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AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS À EFICIÊNCIA
REPRODUTIVA DE FÊMEAS PRODUTOS DE CRUZAMENTO ZEBU,
RED-ANGUS, SANTA GERTRUDIS E STABILIZER
GILLIANA DUTRA NEVES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMENSE DARCY RIBEIRO – UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
FEVEREIRO – 2006
AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS À EFICIÊNCIA
REPRODUTIVA DE FÊMEAS PRODUTOS DE CRUZAMENTO ZEBU,
RED-ANGUS, SANTA GERTRUDIS E STABILIZER
GILLIANA DUTRA NEVES
Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuária da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.
Orientador: Prof ª. CELIA RAQUEL QUIRINO
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
FEVEREIRO – 2006
ii
Aos
meus pais, com muito carinho, pelo amor e apoio incondicional
Ao
meu marido, pelo estímulo e companheirismo nos momentos mais difíceis.
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por esta oportunidade
Aos meus pais, José Gothardo Esteves Neves e Luzia Dutra Neves, pelo amor de
sempre e por tudo que fizeram por mim.
Aos meus irmãos, Patrícia Dutra Neves Lorenzon e José Gothardo Esteves Neves
Júnior, pela amizade e apoio.
Aos meus sobrinhos, Laila e Gabriel, pelos momentos de alegria e descontração.
Ao meu marido, Marco Antonio Lopes Cruz, pelo carinho, estímulo e
companheirismo.
À professora Celia Raquel Quirino, pelo seu apoio, carinho, ensinamentos e pela
dedicação de sempre.
Ao professor Carlos Augusto de Alencar Fontes pela atenção, persistência e por
tudo que aprendi com você.
Aos membros da Banca, Prof. Reginaldo da Silva Fontes e Prof. Pedro Cesar
Nehme de Azevedo pelas contribuições para finalizar a tese.
À amiga Sabrina Gregio de Souza pela convivência e pelo estímulo nos momentos
mais difíceis.
iv
À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro -UENF e ao Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), pela oportunidade.
As secretárias da Pós-graduação, pelo carinho.
Ao CONGADO, especialmente ao Luis Eugênio, pela sua paciência e lições sobre o
programa, que contribuíram para a realização desse trabalho.
v
BIOGRAFIA
GILLIANA DUTRA NEVES, filha de José Gothardo E. Neves e Luzia Dutra
neves nasceu em 26 de outubro de 1976, na cidade de São Mateus – ES.
Em 1995 foi admitida no Curso de Medicina Veterinária da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, Campos dos Goytacazes -RJ,
formando-se em fevereiro de 2001.
Em abril de 2001 iniciou o Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Clínica
e Cirurgia de Grandes Animais no Departamento de Veterinária da Universidade
Federal de Viçosa, em Viçosa – MG, submetendo-se a defesa de monografia para a
conclusão do curso em junho de 2002.
Foi admitida em agosto de 2002 no Curso de Pós-Graduação em Produção
Animal, Mestrado, Melhoramento Genético Animal, da Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, em Campos dos Goytacazes – RJ,
submetendo-se a defesa de tese para a conclusão do curso em fevereiro de 2006.
vi
CONTEÚDO
Página Resumo-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- X
Abstract-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- XII
1. INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
2. REVISÃO DE LITERATURA------------------------------------------------------------------------------- 3
2.1 Cruzamentos-------------------------------------------------------------------------------------------- 3
2.2 Características Associadas à Eficiência Reprodutiva---------------------------------------- 5
2.2.1 Duração da Gestação------------------------------------------------------------------------------ 5
2.2.2 Peso ao Nascer-------------------------------------------------------------------------------------- 8
2.2.3 Idade ao Primeiro Parto--------------------------------------------------------------------------- 11
2.2.4 Intervalo de Parto----------------------------------------------------------------------------------- 13
2.2.5 Período de Serviço--------------------------------------------------------------------------------- 15
3 MATERIAL E MÉTODOS------------------------------------------------------------------------------------- 17
3.1 Localização e Dados Climáticos-------------------------------------------------------------------- 17
3.2 Animais e Manej---------------------------------------------------------------------------------------- 18
3.3 Coleta e Registro de Dados ------------------------------------------------------------------------- 19
3.4 Organização dos Dados e Abordagem Estatística-------------------------------------------- 20
3.4.1 Duração da Gestação---------------------------------------------------------------------- 21
3.4.2 Peso ao nascer da cria -------------------------------------------------------------------- 22
3.4.3 Idade ao Primeiro Parto------------------------------------------------------------------- 23
3.4.4 Intervalo de Parto--------------------------------------------------------------------------- 24
3.4.5 Período de Serviço-------------------------------------------------------------------------- 25
vii
4. RESULTADO E DISCUSSÃO------------------------------------------------------------------------------ 26
4.1 Duração da gestação--------------------------------------------------------------------------------- 26
4.2 Peso ao nascer da cria----------------------------------------------------------------------------- 31
4.3 Idade ao Primeiro Parto------------------------------------------------------------------------------ 35
4.4 Intervalo de Parto------------------------------------------------------------------------------------- 39
4.5 Período de Serviço----------------------------------------------------------------------------------- 44
5. CONCLUSÕES------------------------------------------------------------------------------------------------- 50
6.Refrência Bibliográfica--------------------------------------------------------------------------------------- 51
7.Apêndice---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 59
viii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação de
acordo com o grupo genético.-------------------------------------------------------------
27
Figura 2 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação de
acordo com o mês de parto.---------------------------------------------------------------
28
Figura 3 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação de
acordo com o ano de parto.----------------------------------------------------------------
29
Figura 4 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação de
acordo com o sexo da cria.----------------------------------------------------------------
30
Figura 5 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação de
acordo com a ordem de parto.------------------------------------------------------------
30
Figura 6 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria de
acordo com o grupo genético.-------------------------------------------------------------
31
Figura 7 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria de
acordo com a estação de parto.----------------------------------------------------------
32
Figura 8 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria de
acordo com o ano de parto.----------------------------------------------------------------
33
Figura 9 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria de
acordo com o tipo de cobertura.----------------------------------------------------------
34
ix
Figura 10 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria de
acordo com o sexo da cria.----------------------------------------------------------------
34
Figura 11 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria de
acordo com a ordem de parto.------------------------------------------------------------
35
Figura 12 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto de
acordo com o grupo genético.-------------------------------------------------------------
36
Figura 13 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto de
acordo com o mês de parto.---------------------------------------------------------------
37
Figura 14 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto de
acordo com o ano de parto.----------------------------------------------------------------
38
Figura 15 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto de
acordo com o tipo de cobertura.----------------------------------------------------------
38
Figura 16 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com o grupo genético.-----------------------------------------------------------------------
40
Figura 17 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com a estação de parto.--------------------------------------------------------------------
40
Figura 18 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com o ano de parto.--------------------------------------------------------------------------
41
Figura 19 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com o tipo de cobertura.--------------------------------------------------------------------
42
Figura 20 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com a interação ano de parto e tipo de cobertura------------------------------------
42
Figura 21 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com o sexo da cria.--------------------------------------------------------------------------
43
Figura 22 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto de acordo
com a ordem de parto.----------------------------------------------------------------------
44
Figura 23 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço de
acordo com o grupo genético.-------------------------------------------------------------
45
Figura 24 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço de
acordo com a estação de parto.----------------------------------------------------------
46
Figura 25 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço de
acordo com o ano de parto.----------------------------------------------------------------
47
Figura 26 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço de
acordo com o tipo de cobertura.----------------------------------------------------------
48
x
Figura 27 – Médias dos mínimos quadrados e desvios padrão do período
de serviço de acordo com a interação ano de parto e tipo de cobertura.------
48
Figura 28 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço de
acordo com o sexo da cria.----------------------------------------------------------------
49
Figura 29 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço de
acordo com a ordem de parto.------------------------------------------------------------
49
xi
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1- Média da duração da gestação de diversas raças.------------ 5
Tabela 2- Médias dos pesos ao nascimento da cria (kilogramas) de
diversos grupos genéticos e seus respectivos autores. ---------------------------
9
Tabela 3- Médias dos pesos ao nascimento da cria (kilogramas) e da
dificuldade de parto.-----------------------------------------------------------------
10
Tabela 4 - Análise de variância da duração da gestação. ------------------------- 59
Tabela 5 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão
da duração da gestação de acordo com os diversos efeitos analisados.------
59
Tabela 6 - Análise de variância do peso ao nascer da cria. ---------------------- 60
Tabela 7 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão
do peso ao nascer da cria (kilogramas) de acordo com os diversos efeitos
analisados. ------------------------------------------------------------------------------------
61
Tabela 8 - Análise de variância da idade ao primeiro parto----------------------- 62
Tabela 9 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão
da idade ao primeiro parto de acordo com os diversos efeitos analisados. --
62
Tabela 10 - Análise de variância do intervalo de parto.----------------------------- 63
Tabela 11 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão
do intervalo de parto de acordo com os diversos efeitos analisados. ----------
63
Tabela 12 – Médias e desvios padrão do intervalo de parto (dias) de acordo
com a interação ano de parto e tipo de cobertura. ----------------------------------
64
Tabela 13 - Análise de variância do período de serviço. -------------------------- 64
xii
Tabela 14 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão
do período de serviço de acordo com os diversos efeitos analisados. --------
65
Tabela 15 – Médias e desvios padrão do período de serviço (dias) de
acordo com a interação ano de parto e tipo de cobertura.-------------------------
66
xiii
RESUMO
NEVES, Gilliana Dutra; Médica Veterinária, M.Sc.; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; fevereiro 2006. Avaliação de Características Associadas à Eficiência Reprodutiva de Fêmeas Produtos de Cruzamento Zebu, Red-Angus, Santa Gertrudis e Stabilizer. Professor Orientador: Celia Raquel Quirino. Professor Co-Orientador: Carlos Augusto de Alencar Fontes.
Foram estudadas a influência dos efeitos do grupo genético, mês de parto,
ano de parto, ordem de parto, tipo de cobertura e sexo do bezerro sobre a duração
da gestação, peso ao nascimento da cria, idade ao primeiro parto, intervalo de parto
e período de serviço de registros coletados na Fazenda Presidente, no município de
Boa Esperança, E.S. Os dados são referentes ao período de janeiro de 1998 a abril
de 2004, em que foram analisados 3 grupos genéticos: 50%Red-Angus-50%Zebu,
50%Santa Gertrudis 25%Red-Angus-25%Zebu, 50% Stabilizer 25%Santa Gertrudis
12,5%Red-Angus-12,5%Zebu. A análise de variância foi realizada pelo PROC GLM
(SAS, 1998) A duração da gestação apresentou média de 287,87 ± 5,20 dias e foi
influenciada pelo grupo genético, mês de parto e ano parto (P< 0,01). A média do
peso ao nascimento foi de 35,43 ± 2,62 Kg, essa característica foi influenciada pelo
grupo genético, ano de parto, tipo de cobertura, sexo da cria e ordem de parto (P<
0,01). A idade ao primeiro parto (35,23 ± 3,72 meses) foi influenciada pelo ano de
parto e tipo de cobertura (P< 0,01). A média do intervalo de parto foi de 496,03 ±
90,81 dias. A característica foi influenciada pela estação de parto, ano de parto, tipo
de cobertura, ordem de parto e pela interação tipo de cobertura e ano de parto
(P<0,01). A média obtida para o período de serviço foi de 211,06 ± 90,72 dias. Na
xiv
análise de variância a estação de parto, ano de parto, tipo de cobertura, ordem de
parto e a interação tipo de cobertura e ano de parto revelaram efeitos significativos
para a característica (P<0,01). De acordo com os resultados obtidos, o rebanho
apresentou, em geral, índices muito elevados de intervalo de parto e período de
serviço, o que indicaria, possivelmente, erro de manejo dos animais nesta fazenda.
Entretanto, os valores obtidos foram inferiores à muitos trabalhos encontrados na
literatura.
Palavra chave: bovinos de corte, melhoramento genético animal, reprodução.
xv
ABSTRACT
NEVES, Gilliana Dutra; Veterinary, M.Sc.; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; February 2006. Evaluation of characteristics associated with reproduction efficiency of crossbreed females of Zebu, Red Angus, Santa Gertrudis and Stabilizer. Adviser: Celia Raquel Quirino. Co-Adviser: Carlos Augusto de Alencar Fontes.
