Post on 16-Dec-2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ZOOTECNIA
AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE
CAJU E QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA
Dourados ndash MS
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ZOOTECNIA
AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU E
QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA
ZOOTECNISTA
Orientador Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de Goes
Co-orientadorJefferson Rodrigues Gandra
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias
da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
como parte dos requisitos exigidos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo
de MESTRE EM ZOOTECNIA Aacuterea de Concentraccedilatildeo
Produccedilatildeo animal
Dourados ndash MS
2017
i
Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 413)
―Se as cidades forem destruiacutedas e os campos forem conservados
as cidades ressurgiratildeo mas se queimarem os campos e
conservarem as cidades estas natildeo sobreviveratildeo
(Benjamin Franklin)
ii
BIOGRAFIA
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz
Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go
Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do
Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa
Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e
Industrial (2011-2012)
Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em
Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo
Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017
iii
DEDICATOacuteRIA
Agrave Deus
Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)
Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e
Aos meus mestres
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo
amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias
Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para
mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento
Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo
Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave
minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos
pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A
vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz
Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique
Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de
incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada
Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade
por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir
comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem
desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada
Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela
disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao
seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo
Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao
passar seus conhecimentos Muito obrigada
Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr
Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e
anaacutelise estatiacutestica dos dados
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ZOOTECNIA
AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU E
QUITOSANA COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA
ZOOTECNISTA
Orientador Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de Goes
Co-orientadorJefferson Rodrigues Gandra
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias
da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
como parte dos requisitos exigidos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo
de MESTRE EM ZOOTECNIA Aacuterea de Concentraccedilatildeo
Produccedilatildeo animal
Dourados ndash MS
2017
i
Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 413)
―Se as cidades forem destruiacutedas e os campos forem conservados
as cidades ressurgiratildeo mas se queimarem os campos e
conservarem as cidades estas natildeo sobreviveratildeo
(Benjamin Franklin)
ii
BIOGRAFIA
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz
Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go
Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do
Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa
Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e
Industrial (2011-2012)
Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em
Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo
Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017
iii
DEDICATOacuteRIA
Agrave Deus
Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)
Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e
Aos meus mestres
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo
amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias
Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para
mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento
Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo
Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave
minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos
pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A
vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz
Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique
Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de
incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada
Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade
por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir
comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem
desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada
Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela
disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao
seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo
Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao
passar seus conhecimentos Muito obrigada
Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr
Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e
anaacutelise estatiacutestica dos dados
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
i
Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 413)
―Se as cidades forem destruiacutedas e os campos forem conservados
as cidades ressurgiratildeo mas se queimarem os campos e
conservarem as cidades estas natildeo sobreviveratildeo
(Benjamin Franklin)
ii
BIOGRAFIA
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz
Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go
Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do
Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa
Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e
Industrial (2011-2012)
Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em
Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo
Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017
iii
DEDICATOacuteRIA
Agrave Deus
Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)
Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e
Aos meus mestres
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo
amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias
Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para
mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento
Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo
Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave
minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos
pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A
vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz
Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique
Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de
incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada
Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade
por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir
comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem
desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada
Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela
disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao
seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo
Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao
passar seus conhecimentos Muito obrigada
Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr
Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e
anaacutelise estatiacutestica dos dados
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
ii
BIOGRAFIA
ELIS REGINA DE QUEIROZ VIEIRA filha de Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz
Vieira nasceu 23 de novembro de 1990 na cidade de Porangatu-Go
Em fevereiro de 2009 ingressou no curso de Zootecnia pela Faculdade Federal do
Tocantins na cidade de Araguaiacutena - TO Desenvolveu atividades no Programa Bolsa
Permanecircncia na modalidade acadecircmica (2009-2011) Foi bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) na modalidade ITI- Iniciaccedilatildeo Tecnoloacutegica e
Industrial (2011-2012)
Em marccedilo de 2015 iniciou o programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em niacutevel de Mestrado em
Zootecnia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD - MS) na aacuterea de concentraccedilatildeo
Produccedilatildeo Animal submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em 20 de fevereiro de 2017
iii
DEDICATOacuteRIA
Agrave Deus
Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)
Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e
Aos meus mestres
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo
amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias
Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para
mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento
Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo
Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave
minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos
pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A
vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz
Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique
Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de
incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada
Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade
por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir
comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem
desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada
Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela
disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao
seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo
Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao
passar seus conhecimentos Muito obrigada
Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr
Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e
anaacutelise estatiacutestica dos dados
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
iii
DEDICATOacuteRIA
Agrave Deus
Aos meus pais (Edivan Dias Vieira e Aila de Queiroz Vieira)
Aos meus irmatildeos (Klebio de Queiroz Vieira e Klebiana de Queiroz Vieira) e
Aos meus mestres
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo
amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias
Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para
mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento
Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo
Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave
minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos
pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A
vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz
Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique
Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de
incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada
Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade
por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir
comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem
desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada
Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela
disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao
seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo
Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao
passar seus conhecimentos Muito obrigada
Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr
Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e
anaacutelise estatiacutestica dos dados
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao meu Deus por tudo que vivi durante esta trajetoacuteria de vida pela graccedila pelo
amor pela minha profissatildeo e pelas minhas realizaccedilotildees diaacuterias
Agradeccedilo a Faculdade Federal da Grande Dourados (UFGD) por abrirem as portas para
mim e proporcionar a realizaccedilatildeo deste sonho Ao Concelho Nacional de Desenvolvimento
Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) e a Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) pela concessatildeo da bolsa de estudo
Agradeccedilo imensamente do fundo do meu coraccedilatildeo ao meu pai Edivan Dias Vieira agrave
minha matildee Aila de Queiroz Vieira pela educaccedilatildeo amor e por abdicarem seus tempos e projetos
pessoais para que eu estivesse a oportunidade de estudar e ter uma boa formaccedilatildeo profissional A
vocecircs o meu eterno amor eminha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo ao meu irmatildeo Klebio de Queiroz Vieira agrave minha irmatilde Klebiana de Queiroz
Vieira aos meus sobrinhos Henrique Vieira Barbosa Anna Juacutelia Dias Vieira e Enzo Henrique
Guimaratildees Vieira bem como os demais familiares por todo o apoio carinho e palavras de
incentivo durante o periacuteodo que estive fora Muito obrigada
Agradeccedilo ao Adnilson Franklin pelas palavras de carinho companheirismo amizade
por estar presente em todos os momentos e ajudar quando eu mais precisei Obrigada por dividir
comigo as minhas anguacutestias ansiedades alegrias tristezas A vocecirc minha eterna gratidatildeo
Agradeccedilo agrave Dona Cleide pelas oraccedilotildees carinho amizade por ter me acolhido tatildeo bem
desde o primeiro dia em que a vi Muito obrigada
Agradeccedilo ao meu orientador professor Dr Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
Goes pela oportunidade pela confianccedila atenccedilatildeo ensinamento discussotildees acadecircmicas pela
disponibilidade em auxiliar todas as vezes que eu precisei Soacute tenho agradecer a sua pessoa e ao
seu profissionalismo Ao senhor a minha eterna gratidatildeo
Aos professores da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zootecnia da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) pelos ensinamentos orientaccedilotildees amizade e por natildeo medirem esforccedilos ao
passar seus conhecimentos Muito obrigada
Aos professores Dr Leonardo de Oliveira Seno (Coordenador do curso) e professor Dr
Jefferson Rodrigues Gandra por toda colaboraccedilatildeo dedicaccedilatildeo e auxiacutelio durante a tabulaccedilatildeo e
anaacutelise estatiacutestica dos dados
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
v
A professora Dra Claacuteudia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
pela ajuda nas anaacutelises bioquiacutemicas
Aos professores Dr Alexandre Rodrigo M Fernandes e Dra Milene Puntel Osmari por
comporem a minha banca e enriquecerem meu trabalho com suas valiosas contribuiccedilotildees
Aos professores Dr Luis Carlos Vinhas Iacutetavo (UFMS) e Dr Eduardo Leal (UFMS) por
contribuirem nas anaacutelises de produccedilatildeo de gaacutes Muito obrigada aos senhores
Ao professor Dr Antocircnio Ferriani Branco (UEM) por fornecer o liacutequido da casca
castanha de caju utilizado nos experimentos
Agradeccedilo a todos os amigos e alunos participantes do grupode pesquisa NERUem
