Post on 16-Oct-2019
ATIVIDADE FÍSICA PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES
Autora: Mara Lúcia Marcolini1
Orientadora: Maria Cristina Simeoni2
RESUMO
Este artigo aborda a preocupação em orientar os alunos a respeito da obesidade, pois ela constitui-se em importante desvio nutricional, hormonal merecendo uma maior atenção não só dos discentes, mas de todo corpo docente. O objetivo principal foi o de conscientizar a comunidade escolar a respeito da promoção da saúde por intermédio da mudança do hábito alimentar e introdução ao exercício físico na rotina diária, reforçando a necessidade da prática da Educação Física, como disciplina que trata de tais temáticas. O problema definido foi: quais as melhores alternativas, relacionadas à atividade física, para auxiliar no tratamento e minimizar a obesidade em adolescentes que freqüentam a 7ª série C no Colégio Estadual Castro Alves (Cornélio Procópio/PR)? Teve como objetivo geral, promover a saúde por intermédio da mudança do hábito alimentar e introdução ao exercício físico na rotina diária. A abordagem metodológica foi preponderantemente qualitativa, com procedimento da observação participante. Também foi utilizado um questionário fechado, organizado pelo Ministério da Saúde e pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Os resultados com os alunos foram positivos. As ações variadas colaboraram para o entendimento da proposta. Mas entendemos que é preciso abranger a comunidade escolar, como um todo, para realmente conscientizarmos mais pessoas.
Palavras-chave: Educação Física; Obesidade; Nutrição.
INTRODUÇÃO
Como Professora de Educação Física há 15 anos, tenho observado uma
grande mudança e desinteresse de nossos alunos em realizar atividades físicas. A
partir dessa observação veio a preocupação em orientar os alunos a respeito da
obesidade, pois ela constitui-se em importante desvio nutricional, hormonal e que
deve merecer atenção não só dos discentes, mas de todo corpo docente. Na
infância e na adolescência, o excesso de peso é determinante nas dificuldades de
1 Especialização em Metodologia e Didática de Ensino, Educação Especial Generalista, Graduação em Pedagogia e em Educação Física; Professora do Colégio Estadual Castro Alves/ Cornélio Procópio – PR.
2 Mestrado em Educação pela UEL. Especialização em Educação Física do 1º Grau. UENP. Professora de Didática em Educação Física Escolar, Prática de Ensino e Estágio Supervisionado II e Alfabetização.
socialização e nos problemas de saúde influenciando, assim, seu desempenho
escolar.
De acordo com Martins (2011) “Um grande problema do Séc. XXI será a
redução da Obesidade, a melhora no padrão alimentar e principalmente o
sedentarismo”. “A Obesidade e o sedentarismo teve um aumento acelerado em suas
prevalências como pela associação com efeitos adversos à saúde cardiovascular e
metabólico em idades cada vez mais precoce.” (SILVA; NAHAS; HOEFELMANN et
al. 2011).
Também encontramos o Projeto de Lei nº 6803/10 que institui a Política de
Combate à Obesidade. Entre suas diretrizes estão: “desenvolver programas
intersetoriais que efetivem o direito humano universal a alimentação e nutrição
adequadas; combater a obesidade infantil na rede escolar; [...]” (BRASIL, 2011).
Outro Projeto de Lei é o de nº 6522/09, que cria programa de Prevenção, Orientação
e Tratamento da Obesidade Infantil (BRASIL, 2011a).
A obesidade na infância e na adolescência é o problema nutricional que
mais rapidamente cresce no mundo inteiro, e esse problema está associado ao
surgimento de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, problemas
comportamentais e até a morte, quando não tratada a tempo. É um sério e crescente
problema de saúde na sociedade moderna. O estilo de vida atual, a correria, o
estresse, a alimentação excessiva rica em gorduras e pobre em fibras, a televisão,
computador e os vídeos-games em casa, são alguns dos fatores que estão
transformando a obesidade infantil e de adolescentes numa verdadeira epidemia.