It was studied the influence of genetics group, month of birth, year of birth, calving
number, type of breeding and sex of calves effects over gestation length, birth
weight, age at first calving, calving interval and days open. The data were collected at
the President farm, Boa Esperança city, Espírito Santo State. Data are from January
of 1998 to April of 2004. There were analyzed 3 genetics groups: 50%Red-Angus-
50%Zebu, 50%Santa Gertrudis 25%Red-Angus-25%Zebu, 50% Stabilizer 25%Santa
Gertrudis 12,5%Red-Angus-12,5%Zebu. The data were analyzed using PROC GLM
(SAS, 1998). The means of gestation length was 287,87 ± 5,20 days, it was
influenced by genetic group, month of calving and year of calving (P< 0,01). Birth
weight means was 35,43 ± 2,62 Kg, this characteristic was influenced by genetic
group, year of calving, type of breeding, sex of calves and calving number (P< 0,01).
Age at first calving (35,23 ± 3,72 months) was influenced by year of calving and type
of breeding (P<0,01). Calving interval averaged 496,03 ± 90,81 days, this
characteristic was affected by time of calving, year of calving, type of breeding,
calving number and the interaction of type of breeding and year of calving (P<0,01).
Days open means was 211,06 ± 90,72 days, variance analysis time of calving, year
xvi
of calving, type of breeding, calving number and the interaction of type of breeding
and year of calving affected the characteristic (P<0,01). As the results shows, the
herd had high indices of calving interval and days open, which indicate possible
manage mistake on the farm. However, the results that was obtained were lower than
some results found in the literature.
Key Words: beef cattle, animal genetic improvement, reproduction
1
1. INTRODUÇÃO
A necessidade de aumentar a oferta de alimentos nobres como os de origem
animal cresce continuamente e torna imprescindível a racionalização da produção
animal com técnicas que visam aumentar a produtividade dos rebanhos (BLUME &
SEGUNDO, 2001), principalmente no que diz respeito ao desempenho reprodutivo
(MACMANUS et al., 2002).
O rebanho de corte no Brasil é formado em grande parte por animais
zebuínos, que são animais que apresentam tolerância ao clima tropical. Apesar da
elevada adaptação desses animais, eles apresentam baixo desempenho em
características relacionadas à produtividade. Uma conseqüência direta dos baixos
índices produtivos e reprodutivos é a baixa taxa de desfrute do rebanho nacional
(MACMANUS et al., 2002).
O aumento da eficiência da pecuária de corte no Brasil, passa
necessariamente pela melhoria da qualidade genética dos rebanhos, que pode ser
obtida, principalmente, pela escolha dos indivíduos que serão os pais da geração
seguinte e pelo direcionamento dos acasalamentos (LOBO, 1999 apud BRUMATTI,
2002).
Para BERGMANN (1993), a eficiência na produção em um rebanho depende
da sua eficiência reprodutiva e da velocidade de crescimento de seus animais.
Quando se fala em eficiência reprodutiva em gado de corte, no Brasil, observa-se
que os índices registrados para as diversas características relacionadas à eficiência
2
reprodutiva são extremamente baixos, e que tal situação vem persistindo há muitos
anos (CAVALCANTE et al., 2000).
Para o caso específico da eficiência reprodutiva, cujas características
apresentam, comumente, baixas herdabilidades e são de baixa resposta à seleção,
o sistema de cruzamento seria especialmente indicado como método de
melhoramento, uma vez que os métodos de seleção intrapopulacional costumam ter
ganhos genéticos lentos e de difícil obtenção (VILLARES,1993).
De acordo com FORMIGONI (2002), a reprodução é o principal fator que
influencia a rentabilidade da atividade agropecuária, por isso, apesar de a
necessidade de pesquisas para aspectos relacionados à qualidade da carne ser
importante no mercado de hoje, não se pode esquecer de direcionar esforços para
melhorias dos atuais índices de produtividade dos rebanhos.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar efeitos genéticos e de
ambiente sobre características associadas à eficiência reprodutiva de fêmeas
produtos de cruzamento Zebu x Red-Angus, F1 x Santa Gertrudis e F2 x Stabilizer,
tais como: duração da gestação, peso ao nascimento da cria, idade ao primeiro
parto, intervalos de parto e período de serviço.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cruzamentos
Há basicamente duas formas de se promover o melhoramento genético de
qualquer espécie: seleção e cruzamento. Entende-se por seleção, o processo
decisório que indica quais os animais de uma geração tornar-se-ão pais da próxima
e quantos filhos eles irão deixar (EUCLIDES FILHO,1999). A seleção permite o
aproveitamento da variabilidade genética entre animais de uma mesma raça
(PEROTTO,1986).
O cruzamento pode ser definido como o acasalamento entre indivíduos de
duas ou mais raças com a finalidade de se utilizar a heterose ou vigor híbrido, que
expressa a superioridade dos indivíduos cruzados em relação à média de seus pais
de raça pura. Os cruzamentos devem sempre tentar manter o nível máximo de
heterose possível. A heterose é importante em várias características de importância
econômica, particularmente naquelas que possuem baixa herdabilidade como as
características reprodutivas (FERRAZ & ELER, 2001).
As diferenças devidas à heterose, obtidas entre cruzamentos de raças européias,
são menores do que as obtidas em cruzamentos de raças taurinas com raças
zebuínas, ou seja, quanto mais acentuada for a divergência genética entre as raças
dos animais usados nos cruzamentos, maiores serão os efeitos sobre a
superioridade dos híbridos (CHAGAS, 1986; VILLARES, 1993). Para as condições
de Brasil, onde o contingente dos animais zebuínos é dominante, em relação às
4
raças européias, as possibilidades de incremento na produtividade são ilimitadas
(CHAGAS, 1986).
A complementariedade das raças é outro fenômeno que ocorre ao se usar
cruzamentos. Pela complementariedade se consegue reunir em um animal
características das raças usadas. Desta forma, pode-se, por exemplo, associar a
elevada adaptação dos animais Nelore com a precocidade sexual e maior ganho de
peso de animais Red Angus (FERRAZ & ELER, 2001).
Não existe um tipo de cruzamento que atenda a todos os sistemas de
produção. Cada cruzamento deve ser desenvolvido para atender às necessidades
específicas de um determinado sistema de produção. Diversos fatores devem ser
considerados na escolha de um sistema de cruzamento, dos quais destacam se:
a) ambiente, b) exigência do mercado, c) mão-de-obra disponível, d) nível gerencial,
e) sistema de produção, f) viabilidade de uso da inseminação artificial, g) objetivo do
empreendimento, h) número de fêmeas e i) número e tamanho dos pastos. (VALLE,
1998).
O maior estudo já realizado sobre cruzamentos considerando diferentes
grupos genéticos foi conduzido no Meat Animal Research Center (MARC) no U.S.
Departament of Agriculture (USDA), Clay Center (Nebraska). Neste Programa de
Avaliação de Diferentes Germoplasmas foram realizados vários experimentos,
apresentados como Ciclo I, II, III e IV, usando fêmeas Hereford, Angus e mestiças
das duas raças com reprodutores de diversas raças. O Ciclo I foi realizado nos
anos de 1970 a 1972, o Ciclo II de 1973 a 1974, o Ciclo III de 1975 a 1976 e o
Ciclo IV de 1986 a 1990. Já foram realizadas comparações do desempenho
produtivo/reprodutivo de 26 raças bovinas. (CUNDIFF et al., 1986).
5
2.2 Características Associadas à Eficiência Reprodutiva
2.2.1 Duração da Gestação
De acordo com PEREIRA et al. (2002) apesar de a duração da gestação não
ser uma medida de fertilidade propriamente dita, encontra-se estreitamente
relacionada com o período produtivo do animal. Fêmeas com gestações mais curtas
teriam mais tempo para se recuperar antes de entrarem em uma nova estação de
monta (KIRKPATRICK, 1999; PEREIRA et al., 2002).
Segundo JOANDET (1989), LARSEN et al. (1994) e KIRKPATRICK (1999), a
duração da gestação é particularmente importante quando a estação de monta é
curta. Uma gestação longa faz com que a fêmea apresente o seu primeiro cio pós-
parto dentro do período da estação de monta seguinte, diminuindo o número de cios
em que a fêmea é exposta ao touro.
KIRKPATRICK (1999) ressaltou que, diferentemente de outras características,
a duração da gestação é influenciada por dois genótipos, o da vaca e o do bezerro.
Segundo o autor, pode haver confundimento entre os efeitos do genótipo materno e
do bezerro, visto que a mãe também contribui com seu material genético para a
formação do genótipo de sua cria.
Entre os fatores que influenciam a duração da gestação são referenciados: a
raça do touro a ser usada como reprodutor, o touro dentro da raça, a idade da mãe e
o sexo da cria.
Em relação à raça do touro, a Tabela 01 apresenta as médias para duração
da gestação para diferentes raças usadas no Programa de Avaliação de
Germoplasmas do MARC-USDA, Clay Center (Nebraska), adaptada de
KIRKPATRICK (1999), dos trabalhos de Cundiff et al. (1986) e GREGORY et al.
(1993).
Os autores observaram que as fêmeas apresentavam gestações mais longas
quando eram cruzadas com touros B. indicus, e que as gestações mais curtas
estavam associadas com raças leiteiras.
Num experimento do mesmo programa de avaliação realizado por CUNDIFF
et al. (1998), os autores encontraram menor duração da gestação em animais da
raça Angus, Hereford e Shorthorn, seguidos de animais de raças continentais, e por
último de animais Nelore, que foram os que apresentaram maior duração de
gestação.
6
Tabela 1- Média da duração da gestação de diversas raças.
Grupo Genético dos reprodutores (cruzados com fêmeas Angus e Hereford)
Duração da gestação (dias)
Angus 284,6 Brahman 291,7 Brangus 285,5 Brown Swiss 285,0 Charolais 287,0 Chianina 287,5 Devon 284,1 Gelbvieh 286,3 Hereford 286,3 Hereford-Angus 284,0 Holandês 282,0 Jersey 282,9 Limousin 289,2 Red Poll 285,2 Sahiwall 294,0 Santa Gertrudis 286,0 Simental 287,3 South Devon 286,7
Fêmeas de raças puras Angus 283 Braunvieh 290 Charolais 286 Gelbvieh 287 Hereford 288 Limousin 289 Red Poll 288 Simental 287
Adaptado de KIRKPATRICK (1999)
De modo geral, há grande variação na característica duração da gestação.
CUNDIFF et al. (1998) relataram, efeito de grupo genético do pai e da mãe e efeito
do pai dentro do seu grupo genético. Segundo os autores, isso indica que a grande
variação genética é importante entre e dentro das raças para duração da gestação.
BROWNING Jr. et al. (1995) realizaram um experimento para comparar o
período de gestação de animais oriundos de cruzamento de touros Angus, Tuli e
Brahman com vacas Brahman. Os autores obtiveram a média de 284,0 ± 0,8 dias,
288,4 ± 0,7 dias e 293,7 ± 0,8 dias para os animais Angus x Brahman, Tuli x
Brahman e Brahman x Brahman, respectivamente. De acordo com os autores, a
7
raça Tuli é uma raça adaptada, oriunda da África e desenvolvida a partir de
cruzamento Bos indicus X Bos taurus.
Com respeito ao grupo genético das fêmeas, as da raça Angus apresentaram
duração de gestação menor do que fêmeas Hereford, em aproximadamente 2,5 dias
(WILLIAMSON & HUMES, 1985 apud KIRKPATRICK, 1999).
São escassos estudos realizados no Brasil sobre a duração da gestação em
fêmeas cruzadas. Para a raça Nelore, os trabalhos de ALENCAR et al. (1996) e
CAVALCANTE et al. (2001 a) apresentaram médias de 287,6 dias e de 284,73 dias,
respectivamente. No cruzamento de Tabapuã X Gir a média encontrada foi de 287,3
dias (ALENCAR et al., 1996).
Em relação à idade da mãe, sabe-se que fêmeas mais velhas apresentam
gestação mais longa do que as fêmeas primíparas, em aproximadamente 1 a 2 dias
(KIRKPATRICK, 1999). CUNDIFF et al. (1998) reafirmaram também influência,
quando observaram efeito da idade da vaca em seu experimento. As fêmeas com
três anos de idade apresentaram duração de gestação com média de 284,9 dias,
enquanto as fêmeas de 5 a 9 anos apresentaram duração de gestação de 286,4
dias.
Já em relação ao sexo da cria, é reconhecido que as gestações de bezerros
machos normalmente são mais longas que a gestação de bezerras, em
aproximadamente 1 a 2 dias (KIRKPATRICK, 1999).
CUNDIFF et al. (1998) mencionam o efeito do sexo do bezerro, relatando que
as mães de bezerros machos apresentaram gestação 1,8 dias maior que as mães
de bezerras. Entretanto, GREGORY et al. (1991) apesar de ter encontrado efeito
significativo para sexo do bezerro, obteve a média de 282 dias para duração da
gestação de vacas mães de bezerros machos e de 286 dias para bezerras fêmeas.
