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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS
DEPARTAMENTO DE ZOOTENCIA - DZO
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
OBRIGATÓRIO
ACADÊMICO: José Adelson Santana Neto
ORIENTADOR PEDAGÓGICO: Jaillson Lara Fagundes
SÃO CRISTOVÃO
2011
JOSÉ ADELSON SANTANA NETO
AVALIAÇÂO DA SILAGEM DE GLIRICÍDIA NA
ALIMENTAÇAO DE OVINOS
Trabalho apresentado à Coordenação do curso de
Zootecnia da Universidade Federal de Sergipe
como requisito parcial para obtenção do grau de
Zootecnista.
Orientador Pedagógico:
Prof. Dr. Jailson Lara Fagundes
Orientadores Técnicos:
Dr. José Henrique de Albuquerque Rangel
Dr. Evandro Neves Muniz
SÃO CRISTOVÃO
SERGIPE – BRASIL
2011
JOSÉ ADELSON SANTANA NETO
AVALIAÇÂO DA SILAGEM DE GLIRICÍDIA NA ALIMENTAÇAO DE
OVINOS
Trabalho apresentado à Coordenação do curso de
Zootecnia da Universidade Federal de Sergipe
como requisito parcial para obtenção do grau de
Zootecnista.
APROVADA em 09 de julho de 2011
______________________________ _______________________________
Dr. José Henrique de Albuquerque Rangel Prof. Drª. Mônica Alixandrina da Silva
________________________________
Prof. Dr. Jailson Lara Fagundes
DEDICO
À minha mãe Maria Auxiliadora e ao meu pai José Erivaldo Santana, pelo
amor e confiança depositados, pelos exemplos de caráter, pela educação e pelo
incentivo e apoio em todos momentos.
À minha namorada Ana Alves, por todo amor e carinho.
À minha irmã Benizia, meus avós, primos, tios e amigos, pela motivação e
apoio.
OFEREÇO
Ao meu orientador, Dr. Evandro Neves Muniz e ao Dr. José Henrique de
Albuquerque Rangel, pela oportunidade, incentivo, apoio e confiança.
Aos mestres Prof. Dr. Jailson Lara Fagundes, Prof.ª Dr.ª Ângela Cristina e
a Prof.ª Drª. Jucileia Morais, pelos ensinamentos e ajuda.
AGRADECIMENTOS
Sinto-me como um guerreiro que chega vitorioso do fim de uma batalha. Foram
incontáveis as pessoas que fizeram e fazem parte dessa importante conquista.
Primeiramente, agradeço muito aos meus pais, José Erivaldo (Galego) e Maria
Auxiliadora (Dora). A minha mãe, pelas cobranças em relação aos estudos. Lembro-me
daquele tempo em que ela só me deixava sair para jogar bola quando terminasse as
tarefas da escola e, principalmente, daqueles “tapinhas” de quando eu errava alguma
coisa, pois é... Aprendi muito com isso. Obrigado por todo amor e carinho, você é muito
importante para mim. A meu pai, um exemplo de homem e de pai para mim, pelo esforço
feito para poder me proporcionar sempre uma educação de qualidade, com a qual adquiri
conhecimentos que carregarei por toda minha vida. Esse foi o maior presente que ele
poderia ter me dado.
Agradeço aos meus avós maternos, Benildo (in memoriam) e Nivalda, por todo
amor, carinho e proteção. Sei que fui e sou muito amado por vocês. À minha avó materna
Maria, pelo apoio e preocupação demonstrada, sempre disposta a me ajudar no que
fosse preciso. Obrigado por tudo!.
Agradeço também a minha namorada Aninha... É tão difícil expressar em tão
poucas palavras o quanto ela é importante para mim. Você foi responsável direta por
mais essa conquista na minha vida, sempre me dando forças e conselhos valiosos.
Obrigado por todo carinho, paciência e por me amar tanto. Com você, aprendi o
verdadeiro significado da palavra amor.
Obrigado também a minha segunda família, ou melhor, as minhas duas Sogras
(D. Silvia e D. Elisabete) e aos meus dois Sogros (Seu Tanisson e Seu Genival), vocês
me deram o maior presente da minha vida.
Aos meus amigos e irmãos de coração: Mayara, Diego, Flávio (Roberval), Flávio,
Evanderson, Janisson, Madson, Thiago, Luis Carlos, Renan e Morgana.
A Embrapa, por me conceder a oportunidade de estagiar por 3 anos, o que me
proporcionou grandes aprendizados e círculos de amizade que carregarei por toda minha
vida.
Ao Dr. Evandro Muniz, pela oportunidade e confiança depositada em mim. Você
foi muito importante para minha formação acadêmica e um exemplo que pretendo seguir
Poe toda minha vida profissional.
Agradeço aos amigos do LNA da Embrapa (Laboratório de Nutrição Animal): Dr.
Rangel, Daniel, Railton, Helber, Vivisinho, Giovana, Wilton e Luciana.
Aos amigos de faculdade: Vinicius, Roberta, Karen, Camila, Neto, Tonho, Mika,
Mada, Carol, Rafael e tantos outros que fizeram parte da minha família UFS; aos meus
professores: Prof.ª Ângela Cristina (primeira oportunidade na iniciação cientifica), Prof.
Jailson Lara Fagundes e a. Prof.ª Jucileia Morais (por acreditarem e incentivarem minhas
idéias).
Obrigado a todos que não citei, mas que contribuíram de forma direta ou indireta
para essa vitoria. Mais uma batalha foi vencida, mas é certo que outras virão e, com
certeza, sairei vitorioso, porque, enfim, sou um ZOOTECNISTA.
BIOGRAFIA
JOSÉ ADELSON SANTANA NETO, filho de José Erivaldo Santana e Maria
Auxiliadora Gomes Santana, nascido na cidade de Aracaju, Estado de Sergipe,
em 9 de setembro de 1986.
Em março de 2007, iniciou o curso de Zootecnia, na Universidade Federal
de Sergipe, defendendo o relatório de estágio supervisionado em 9 de Junho de
2011.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1 ANALISE GERAL DA OVINOCULTURA NO BRASIL ......................................... 1
1.2 A OVINOCULTURA NO NORDESTE ..................................................................... 3
1.3 OVINOCULTURA EM SERGIPE ............................................................................. 4
1.4 LEGUMINOSAS COMO ALTERNATIVA ALIMENTAR PARA O SEMI-ÁRIDO6
2 OBJETIVO DO ESTAGIO SUPERVISIONADO ......................................................... 11
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTAGIO ..................................................................... 11
3.1 LOCALIZAÇÃO .............................................................................................................. 11
3.2 HISTÓRICO DA EMBRAPA - CPATC ........................................................................ 12
3.3 LABORATÓRIOS E CAMPOS EXPERIMENTAIS .............................................. 12
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ....................................................... 16
4.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL16
4.1.1 Determinação de Matéria Seca ............................................................................ 17
4.1.2 Determinação da Proteína Bruta .......................................................................... 17
4.1.3 Determinação de extrato etéreo ou gordura bruta ............................................ 18
4.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO EXPERIMENTAL JORGE SOBRAL
................................................................................................................................................. 19
4.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO EXPERIMENTAL PEDRO ARLE21
5- TRABALHO TÉCNICO-CIENTÍFICO ............................................................................... 23
5.1- RESUMO ....................................................................................................................... 23
5.2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 25
5.3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 26
5.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 30
5.5 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 41
6 CONTRIBUIÇÃO DO ESTAGIO PARA CARREEIRA PROFISSIONAL .................... 42
7 RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS E PRATICAS ............................................................. 43
8 CONSIDERAÇOES FINAIS ................................................................................................ 44
9 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 ANALISE GERAL DA OVINOCULTURA NO BRASIL
O sistema de criação de ovinos no Brasil vem passando, nos últimos
anos por uma larga expansão e uma acentuada procura por modernização.
Um fator importante na ovinocultura e o aumento da demanda por carne ovina.
Segundo os dados da ANUALPEC (2000), a produção de carne ovina
encontra-se em torno de 12.800.000 toneladas, sendo abastecidas por
mercados de países com sistemas de produção e comercialização
especializados.
De acordo com a ANUALPEC (2005), o rebanho de ovinos no Brasil está
estimado em torno de 16,05 milhões de cabeças, sendo a região nordeste
detentora de 56% desse total. Atualmente a ovinocultura apresenta um
considerável número de criadores, sendo a maioria destes pequenos
produtores. Esta atividade ainda não é conduzida de forma eficiente que possa
permitir a geração de lucros e empregos de forma permanente e crescente.
Segundo PINTO et. al. (2005) a crescente procura pela carne ovina e por
outros produtos desta espécie requer melhorias nos sistemas de produção,
principalmente no desempenho produtivo do rebanho, necessitando de estudos
que permitam atender as necessidades nutricionais desses animais a um baixo
custo de produção.
O Brasil como produtor de carne ovina, contribui apenas com menos de
1,0% da produção de carne ovina mundial, apresentando abate médio de 970
mil cabeças por ano (ANUALPEC, 2000). O crescente aumento do efetivo
ovino, uma maior produção de cordeiros para o abate e o fortalecimento da
2
cadeia produtiva são algumas medidas a serem tomadas para que o país
possa exportar carne ovina para mercados externos de maior consumo. Outro
fator importante para a baixa produção de carne ovina no Brasil é o seu
consumo per capita, aonde este baixo consumo vem do aspecto cultural do
brasileiro em preferir carnes de outras espécies como por exemplo bovinos,
suínos e aves. Em comparação a grandes centros consumidores no mundo
como, por exemplo, Austrália e Nova Zelândia aonde o consumo de carne
ovina chega a 20 kg/pessoa/ano, enquanto no Brasil esse consumo não
ultrapassa 30 g/pessoa/ano.
