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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país
AUDIÊNCIA – BANCOS PÚBLICOS9 DE OUTUBRO, ÀS 9h, NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Edição Diária 7304 | Salvador, quarta-feira, 27.09.2017 Presidente Augusto Vasconcelos
CAIXA
Para os mais ricos, menos impostos
Acesso ruim a serviço de esgosto
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Para cobrar respeito aos empregados e à população, o Sindicato realizou manifestação, ontem, em frente à agência da Caixa de Paripe, que
Respeito é bom eo bancário merece
Manoel porto
está na lista das unidades a serem fechadas. O governo Temer quer sucatear o banco para entregar ao grande capital. Página 3
Sindicato dos Bancários da Bahia realiza mais uma manifestação para impedir fechamento de agências da Caixa. Política do banco é perversa
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 27.09.20172 DESIGUALDADE
A arrecadação é injusta. País precisa de reforma tributária redAçãOimprensa@bancariosbahia.org.br
Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933
O BANCÁRIO
Os pobres pagam mais tributos
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTe 879 drT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTe 4645 drT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTe 4590 drT-BA e rafael Barreto - reg. SrTe-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
CONVÊNIO
A ARRECADAçãO tributária brasileira é extremamente in-justa. No país, mais de 50% do que se arrecada são originários dos tributos sobre o consumo. Apenas 20% vêm da renda e menos de 4% do patrimônio. Sendo assim, o pobre é o mais penalizado, pois gasta boa parte da renda em consumo.
Isso porque, o rico conse-gue converter a renda em pa-trimônio e como no Brasil as
grandes fortunas não são ta-xadas, o topo da pirâmide so-
cial escapa de pagar impostos. Por isso, a necessidade da re-
forma tributária. É inaceitável que o pobre siga penalizado enquanto o rico, que pode pa-gar, é beneficiado.
Importante lembrar que foi em 1995, no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, que as rendas originárias de dis-tribuição de lucros e dividendos e juros de capital foram isentas do imposto de renda.
A sonegação é outro pro-blema. Os desvios de dinheiro público e a lavagem de dinhei-ro prejudicam o bem-estar so-cial. Para se ter ideia, somente no ano passado, o país deixou de arrecadar R$ 500 bilhões em impostos, aponta o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional.
Bancos sonegam impostosMESMO com os privilégios ad-quiridos com o governo Temer, que perdoou dívidas de R$ 27 bi-lhões, e a continuidade da políti-ca de pagamento da rolagem dos juros da dívida pública, os gran-des bancos sonegam. E a Receita Federal está investigando.
Isso porque desde 2014 a Re-ceita encontra um descolamen-to progressivo entre os resulta-dos estratosféricos dos bancos e o baixo desempenho de arre-cadação do IRPJ (Imposto de
Renda Pessoa Jurídica) da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que representa um terço do total arrecadado. Em 2016, por exemplo, a perda potencial na arrecadação supe-rou os R$ 15 bilhões.
Um grupo de 24 auditores in-vestiga as causas para a discre-pância. Uma das suspeitas é a uti-lização abusiva do planejamento tributário, o que pode envolver operações de transferência e ven-da de carteiras de crédito.
Em pauta amanhã, o plano de saúde do Santander ATENçãO, funcionário do San-tander. Amanhã, ocorre reu-nião no auditório do Sindicato dos Bancários da Bahia, locali-zado nas Mercês, sobre o plano de saúde. O horário marcado para o debate é às 19h.
Recentemente, o banco alte-rou, de forma unilateral, o convê-
nio médico, que saiu do Bradesco Saúde para o SulAmérica. A mu-dança tem causado sérios proble-mas para os funcionários, como a precária rede de atendimento do novo plano. Vale lembrar que o Sindicato já fez algumas reuniões com os funcionários e levou o as-sunto à empresa.
Polishop
Os bancários associados que buscam soluções inteligentes para a casa, saúde e beleza contam agora com um desconto de 10% nas compras realizadas nas lojas físicas da Polishop em Sal-vador e em Vitória da Conquista.
Em Salvador, o desconto está disponível nas lojas dos Shoppings da Bahia, Bela Vista, Salvador Norte e Salvador. Também fazem parte as lojas físicas do Quiosque Salvador, situado no Caminho das Árvores e do Outlet Premium, localizado na Estrada do Coco.