Outro aspecto a salientar é o da herdabilidade da característica da duração da
gestação. De acordo com CUNDIFF et al. (1986) a herdabilidade da característica é
0,64, entretanto CUNDIFF et al. (1998) encontraram 0,38 para herdabilidade da
duração da gestação.
Entretanto, GREGORY et al. (1995) salientam que o parâmetro genético mais
importante dessa característica é a correlação negativa da duração da gestação com
crescimento.
Por outro lado, CUNDIFF et al. (1986) concluíram que a heterose é pouco
importante na duração da gestação, enquanto GREGORY et al. (1991) não
8
encontraram efeito de heterose na duração da gestação, ao avaliar 9 raças base de
três populações compostas no programa MARC-USDA, Clay Center (Nebraska).
2.2.2 Peso ao Nascer
O peso ao nascer é a primeira informação que se possui do animal, é
fortemente influenciado por fatores genéticos e ambientais que incidem sobre a
fêmea antes e durante a gestação. É uma característica importante, pois é o peso
inicial que possibilita acompanhar o desenvolvimento ponderal do animal, além de
poder ser usado para ajustar os pesos nas idades padrões posteriores (SCARPATI
et al., 1998).
O peso ao nascer indica o vigor e desenvo lvimento pré-natal do animal. É
uma característica com ação genética aditiva mediana. Possui relativamente,
pequena influência dos fatores genéticos e ambientais que atuam sobre a mãe,
antes e durante a gestação, e está relacionado com o próprio período de gestação
(KARSBURG, 2003).
Ao mesmo tempo em que baixos pesos ao nascer são indesejáveis por
estarem relacionados ao aumento na taxa de mortalidade no período da pré-
desmama, elevados pesos ao nascer também são indesejáveis porque tendem a
aumentar a ocorrência de distocia (SCARPATI et al., 1998). O peso ao nascer é,
isoladamente, o fator mais importante que afeta o grau de dificuldade do parto, e a
correlação genética entre estas duas características é elevada (BERGMANN, 1993).
A característica pode ser considerada um importante indicador da facilidade
de parto (KARSBURG, 2003). Os fatores genéticos que determinam o peso ao
nascer são, em sua maioria, os mesmos que favorecem a ocorrência de distocias
(KIRKPATRICK, 1999).
Segundo BERGMANN (1993), no Brasil, as médias de peso ao nascer para
as diversas raças zebuínas não são elevadas e parece responsável, pelo menos em
parte, pelo baixo nível de distocia observado. Entretanto, alguns trabalhos sugerem
que, em cruzamentos, o peso ao nascer pode aumentar à medida que aumenta o
uso de raças européias, o que pode significar uma elevação na incidência de
distocia em animais mestiços. SCARPATI et al. (1998) ressaltam que uma outra
razão importante para se monitorar o peso ao nascer é a tendência de se antecipar
9
a idade ao primeiro parto, e que ainda não se conhece o limite entre o peso ou
tamanho da novilha e o peso ao nascer da cria para se ter parto sem problemas.
Num experimento realizado por SILVA & PEREIRA (1986), usando animais
½ Chianina-Zebu, ¾ Zebu-Chianina e 5/8Chianina-Zebu, foi observado que à
medida que aumentou a proporção de Chianina nos grupos genéticos, os pesos ao
nascer aumentaram (32,0 ± 0,1 Kg, 33,7 ± 0,1 Kg e 39,0 ± 0,7Kg respectivamente).
CUNDIFF et al. (1998) encontraram a média de 37,5 Kg ao avaliar o peso ao
nascer das crias de fêmeas Hereford e fêmeas Angus cruzadas com touros de
diversas raças.
A Tabela 2 apresenta as médias dos pesos ao nascer da cria (kilogramas) de
diversos grupos genéticos de acordo com os seus respectivos autores. Observa-se
que a maior parte dos pesos encontrados estão próximos uns dos outros, na faixa
de 30 Kg.
Tabela 2- Médias dos pesos ao nascer da cria (kilogramas) de diversos
grupos genéticos e seus respectivos autores
Raça Peso ao Nascer Autores Hereford-Angus 28,6 BELCHER et al., 1979 Angus-Hereford 27,6 BELCHER et al., 1979 Angus 29,4 KOCH et al., 1985 Hereford 32,3 KOCH et al., 1985 Angus-Hereford 31,6 KOCH et al., 1985 Hereford-Angus 31,6 KOCH et al., 1985 Brahman 40,9 CUNDIFF et al., 1986 Hereford-Angus 35,7 CUNDIFF et al., 1986 Jersey 31,1 CUNDIFF et al., 1986 Sahiwal 38,0 CUNDIFF et al., 1986 Santa Gertrudis 38,9 CUNDIFF et al., 1986 Brahman 32,8 BROWNING et al., 1995 Angus-Brahman 30,1 BROWNING et al., 1995 Tuli-Brahman 28,6 BROWNING et al., 1995
CUNDIFF et al. (1992), em um experimento onde analisaram o peso ao
nascer de animais Hereford, Angus e Shorthorn puros e cruzados, observaram que
os animais puros Angus foram os que apresentaram menor peso ao nascer
(33,5 Kg), enquanto os animais cruzados com Angus apresentaram 35,6 Kg, 36,3
10
Kg, 34,2 Kg e 33,7 Kg para Hereford-Angus, Angus-Hereford, Shorthorn-Angus e
Angus-Shorthorn, respectivamente.
JENKINS & FERREL (1994), ao analisarem o peso ao nascer de animais da
raça Angus encontraram valores de 27,9 kg.
CARDELLINO et al. (1998) estudaram o peso ao nascer de bezerros oriundos
de cruzamentos de fêmeas Devon com touros Red Angus, Devon, Rangmaker e
Stabilizer (sendo essas duas últimas raças compostas). A média geral do peso ao
nascer foi de 35,7kg, sendo que o Red Angus foi o mais leve com 34,2 Kg, enquanto
o Stabilizer foi o mais pesado com 37,5 kg, sem no entanto alterar a incidência de
distocia.
KOCH et al. (1985) encontraram correlação negativa do peso ao nascer com
facilidade de parto e sobrevivência. Os autores ressaltam ainda que as vacas da
raça Angus foram as que apresentaram menor peso ao nascer de suas crias
(29,4 Kg) e maior facilidade de parto (92,0%). As vacas mestiças Angus-Hereford
apresentaram 31,4 Kg para peso ao nascer e 89,3% e 94,6% para facilidade de
parto.
CUNDIFF et al. (1986) revisaram os resultados de diversos experimentos
realizados no Clay Center e constataram relação entre o peso ao nascer e a
ocorrência de dificuldade de parto em diversos grupos gené ticos analisados.
A Tabela 3 apresenta as médias dos pesos ao nascer e da dificuldade de
parto de alguns grupos genéticos relatados pelos autores. Observa-se que há
relação entre o peso ao nascer e dificuldade de parto, à medida que o peso
aumenta, a dificuldade de parto aumenta também.
Tabela 3- Médias dos pesos ao nascer da cria (kilogramas) e da dificuldade de parto.
Grupo Genético Peso ao Nascer Dificuldade Parto (%) Hereford-Angus 35,7 2,9 Santa Gertrudis 38,9 4,5 Holandês 37,0 5,1 Jersey 31,1 2,9 Sahiwal 38,0 6,2 Brahman 40,9 10,0
Adaptado de CUNDIFF et al. (1986).
11
São escassos estudos realizados no Brasil em relação ao peso ao nascer de
animais cruzados das raças Red Angus, Santa Gertrudis e Stabilizer
2.2.3 Idade ao Primeiro Parto
Quando se faz menção à produtividade é inevitável correlacioná-la com
fatores reprodutivos que são uma parte fundamental da atividade (BLUME &
SEGUNDO, 2001). A antecipação da idade ao primeiro parto está diretamente ligada
à eficiência e à lucratividade da produção da carne bovina (DIAS et al., 2004).
Entretanto, selecionar para precocidade sexual das fêmeas não é simples,
pois as características reprodutivas, geralmente apresentam baixa herdabilidade e
não são facilmente mensuradas (DIAS et al., 2004).
DIAS et al. (2004) encontraram para herdabilidade da idade ao primeiro parto
valores que variaram de 0,09 a 0,16, semelhante a PEREIRA et al. (2001) que
encontraram valores de 0,09 a 0,10, enquanto GARNERO et al. (1999) e
GRESSLER (1998) encontraram 0,15 e 0,01, respectivamente. PEREIRA et al.
(2002) obtiveram estimativas de herdabilidade para idade ao primeiro parto de 0,19
e 0,02 para novilhas acasaladas aos 14 e aos 26 meses de idade, respectivamente.
Recentemente, alguns autores como PEREIRA et al. (2002), têm usado
outras características reprodutivas como a prenhez de novilhas que apresenta
estimativas de herdabilidade mais elevadas.
O primeiro fator a ser considerado importante na reprodução de fêmeas
refere-se à idade inicial do processo reprodutivo, ou seja, à idade a puberdade, a
qual apresenta reflexos nos aspectos econômicos e no melhoramento genético, uma
vez que proporciona retorno mais rápido do investimento e aumenta a vida útil da
fêmea (ANDRADE, 1991).
O sistema de criação no Brasil é predominantemente extensivo, o que dificulta
a observação da puberdade a campo, por isso, é importante o uso de uma
característica estreitamente associada à puberdade e que seja facilmente medida
(BERGMANN, 1993). Por esta razão se usa a idade ao primeiro parto como
característica indicativa da idade à puberdade, uma vez que havendo a
manifestação do cio, com conseqüente ovulação, a fêmea estará apta para a
reprodução (ANDRADE, 1991).
12
PEREIRA (2001) cita dados no Brasil, da idade ao primeiro parto de algumas
raças zebuínas, que analisados em conjunto, apresentaram uma média de 44,5
meses, e de acordo com FERRAZ & ELER (2001) a média, no Brasil, da idade ao
primeiro parto é de 40 meses.
Segundo ANDRADE (1991), para que a idade ao primeiro parto possa ser
reduzida, deve-se fornecer às novilhas um nível alimentar adequado que lhes
permita uma continuidade de ganho de peso logo após a desmama, uma vez que
isto coincide com o início do período de escassez de forragem tanto na qualidade
quanto na quantidade.
Deve-se ter sempre em mente que o peso isoladamente não é o principal
fator determinante de ocorrência da puberdade. Entretanto, ANDRADE (1991)
ressalta que as novilhas devem alcançar um determinado peso antes de atingirem a
puberdade, e que a superalimentação por si só não diminui a idade à puberdade,
uma vez que as novilhas deverão atingir certa idade para que a puberdade ocorra.
Outro fator que influencia a idade ao primeiro parto é a bioestimulação ou
“efeito-touro”. Segundo QUADROS & LOBATO (2004), as fêmeas dos mamíferos,
principalmente aquelas que vivem em grandes grupos, são influenciadas por
diversos estímulos sensitivos provenientes dos demais componentes do grupo,
principalmente de suas crias e potenciais parceiros sexuais. Para estes autores,
quando esses estímulos são percebidos pelo animal desencadeiam mudanças
fisiológicas e comportamentais, incluindo aquelas relacionadas à reprodução.
Deste modo, a separação entre machos e fêmeas, realizadas no manejo das
propriedades pode suprimir o “efeito do macho”. A idade ao primeiro parto depende
da idade em que a fêmea é exposta ao touro pela primeira vez (PEREIRA et al.,
2001). Ao realizarem um experimento usando novilhas com idade média de 24,5
meses QUADROS & LOBATO (2004), observaram que o grupo de novilhas que
estavam com rufiões começaram a ciclar antes daquelas novilhas que estavam sem
o rufião (76% e 56% respectivamente). Os autores relataram também que a
presença do rufião refletiu na taxa de prenhez dos dois grupos (90% e 73%). Desta
foram, pode-se observar que o reagrupamento de machos e fêmeas em períodos
estratégicos pode ser vantajoso no sentido de maximizar a performance reprodutiva
dos animais.
Segundo PEREIRA et al. (2001), quando se faz uso de estações de monta
curtas, as fêmeas que atingem a puberdade antes da estação de monta não teriam
13
oportunidade de expressar sua precocidade, porque elas só seriam cobertas dentro
da estação de monta, junto com as fêmeas que apresentaram a puberdade em
idades mais avançadas que elas.
São escassas referências na literatura sobre a idade ao primeiro parto de
fêmeas cruzadas.
Entre os resultados relatados na bibliografia para a idade ao primeiro parto,
PEROTTO et al. (1994) citam um experimento em fêmeas Nelore e Red Angus x
Nelore, em que obtiveram os valores de 1360 ± 24 dias (45 meses) e 995 ± 33 dias
(33,16 meses), respectivamente.
