Post on 22-Jan-2018
Embriologicamente os sistemas urinário e reprodutor estão associados. Durante os
dobramentos do embrião - 4ª semana do desenvolvimento embrionário – o
mesoderma intermediário forma uma projeção – crista urogenital – uma de cada
lado da aorta dorsal.
A parte da crista urogenital que formará o sistema urinário é o cordão nefrogênico e a
parte da crista urogenital que formará o sistema reprodutor é a crista gonadal.
notocorda
Sistema Urogenital
aorta
Tubo neural
(Ducto de Wolff)
Sistema urinário3 conjuntos de rins desenvolvem-se nos embriões humanos: pronefros, mesonefros e
metanefros.
Pronefros – Surgem no início da 4 ª semana, são constituídos por cordões celulares
na região cervical. Estes são rudimentares e logo degeneram. Os ductos pronéfricos
abrem-se na cloaca .
Mesonefros – surgem caudalmente aos pronefros ao final da 4ª semana e
funcionará até que os rins permanentes estejam desenvolvidos. São
constituídos por glomérulos e túbulos mesonéfricos. Os túbulos abrem-se
nos ductos mesonéfricos que por sua vez, abrem-se na cloaca.
Ao final do 1º trimestre o mesonefro degenera-se e seus túbulos
mesonéfricos irão originar os ductos eferentes dos testículos / ligamentos
do útero e os ductos mesonéfricos (ductos de Wolff) darão os túbulos do
epidídimo, ductos deferentes, ducto ejaculatório, vesícula seminal,
ureteres.
Cápsula
glomerular
Ducto de
Wolff
Túbulo
mesonéfrico
Metanefros - são os primórdios dos rins permanentes. Surgem no início da 5ª semana e
seu funcionamento dá-se 4 semanas após (11ª semana). A urina é excretada na cavidade
amniótica, misturando-se com o líquido amniótico (nos estágios finais da gravidez, o feto
deglute mais de 400mL de líquido amniótico por dia. Os fluídos passam ao sangue fetal e os
produtos de excreção atravessam a membrana placentária e chegam a circulação materna).
Os rins permanentes desenvolvem-se de duas fontes: divertículo metanéfrico ou broto
uretérico (evaginação do ducto mesonéfrico, próximo a cloaca) e do blastema
metanefrogênico (massa celular metanéfrica).
O broto uretérico alonga-se e penetra no blastema, formando os cálices maiores e
menores. O blastema originará os nefros e o pedículo do broto uretérico originará o
ureter (masculina e feminina).
Formação da Bexiga – durante a 5ª semana a cloaca sofre uma
divisão, originando o seio urogenital ventralmente e o reto,
dorsalmente.
O seio urogenital formará a bexiga na porção vesical, a uretra na
porção pélvica e o primórdio do pênis ou do clitóris na porção fálica.
mesonefro
Feto de 12
semanas
Mudanças na posição dos rins
Os rins metanéfricos ficam próximos um do outro, na pelve. Com o
crescimento do abdome, os rins gradualmente se posicionam no
abdome (ascensão dos rins) e se afastam um do outro. Conforme os
rins ascendem à cavidade abdominal, eles giram medialmente quase
90 graus. Por volta da 9ª semana, os rins entram em contato com as
supra-renais.
Bexiga
6ª
semana 7ª
semana9ª
semana
Anomalias Congênitas dos Rins
Podem ser detectadas por ultra-sonografia
Agenesia Renal Unilateral
• 1- 1000 crianças recém-nascidas - ausência do broto uretérico
• Homens são os mais afetados e usualmente é o rim esquerdo que está ausente. Geralmente o outro rim sofre
hipertrofia compensatória. Deve-se suspeitar de agenesia unilateral em crianças com uma única artéria umbilical.
Agenesia Renal Bilateral
• Associada a pequena quantidade de líquido amniótico (normal : 37 semanas há 1litro de líquido amniótico) –
oligoidrâmnio – pouca ou nenhuma urina é excretada para o líquido amniótico
• 1- 3000 nascimentos – incompatível com a vida pós-natal
• Não há penetração do divertículo metanéfrico no blastema
Agenesia Renal Unilateral
Agenesia Renal Bilateral
Intestino
médio
Embrião de 40 dias
Sistema Genital
Gônadas Indiferenciadas – o desenvolvimento das gônadas (indiferenciadas) inicia-se na 5ª semana
ao lado do mesonefro, em uma saliência denominada crista gonadal (porção da crista urogenital).
Formam-se os cordões sexuais. A gônada indiferenciada é constituída por um córtex e uma medula. Nos
embriões XX, o córtex se diferenciará no ovário e a medula regride. Nos embriões XY, o córtex regride
e a medula se diferencia em testículos.
Células germinativas migram da parede do saco vitelino em direção a crista gonadal e na 6ª semana,
incorporam-se aos cordões sexuais.
No embrião masculino, na 7ª semana inicia-se a produção do FDT, pelo gene SRY do braço curto do
cromossomo Y . Sob influência do FDT, os cordões sexuais diferenciam-se em túbulos seminíferos. Na
ausência do cromossomo Y, formará o ovário.
As células de Sertoli (7ª semana) sintetizam o fator antimulleriano (glicoproteína), que promoverá a
regressão dos ductos de Müller (paramesonéfricos).
As células de Leydig (8ª semana) por influência do HCG da placenta, sintetizam testosterona que induz a
diferenciação dos ductos de Wolff (mesonéfricos) em epidídimo, ducto deferente e vesícula seminal.
Na ausência de MIS, os ductos de Müller (paramesonéfrico) persistem e desenvolvem-se nas tubas
uterinas, útero e parte da vagina. Os ductos de Wollf regridem no feto feminino.
(¨Wolff)
(¨Müller)
Ducto de
Wolff