A baixa produção de carne ovina no Brasil em comparação com a
produção mundial, deve-se ao fato que os dois maiores centros de criação de
ovinos no país, região sul e a região nordeste, não são grandes produtores de
carne; na primeira a ovinocultura, ate pouco tempo, estava quase que
totalmente voltada para produção de lã e ainda hoje a produção de carne de
cordeiro depende muito dos preços da lã no mercado. Já no nordeste a criação
apresenta-se ainda como uma atividade de subsistência e com sistemas de
criação extensivos com baixa produtividade.
Com a queda do preço da lã no mercado nacional, o nordeste alcançou um
melhor patamar no cenário da ovinocultura brasileira, já que os ovinos criados
no nordeste são os deslanados, uma vez que esses ovinos apresentam uma
aptidão para corte ao contrario do que acontece com ovinos lanados, onde a
produção de carne e uma atividade secundariam. Segundo MARTINS (2006)
os ovinos deslanados surgiram como alternativa viável e permitiram o
3
desenvolvimento da ovinocultura em regiões onde, até então, a criação destes
animais não tinha expressividade.
1.2 A OVINOCULTURA NO NORDESTE
Os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) revelam que o rebanho brasileiro de ovinos está em torno de
14 milhões de cabeças, sendo que são 3,3 milhões de animais no estado do
Rio Grande do Sul, ainda líder nacional na ovinocultura. Por outro lado, os
dados também comprovam uma migração acentuada da criação para outras
regiões, como Bahia, seguido do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba, estados
denominados típicos somente para a caprinocultura.
A criação de ovinos no nordeste brasileiro se caracteriza como uma
atividade secundária de subsistência, necessitando de tecnologias que
proporcione uma melhor produtividade desses animais.
Nessa região, a exploração da ovinocultura, é afetada por fatores
climáticos em determinadas épocas do ano. Segundo DANTAS et al (2008) a
distribuição das chuvas ao longo do ano e a precipitação pluviométrica
destacam-se por serem determinantes na disponibilidade e qualidade da
pastagem, com conseqüências marcantes na produção animal, especialmente
de caprinos e ovinos. Sendo a má distribuição das chuvas ao longo do ano o
fator negativo para exploração de atividades economicamente lucrativas.
A forma de exploração e as pastagens usadas na criação de ovinos têm
influência direta na terminação destes animais, influenciando nas
características das carcaças. SANIZ (1996) destacou que as características da
carcaça são influenciadas pela velocidade de crescimento, idade ao abate e
4
regime nutricional dos animais. Apesar das pastagens constituírem a forma
mais barata para alimentação de ruminantes em relação a dietas a base de
concentrado, borregos terminados em pastagens apresenta uma velocidade de
crescimento inferior aos animais terminados em confinamento, aumentando a
idade deste para o abate.
Outro fator importante na pecuária do Nordeste é que as pastagens na
época da seca, período em que as pastagens apresentam-se com baixos
valores nutritivos, não suportando a lotação animal que é imposta, dificultando
dessa forma a produção animal. Por esse motivo é importante estudar
sistemas que diminuam os problemas com a falta de forragem no período seco.
Segundo VASCONCELOS et al (2000) a produção em sistemas de
confinamento apresenta-se como uma excelente alternativa, principalmente no
período de escassez de forragens, para a obtenção de borregos na
entressafra. Sistemas de confinamento apresentam características desejáveis
como: ganho de peso maior e satisfatório em relação a animais alimentados
em pastagens, apresenta também um conversão alimentar maior.
1.3 OVINOCULTURA EM SERGIPE
A ovinocultura Sergipana apesar de ter o menor rebanho do nordeste,
apresenta uma das maiores concentrações de ovinos por área do Brasil,
Sergipe ainda se destaca por possuir um excelente padrão genético, o que
coloca como um dos melhores rebanhos ovinos da raça Santa Inês do país,
fato este que tem atraído compradores das regiões sul, sudeste e centro-oeste.
No estado existe uma ovinocultura bastante forte, o que coloca o estado como
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um dos berços da raça Santa Inês e uma das fontes mais importantes de
material genético desta raça no Brasil. Sergipe também tem despertado
interesse de criadores de outros países latinos sendo uns dos maiores
exportadores de matrizes e reprodutores do país.
A raça Santa Inês, tipicamente brasileira, teve origem em Sergipe e é
resultante do cruzamento entre carneiros da raça Bergamáscia (raça italiana) e
ovelhas Morada Nova (originárias do Ceará) e crioulas. As principais
características desses animais são a grande adaptabilidade ao clima quente e
a aptidão para produção de carne. São férteis, prolíferos e precoces,
destacando-se também pela habilidade materna (THOMAS, 1991).
O estado possui um efetivo estimado em 139.000 cabeças, distribuído
principalmente nos municípios de Tobias Barreto e Boquim, na região agreste
do município de Lagarto e no sertão da região do São Francisco (IBGE, 2004).
O sistema de criação do estado é feito em sua maioria de forma
extensiva, visando quase que unicamente a produção de carne. Em geral a
ovinocultura sergipana é realizada por pequenos produtores explorando a
atividade como um sistema de agricultura familiar. Apesar dos incentivo através
de políticas públicos a ovinocultura no estado apresenta baixos índices de
produção, devido ao grande número de abates de animais com idade avançada
proporcionado baixo rendimento de carcaça e pouca uniformidade de lotes,
dificultando assim a venda destes animais, já que animais mais velhos
apresentam mais gordura na carcaça assim como maior dureza de sua carne,
alem disto a falta de frigoríficos regularizados pelo Serviço de Inspeção Federal
do Ministério da Agricultora, dificulta a comercialização da carne ovina no
6
estado, porém uma pequena parcela do efetivo ovino são abatidos em
frigoríficos regulamentados, sendo a maioria abatida em abatedouros
clandestinos.
A oferta de animais também é insuficiente. Um dos fatores que
concorrem para o agravamento dessas condições é o estágio sanitário dos
rebanhos, onde se observa a ocorrência de diversas enfermidades, como
aquelas provocadas por parasitos, vírus e bactérias (BRESSAN, 2001).
1.4 LEGUMINOSAS COMO ALTERNATIVA ALIMENTAR PARA O SEMI-
ÁRIDO
Por conta do período de estacionalidade de algumas forrageiras no
período seco no nordeste a procura por alternativas alimentares que não
sofram estacionalidade produtiva é de fundamental importância para uma boa
exploração da pecuária. Algumas alternativas alimentares vêm sendo
estudadas para utilização na alimentação animal, se destacando as
leguminosas forrageiras como a leucena e a gliricídia. Sendo que estas
leguminosas conseguem manter sua produtividade mesmo em épocas secas,
sofrendo pouca ou nenhuma estacionalidade produtiva no decorre do ano, e
permanecendo, na época seca, com as folhas verdes. As leguminosas de
maneira geral mostram-se com grande potencial nesta questão. Sendo alvo de
estudos desenvolvidos para as regiões de clima semi-árido.
A gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) é umas das espécies mais
utilizadas na America Central, na construção de cercas vivas e sistemas
agrossilviculturais, graças as suas características de uso múltiplo, fácil
7
propagação, crescimento rápido, capacidade de regeneração, resistência à
seca e principalmente como forrageira na alimentação de ruminantes.
DRUMOND et al. (1999).
A espécie pertence à família Fabaceae, sendo caracterizada como uma
planta arbórea de 12 a 15 m de altura, diâmetro á altura do peito com ate 30
cm (NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES, 1980). A utilização desta espécie
é bastante ampla podendo ser usado para recuperação de solos, sistemas
agroflorestais ou agrosilvipastoris, na alimentação animal como banco de
proteína ou nas formas de silagem ou feno para suplementação alimentar de
borregos de raças ovinas tropicais.
A gliricídia (Gliricidia sepium) é uma leguminosa arbórea que apresenta
alto valor forrageiro sendo normalmente usada na alimentação de ruminantes,
suas folhas apresenta um alto teor de proteína bruta (PB), variando de 20% a
30% de proteína bruta na matéria seca (CHADHOKAR, 1982; DUNSDON et al.,
1991; CARVALHO FILHO et al., 1997). DEVENDRA & GOHL (1970)
encontraram valores superiores de proteína bruta na matéria seca para folhas
de 30% PB e valores para talos tenros de 20,1% PB. DUKE (1981) encontou
valores de 15,7% de PB, para as folhas, inferiores aos dos autores acima
citados. Por ser uma espécie, onde os valores de proteína bruta são
considerados elevados, a gliricídia é considerada uma espécie adequada para
alimentação animal. A suplementação alimentar utilizando-se a gliricídia tanto
em épocas secas ou na época chuvosa é de fundamental importância, pois a
gliricídia apresenta muito mais proteína que o capim, que gira em torno de 10%
de PB. Segundo GAMA et al. (2009), A gliricídia desenvolve-se melhor em
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condições quentes e úmidas. Seu crescimento é limitado por baixas
temperaturas e baixas precipitações pluviais, podendo tolerar prolongados
períodos de seca, mas com queda de folhas dos ramos mais velhos. Estes
mesmos autores encontraram valores de proteína bruta nas folhas de 20% a
20,6% no período chuvoso e de 20,6% a 21,1% de proteína bruta no período
seco. Alem do alto teor protéico a gliricídia apresenta altos valores de fibra
(45% de FDN) e cálcio (1,7%).