Em experimentos com fêmeas Nelore, para avaliar a idade ao primeiro parto,
DIAS et al. (2004) encontraram média de 1.047,21 dias (aproximadamente 34,9
meses), enquanto BERTAZZO et al. (2004) obtiveram 38,72 meses. PEREIRA et al.
(2001) encontraram 1.130,20 dias (aproximadamente 37,67 meses), já BLUME &
SEGUNDO (2001) encontraram médias que variaram de 16 a 36 meses (sendo a
média geral 28,27 meses), para GARNERO et al. (1999) a média foi de 36,0 meses
e para GRESSLER (1998) a média foi de 1.170,8 dias (aproximadamente 39
meses).
2.2.4 Intervalo de Parto
O intervalo de parto é uma importante característica para avaliação da
eficiência reprodutiva e produtiva de um rebanho. Ele compreende os períodos de
serviço e de gestação, e o ideal é que seja de um ano. Esta característica é
influenciada por diversos fatores genéticos e de ambiente, por isso normalmente há
uma grande variação nos valores apresentados na literatura (CAVALCANTE et al.,
2000).
Considerando-se que a duração da gestação é relativamente constante,
intervalos de parto elevados provavelmente sejam causados por problemas de
manejo durante o período de serviço (CAMPELLO et al., 1999).
O maior intervalo de parto normalmente é verificado entre o primeiro e
segundo parto, devido à fêmea ainda estar em fase de crescimento, principalmente
se considerarmos a redução da idade ao primeiro parto. Por isso, diversos autores
têm sugerido realizar uma estação de monta antecipada para as fêmeas primíparas.
De acordo com DIAS et al. (2004), a vantagem da estação de monta antecipada em
14
relação à normal é que a fêmea que conceber nesta estação teria mais tempo antes
do início da estação de monta seguinte, com isso o seu bezerro já teria desmamado
e a fêmea apresentaria melhor condição corporal aumentando sua chance de
conceber novamente.
O intervalo de parto possui correlação genética negativa com a longevidade
das fêmeas no rebanho, isto é, quanto menor o intervalo de parto mais tempo a
fêmeas permanece no rebanho devido ao seu bom desempenho reprodutivo
(BERTAZZO et al., 2004).
BERTAZZO et al. (2004), ao avaliarem o intervalo de parto de animais Nelore,
encontraram a média de 546,80 ± 180,73 dias (aproximadamente 18,3 meses). Já
MACMANUS et al. (2002) obtiveram a média de 471 ± 140 dias (aproximadamente
15,7 meses). A discordância entre os autores pode ser explicada pelas condições
ambientais e de manejo, além da infra-estrutura da propriedade e controle do
rebanho.
Deve-se considerar que as exigências nutricionais das novilhas em
reprodução é muito superior as das vacas, pois além de manter a gestação elas
ainda estão em fase de crescimento. No terço final da gestação as novilhas
precisam de 10,12 Mcal/dia, enquanto as vacas precisam de 9,15 Mcal/dia (VALLE
et al., 1998).
As exigências nutricionais das fêmeas são maiores na fase de lactação,
quando comparadas ao terço final de gestação. Nessa fase, além do estresse do
parto, ocorre o pique da produção de leite, por isso é necessário que haja reservas
nutricionais extras para promover o restabelecimento da atividade reprodutiva o mais
cedo possível (VALLE et al., 1998).
Diversos são os fatores que podem prolongar o retorno à atividade
reprodutiva no pós-parto, dentre eles pode-se citar a idade da fêmea, o grau de
involução uterina, o nível de produção de leite, alguns fatores ambientais e a
amamentação. No entanto, quando a quantidade ou qualidade do capim disponível é
baixa, um dos principais fatores responsáveis pelo restabelecimento da atividade
cíclica é a amamentação. Em bovinos de corte, a intensidade e a freqüência da
amamentação podem retardar o aparecimento do primeiro cio após o parto (VALLE
et al., 1998).
Para evitar o prolongamento do anéstro pós-parto pode-se realizar o controle
da amamentação ou a desmama precoce. A amamentação controlada consiste em
15
separar a mãe e o bezerro e permitir a amamentação apenas duas vezes por dia.
Apesar de propiciar bons resultados, em termos de manifestação do cio e fertilidade,
a amamentação controlada apresenta uso limitado devido ao manejo intensivo,
principalmente durante a primeira semana (VALLE et al., 1998).
Já a desmama precoce consiste na antecipação da idade à desmama, aos
três meses de idade, sendo realizada principalmente devido à condição de escassez
de forragens durante o período de lactação e monta. O principal objetivo é permitir
que as fêmeas recuperem sua condição corporal e possam conceber ainda dentro
do período de monta seguinte ao parto (VALLE et al., 1998).
A restrição alimentar durante esse período, associado à amamentação,
aumenta significativamente o anéstro pós-parto, como conseqüência, reduz os
índices de prenhez. Como durante a lactação as exigências nutricionais são mais
elevadas que o terço final de gestação, em situações de restrição alimentar, a
atividade reprodutiva é inibida para favorecer à sobrevivência do bezerro. As
novilhas de primeira cria, por estarem ainda em desenvolvimento, são as mais
prejudicadas nessas circunstâncias. Para solucionar esse problema, a desmama
antecipada dos bezerros pode ser utilizada como alternativa de manejo. Além de
promover o aumento nos índices de concepção, esta prática proporciona um
aumento na taxa de lotação, pois vacas solteiras necessitam de 40% a 60% menos
nutrientes do que vacas em lactação (VALLE et al., 1998).
São escassos trabalhos apresentados tanto na literatura nacional como
estrangeira sobre o intervalo de parto de fêmeas cruzadas.
2.2.5 Período de Serviço
O período de serviço é definido como o número de dias requerido pela vaca
para conceber após a parição e é um dos melhores critérios para determinar a
habilidade reprodutiva de um rebanho. É uma característica extremamente
influenciada pelo ambiente, por isso comumente apresenta grande variação nos
seus valores e possui estimativas de herdabilidade baixas ou próximas de zero
(CAVALCANTE et al., 2001b). O período de serviço deve ter uma duração que
permita a obtenção de um bezerro por ano, para isso o ideal é que seja de
aproximadamente 85 dias (Velloso, 1993).
16
O longo período de anéstro pós-parto, comumente encontrado nos rebanhos
de corte comerciais, é uma das principais causas de baixo desempenho reprodutivo.
Sabe-se que baixos níveis nutricionais aliados à amamentação irrestrita podem ser a
causa do prolongamento do anéstro pós-parto, conseqüentemente alongando o
período de serviço (BUSTAMANTE et al., 1997). Para verificar esse fato, os autores
realizaram um experimento para avaliar o período de serviço de vacas Nelore com
boa condição corporal e com condição corporal inferior, e com amamentação
contínua ou restrita. Os animais com condição corporal inferior apresentaram
período de serviço maior (141,6 ± 21 dias) do que os animais com boa condição
corporal (104,2 ± 12 dias). De forma semelhante, as fêmeas com amamentação
contínua (122,4 ± 12 dias) apresentaram período de serviço maior do que aquelas
com amamentação restrita (111,2 ± 21 dias).
Por ainda estarem em crescimento, as novilhas em reprodução apresentam
exigências nutricionais muito elevadas durante o terço final de gestação e na
lactação. A restrição alimentar durante o último trimestre de gestação é prejudicial ao
desenvolvimento das novilhas e do feto, porque pode reduzir o peso do bezerro ao
nascer e os índices de concepção após o parto. Como nessa fase as exigências
nutricionais das novilhas são muito superiores as das vacas, recomenda-se que elas
sejam manejadas em separado para que tenham suas necessidades nutricionais
atendidas e possam conceber na próxima estação de monta. Por outro lado, deve-se
ter em mente que o excesso de peso pode também contribuir para a redução dos
índices de fertilidade (VALLE et al., 1998).
17
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e Dados Climáticos
Os dados foram coletados na Fazenda Presidente localizada no Município de
Boa Esperança, Estado do Espírito Santo (próxima à divisa com Minas Gerais).
A região apresenta clima quente e úmido, que na classificação de Köppen é
Aw, em que a estação seca coincide com o inverno, segundo VIANELLO & ALVES
(2000). A precipitação anual é próxima a 1.200 mm (INCAPER, 2005).
A propriedade se caracteriza por relevo acidentado, com declividade maior
que 8%. Os solos predominantes da região são os classificados como Latossolo
Vermelho Amarelo Distrófico, com Fertilidade variando de média baixa e pH em
torno de 5,0 e também Podzolico Vermelho Amarelo e Latossolo Vermelho Escuro
Eutrófico, que tem Fertilidade variando de média e alta, com um pH em torno de 5,5
a 6,0 (INCAPER, 2005).
As pastagens da propriedade se constituem em maior parte de Brachiaria
brizanta, porém possui também pastagens de capim quicuio (Brachiaria humidícola)
e colonião (Panicum maximum ).
18
3.2 Animais e Manejo
Foram utilizadas informações referentes aos registros de fêmeas produtos de
cruzamentos seqüenciais: ZebuXRed-Angus, F1xSanta Gertrudis, F2XStabilizer,
conforme esquema abaixo:
Zebu x Red Angus ⇒ F1 (50% Zebu, 50% Red Angus)
F1 x Santa Gertrudis ⇒ F2 (50% Santa Gertrudis, 25% Zebu, 25% Red Angus)
F2 x Stabilizer ⇒ F3 (50% Stabilizer, 25% Santa Gertrudis, 12,5% Zebu, 12,5%
Red Angus)
Stabilizer é um composto, possuindo a seguinte constituição genética: 25%
Red Angus, 25% Hereford, 25% Gelbvieh e 25% Simental.
O esquema de cruzamento acima tem sido mantido ao longo dos últimos 12
anos, de forma a se obter grupos contemporâneos F1, F2 e F3.
De acordo com o manejo da fazenda os animais são criados a pasto, com o
fornecimento de sal mineral, sem nenhum outro tipo de suplemento, com exceção
dos bezerros que recebem “creep feeding”, até a desmama. Os animais são
identificados com brinco, utilizando-se numeração sistemática, desenvolvida pelo
proprietário. Machos e fêmeas recebem brincos de cores diferentes.
A estação de monta ocorre de dezembro a março, utilizando-se a
inseminação artificial como prática comum na maior parte do rebanho. As fêmeas
diagnosticadas como não gestantes até a terceira inseminação são eliminadas do
rebanho. Uma fração das fêmeas, a cada ano, não é inseminada. As vacas desse
grupo são submetidas à monta natural, utilizando-se reprodutores das raças Red
Angus, Santa Gertrudis e Stabilizer da própria fazenda. Os nascimentos ocorrem de
setembro a dezembro. Os bezerros nascem no pasto e permanecem com as mães
até a apartação, com sete a oito meses de idade. Aos dez meses de idade, são
separados machos e fêmeas. As fêmeas são inseminadas pela primeira vez com
peso aproximado de 300 Kg, a partir de 14 a 16 meses de idade.
19
Em relação ao manejo sanitário, contra Aftosa, em março foram vacinados os
animais com idade até dois anos e em setembro todo o rebanho. Contra Raiva,
foram vacinados, em março, os animais com mais de dois meses de idade e em
setembro os animais que não foram vacinados em março. A vacinação contra
Carbúnculo Sintomático é feita nos animais com um mês de idade e na desmama, e
as fêmeas recebem vacina contra Brucelose entre 4 a 10 meses de idade. Os
animais com idade até dois anos recebem vermífugo em maio, julho e em setembro
juntamente com uma amostragem dos animais mais velhos.
3.3 Coleta e Registro de Dados
As informações analisadas são referentes ao período de janeiro de 1998 a
abril de 2004 e foram armazenadas em um software para gerenciamento
agropecuário conhecido como CONGADO. As informações colhidas em relatórios do
CONGADO foram digitadas numa planilha do Excel, consistindo dos seguintes
dados: número da fêmea, data de nascimento da fêmea (dia, mês, ano), grupo
genético da fêmea (Red Angus, Santa Gertrudis e Stabilizer), pai da fêmea, grupo
genético do pai da fêmea, tipo de cobrição (inseminação artificial e monta natural),
data da 1ª, 2ª e 3ª cobrição (dia, mês, ano), tipo de parto (simples ou gemelar ),
ordem do parto (de um a cinco), data do parto (dia, mês, ano), idade da fêmea ao
parto, touro (pai do bezerro), grupo genético do touro (pai do bezerro), intervalo de
parto, duração da gestação, sexo da cria e peso da cria ao nascer. Ao todo foram
usadas 322 fêmeas com um total de 850 dados.
