Avaliação pelo fluxo de caixa livre e avaliação de empresas fechadas

Post on 11-Apr-2017

1.491 views 0 download

Transcript of Avaliação pelo fluxo de caixa livre e avaliação de empresas fechadas

Avaliação pelo Fluxo de Caixa

grgggggggggggggggggggggggggggg

Disciplina: Finanças Aplicadas IIObjetivo da aula: apresentar os direcionadores de valor das empresas e como elas podem ser avaliadas por eles.Conteúdo: (a) avaliação pelo fluxo de caixa livre e (b) avaliação de empresas fechadas.

2Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Introdução

• A teoria da avaliação de ativos foi apresentada anteriormente (fluxos de caixa futuros a valor presente). Aqui veremos uma fórmula-base que ligará a teoria com a prática.

3Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Sobre a Prova• Vocês poderão usar um (e apenas um) lado de uma

folha de caderno para anotar o que quiserem, quando estiverem estudando e levar para a prova.

4Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

A matemática da criação de valorAlguns conceitos básicos:• Net operating profit less adjusted taxes (NOPLAT):

lucro operacional menos os tributos relacionados às atividades operacionais;

• Capital investido (IC): o nome já é autoexplicativo. Principalmente o PPE e o capital de giro (WC);

• Investimento líquido (NInvest): • Fluxo de Caixa Livre (FCF):

• Retorno sobre o capital investido (ROIC):

5Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

IntroduçãoAlguns conceitos básicos:• Custo médio ponderado de capital (WACC):

discutiremos isso melhor na aula de custo do capital.• Taxa de crescimento (g): é a taxa de crescimento do

NOPLAT e o CF.• Taxa de investimento (TI): Pressuposto básico assumido – o g do CF é constante:• As receitas e o NOPLAT crescem a uma taxa

constante (g) e a empresa investe a mesma proporção do NOPLAT em seus negócios todos os anos.

6Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

A matemática da criação de valor• Usando a fórmula da perpetuidade:

• Definindo FCF em função do NOPLAT (subscritos suprimidos):

7Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

A matemática da criação de valor• Como g é:

• Então TI será:

• Novo FCF:

8Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

A matemática da criação de valor• A fórmula geral para avaliação de ativos é a seguinte:

• Exemplo 1: NOPLAT t = 100; g = 5%; ROIC = 10% e WACC = 10%. Qual é o valor desse ativo?

• Exemplo 2: use o g = 8%;• Exemplo 3: use o ROIC = 20%; e• Exemplo 4: use o WACC = 20%.

Compare todos os valores

9Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

A matemática da criação de valor1. Faça com que a fórmula do slide anterior fique em

função do WACC, no lugar do valor da empresa.

2. Essa é uma maneira de encontrarmos o custo do capital implícito.

3. Para que isso serve?

4. Considerando os dados do exemplo 1 do slide anterior e que o valor da empresa é $ 1.500, qual será o custo do capital implícito, com base na sua fórmula resposta da questão 1?

10Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Direcionadores de valor na prática• Na prática, muitas vezes, os direcionadores de valor

não são constantes (ROIC e g). Quando isso acontece, precisa-se utilizar um modelo mais flexível. Contudo, essa fórmula é importante para sabermos o que direciona o valor dos ativos (KOLLER; GOEDHART; WESSELS, 2010).

• Com base nessa fórmula, podemos embasar a análise por múltiplos (índice P/L):

11Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Direcionadores de valor na práticaRecapitulando...• Como uma empresa pode aumentar o seu valor de

mercado?

12Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Corolário• A principal lição sobre valuation e finanças

corporativas:– Qualquer ação da gestão que não leve a um aumento do

fluxo de caixa, não levará à criação de valor (KGW, 2010).

• Cuidado com empresas muito específicas:– Empresas de alto crescimento;– Start-ups;– Companhias que dependem muito da sazonalidade (como

avaliar uma construtora de navios?!);– Etc.

13Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Valuation x HME• Se o valor intrínseco calculado for diferente do valor

de mercado, quer dizer que o mercado não é eficiente?– Não necessariamente. Os dois valores (estimados com

base em fundamentos) tendem a convergir (DAMODARAN, 2002).

14Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”

15Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”• Os princípios são os mesmos, porém há alguns

problemas.• Principais diferenças entre empresas abertas e

fechadas:1. Menor preocupação com a qualidade da informação

contábil;2. Assimetria informacional;3. Ausência de um mercado ativo (pouca liquidez);4. Empresas privadas tem-se o problema do engajamento

do “dono” na gestão (problemas com o princípio da entidade) e pouca diversificação, pois o dinheiro está aplicado na empresa.

16Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”TAXAS DE DESCONTO• Problemas no cálculo da taxa de desconto usando o

Beta:– Não há como calcular o beta-padrão pelo CAPM; e– Alguns gestores de empresas privadas falham em

diversificar os investimentos.• Soluções:

1. Beta contábil;2. Beta fundamental; e3. Bottom-up beta.

17Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Beta contábil

a) Beta desalavancado: utiliza-se o lucro operacional;b) Beta alavancado: utilização do lucro líquido.Limitações:– Existem poucas observações (geralmente as empresas

privadas só mensuram o lucro de 31/12); e– Frequentemente os lucros são gerenciados e são objeto de

julgamento da empresa.• Exemplo de beta alavancado (dados anuais da Vale).

18Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Beta fundamental• Estima-se uma regressão do beta contra os

fundamentos da empresa – em cross-section. Após isso substituem-se os valores das variáveis pelos fundamentos da empresa fechada.

• Exemplo de Damodaran: Beta = 0,6507 + 0,25*CV_LO + 0,09*D/E + 0,54*g – 0,000009*TA

R² = 18%• Uma empresa tem CV_LO = 0,4; D/E = 128,57%; g =

30%; TA = $ 9 milhões.• O beta estimado é de 1,03.

19Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Bottom-up beta• Efetua-se um ajuste ao beta desalavancado-médio de

uma carteira de empresas “comparáveis”.• Exemplo de Damodaran (betas desalavancados):– Empresas de baseball: aquelas com considerável parte da

receita advinda do baseball (2 empresas e beta de 0,64);– Empresas de esportes: aquelas com considerável parte da

receita advinda de esportes (22 empresas e beta de 0,90);– Empresas de entretenimento: 91 empresas e beta de 0,79;

• Considerando D/E = 25% e tributos de 40%:Beta alavancado = 0,9*[1+(1-0,4*(0,25)] = 1,04

Dados de Damodaran

20Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Alavancado (bL) x Desalavancado (bU)• Em empresas fechadas devemos usar o beta

alavancado, visto que a estrutura de capital é importante.

• Passos:– Encontrar o beta médio do setor;– Desalavancá-lo;– Alavancar de acordo com a estrutura de capital da

empresa.

21Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”• Alavancado (bL) x Desalavancado (bU)• Ver vídeo.

22Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Ajuste para a não diversificação• Não veremos detalhadamente – mas deve-se levar

em consideração quando:1. A empresa estiver sendo avaliada para venda – ajustado

com base nos potenciais compradores;2. Se a avaliação estiver sendo realizada para um outro

indivíduo.3. Se a avaliação estiver sendo feita para um IPO, não

precisa do ajuste (por quê?).• Para mais informações ver Damodaran (2002,

p.667).

23Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Custo da dívida• Para empresas de capital aberto é fácil de se obter:

títulos emitidos e notas explicativas.• Para empresas fechadas:

1. Taxas de juros de empréstimos recentes (despesa de juros/valor da dívida, pode não ser uma boa proxy, pois pode não representar o presente fato);

2. Se for para um IPO podemos considerar a média do setor, visto que a empresa está buscando se tornar comparável com os seus pares.

24Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Custo da dívida• A YANKEES tem um custo de dívida, baseado em seus

últimos empréstimos, de 7%. Como a empresa paga 40% de tributos, o custo da dívida após os tributos é de: 7%*(1-40%) = 4,2%.

• Em caso de abertura de IPO, deve-se considerar os ratings (ver DAMODARAN, 2002, p.670).

25Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Custo do capital• CC = CPP (ou ke) + CD (ou kd)• Para o CPP considere uma Rf de 6%, o Beta total

(ajustado) de 2,07 e prêmio pelo risco de 4%. O CPP será de 14,28%.

• Considerando que a estrutura de capital é formada de 20% de capital de terceiros e 80% de capital próprio, custo da dívida de 4,2%, então o CC é de 12,26%.

26Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Fluxo de caixa• Deve-se utilizar a mesma estimativa de fluxo de

caixa para as empresas abertas, porém com alguns cuidados:1. Algumas empresas não consideram adequadamente os

salários dos “donos-gestores” (dividendos x salário);2. Problemas com o princípio da entidade (mais relacionado

às empresas menores);3. Os tributos podem divergir, dependendo da empresa.

27Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Estimando o lucro operacional

$Receita total 209.000,000Despesas operacionais 140.153.000Lucro Operacional (EBIT) 68.847.000Ajustes 4.500.000LO ajustado 73.347.000Tributos (40%) 29.338.800LO líquido 44.008.200

28Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Empresas “fechadas”Crescimento (g)• Pode ser estimado com base no crescimento

histórico (cuidado!) ou com base nos fundamentos (ROIC*TI).

• g histórico: (a) problemas com os padrões contábeis, e (b) os lucros, em média, são apresentados anualmente.

• A solução é usar os fundamentos (ROIC*TI)!• Para ver como estimar o crescimento histórico e o

desconto pela iliquidez, ver Damodaran (2002, p. 676-681).

29Felipe Ponteswww.contabilidademq.blogspot.com

Exercício• Beta (u) de empresas comparáveis: 0,8• Correlação das empresas comparáveis com o mercado: 0,5• Tributos: 34%• Meta de capital de terceiros: 40% (com base no valor de

mercado: 35%)• Rf: 6%• Prêmio pelo risco: 5%• Custo da dívida: 5%• Lucro operacional: 150.000.000• Sabe-se que a empresa paga um salário ao gestor-dono de

120.000,00, quando deveria pagar 140.000,00 ao ano.• G: 4%• ROIC: 20%

Pede-se:a) Beta desalavancado total;b) Beta alavancado total;c) Custo do capital;d) Lucro operacional após os

tributos;

e) Fluxo de caixa livre;f) Valor da empresa