Segundo MENDONÇA (2005), a gliricídia é considerada com baixa
palatabilidade, quando oferecida verde aos animais. Para evitar problemas com
relutância em consumir a gliricídia é necessário um tempo para adaptação dos
animais ou algum tipo de conservação, como por exemplo, fenação ou
ensilagem. Uma vez fenada ou ensilada, é bem consumida pelos ruminantes
em geral. Porém, SOUTO et al., (1992), confirmaram que a baixa palatabilidade
da gliricídia depende do acesso usado sob certas condições. A gliricídia
apresenta níveis baixos de tanino (HINDRICHSEN et al., 2004; MCSWEENEY
et al., 2005). Segundo VIEIRA et al. (2001), a gliricídia apresenta valores de
taninos de 0,62 mg eq. em acido tânico. De acordo com WAGHOM et al.
(1990), o nível de tanino não deve ultrapassar 4% da matéria seca na dieta
para ruminantes, sendo que valores maiores que o citado comprometera o
consumo da forragem ocasionando problemas com a digestão de proteínas.
Apesar de possuir níveis de taninos aceitáveis em uma dieta para ruminantes é
importante esclarecer que somente utilizar a Gliricídia não é aconselhável, pois
pode levar o animal a ter problemas, como o timpanismo esponjoso.
9
Uma das formas de fornecimento da gliricídia no cocho para ruminantes
é na forma de silagem. Segundo CARDOSO & SILVA (1995) silagem é a
forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de
fermentação anaeróbica. Os mesmos autores afirmam também que a silagem
não melhora a qualidade das forragens, apenas conserva a qualidade original.
Portando o ponto e a idade de corte influência diretamente na qualidade
nutritiva da forragem. Um dos pontos positivos na utilização da silagem na
região do nordeste é que esta conserva a água presente na forragem
diferentemente do feno, (processo de conservação de forragem pela
desidratação), já que a água e o principal nutriente na época da seca, fator
limitante principal na criação de animais no semi-árido Nordestino.
De acordo com RIOS et al. (2005), o uso de matérias-primas
alternativas, em substituição de alimentos concentrados comerciais, que é
usado para complementar a dieta de cordeiros, é positivo e bastante viavel. os
ganhos de peso são semelhantes aos obtidos quando os animais são
suplementados com concentrado comercial.
Segundo COSTA et al. (2007), a inclusão da silagem de gliricídia em ate
40% em substituição a silagem de milho proporcionou um melhor desempenho
dos cordeiros em confinamento, os mesmos autores afirmam que o ganho de
peso diário com 40% de silagem de gliricídia foi de 86 g/dia.
MUNIZ et al. (2009), não encontraram diferença no peso final de
cordeiros alimentados com feno de gliricídia e cordeiros alimentados com
concentrado, onde o peso final obtido foi respectivamente de 52,2 e 52,8 kg.
10
Em Sergipe estão sendo desenvolvidos trabalhos referentes a manejo e
utilização da gliricídia na alimentação animal, esta forrageira tem sido utilizada
como suplementação protéica, sendo sua principal característica o baixo custo
em comparação com outros tipos de suplementação tradicional. Em estudos
realizados em Frei Paulo – SE, no campo experimental Pedro Arle vem
utilizando a silagem ou feno de gliricídia na alimentação de cordeiros
confinados, a gliricídia entra como substituto do concentrado comercial, não
tendo havido diferenças significativas quando a gliricídia substitui parcialmente
o concentrado.
Segundo MUNIZ et al (2009), a substituição parcial do concentrado por
feno de gliricídia não ocasiona diminuição no desempenho de ovinos Santa
Inês alimentados em confinamento. Em Nossa Senhora das Dores –SE há
varias formas de cultivos da gliricídia, em uma delas a gliricídia é utilizada em
sistemas silvipastoris cultivadas em alamedas junto com Brachiaria brizantha
visando a substituição do nitrogênio mineral e também servindo como alimento
para garrotes nelore mantidos nestas pastagens consorciadas em sistema
rotacionado.
Segundo de ARAUJO et al. 2010, os ganhos de peso/ha/dia são
expressivos na época da seca, onde o consórcio de B. brizantha/G. sepium
demonstrou ser uma alternativa alimentar com grande teores de proteína bruta
na dieta do animal, onde verificou-se no tratamento com B. brizantha/G. sepium
valor de ganho de peso (1802 g/ha/dia) maior do que o propiciado pelo maior
nível de 240 kg N/ha (1715 g/ha/dia).
11
Praticamente são poucos estudos sobre a utilização de gliricídia no
Brasil, sobretudo na alimentação animal sendo que o potencial demonstrado
por esta leguminosa para produção é muito elevado. Diante disto, apresento
meu relatório de estagio supervisionado, o presente trabalho de pesquisa que
foi realizado na Embrapa Tabuleiros Costeiros, com intuito de avaliar o
desempenho de ovinos alimentados com silagem de gliricídia.
2 OBJETIVO DO ESTAGIO SUPERVISIONADO
O presente relatório tem por objetivo relatar as atividades assistidas e
desenvolvidas no Estágio Supervisionado realizado na Embrapa Tabuleiros
Costeiros em Aracaju-SE e no campo experimental de Frei Paulo-SE. Também
teve como objetivo acompanhar um projeto de pesquisa visando avaliar o efeito
da substituição parcial ou total do concentrado pela silagem de gliricídia na
alimentação de ovinos Santa Inês.
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTAGIO
3.1 LOCALIZAÇÃO
O Estágio foi realizado no Laboratório de Nutrição Animal em Aracaju e
no Campo experimental Pedro Arle, localizado no município de Frei Paulo-SE,
ambos pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros (CPATC), com sede na
cidade de Aracaju, na Av. Beira Mar, 3250 – Bairro 13 de Julho.
12
3.2 HISTÓRICO DA EMBRAPA - CPATC
O Centro de Pesquisa Agropecuário dos Tabuleiros Costeiros é um dos
37 centros de pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
Embrapa. Foi criado em 1993 e tem sua sede em Aracaju-SE. A origem da
Embrapa Tabuleiros Costeiros, vem da Unidade de Execução de Pesquisa de
Âmbito Estadual de Quissamã – UEPAE de Quissamã, criada em 1975,
responsável, então, pelas pesquisas com coco, mandioca, milho. Em 1978 a
UEPAE de Quissamã passou a ter sede em Aracaju, passando-se a chamar de
UEPAE de Aracaju. Como as maiorias das pesquisas eram feitas com coco,
em 1981 passou a coordenar o, então criado, Programa Nacional de Pesquisa
de Coco, sendo em 1985, transformada em Centro Nacional de Pesquisa de
Coco – CNPCo. Em 1993 com um aumento na demanda de pesquisas
relacionadas a outras áreas de conhecimento e com a necessidade da
Embrapa de criar uma nova visão de cenários alternativos para a pesquisa
agropecuária brasileira, visando à criação de um novo modelo institucional
capaz de incorporar as novas demandas o CNPCo passou de centro temático
de produto para outro, de visão mais abrangente, tendo a região dos tabuleiros
costeiros e baixada litorânea como principal área de atuação passando a se
chamar CPATC.
3.3 LABORATÓRIOS E CAMPOS EXPERIMENTAIS
A Embrapa CPATC possui campos experimentais, laboratórios, casas de
vegetação e biblioteca. Na sede em Aracaju estão localizados os laboratórios e
a biblioteca “Maria Ferreira de Melo”.
13
A biblioteca “Maria Ferreira de Melo” surgiu em 1974, quando em cada
Unidade foi instituída uma biblioteca. Hoje a biblioteca do CPATC conta com
um acervo crescente de 18.364 registros e 634 títulos de periódicos, atendendo
usuários internos e externos em suas buscas informacionais nas áreas da
agricultura, pecuária, pedologia e áreas afins.
Alem do Laboratório de Nutrição Animal a Embrapa Tabuleiros Costeiros
conta com mais 12 laboratórios: Laboratório de Controle Biológico, Laboratório
de Biotecnologia, Laboratório de Ecofisiologia Vegetal, Laboratório de
Entomologia, Laboratório de Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas,
Laboratório de Fitopatologia, Laboratório de Física dos Solos, Laboratório de
Geotecnologias Aplicadas, Laboratório de Gerenciamento de Resíduos
Químicos – GERELAB, Laboratório de Melhoramento Genético, Laboratório de
Sanidade Animal e o Laboratório de Sementes Florestais.
O Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Tabuleiros Costeiros
(LNA) foi implantado na antiga UEPAE/ Aracaju, onde inicialmente só era feita
análise para determinação de nitrogênio total/proteína bruta. Logo depois foram
implantadas mais analises bromatologicas de alimentos como determinações
de matéria seca, cinza, extrato etéreo e fibra bruta e a digestibilidade in vitro da
matéria seca. Em 1995 foram implantadas mais analises como as
determinações de fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido,
lignina, ácido lático e pH em silagens e N amoniacal.
O LNA tem como objetivo da suporte à pesquisa agropecuária em
Nutrição Animal e áreas afins de abrangência dos tabuleiros costeiros,
14
realizando análises de alimentos, vinculadas a projetos de pesquisa e para
produtores.
A Embrapa Tabuleiros Costeiros conta hoje com quatro campos
experimentais além do campo experimental Pedro Arle em Frei Paulo. Os
demais campos experimentais são: Campo Experimental de Betume, Campo
Experimental de Itaporanga, Campo Experimental de Umbaúba e Campo
Experimental Jorge do Prado Sobral em Nossa Senhora das Dores-SE. A
Embrapa Tabuleiros Costeiros também conta com duas áreas experimentais de
Própria e Penedo e uma unidade de pesquisa estadual em Rio Largo, AL.