Com base nesses dados foram avaliadas as seguintes características :
• Duração da Gestação = número de dias decorridos entre a última inseminação e a
data do parto;
• Peso ao nascer = peso do bezerro ao nascer, em kilogramas;
• Idade ao primeiro parto = idade na qual a fêmea produziu o primeiro bezerro, em
meses;
• Intervalo de partos = número de dias decorridos entre dois partos consecutivos;
20
• Período de serviço = número de dias decorridos entre o parto e a concepção
seguinte.
3.4 Organização dos Dados e Abordagem Estatística
As análises estatísticas das informações foram feitas pelo procedimento GLM
(General Linear Models) contido no Statistical Analysis Systems (SAS, 1998). Numa
primeira etapa, foi feito o estudo da estatística descritiva para todas as
características consideradas (freqüências, médias, desvios-padrão e valores
máximos e mínimos de cada característica). Na segunda etapa da análise, verificou-
se a importância das diversas fontes de variação (efeitos do grupo genético da
fêmea, idade da fêmea, mês e ano do parto, sexo da cria) sobre as características
em estudo.
Após as análises de consistência e distribuição da freqüência foram
eliminadas as fêmeas sem nenhum parto e com grupo genético duvidoso. Os dados
referentes aos pais das fêmeas e aos touros usados foram excluídos da análise por
serem inconsistentes.
No cálculo da duração da gestação, as fêmeas submetidas à monta natural
foram eliminadas, por se desconhecer a data exata da cobrição.
Em função dos partos estarem distribuídos ao longo do ano, embora com
maior concentração em alguns meses, os mesmos foram agrupados em duas
estações de nascimento: estação de nascimento na época das águas (outubro,
novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março) e estação de nascimento na época
da seca (abril, maio, junho, julho, agosto e setembro).
As fêmeas nascidas no ano de 1993 e 1994 foram excluídas de todas as
análises, por se desconhecer a data do primeiro parto e a ordem das parições
subseqüentes.
21
3.4.1 Duração da Gestação
Inicialmente, a duração da gestação foi analisada incluindo-se no modelo os
efeitos de: grupo genético da vaca, estação de nascimento, ano de parto, sexo da
cria, idade da fêmea ao parto e peso da cria ao nascer como co-variável. No modelo
final a estação de nascimento foi substituída por mês de parto e a idade da fêmea ao
parto foi substituída por ordem de parto. A interação grupo genético da vaca e ordem
de parto inicialmente incluída no modelo, foi excluída do modelo final por pequena
contribuição na redução do erro.
O modelo final foi:
DGijklm = µ + Gi +Mj + Ak + S l + Om + e ijklm
Em que:
DGijklm = duração da gestação da vaca n, do grupo genético i, mês de parto j;
ano de parto k, sexo da cria l; ordem de parto m;
µ = média geral da duração da gestação;
Gi = efeito do grupo genético i da vaca, sendo i = 1, 2, 3;
Mj = efeito do mês de parto j, sendo j = 1, 2, 3, ...,12;
Ak = efeito do ano de parto k, sendo k = 1997, 1998, 1999, ..., 2004;
Sl = efeito do sexo da cria l, sendo l = 1, 2;
Om = efeito da ordem de parto m, sendo m = 1, 2, 3, 4, 5;
eijklm = erro aleatório associado a cada observação, pressupondo distribuição
normal e independente com média zero e covariância σ 2.
22
3.4.2 Peso ao nascer da cria
Na analise do peso ao nascer da cria, o modelo inicial incluiu os efeitos de
grupo genético, estação de parto, ano de parto, tipo de cobertura, sexo da cria e
idade da fêmea ao parto. A idade da fêmea ao parto foi substituída pela ordem de
parto.
O modelo final foi:
Pesoijklmn = µ + Gi + E j + Ak + Cl + Sm + On + e ijklmn
Em que:
Pesoijklmn = peso ao nascer da cria da vaca do grupo genético i, nascida na
estação de parto j; ano de parto k; tipo de cobertura l, sexo m e ordem de parto n;
µ = média geral do peso ao nascer da cria;
Gi = efeito do grupo genético i da vaca, sendo i = 1,2,3;
Ej = efeito da estação de parto j, sendo j =1,2;
Ak = efeito do ano de parto k, sendo k = 1997, 1998, 1999, ..., 2004;
Cl = efeito do tipo de cobertura l, sendo l = 1,2;
Sm = efeito do sexo da cria m, sendo m = 1,2;
On = efeito da ordem de parto n, sendo n = 1,2,3,4,5;
eijklmn = erro aleatório associado a cada observação, pressupondo normal e
independente distribuição com média zero e covariância σ 2;
Modelo semelhante foi utilizado, incluindo-se a ordem de parto como variável
contínua, considerando-se seus efeitos linear e quadrático.
23
3.4.3 Idade ao Primeiro Parto
O modelo inicial incluiu os efeitos de grupo genético, mês de nascimento da
vaca, ano de nascimento da vaca, tipo de cobertura, ano de parto e interação do tipo
de cobertura e ano de parto. Entretanto verificou-se forte indício de confundimento
dos efeitos de ano de nascimento e ano de parto da vaca, excluindo-se ano de
nascimento do modelo final. As interações do grupo genético e ano de parto, do
grupo genético e tipo de cobertura, inicialmente incluídas, foram excluídas do
modelo final, por pequena contribuição na redução do erro.
O modelo final utilizado foi:
IDPijkl = µ + G i + M j + Ck + Al + C Akl + e ijkl
Em que:
IDijkl = idade ao parto da vaca do grupo genético i, nascida no mês j; tipo de
cobertura k; no ano de parto l ;
µ = média geral da idade ao primeiro parto;
Gi = efeito do grupo genético i da vaca, sendo i = 1, 2, 3;
Mj = efeito do mês de nascimento j da vaca, sendo j = 1, 2, ...,12;
Ck = efeito do tipo de cobertura k, sendo k = 1, 2;
Al = efeito do ano de parto l, sendo l = 1997, 1998, 1999, ..., 2004;
C Akl = efeito da interação tipo de cobertura e ano de parto;
eijkl = erro aleatório associado a cada observação, pressupondo distribuição
normal e independente com média zero e covariância σ 2;
24
3.4.4 Intervalo de Parto
O intervalo de parto foi analisado como uma única característica,
incluindo-se todos os intervalos de partos numa única análise, do primeiro ao
quarto intervalo. O intervalo entre o primeiro e segundo parto foi codificado
como 2, o intervalo entre o segundo e terceiro parto, como 3, e assim por
diante. O modelo usado incluiu os efeitos de grupo genético da vaca, estação
de parto, ano de parto, tipo de cobertura, sexo da cria, ordem de parto e da
interação ano de parto e tipo de cobertura. A interação do grupo genético e
ordem de parto inicialmente foi incluída, não tendo apresentado efeito
significativo, sendo excluída no modelo final.
O modelo final do intervalo de parto foi:
IEPijklmn = µ +Gi +Ej +Ck +A l +Sm +On +C Akl +eijklmn
Em que:
IEPijklmn = intervalo de parto da vaca do grupo genético i, nascida na estação
de parto j; tipo de cobertura k, no ano de parto l, do sexo m, ordem de parto n; e da
interação do tipo de cobertura e ano de parto kl ;
µ = média geral do intervalo de parto;
Gi = efeito do grupo genético i da vaca, sendo i = 1, 2, 3;
Ej = efeito da estação de parto j, sendo j =1, 2;
Ck = efeito do tipo de cobertura k, sendo k = 1, 2;
Al = efeito do ano de parto l, sendo l = 1997, 1998, 1999, ..., 2004;
Sm = efeito do sexo da cria m, sendo m = 1, 2;
On = efeito da ordem de parto n, sendo n = 1, 2, 3, 4, 5;
C Akl = efeito da interação tipo de cobertura e ano de parto;
eijklmn = erro aleatório associado a cada observação, pressupondo distribuição
normal e independente com média zero e covariância σ 2.
Foi ainda utilizado modelo semelhante, em que a ordem de parto foi incluída
como variável contínua (efeitos linear e quadrático), em lugar de variável
classificatória.
25
3.4.5 Período de Serviço
Na análise do período de serviço, foi usado o mesmo modelo final utilizado no
estudo do intervalo de partos. Foi igualmente rodado um modelo em que a ordem de
parto foi incluída como variável contínua (efeitos linear e quadrático), em lugar de
variável classificatória.
O modelo final do período de serviço foi:
PSijklmn = µ +Gi +Ej + Ck +A l +Sm +On + C Akl +eijklmn
Em que:
PSijklmn = período de serviço da vaca do grupo genético i, nascida na estação
de parto j; tipo de cobertura k, no ano de parto l, do sexo m, ordem de parto n; e da
interação do tipo de cobertura e ano de parto kl ;
µ = média geral do período de serviço;
Gi = efeito do grupo genético i da vaca, sendo i = 1, 2, 3;
Ej = efeito da estação de parto j, sendo j =1, 2;
Ck = efeito do tipo de cobertura k, sendo k = 1, 2;
Al = efeito do ano de parto l, sendo l = 1997, 1998, 1999, ..., 2004;
Sm = efeito do sexo da cria m, sendo m = 1, 2;
On = efeito da ordem de parto n, sendo n = 1, 2, 3, 4, 5;
C Akl = efeito da interação tipo de cobertura e ano de parto;
eijklmn = erro aleatório associado a cada observação, pressupondo distribuição
normal e independente com média zero e covariância σ 2.
26
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
4.1 Duração da gestação
A análise de variância da duração de gestação, Tabela 4 no anexo, revelou
efeito significativo (P < 0,05) do grupo genético, mês de parto e ano de parto sobre a
característica. Isto está de acordo com BROWNING JR. et al. (1995), que
encontraram diferença significativa para grupo genético, e CUNDIFF et al. (1998),
em que os autores encontraram efeito significativo do grupo genético e ano de parto.
Entretanto, CAVALCANTE et al. (2001) não observaram efeito significativo para
grupo genético, mas sim para mês de parto.
A média geral e o desvio padrão da característica duração da gestação foi de
287,87 ± 5,20 dias, com coeficiente de variação de 1,80%.
GREGORY et al. (1995) obtiveram como média geral 287,00 dias não
achando diferenças entre os animais puros e os compostos (cruzados).
BROWNING JR. et al. (1995) ao avaliar a duração da gestação, encontraram
médias de 284,0 ± 0,8 dias, 288,4 ± 0,7 dias e 293,7 ± 0,8 dias para os animais
Angus x Brahman, Tuli x Brahman e Brahman x Brahman respectivamente. De
acordo com CUNDIFF et al. (1986 e 1998), quando os animais resultam de
cruzamentos entre raças zebuínas a duração da gestação tende a ser maior do que
entre cruzamentos que envolvem raças taurinas.
De acordo com BROWNING JR. et al. (1995) os animais Angus x Brahman
foram os que apresentaram menor duração da gestação. Esse resultado difere do
27
encontrado no presente trabalho, e é inferior à média encontrada para os animais F1
de 287,51 ± 0,79 dias, que é apresentado no Figura 1 e na Tabela 5 do anexo.
Essa diferença pode estar relacionada com o fato de que as fêmeas F1 sejam
½ Angus ½ Nelore, e estas foram cruzadas com touros Santa Gertrudis. A litertura
mostra que, tanto os animais da raça Nelore quanto da Santa Gertrudis,
normalmente apresentam gestações mais longas que os animais da raça Angus. A
influência dessas raças teria e alongado a gestação.
KIRKPATRICK (1999) se refere ao trabalho de WILLIAMSON & HUMES
(1985), em que os autores encontraram gestações mais curtas para as fêmeas
Angus. CUNDIFF et al. (1998) observaram maior duração da gestação nos animais
Nelore, dentre todos os grupos genéticos avaliados, e CUNDIFF et al. (1986)
encontraram a média de duração de gestação para animais Santa Gertrudis de
286,0 dias.
Figura 1 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação (DG) de
acordo com o grupo genético. A influência dos meses de parto reflete um efeito do ambiente, principalmente
aqueles relacionados à quantidade e qualidade do capim oferecido aos animais. A
Figura 2 (e a Tabela 5 do anexo) mostra que o mês de setembro foi o que
apresentou menor duração da gestação, por estar dentro da época da seca não
proporcionaria aos animais uma pastagem de boa qualidade e em quantidade
adequada. Dessa forma, os bezerros nascidos nesse mês seriam mais leves e com
isso a vaca apresentaria uma gestação um pouco mais curta.