Cerca de 32% da população adulta brasileira já apresentava índice de
sobrepeso acima de 26KG/m2. E, nessa mesma pesquisa, 8% da população era
considerada obesa (IMC > 30Kg/m2). Já em outros dados apresentados por Taddei
(1993), 2,7 milhões de crianças entre zero e 10 anos eram consideradas obesas,
sendo que 48% encontravam-se na região sudeste do país. Nos dias de hoje,
estimam-se que esses índices sejam maiores (BRASIL, 1991).
A obesidade constitui-se em importante desvio nutricional que deve merecer
a atenção dos profissionais de saúde. Na infância e na adolescência, o excesso de
peso pode determinar dificuldades de socialização, além de problemas ortopédicos e
dermatológicos. O adulto jovem obeso tem maiores dificuldades que os não obesos
para conseguir emprego e constituir família. Na maturidade, são expressivamente
maiores os riscos de incapacitação e morte entre os obesos, quando comparados
com não obesos.
Definimos a obesidade como acúmulo excessivo de gordura corporal, podendo ser causada por alta ingestão alimentar ou baixa atividade física, algumas vezes também pode ser desencadeada por disfunção hormonal. O excesso de peso na adolescência prognostica efeitos adversos para a saúde. Estudos feitos com escolares nos Estados Unidos observaram que adolescentes com excesso de peso pertenciam ao grupo de adultos com maiores riscos de acidentes cardiovasculares e as mulheres com excesso de peso na adolescência comportam uma probabilidade oito vezes maior de virem a apresentar problemas com preocupações relacionadas aos cuidados pessoais e das tarefas da vida diária do que as mulheres que haviam sido magras durante a adolescência (MATTOS, NEIRA, 2007, p. 70).
Encontramos em Saito; Colli (1994), que a obesidade é um problema de
difícil solução, quer pela complexidade como se apresenta, quer pela complicada
análise de suas causas. Complementando essa idéia, Oliveira (1999) atesta que,
caso não haja uma preocupação imediata somada a ações efetivas que produzam
mudanças nessa tendência, graves problemas de saúde poderão surgir.
Sabemos que a forma de tratamento mais adequada para a obesidade é a
atividade física e gasto energético acompanhado de uma alimentação adequada.
A prevenção da obesidade, bem como a redução de peso excessivo, passa, necessariamente, por duas possibilidades: aumentar o gasto e reduzir o consumo. Quanto antes, no desenvolvimento dos indivíduos, ter um consumo alimentar e atividade física adequados, maior a chance de se reduzir a prevalência de obesidade, seja nos adolescentes, seja entre os adultos. Ou seja, a prevenção da obesidade depende da promoção de uma vida saudável, mesmo porque, comportamentos como realizar atividade física de lazer e comer mais frutas agrupam-se nos mesmos indivíduos (NESTLÉ, 1996 apud SICHIERI; VEIGA, 2011).
Os benefícios da atividade física não se limitam a idades específicas, mas
sim o estar sempre de bem consigo, desfrutando de uma melhor qualidade de vida e
das coisas boas que a vida oferece. Neste aspecto, concordamos com as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica (DCE) da disciplina de Educação Física, na qual o
corpo é entendido como um todo, o ser humano é seu corpo (sente, pensa e age). E
que o mesmo é ferramenta de trabalho e objeto de consumo. Entre os benefícios
físicos estão o estímulo ao desenvolvimento mais harmônico, possivelmente livre do
fantasma da obesidade e todas as doenças associadas. Um adolescente fisicamente
ativo com hábitos de vida saudáveis tem mais possibilidades de se tornar um adulto
igualmente ativo (PARANÁ, 2009).
Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física (esporte, jogos e
brincadeiras, ginástica, lutas e danças), vêm nos auxiliar na prática com os
adolescentes, pois nos possibilitam uma grande amplitude de possibilidades já que o
nosso objeto de estudo é a Cultura Corporal. Quando trabalhamos elementos
articuladores da Educação Física, possibilitamos aos nossos alunos integrarem-se
com as práticas corporais. Tais conteúdos não são trabalhados de maneira isolada,
estão interligados.