A Fazenda Queimadas, denominada de Campo Experimental Pedro Arle
Santana Pedreira, localizado no município de Frei Paulo, região agreste do
Estado de Sergipe, possui uma área total de 185 há. O rebanho de ovinos
Santa Inês foi estabelecido no ano de 1982 e seu plantel esta quase 100%
registrado junto à Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO).
Hoje o Campo Experimental Pedro Arle conta com as seguintes
atividades na área de pesquisa animal:
Manejo das pastagens do Campo Experimental.
Manejo geral do rebanho.
Realizar o adequado manejo sanitário do rebanho do Núcleo de
Conservação in situ de Ovinos da Raça Santa Inês dos Tabuleiros
Costeiros
Realizar palestras, cursos e dia de campo com o objetivo de divulgar a
importância dos recursos genéticos de ovinos da raça Santa Inês.
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Realizar atividades de intercâmbio para manter ou difundir a raça Santa
Inês
Treinamento de técnicos de campo para a escrituração zootécnica dos
ovinos Santa Inês através de fichas padronizadas.
Registrar as identificações individuais e genealogia do rebanho do
Núcleo de Conservação in situ de Ovinos da Raça Santa Inês dos
Tabuleiros Costeiros
Registrar os descritores zootécnicos padronizados do rebanho do
Núcleo de Conservação in situ de Ovinos da Raça Santa Inês dos
Tabuleiros Costeiros
Documentação, organização e arquivar em meio seguro os dados de
escrituração zootécnica dos animais do rebanho do Núcleo de
Conservação in situ de Ovinos da Raça Santa Inês dos Tabuleiros
Costeiros
Análises de pedigree do rebanho do Núcleo de Conservação in situ de
Ovinos da Raça Santa Inês dos Tabuleiros Costeiros para monitorar e e
dar subsídios para o aumento da variabilidade genética
Manejo alimentar do rebanho do Núcleo de Conservação in situ de
Ovinos da Raça Santa Inês dos Tabuleiros Costeiros
Estudos visando aumentar o conhecimento da raça ovina Santa Inês
quanto à aspectos nutricionais
Estudos visando aumentar o conhecimento da raça ovina Santa Inês
quanto à aspectos sanitários
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4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
Foram desenvolvidas e praticadas atividades no laboratório de Nutrição
Animal do CPATC, na qual realizei analises bromatológicas de alimentos
forrageiros como silagem de gliricídia e de milho alem de composição
centesimal de carne ovina e algumas atividades de rotina.
No Campo Experimental Pedro Arle, foi conduzido um ensaio com
ovinos em confinamento recebendo silagem de gliricídia em substituição ao
concentrado, onde as principais atividades desenvolvidas foram: confecção de
silagem de milho, pesagem dos animais experimentais, pesagem e
fornecimento das dietas aos animais, abatem e avaliação de carcaça. No
Campo Experimental Jorge Sobral foi feito a confecção da silagem de gliricídia,
onde o material para a silagem foi oriundo de um experimento de adensamento
de gliricídia.
4.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO
ANIMAL
As avaliações químico-bromatológica dos alimentos do laboratório de
Nutrição animal foram feitas através do método de Weende ou método
proximal. Este método consiste em dividir o alimento em seis frações: água,
cinzas, proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e extrato não nitrogenado.
Alem das analises de alimento vegetal foram realizadas analises centesimal do
músculo longíssimo dorsi, retirados de cordeiros experimentais.
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4.1.1 Determinação de Matéria Seca
Para determinar matéria seca inicialmente a água foi separada da
matéria seca pelo processo de pré-secagem em estufa a temperatura de 60 a
65° C ate atingir peso constante ou 48 a 72 horas. Em seguida a amostra é
retirada da estufa, e deixada em contato com o ar por no mínimo 4 horas para
então ser pesada para determinação da matéria seca parcial. Em seqüência a
amostra foi moída em peneira de 1mm, e levada para estufa a 105° c durante 4
horas. O valor dessa determinação foi utilizado para correção do teor de
matéria seca a 60+5°C, obtendo-se a matéria seca total, e correção em base
seca dos resultados das demais análises. Segundo SILVA & QUEIROZ (2002),
a determinação da matéria seca é o ponto de partida da analise de alimentos.
É de grande importância, uma vez que a preservação do alimento pode
depender do teor de umidade presente no material, alem disso quando se
compara o valor nutritivo de dois ou mais alimentos é necessário levar em
consideração os respectivos valores de matéria seca.
4.1.2 Determinação da Proteína Bruta
A proteína bruta foi determinada pela dosagem do nitrogênio pelo
método Kjeldahl, este método consistem em três passos básicos:
1 Digestão da amostra em acido sulfúrico e mistura catalisadora (sulfato
de sódio e sulfato de cobre, na proporção 25:1) a 350°C por duas horas
resultando na conversão de nitrogênio em amônia.
2 Destilação da amônia em uma solução receptora de H3BO3 (acido
bórico). O processo é terminado quando toda a amônia é arrastada para o
recipiente contendo acido bórico. Na mediada em que a solução de H3BO3
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recebe a amônia a cor passa de verde para rosa na medida em que é formado
NH3H2BO3-. Antes da amônia ser arrastada para o recipiente contendo acido
bórico, acrescenta NaOH com algumas gotas fenolftaleína no destilador, para
garantir uma solução básica.
3 Em seguida é feita a titulação que é uma determinação quantitativa da
amônia contida na solução receptora. É a ultima fase o NH3H2BO3- é titulado
com uma solução HCl.
Em seguida faz-se a correção multiplicando a dosagem de nitrogênio por
6,25. Segundo LANA (2005), o fator 6,25 ou 100/16 é devido à proteína dos
alimentos conter em media 16% de nitrogênio.
4.1.3 Determinação de extrato etéreo ou gordura bruta
Para a determinação de extrato etéreo a amostra do material a ser
analisado foi acondicionada em papel de filtro e colocada em um cartucho de
vidro. Esse cartucho foi fixado no condensador do extrator Goldfisch. Coloca-se
35 mL de éter de petróleo em copo de vidro, encaixando-o no extrator. O
processo de extração foi realizado durante 6 horas sob aquecimento. Após este
período retira-se a amostra e coloca-se um tubo de ensaio para recuperar o
éter separando-o do extrato. O extrato foi medido por pesagem do copo de
vidro previamente tarado antes e após a extração em estufa a 105°C por 30
min. Depois foi esfriado à temperatura ambiente em dessecador e pesado. A
diferença entre este ultimo peso e o do béquer vazio corresponde ao peso da
gordura extraída. O resultado é corrigido com base na matéria seca a 105ºC.
Segundo LANA (2005), Além de lipídios, há ainda extração de ácidos
orgânicos, álcool e pigmentos.
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4.1.4 Determinação de cinza ou matéria mineral
Segundo SILVA & QUEIROZ (2002), cinza ou resíduo mineral é o
produto que se obtém após o aquecimento de uma amostra à temperatura de
600°c, durante quatro horas ou até a combustão completa.
Primeiro colocou-se os cadinhos de porcelana na estufa a 105°c,
deixando-os secar durante pelo menos duas horas esfrie em dessecador por
uma hora. Pesou-se 2,0g de amostra em seguida procedeu-se a queima ate se
obter cinza clara durante 4 horas, após a temperatura alcançar 550°c. Após
este tempo, desligue a mufla e deixe que os cadinhos de porcelana esfriem
abaixo de 250°c. Coloquei os cadinhos de porcelana com as amostras no
dessecador, deixo esfriar ate o equilíbrio com o ambiente, em seguida foi só
pesar. O resultado foi corrigido com base na matéria seca a 105ºC
4.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO EXPERIMENTAL JORGE
SOBRAL
Segundo TORRES (1984), a fermentação pode ser dividida em cinco
fases:
Fase 1: é a fase aeróbica da fermentação da silagem. Após a forrageira
ser colhida ela ainda permanece viva e respirando ativamente. Quando este
material é ensilado, as células vivas continuam respirando até esgotar o
oxigênio retido no meio do material ensilado. Enquanto houver oxigênio as
bactérias aeróbicas continuam a crescer e a se multiplicar, utilizando os
carboidratos solúveis e iniciando o processo de fermentação.
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Fases 2 a 5: nestas fases ocorre a formação de ácidos produzidos por
microorganismos que vivem na ausência de oxigênio (anaeróbicos). Eles
crescem e multiplicam-se convertem os carboidratos disponíveis em ácidos
orgânicos.
Inicialmente há uma pequena produção de ácidos graxos voláteis,
principalmente o ácido acético (Fase 2). Em seguida, há uma grande produção
de ácido lático (Fases 3 e 4), que irá preservar a silagem.
Devido à presença dos ácidos haverá uma redução no pH da silagem. A
fermentação será interrompida quando o suprimento de carboidratos solúveis
for todo consumido (Fases 4 e 5).
No campo experimental Jorge Sobral em Nossa Senhora das Dores foi
realizada confecções de silagem de gliricídia para serem testadas como
alternativa alimentar para cordeiros.
O material para ser ensilado foi colhido de um experimento de plantio
adensado de gliricídia, onde as folhas e os talos tenros foram colocados no
silo. O silo era de tonel de plástico onde a capacidade de armazenamento de
gliricídia foi de aproximadamente 100 kg por silo onde foram feitos
aproximadamente 10 silos.