Em Vitória da Conquista, os associados podem se dirigir à unidade física da Polishop que fica no Shopping Conquista do Sul, na avenida Juracy Magalhães.
enquanto bancos sonegam impostos, trabalhador brasileiro paga a conta
o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 27.09.2017 3CAIXA
Manifestação cobramanutenção das unidades na capitalredAçãO imprensa@bancariosbahia.org.br
Manoel porto
SBBA contra o fechamento de agências
A CAIXA anunciou recentemen-te que até 120 agências vão fechar no Brasil. Duas da lista estão em Salvador, uma em Paripe e outra em Campinas de Pirajá. Cien-tes da importância das unidades para as comunidades, os direto-res do Sindicato dos Bancários da Bahia realizaram manifestação na Caixa de Paripe, ontem.
A população participou. “Essa agência tem cerca de 16 mil correntistas, eu sou um de-les. Ficaremos no prejuízo. Sem contar que os beneficiados do Bolsa Família e PIS vão ficar de-samparados”, desabafa o por-teiro José Erenildo Lima.
Verdade. Com 55 mil habitan-tes, segundo o IBGE, Paripe é o bairro mais populoso do Subúr-bio Ferroviário de Salvador. Com lojas, mercados, padarias, confei-tarias, bares e restaurantes, o co-mércio local é forte e fonte de ren-da de milhares de famílias.
O vendedor Josafá Pinheiro é um deles. “Muitas pessoas sacam o dinheiro aqui e acabam gastan-do aqui mesmo, o que gera circu-lação de capital”, diz. Mas, sem a Caixa a rotina vai mudar. .
O presidente do SBBA, Au-gusto Vasconcelos, ressalta ser fundamental desmascarar o go-verno, que engana os brasileiros para favorecer o capital. “O Sin-dicato está nas ruas para desar-ticular as manobras de Temer. Vamos continuar denuncian-do e alertando a população so-bre os prejuízos que todos nós, brasileiros, teremos com o des-monte das empresas públicas”.
Caixa lucra r$ 4,1 bilhões, mas não paga a PLrNO INíCIO do mês, O Bancário já havia divulgado que o lucro da Caixa para o primeiro se-mestre seria recorde e ultrapas-saria a casa dos R$ 4 bilhões. Agora, o banco anunciou ofi-cialmente que o ganho chegou
aos R$ 4,1 bilhões. Mas o que na verdade os empregados querem saber é quando será feito o cré-dito da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
A data-limite prevista na Con-venção Coletiva de Trabalho é 30
Assinado aditivo sobre centros de realocaçãoOS BANCáRIOS deram mais um importante passo rumo à preservação dos empregos e dos direitos com a assinatura de um aditivo à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) que cria centros de realocação e requali-ficação profissional.
A cláusula 62 sobre a criação dos instrumentos ficou penden-te no acordo de 2016 e agora, fi-nalmente, a Fenaban (Federa-ção Nacional dos Bancos) cedeu
à pressão dos trabalhadores.A instalação dos centros pos-
sibilita que os trabalhadores possam fazer a realocação se as agências forem fechadas ou a re-qualificação no caso de funções extintas. Em um cenário de re-estruturação, automação bancá-ria e muitas demissões, a expec-tativa é de que os instrumentos reduzam os desligamentos.
A assinatura ocorreu na se-gunda-feira, em São Paulo.
de setembro, ou seja, sábado. Mas, a Caixa, único banco que ainda não pagou o benefício, silencia.
A expectativa é que a divul-gação do balanço venha com notícias sobre a PLR. É direito e os 90 mil empregados que so-
frem com a sobrecarga diária de trabalho merecem respeito.
O crescimento no lucro líquido foi de 69,2% em relação a igual pe-ríodo do ano passado. A carteira de crédito subiu R$ 715,9 bilhões e a imobiliária R$ 421,4 bilhões.
O BICBANCO surpreendeu os funcionários. De forma arbitrá-ria, demitiu todos os nove bancá-rios da agência da avenida Tan-credo Neves, ontem. A atitude é tão irresponsável que nem mes-mo os trabalhadores com pro-blemas de saúde foram respeita-dos. Dois dos desligados estavam afastados por conta da LER (Le-são por Esforço Repetitivo).
Das 32 agências do país, 17 foram fechadas neste ano. Os empregados cobram respeito aos direitos e ao acordo coletivo de 2016, com vigência até 2018. Pela
BICbanco demite em massaconvenção, os bancários têm por direito 120 dias de aviso prévio, o que não foi cumprido.
De garantia, só receberam o adiantamento da PLR (Partici-pação nos Lucros ou Resultados) e a parcela adicional. Reivindi-cam ainda as gratificações não pagas pela organização financei-ra, que alegava situação ruim.
O Sindicato dos Bancários da Bahia está apurando as infor-mações sobre o BICbanco, para tomar providências no sentido de garantir que os direitos dos trabalhadores sejam mantidos.