Os Elementos Articuladores (Cultura Corporal e Corpo; Ludicidade; Saúde;
Mundo do Trabalho; Desportivização; Técnica e Tática; Lazer; Diversidade e Mídia),
aumentam a compreensão das práticas corporais possibilitando intervenções
pedagógicas que surgem no dia a dia da escola. Vale destacar as orientações do
Elemento Articulador Cultura Corporal e Saúde:
Esse elemento articulador permite entender a saúde como construção que supõe uma dimensão histórico-social. Portanto, é contrária à tendência dominante de conceber a saúde como simples volição (querer) individual. Na esteira dessa discussão, propõem-se alguns elementos a serem considerados como constitutivos da saúde: Nutrição: refere-se à abordagem das necessidades diárias de ingestão de carboidratos, de lipídios, de proteínas, de vitaminas e de aminoácidos, e também de seu aproveitamento pelo organismo, no processo metabólico que ocorre durante uma determinada prática corporal; Aspectos anátomo-fisiológicos da prática corporal: trata-se de conhecer o funcionamento do próprio corpo, identificar seus limites na relação entre prática corporal e condicionamento físico, e propor avaliação física e seus protocolos [...] (PARANÁ, 2008, p.54).
Assim, observamos a importância da atividade física e do esporte para o
bem estar e para a saúde. Por meio do nosso trabalho temos que orientar um bom
programa a respeito das atividades físicas para não deixar os jovens a mercê da
mídia e do consumismo.
Para Weinwck (2003, p. 177),
O excesso de peso é, nas nações industriais consumistas, um dos fatores de risco para a saúde mais freqüente. Como muitos outros fatores de risco, o excesso de peso se desenvolve, frequentemente, já na infância: como um número variado de pesquisa mostra, aproximadamente 15 por cento dos meninos e 20 por cento das meninas apresentam excesso de peso no inicio da idade escolar.
A prevenção da obesidade é um dos fatores identificados para a promoção
da saúde, identificado como fator condicionante do excesso de peso o qual vem
sendo considerado a epidemia do novo século (SILVA et al., 2007).
No que se refere aos níveis de condição física, é comum dizer-se que as crianças, de hoje em dia, apresentam níveis inferiores quando comparadas com crianças de há duas décadas atrás. Estes dados são também associados aos níveis de atividade física, servindo para justificar a prevalência elevada de obesidade infantil (SILVA et al., 2007, p.82).
Por razões de segurança a criança hoje em dia tem menos atividade física
diária, já não vão a pé para a escola deslocando-se de carro, ônibus, transporte
escolar e com isso o tempo livre para realizar qualquer atividade física tem se
tornado escassa, aumentando o tempo gasto com televisão, computadores,
aumento de consumo de alimentos gordurosos causando assim um prejuízo na
qualidade de vida da criança.
A atividade física é fundamental para um desenvolvimento saudável. Uma
das atividades mais simples é a caminhada. Segundo Gomes (2001), para iniciar
uma caminhada como atividade física com o objetivo de uma vida saudável é
necessário realizar a atividade com prazer e satisfação, não tendo preocupação
inicial em dominar a técnica correta deste movimento em relação a sua quantidade,
intensidade e freqüência devendo apenas criar o hábito da caminhada.
Existe a freqüência ideal de trabalho, que vai de 3 a 5 vezes por semana. Com a quantidade de 30 a 60 minutos cada sessão. O principiante não deve fixar-se no relógio. Deve fazer o que tem condições. Nunca ultrapassar suas condições. A progressão deve ser gradativa. Não é aconselhável aumentar mais do que 10% por semana. O importante é que o caminhador sinta-se bem, tenha prazer, crie e mantenha o hábito de caminhar (GOMES, 2001, p.100, p.101).
Desta forma, caminhar de maneira regular numa rotina de atividade física é
um dos exercícios indicados para combater ou prevenir a obesidade. Na escola,
durante as aulas da disciplina de Educação Física, outras atividades são aprendidas,
conforme o estabelecido nas DCE.
Além das atividades físicas é necessária uma alimentação saudável. Como
já citado em parágrafo anterior, os hábitos alimentares de nossos adolescentes, em
sua maioria, se restringe à alimentos ricos em gordura e açúcares. Dentre eles
podemos citar os refrigerantes, salgadinhos e sanduíches.