287,51
284,81
287,86
280
282
284
286
288
290
DG (dias)
Red Angus Santa Gertrudis Stabilizer
Grupo Genético
28
A pesar de não haver informações para todos os meses do ano, a variação
observada foi semelhante à encontrada por CAVALCANTE et al. (2001). Os autores
ao avaliarem a duração de gestação de animais Nelore, distribuída ao longo do ano,
verificaram que os partos realizados nos meses de janeiro e fevereiro apresentaram
duração de gestação mais longa, com brusca redução da duração da gestação nos
partos realizados no mês de março seguido de estabilização ao longo do ano e com
discreta elevação em dezembro.
Figura 2 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação (DG) de
acordo com o mês de parto. È provável que a variação da duração da gestação ao longo dos anos
analisados, apresentada na Figura 3 (e na Tabela 5 do anexo), possa estar
relacionada com a quantidade e qualidade de pastagens para os animais durante
determinados períodos do ano, e com o tipo de cruzamento predominante naquele
ano.
283,61
286,42
288,27
287,31288,01
281
282
283
284
285
286
287
288
289
DG (dias)
Set Out Nov Dez Jan
Mês de Parto
29
Figura 3 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação (DG) de acordo com o ano de parto.
Com respeito ao sexo da cria, apesar de não ter apresentado efeito
significativo (Tabela 4 do anexo), as mães dos bezerros machos tiveram duração da
gestação um pouco maior que as mães de fêmeas, o que seria esperado visto que,
a gestação tem relação com o peso ao nascer e que este freqüentemente é maior
nos machos do que nas fêmeas, Figura 4 (e Tabela 5 do anexo).
GREGORY et al. (1991) observaram efeito do sexo do bezerro, porém a
gestação de crias fêmeas foram mais longas que a gestação dos machos. Por outro
lado, CUNDIFF et al. (1998) encontraram gestações de bezerros machos 1,8 dias
mais longas que a de fêmeas. BROWNING JR. et al. (1995) também observaram
gestações mais longas nos bezerros do sexo masculino, nos três grupos genéticos
avaliados.
283,52 284,93285,59
290,24 290,63
285,44
278
280
282
284
286
288
290
292
DG (dias)
1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano de Parto
30
Figura 4 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação (DG) de acordo com o sexo da cria.
Na figura 5 (e Tabela 5 do anexo) são apresentadas as médias da duração da
gestação de acordo com a ordem de parto, se observa que, em geral não houve
diferença entres as ordens de parto exceto para a 3ª ordem de parto a qual pode
apresentar menor duração de gestação devido provavelmente a maior parte dos
animais serem Santa Gertrudis, os quais apresentaram menor duração da gestação
como apresentado na figura 1.
Figura 5 – Médias dos mínimos quadrados da duração da gestação (DG) de acordo com a ordem de parto.
287,14
286,31
285,0
285,5
286,0
286,5
287,0
287,5
DG (dias)
Macho Fêmea
Sexo da Cria
287,29
286,48
285,14
286,59
288,13
284
285
286
287
288
289
DG (dias)
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
Ordem de Parto
31
4.2 Peso ao nascer da cria
De acordo com a análise de variância para o peso ao nascer, o grupo
genético, ano de parto, tipo de cobertura, sexo da cria e ordem de parto foram os
efeitos que influenciaram a característica, Tabela 6 no anexo.
RIBEIRO et al. (1996), avaliando os pesos ao nascer de animais da raça
Santa Gertrudis, verificaram que o ano de nascimento, o sexo e a idade da mãe
foram efeitos significativos (P<0,05), enquanto o mês de nascimento não influiu no
peso ao nascer (P>0,05).
A média geral e o desvio padrão do peso ao nascer, encontrada neste
trabalho, foi de 35,43 ± 2,62 kilogramas, com coeficiente de variação de 7,41%.
É conhecido que existe uma correlação positiva entre a duração da gestação
e o peso ao nascer. TEODDORO (1978) cita que essa correlação pode chegar a
0,67. Considerando esse fato, a variação no peso ao nascer, dos grupos genéticos
analisados, seria reflexo da duração da gestação que suas mães apresentaram. Os
animais do grupo genético F3 foram os que apresentaram maior duração da
gestação e foram também os que apresentaram maior peso ao nascer, Figura 6 e
Tabela 7 no anexo.
Figura 6 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria (PN) de acordo com o grupo genético.
KARSBURG (2003), ao avaliar o desenvolvimento ponderal de animais da
raça Santa Gertrudis, obteve a média e desvio padrão para peso ao nascer de
36,17 ± 6,11 Kg.
35,96
35,18
36,29
34
35
36
37
PN (kg)
Red Angus Santa Gertrudis Stabilizer
Gurpo genético
32
PALA et al. (2000) avaliaram o peso ao nascer de animais mestiços Angus e
obtiveram como média 36,0 Kg.
GREGORY et al. (1995), ao estudarem o peso ao nascer de animais puros e
cruzados, obtiveram como média geral o valor de 39,7 kilogramas, sendo os animais
puros um pouco mais leves (39.5 Kg) que os animais compostos (40,5 Kg).
Os animais nascidos na época das águas foram somente 0,380 Kg mais
pesados que aqueles nascidos na época da seca, Figura 7 (e Tabela 7 no Anexo).
Uma provável explicação para isso seria a disponibilidade de forragem em
quantidade suficiente ao longo do ano, devido à baixa lotação dos piquetes. Mesmo
considerando a sazonalidade de oferta de forragem a baixa lotação propiciaria
quantidade de capim suficiente para os animais durante a seca, não havendo
influencia sobre o peso ao nascer.
Figura 7 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria (PN) de acordo com a estação de parto.
Em relação ao ano de parto, a Figura 8 (e Tabela 7 no Anexo) mostra que as
médias do peso ao nascer apresentaram uma certa estabilidade com exceção do
último ano, que foi 2003. Esse fato coincide com a ocorrência de uma seca intensa
na região, relatada pelo proprietário da fazenda, de modo que essa seca teria
reduzido a quantidade de forragem disponível e com isso teria causado a diminuição
do peso ao nascer neste ano.
36,00
35,62
35,00
35,50
36,00
36,50
PN (kg)
Águas Seca
Estação de Parto
33
Figura 8 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria (PN) de acordo com o ano de parto.
As médias do peso ao nascer da cria, de acordo com o tipo de cobertura
(Figura 9 e Tabela 7 no Anexo) realizada, foram diferentes entre si, sendo os
animais em que foi feita inseminação artificial mais pesados do que aqueles de
monta natural. A explicação para este resultado pode estar na diferença de peso
entre os touros escolhidos para a compra de sêmen e os reprodutores usados na
monta natural. Os reprodutores usados na monta natural são da própria fazenda e,
portanto possuem o peso ao nascer e peso adulto próximo à média do rebanho, já
os touros usados na inseminação artificial são objeto de maior seleção,
provavelmente mais pesados do que os animais do rebanho, daí o reflexo no peso
da progênie.
35,83
36,436,12 36,28
35,84
34,39
33,0
33,5
34,0
34,5
35,0
35,5
36,0
36,5
PN (kg)
1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano de Parto
34
Figura 9 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria (PN) de acordo com o tipo de cobertura.
Os bezerros machos foram mais pesados ao nascer do que as fêmeas em
0,770 Kg apresentado na Figura 10 (e Tabela 7 no Anexo). De acordo com SZÉCHY
et al. (1995) (apud MCMANUS et al., 2002) este fato é justificado pela ação precoce
da testosterona que determina uma taxa metabólica mais acentuada do feto durante
a gestação. GREGORY et al. (1991) obtiveram 42,7 Kg para os machos e 39,7 Kg
para as fêmeas.
Figura 10 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria (PN) de acordo com o sexo da cria.
36,21
35,41
34,5
35,0
35,5
36,0
36,5
PN (kg)
Inseminação Monta
Tipo de Cobertura
36,25
35,37
34,5
35,0
35,5
36,0
36,5
PN (kg)
Macho Fêmea
Sexo da Cria
35
Na Figura 11 (e Tabela 7 no Anexo) pode-se observar que as fêmeas
primíparas são as que pariram crias mais leves, este fato se deve a que as fêmeas
da fazenda geralmente entram em reprodução com idade entre 14 e 26 meses,
apresentando seu primeiro parto, em média, com 36 meses de idade. O que implica
que as fêmeas ainda estão crescendo durante a sua primeira gestação, por isso o
peso ao nascer de suas crias seria menor.
Figura 11 – Médias dos mínimos quadrados do peso ao nascer da cria (PN) de acordo com a ordem de parto.
4.3 Idade ao Primeiro Parto
O ano de parto e o tipo de cobertura foram os efeitos que influenciaram
(P<0,01) a idade ao primeiro parto, de acordo com a análise de variância realizada,
Tabela 8 no anexo.
Tais resultados diferiram daqueles encontrados por PEROTTO et al. (1994),
ao estudarem a idade ao primeiro parto de animais Nelore e Red Angus x Nelore. Os
autores encontraram diferenças significativas entre os grupos genéticos (P < 0,01).
Os resultados encontrados também diferiram daqueles encontrados por
GRESSLER (1998), que analisou a idade ao primeiro parto de animais Nelore. O
autor verificou a influência do mês e ano de nascimento (P < 0,01) sobre a
característica.
34,92
35,6635,87
36,01
36,49
33,5
34,0
34,5
35,0
35,5
36,0
36,5
37,0
PN (kg)
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
Ordem de Parto
36
A média geral e o desvio padrão da idade ao primeiro parto foi de 35,23 ±
3,72 meses, com coeficiente de variação de 10,57%. GRESSLER (1998) obteve a
média de 39,00 ± 4,5 meses.
Na Figura 12 (e Tabela 9 no anexo) pode se observar que as fêmeas F1
apresentaram menor idade ao primeiro parto que as fêmeas F2, provavelmente isso
foi devido à maior proporção da raça Angus nesses animais. O pequeno porte
característico desses animais faz com que eles sejam mais precoces e atinjam a
maturidade mais cedo. A raça Red Angus é reconhecida por sua precocidade
sexual. Animais Stabilizer têm em sua constituição raças européias mistas, com
maior potencial leiteiro e menos precoces.
Figura 12 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto (IdP) de acordo com o grupo genético.
De acordo com PEROTTO (1994), a idade ao primeiro parto de animais Red
Angus x Nelore foi de 33,16 meses (995 dias), enquanto dos animais Nelore foi
45,33 meses (1360 dias).
SILVA e PEREIRA (1986) obtiveram 34,77 meses de idade ao primeiro parto
para animais ½ Chianina-Zebu e 35,67 para animais ¾ Zebu-Chianina, num
experimento em que foi avaliado o desempenho reprodutivo desses animais.
Já para PEREIRA et al. (2001) a média da idade ao primeiro parto encontrada
foi de 1.130,20 dias (aproximadamente 37,67 meses), e para BERTAZZO et al.
32,59
33,82
32,71
31,0
31,5
32,0
32,5
33,0
33,5
34,0
IdP (meses)
Red Angus Santa Gertrudis Stabilizer
Grupo Genético
37
(2004) a média foi de 38,72 ± 4,50 meses, sendo que ambos os trabalho usaram
fêmeas Nelore.
Com relação ao mês de parto, mostrada na Figura 13 (e Tabela 9 no anexo),
sabe-se que este é um reflexo, devido principalmente as alterações climáticas que
ocorrem e que podem interferir na disponibilidade e qualidade de forragem ao longo
do ano. No presente estudo as menores idades ao primeiro parto foram encontradas
nos fêmeas que pariram nos meses de setembro e janeiro.
Figura 13 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto (IdP) de acordo com o mês de parto.
O efeito do ano de parto reflete alterações no clima, notadamente na oferta de
forragem. De acordo com a Figura 14 (e Tabela 9 no anexo), ao longo dos anos
analisados houve oscilação na idade ao primeiro parto. Além do efeito do clima, uma
possível explicação para isso é o fato de que, os animais F1, que foi o grupo
genético com menor idade ao primeiro parto dentre os três grupos analisados,
predominavam nos primeiros anos o que teria mantido a médias desses anos
reduzida, a medida que a quantidade de fêmeas F2 e F3 foi aumentando teria
causado a oscilação nas médias.
32,11
33,52 33,68
33,23
32,67
31,0
31,5
32,0
32,5
33,0
33,5
34,0
IdP (meses)
Set Out Nov Dez Jan
Mês de Parto
38
Figura 14 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto (IdP) de acordo com o ano de parto.
As fêmeas inseminadas artificialmente apresentaram maior idade ao primeiro
parto do que as fêmeas de monta natural, com médias de 35,29 ± 0,37 e 30,79 ±
0,9,1 , respectivamente (Figura 15 Tabela 9 no anexo). Visto que, o manejo geral é
igual para todos os animais, não diferindo entre animais de inseminação e de monta
natural, o problema provavelmente estaria relacionado ao manejo da inseminação
artificial, que pode ser tanto na observação do cio a campo quanto na inseminação
propriamente dita.