especial ao Charles Jhonathan Raquel Tenoacuterio Amanna Jacauacutena Luiacutez Henrique pela amizade
dedicaccedilatildeo e por colaborarem com a minha pesquisa Muito obrigada
Aos meus colegas do mestrado pela amizade e pelos momentos que passamos juntos em
especial a Laura Ferreira Sou grata a vocecirc e sua famiacutelia pela amizade e por me acolherem nos
primeiros meses de faculdade Vocecircs foram de grande valia para mim Levarei para a vida toda
Agradeccedilo todos os teacutecnicos do laboratoacuterio de solos laboratoacuterio de plantas medicinais e
laboratoacuterio de nutriccedilatildeo animal em especial Giza Gressler Phaena Moraes e Suzana Heim pela
amizade por toda dedicaccedilatildeo e atenccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo das anaacutelises
A todos os funcionaacuterios da UFGD em especial ao Ronaldo por toda paciecircncia atenccedilatildeo
carisma Obrigada pela colaboraccedilatildeo pelo trabalho prestado e por me auxiliar todas as vezes que
precisei Grata
Aos amigos que construiacute durante este periacuteodo deixo aqui os meus agradecimentos
Enfim a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para que fosse possiacutevel a
realizaccedilatildeo desde trabalho deixo aqui os meus Agradecimentos
MUITO OBRIGADA
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
vi
SUMAacuteRIO
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES E SIGLAS x
RESUMO 1
ABSTRACT 2
CAPIacuteTULO I 3
1 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 3
11 Introduccedilatildeo 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 5
21 Aditivos alimentares parabovinos 5
22 Liacutequido da casca castanha de caju e sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal 7
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes 10
R REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 13
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivos especiacuteficos 17
CAPIacuteTULO 2 AVALIACcedilAtildeO DO LIacuteQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU
ASSOCIADO COM QUITOSANA SOBRE A DIGESTAtildeO RUMINAL IN VITRO E
FERMENTACcedilAtildeO RUMINAL DE DIETAS COM DIFERENTES PROPORCcedilOtildeES DE
VOLUMOSOCONCENTRADO
18
RESUMO 18
ABSTRACT 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 20
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 21
211 Local 21
212 Animais e instalaccedilotildees 21
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos 21
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN FDA e
HCEL (ensaio1)
23
215 Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta (ensaio 2) 24
217 Determinaccedilatildeo da Produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da
fermentaccedilatildeo ruminal (ensaio 3) 25
3 RESULTADOS 28
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
vii
4 DISCUSSAtildeO 34
5 CONCLUSOtildeES 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 38
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
22
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria
orgacircnica (DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas
experimentais 29
Tabela 3 Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
(DIVFDN) digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) e
digestibilidade in vitro da hemicelulose das diferentes dietas
experimentais 30
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH 31
Tabela 5 Concentraccedilotildees de acetato proprionato e butirato (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a
inclusatildeo de aditivos 32
Tabela 6 Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais 33
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
ix
LISTA DE FIGURAS
Paacutegina
Figura1 Principais constituintes do LCCC 11
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal
em funccedilatildeo dos tempos de coleta 38
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
x
LISTA DEABREVICcedilOtildeES E SIGLAS
AGCC Aacutecidos graxos de cadeia curta
CONT Controle positivo (Monensina)
DHCEL Digestibilidade in vitro da hemicelulose
DIVFDA Digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido
DIVFDN Digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro
DIVMO Digestibilidade in vitro da mateacuteria orgacircnica
DIVMS Digestibilidade in vitro da mateacuteria seca
DIVPB Digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta
FDA Fibra em detergente aacutecido
FDN Fibra em detergente neutro
LCCC Liquido da casca da castanha de caju teacutecnico
LCCCQ Liquido da casca da castanha de caju associado com Quitosana
MO Mateacuteria orgacircnica
MS Mateacuteria seca
PB Proteiacutena bruta
QUI Quitosana
VC Volumoso com concentrado
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
1
RESUMO
LIQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DE CAJU ASSOCIADO Agrave QUITOSANA
COMO ADITIVO PARA RUMINANTES
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 Avaliaccedilatildeo in vitro da associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de
caju e quitosana como aditivo para ruminantes Orientador Rafael Henrique de Tonissi e
Buschinelli de Goes Co-orientador Jefferson Rodrigues Gandra
Objetivou-se avaliar o efeito isolado ou a associaccedilatildeo do liquido da casca da castanha
de caju (LCCC) e da quitosana como aditivos naturais moduladores da fermentaccedilatildeo ruminal
de bovinos Foi coletado via cacircnula liacutequido ruminal de dois bovinos mesticcedilos de aptidatildeo
leiteira adultos machos castrados com peso meacutedio de 350kg plusmndistribuiacutedos em um
delineamento inteiramente casualizado A dieta formulada foi composta de feno de Tifton 85
(Cynodon spp) representando a fraccedilatildeo volumosa e milho (4972) farelo de soja (4005) e
suplemento mineral (1023) como concentrado sendo fornecidas nas seguintes relaccedilotildees
volumosoconcentrado (VC) 2080 3565 5050 6535 e 10000 Os aditivos foram
adicionados nas proporccedilotildees 500mgkg de MS de LCCC 500 mgkg de MS de quitosana 200
mgkg de MS de monensina (controle positivo) e associaccedilatildeo entre quitosana e o LCCC(500 +
500 mgkg de MS respectivamente) distribuiacutedos aleatoriamente em delineamento
inteiramente casualizado Foram avaliados a digestibilidade in vitro da MO MS PB FDN
FDA e DHCEL Observou-se efeito linear das relaccedilotildees VC sobre DIVMO e DIVMS e efeito
quadraacutetico sobre DIVPB Foi verificado efeito do aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO
DIVMS e DIVPBFoi observada interaccedilatildeo entre relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN
DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2
horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 ha poacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e
nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais
manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de amocircnia miacutenima de 1067 mgdL
respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo
da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior
com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a acineacutetica da produccedilatildeo de gases para
os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo
da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras) paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo
lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de
gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC
para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo significativa dos fatores principais relaccedilatildeo
VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju e
quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do liacutequido do ruminal apresentaram
resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como alternativa ao uso dos antibioacuteticos
ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju associado com a quitosana natildeo proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a
digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a
quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio
que novos estudos sejam realizados para identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois
aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta fermentaccedilatildeo ruminal digestibilidade
in vitro paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
2
CASHEW NUT SHELL LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN AS AN
ADDITIVE FOR RUMINANTS
VIEIRA Elis Regina de Queiroz Universidade Federal da Grande Dourados Dourados- MS
fevereiro de 2017 In vitro evaluation of the association of cashew nut liquid and chitosan as
additive for ruminants Adviser Rafael Henrique de Tonissi and Buschinelli de Goes Co-
adviser Jefferson Rodrigues Gandra
ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the isolated effect or the association
of cashew nut liquid (CNSL) and chitosan as natural additives modulators of bovine ruminal
fermentation Ruminal fluid was collected from two lactating dairy cows adults castrated
males with a mean weight of 350 kg plusmn distributed in a completely randomized design The
formulated diet was composed of Tifton 85 hay (Cynodon spp) representing the forage
fraction and maize (4972) soybean meal (4005) and mineral supplement (1023) as
concentrate Supplied in the following relation forage concentrated (V C) 2080 3565
5050 6535 and 100 00 The additives were added in the proportions 500 mgkg CNSL
DM 500 mgkg of chitosan DM 200 mg monensin kgDM (positive control) and association
between chitosan and CNSL (500 + 500 mgkg DM respectively) randomly distributed in a
completely randomized design The in vitro digestibility of the OM DM CP NDF ADF and
DHCEL were evaluated The linear effect of the relations forageConcentrated hips on
IVDMD and IVDMD and quadratic effect on IVDF was observed The effect of the additive
and the F C was verified for IVDMD IVDOM and IVDCP Interaction between V C and the
additive on IVDNDF IVDADF and DHCEL was observed In vitro samples were collected at
intervals of 2 hours at 0 2 4 6 8 and 10 h after incubation (hour 0) for analysis of pH and
ammoniacal nitrogen and at 02 times 48 of AGCCC The inclusion of the natural additives
maintained the pH above 60 and the minimum ammonium concentration of 1067 mgdL
respectively The interaction between the V C ratio and the additive on the concentration of
the production of acetic acid propionic acid and butyric acid was verified The C2 C3 ratio
was higher with the inclusion of the monensin antibiotic The gas production akinetics were
evaluated for parameters A (fast gas g g gas production) parameter B (rate of production of
the fraction A h-1) parameter C (lag time hours) (D h-sup1 fraction) and cumulative gas
production (A + D) parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g)
Significant effect of the additives was verified in parameter C Of the relation V C for the
parameters A C D and A + D And significant interaction of the main factors V C and
additive in the parameter A + D The inclusion of cashew nut liquid and chitosan as additive
modulators of ruminal liquid fermentation showed positive results allowing its use as an
alternative to the use of ionophore antibiotics in ruminant feed However the inclusion of
cashew nut liquid associated with chitosan did not provide satisfactory effects on nutrient
digestibility The reduction in digestibility may be related to the amount of the dose and or
the inhibitory activity of these compounds Therefore it is necessary that furtherstudies be
performed to identify the optimum dose of the association of these two additives in bovine
feed
Key words gas production in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters
short chain fatty acids
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
3
CAPIacuteTULO 1
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 INTRODUCcedilAtildeO
As dietas de ruminantes com alto teor de concentrado satildeo frequentemente utilizadas
por produtores como forma de maximizar o desempenho produtivo dos bovinos No entanto
essas dietas podem afetar a fermentaccedilatildeo ruminal ao reduzir o pH do ruacutemen diminuindo a
digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes o que pode proporcionar distuacuterbios
metaboacutelicos graves como acidose ruminal Desta forma para melhorar os padrotildees da
fermentaccedilatildeo ruminal e garantir a sauacutede do animal surge agrave necessidade do uso de aditivos na
alimentaccedilatildeo de bovinos
A inclusatildeo dos aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos parece ter efeito satisfatoacuterio sobre
o ambiente ruminal demonstrando que a sua utilizaccedilatildeo na dieta destes animais melhora os
padrotildees da fermentaccedilatildeo ruminal aumenta a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
reduzindo os custos com alimentaccedilatildeo jaacute que os animais conseguem aproveitar de forma mais
eficiente o alimento consumido
No Brasil o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004)
define os aditivos ou promotores de crescimento como substacircncias microrganismos ou
produtos formulados que conteacutem ou natildeo valor nutritivo que satildeo adicionados na alimentaccedilatildeo
animal para melhorar o aproveitamento do alimento desempenho dos animais sadios e
atender as necessidades nutricionais
Quando os ionoacuteforos satildeo adicionados em dietas de bovinos promovem alteraccedilotildees na
populaccedilatildeo de microrganismos ruminais reduzindo as perdas energeacuteticas atraveacutes do excesso
de formaccedilatildeo do gaacutes de metano (MORAIS et al 2011) pois selecionam as bacteacuterias Gram-
negativas que satildeo produtoras de proprionato e inibem o crescimento das bacteacuterias Gram-
positivas que satildeo responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano e aacutecido laacuteticoprodutos indesejaacuteveis
na fermentaccedilatildeo ruminal (RUSSELL amp STROBEL 1989 SHINKAI et al 2012)
Embora a monensina soacutedica e a lasalocida soacutedica tenham apresentado efeitos
satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo do
ruacutemen o aparecimento de bacteacuterias resistentes e a toxicidade destes antibioacuteticos tem sido
evitados por alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia por causar prejuiacutezos agrave sauacutede
humana(GUSTAFSON amp BOWEN 1997)
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
4
Neste contexto os produtos naturais como extratos vegetais em especial os oacuteleos
funcionais surgem como alternativas para substituiccedilatildeo dos antibioacuteticos ionoacuteforos visto quem
melhoram o metabolismo microbiano aumentam as concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e
podem melhorar a digestibilidade total da dieta(VAN SOEST 1991 MAIA et al 2006
HESS et al 2008)
Dentre os oacuteleos estudados o liacutequido da casca de castanha de caju(LCCC)natildeo toacutexico
extraiacutedo a partir do processamento da casca da castanha de caju(Anacardium occidentale L) eacute
considerado como fonte natural de lipiacutedios fenoacutelicos por possuir aacutecido anacaacuterdico cardol e
cardanol os quais apresentam comprovadas atividades antimicrobianas e antioxidantes o que
tem incentivado os nutricionistas estudar o LCCC como possiacutevel aditivo na dieta de
ruminantes (BENCHAAR et al 2008 BURT 2004)
A quitosana(N- acetil- D poliacutemero glucosamina) tambeacutem eacute um produto natural
derivada da desacetilaccedilatildeo da quitina que eacute o principal componente do exoesqueleto de insetos
e crustaacuteceos que podem ser utilizados como substituto dos aditivos quiacutemicos ou antibioacuteticos
O nome quitosana natildeo significa um uacutenico produto mas sim uma famiacutelia de produtos