Compreendemos que a “alimentação envolve um conjunto de valores e
significados [...]. A relação entre comida e prazer é muito próxima. Assim, ao
construir uma rotina alimentar, o profissional interfere em vários aspectos da vida de
indivíduos ou grupos” (BRASIL, 2006, p. 42).
Em suma, pensamos que é possível termos uma alimentação adequada se
formos orientados para tal. Acreditamos que, durante as aulas da disciplina de
Educação Física, também devemos fazer essa parte. Pois é por meio da união entre
a atividade física e a alimentação saudável que conseguiremos prevenir e/ ou
combater a obesidade em nossos alunos e em nossas alunas.
Desta maneira, o objetivo geral deste estudo foi o de promover a saúde por
intermédio da mudança do hábito alimentar e introdução ao exercício físico na rotina
diária. E os objetivos específicos definidos foram: estimular a prática da Atividade
Física; orientar sobre a necessidade de uma alimentação correta para que os
adolescentes tenham hábitos de vida saudáveis; conhecer as Atividades Físicas
mais adequadas à faixa etária que frequenta a 7ª série. E, para orientar a pesquisa,
foi elaborado o seguinte problema: Quais as melhores alternativas relacionadas à
atividade física para auxiliar no tratamento e minimizar a Obesidade em
adolescentes que frequentam a 7ª série C no Colégio Estadual Castro Alves?
ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
O trabalho teve uma abordagem preponderantemente qualitativa para
análise e discussão dos dados. “A pesquisa qualitativa tem como foco de estudo o
processo vivenciado pelos sujeitos” (QUEIRÓZ et. al., 2012, p. 276).
Este estudo foi elaborado no Colégio Estadual Castro Alves, do município de
Cornélio Procópio, Estado do Paraná. Os sujeitos selecionados foram dezenove
alunos (N=19; n=19) da sétima série (atual oitavo ano), turma C.
A Observação Participante, na qual o pesquisador interage com os sujeitos
da pesquisa (QUEIRÓZ et.al., 2012, p. 279), foi utilizado, como procedimento de
pesquisa, e também foi utilizado um questionário organizado pelo Ministério da
Saúde e pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). “Aprovada no
ano de 1999, atesta o compromisso do Ministério da Saúde com os males
relacionados [...] com o complexo quadro dos excessos já configurado no Brasil
pelas altas taxas de prevalência de sobrepeso e obesidade [...].”
Vale destacar que o referido questionário esta disponível no site:
www.saude.gov.br/nutricao e também no site www.educacao.pr.gov.br, denominado
de Portal do Professor do Estado do Paraná, com o título: Política Nacional de
Alimentação e Nutrição – Como está sua alimentação?
Esta análise teve auxílio das descrições pertinentes à pontuação que
acompanha o próprio questionário aqui utilizado. Desta forma segue as
interpretações referentes aos três tipos de pontuação.
Resultado até vinte e oito pontos: esta pontuação leva à interpretação de que
o aluno precisa tornar sua alimentação e seus hábitos de vida mais saudáveis! Deve
dar mais atenção à alimentação e atividade física. Verificar os dez passos para uma
alimentação saudável e adotá-os no seu dia a dia. Para iniciar deve escolher aquele
que lhe pareça mais fácil, interessante ou desafiador e procurar segui-lo todos os
dias.
Resultado entre vinte e nove e quarenta e dois pontos: para está pontuação o
aluno deve ficar atento com sua alimentação e outros hábitos como atividade física e
consumo de líquido. Verificar nos dez passos para uma alimentação saudável
qual(s) dele(s) não faz (em) parte do seu dia a dia, adotá-lo(s) na sua rotina!
Resultado de quarenta e três pontos ou mais: com este resultado, o aluno
leva os Parabéns! Esta no caminho para modo de vida saudável. Deve manter um
dia a dia ativo e verificar os dez passos para uma alimentação saudável. Se
identificar algum que não faz parte da sua rotina, adotá-lo.
As descrições acima estão representadas por meio de um gráfico, cujas cores
sinalizam a porcentagem das respostas dos alunos, conforme as pontuações.
Assim, a cor verde sinaliza parabéns pelo modo saudável com que os alunos vivem.
Na a cor amarela, estão os alunos que devem ficar atentos aos cuidados com a
saúde. Já a cor vermelha sinaliza a quantidade de alunos que devem se preocupar
um pouco mais.