A ensilagem é uma técnica que consiste em conservar forragens por
meio de fermentação anaeróbica, após o seu corte, picagem, compactação e
vedação em silos sendo o produto final dessa fermentação, denominado
silagem, que é obtido pela ação de microrganismos sobre os açúcares
presentes nas plantas com a produção de ácidos, resultando em queda do pH
até valores próximos de 4 (DA SILVA 2001).
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Na medida em que as plantas de gliricídia foram podadas suas ramas
eram desfolhadas para separação das folhas e hastes tenras da haste principal
que se encontra lignificada, não servindo para o processo de ensilagem e nem
para alimentação animal. Em seguida este material foi compactado nos silos
por pisoteio ate o enchimento do silo onde depois era fechado com a própria
tampa do tonel. Tanto a compactação como vedação são etapas de
fundamental importância já que nestas etapas é retirado o ar de dentro do silo
melhorando assim a fermentação anaeróbica, ideal para silagens e também
evita perdas. Segundo DA SILVA (2001), a presença de mofo é um indicativo
da presença de ar oriundo da má compactação ou da vedação inadequada.
Uma grande quantidade de ar deixada dentro do silo, ou nele penetrando
naturalmente, prolongarão a respiração e, em conseqüência, o conteúdo de
carboidratos solúveis será reduzido, aumentando as perdas de nutrientes e
diminuindo a quantidade de ácido lático no produto final (KEARNEY, 1961;
RUXTON & McDONALD, 1974).
4.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO EXPERIMENTAL PEDRO
ARLE
As atividades desenvolvidas no campo experimental Pedro Arle foram
referentes à execução do projeto de pesquisa, avaliando-se a qualidade da
silagem de gliricídia na alimentação de cordeiros em confinamento.
Antes do inicio do experimento, foi feita a seleção dos animais que
entraram no experimento, onde buscava animais uniformes com peso entre 33
e 36kg e idade entre 6,5 e 7,5 meses. Em seguida esses animais foram
distribuídos aleatoriamente entre os tratamentos: 1) 70% de Silagem de Milho
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(SM) + 30% de Concentrado, 2) 70% de Silagem de Milho + 15% de
Concentrado + 15% de Silagem de Gliricídia e 3) 70% de Silagem de Milho +
30% de Silagem de Gliricídia, sendo estas dietas isoprotéicas.
Os cordeiros foram mantidos em um aprisco do qual continhas 3 baias
coletivas, baias esta que foram utilizadas para o confinamento dos cordeiros,
cada baia abrigava 10 cordeiros.
A alimentação era fornecida duas vezes ao dia pela manhã e pela tarde,
sempre às 8h e às 16h, onde o alimento era pesado e oferecido. O
fornecimento do alimento foi controlado para ter entre 10 a 20% de sobras e
ajustadas de acordo com o aumento no consumo dos animais, água e sal
mineral era de fornecimento à vontade. O experimento teve duração de 67 dias
onde 7 dias foi para adaptação dos animais as dietas experimentais. As
pesagens foram feitas a cada 20 dias, sempre antecedido de um jejum hídrico.
Todas as pesagens foram anotadas em planilhas de onde calculando-se o
ganho de peso do período e posteriormente o ganho de peso diário.
No final do experimento os cordeiros foram levados para o frigorifico da
Nutrial em Própria-SE. Depois de acompanhar a linha de abate, os animais
foram pesados para determinação do peso da carcaça quente (PCQ) e
rendimento da carcaça quente (RCQ). Em seguida as carcaças foram
resfriadas por 24 horas a uma temperatura de 2°C e pesadas novamente para
determinação do peso da carcaça fria (PCF) e rendimento de carcaça fria
(RCF). Logo em seguida foi medido o comprimento da carcaça com a ajuda de
uma trena, depois a carcaça resfriada foi separada em pescoço, costilhar,
paleta e pernil, as partes constituintes da carcaça foram serradas com uma
23
serrafita e pesadas em balança digital. Simultaneamente a estes processo foi
retirada o lobo, longíssimo dorsi para posterior analise centesimal.
Após a coleta e processamento dos dados a equipe de trabalho,
orientada pelos pesquisadores Evandro Neves Muniz e José Henrique de
Albuquerque Rangel, ficou encarregada de escrever um trabalho cientifico para
posterior encaminhamento a uma revista cientifica.
5- TRABALHO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Crescimento ponderal e características de carcaça de ovinos alimentadas
com silagem de gliricídia
5.1- RESUMO
Objetivou-se, com esse trabalho, avaliar o crescimento ponderal e
características de carcaça de cordeiros Santa Inês alimentados com silagem de
gliricídia em substituição ao concentrado em diferentes níveis de inclusão na
recria de borregos Santa Inês em confinamento. O trabalho foi realizado no
Campo Experimental Pedro Arle, município de Frei Paulo – SE. Foram
utilizados 30 animais com peso médio vivo de 34,5 Kg e idade media de 225
dias divididos em três tratamentos com 10 animais, sendo estes as repetições
experimentais. Os tratamentos foram os seguintes: 1) 70% silagem de milho
(SM) + 30% de concentrado, 2) 70% de Silagem de Milho + 15% de
Concentrado + 15% de Silagem de Gliricídia, 3) 70% de Silagem de Milho +
30% de Silagem de Gliricídia. Os borregos tiveram acesso a sal mineral e
24
foram mantidas em baias coletivas (10 animais/baia) com piso ripado. As
variáveis analisadas foram desempenho ponderal dos animais, rendimento da
carcaça e suas características, peso e porcentagem dos cortes comerciais e
composição química do músculo longíssimo dorsi. O delineamento
experimental utilizado foi inteiramente casualizado e os dados obtidos foram
analisados pela analise de variância e comparados pelo teste de Tukey
considerando-se 5% de significância. Os animais alimentados com concentrado
e silagem de milho apresentaram maior ganho de peso (P<0,05) que os
animais alimentados com silagem de gliricídia. Em relação à carcaça, o
tratamento onde não houve inclusão de silagem de gliricídia teve melhores
resultados que o tratamento que não consumia concentrado para as variáveis
estudadas, sendo também superior nas variáveis peso de carcaça quente e fria
e índice de quebra ao resfriamento ao tratamento onde foi consumido 15% de
concentrado. Os cordeiros alimentados com 30% de concentrado apresentaram
maior peso absoluto dos cortes primários em relação aos demais tratamentos.
Em relação à porcentagem do corte paleta o tratamento com 30% de silagem
de gliricídia apresentou maior valor percentual (P<0,05) em relação ao
tratamento que não consumia silagem de gliricídia. Não houve efeito dos níveis
de silagem de gliricídia (P>0,05) para extrato etéreo e cinzas. Entretanto,
houve efeito significativo (P<0,05) quando se avaliou o teor de umidade e
proteína bruta. Concluiu-se que o aumento dos níveis de silagem de gliricídia
na dieta de cordeiros influenciou a composição centesimal da carne dos
animais. Os percentuais dos cortes de ovinos em relação à carcaça foram
alterados pela inclusão de silagem de gliricídia na dieta de cordeiros Santa
25
Inês. Para a utilização da silagem de gliricídia na alimentação de ruminantes
deve-se levar em consideração os custos referentes às diferentes
alimentações.
5.2 INTRODUÇÃO
A criação de ovinos no nordeste brasileiro se caracteriza como uma
atividade secundária de subsistência, necessitando de tecnologias que
proporcionem uma melhor produtividade desses animais. Diferente da região
sul do país, onde inicialmente a ovinocultura era voltada para produção de lã, a
criação de ovinos no nordeste sempre esteve voltada para produção de carne e
pele. A produção de carne de ovino no nordeste ainda é baixa devido a vários
fatores como: deficiência na alimentação e nutrição, meios de produção
inadequados para região, onde predomina a criação extensiva, sem qualquer
tipo de escrituração zootécnica e, principalmente, escassez de alimento no
período seco do ano.
Segundo PINTO et. al. (2005), a crescente procura pela carne ovina e
por outros produtos desta espécie requer melhorias nos sistemas de produção,
principalmente no desempenho produtivo do rebanho, necessitando de estudos
que permitam atender as necessidades nutricionais desses animais a um baixo
custo de produção.
A criação de ovinos no estado de Sergipe caracteriza-se pele produção
extensiva e secundária a pecuária de corte bovina. NERES et al. (2001)
destacaram que, em pastagens nativas, dificilmente obtém-se boa
produtividade e qualidade de carcaça ovina, devido principalmente à deficiência
26
de nutrientes, havendo necessidade da utilização de pastagens cultivadas,
suplementação em pastejo e/ou confinamento para explorar o máximo
potencial genético dos animais.
Animais criados em confinamento além de apresentarem características
desejáveis como: ganho de peso maior e satisfatório em relação a animais
alimentados em pastagens, apresenta também um conversão alimentar maior e
possibilita a produção de borregos na entressafra. Uma alternativa viável para
alimentação dos animais na estação seca é a utilização de forragens
alternativas, como as leguminosas arbóreas. Dentre as espécies arbóreas
utilizadas para alimentação animal, aparece a gliricídia, (Gliricidia sepium,
(Jacq.), Kunth, Walp), uma leguminosa de porte arbóreo que merece destaque
por conciliar aspectos importantes como rusticidade, produtividade e
principalmente qualidade.
O presente trabalho foi realizado objetivando avaliar o desempenho de
ovinos na fase terminação, alimentados com silagem de gliricídia em
substituição ao concentrado em diferentes proporções.