diferenciando entre si pelo peso molecular e grau de acetilaccedilatildeo (TERBOJEVICH et al 1993)
Ela pode ser utilizada como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e no processo digestivo por
ser atoacutexico e biodegradaacutevel(GOIRI et al 2009) e por possuir propriedade antimicrobiana
vem sendo muito utilizada pela medicina induacutestrias de alimento e cosmeacuteticos (JEONet al
2002)
Desta forma o objetivo da pesquisa foi avaliar in vitro a digestibilidade de
nutrientes o comportamento de paracircmetros metaboacutelicos (pH N-NH3 e AGCC do liacutequido
ruminal) e a cineacutetica da produccedilatildeo de gases de dietas para ruminantes contendo liquido da
casca da castanha de caju eou quitosana
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
5
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21Aditivos alimentares para bovinos
A produccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju (LCCC) tem demonstrado ser
economicamente viaacutevel na induacutestria do agronegoacutecio brasileiro por ser uma fonte renovaacutevel
biodegradaacutevel por promover o desenvolvimento sustentaacutevel e apresentar um elevado
percentual de cardanol resultante do processo industrial do LCCC (MAZZETTO amp
LOMONACO 2009)
O aumento dos custos com alimentaccedilatildeo de bovinos temestimulado os produtores a
buscar estrateacutegias que possam melhorar a digestibilidade e o aproveitamento dos nutrientes
sem que este afete o valor nutritivo dos alimentos O fornecimento de aditivos na dieta surge
como alternativa por atuar como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal promover uma melhor
eficiecircncia de utilizaccedilatildeo do alimento e proporcionar maiores retornos econocircmicos
Os aditivos quando acrescentados a dieta de alto concentrado na alimentaccedilatildeo de
bovinos podem manipular o ambiente ruminal melhorando a conversatildeo alimentar dos
animais e prevenindo distuacuterbios metaboacutelicos como acidose ruminal e laminite (MORRIS et
al1990 OWENS et al1991)Os aditivos interferem na multiplicaccedilatildeo das bacteacuterias Gram-
positivas e intensifica a atividade das bacteacuterias Gram-negativas As bacteacuterias Gram negativa
possuem uma camada lipiacutedica que conteacutem a purina (canais de proteiacutena) o que a torna mais
resistentes que as bacteacuterias Gram positiva Desta forma quando o aditivo entra em contato
com as bacteacuterias Gram positivas iniciam um processo de translocaccedilatildeo de iacuteons provocando um
rompimento da membrana (NAGAJARA et al 1997) As bacteacuterias Gram negativas satildeo
responsaacuteveis pelo aumento da produccedilatildeo de proprionato ruminal e pela reduccedilatildeo na produccedilatildeo de
metano que eacute o principal responsaacutevel pelas perdas de energia pelo animal ao contraacuterio as
bacteacuterias Gram positivas favorecem a produccedilatildeo de metano e a queda do pH ruminal
(RUSSELampSTROBEL1989)
Segundo a normativa nordm13 de 30 de novembro de 2004 os aditivos satildeo substacircncias
ou microrganismos adicionados agrave alimentaccedilatildeo animal e tem por finalidade melhorar o
aproveitamento da dieta consumida sem afetar as caracteriacutesticas do alimento podendo conter
ou natildeo valor nutritivo De acordo com a categoria os aditivos podem ser classificados como
aditivos tecnoloacutegicos (substacircncias adicionada na alimentaccedilatildeo animal com fins tecnoloacutegicos)
aditivos sensoriais (substacircncias utilizadas para manter ou melhorar o sabor odor ou ateacute
mesmo a cor do produto) aditivos nutricionais (substacircncias utilizadas para manter ou melhor
o valor nutritivo dos alimentos) aditivos zooteacutecnicos (qualquer substacircncia utilizada para
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
6
melhorar o desempenho dos animais) e anticoccidiano (toda substacircncia utilizada para eliminar
ou inibir protozoaacuterios)(MAPA 2004)
Os principais aditivos utilizados na alimentaccedilatildeo de bovinos satildeo antibioacuteticos
ionoacuteforoprobioacuteticos e prebioacuteticosextratos vegetais de plantas (taninos saponinas oacuteleos
essenciais oacuteleos funcionais) entre outros
Os antibioacuteticos ioacutenoacuteforos satildeo produtos quiacutemicos que tem como finalidade aumentar o
ganho de peso dos animais aumentar a eficiecircncia alimentar diminuir o tempo de abate
manter a qualidade do ambiente do trato digestoacuterio aleacutem de prevenir agentes patogecircnicos e
melhorar o desempenho dos animais sadios (GONZALES et al 2012) Nesta classe os mais
conhecidos satildeo a monensina soacutedica e lasalocida soacutedica composto mais utilizado na nutriccedilatildeo
animal como promotor de crescimento sendo altamente lipofiacutelico e toacutexico a muitos
microrganismos(HANEY amp HOEHN 1967) No entanto em 1999 a Uniatildeo Europeia (UE)
decidiu proibir na ausecircncia de dados cientiacuteficos a utilizaccedilatildeo de antioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo animal como uma ―forma de prevenccedilatildeo devido possiacutevel
aparecimento de bacteacuterias resistes responsaacuteveis por prejudicar a sauacutede humana
(IPHARRAGUERRE 2003 LOYOLA ampPAILE 2006 BENCHAAR et al 2008)No
entanto o embargo comeccedilou somente em 2006
Segundo Dicostanzo et al (1996) a adiccedilatildeo de ionoacuteforo em dietas de bovinos de
corte apontam melhoria de 6 na conversatildeo alimentar com resultado na reduccedilatildeo do consumo
de mateacuteria seca sem afetar o ganho de peso diaacuterio
Segundo o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA 2004) os
prebioacuteticos satildeo definidos como ingredientes que ao serem fornecidos na dieta natildeo satildeo
digeridos por enzimas digestivas do hospedeiro mas satildeo hidrolisadas pelos microrganismos
presentes no trato gastrointestinal (TGI) Os probioacuteticos satildeo aditivos alimentares a base de
cultura de microrganismos vivos que ao serem adicionados a dieta favorecem o hospedeiro
Alguns trabalhos apontam que estes microrganismos satildeo capazes de colonizar o ambiente
ruminal aumentando o aproveitamento do alimento resultando em uma maior digestatildeo e
menor proliferaccedilatildeo de agentes patogecircnicos
Os probioacuteticos e prebioacuteticos satildeo aditivos que quando adicionados a dieta favorecem
o crescimento do nuacutemero de ceacutelulas tamanho dos vilos e absorccedilatildeo dos nutrientes pelo epiteacutelio
ruminal tendem a inibir proliferaccedilatildeo de bacteacuterias patogecircnicas responsaacutevel pela produccedilatildeo de
compostos toacutexicos que afetam o epiteacutelio ruminal e contribuem com o desenvolvimento de
microrganismos beneacuteficos no TGI (PELICANO et al 2002) Os prebioacuteticos podem melhorar
a produtividade dos animais ruminantes 7 a 8(WALLACE 1994) e quando utilizados
como aditivos prebioacuteticos no leite podem auxiliar na prevenccedilatildeo de doenccedilas provocadas por
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
7
agentes patoacutegenos fuacutengicos diminuindo o nuacutemero de ovos de helmintos por grama de fezes
produzida (BRUM 2006)
Os aditivos naturais tais como os extratos de plantas possuem substacircncias lipofiacutelicas
liacutequidas e volaacuteteis e estatildeo presentes nos variados tecidos dos vegetais onde conferem cor odor
e proteccedilatildeo contra predadores Dentre os extratos de plantas estatildeo os oacuteleos funcionais que
podem atuar sobre a atividade das bacteacuterias modificando o perfil de AGCC e reduzindo a
produccedilatildeo de gaacutes de metano e perdas metaboacutelicas Estes desempenham funccedilatildeo anti-
microbianas antioxidantes e ateacute anti- inflamatoacuteriasOs oacuteleos essenciais possuem o papel
antimicrobiana antifuacutengica inseticida antiparasitaacuteria antiprotozoaacuterios e antioxidanteOs
oacuteleos funcionais (OF) diferem dos oacuteleos essenciais (OF) Todavia OEsatildeo compostos
lipofiacutelicos e volaacuteteis que conteacutem o cheiro marcante daplanta satildeo utilizados em perfumaria Jaacute
os OF satildeo lipofiacutelicos natildeo volaacuteteis que possuem funccedilotildees Em conclusatildeo todos os OE satildeo OF
mas nem todos os OF satildeo OE (COWAN 1999 BURT 2004 TORRENT 2012)
Segundo Segabinazzi (2008) os aditivos quando adicionados a dieta de ruminantes
podem alterar a composiccedilatildeo do ambiente ruminal tornando mais eficaz e menos dispendioso
energeticamente pois melhoram a fermentaccedilatildeo potencializa a eficiecircncia de produccedilatildeo e
aproveitamento dos alimentos aleacutem de prevenir certas doenccedilas como a acidose ruminal
causada pelo elevado teor de concentrado na dieta
Beauchemin amp McGinn (2006) demonstraram que a utilizaccedilatildeo de oacuteleo de canola
(46 da MSI) em dietas com 75 volumoso para bovinos possibilitou uma reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de metano associado agrave diminuiccedilatildeo da ingestatildeo da raccedilatildeo e menor digestibilidade da
MS e fibra
De forma geral os aditivos oriundos de extratos de plantas por serem naturais e natildeo
causarem danos agrave sauacutede humana tem sido cada vez mais estudado com a finalidade de
substituirem os aditivos quiacutemicos jaacute que em alguns paiacuteses como a Uniatildeo Europeacuteia estes satildeo
proibidos devido ao suposto aparecimento de bacteacuterias resistentes responsaacuteveis pela
intoxicaccedilatildeo dos seres humanos (MORAIS et al 2006)
22Liacutequido da casca da castanha de cajue sua utilizaccedilatildeo na nutriccedilatildeo animal
O liacutequido do pericarpo ou liquido da casca da castanha de caju como eacute comumente
conhecido eacute extraiacutedo do mesocarpo esponjoso da castanha do caju Eacute um oacuteleo funcional e um
composto fenoacutelico natural considerado uma fonte melhor e mais barata de fenoacuteis insaturados
por possuir na sua composiccedilatildeo 10 cardol (dicarboxipentadica-dienilbenzeno) 50 de
cardanol e 30 de aacutecido anacaacuterdico (carbopenta-dica dienilfenol) (Figura 1) os quais
possuem na sua estrutura uma cadeia lateral aciacuteclica contendo
ateacute trecircs insaturaccedilotildees a partir de C-8 Estas caracteriacutesticas fazem com que desempenhe
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
8
importante atividade antibactericida e por possuir um grupo aromaacutetico e alifaacutetico
desempenha comportamento hidrofiacutelico e lipofiacutelico capaz de atravessar a membrana celular
principalmente das bacteacuterias Gram-positivas produtoras de metano que satildeo menos resistentes
por natildeo possuir uma camada lipiacutedica que conteacutem a porina (canais de proteiacutena) presente nas
bacteacuterias Gram negativas (HIMEJIMAampKUBO 1991 NAGAJARA et al 1997
CORREIA et al 2006 DIacuteAZ et al 2015)
Figura 1 - Principais constituintes do LCCC
Fonte Adaptado de Mazzetto amp Lomonaco (2009)
O processo de extraccedilatildeo do LCCC proporciona a modificaccedilatildeo do perfil de princiacutepios
ativos diminuindo a concentraccedilatildeo de aacutecido anacaacuterdico que eacute o que apresenta maior atividade
antimicrobiana No Brasil a maior proporccedilatildeo de LCCC produzido eacute o considerado LCCC
teacutecnico pois passa por esse processo de extraccedilatildeo e modificaccedilatildeo obtendo uma maior
proporccedilatildeo de cardanol O meacutetodo se baseia no aquecimento da castanha (fruto) a uma
temperatura de 140ordmC para retirada da umidade e CO2
O liacutequido da casca da castanha de caju eacute considerado uma alternativa na alimentaccedilatildeo
dos ruminantes pois age como aditivo melhorando o metabolismo microbiano e favorecendo
o aumento das concentraccedilotildees de proprionato no ruacutemen e a digestilbilidade total da dieta
(MAIA et al 2006 HESS et al 2008)Sua atividade permite que ocorra o rompimento dos
lipiacutedios da membrana celular das bacteacuterias e mitococircndrias desorganizando as estruturas
tornando mais permeaacutevel o ambiente celular Nesse processo a ceacutelula passa a gastar energia
para tentar resistir ao ataque mecanismo chamado de hidrofilicidade o que leva ao
extravamento de iacuteons a translocaccedilatildeo de proteiacutenas a fosforilaccedilatildeo e outras reaccedilotildees pelas
enzimas dependentes causando a morte da bacteacuteria (AMORATI et al 2001 BURT 2004
MAZZETTO et al 2009)
O liquido da casca da castanha de caju pode ser fornecido na dieta para bovinos
tranquilamente por ser uma substacircncia segura e que natildeo causa nenhum dano agrave sauacutede humana
sendo aprovada pela Food and Drug Administration (BAKKALI et al 2008)
Watanabe et al (2010) ao utilizarem500 μg mL do liquido da casca da castanha de
cajuem dietas contendo 30 de fenoverificaram uma reduccedilatildeo da produccedilatildeo de metano acetato
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
9
e butirato contudo perceberam um aumentona concentraccedilatildeo de proprionato Ao utilizarem a
dose de 200 μg mL do liacutequido da castanha de cajuacute estes autores verificaram inibiccedilatildeo da
metanogecircnese aumento de 444 na produccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo de 70 na produccedilatildeo
de metano
Diacuteaz et al (2014) avaliando in vitroquatro niacuteveis de LCCC (0 03 06 e 12 gkg) e
cinco niacuteveis de concentrado (200 400 600 800 e 1000 gkg) sobre os paracircmetros da
digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) a cineacutetica da produccedilatildeo cumulativa de gases
e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal concentraccedilatildeo de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro
encontraram a dose oacutetima de 05 gkg do LCCC Neste niacutevel verificaram aumento DIVMS
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta sem prejudicar a produccedilatildeo total
de gaacutes e os paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal Quando avaliado o pH
verificaramum aumento independentemente da dieta e concentraccedilatildeo maacutexima de produccedilatildeo de
amocircnia no liacutequido ruminal de 2174 mg N-NH3dL favorecendo a atividade dos
microrganismos ruminais
De acordo com Silva (2014) a adiccedilatildeo do liacutequido da casca de caju associado com a
mamona (OF) em dietas de bovinos Nelore confinados na dose de 400 mgkg de MS
proporcionou aumento no consumo de mateacuteria seca e reduccedilatildeodo pH sanguiacuteneo por outro lado
apesar da queda do pHverificou que manteve-se superior ao tratamento com monensina (30
mgkg de MS) Este autor ainda observou aumento na digestibilidade da MS e mateacuteria
orgacircnica com a adiccedilatildeo da glicerina em associaccedilatildeo com os oacuteleos funcionais (liquido da casca
da castanha de caju e mamona 3 g animal dia-sup1) em substituiccedilatildeo do milho na dieta de bovinos
nelore em confinamento
Coutinho et al (2014) ao avaliarem o consumo e digestibilidade dos nutrientes da
dieta produccedilatildeo e composiccedilatildeo de leite de vacas leiteiras alimentadas com dietas contendo
LCCC verificaram que at de 7g di sup1 natildeo influenciou a consumo de MS e dos nutrientes
assim como natildeo foi verificado efeito para digestibilidade aparente composiccedilatildeo e a produccedilatildeo
do leite corrigido para gordura por outro lado foi verificado diminuiccedilatildeo linear da
concentraccedilatildeo de aacutecido caproacuteico e aumento do aacutecido palmiacutetico
Pimentel et al (2012) avaliaram diferentes niacuteveis da castanha de caju moiacuteda (0 8 16
e 24) em dietas de vacas leiteiras sobre a fermentaccedilatildeo ruminal e a concentraccedilatildeo de purinas
