produ-zir alimentos e gerar renda. Es-peramos que em 2011, o desen-volvimento dos projetos em parceria com a cooperação in-ternacional, com os governos e a Petrobras, possam fazer dessas famílias pessoas mais felizes e confiantes numa vida com mais justiça social e ambiental.”

Sobre o ano:

“Concluímos 2010 com um saldo considerável de aprovação de projetos estruturadores e rele-vantes para a sustentabilidade do Sabiá, a exemplos dos projetos aprovados recentemente como o Petrobras.”

Outros destaques:

“A Campanha Um Milhão de Árvores e o nosso Plano

Estratégico Institucional sendo exercitado a partir da nossa prá-tica. O pensar e o agir no que se refere ao desenvolvimento da agricultura familiar.”

Sobre o ano:

“Colhemos frutos das decisões estratégicas que tomadas em 2008 como a criação dos núcleos de Mobilização de Recursos e de Comunicação e Visibilidade Ins-titucional. O Sabiá conquistou espaços na mídia e foi bastante procurado para tratar do tema da agroecologia e de questões li-gadas ao meio ambiente. Foi um ano onde ampliamos nossos apoiadores financeiros também.”

Outros destaques:

“Ampliamos o nosso campo de trabalho com ações de educa-ção ambiental nas escolas rurais e de recuperação ambiental. No Sertão e na Zona da Mata, esse trabalho se ampliou tendo como mote a agricultura familiar agroeco-lógica. “

José Aldo dos Santos

Fotos: arquivo Sabiá

Maria Cristina

Marcelino Lima

Fotos: Laudenice Oliveira

Em abril, agricultores/as da Zona da Mata participaram da elaboração do projeto aprovado pela Petrobras