Figura 15 – Médias dos mínimos quadrados da idade ao primeiro parto (IdP) de acordo com o tipo de cobertura.
28,80 31,77
36,06
31,61
36,6933,32
0
10
20
30
40
IdP (meses)
1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano de Parto
35,29
30,79
28
30
32
34
36
IdP 1 (meses)
Inseminação Monta
Tipo de Cobertura
39
A falha muito provavelmente se encontra na detecção do cio a campo. Esse
problema poderia ao menos diminuir se fosse feito uso de marcador buçal nos
rufiões, para auxiliar na identificação das fêmeas no cio, porém esse procedimento
não elimina a necessidade de observação do cio por parte dos funcionários.
4.4 Intervalo de Parto
De acordo com a análise de variância do intervalo de parto, Tabela 10 no
anexo, a estação de parto, ano de parto, tipo de cobertura, ordem de parto e a
interação tipo de cobertura e ano de parto foram significativos.
A média geral do intervalo de parto foi de 496,03 ± 90,81 dias, com
coeficiente de variação de 18,30%. O elevado erro-padrão pode ser justificado pelo
número limitado de observações e pela alta variabilidade própria da característica.
Já MCMANUS et al. (2002) obtiveram a média de 471 ± 140 dias
(aproximadamente 15,7 meses). O intervalo de parto foi influenciado pelo grupo
genético da mãe, mês de parto, ano de parto e ordem de parto.
CAMPELLO et al. (1999) obtiveram média de 433,84 ± 88,20 dias ao
analisarem o intervalo de parto de animais Nelore, e também observaram efeito
significativo da ordem de parto.
Na figura 16 (e Tabela 11 no anexo) são apresentas as médias do intervalo
de parto de acordo com o grupo genético, embora as médias apresentem valores
diferentes não foi observado diferença estatística nesta característica já que os erros
padrões foram grandes.
40
Figura 16 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de acordo com o grupo genético.
Com relação à estação de parto, na Figura 17 (e Tabela 11 no anexo) pode
se observar que os animais que pariram nas épocas da águas apresentaram 90 dias
a menos de intervalo de parto do que os que pariram na seca, devido ao fato de que
os animais que pariram na época das águas contavam com alimento disponível em
quantidade e qualidade adequadas para se recuperarem e reiniciarem seu ciclo
reprodutivo.
Figura 17 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de acordo com a estação de parto.
449,00
538,82
0
100
200
300
400
500
600
IEP (dias)
Água Seca
Estação de Parto
498,9509,57
473,25
440
450
460470480
490500
510520
IEP (dias)
Red Angus Santa Gertrudis Stabilizer
Grupo genético
41
CAVALCANTE et al. (2000), ao estudarem o intervalo de parto de um rebanho
Nelore na Amazônia Oriental, com um total de 587 observações, encontraram a
média de 431,83 ± 142,76 dias.
O efeito do ano de parto, Figura 18 (e Tabela 11 no anexo) pode ser
entendido como decorrente de mudanças no ambiente, como por exemplo, a
variação na qualidade das pastagens e a mudança dos inseminadores. A falta de
exames ginecológicos e o manejo referente à amamentação não controlada, que
pode ter efeito negativo sob a reprodução da fêmea, também podem contribuir para
o elevado intervalo de parto. Variações na pluviosidade, com reflexo na oferta de
pastagem também podem ter influenciado, porém não há informações disponíveis a
esse respeito.
Figura 18 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de acordo com o ano de parto.
Na figura 19 (e na Tabela 11 do anexo) observa-se que as fêmeas
inseminadas apresentaram maior intervalo de parto do que as fêmeas em que foi
realizada monta natural. Como demonstrado na Figura 20 (e na Tabela 12 no anexo)
observamos que isso tem se perpetuado ao longo dos anos. A ausência de registros
detalhados sobre os procedimentos envolvidos na detecção do cio e na realização
das inseminações artificiais limita a possibilidade de se identificarem os possíveis
fatores responsáveis pelo elevado intervalo de parto. Entretanto, de acordo com os
registros, grande parte das fêmeas conceberam na primeira inseminação artificial, o
que indica que o motivo do longo intervalo nas fêmeas submetidas à inseminação
artificial esteja relacionado com a detecção do cio a campo. Deste modo, há
550,78
402,61477,17
545,07
0
100
200
300
400
500
600
700
IEP (dias)
2000 2001 2002 2003
Ano de Parto
42
necessidade de que se faça uma avaliação do programa de inseminação artificial
para identificar eventuais falhas.
Existem, na propriedade, poucos piquetes próximos aos currais onde são
realizadas as inseminações artificiais, com isso parte das fêmeas a serem
inseminadas fica em piquetes mais afastados, dificultando o manejo durante a
estação de inseminação e restringindo o número de fêmeas inseminadas.
Figura 19 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de acordo com o tipo de cobertura.
Figura 20 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de
acordo com a interação ano de parto e tipo de cobertura
561,99
425,83
0
100
200
300
400
500
600
IEP (dias)
Inseminação Monta
Tipo de Cobertura
698,86
558,80
460,45
362,18
515,90483,15
660,43
418,24
200
300
400
500
600
700
800
IEP (dias)
IA M IA M IA M IA M
2000 2001 2002 2003
Interação Ano de Parto e Tipo de Cobertura
IA – Inseminação Artificial
M – Monta Natural
43
Na Figura 21 (e Tabela 11 no anexo) são apresentas as médias do intervalo
de parto de acordo com o sexo da cria, embora os bezerros machos apresentassem
uma média ligeiramente maior do que as bezerras, não foi observado diferença
estatística entre as médias desta característica, sendo que os elevados erros
padrões possam ter colaborado para tal resultado.
Figura 21 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de
acordo com o sexo da cria.
A análise de regressão do intervalo de parto em função da ordem de parto
indicou efeito quadrático. A derivada primeira da equação obtida indicou ponto de
mínimo, para intervalo de parto, para ordem de parto 4,5 , entre o quarto e quinto
partos. A equação obtida foi y = 996,14 – 269,61 x + 29,81 x2 .
Esse resultado é semelhante ao encontrado por CAMPELLO et al. (1999),
que também observaram ponto de mínimo ao quarto parto.
O maior intervalo de parto encontrado foi entre o primeiro e segundo partos
Figura 22 (e Tabela 11 no anexo), isso pode estar relacionado com o fato de as
fêmeas primíparas ainda estarem em crescimento, aliado ao stress devido à
lactação. Essas fêmeas chegam a apresentar maior necessidade de mantença do
que as vacas pluríparas, 10,12 Mcal/dia e 9,15 Mcal/dia, respectivamente (VALLE et
al., 1998).
499,89
487,92
470
480
490
500
510
IEP (dias)
Macho Fêmea
Sexo da Cria
44
Figura 22 – Médias dos mínimos quadrados do intervalo de parto (IEP) de
acordo com a ordem de parto.
Uma possibilidade de diminuir o primeiro intervalo de parto seria a adoção de
estações reprodutivas diferenciadas para as novilhas, antes da estação de
reprodução das demais fêmeas. Dessa forma, as vacas primíparas teriam mais
tempo para se recuperarem antes de entrarem na nova estação reprodutiva.
4.5 Período de Serviço
De acordo com a análise de variância, a estação de parto, ano de parto, tipo
de cobertura, ordem de parto e a interação tipo de cobertura e ano de parto foram os
fatores que apresentaram efeitos significativos sobre o período de serviço (P<0,01),
enquanto o grupo genético e o sexo da cria foram não significativos (P>0,05), Tabela
13 no anexo.
Esse resultado coincide com CUNHA (1998), que ao analisar o período de
serviço de fêmeas ½Zebu½Red Angus e ½Santa Gertrudis ¼Zebu ¼Red Angus
observou que o grupo genético e sexo do bezerro não influenciaram a característica
(P>0,05), enquanto a idade ao parto foi significativa (P<0,01).
Devido o fato de o período de serviço fazer parto do intervalo de parto, foram
analisados os mesmos modelos para ambas as características. Pode-se observar
576,79
502,07471,12 425,66
0
100
200
300
400
500
600
700
IEP (dias)
2ª 3ª 4ª 5ª
Ordem de Parto
45
que os fatores que influenciaram o período de serviço foram os mesmos que
influenciaram o intervalo de parto.
A média geral e o desvio padrão do período de serviço foi de 211,06 ± 90,72
dias, com coeficiente de variação de 42,98%.
CAVALCANTE et al. (2001), ao estudarem o período de serviço de animais
Nelore, obtiveram a média ajustada de 146,51 ± 43,05 dias (4,82 meses).
No Figura 23 (e na Tabela 14 no anexo) se apresentam as médias dos
mínimos quadrados do período de serviço em relação ao grupo genético das
fêmeas. Não foram verificadas diferenças entre as médias para o período de serviço,
porém as fêmeas F3 foram as que apresentaram menor período de serviço. O
número de observações neste grupo foi muito baixo o que se confirma pelo alto erro
padrão.
Figura 23 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço (PS) de acordo com o grupo genético.
Segundo CUNHA (1998), a média do período de serviço das fêmeas
½Zebu½Red Angus foi de 96,3 ± 5,9 dias e das ½Santa Gertrudis ¼Zebu ¼Red
Angus foi de 83,7 ± 6,6 dias, bem inferior aos encontrados no presente trabalho.
Provavelmente, a maior diferença entre os valores encontrados se deva ao manejo
nutricional realizado na propriedade.
As fêmeas que pariram na época das águas apresentaram menor período de
serviço do que as fêmeas que pariram na época da seca, Figura 24 (e na Tabela 14
no anexo). O efeito da estação do parto está intimamente relacionado com a
214,96227,43
192,83
50
100
150
200
250
PS (dias)
Red Angus Santa Gertrudis Stabilizer
Grupo Genético
46
ocorrência de chuvas, o que influência a qualidade e a quantidade de forragem
disponível. As fêmeas que pariram na época das águas teriam maior quantidade de
forragem disponível, de modo que elas poderiam se recuperar do stress do parto e
da lactação em menos tempo, e adquirir uma condição corporal adequada que
permitisse reiniciar sua atividade reprodutiva. Já as fêmeas que pariram na época da
seca não teriam a mesma disponibilidade de forragem, e com isso precisariam de
mais tempo para reiniciar sua atividade reprodutiva.
Figura 24 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço (PS) de acordo com a estação de parto.
O efeito do ano de parto é devido às mudanças no ambiente, como por
exemplo, a variação na qualidade e quantidade de pasto e na pluviosidade, com
reflexo na oferta de forragem poderiam ter influenciado o período de serviço. Na
Figura 25 (e na Tabela 14 no anexo), observa-se que as médias do período de
serviço estavam diminuindo até o ano de 2002, entretanto em 2003 houve uma
acentuada elevação. Esse período coincide com uma seca intensa na região
relatada pelo proprietário, que teria ocasionado uma redução drástica na oferta de
forragem.
165,70
257,78
50
100
150
200
250
300
PS(dias)
Água Seca
Estação de Parto
47
Figura 25 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço (PS) de acordo com o ano de parto.
As fêmeas inseminadas apresentaram um período de serviço muito maior do
que aquelas em que foi realizada a monta natural, Figura 26 (e Tabela 14 no anexo).
Da mesma forma que o intervalo de parto, pode-se observar que o período de
serviço foi maior nas fêmeas inseminadas em todos os anos analisados, Figura 27 (e
Tabela 15 no anexo). A ausência de registros detalhados sobre os procedimentos
envolvidos na detecção do cio e na realização das inseminações artificiais limita a
possibilidade de se identificarem os possíveis fatores responsáveis pelo elevado
período de serviço. Entretanto, de acordo com os registros, grande parte das fêmeas
conceberam na primeira inseminação artificial, o que indica que o motivo do longo
período de serviço nas fêmeas submetidas à inseminação artificial esteja
relacionado com a detecção do cio a campo. Deste modo, há necessidade de que se
faça uma avaliação do programa de inseminação artificial para identificar eventuais
falhas.
O uso de rufiões com buçal marcadores poderia auxiliar na detecção do cio a
campo, de modo a facilitar a identificação das fêmeas no cio, porém não elimina a
necessidade de observação do cio por parte dos funcionários.
270,17
120,37
193,61
262,83
50
100
150
200
250
300
PS (dias)
2000 2001 2002 2003 Ano de Parto
48
Figura 26 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço (PS) de
acordo com o tipo de cobertura.
Figura 27 – Médias dos mínimos quadrados e desvios padrão do período de serviço (PS) de acordo com a interação ano de parto e tipo de cobertura.