na urina observaram concentraccedilatildeo meacutedia de nitrogecircnio amoniacal de 1270mg100mL de
liacutequido ruminal e as concentraccedilotildees de purinas e os paracircmentros da fermentaccedilatildeo ruminal natildeo
variaram com a adiccedilatildeo da castanha de caju demostrando dessa forma potencial substituiccedilatildeo
dos ingredientes convencionais como milho e farelo de soja nos concentrados para vacas
leiteiras em lactaccedilatildeo
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
10
De acordo com Osmari (2013) a utilizaccedilatildeo do LCCC associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteacuteico na alimentaccedilatildeo de bovinos pode ser considerada uma alternativa de
aditivo alimentar capaz de controlar o pH ruminal podendo evitar problemas metaboacutelicos
como acidose ruminal mesmo sem alterar a digestibilidade dos nutrientes
23 Uso da Quitosana na alimentaccedilatildeo de ruminantes
A quitosana eacute um composto soluacutevel com bioatividade predominantemente por
unidades 2-amino-2- desoxi-D-glicopiranose (GlcN) unidas por ligaccedilotildees glicosiacutedicas (1-4)
(ROBERTS 1992) Eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico renovaacutevel
biodegradaacutevel(HIRANO et al 1990 KEAN ampTHANOU2010) obtido a partir da
desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de insetos e crustaacuteceos algas parede celular de
fungos entre outros
Este polissacariacutedeo natural foi isolado pela primeira vez em 1811 pelo francecircsHenri
Braconnot extraiacuteda de fungos superiores e por isso denominada ―fungina (SKAUGRUD amp
SARGENT 1990) Em 1823 essa substacircncia recebeu o nome de ―quitina composto
insoluacutevel derivada da palavra ―chiton que quer dizer envelope ou cobertura Em 1859 a
partir da desacetilaccedilatildeo da quitina em soluccedilatildeo concentrada de hidroacutexido de potaacutessio resultou a
formaccedilatildeo da quitosana
A quitosana vem apresentando funcionalidade nas aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas nas
induacutestrias farmacecircuticas alimentiacutecios e cosmeacuteticos o que representa uma grande oportunidade
para a comunidade cientiacutefica e industrial(AJUN et al 2009 LARANJEIRA amp FAacuteVERE
2009)
Em dietas para bovinos tem demonstrando eficiecircncia sobre o ambiente ruminal
durante a produccedilatildeo de leite ou carne (GOIRI et al 2010 ARAUacuteJO 2010 MINGOTI 2013)
A quitosana quando fornecida na alimentaccedilatildeo de bovinos pode modificar o ambiente
ruminalpor possuir potencial antimicrobiano contra as bacteacuterias fungos e protozoaacuterios
(KONG et al2010)
Jacauacutena (2016) analisando os paracircmetros de fermentaccedilatildeo edigestibilidadein vitro ao
utilizar quatro niacuteveis de quitosana (0 1625 3500 e 7500 mgkg de MS) e cinco relaccedilotildees de
volumoso concentrado (1000 6535 5050 3565 2080)verificou aumento da
digestibilidade da mateacuteria seca para todas as dietas na dose 371 mgL associado a reduccedilatildeo da
digestibilidade in vitro da proteiacutena Poroutro lado com a dose maacutexima de 7500 mgkg de MS
de quitosana a DIVPB aumentou Os valores de pH mantiveram acima de 62
favorecendodesta forma a atividade dos microrganismos ruminais O mesmo autor analisando
a cineacutetica de fermentaccedilatildeo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases com cinco niacuteveis de quitosana (0
400 800 1200 e 1600 mgkg MS) e seis relaccedilotildees volumosoconcentrado (1000 8020
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
11
6535 5050 3565 2080) verificou que o aumento da quitosana na dieta proporcionou um
aumento da produccedilatildeo de gaacutes e reduccedilatildeo no tempo de fermentaccedilatildeo da dieta com alto
concentrado resultando em uma melhor eficiecircncia da degradabilidade da dieta confirmando
desta forma que a quitosana tem alto potencial sobre dietas mais energeacuteticas
Segundo Mingoti et al(2012) suplementando vacas leiteiras com doses crescente de
quitosana verificaram que ateacute o niacutevel de 150 mgkg de peso corporal do aditivo na dieta natildeo
houve influecircncia no consumo de mateacuteria seca e produccedilatildeo de leite poreacutem houve variaccedilatildeo nas
concentraccedilotildees de ureacuteia no leite
De acordo com Goiri et al (2009) utilizando seis diferentes tipos de quitosana ―in
vitro observaram que o grau de desacetilaccedilatildeo gt95 do composto reduziu a produccedilatildeo de
metano e aumentou a produccedilatildeo de proprionato em relaccedilatildeo ao acetato Estes mesmos autores
avaliando a digestatildeo e fermentaccedilatildeo ruminal in vitro (DIVMO) com diferentes quantidades de
volumoso com concentrado e variaacuteveis doses de quitosana natildeo verificaram em dietas com
alta proporccedilatildeo de forragem (80)variaccedilatildeo na concentraccedilatildeo total de AGCC na proporccedilatildeo
molar de acetato mas observaram reduccedilatildeo da digestibilidade da mateacuteria orgacircnica in
vitro(DIVMO) concentraccedilatildeo de butirato e aacutecidos graxos de cadeia ramificada(AGCR)
Goiri et al (2009) trabalhando in vitro verificaram que a quitosana influencia a
fermentaccedilatildeo microbiana ruminal e que a dose oacutetima depende da natureza do substrato e da
especificaccedilatildeo da quitosana utilizada durante a incubaccedilatildeo Estes autores verificaram que o
aumento da dose de quitosana proporcionou aumento da concentraccedilatildeo de proprionato aleacutem de
reduccedilatildeo na relaccedilatildeo C2C3
Goiri et al(2010) utilizando quatro ovelhas natildeo lactantes canuladas no ruacutemen
alimentadas com dietas compostas de 50 de feno de alfafa com e sem quitosana avaliando
a quitosana como modulador da fermentaccedilatildeo ruminal e cecal e a digestibilidade aparente das
dietas verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo influenciou a proporccedilatildeo de acetato poreacutem
apresentou aumento da proporccedilatildeo molar de proprionato e a reduccedilatildeo da relaccedilatildeo acetato e da
concentraccedilatildeo de N-NH3 quando comparada a dieta controle (sem quitosana)
A quitosana quando adicionada a dieta de novilhos nelore aumentou a digestibilidade
aparente da mateacuteria secas (MS) total proteiacutena bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN)
Por outro lado natildeo influenciou o consumo de MS quer seja em valor absoluto (kgd) ou em
relaccedilatildeo ao peso corporal (g100g de peso vivo) Quanto aos paracircmetros fermentativos com a
adiccedilatildeo de niacuteveis crescentes de quitosana na dieta de novilhos nelore natildeo foi verificado efeito
significativo quanto aos valores de pH no entanto a inclusatildeo causou efeito quadraacutetico quanto
a quantidade de NH3 no fluido ruminal apresentado valores superior ao niacutevel de 50 mgkg de
peso corporal de quitosana (ARAUacuteJO et al2015)
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
12
A adiccedilatildeo de QUI aumentouprogressivamente a concentraccedilatildeo total de AGV 8 horas
apoacutes o fornecimento em dieta de novilhos todavia propocionou maiores concentraccedilotildees de
lactato L-lactato total e proporccedilatildeo molar de acetato2 h apoacutes a alimentaccedilatildeo No entanto as
proporccedilotildees de proprionato e butirato tiveram menores proporccedilotildees A produccedilatildeo de metano
diminuiucom a inclusatildeo de quitosana na dieta Para emissotildees de metano a dose eficaz foi de 1
g L-1de quitosana e para oproprionato butirato e fermentaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica a dose
oacutetima foi de 2 g L-1 (BELANCHEet al 2015)
Paiva et al (2016) avaliando os efeitos do fornecimento de niacuteveis crescentes de
quitosanana digestibilidade de nutrientes fermentaccedilatildeo ruminal paracircmetros sanguiacuteneos a
utilizaccedilatildeo do nitrogecircnio siacutentese de proteiacutena microbiana e produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de
vacas leiteiras em lactaccedilatildeo verificaram que a adiccedilatildeo de quitosana natildeo afetou a digestibilidade
da mateacuteria seca mateacuteria orgacircnica extrato eteacutereo e fibra em detergente neutro poreacutem
aumentou linearmente a digestibilidade da proteiacutena bruta apresentando maiores valores em
vacas suplementadas com 150 e 225 mgkg PV da quitosana Estes mesmos autores natildeo
verificaram modificaccedilatildeo no pH ruminal concentraccedilotildees de NH3 concentraccedilotildees total de AGV
acetato isobutirato
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
13
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AJUN W YAN S LI G HUILI L Preparation of aspirin and probucol in combination
loaded chitosan nano particles and in vitro release study Carboydrate Polymers v 75 n4 p
566-574 2009
AMORATI R PEDULLI G F VALGIMIGLI L ATTANASI O A FILIPPONE P
FIORUCCI C amp SALADINO R Absolute rate constants for the reaction of peroxyl radicals
with cardanol derivatives Journal of the Chemical Society Perkin Transactions2 n11
p2142-2146 2001
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FPChitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science and Technology v 206 p114-118 29 jun 2015
ARAUacuteJO R C Oacuteleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores da fermentaccedilatildeo
ruminal in vitro 2010 178 p Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba 2010
BAKKALI F et al Biological effects of essential oil a review Food and Chemical
Toxicology v46 n2 p446-75 2008
BEAUCHEMIN K A MCGINN S M Methane emissions from beef cattle Effects of
fumaric acid essential oil and canola oil Journal of Animal Science Champaign v 84 p
1489-1496 2006
BELANCHE A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIA S CHAVES AV FRASER GR COLOMBATTO D
MCALLISTER TA BEAUCHEMIN KA A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228
2008
BRUM RP Efeito de um aditivo prebioacutetico no leite e no concentrado sobre o desempenho e
aspectos sanitaacuterios de bezerros de rebanhos leiteiros Dissertaccedilatildeo (Poacutes Graduaccedilatildeo em
Zootecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropeacutedica RJ 36p 2006
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CORREIA S J DAVID J P DAVID J M Metaboacutelitos secundaacuterios de espeacutecies de anacar
diaceae Quiacutemica Nova v29 p1287-1300 2006
COUTINHO D A BRANCO AF SANTOS GT OSMARI MP TEODORO AL
DIAZ T G Intake digestibility of nutrients milk production and composition in dairy cows
fed on diets containing cashew nut shell liquid Acta Scientiarum Animal Sciences Maringaacute
v 36 n 3 p 311-316 July-Sept 2014
COWAN MM Plant products as antimicrobial agents Clinical Microbiology Reviews v12
n4 p564-582 1999
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
14
DIacuteAZ TG SALAB BL OSMARI MP MATTOS FM GIOTTO FM TEODORO
AL BRANCO AF Liacutequido da casca da castanha de caju como aditivo para bovinos
confinados digestibilidade de nutrientes VI Congresso Latino-Americano de Nutriccedilatildeo
Animal ndash ―Trabalhos Cientiacuteficos BOVINOS Estacircncia de Satildeo Pedro SP 2014
DIAZ TG TEODORO AL OSMARI MP SALAB BL MATOS LF GIOTTO
FMLiacutequido da casca da castanha de caju em dietas para ruminantes
Campo Digitl Revista de Ciecircncias Exatas e da Terra e Ciecircncias Agraacuterias v 10 n 1 p 1-
10 Ago 2015
DICOSTANZO A CASSADY JM ZEHNDER CM Utilization of approved feed
additives in growing finishing and replacement beef cattle diets In 57 th Minnesota
Nutrition Conference 1996 Minnesota ProceedingshellipMinessota Protiva Technical
Symposium p 81ndash96 1996
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ A Use of chitosans to modulate
ruminal fermentation of 5050 forage-to-concentrate diet in sheep Journal of Animal Science
88 749-755 2010
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GONZALES E MELLO H H C CAFEacute MB Uso de antibioacuteticos promotores de
crescimento na alimentaccedilatildeo e produccedilatildeo animal Revista UFG v13 p 1-6 dez 2012
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HANEY Jr ME HOEHN MM Monensin a new biologically active compound I
Discovery and isolation Antimicrobial Agents Chemother v7 p349-352 1967
HESS BW MOSS GE HULE DC A decade of developments in the area of fat
supplementation research with beef cattle and sheep Journal of Animal Science v86 p188-
204 2008
HIMEJIMA M KUBO I Antibacterial Agents from the Cashew Anacardium occidentale (A
nacardiaceae) Nut Shell Oil Journal of Agricultural and Food Chemistry v39 p418-
421 1991
HIRANO S et al Chitosan as an ingredient for domestic animal feeds Journal Agriculture
Food Chemestry v 38 n 5 p 1214-1221 1990
IPHARRAGUERRE IR CLARK JH Usefullness of ionophores for lactating dairy cows
A review Animal Feed Science and Technology v 106 p39-57 2003
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para ruminantes
201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da Grande Dourado
Dourados-MS
JEON Y L KAMIL J Y V A SHAHIDI F Chitosan as an edible invisible film for
quality preservation of herring and Atlantic cod Journal Agriculture Food Chemistry v 20
p 5167-5178 2002
KEAN T THANOU M Biodegradation biodistribution and toxicity of chitosan Advanced
Drug Delivery Reviews v62 n1 p3-11 jan2010
KONG M CHEN X G XING K PARK HJ Antimicrobial properties of chitosan and
mode of action A state of art review International Journal of Food Microbiology v144
p51-63 2010
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
15
LARANJEIRA M C M FAacuteVERE V T Quitosana biopoliacutemero funcional com potencial
industrial biomeacutedico Quimica Nova v32 n3 p672-678 2009
LOYOLA VR PAILE BJA Utilizaccedilatildeo de aditivos em raccedilotildees de bovinos Aspectos
regulatoacuterios e de seguranccedila alimentar In SIMPOacuteSIO SOBRE NUTRICcedilAtildeO DE BOVINOS ndash
MINERAIS E ADITIVOS PARA BOVINOS FEALQ Piracicaba p 213-224 8 2006
MAIA FJ BRANCO AF MOURO G F CONEGLIAN SM SANTOS GTdos
MINELLA TF MACEDO F AF Inclusatildeo de fontes de oacuteleo na dieta de cabras em
lactaccedilatildeo Digestibilidades dos nutrientes e paracircmetros ruminais e sanguiacuteneos Revista
Brasileira da Zootecnia v35 n4 Viccedilosa p 1496-1503 JulAug2006
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 13 de
30 de novembro de 2004 Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo ndash
Brasiacutelia 13 p MAPAARC 2004 13 p
MAZZETTO S E LOMONACO D MELE G Oacuteleo da castanha de caju oportunidades e
desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial Quiacutemica Nova 32
732-741 2009
MINGOTI R D Desempenho produtivo digestatildeo e metabolismo de vacas leiteiras
alimentadas com diferentes concentraccedilotildees de quitosana nas dietas Dissertaccedilatildeo Mestrado
Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia Pirassununga
2013
MINGOTI R D GARDINAL R CALOMENI G D FREITASJR J E GANDRA R
J BARLETTA R V VENTURELLI B C TAKIYA C S GHILAR V Consumo de
mateacuteria seca produccedilatildeo e composiccedilatildeo do leite de vacas em lactaccedilatildeo suplementadas com doses
crescentes de quitosana In VI Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Nutriccedilatildeo e
Produccedilatildeo Animal ndash VNP ndash FMVZ ndash USP ndash 2012
MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT PIRES
AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
MORAIS J A S BERCHIELL TT REIS RA Aditivos In Nutriccedilatildeo de ruminantes ED
BERCHIELLI T T PIRES A V OLIVEIRA S G 2 ed Jaboticabal FUNEP p565 2011
MORRISFEBRANINEMEGALYEANMLHUBBERTMEFREEMANASLOFGR
EENGP Effect of rotating monensina plus tylosin and lasolocial on performance ruminal