5.3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Campo Experimental Pedro Arle,
pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros, localizado no município Frei
Paulo-SE, no período de março a maio de 2009. Foram utilizados 30 borregos
da raça Santa Inês, não castrados com peso médio inicial de 34,5 Kg e idade
média de 225 dias provindos do rebanho da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
27
Antes do início do experimento os animais foram vermifugados pra controle de
parasitas internos. O delineamento experimental foi inteiramente casualisado
com 3 tratamentos e 10 repetições, sendo a unidade animal a repetição.
Onde foram submetidos a três tratamentos baseados na matéria seca.
Os tratamentos foram os seguintes: 1) 70% de Silagem de Milho (SM) + 30%
de Concentrado ; 2) 70% de SM + 15% de Concentrado + 15% de Silagem de
Gliricídia e 3) 70% de Silagem de Milho + 30% de Silagem de Gliricídia, com
base na matéria seca, sendo estas isoprotéicas. O concentrado era composto
de milho, farelo de soja e calcário calcítico. As composições percentuais das
dietas encontram-se na Tabela1.
Tabela 1. Composição percentual das dietas experimentais com base na matéria seca
Dietas
Dietas Experimentais
1 2 3
Silagem de milho 70 70 70
Silagem de gliricídia - 15 30
Concentrado 30 15 -
Foram realizadas análises químicas dos componentes das dietas
experimentais e amostras das rações oferecidas foram coletadas, durante todo
o período experimental, para posterior análise química dos nutrientes das
dietas como matéria seca total (MST) de acordo com SILVA & QUEIROZ
(2002). O nitrogênio total foi analisado de acordo com VIANA et al (2008). As
análises foram realizadas no laboratório de Nutrição Animal da Embrapa
Tabuleiros Costeiros. Os resultados são descritos nas Tabelas 2.
28
Tabela 2. Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais com base na matéria seca
Ingredientes Silagem de
Milho Silagem de
Gliricídia Farelo de
Soja Milho Moído
MS (%) 24,77 26,15 88,44 86,98 PB (%) 6,70 19,49 49,83 9,70
Os animais foram alimentados em confinamento e mantidos em baias
coletivas com 10 animais em cada tratamento, com água e sal mineral a vontade.
A alimentação foi fornecida duas vezes ao dia, pele manhã e pela tarde, sempre
às 8h e às 16h, onde o alimento era pesado e oferecido. O fornecimento do
alimento foi controlado para ter entre 10 a 20% de sobras e ajustadas de acordo
com o aumento no consumo dos animais. O período experimental foi de 67 dias
com 7 dias para adaptação dos animais as dietas, os animais foram pesados no
inicio e a cada 20 dias, até o fim do experimento. As pesagens foram feitas com
uma balança digital, sempre no período da manhã. Os dados obtidos foram
usados para mensurar o ganho médio diário.
Antes do abate e após o jejum os animais foram pesados para
determinação do peso vivo final (PVF) e peso vivo jejum (PVJ). Os animais foram
abatidos no frigorifico da Nutrial, em Própria-SE, depois de 14 horas de dieta
hídrica e tiveram suas carcaças analisadas de acordo com as recomendações de
OSÓRIO et al. (1998).
Depois de abatidos, sangrados, esfolados e retiradas as vísceras e partes
não constituintes da carcaça os animais foram pesados para determinação do
peso da carcaça quente (PCQ) e rendimento da carcaça quente (RCQ) que foi
determinado pela razão entre o peso da carcaça quente (PCQ/PV jejum) x 100.
29
Em seguida as carcaças foram resfriadas por 24 horas a uma temperatura
de 2°C e pesadas novamente para determinação do peso da carcaça fria (PCF) e
rendimento de carcaça fria (RCF) pela razão (PCF/PV jejum) x 100. De posse
desses dados foi determinada a perda de peso da carcaça por resfriamento
(índice de quebra): ((PCQ-PCF)/PCQ) x 100. Em seguida foi tomado o
comprimento interno da carcaça a qual corresponde à distância entre a borda
anterior da sínfise isquiopubiana e o bordo anterior da primeira costela em seu
ponto médio segundo OSÓRIO et al (1998).
Depois do resfriamento, as carcaças foram seccionada em 4 cortes de
acordo com as recomendações de OSÓRIO et al. (1998), sendo estes: pescoço,
paleta, perna e costela. O pescoço foi separado da carcaça em sua extremidade
inferior entre a última vértebra cervical e a primeira torácica. A paleta foi obtida
através do corte dos tecidos que unem a escápula e o úmero à região torácica da
carcaça. O costilhar resultou de dois cortes, o primeiro entre a última vértebra
cervical e a primeira torácica, e o segundo entre a última vértebra torácica e a
primeira lombar. A perna foi separada da carcaça em sua extremidade superior
entre a última vértebra lombar e a primeira sacral. Logo em seguida os pesos dos
cortes primários (paleta e perna) PCP ou secundários PCS (pescoço e costela)
eram registrados para posterior estimativa percentual dos cortes no peso da
carcaça fria (PCF) pela seguinte equação: PCP ou PCS% = (PCF/PCP ou PCS) x
100.
Posteriomente foi retirada uma porção do músculo Longissimus dorsi, para
realização da análise da composição química. As amostras coletadas do músculo
Longissimus dorsi foram separadas, cortadas em pequenos cubos e colocadas
em placas de Petri para secarem em estufa a 65°C por um período de cinco dias,
30
posteriormente foram pesadas para determinação do teor de umidade e moídas
em um multiprocessador.
No Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Tabuleiros Costeiros foi
determinados a matéria seca total (MST), extrato etéreo (EE) e cinzas, seguindo
as recomendações de SILVA & QUEIROZ (2002). As análises dos teores de
proteína bruta (PB) foram determinadas de acordo com Viana et al (2008). As
análises foram realizadas em duplicata e apresentadas com base na matéria na
matéria natural.
Considerando-se o pequeno número de fatores para a análise de
regressão os níveis de substituição foram considerados como tratamentos
isolados e os dados de cada parâmetro estudado foram analisados pela análise
de variância utilizando-se o pacote estatístico SAS System® e as médias,
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para as análises
estatísticas foi utilizado o seguinte modelo matemático: Yij = μ + Ti + eij , em que:
Yij = observação do animal j (repetição), recebendo o tratamento i; μ = média
geral; eij = erro aleatório associado a cada observação.
5.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados experimentais para desempenho dos animais encontram-se na
Tabela 3. Não houve diferença significativa entre os tratamentos onde os animais
ingeriram concentrado em relação ao peso final. Entretanto o tratamento em que
não houve ingestão de concentrado observou-se um desempenho inferior aos
demais tratamentos, com peso vivo final menor do que no tratamento onde os
animais não consumiram silagem de gliricídia. diferenciando-se significativamente
31
dos demais (P<0,05). O maior ganho de peso no tratamento com 30% de
concentrado pode ser devido ao maior conteúdo energético na dieta em relação
às outras. Os ganhos médios diários de peso encontrados neste experimento
(125g/dia a 197g/dia) foram maiores que os encontrados por Costa (2008) que
utilizou tratamentos semelhantes ao deste experimento e obteve ganhos que
variaram de 40g/dia a 157g/dia. MUNIZ et al. (2009) encontraram resultados que
corroboram com o presente estudo, onde foi incluído feno de gliricídia na dieta de
cordeiros substituindo concentrado na mesma ordem deste experimento e
encontraram maior ganho de peso médio diário para cordeiros alimentados com
concentrado em relação aos que ingeriam silagem de gliricídia.
Segundo PUTRINO et al. (2006), o nível do consumo de energia pode
modificar a partição no uso da energia para síntese de proteína ou lipídios ou, em
termos de tecidos, no desenvolvimento de músculo e tecido adiposo.
COSTA et al (2009), trabalharam com fornecimento de folhas de gliricídia
na alimentação de ovinos com 4 a 6 meses de idade, obtiveram um ganho de
peso total (GPT) de 3,92; 8,82; 9,80 e 6,66 para os respectivos tratamentos,
capim elefante à vontade; folhas de gliricídia a 2% do peso vivo com base na MS
mais capim elefante; folhas de gliricídia a 4% do peso vivo com base na MS mais
capim elefante; e folhas de gliricídia a vontade. Os mesmos autores afirmam que
o maior ganho de peso nos tratamentos com folhas de gliricídia mais capim
elefante esta associado com o maior consumo de proteína.
Resultados diferentes foram encontrados neste trabalho já que à medida
que se aumentava a proporção de gliricídia, o desempenho dos animais diminuía
fato este justificado pela melhor qualidade da proteína do farelo de soja em
relação à proteína contida na silagem de gliricídia, já que a soja contém maior
32
quantidade de proteína by pass (proteina não degradável no rumem) conferindo
aos animais um melhor desempenho.
Tabela 3: Desempenho de cordeiros Santa Inês alimentados com silagem de gliricídia em diferentes proporções em substituição ao concentrado.
Dietas Experimentais
Variáveis 1 2 3 CV (%)
PV adaptação, kg 31,7ª 31,8a 32,0,4a 4,7 PV inicial, kg 34,5a 34,5a 34,5a 5,5 PV final, kg 47,7a 45,7ab 42,9b 6,2 Ganho de peso diário, g/dia 197a 167b 125c 15,1 Dietas: (1) 70%SM + 30%C; (2) 70%SM + 15%SG + 15%C; (3) 70%SM + 30%SG; Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente (P<0,05).