Semelhante ao intervalo de parto, as médias dos mínimos quadrados do
período de serviço de acordo com o sexo da cria apresentada na figura 28 (e Tabela
14 no anexo), não diferiram estatisticamente, embora os bezerros machos
apresentassem uma média ligeiramente maior do que as bezerras.
276,78
146,70
50
100
150
200
250
300
PS (dias)
Inseminação Monta
Tipo de Cobertura
411,39
278,20
169,62
82,09
225,77200,72
374,69
135,40
050
100150200250300350400450
PS (dias)
IA M IA M IA M IA M
2000 2001 2002 2003
Interação Ano de Parto e Tipo de Cobertura
IA – Inseminação Artificial
M – Monta Natural
49
Figura 28 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço (PS) de acordo com o sexo da cria.
De acordo com a Figura 29 (e Tabela 14 no anexo) o maior período de
serviço foi entre o primeiro e segundo partos, isso pode estar relacionado com o fato
de as fêmeas primíparas ainda estarem em crescimento, aliado ao stress devido à
lactação. A realização do controle da amamentação ou a desmama precoce
poderiam ser implementadas para auxiliar as fêmeas a recuperar uma boa condição
corporal para reiniciar sua atividade reprodutiva o quanto antes.
Figura 29 - Médias dos mínimos quadrados do período de serviço (PS) de acordo com a ordem de parto.
217,55
205,83
190
200
210
220
230
PS (dias)
Macho Fêmea
Sexo da Cria
293,16
219,96190,00
113,85
0
50
100
150
200
250
300
PS (dias)
2ª 3ª 4ª 5ª
Ordem de Parto
50
BROWNING JR. et al. (1995), comparando períodos de serviço de animais de
diversos grupos genéticos, obtiveram para as primíparas 110,7 ± 4,7 dias e para as
pluríparas 72,0 ± 2,9 dias.
De acordo com BUSTAMANTE et al. (1997), uma condição corporal inferior
ocasiona aumento dos cios silenciosos ou não-observados. Num experimento
realizado pelos autores, foi verificado efeito da amamentação na freqüência de
estros normais, silenciosos ou não-observados. A média do período de serviço do
grupo de fêmeas em que foi realizado o controle da amamentação foi de 111,2 ± 21
dias, enquanto as fêmeas com amamentação irrestrita apresentaram média de 122,4
± 23 dias.
O comportamento do período de serviço segue a mesma tendência do
intervalo de parto e, provavelmente se deve às alterações administrativas e de
manejo pelas quais a propriedade passou.
51
5. CONCLUSÕES
- Os valores do peso ao nascer da cria e idade ao primeiro parto do rebanho
em estudo mostram que as fêmeas produto dos cruzamentos estudados poderiam
ser recomendadas por sua produtividade.
- Foram verificadas falhas em relação ao intervalo de parto e período de
serviço, apresentando valores que estão muito acima do ideal.
- Recomenda-se melhorar a observação do cio e da alimentação de fêmeas
que entram em reprodução com 14 meses, com a finalidade de diminuir o intervalo
de parto; e adotar estações reprodutivas diferentes para novilhas.
52
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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59
7. APÊNDICES
Tabela 4 - Análise de variância da duração da gestação
Fontes de Variação Graus de Liberdade Quadrado Médio Grupo genético 2 273,94 ** Mês de parto 4 148,50 ** Ano de parto 5 510,30 ** Sexo da cria 1 80,67 ns
Ordem de parto 4 39,17 ns Resíduo 461 27,10
** P < 0,01 NS P > 0,05 Tabela 5 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão da
duração da gestação de acordo com os diversos efeitos analisados
Grupo Genético da Fêmea N Duração da Gestação Red Angus 309 287,51 ± 0,79 a Santa Gertrudis 122 284,81 ± 1,02 b Stabilizer 47 287,86 ± 1,24 a médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05).
60
Tabela 5, Cont.;
Mês de Parto N Duração da Gestação Setembro 50 283,61 ± 1,23 b Outubro 196 286,42 ± 1,01 a Novembro 120 288,27 ± 0,95 a Dezembro 77 287,31 ± 1,01 a Janeiro 35 288,01 ± 1,30 a Ano de Parto 1998 44 283,52 ± 1,32 a 1999 28 284,93 ± 1,41 ab 2000 83 285,59 ± 1,17 b 2001 158 290.24 ± 0.92 c 2002 59 290,63 ± 1,03 c 2003 106 285,44 ± 0,87 d Sexo Macho 251 287,14 ± 0,93 a Fêmea 227 286,31 ± 0,96 a Ordem de parto 1° 279 287,29 ± 0,45 a 2° 138 286,48 ± 0,61 ab 3° 49 285,14 ± 1,00 b 4° 9 286,59 ± 1,91 ab 5° 3 288,13 ± 3,14 ab médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05).
Tabela 6 - Análise de variância do peso ao nascer da cria
Fontes de Variação Graus de Liberdade Quadrado Médio Grupo genético 2 42,34 **
Estação de parto 1 14,85 ns Ano de parto 5 74,35 **
Tipo de cobertura 1 64,95 ** Sexo da cria 1 156,80 **
Ordem de parto 4 23,67 ** Resíduo 796 6,90
** P < 0,01 NS P > 0,05
61
Tabela 7 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão do peso ao nascer da cria (kilogramas) de acordo com os diversos efeitos analisados.
Grupo Genético da Fêmea N Peso ao Nascer da Cria Red Angus 574 35,96 ± 0,19 a
Santa Gertrudis 177 35,18 ± 0,32 b Stabilizer 60 36,29 ± 0,45 a
Estação de Parto Período da Águas 673 36,00 ± 0,26 a Período da Seca 138 35,62 ± 0,33 a
Ano de Parto
1998 46 35,83 ± 0,52 a 1999 40 36,40 ± 0,53 a 2000 102 36,12 ± 0,39 a 2001 180 36,28 ± 0,29 a 2002 175 35,84 ± 0,27 a 2003 268 34,39 ± 0,22 b
Tipo de Cobertura
Inseminação Artificial 484 36,21 ± 0,30 a Monta Natural 327 35,41 ± 0,29 b
Sexo Macho 419 36,25 ± 0,28 a Fêmea 392 35,37 ± 0,29 b
Ordem de parto
1° 314 34,92 ± 0,21 a 2° 231 35,66 ± 0,26 b 3° 148 35,87 ± 0,34 b 4° 88 36,01 ± 0,42 b 5° 30 36,49 ± 0,59 b
médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05
62
Tabela 8 - Análise de variância da idade ao primeiro parto
Fontes de Variação Graus de Liberdade Quadrado Médio Grupo genético 2 35,54 ns Mês de parto 4 17,50 ns Ano de parto 1 333,36 **
Tipo de cobertura 5 96,15 ** Int. T. cob A. parto 1 5 27,93 ns
Resíduo 279 13,88 1 Interação Tipo de cobertura e Ano de parto ** P < 0,01 NS P > 0,05
Tabela 9 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão da idade ao primeiro parto de acordo com os diversos efeitos analisados.
Grupo Genético da Fêmea N Idade ao Primeiro Parto Red Angus 170 32,59 ± 0,51 a Santa Gertrudis 93 33,82 ± 0,61 b Stabilizer 34 32,71 ± 0,83 ab Mês de Parto Setembro 51 32,11 ± 0,75 a Outubro 142 33,52 ± 0,58 a Novembro 57 33,68 ± 0,68 a Dezembro 33 33,23 ± 0,85 a Janeiro 14 32,67 ± 1,11 a Ano de Parto 1998 45 28,80 ± 1,42 a 1999 24 31,77 ± 1,01 ab 2000 48 36,06 ± 0,94 c 2001 89 31,61 ± 1,37 b 2002 39 36,69 ± 1,02 c 2003 52 33,32 ± 1,14 b Tipo de Cobertura Inseminação Artificial 276 35,29 ± 0,37 a Monta Natural 21 30,79 ± 0,91 b médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05
63
Tabela 10 - Análise de variância do intervalo de parto
Fontes de Variação Graus de Liberdade Quadrado Médio Grupo genético 2 12421,12 ns
Estação de parto 1 429049,14 ** Ano de parto 3 228044,68 **
Tipo de cobertura 1 834477,05 ** Sexo da cria 1 16834,61 ns
Ordem de parto 3 221427,93 ** Int. T. cob A. parto 1 3 143838,90 **
Resíduo 463 8247,92 1 Interação Tipo de cobertura e Ano de parto ** P < 0,01 NS P > 0,05
Tabela 11 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão do intervalo de parto de acordo com os diversos efeitos analisados.
Grupo Genético da Fêmea N Intervalo de Parto Red Angus 372 498,90 ± 09,26 a Santa Gertrudis 81 509,57 ± 15,68 a Stabilizer 25 473,25 ± 23,74 a Estação de Parto Período da Águas 400 449,00 ± 12,84 a Período da Seca 78 538,82 ± 16,50 b Ano de Parto 2000 48 550,78 ± 22,41 a 2001 88 402,61 ± 19,97 b 2002 130 477,17 ± 15,84 c 2003 212 545,07 ± 10,83 a Tipo de Cobertura Inseminação Artificial 192 561,99 ± 15,00 a Monta Natural 286 425,83 ± 15,04 b médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05).
64
Tabela 11, Cont.;
Sexo N Intervalo de Parto Macho 236 499,89 ± 13,90 a Fêmea 242 487,92 ± 14,19 a Ordem de parto 2° 218 576,79 ± 10,21 a 3° 146 502,07 ± 13,72 b 4° 85 471,12 ± 17,56 c 5° 29 425,66 ± 23,57 d médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05).
Tabela 12 – Médias e desvios padrão do intervalo de parto (dias) de acordo com a interação ano de parto e tipo de cobertura
Ano de Parto
Tipo de Cobertura N Intervalo de Parto
Inseminação artificial 38 698,86 ± 98,29 2000 Monta Natural 10 558,80 ± 105,33 Inseminação artificial 77 460,45 ± 104,19 2001 Monta Natural 11 362,18 ± 27,11 Inseminação artificial 22 515,90 ± 135,15 2002 Monta Natural 108 483,15 ± 116,34 Inseminação artificial 55 660,43 ± 128,79 2003 Monta Natural 157 418,24 ± 86,88
Tabela 13 - Análise de variância do período de serviço
Fontes de Variação Graus de Liberdade Quadrado Médio Grupo genético 2 11933,54 ns
Estação de Parto 1 450972,66 ** Ano de parto 3 231641,86 **
Tipo de cobertura 1 761616,11 ** Sexo da cria 1 16414,59 ns
Ordem de parto 3 213400,16 ** Int. T. cob A. parto 1 3 151564,70 **
Resíduo 463 8230,93 1 Interação Tipo de cobertura e Ano de parto ** P < 0,01 NS P > 0,05
65
Tabela 14 - Médias dos mínimos quadrados, e os respectivos erros padrão do período de serviço de acordo com os diversos efeitos analisados.
Grupo Genético da Fêmea N Período de Serviço Red Angus 372 214,96 ± 09,25 a Santa Gertrudis 81 227,43 ± 15,67 a Stabilizer 25 192,83 ± 23,71 a Estação de Parto Período da Águas 400 165,70 ± 12,83 a Período da Seca 78 257,78 ± 16,48 b Ano de Parto 2000 48 270,17 ± 22,38 a 2001 88 120,37 ± 19,95 b 2002 130 193,61 ± 15,82 c 2003 212 262,83 ± 10,82 a Tipo de Cobertura Inseminação Artificial 192 276,78 ± 14,98 a Monta Natural 286 146,70 ± 15,03 b Sexo Macho 236 217,65 ± 13,89 a Fêmea 242 205,83 ± 14,18 a Ordem de parto 2° 218 293,16 ± 10,20 a 3° 146 219,96 ± 13,71 b 4° 85 190,00 ± 17,54 c 5° 29 143,85 ± 23,54 d médias com a mesma letra não diferiu si pelo pdiff a 5% (P>0,05). médias com letras diferentes, foram estatisticamente diferente pelo pdiff a 5% (P<0,05).
66
Tabela 15 – Médias e desvios padrão do período de serviço (dias) de acordo
com a interação ano de parto e tipo de cobertura.
Ano de Parto
Tipo de Cobertura N Período de Serviço
Inseminação artificial 38 411,39 ± 96,39 2000 Monta natural 10 278,20 ± 105,80 Inseminação artificial 77 169,62 ± 103,82 2001 Monta natural 11 82,09 ± 26,85 Inseminação artificial 22 225,77 ± 132,02 2002 Monta natural 108 200,72 ± 116,97 Inseminação artificial 55 374,69 ± 130,18 2003 Monta natural 157 135,40 ± 86,90