fermentation and site and extent of digestion in feedlot catte Jornal of Animal Science v68
p3069-3078 1990
NAGARAJA T G NEWBOLD C J VAN NEVEL C J Manipulation of ruminal
fermentation In Hobson PN Stewart CS (Eds) The rumen microbial ecosystem Blackie
Academy amp professional London P 523 1997
OWENS F N ZOORRILLA-RIOS J DUBESKI P Effect of ionophores on metabolismo
grows body composition and meat quality In PEARSON A M DUTSON T R Growth
Regulation in Farm Animals Advances in Meat Research London ELSEVIER p 321-342
1991
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
16
PAIVA P G JESUS EF VALLE TA D ALMEIDA GF COSTA AGBVB
CONSENTINI CEC ZANFERARI F TAKIYA CS BUEN I CS RENNOacute FP
Effects of chitosan on ruminal fermentation nutrient digestibility and milk yield and
composition of dairy cowsAnimal Production Science 2016
PELICANO ERL SOUZA PA SOUZA HBA Prebioacuteticos e probioacuteticos na nutriccedilatildeo de
aves Ciecircncia Agraacuterias eda Sauacutede v2 n1 p59-64 2002
PIMENTEL PG REIS RB LEITE LA CAMPOS WE NEIVA JNM
SATURNINO HM COELHO SG Paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal e concentraccedilatildeo de
derivados de purina de vacas em lactaccedilatildeo alimentadas com castanha de caju Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia vol64 n4 Belo Horizonte Aug 2012
ROBERTS G A F ROBERTS G A F Em Chitin Chemistry ed MacMillan Press Ltd
London1992 cap 1
RUSSELL JB STROBEL HJ Effect of ionophores on ruminal fermentation Applied and
Environmental Microbiology v55 n1 p1-6 jan 1989
SEGABINAZZI LR Aditivo a base de extratos vegetais como alternativa agrave monensina
soacutedica na dieta de vacas de corte terminadas em confinamento 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Zootecnia) -Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria2008
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M HIGUCHI K KOBAYASHI Y TAKENAKA
A NAGASHIMA K MOCHIZUKI M KOBAYASHI YMitigation of methane production
from cattle by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531
2012
SILVA APS Efeito da monensina virginiamicina e dos oacuteleos funcionais de mamona e caju
em bovinos nelore submetidos a mudanccedila abrupta para dietas com elevado teor de
concentrado 103 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndashUniversidade de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 2014
SKAUGRUD O SARGENT G Chitin and Chitosan Crustacen biopolymers with potential
In Making Profits out of Seafood Wastes Ed S Keller pp 61-69 Alaska Alaska Sea Grant
College Program AK- SG- 90 07 1990
TERBOJEVICH M COSANI A FOCHER B MARSANO E High-performance
gelpermeation chromatography of chitosan samples Carbohydrate Research v 250 n2
p301ndash314 Dec1993
TORRENT J Oacuteleos funcionais Uma alternativa como promotor de crescimento Boletim
Apamvet 2012
VAN SOEST P J MASON VC The influence of Maillard reaction upon the nutritive
value of fibrous feeds Animal Feed Science and Technology v32 n1-3 p45-53 jan1991
WALLACE R J Ruminal microbiology biotechnology and ruminat nutrition progress and
problems Journal of Animal Science v72 p 2992-3003 1994
WATANABE Y SUZUKI R KOIKE S NAGASHIMA K MOCHIZUKI M
FORSTER R KOBAYASHI Y In vitro evaluation of cashew nut shell liquid as a methane-
inhibiting and propionate-enhancing agent for ruminants Journal of Dairy Science v93
n11 p 5258-5267 nov2010
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Avaliar o efeito da inclusatildeo doliquido da casca da castanha de caju e da quitosana
isoladamente e em associaccedilatildeo sobre os paracircmetros de fermentaccedilatildeo ruminal in vitro e a
digestibilidade in vitrodos nutrientes em dietas para ruminantes
32 Objetivos especiacuteficos
- Avaliar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) digestibilidade in
vitroda mateacuteria orgacircnica (DIVMO) digestibilidade in vitro da proteiacutena bruta (DIVPB)
digestibilidade in vitroda fibra em detergente neutro (DIVFDN) digestibilidade in vitroda
fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitroda hemicelulose (DHCEL) do
liacutequido ruminal de diferentes dietas para ruminantes
- Avaliar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio-amoniacal (N-NH3) pH e aacutecidos graxos de
cadeia curta(AGCC) do liacutequido ruminal in vitrocom diferentes proporccedilotildees Volumoso
Concentradoe
- Avaliar a cineacutetica de fermentaccedilatildeo ruminal pela teacutecnica da produccedilatildeo de gases in
vitro
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
18
CAPIacuteTULO II
Avaliaccedilatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com quitosana sobre a
digestatildeo ruminal in vitro e fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes proporccedilotildees de
volumosoconcentrado
RESUMOForam realizados experimentos com o objetivo de avaliar a digestibilidade dos
nutrientes paracircmetros metaboacutelicos e produccedilatildeo de gases do liacutequido ruminal de bovinos com
diferentes dietas com adiccedilatildeo da quitosana eouliquido da casca da castanha de caju como
aditivos para ruminantesAsdietas foram compostas de cinco proporccedilotildees de
volumoconcentrado (10000 6535 5050 3565 2080) A dose dos aditivos foi adicionadas
nas proporccedilotildees 500mgkg de MS do liquido da casca da castanha de caju 500 mgkg de MS
de quitosana 200 mgkg de MS de monensina e associaccedilatildeo da quitosana com o liquido da
casca da castanha de caju(500 mgkg de MS cada) Os tratamentos foram distribuiacutedos
aleatoriamente em delineamento inteiramente casualizado Foram avaliados os efeitos dos
aditivos sobre a DIVMO DIVMS DIVPB DIVFDN DIVFDA e DHCEL Observou-se
efeito linear sobre a DIVMO e DIVMS e efeito quadraacutetico sobre a DIVPB A quitosana
aumentou a DIVMS associado a reduccedilatildeo da DIVFDN e DIVPB Foi verificado efeito do
aditivo e da relaccedilatildeo VC para DIVMO DIVMS e DIVPB Foi observada interaccedilatildeo entre
relaccedilatildeo VC e o aditivo sobre a DIVFDN DIVFDA e DHCELForam realizadas coletas do
liacutequido ruminal in vitro em intervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e 10 hapoacutes a
incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos 0248 de
AGCCC A inclusatildeo dos aditivos naturais manteve o pH acima de 60 e a concentraccedilatildeo de
amocircnia miacutenima de 1067 mgdL respectivamente Foi verificada interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo
VC e o aditivo sobre a concentraccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutecido aceacutetico aacutecido propiocircnico e aacutecido
butiacuterico A relaccedilatildeo C2C3 foi maior com a inclusatildeo do antibioacutetico monensina Foi avaliada a
acineacutetica da produccedilatildeo de gases para os paracircmetros A (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepidamL
gaacutesg) paracircmetro B (taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo Ah-sup1) paracircmetro C (lag timehoras)
paracircmetro D (produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lentamL gaacutesg) paracircmetro E (taxa de produccedilatildeo da
fraccedilatildeo Dh-sup1) e produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) Foi verificado efeito significativo dos
aditivos no paracircmetro C da relaccedilatildeo VC para os paracircmetros A C D e A+D e interaccedilatildeo
significativa dos fatores principais relaccedilatildeo VC e aditivo no paracircmetro A+D A inclusatildeo do
liquido da casca da castanha de caju e quitosana como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
do liacutequido do ruminal apresentaram resultados positivos possibilitando a sua utilizaccedilatildeo como
alternativa ao uso dos antibioacuteticos ionoacuteforo na alimentaccedilatildeo de ruminantes No entanto a
inclusatildeo do liquido da casca da castanha de caju associado com a quitosana natildeo
proporcionaram efeito satisfatoacuterios sobre a digestibilidade dos nutrientes A reduccedilatildeo na
digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose eou a atividade de inibiccedilatildeo destes
compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para identificar a
dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de bovinos
Palavras-Chave aacutecidos graxos de cadeia curta digestibilidade in vitro fermentaccedilatildeo
ruminal paracircmetros ruminais produccedilatildeo de gaacutes
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
19
EVALUATION OF THE CASHEW NUT LIQUID ASSOCIATED WITH CHITOSAN
ON RUMINAL DIGESTION IN VITRO AND RUMINAL FERMENTATION OF
DIETS WITH DIFFERENT RATIOS OF FORAGE CONCENTRATE
ABSTRACT Three experiments were carried out to evaluate the nutrient digestibility
metabolic parameters and gas production of rumen liquid of cattle with different diets with
chitosan addition liquid of cashew nuts and both associated as additives for ruminants The
diets were composed of five volumetric proportions concentrate (100 00 6535 5050
3565 2080) The doses of the additives were added in the proportions 500mgkg DM of the
cashew liquid 500 mgkg of chitosan DM 200mgmonensin kgDM And association of
chitosan with cashew liquid (500 mgkg DM each) The treatments were randomly distributed
in a completely randomized design In the first experiment the objective of this study was to
evaluate the effects of the additives alone or in combination on IVDDM IVDCPIVDNDF
IVADF and DHCEL There was a quadratic effect of the additives in the diets on the IVDCP
and linear effect (p lt005) on the IVDMD and IVDOM The QUI increased the IVDMD
associated with the reduction of DIVNDF and IVCP LCCC reduced IVDMD DIVPB but
increased the digestibility of NDF in diets with 5050 bulky concentrate CNSLQ reduced
IVDMD increased IVDMD in a 5050 and 2080 bulky concentrate diet and behaved
similarly to a control diet when compared to IVDMD The DIVMO of the natural additives
was similar to the antibiotic ionophore treatment Quadratic effect was verified with the
inclusion of QUI CNSL and the positive control over DHCEL and linear effect with the
addition of LCCCQ In the second experiment the values of pH ammonia (N-NH 3) and
Short-chain fatty acids(SCFAs) of rumen liquid were determined at 0 2 4 6 8 and 10 hours
after each in vitro incubation The inclusion of the natural additives kept the pH above 60 and
the minimum and maximum ammoniacal nitrogen concentration (N-NH3) in ruminal liquid of
4995 mg dl and 22374 mg dl respectively Acetic acid production (p lt00001) propionic
acid (p lt00001) and butyric acid (p = 00200) were observed on the concentration The C2
C3 ratio was higher with the inclusion of the monensin antibiotic In the third test the gas
production kinetics were evaluated for the parameters A (fast gas gas production mL gas
g) parameter B (rate of production of the fraction A h-sup1) parameter C (lag Time hours)
parameter D (gas production of the slow fraction mL gas g) parameter E (Production rate
of the fraction D h-sup1) and cumulative gas production (A + D) Significant effect of the
additives was verified in parameter C Significant effect of the V C ratio for parameters A C
D and A + D Significant effect of the interaction of the main factors for the parameter A + D
The inclusion of the natural additives as fermentation modulators of the ruminal fluid
presented positive results allowing its use as an alternative to the use of ionophore antibiotics
in ruminant feed
Key words fatty acids in vitro digestibility ruminal fermentation ruminal parameters gas
production
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo de aditivos na alimentaccedilatildeo bovina tem se tornado cada vez mais comum
entre as praacuteticas de manejo como estrateacutegia para aumentar a eficiecircncia alimentar do rebanho e
intensificar a produtividade
Dentre os aditivos antibioacutetico ionoacuteforo o mais utilizado eacute a monensina soacutedica No
entanto oacutergatildeos oficiais da Uniatildeo Europeia atraveacutes da Regulamentaccedilatildeo 18312003EC
proibiram o consumo deste produto como medida preventiva devido o possiacutevel aparecimento
de bacteacuterias resistentes e o risco a sauacutede humana (GUSTAFSON amp BOWEN 1997
MORAISet al 2006)Na busca por produtos saudaacuteveis e naturais que possam substituir estes
aditivos quiacutemicos cientistas cada vez mais tecircm estudado o uso de produtosoriundos de oacuteleos
vegetais e outras alternativas naturais e os seus possiacuteveis benefiacutecios na alimentaccedilatildeo de
bovinos
O liacutequido extraiacutedo da casca da castanha de caju (LCCC) eacute um oacuteleo funcional fonte
natural de lipiacutedios fenoacutelicos que conteacutem aacutecido anarcaacuterdico cardol e cardanol quepossui
atividade antimicrobiana e antioxidante (BENCHAAR et al 2008) O uso do LCCC tem sido
estudado in vitro como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por melhorar a
digestibilidade dos nutrientes e selecionar bacteacuterias Gram-negativas em detrimento das Gram-
positivas (SHINKAI et al 2012)
A quitosana eacute um polissacariacutedeo natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel que pode ser
utilizado como aditivo modulador da fermentaccedilatildeo ruminal por possuir potencial
antimicrobiano demostrando resultados satisfatoacuterios nos processos digestivos dos ruminantes
(GOIRI et al2009) Eacute obtida pelo processo de desacetilaccedilatildeo da quitina do exoesqueleto de
insetos crustaacuteceos da parede de fungos algas entre outros (SENEL et al2004)Quando
utilizada em dietas de novilhos Nelore tem efeito sobredigestibilidade aparente total daMS
PB FDN poreacutem reduz linearmentea produccedilatildeo de acetato apresentando efeito quadraacutetico
sobre o propionato e butirato e na relaccedilatildeo acetato propionato(ARAUacuteJO et al2015)
Apesar do liquido da casca da castanha de caju e a quitosana jaacute terem demonstrado
resultados satisfatoacuterios sobre a alimentaccedilatildeode ruminantes ainda haacute poucos trabalhos sobre este
assunto Assim este trabalho foi delineado para avaliar a inclusatildeo do liquido da casca da
castanha de caju quitosana e associaccedilatildeo dos dois componentes como aditivos moduladores
da fermentaccedilatildeo ruminal sobre a digestibilidade in vitro dos nutrientes cineacutetica de acumulaccedilatildeo
de gases e paracircmetros da fermentaccedilatildeo ruminal (pH N-NH3 e AGCC) do liacutequido ruminal in
vitrocontendo diferentes proporccedilotildees volumoso concentrado
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
21
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi dividido em quatroensaiosin vitro sendo que no primeiro ensaio
(ensaio 1) foram analisadas a digestibilidade in vitro dos da mateacuteria seca (MS) mateacuteria
orgacircnica (MO) fibra em detergente neutro(FDN) fibra em detergente aacutecido(FDA) e proteiacutena
bruta(PB) no segundo ensaio (ensaio 2)foram avaliados os paracircmetros metaboacutelicos quanto
asconcentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3) pH e AGCC (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo
C2C3) e no terceiroensaio (ensaio3) foramsubmetidos a anaacutelise cineacutetica da produccedilatildeo de
gases
211 Local
O ensaios 1 e 2foram realizados no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de Coprodutos do
Instituto de Pesquisa em Agroenergia e Conservaccedilatildeo Ambiental (IMPAC) e Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal da Grande Dourados Estado do Mato
Grosso do Sul localizada a 22ordm 14lsquo S de Latitude Sul 54ordm 49lsquo W de Longitude Oeste e 450 m
altitude campus Universitaacuterio Dourados ensaio 3 no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo Animal