Em relação ao ganho médio diário (GMD) houve diferença significativa
entre os três tratamentos (P<0,05), com maior GMD nos tratamentos que
receberam concentrado. COSTA et al (2007) trabalhando com substituição
parcial da silagem de milho por silagem de gliricídia para avaliar o desempenho
de cordeiras, obtiveram resultados similares ao do presente trabalho. O autor
conclui que o ganho médio diário foi afetado quanto maior foi o teor de
substituição da silagem de milho por silagem de gliricídia no teor de matéria
seca da porção volumosa da dieta. ESPINOSA et al. (2006), trabalharam com
cordeiros em pastejo com grama estrela (Cynodon plectostachyus) e com
diferentes tipos de suplementações: concentrado comercial; folhas de gliricídia,
folhas de amoreira ; folhas de hibisco, encontraram valores inferiores no ganho
médio diário em relação ao presente trabalho.
Resultado inferior a deste trabalho, também foi encontrado por RIOS et
al. (2005), esses autores trabalharam com cordeiros confinados alimentados
com volumoso de Pennisetum purpureum, como dieta basal e oferecido a
vontade, com diferentes suplementações a base de concentrado balanceado,
33
concentrado balanceado mais folhas de amoreira e folhas de amoreira mais
folhas de gliricídia mais suplemento mineral.
Apesar do peso vivo final e ganho médio diário serem menores, na
medida em que se aumenta o nível de gliricídia nas dietas, para a utilização de
silagem de gliricídia, deve-se levar em consideração os custos referentes às
diferentes alimentações. O desempenho dos animais do tratamento onde
ingeriram silagem de gliricídia, tanto para ganho de peso final como para ganho
médio diário, mesmo sendo inferiores aos demais tratamentos pode-se ser
considerado satisfatório uma vez que o ganho de 140g diárias reverte à perda
de peso no período de menor oferta alimentar.
Os resultados de características de carcaça estão descrito na Tabela 4.
Os animais alimentados com silagem de milho mais concentrado e silagem de
milho mais silagem de gliricídia mais concentrado não apresentaram diferença
estatística para peso ao jejum (P>0,05), entretanto os animais alimentados com
silagem de milho mais silagem de gliricídia apresentaram valores inferiores aos
demais tratamentos (P<0,05).
34
Tabela 4: Peso vivo na fazenda (PVF), peso vivo jejum (PVJ), peso carcaça quente (PCQ), peso carcaça fria (PCF), rendimento carcaça quente (RCQ) e rendimento carcaça fria (RCF) em ovinos alimentados com dietas compostas por silagem de milho (SM) e diferentes proporções de silagem de gliricídia (SG) e concentrado (C)
Parâmetros
Dietas Experimentais
1 2 3 CV (%)
PV Jejum (kg) 43,7a 41,7a 38,5b 5,9
PV de carcaça quente (kg) 20,0a 18,4b 16,6c 6,2
Peso de carcaça fria (kg) 19,7a 18,1b 16,3c 6,3
Rendimento carcaça quente (%) 45,7a 44,2ab 43,1b 3,5
Rendimento carcaça fria (%) 45,0a 43,4ab 42,3b 3,6
Índice de quebra (%) 1,5a 1,6b 1,8c 6,6
Comprimento da carcaça (cm) 68,3a 67,1ab 65,9b 2,2 Dietas: (1) 70%SM + 30%C; (2) 70%SM + 15%SG + 15%C; (3) 70%SM + 30%SG; Médias
seguidas de letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente (P<0,05).
Os animais alimentados com maior quantidade de concentrado
apresentaram maiores pesos de carcaça quente e fria que os demais
tratamentos. Para o rendimento de carcaça quente (RCQ) e fria (RCF), os
animais alimentados com dietas sem substituição do concentrado
apresentaram rendimentos significativamente superiores aos com substituição
total do mesmo mas semelhante aos que receberam dietas com substituição
parcial. Estes resultados corroboram os de MUNIZ et al. (2009) que
encontraram maiores valores para rendimento de carcaça quente e fria em
cordeiros alimentados com concentrado em relação a cordeiros alimentos com
feno de gliricídia substituindo a fração concentrada da dieta. Os valores
encontrados por MUNIZ et al. (2009) foram maiores que os encontrados no
presente estudo, sendo que variaram de 45,92% de rendimento de carcaça
quente para cordeiros alimentados sem a inclusão de concentrado e até 50,2%
em cordeiros alimentados sem feno de gliricídia.
35
DANTAS et al. (2008), trabalhando com terminação de cordeiros com
diferentes níveis de suplementação encontraram valores médios para RCQ de
43,60% para animais suplementados com 1,5% de concentrado em relação ao
peso vivo e 37,11% de RCQ para animais que não receberam suplementação.
No presente trabalho quando o concentrado foi totalmente substituído por
silagem de gliricídia o RCQ obteve média de 43,10%, crescendo
progressivamente com o aumento do concentrado na dieta, quando alcançou
45,70% na dieta de silagem de milho com concentrado. Em relação à RCF
ARAÚJO et al. (2009) encontraram resultados inferiores comparados com a do
presente trabalho. Estes autores estudando a substituição da raspa de
mandioca por farelo de palma em diferentes proporçoes (0, 25, 50, 75 e 100%),
encontraram os seguintes resultados respectivamente: 37,94; 39,71; 41,60;
39,57 e 39,45. SANTANA et al (2004) trabalharam com subprodutos
agroindustriais inclusos na silagem de capim elefante usado na alimentação de
ovinos, não encontraram diferenças no rendimento de carcaça quente e
rendimento de carcaça fria dos animais experimentais. Estes autores
encontraram valores médios de 41,90 e 41,06 kg respectivamente para RCQ e
RCF. Neste trabalho a variação entre o RCQ e RCF foram um pouco
superiores ao encontrados por SANTANA et al (2004).
O índice de quebra ao resfriamento apresentou diferença significativa
(P<0,05), onde o tratamento que não recebeu silagem de gliricídia apresentou
o menor índice de quebra com 1,5% e 1,8% para os cordeiros alimentados sem
concentrado. Tais observações estão de acordo aos resultados obtidos por
DEL DUCA et al. (1999), que observaram uma redução no índice de quebra ao
36
resfriamento, à medida que os animais aumentaram o peso vivo e a
conformação de gordura da carcaça.Os índices de quebra estão na faixa
aceitável segundo SAÑUDO et al. (1981).
Os resultados obtidos para peso (kg) da carcaça fria e dos cortes
primários (comerciais) estão descritos na Tabela 5. A substituição total do
concentrado por silagem de gliricídia nas dietas dos cordeiros determinou
diferença estatística (P<0,05) para costela, paleta e perna, sendo que para o
pescoço não foi encontrado diferença significativa (P>0,05) entre os
tratamentos. Esta diferença entre os cortes pode ser explicada devido à
diferença no peso de carcaça fria obtida nos diferentes tratamentos. Quando a
silagem de gliricídia substituiu parcialmente o concentrado os pesos para
paleta e perna não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos (P>0,05), o
mesmo vale para o comprimento de carcaça. COSTA (2008) trabalhando com
animais alimentados com silagem de milho e diferentes proporções de silagem
de gliricídia e concentrado obtiveram resultados semelhantes ao presente
trabalho em relação ao peso da paleta com o aumento do nível de concentrado
na dieta, diferenciando desta forma os três tratamentos (P<0,05).
37
Tabela 5. Médias e coeficientes de variação para pesos (kg) dos cortes da
carcaça de cordeiros Santa Inês alimentados com dietas compostas
por silagem de milho (SM) e diferentes proporções de silagem de
gliricídia (SG) e concentrado (C)
Parâmetros
Dietas Experimentais
1 2 3 CV (%)
Peso Carcaça Fria, kg 19,69a 18,12b 16,29c 6,28
Pescoço, kg 1,49a 1,36a 1,30a 15,81
Costela, kg 8,39a 7,44b 6,46c 7,27
Paleta, kg 3,41a 3,35ab 3,04b 9,00
Perna, kg 6,39a 6,00a 5,49b 6,97 Dietas: (1) 70%SM + 30C; (2) 70%SM + 15%SG + 15%C; (3) 70%SM + 30%SG; Médias
seguidas de letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente (P<0,05).
Na Tabela 6 estão descritos a porcentagem dos cortes comerciais.
Neste trabalho foi constatado que a costela foi o corte de maior constituição
percentual da carcaça em todos os tratamentos, seguidos de perna, paleta e
pescoço. Os resultados encontrados por MUNIZ et al. (2008) que trabalharam
com a suplementação de cordeiros Barriga Negra com concentrados
formulados com diferentes fontes energéticas, apresentam valores
semelhantes a este estudo, sendo apenas valores um pouco menores para a
porcentagem de costilhar, onde encontraram valores entre 34,9 e 36,6% e no
presente trabalho encontramos valores entre 39,62 e 42,61%.
38
Tabela 6. Médias e coeficientes de variação das porcentagens dos cortes da
carcaça de cordeiros Santa Inês alimentados com dietas compostas
por silagem de milho (SM) e diferentes proporções de silagem de
gliricídia (SG) e concentrado (C)
Parâmetros
Dietas Experimentais
1 2 3 CV (%)
Pescoço, % 7,50a 7,49a 7,96a 15,78
Costela, % 42,61a 40,98b 39,62b 3,57
Paleta, % 17,38b 18,46ab 18,67a 5,72
Perna, % 32,49a 33,04a 33,75a 3,76 Dietas: (1) 70%SM + 30C; (2) 70%SM + 15%SG + 15%C; (3) 70%SM + 30%SG; Médias
seguidas de letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente (P<0,05).