Comissões devem tratar com os bancos a implementação dos centros
Comércio local e empregados da Caixa perdem com fechamento de agência
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 27.09.20174
SAQUE
DESIGUALDADE
Apesar dos avanços, saneamento básico ainda é deficitáriorOSe LIMAimprensa@bancariosbahia.org.br
Esgoto de 45% da população sem tratamento
APóS abrir os cofres públi-cos para se salvar diante da denúncia de corrupção e for-mação de organização crimi-nosa, Michel Temer precisa ajustar as contas do governo. Com isso, medidas perversas são aprovadas.
O BNDES, por exemplo, vai ter de pagar antecipadamente ao Tesouro Nacional dívidas no valor de R$ 180 bilhões. No fim do ano passado, o banco já ha-via feito outra antecipação, de R$ 100 bilhões. Portanto, o to-
PANCADA Se a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, acatar o pedido do ex-presidente do STJ (Superior Tri-bunal de Justiça), César Asfor Rocha, para a Polícia Federal investigar vazamentos seletivos na Lava Jato, a pancada pode desmilinguir ainda mais a operação, hoje restrita à obsessão in-controlável do juiz Sérgio Moro por Lula. As principais suspei-tas recaem sobre a força tarefa. Como disse o ministro Romero Jucá, o objetivo é “estancar a sangria”.
EQUíVOCO O criminalista Nélio Machado acredita que mais na frente a OAB e a Globo vão pedir desculpas à nação por te-rem apoiado o golpe jurídico-parlamentar-midiático do ano passado. Igualzinho como fizeram com a ditadura civil militar (1964-1985), que apoiaram e depois se disseram arrependidas.
ANISTIA O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, promete, se eleito, anistiar e se empenhar na libertação do vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, mentor do programa nuclear brasileiro. Ele foi preso pela Lava Jato, operação acusada de es-tar a serviço dos interesses estrangeiros no Brasil. Com isso, o ex-ministro e ex-governador do Ceará agrada, em cheio, os se-tores nacionalistas das Forças Armadas. A prisão é considerada uma arbitrariedade por respeitados juristas.
COMPROMISSOS Acusada de ter sido guindada ao cargo para atender os interesses do governo Temer, a nova procurado-ra-geral da República, Raquel Dodge, pode bater de frente com o golpismo. Ela promete privilegiar a defesa do meio ambiente e os direitos humanos. Se realmente colocar em prática o que promete, terá de combater o desmatamento, preservar terras in-dígenas e quilombolas, além de impedir perseguições políticas, como a do juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula.
ESCRAVIDãO O novo livro do sociólogo Jessé Souza, sob o título A elite do atraso – da escravidão à Lava Jato, desmascara completamente a versão de que a marca preponderante da so-ciedade brasileira seja a corrupção. O escritor demonstra, com dados empíricos e teóricos, o caráter altamente escravista das elites nacionais.
EM PLENO século 21, quase metade da população no Brasil ainda não tem acesso ao serviço adequado de esgoto. O índice chega a 45%, de acordo com o estudo Atlas Esgotos: Despo-luição de Bacias Hidrográficas, divulgado pela ANA (Agência Nacional de Águas).
O levantamento tem infor-mações sobre esgotamento
sanitário, com foco na prote-ção dos recursos hídricos, no uso sustentável para diluição de ef luentes e na melhor es-tratégia para universalização dos serviços.
O Plano Nacional de Sanea-mento Básico considera como atendimento adequado o uso de fossa séptica ou rede de coleta e tratamento de esgoto. Dentro desse critério, 55% dos brasileiros dispõem do serviço adequado.
Os dados revelam que 43% são atendidos por sistema cole-tivo, 12% por fossa séptica, 18% têm esgoto coletado, mas não é tratado e outros 27% não têm qualquer atendimento.
empréstimos do BNdeS estão comprometidostal repassado ao Tesouro é de R$ 280 bilhões.
Para o FAT (Fundo de Am-paro ao Trabalhador) devem ser
devolvidos R$ 16,3 bilhões an-tecipadamente. Ou seja, do BN-DES vão sair R$ 296,3 bilhões para o governo cobrir o rom-bo gerado por Michel Temer na compra de votos de deputados. Uma vergonha.
De acordo com a agência de classificação de risco Fitch Ra-tings, o pagamento antecipa-do pode impedir que o banco conceda empréstimos em 2018, o que compromete a indústria nacional, principalmente a mé-dia e pequena empresa. do BNdeS devem sair r$ 296,3 bilhões para o governo. Um desfalque
No Brasil, 45% da população ainda não têm acesso a serviço de esgoto