(LANA) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal eo ensaio 3 no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo Animal (LANA) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus
Campo Grande- MS
212 Animais e instalaccedilotildees
Como doadores de inoacuteculo ruminal foram utilizados dois bovinos mesticcedilos
provenientes do cruzamento entre raccedilas de aptidatildeo leiteira castrados com peso meacutedio de 350
kgplusmn providos de cacircnula ruminal Os animais foram alojados em piquetes de capim U
brizantha cv Marandu contendo bebedouros e comedourosrecebendo suplementaccedilatildeo
213 Tratamentos e composiccedilatildeo dos alimentos
Para todos os ensaios foram utilizadas cinco relaccedilotildees volumoso com concentrado
(10000 6535 5050 3565 e 2080) e quatro tipos de aditivosmonensina (controle
positivo) liacutequido da casca da castanha de caju (LCCC) quitosana em poacute (soluacutevel) (Q)e
liacutequido da casca da castanha de cajue quitosana (LCCCQ)
A monensina foi utilizada na proporccedilatildeo de 200 mgkg de MS O LCCC foi utilizado
na dose de 500 mgkgde MSOs niacuteveis de garantia do LCCC teacutecnicoforam fornecidospelo
laboratoacuterio de quiacutemica da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) sendo
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
22
analisado em cromatoacutegrafo liacutequido de Alta Eficiecircncia (modelo Varian 210) detector de
arranjo de diodos (DAD) e o software Star WS (Workstation 20) Os dados da anaacutelise
quiacutemica do LCCC foram obtidos por CLAE-DAD e o LCCC testado apresentou aacutecido
anarcaacutedio (1003 mgg) cardanol (10234) e 2-metilcardol (19 17) A dose utilizada da
quitosana foi de 500 mgkg de MS A quitosanacontinha as seguintes especificaccedilotildees grau de
desacetilaccedilatildeo gt 8630 viscosidade lt 200 cPs pH 79 cinzas 135 e densidade aparente
032 gml (Polymar Induacutestria e Com Imp e Exp LTDA Fortaleza Cearaacute Brasil)
As dietas formuladas foram compostas defeno de Tifton 85 (Cynodon spp) como
volumoso e milho (4972) farelo de soja (4005) e suplemento mineral (1023) como
concentrado fornecidos nas proporccedilotildees volumosoconcentrado 10000 6535 5050 3565 e
2080 (Tabela 1) Os mesmos ingredientes foram fornecidos em todas as relaccedilotildees VC
As amostras dos alimentos utilizados foram preacute-secadasem estufa de ventilaccedilatildeo
forccedilada a 55ordmC por 72hmoiacutedas em moinho de Willey dotado de peneira com cobertura de
malha de 1 mm de diacircmetro e analisadas quantoaos teores de mateacuteria seca (MS) proteiacutena
bruta (PB) mateacuteria mineral (MO) e cinzas (MM)conforme a metodologia da AOAC (2000)
Os conteuacutedos de FDAforam obtidos seguindo o meacutetodo descrito por Van Soest (1963 1991)
Para a anaacutelise de FDN as amostras foram tratadas com alfa-amilase estaacutevel ao calor
comsulfito de soacutedio e a mateacuteria orgacircnica (MO) foi calculada pela diferenccedila 100-cinzas Na
tabela 1encontram-se a composiccedilatildeo quiacutemica das dietas utilizadas nos experimentos
Tabela 1Composiccedilatildeo quiacutemica das dietas experimentais
Variaacuteveis
Niacuteveis de volumoso concentradosup1(gkg de MS)
1000 6535 5050 3565 2080
MS 0899 0883 0866 0848 0845
MM 0101 0983 0975 0966 0956
PB 0129 0163 0178 0193 0207
FDN 0762 0535 0438 0342 0244
FDA 0306 0229 0197 0164 0132
Quantidade de PB FDN FDA MM em relaccedilatildeo a MS sup1Quantidade de volumoso e concentrado em 100
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
23
214 Determinaccedilatildeo da digestibilidadein vitroda MO MS PB FDN FDA e HCEL
(ensaio 1)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Paradeterminar a digestibilidade in vitro da mateacuteria seca(DIVMS) proteiacutena bruta
(DIVPB) fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente aacutecido (DIVFDA)
mateacuteria orgacircnica (DIVMO) e hemicelulose (DHCEL)foi utilizando o ruacutemenartificial
(incubador in vitro TE ndash 150 - Tecnalreg) onde foi acrescentado inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo de acordo com a metodologia descrita por Tilley amp Terry (1963) modificada por
Holden et al (1999)numa digestatildeo realizada em dois estaacutegios 1ordm etapa- 48h em temperatura
controlada agrave 39ordmC com agitaccedilatildeo suave e 2ordm etapa- 24 h com pepsina (8 g amostra) (Sigma
110000) e aacutecido cloriacutedrico (HCL) 6 N simulando a fase quiacutemica A pepsina utilizada foi
dissolvida em 34 ml de H2O destilada a 35ordmC durante cinco minutos em agitador e regulado o
pH da soluccedilatildeo entre 20 a 35 (HOLDEN 1999)
Foram pesadasem balanccedila analiacutetica de precisatildeo 05g de amostra em saquinhosTNT-
100 gcmsup2tratados e cortados no tamanho de 50 x 50 cm segundo a metodologia utilizada por
Casali et al (2008) sendoquatro saquinhos por tratamento Foram utilizados 2 saquinhos
brancos em cada jarro da incubadora para correccedilotildees dos dados
Foi separa um jarro da incubadora para cada aditivo utilizado sendo que cada jarro
recebeu 22 saquinhos (20 saquinhos contendo diferentes relaccedilotildees volumoso com concentrado
e dois saquinhos brancos sem amostra para correccedilatildeo dos dados)Os saquinhos com as
amostras foram distribuiacutedos aleatoriamente e uniformemente nas duas divisotildees dos jarros Os
aditivos foram pesados de acordo com as quantidades descritas acima e adicionados
diretamente nos jarros da incubadora in vitro TE ndash 150 (Tecnal reg) misturando aos saquinhos
contendo as dietas
A quantidade de liacutequido ruminal e soluccedilatildeo tampatildeo para cada saquinho com amostra
foi adicionada na proporccedilatildeo 14 sendo 1 parte de inoculo ruminal e 4 partes da soluccedilatildeo
tampatildeoobtida da mistura da soluccedilatildeo A e B preparadas nas proporccedilotildees Soluccedilatildeo A-
dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10 gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O)
(05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de caacutelcio di-hidratado (01 gl) ureia (05 gl)
Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl) esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
As coletas do liacutequido ruminal dos animais foram realizadas sempre pela manhatilde (8
horas) O material coletado foi coado em tecido de algodatildeo e armazenado em garrafas
previamente aquecidas e mantidas a 39oC com fusatildeo de CO2 e vedadas para serem
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
24
transportados ateacute o laboratoacuterio No laboratoacuterio o liacutequido ruminal coletado foi medido de
acordo com as proporccedilotildees necessaacuterias e transferidos para os jarros com a soluccedilatildeo tampatildeo e
com os tratamentos com o recipiente purgado rapidamente com CO2Ao final os saquinhos
foram retirados dos jarros e lavados em aacutegua corrente retirando cuidadosamente o gaacutes
produzido no interior dos saquinhose colocados em estufa de circulaccedilatildeo forccedilada a 55ordm C por
12 horas para secagem No dia seguinte as amostras foram retiradas da estufa e colocados no
dessecador por 30 min e pesados para posterior anaacutelises dos nutrientes
Foram utilizados 4 saquinhos para anaacutelise da DIVMS sendo o valor determinado
pela diferenccedila entre a quantidade de mateacuteria seca incubada (MSI) e o resiacuteduo da amostra
(MSRes) dividido pela mateacuteria seca incubada conforme a equaccedilatildeo DIVMS=(MSI-
MSRes)MSI
Outros 4 saquinhos foram utilizados para avaliar a DIVFDN e a DIVFDA seguindo
a foacutermulaDIVFDN=(FDNi-FDNRes)FDNIDIVFDA=FDAf- (T x B)FDAi em
queFDNi=fibra em detergente neutro inicial FDNRes=fibra em detergente neutro residual
FDAf=fibra em detergente aacutecido final T=tara do saquinho B=correccedilatildeo do saquinho branco
FDAi=fibra em detergente aacutecido inicial Para a DIVMO foram recortados outros 4 saquinhos
retirado a amostra e pesado sendo o resiacuteduo calculado de acordo com a formula DIVMO=
(MOI-MORes)MOI em que MOI=mateacuteria orgacircnica inicial e MORes=mateacuteria orgacircnica
residual
A DIVPB foi analisada utilizando 4 saquinhos de cada tratamento os quais foram
recortados e transferido a amostra para um tubo de digestatildeo e submetido ao procedimento de
Kjedhal de destilaccedilatildeo calculado conforme a formula DIVPB=(PBI-(PBRes-B)PBI em
quePBI=proteiacutena bruta inicial PBRes=proteiacutena bruta residual e B= correccedilatildeo do saquinho
branco
215Determinaccedilatildeo do pH amocircnia e aacutecidos graxos de cadeia curta do liacutequido ruminal
(ensaio 2)
Nos ensaios 2 foi realizado o delineamento inteiramente casualizado com aditivos
(monensina LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000
6535 5050 3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
A coleta do liacutequido ruminal de bovinos mesticcedilos de aptidatildeo leiteira foi realizada logo
pela manhatilde filtrado em pano de algodatildeo e armazenado em garrafas preacute-aquecidas com aacutegua
morna para manter a temperatura proacutexima ao ambiente ruminal purgada com CO2 para
conservar o ambiente anaeroacutebio para o transporte
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
25
A soluccedilatildeo tampatildeo utilizada para simular a saliva do animal foi preparada nas
seguintes proporccedilotildees Soluccedilatildeo A- dihidrogenofosfato de potaacutessio (KH2PO4 Anidro) (10
gl)sulfato de magneacutesio (Mg SO4 7H2O) (05 GL) cloreto de soacutedio (05 gl) cloreto de
caacutelcio di-hidratado(01 gl) ureia (05 gl) Soluccedilatildeo B- carbonato de soacutedio (Na2CO3) (15 gl)
esulfeto de soacutedio (Na2S 9H2O) (10 gl)
No laboratoacuterio as incubaccedilotildees in vitroforam realizasisoladamente em que cada jarro
recebeu uma combinaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado (10000 6535 5050 3565
e 2080) e um aditivo (monensina LCCC quitosana e LCCCQ) Foram pesadas para cada
jarro 5000 mg da relaccedilatildeo volumoso com concentrado A quantidade do liacutequido ruminal e a
soluccedilatildeo tampatildeo utilizada na incubaccedilatildeo foi calculada com base na quantidade total de amostra
a ser coletadas ao longo do tempo
As coletas diaacuterias foram realizadasemintervalos de 2 horas nos tempos 0 2 4 6 8 e
10 h apoacutes a incubaccedilatildeo (―hora 0) para anaacutelise de pH e nitrogecircnio amoniacal e nos tempos
0248 apoacutes a incubaccedilatildeo para anaacutelise de aacutecido graxo de cadeia curta (AGCC) Em cada
horaacuterio foram coletados 80 ml do liacutequido ruminal tamponado utilizando uma seringa e a
torneira de trecircs vias instalada na tampa dos jarros O pH foi determinado imediatamente apoacutes
a coleta Aproximadamente 40 ml foram acidificada com 1mL de aacutecido cloriacutedrico (HCL 11)
para anaacutelise de nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) e o restante utilizado para anaacutelise de AGCC o
material coletado foi armazenado em freezer para posterior anaacutelise
Ao final do experimento as amostras para N-NH3 foram descongeladas e colocadas
em tubos de eppendorf centrifugadas por 10 min a 3000 rpm Em seguida foi coletado uma
aliacutequota de 2ml do sobrenadante sendo colocado em tubos de ensaio para determinaccedilatildeo do
nitrogecircnio amoniacal (N-NH3) pelo meacutetodo da destilaccedilatildeo de Kjealdhl com a adiccedilatildeo de
hidroacutexido de potaacutessio (meacutetodo INCT-CA N-0071) segundo metodologia descrita por
Detmann et al (2012)
217 Determinaccedilatildeo da produccedilatildeo total de gaacutes e os paracircmetros da cineacutetica da fermentaccedilatildeo
ruminal (ensaio 3)
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com os aditivos (monensina
LCC e LCCQ) combinados nas relaccedilotildees volumoso com concentrado (10000 6535 5050
3565 e 2080) totalizando 20 tratamentos
Para anaacutelise da produccedilatildeo de gaacutes foram utilizados 8 frascos de vidro (6 para
anaacutelise dos tratamentos e 2 para correccedilatildeo dos dados e ajustedos valores da pressatildeo) com
capacidade para 250 ml Foram adicionados em duplicata de cada tratamento 10 grama de
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
26
cada relaccedilatildeo volumoso concentrado com seus respectivos aditivos Nos frascos para correccedilatildeo
de dados foram adicionados apenas a soluccedilatildeo tampatildeo e liacutequido ruminal Em cada frasco
foram adicionados 100 ml da soluccedilatildeo tampatildeo 25 ml de inoacuteculo ruminal purgado com CO2
Os frascos permaneceram em temperatura a 39ordmC com agitaccedilatildeo constante Para cada
incubaccedilatildeo foi utilizado dois frascos como brancos contendo apenas inoacuteculo ruminal e soluccedilatildeo
tampatildeo como o objetivo de ajustar os valores de pressatildeo
A pressatildeo de gaacutes produzida dentro dos frascos durante a incubaccedilatildeo foi registrada por
sensores de pressatildeo localizados nas tampas dos frascos ou moacutedulos os quais transferiram as
informaccedilotildees de cada frasco por meio de uma base coordenadora conectada a um computador
a intervalos de 5 minutos totalizando 288 leituras durante 24 horas de incubaccedilatildeo O aumento
da pressatildeo produzido dentro dos frascos foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi)
utilizando sistema automaacutetico RF Gaacutes Production Systemreg (ANKOM)
Os dados mensurados em psi foram transformados para moles de gaacutes por meio da
equaccedilatildeo
N=VP
RT
em queN= quantidade de gaacutes em moles V= volume de gaacutes ocupado em litros P=
pressatildeo em pascal (KPa) T= temperatura em Kelvin (degK) R= constante dos gases (8314472
kPaL K-1
mol-1
)
Os moles foram convertidos em mL de gaacutes produzido em condiccedilotildees normais de
temperatura e pressatildeo (STP) utilizando a seguinte equaccedilatildeo
V=nRT
P
Foram utilizados os seguintes valores de referecircncia das condiccedilotildees de STP 27315ordmK
(0ordmC) e 101 325 Pa (1 atm = 760 mmHg)
A produccedilatildeo de gaacutes em mL foi calculada utilizando a pressatildeo corrigida dos frascos a
pressatildeo atmosfeacuterica da regiatildeo (96538 kPa) e a pressatildeo atmosfeacuterica em condiccedilotildees normais
(101325 kPa) sendo este o valor de P
Na determinaccedilatildeo da extensatildeo e a taxa de produccedilatildeo de gaacutes decorrente da degradaccedilatildeo
do alimento utilizou um modelo logiacutestico bicompartimental exponencial proposto por Pell
ampSchofield et al (1994)
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
27
Sendo y = volume total de gaacutes no tempo T (extensatildeo da degradaccedilatildeo) A e D =
volume de gaacutes (mL) das fraccedilotildees de degradaccedilatildeo raacutepida (accediluacutecares soluacuteveis e amido) e lenta
digestatildeo (celulose e hemicelulose) respectivamente B e E = taxas de degradaccedilotildees das fraccedilotildees
de digestatildeo raacutepida e lenta (h) respectivamente e C = tempo de colonizaccedilatildeo das bacteacuterias
Anaacutelises estatiacutesticas
Os dados obtidos para agraves variaacuteveis dos ensaios 1 2 e 3 foram submetidos a anaacutelises
exploratoacuterias preliminares para eliminar dados discrepantes (outliers) e obedecer agraves
premissas baacutesicas da anaacutelise de variacircncia (linearidade homoscedasticidade e normalidade dos
erros) As anaacutelises preliminares o processamento e anaacutelise dos dados experimentais foram
realizados com o auxiacutelio do software estatiacutestico SAS University Editionreg (SAS INSTITUTE
2015)
Inicialmente para os dados de digestibilidade in vitro da MS FDN FDA PB e