DANTAS et al. (2008), trabalhando com cordeiros terminados em pastejo
e submetidos a diferentes níveis de suplementação, encontraram valores de
porcentagem de costela e porcentagem da perna de 26,04; 28,18 e 26,83%
para os respectivos tratamentos 0,0; 1,0 e 1,5% de suplementação referente ao
peso vivo animal. Uma possível explicação para a maior proporção da costela
na carcaça neste trabalho se deve ao fato que o lombo foi pesado junto com a
costela diferente do trabalho citado acima.
Segundo OSÓRIO et al. (2002), quando o peso de carcaça aumenta em
valor absoluto, os pesos dos cortes comerciais também aumentam em valor
absoluto. Esses mesmos autores afirmam que quando o peso da carcaça
aumenta a porcentagem dos cortes (costela e pescoço) comerciais mais tardios
e não nobres, também aumenta, situação inversa acontece com os cortes
nobres (paleta e pernil) ou precoces, quando o peso da carcaça aumenta a
porcentagem desses cortes diminuem. Este fato foi observado no presente
trabalho; animais alimentados com silagem de milho com concentrado
apresentaram maiores pesos de carcaça e em conseqüência disto a
39
porcentagem dos cortes precoces como paleta e pernil foram menores quando
comparados aos animais que apresentaram menor peso de carcaça, no caso
dos animais que foram alimentados com silagem de gliricídia (sem utilização de
concentrado).
Para a variável costilhar, o tratamento onde não houve a inclusão de
gliricídia apresentou maiores valores para costilhar e menores valores para
paleta em relação aos animais que não comeram concentrado e que tiveram
menor peso de carcaça, corroborando com o citado por Osório et al. (2002).
A Tabela 7 contém as médias de umidade, proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE) e cinzas do músculo Longissimus dorsi dos animais experimentais.
Para a variável EE não foi observado diferença estatística entre os tratamentos
(P>0,05). De maneira geral, este é o componente que normalmente apresenta
maior variação na composição da carne, fato este que não foi observado neste
trabalho. Os valores encontrados para EE no presente trabalho foram um
pouco menores que os encontrados por ZEOLA et al. (2004) que encontraram
valores variando de 2,14 a 2,40% para cordeiros da raça Morada Nova,
alimentados com diferentes níveis de concentrado. Esta característica é
importante porque vários estudos envolvendo consumidores e painéis treinados
revelaram que o conteúdo de gordura intramuscular da carne é uma das
características mais importantes que influenciam no consumo e em aspectos
como a maciez da carne, suculência e sabor (VERBEKE et al., 1999).
40
Tabela 7. Composição química do músculo Longissimus dorsi de cordeiros
Santa Inês alimentados com dietas compostas por silagem de milho
(SM) e diferentes proporções de silagem de gliricídia(SG) e
concentrado (C).
Parâmetros
Dietas Experimentais
1 2 3 CV (%)
Umidade (%) 75,25b 76,82a 76,95a 0,85
Proteína (%) 21,48a 19,95b 19,89b 3,40
Cinzas (%) 1,19a 1,15a 1,13a 7,72
Extrato Etéreo (%) 2,08a 2,08a 2,03a 21,60 Dietas: (1) 70%SM + 30C; (2) 70%SM + 15%SG + 15%C; (3) 70%SM + 30%SG; Médias
seguidas de letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente (P<0,05).
Em relação à umidade houve diferença significativa entre os
tratamentos, sendo que os tratamentos com 15% e 30% de SG apresentaram
um maior valor para umidade que o tratamento que não consumia SG. Os
valores encontrados para umidade nos tratamentos em que os animais
consumiram gliricídia são semelhantes aos encontrados por ZAPATA et al.
(2001) que encontraram valores entre 76,12% e 76,19%. Entretanto os mesmo
autores não encontraram diferença na umidade na carne de cordeiros cruzados
com a raça Santa Inês e alimentados com diferentes dietas, onde em uma
delas houve a inclusão de concentrado em dietas compostas por capim gramão
(Cynodon dactylon) e leucena (Leucaena leucocephala).
Para proteína bruta, os valores encontrados apresentaram diferença
significativa (P<0,05), onde os animais alimentados com dieta sem a inclusão
de SG apresentaram maiores valores que os alimentados com Silagem de
Gliricídia mais Concentrado e sem a inclusão de Concentrado. No presente
trabalho os valores foram maiores que os encontrados por ZAPATA et al.
(2001), que encontraram valores entre 19,19% e 19,46%, principalmente para o
41
tratamento que não consumia SG, com valor de 21,48% de PB. Diferente do
presente trabalho ZAPATA et al. (2001) não encontraram diferença significativa
entre os tratamentos para PB. Corroborando com os dados aqui apresentados,
ZEOULA et al. (2004) encontraram aumento no nível de proteína bruta da
carne com o aumento da inclusão de concentrado na dieta de cordeiros
Morada Nova.
Os teores de cinzas não apresentaram (P<0,05) diferença significativa
entre os tratamentos com valores entre 1,13 e 1,19%. Resultados semelhantes
foram encontrados por ZAPATA et al. (2001) e ZEOULA et al. (2004) que
também não encontraram diferença (P<0,05) no teor de cinzas na carne de
cordeiros submetidos a diferentes dietas.
5.5 CONCLUSÕES
O desempenho dos animais alimentados sem a inclusão da silagem de
gliricídia foi superior e com melhores características da carcaça. Os resultados
encontrados para a inclusão de silagem de gliricídia mostraram-se promissores
em relação à terminação de cordeiros.
Os percentuais dos cortes de ovinos em relação a carcaça foram
alterados pela inclusão de silagem de gliricídia na dieta de cordeiros Santa
Inês.
A inclusão de gliricídia na dieta de cordeiros em terminação promoveu
alterações nas características de carcaça dos cordeiros Santa Inês.
42
6 CONTRIBUIÇÃO DO ESTAGIO PARA CARREEIRA PROFISSIONAL
Durante o período acadêmico deparamos com um mundo de
conhecimentos em diversas áreas de conhecimento, onde em sala de aula este
conhecimento é visto principalmente como teoria. Dentro da universidade há
um esforço para que toda essa teoria seja posta em pratica, mas nem sempre
é possível. Por isso a importância do estagio para que o aluno tenha uma
vivencia de campo e ter a oportunidade de colocar em pratica tudo que foi
aprendido em sala de aula.
A experiência fora da universidade é de fundamental importância para o
aluno adquirir outras formas de conhecimento, ensino e trabalho contribuindo
para um maior entendimento da vida profissional de sua área.
Durante o período de estagio na Embrapa Tabuleiros Costeiro (CPATC),
obtive a oportunidade de colocar em pratica a maioria dos conhecimentos
adquiridos em sala de aula.
No estagio obtive maior conhecimento técnico e científico, participando
de vários trabalhos, desde confinamentos de animais a Integração
Agrosilvipastoris, passando por plantios adensados de leguminosas e
confecções de silagens e fenos.
Outro aspecto importante da realização do estagio foi em relação a
vivencia de campo onde tive a oportunidade de acompanhar o dia a dia dos
trabalhos realizados na Embrapa. Pode acompanhar trabalhos rotineiros como
pesagens, vacinação e vermifugação de animais entre outras atividades.
43
Portanto o estagio serviu para que pudesse complementar meus estudos
e expandir meus conhecimentos e crescer profissionalmente. Onde todo esse
aprendizado será levado e conseqüentemente, atribuído durante toda minha
vida profissional.
7 RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS E PRATICAS
A utilização da silagem de gliricídia como alternativa alimentar para
criadores do estado de Sergipe, apresenta um enorme potencial podendo
aumentar a produtividade de pequenos e médios produtores.
A gliricídia apresenta-se como uma viável estratégia alimentar em
épocas com déficit alimentar por apresentar características viáveis como, por
exemplo, fácil implantação e manejo onde as sementes de gliricídia não
apresentam dormência e apresenta uma ótima taxa de germinação em torno de
83%. O plantio também pode ser feito por meio de estacas. A gliricídia também
apresenta uma boa tolerância a seca podendo ser implantada em regiões com
no mínimo de 500 a 600 mm de precipitação pluvial ao ano e também nas
condições do Semi-árido do Nordeste brasileiro a gliricídia não apresenta
problemas com doenças ou pragas, apresenta raízes pivotantes podendo ir
mais fundo no solo em busca de água, não apresenta estacionalidade
produtiva no decorrer do ano garantindo assim produção de forragem o ano
todo.
A sua utilização como alimento para ruminantes ainda é pouco
estudado, mas apresenta um enorme potencial por ser uma fonte protéica para
44
suplementação de dietas de baixo custo. O produtor pode escolher varias
formas de uso da gliricídia na alimentação animal, podendo ser usada em
cultivo adensado para produção de feno ou silagem e também pode ser
cultivada em sistemas silvipastoris em alamedas consorciadas com gramíneas,
onde a gliricídia sofre pastejo direto.
Ao avaliar o desempenho dos animais quando se utiliza a silagem de
gliricídia nota-se um desempenho similar em comparação ao uso de alimentos
protéico tradicionais, apesar de apresentar resultados um pouco menor em
relação ao concentrado comercial. A vantagem de se utilizar a gliricídia na
alimentação animal em substituição a outros alimentos é o seu baixo custo
como estratégia alimentar em épocas secas.
8 CONSIDERAÇOES FINAIS
A gliricídia apresenta potencial para ser oferecida na forma de silagem,
pois apresenta resultados satisfatórios no desempenho de cordeiros.
São necessários mais estudos envolvendo ensaios com o intuito de
avaliar a qualidade da silagem de gliricídia, assim como mias estudos
envolvendo digestibilidade in vivo, consumo e desempenho animal.
45
9 REFERÊNCIAS
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