Gráfico 01: Porcentagem de alunos
Lembrando que, para esta pesquisa trabalhamos com n=19. Desta maneira,
na parte vermelha do Gráfico 01, observamos que 15% (três alunos) apresentam a
pontuação até 28. Esse número é um alerta para a necessidade de serem
desenvolvidas iniciativas que reforcem a apropriação de estilos de vida mais ativos.
Para tanto é preciso prática regular de atividades físicas e a promoção de dietas
equilibradas como forma de combater o problema da obesidade.
De acordo com a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (BRASIL,
1991) há um guia para seguir composto de dez passos para se ter uma alimentação
saudável para Adolescentes, os quais se referem: procura de uma orientação
profissional de saúde para se ter uma manter, perder ou ganhar peso; alimentar-se
de 5 a 6 vezes ao dia; comer menos salgadinho de pacote, refrigerantes, biscoitos
recheados, lanches de fast-food, alimentos de preparo instantâneo, doces e
sorvetes; comer mais frutas, verduras e legumes de sua preferência; procurar comer
feijão, arroz, massas e pães todos os dias; tomar leite e/ou seus derivados todos os
dias; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; movimentar-se, não ficando horas em
frente da TV ou computador; escolher alimentos saudáveis para os horários de
lanches da escola e nos momentos de lazer.
Na parte amarela do mesmo Gráfico, observamos que 78% (quinze alunos)
apresentaram a pontuação entre 29 e 42. Desta maneira, percebemos que esses
alunos também têm maus hábitos alimentares e acabam colaborando com o
desenvolvimento da obesidade.
Os índices de obesidade têm crescido nas últimas décadas decorrentes do
aumento do consumo de alimentos com alta densidade calórica e coma redução da
atividade física. Há demonstrações de que, entre outros diversos fatores, o tempo
que um adolescente passa assistindo à TV pode estar associado à obesidade, pois
cada hora diante da TV pode resultar em aumento de até 2% em sua prevalência
(RGNUTRI, 2012)
Existe uma interdependência entre uma alimentação balanceada e a pratica
de exercícios físicos que irá garantir uma boa qualidade de vida. O indivíduo
considerado ativo mantém o corpo e suas atividades vitais em constante exercício,
evitando o surgimento de doenças e da obesidade, sendo que esta última pode ser
evitada por meio de um aumento do gasto energético. Vale lembrar que a prática de
exercícios físicos, isoladamente, não garantem uma boa qualidade de vida, é preciso
manter também uma boa alimentação.
Por último, observamos que 5% (1 aluno), apresentou uma pontuação de 43
ou mais pontos. Essa pontuação indica que ele está de parabéns. Indica também
que ele mantém uma alimentação saudável e realiza sempre atividade física.
A necessidade de se adotar hábitos ativos em todas a sua rotina diária,
praticando esporte, se exercitar é algo indispensável para uma vida saudável. A
nutrição associada a atividade física melhora a habilidade do organismo dando
condições de um desenvolvimento motor contínuo aumentando uma expectativa de
vida melhor e saudável.
1.2 Ações desenvolvidas em função dos resultados obtidos.
Num primeiro momento foi apresentado o Projeto de Intervenção
Pedagógica Atividade Física para Prevenção da Obesidade em Adolescentes, para
a Equipe Diretiva e Pedagógica da escola. Após, foi apresentado aos alunos
envolvidos para tomarem conhecimento do trabalho.
Aproveitando a exposição a respeito do referido projeto foi realizado um
diagnóstico com alunos em relação às possíveis causas da obesidade. Assim
pudemos esclarecer aos alunos a respeito da importância da atividade física na
prevenção e no tratamento da obesidade.
O próximo passo foi fazer o cálculo de Índice de Massa Corporal – IMC – de
cada aluno. Debatemos o assunto para realização dessas atividades físicas
específicas para cada caso. Conversamos que podem ser trabalhadas de acordo
com cada Conteúdo Estruturante da disciplina: as Ginásticas, as Danças, as Lutas,
os Esportes e os Jogos e Brincadeiras. A ideia principal é a de realizarem tais
atividades com a orientação do professor de Educação Física. Entendemos que a
utilização do cálculo do peso ideal dos alunos é um aprendizado que levarão para
toda sua vida.