HCEL (1ordm ensaio) aplicou-se teste de Dunnet com o auxiacutelio do Proc GLM com a finalidade
de comparar o tratamento testemunha (controle positivo Monensina) com os demais
aditivados ao niacutevel de 5 de probabilidade Em seguida os dados foram analisados no
PROC GLM seguida de contrastes por polinocircmios ortogonais e obtidas as equaccedilotildees de
regressatildeo pelo meacutetodo dos quadrados miacutenimos
Para os dados referentes aos paracircmetros ruminais (pH e concentraccedilatildeo de amocircnia no
liacutequido ruminal) seguindo uma sequecircncia de medidas ao longo do tempo foram verificadas
as pressuposiccedilotildees do uso da MANOVA por meio do teste de esfericidade de Mauchly em que
se a matriz de covariacircncias atende agrave condiccedilatildeo H-F (teste de esfericidade natildeo-significativo)
conclui-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica podendo-se o experimento ser
analisado na forma de parcela subdividida caso o teste resultar significativo recomenda-se o
uso da anaacutelise multivariada de perfis A estatiacutestica utilizada para testar a esfericidade do
modelo da matriz foi a do teste W de Mauchly (1940) bem como as correccedilotildees do nuacutemero de
graus de liberdade GG de Geisser e Greenhouse (1958) e HF Huynh e Feldt (1970) As
estatiacutesticas para testar a hipoacutetese de ausecircncia dos efeitos dos niacuteveis de aditivos niacuteveis da
relaccedilatildeo volumosoconcentrado tempo e suas interaccedilotildees para o caso multivariado foram
Lambda de Wilks Traccedilo de Pillai Traccedilo de Lawley-Hotelling e Maior Raiz caracteriacutestica de
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
28
Roy Todos as anaacutelises descritas acima foram realizadas com o auxiacutelio de comando
REPEATED incluiacutedo no PROC GLM do SAS
Os resultados de aacutecidos graxos volaacuteteis (acetato propionato butirato e relaccedilatildeo C2C3)
foram submetidos ao PROC MIXED considerando efeito de medida repetida pelo comando
REPEATED indicando a combinaccedilatildeo dos efeitos de aditivo e relaccedilatildeo volumoso concentrado
(id) como sujeito (via comando SUBJECT = id) e definindo a estrutura de covariacircncia entre
as medidas repetidas (neste caso escolhemos natildeo estruturada via comando TYPE = UN)
As estimativas dos paracircmetros de interesse bioloacutegico e o ajuste das curvas da
produccedilatildeo de gases foram realizados utilizando-se o processo iterativo de Gauss-Newton por
meio do procedimento para modelos natildeo lineares do programa SAEG (UFV 2000) Em
seguida os dados foram submetidos ao PROC GLM
3 RESULTADOS
Natildeo foi verificado interaccedilatildeo significativa entre a relaccedilatildeo VCe aditivo para a
digestibilidade da MOMS ePB poreacutem os efeitos individuais foram significativos De acordo
com a anaacutelise de regressatildeo observou-se efeito quadraacutetico da relaccedilatildeo volumoso com
concentrado (P=000061) sobre a digestibilidade in vitro da PB e efeito linear sobre a
digestibilidade in vitro da MO (Plt0001) e MS (Plt0001) (Tabela 2)
Natildeo foi verificado efeito de interaccedilatildeo sobre a DIVMO DIVMS e DIVPB Foi
verificado efeito significativo do aditivopara DIVMO (P=00024) DIVMS (Plt00001)
DIVPB (P=00024) e efeito significativo para relaccedilatildeo VCsobre a DIVMO (Plt0001) DIVMS
(Plt00001) e DIVPB (Plt0001)
Os maiores valoresde DIVMO e DIVMS foram verificados com a inclusatildeo da
quitosana e os menores valores com a adiccedilatildeo do LCCC A DIVPB aumentou com a inclusatildeo
do LCCCQ e reduziu com a adiccedilatildeo doLCCC
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
29
Tabela 2 Coeficiente de digestibilidade in vitro da mateacuteria seca (DIVMS) mateacuteria orgacircnica
(DIVMO) e proteiacutena bruta (DIVPB) das diferentes dietas experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedia EPM P-valores
CONT Q LCCC LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVMS (gkg de MS)
20 0762 0775 0686 0716 0735
0008 lt00001 lt00001 08025
35 0684 0736 0654 0650 0681
50 0618 0667 0605 0580 0618
65 0541 0616 0533 0541 0571
100 0413 0475 0357 0358 0401
Meacutedia 0604B 0654A 0567C 0569C
DIVMO (gkg de MS)
20 0859 0842 0759 0785 0809
0017
2 00024 lt0001 01436
35 0759 0828 0687 0727 0751
50 0744 0746 0625 0668 0695
65 0595 0662 0547 0599 0589
100 0433 0479 0385 0629 0482
Meacutedia 0666AB 0712A 0601B 0682A
DIVPB (gkg de MS)
20 0756 0693 0489 0876 0704
0016 00024 lt0001 01436
35 0750 0714 0671 0729 0716
50 0814 0759 0695 0818 0771
65 0758 0754 0655 0825 0748
100 0698 0625 0366 0758 0612
Meacutedia 0755AB 0709B 0575C 0801A
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005) Regressatildeo
relativas aos niacuteveis de Volumoso com concentrado sup1Ŷ=0893552-000422977x(Rsup2=098)(Plt0001)
sup2Ŷ=0825427-0004159x (Rsup2=099) (Plt0001) sup3Ŷ=0589255+000647997x-000006240xsup2 (Rsup2=094)
(P=000061)
A utilizaccedilatildeo do aditivo natildeo influenciou (P=01518) aDIVFDN poreacutemfoi verificado
variaccedilatildeo significativo na relaccedilatildeo VC (Plt00001) e efeito de interaccedilatildeo entre VC e aditivos
(Plt00001) (Tabela 3)De acordo com a anaacutelise de regressatildeoobservou-se efeito
quadraacutetico(Plt005) sobre a DIVFDN das dietascom a inclusatildeo doLCCC LCCCQ e
CONT(controle positivo) com ponto maacuteximo de digestibilidade de 6599 6738 e
4584de volumoso respectivamente No entanto com a inclusatildeo da quitosana as dietas
apresentaram o mesmo comportamento
Foi verificado efeito com a adiccedilatildeo do aditivo (P=00457) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e
interaccedilatildeo (Plt00001) sobre a DIVFDA A anaacutelise de regressatildeo
mostroucomportamentoquadraacutetico com a inclusatildeo da monensina (controle positivo)
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
30
(Plt0001) sendo o ponto maacuteximo de digestibilidade com a adiccedilatildeo de6075 de volumoso
Foi verificado efeito lineardecrescente com o aumento do concentrado para dietas com
inclusatildeo doLCCC (P=000083) Contudo natildeo foi observando diferenccedila significativa com a
inclusatildeo da Q e LCCCQ
Para a digestibilidade DHCEL a anaacutelise de variacircncia demostrou efeito significado do
aditivo (P=00321) relaccedilatildeo VC (Plt00001) e da interaccedilatildeo entre a relaccedilatildeo VC e o aditivo
(P=00002)Houve efeito quadraacutetico significativo para o tratamento CONT (Plt00001)
quitosana (P=000003) e LCCC (P=0044) com ponto maacuteximo de 5643 6988 e 9725
da relaccedilatildeo VC respectivamente Para a inclusatildeo do LCCCQ foi verificado efeito linear
(P=000003) decrescente com o aumento do concentrado na dieta
Tabela 3Coeficiente de digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN)
digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido (DIVFDA) digestibilidade in vitro da
hemicelulose (DHCEL) das diferentes dietas experimentais
Rel
VC
Aditivos Meacutedia EPM
P-
valores
CONTsup1 Q LCCCsup2 LCCCQsup3 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
DIVFDN (gkg de MS)
20 0323B 0399AB 0404A 0417A 0386
00083
02 01518 lt00001 lt00001
35 0389AB 0345B 0338B 0423A 0374
50 0289C 0370B 0459A 0421AB 0385
65 0604A 0387B 0451B 0433B 0469
100 0346B 0425A 0403AB 0341B 0379
Meacutedia 0391 0385 0411 0407
DIVFDA (gkg de MS)
CONT⁴ Q LCCC⁵ LCCQ
20 0216A 0195A 0185A 0250A 0211
00102 00457 lt00001 lt00001
35 0213A 0235A 0159A 0194A 0200
50 0188A 0225A 0288A 0208A 0227
65 0506A 0224B 0243B 0236B 0302
100 0302A 0139B 0191B 14120B 0193
Meacutedia 0252 0216 0235 0204
DHCEL (gkg de MS)
CONT⁶ Q⁷ LCCC⁸ LCCQ⁹
20 0196A 0157A 0182A 0210A 0187
00151
5 00321 lt00001 00002
35 0347A 0321A 0288A 0322A 0322
50 0328A 0442A 0429A 0303A 0376
65 0452A 0451A 0442A 0402A 0437
100 0147C 0363B 0531A 0479AB 0380
Meacutedia 0295 0347 0376 0343
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey (Plt005)Regressatildeo
relativa aos niacuteveis de Volumoso com concentradosup1Ŷ =011489426+001052664x-000007975xsup2 (Rsup2=028)
(Plt0001) sup2Ŷ=030751073+000383294x-000002819xsup2 (Rsup2=026) (P=00394) sup3Ŷ =037046957+000267497x-
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
31
000002945xsup2 (Rsup2=094) ⁴ Ŷ=-006826875+001347575x-000011094xsup2 (Rsup2=034) (Plt0001) ⁵ Ŷ
=014727944+000162799x (Rsup2=063) (P=000083) ⁶ Ŷ =-008783743+001692518x-000014497xsup2 (Rsup2=086)
(Plt0001) ⁷ Ŷ =-013774682+001746953x-000012498xsup2 (Rsup2=098) (P=000003) ⁸ Ŷ =-
001593519+001116731x-000005741xsup2 (Rsup2=097) (P=0044) ⁹ Ŷ =017114725+000318893x (Rsup2=091)
(000003)
Apoacutes anaacutelise de variacircncia natildeo foi verificado efeito do aditivo e da interaccedilatildeo
aditivorelaccedilatildeo para as variaacuteveis pH e NH₃ no liacutequido ruminal O liquido da casca da
castanha de caju associado ou natildeo com a quitosana tiveram o mesmo comportamento que a
monensina Independente do aditivo utilizado nas dietas o pH manteve acima de 60 e o N-
NH₃ manteve-se acima de 10mmoldl faixa oacutetima para atividade dos microrganismos
presente no ruacutemen Foi verificado efeito significativo da relaccedilatildeo volumosoconcentrado para
os valores de pH (P=00029) e N-NH₃ (P=00019) onde constatou que o aumento de [ ] o N-
Nh3 diminuiu e o pH houve uma leve variaccedilatildeo (Tabela 4 e Figura 2)
Tabela 4 Efeito dos aditivos e das diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado sobre os
paracircmetros de pH e concentraccedilotildees de NH₃
Variaacuteveis Relaccedilatildeo VC
EPM P-Valores
100 65 50 35 20 Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
pH 668 658 655 656 666 001 08509 00029 0687
NH₃ 1604 1742 1371 1756 1067 143 05758 00019 1
Figura 2 Estimativas de concentraccedilotildees de amocircnia (N-NH3 mgdl) do liacutequido ruminal em funccedilatildeo dos tempos de
coleta
Foi verificado efeito de interaccedilatildeo da relaccedilatildeo volumoso com concentrado versus
inclusatildeo do aditivo (Plt005) sobre os AGCC estudados Foi verificado efeito significativo da
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
32
relaccedilatildeo VC para as concentraccedilotildees de acetato (Plt0001) proprionato (Plt00001) e butirato
(P=00098) Foi verificado efeito do aditivo na relaccedilatildeo C2C3 (Plt0001) Os aditivos naturais
(LCCC Q e LCCCQ) proporcionaram um aumento do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
C2C3 (Tabela 5)
Tabela 5 Concentraccedilotildees de aacutecido aceacutetico aacutecido propriocircnico e aacutecido (mmol100ml) no liacutequido
ruminal de bovinos com diferentes relaccedilotildees volumoso concentrado com a inclusatildeo de
aditivos
Meacutedias com letras diferentes dentro da mesma linha diferem entre si pelo teste de tukey Meacutedias com letras
minuacutescula dentro da mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de tukey (plt005)
Para a produccedilatildeo de gases foi verificado efeito da relaccedilatildeo VC (Plt0001) para os
paracircmetros A C D e AD dos aditivos (Plt005) para o paracircmetro C e da interaccedilatildeo dos fatores
principais (Plt005) para o paracircmetro AD (tabela6)
Rel VC
Aditivos EPM
P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo Rel VC Interaccedilatildeo
Aacutecido aceacutetico
20 929Abc 8344Ac 8999Ab 8981Ab
01918 03773 lt00001 lt00001
35 1021Babc 11681Aab 9865Bab 7605Cc
50 935ABbc 6874Cd 818ABCb 6952BCc
65
1121ABa
b 1108ABab 101818Bab 11421ABab
100 8813Bc 10132Ab 10027Aab 10205Aab
Aacutecido propiocircnico
20 5814Ba 7984ABcd 7921ABbc 8715ABbc
03137 04214 lt00001 lt00001
35 7167Ca 14729Aa 11644Bab 10106Babc
50 5328Aa 5651Ac 6070Ac 6064Ac
65 7465Ba 10231Abcd 9811Aabc 11982Aab
100 7081Ba 10831Aabc 11470Aab 9933Aabc
Aacutecido butiacuterico
20 0913Aab 0691Aab 0779Aa 0768Aa
00205 05322 00098 00200 35
0940ABa
b 0861ABab 0729ABa 0583Ba
50 0961Aab 0571Bb 0600Ba 0578Ba
65 1095Aab 0820Bab 0713Ba 0814Ba
100 0789Ab 0749Aab 0664Aa 0804Aa
C2C3
20 2147 1105 1260 1085
00957 lt00001 09839 09962
35 2797 0861 0923 0795
50 2407 1316 1350 1180
65 2384 1116 1040 0993
100 2796 0978 0880 1058
Meacutedia 2506A 10755B 1092B 1022B
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
33
Tabela 6Paracircmetros cineacuteticos da fermentaccedilatildeo ruminal de dietas com diferentes dietas
experimentais
Rel VC Aditivos
Meacutedias EPM P-valores
M LCCC Q LCCCQ Aditivo RelVC Interaccedilatildeo
Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg)
20 0288 4873 0425 0123 143B
04822 05834 00002 01053
35 9972 5882 0425 2628 659A
50 6486 3963 9104 6408 649A
65 4797 5393 3591 6264 501A
100 3222 3449 3538 3657 347AB
Meacutedias 495 471 491 382
Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
20 0153 0183 0066 0109 012
00104 06986
08487
03425
35 0055 0097 0150 0237 013
50 0145 0119 0047 0143 011
65 0093 0106 0141 0098 011
100 0153 0148 0138 0123 014
Meacutedias 012 013 011 014
Paracircmetro C ndash Lag time (horas)
20 3240 9320 6442 5242 606AB
05082 00105
lt00001
00914
35 3463 5162 2904 3018 363BC
50 0182 8188 0002 0002 209C
65 8775 6073 8483 5931 732A
100 7569 7463 7014 6168 705A
Meacutedias 465AB 724A 497AB 407AB
Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg)
20 1086 7453 0958 0548 251B
04753 05995
00007
00884
35 5920 7689 6998 6998 690A
50 6995 4549 9999 9999 787A
65 7112 7079 8290 6746 731A
100 5425 5936 5867 6040 582AB
Meacutedias 531 656 642 606
Paracircmetro E - Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1)
20 0001 0050 0003 0047 003
00026 00514
02721
00795
35 0031 0024 0034 0028 003
50 0026 0037 0006 0044 003
65 0035 0034 0033 0032 003
100 0042 0039 0039 0038 003
Meacutedias 003 003 002 004
Produccedilatildeo cumulativa (A + D) de gases
20 137Bb 1232Aa 1383BBc 067Bb 394
0808 05161
lt00001
00007
35 1589Aab 1357Aa 1489Aab 963Aa 1349
50 1348ABa
b 8512Ba 1910ABab 1641ABa 1437
65 1191Aab 1247Aa 1188Aab 1301Aa 1232
100 865Aab 939Aa 941Ab 969Aa 928
Meacutedias 1026 1125 1133 988
A=Paracircmetro A ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida (mL gaacutesg) B= Paracircmetro B ndash Taxa de produccedilatildeo da fraccedilatildeo A (h-1)
C=Paracircmetro C ndash Lag time (horas) D= Paracircmetro D ndash Produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta (mL gaacutesg) E= Paracircmetro E - Taxa de
produccedilatildeo da fraccedilatildeo D (h-1) AD= Produccedilatildeo cumulativa (A+D) de gases
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
34
4 DISCUSSAtildeO
Os resultados demonstram que independente da relaccedilatildeo volumoso com concentrado
na dieta a inclusatildeo da quitosana associada ou natildeo ao LCCCaumentou a DIVMO Quando
avaliado sobre a DIVMS e a DIVFDN a quitosanaaumentou a digestibilidade da FDN poreacutem
reduziu a DIVPBEsse resultado pode ser explicado pelas alteraccedilotildees nos padrotildees de
fermentaccedilatildeo ruminal em que a utilizaccedilatildeo da quitosana (gt85 de desacetililaccedilatildeo) tende a
reduzir a atividade dos protozoaacuteriosem ateacute 56 o que favorece a produccedilatildeo das bacteacuterias no
ruacutemen econsequentemente a digestatildeo dos nutrientes (BELANCHER etal 2015)
Jacauacutena (2016) analisando a inclusatildeo de diferentes niacuteveis de quitosana in vitro
encontrou aumento da digestibilidade da MS para todas as dietas na dose 371 mgL associado
a reduccedilatildeo da digestibilidade in vitro da PB como observado neste trabalho em que a inclusatildeo
da quitosana reduziu a DIVPB Estes dados corroboram com os dados apresentados neste
trabalho
A PB eacute um fator limitante para o crescimento dos microrganismos desta forma agrave
medida que haacute aumento em sua digestibilidade haacute um maior fornecimento de nitrogecircnio para
a siacutentese microbiana os quais satildeo responsaacuteveis pela degradaccedilatildeo dos compostos fibrosos
(DETMANN et al 2009) Da mesma forma o aumento na degradabilidade da proteiacutena da
dieta pode natildeo ser tatildeo interessante pois resulta em maior produccedilatildeo de amocircnia no liacutequido
ruminal e possivelmente maiores seratildeo as perdas de compostos nitrogenados via sistema
urinaacuterio na forma de ureia (RUSSEL et al 1992)
A inclusatildeo do LCCCassociado ou natildeo com a quitosana proporcionou reduccedilatildeo da
DIVMS Contudo a adiccedilatildeo do LCCC e o aumento do volumoso na dieta proporcionaram
maior DIVFDN e DHCEL disponibilizando maior quantidade de energia para o animal
Quando avaliado sobre aDIVPBapresentou menor digestibilidade A reduccedilatildeo da DIVPB
promove maior retenccedilatildeo do nitrogecircnio e aumenta a quantidade de aminoaacutecidos no intestino
delgado resultando em maiores quantidades de aminoaacutecidos para reproduccedilatildeo muacutesculo e a
proteiacutena do leite (VAN DER WERF et al 1996) No entanto Diacuteaz (2013) observou ateacute o
niacutevel de inclusatildeo de 05 gkg de MS de LCCC aumento na DIVMS verificando uma queda
acima deste valor
A digestibilidade in vitro da fibra em detergente aacutecido reduziu com o amento do
concentrado na dieta Tal fato era esperado uma vez que as dietas com alto concentrado
apresentou menor percentagem de FDA
OLCCC e seus subprodutos possuem em sua composiccedilatildeo lipiacutedios fenoacutelicos
(anacaacuterdico cardol e cardanol) que quando adicionado em dietas para ruminante exercem
papel antimicrobiano provocando mudanccedila no ecossistema ruminaljaacute que por
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
35
possuirpropriedades anfipaacuteticas permite interagir com os lipiacutedios presentes nas membranas
bacterianas provocando o aumento da permeabilidade da membrana e consequente fuga dos
componentes citoplasmaacuteticos resultando na morte da ceacutelula microbiana Esses aditivos agem
principalmente nas bacteacuterias Gram-positiva responsaacuteveis pela produccedilatildeo de metano
melhorando assim a utilizaccedilatildeo da energia e proteiacutena dos alimentos pelas bacteacuterias Gram-
negativas (KUBO et al 1991 BURT et al 2004)
O consumo digestibilidade taxa de passagem estado corporal do animal ruminaccedilatildeo
e alimentaccedilatildeo e a produtividade pode ser influenciado pelo tipo de alimentaccedilatildeo ao qual o
animal recebeu neste caso o conteuacutedo de fibra dos alimentos eacute altamente correlacionado com
estes fatores e podendo ser utilizada para estabelecer limites maacuteximos de ingredientes nas
raccedilotildees fazendo o controle de alimento (MERTENS1992) no entanto quando fornecida em
alta proporccedilatildeo pode limitar o consumo do animal (MINSON 1990)
A inclusatildeo do LCCC e LCCCQ apresentou ponto maacuteximo de digestibilidade com a
inclusatildeo de 65 e 6738 respectivamente de volumoso na dieta mas superior ao constatado
por Osmari (2013) que foi de 6386 Os aumentos verificados na digestibilidade da fibracom
o uso do LCCC e LCCCQ parecem estar relacionados agrave melhor atividade das bacteacuterias
celuloliacuteticas
O pH ruminalmanteve-se acima de 60 e as concentraccedilotildees deN-NH3 acima de
10(mgdL) dentro da faixa oacutetima de atuaccedilatildeo da atividade dos microrganismos(STROBEL amp
RUSSEL 1986)Para os paracircmetros de N-NH3 foi observado um aumento na quantidade de
amocircnia com o tempo de coleta em que os valores maacuteximos obtidos foram menores para
dietas com maior proporccedilatildeo de concentrado o que sugere que teve uma maior utilizaccedilatildeo da
amocircnia para o crescimento dos microrganismos Isto era esperado jaacute que a maior quantidade
de concentrado reduz as concentraccedilotildees de amocircnia no ruacutemen (CHAPAVAL et al 2008)
De acordo com Strobel amp Russel (1986) valores de pH abaixo de 60 podem inibir a
atividades dos microorganismos ruminais afetando a eficiecircncia da siacutentese de proteiacutena bruta
microbianaChapaval et al (2008) tambeacutem observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de N-
NH3 ruminal com o aumento do concentrado na dieta
Desta forma pode-se observar que LCCC eou quitosana atuam como aditivo e
desempenham um papel importante na manutenccedilatildeo do pH e do nitrogecircnio do liacutequido ruminal
de bovinos podendo ser substituiacutedos pelos antibioacuteticos ionoacuteforo
Osmari (2013) avaliando liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de
nitrogecircnio natildeo proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos confinados com a inclusatildeo LCCC nas
quantias de 300 (003) 600 (006) e 1200 (012) mgkg verificou que com exceccedilatildeo do
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
36
pH e da digestibilidade ruminal do EE nenhuma outra variaacutevel sofreu variaccedilatildeo significativa
com o aumento das doses de LCCC
Neste trabalho foi verificado que oliquido da casca da castanha de caju eou a
quitosana proporcionaram aumento na concentraccedilatildeo do proprionato e reduccedilatildeo da relaccedilatildeo
acetatoproprionato O aumento na concentraccedilatildeo do proprionato demonstra que a inclusatildeo dos
aditivos naturais modifica o ambiente ruminal favorecendo a maior produccedilatildeo de energia para
o animal Segundo Seal amp Reynolds (1993) o aumento do proprionato implica em maior
concentraccedilatildeo de glicose no sangue resultado do estiacutemulo e liberaccedilatildeo da insulina no sague
pelo proprionato o que gera maior quantidade de energia para o animal
O aumento do concentrado na dieta proporcionou uma maior digestibibilidade dos
nutrientes resultando em uma maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida(paracircmetro A mlgaacutesg)
A maior produccedilatildeo da fraccedilatildeo raacutepida estaacute relacionada ao menor tempo de fermentaccedilatildeo do
concentradoO aumento do volumoso na dieta proporcionou uma maior produccedilatildeo de gaacutes da
fraccedilatildeo lenta (paracircmetro D mlgaacutesg)A produccedilatildeo cumulativa de gases (A+D) quando
comparada entre os aditivos verificou efeito similar no entanto o aumento do concentrado na
dieta proporcionou um maior acuacutemulo de gaacutes
A produccedilatildeo de gases estaacute diretamente relacionada com a atividade dos
microorganismos ruminais e o tipo de alimento podendo ser medida a intervalos curtos
permitindo dessa formaverificar passo a passo a atividade dos microorganismos ruminais
sobre o alimento consumido (NEIVA JUNIORet al 2010) Quanto maior a quantidade de
amido na dieta maior seraacute a degradaccedilatildeo do alimento desta forma a maior produccedilatildeo de gases
estaacute relacionada a uma maior fermentaccedilatildeo dos carboidratos (LUZ et al 2014)
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
37
5 CONCLUSOtildeES
Os resultados observados nos experimentos demonstraram que a quitosana e LCCC
isoladamente adicionados a dieta de ruminantes como aditivos moduladores da fermentaccedilatildeo
ruminal favorecem o aproveitamento dos nutrientes da dieta e resulta em efeitos positivos na
digestibilidade dos nutrientes possibilitando substituir os antibioacuteticos ionoacuteforos No entanto
quando trabalhado em conjunto reduz a digestibilidade podendo comprometer o desempenho
dos animais
A adiccedilatildeo o LCC Q e do LCCQ em dietas para ruminantes manteacutem o pH acima de
60 e as concentraccedilotildees de N-NH3 acima de 10 mgdL o que favorece a atividade dos
microorganismos ruminais A inclusatildeo do aditivo quitosana eouLCCC aumenta a produccedilatildeo
de aacutecido propiocircnico e reduz a relaccedilatildeo C2C3 ocasionado o aumento da produccedilatildeo de energia
para o animal O liacutequido da casca da castanha de castanha associado ou natildeo a quitosana natildeo
afeta a cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal no entanto o aumento do concentrado resulta em
maior produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo raacutepida ao contraacuterio o aumento do volumoso aumenta a
produccedilatildeo de gaacutes da fraccedilatildeo lenta
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
38
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AOAC Official methods of analysislsquo 17th edn Association of Official Analytical
Chemists Arlington VA 2000
ARAUacuteJO APC VENTURELLI BC SANTOS MCB GARDINAL R COcircNSOLO
NRB CALOMENI GD FREITAS JE BARLETTA RV GANDRA JR PAIVA
PG RENNOacute FP Chitosan affects total nutrient digestion and ruminalfermentation in
Nellore steers Animal Feed Science Technology v206 p114-118 Aug2015
BELANCHER A RAMOS-MORALES E NEWBOLD CJIn vitroscreening of natural
feed additives from crustaceans diatoms seaweeds and plant extracts to manipulate rumen
fermentationJournal Science Food Agricuture v96 n9 p3069-3078 2015
BENCHAAR C CALSAMIGLIAS CHAVES AV FRASER G R COLOMBATTO
D MCALLISTERTA BEAUCHEMIN K A A review of plant-derived essential oils in
ruminant nutrition and production Animal Feed Science Technology v 145 p209ndash228 2008
BURT S Essential oils their antibacterial properties and potential applications in foodsmdasha
review International Journal of Food Microbiology v 94 p223-253 aug2004
CHAPAVAL L MELOTTI L ROSSI JUacuteNIOR P OLIVINDO CS REGO JPA
Relaccedilatildeo volumoso concentrado sobre as concentraccedilotildees ruminais de amocircnia pH e aacutecidos
graxos volaacuteteis em vacas leiteiras mesticcedilas Revista Brasileira de Sauacutede e Produccedilatildeo Animal
v 9 n1 p 18-28 janmar 2008
DETMANN E PAULINO M F MANTOVANI H C VALADARES FILHO S C
SAMPAIO C B SOUZA M A LAZZARINI I DETMANN K S C Parameterization
of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten kinetics
Livestock Science v 126 n 1-3 p 136-146 2009
DIAZ TG Avaliaccedilatildeo in vitro da inclusatildeo do liacutequido da casca da castanha do caju em dietas
para ruminantes 2013 60f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Estadual de
Maringaacute Maringaacute-PR
GOIRI I OREGUI L M GARCIA-RODRIGUEZ ADose-response effects of chitosans
on in vitro rumen digestion and fermentation of mixtures differing in forage-to-concentrate
ratios Journal Animal Feed Science and Technology v151 p 215-227 may2009
GUSTAFSON R H BOWEN R E Antibiotic use in animal agriculture Journal Applied
Microbiology v 83 p 531ndash541 1997
HOLDEN LA Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds Journal
Dairy Science 2(8)1791-1794 1999
JACAUacuteNA A G Avaliaccedilatildeo in vitro da quitosana como aditivo em dietas para
ruminantes201653f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Universidade Federal da
Grande Dourado Dourados-MS
KUBO I HIMEJIMA M Anethole a synergist of polygodial against filamentous
microrganisms Journal Agriculture Food Chemistry vol39 p2290-2292 1991
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
39
LUZ YS FIGUEIREDO MP OLIVEIRA FM BERNARDINO FS NOVAES EJ
ROSEIRA JPS Cineacutetica da fermentaccedilatildeo ruminal in vitro de dietas contendo palma
forrageiraenriquecida com ureia e suplementadas com diferentes fontes de amidoSemina
Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 35 n 3 p 1501-1514 maiojun 2014
MERTENS DR Anaacutelise da fibra e sua utilizaccedilatildeo na avaliaccedilatildeo de alimentos e formulaccedilatildeo de
raccedilotildees In REUNIAtildeO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA Anais Lavras
UFLA SBZ v29 p188-219 1992
MINSON DJ Forage in ruminant nutrition Academic Press Inc New York
1990MORAIS JAS BERCHIELLI TT REIS RA Aditivos In BERCHIELLI TT
PIRES AV OLIVEIRA SG Nutriccedilatildeo de ruminantes Jaboticabal Funep 2006 583p
NEIVA JUacuteNIOR A P SILVA FILHO JC VAN CLEEF EHCB PINTO JC LUIZ
AA TAVARES V B Avaliaccedilatildeo das silagens de capim-elefante aditivadas com nabo
forrageiro pinhatildeo manso e tremoccedilo pela teacutecnica de produccedilatildeo de gases Ciecircncia e
Agrotecnologia V34 n4 p 1024-1030 2010
OSMARI MP Liacutequido da casca da castanha de caju associado a fontes de nitrogecircnio natildeo
proteico na alimentaccedilatildeo de bovinos 201373f Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Zootecnia) -
Universidade estadual de Maringaacute Maringaacute-PR
RUSSELL JB OlsquoCONNOR DJ FOX DG VAN SOEST P J SNIFFEN C J A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets ruminal fermentation Journal of
Animal Science v70 n12 p3551-3581 1992
SEAL C J REYNOLDS C K Nutritional implications of gastrointestinal and liver
metabolism in ruminants Nutr ResRev v6 p185 1993
SENEL S MCCLURE S J Potential applications of chitosan in veterinary medicine
Advanced Drug Delivery Review v 56 p 1467-1480 2004
SHINKAI T ENISHI O MITSUMORI M Higuchi K Kobayashi Y Takenaka
A Nagashima K Mochizuki M Kobayashi YMitigation of methane production from cattle
by feeding cashew nut shell liquid Journal of Dairy Science v 95 p 5308ndash531 2012
STROBEL HJ RUSSELL JB Effect of pH and energy spilling on bacterial protein
synthesis by carbohydrate-limited cultures of mixed rumen bacteria Journal of Dairy Science
v69 n11 p2941-2947 1986
TERRY RA A two-stage technique for the in vitro digestion of forage crops Journal British
Grassland Society v18 p104-111 1963
VAN DER WERF H MG MATHIJSSEN E WJM HAVERKORT AJ The potencial
of hemp (Cannabis sativa L) For sustainable fibre production a crop physiological
appraisalAnn Appl Biol 129 109-123 1996
VAN SOEST PJ ROBERTSON JB LEWIS BA Symposium carbohydrate methodology
metabolism and nutritional implications in dairy cattle Journal of Dairy Science v74 n10
p3583-3597 1991
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais
40
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A monensina apesar de apresentar resultados satisfatoacuterios na alimentaccedilatildeo de
ruminantes alguns paiacuteses tecircm optado por utilizar aditivos naturais na alimentaccedilatildeo destes
animais devido o possiacutevel aparecimento de bacteacuterias resistes capazes de provocar danos agrave
sauacutede humana
A utilizaccedilatildeo de quitosana e do liquido da casca da castanha de caju como aditivos
naturais na alimentaccedilatildeo de bovinos tem demostrado efeitos satisfatoacuterios sobre o ambiente
ruminal poreacutem ateacute o momento poucos estudos foram realizados com a utilizaccedilatildeo destes
aditivos Contudo vale ressaltar as dificuldades na obtenccedilatildeo fornecimento e o valor
comercial destes produtos
A quitosana eacute composto natural natildeo toacutexico biodegradaacutevel e encontra-se disponiacutevel no
mercado apresentando um aspecto de um poacute de tonalidade amarelo-claro Ao manusear o
produto eacute necessaacuterio bastante cautela quanto a quantidade a ser fornecida
O liquido da casca da castanha de caju apresenta na sua composiccedilatildeo o cardol cardanol
e aacutecido anacaacuterdio que destaca por possui potencial antimicrobiano e natildeo ser toacutexico aos
animais No entanto por ser um produto liacutequido a necessidade de recipiente para seu
transporte e armazenamento Deve ser armazenado em local seco com temperatura ambiente e
longe da luz
Durante o experimento quando avaliado o liquido da casca da castanha de caju em
conjunto com a quitosana foi verificado reduccedilatildeo na digestibilidade dos nutrientes da dieta A
reduccedilatildeo na digestibilidade pode estar relacionado a quantidade da dose ou a atividade de
inibiccedilatildeo destes compostos Desta forma eacute necessaacuterio que novos estudos sejam realizados para
identificar a dose oacutetima da associaccedilatildeo destes dois aditivos na alimentaccedilatildeo de ruminantes
Sugestotildees gerais