Em relação à atividade física, perceberam que tudo depende da vontade
deles, pois após a orientação de como realizar as atividades físicas propostas
corretamente, ficou nitidamente claro que o necessário é vencer o comodismo.
Deixar de ficar sentado entretido com novidades tecnológicas (TV, computador,
celular, entre outras). Observamos que os alunos gostam de realizar a prática da
atividade física, mas ficam presos em outras atividades.
Assim, desenvolvi algumas atividades físicas diversificadas. Organizamos
caminhadas, ginásticas, e prática de esportes. Acompanhamos todas as atividades e
orientamos os alunos a fazerem alimentações balanceadas. Após o período
programado fizemos uma avaliação dos resultados obtidos para uma possível
prorrogação dessas atividades.
No momento em que trabalhamos o assunto obesidade, colocamos para
eles os problemas causados pela má alimentação e pelo sedentarismo. Observamos
um descaso principalmente com a alimentação. Alguns alunos se queixaram da falta
de tempo dos pais e reclamam que eles não se preocupam com uma alimentação
saudável, optando sempre pela mais prática, como lanches, pizzas, refrigerantes e
doces.
Trouxemos uma nutricionista do município para fazer uma palestra aos
alunos. Ela falou a respeito da alimentação saudável e elaboração de cardápios com
alimentos que fazem bem à saúde. São informações importantes para levarem para
o resto da vida. Os alunos fizeram uma reflexão entre sua alimentação e a
alimentação recomendada pela nutricionista para se ter uma vida saudável. Nesse
momento, acabamos detectando outro problema relacionado às ações de manter
uma vida saudável. A impossibilidade financeira compromete a aquisição de
alimentos saudáveis para suprir as necessidades diárias.
Acreditamos que é imprescindível no ambiente escolar a conscientização
dos alunos para prática da atividade física na promoção da saúde, bem como
também a necessidade de conscientização para uma alimentação saudável e
adequada para uma melhor qualidade de vida
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista que a obesidade vem aumentando, de forma acentuada
entre adolescentes foi preciso dar um tratamento adequado para que as
complicações de saúde, advinda dela, não se prolonguem até a vida adulta.
Deste modo, o presente artigo retratou a questão da obesidade nos
adolescentes como um dos problemas que incomoda os estudiosos da área da
saúde. Teve destaque para a disciplina de Educação Física como área propícia para
trabalhar essa questão.
O trabalho realizado com os alunos foi através de atividades físicas
diversificadas, sob a orientação constante durante sua prática. Também foi aplicado
um questionário – Política Nacional de Alimentação e Nutrição – e, ao término dessa
avaliação os alunos tiveram acesso aos resultados e os procedimentos/passos a
serem seguidos visando uma melhoria na sua qualidade de vida.
Em síntese, nas aulas, trabalhamos e discutimos a respeito do sedentarismo
e das orientações da prática de atividades físicas e de uma boa alimentação. O
interesse dos alunos foi gratificante, mesmo que nem todos adquiram hábitos
saudáveis, esperamos que no futuro lembrem das aulas e tenham a determinação
de viverem melhor.
Pensamos que ainda falta conscientização de todo grupo docente a respeito
do assunto. Deve haver um trabalho, não somente com o professor de Educação
Física, mas sim com todo grupo, bem como a participação dos pais de alunos.
Temos certeza que a partir do momento que se possa implementar estes assuntos
na escola, com a comunidade em geral, o índice de pessoas com excesso de peso
irá diminuir.
É estimulando a prática de atividades físicas, para desenvolver a
consciência de sua necessidade, de maneira prazerosa é que acreditamos na
tomada de sua prática cotidiana evitando o sedentarismo. Precisamos colaborar
para um mundo com sujeitos menos obesos e mais saudáveis. Acreditamos que a
disciplina de Educação Física poderá contribuir de uma forma positiva e mais eficaz
na prevenção da obesidade, levando os adolescentes a modificar seus hábitos, tanto
físicos como alimentares para a promoção de uma vida longa e saudável.
REFERÊNCIAS
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