Post on 09-Jul-2015
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADODEFICIÊNCIA MENTAL
Fabiana Maria das Graças Soares de Oliveira
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO/ EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Constituição Federal de 1988 A Lei 9394/96-LDB Equívocos: reforço escolar e atendimento
clínico Críticas à Educação Especial: treinos,
categorizações, movimento de Integração escolar; ensino pelo concreto;
Limitações às capacidades de pensar e de criar das pessoas com DI
LEGISLAÇÃO INDUTORA - AEE
“Programa Educação Inclusiva” (2003); “Educação Inclusiva - Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Mental (BRASIL, 2006)”; caderno “Sala de Recursos Multifuncionais – Espaço para Atendimento Educacional Especializado” (2006).
Projeto de Formação Continuada à Distância de professores para o Atendimento Educacional Especializado (BRASIL, 2007), na qual consta o caderno “Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Mental”.
LEGISLAÇÃO INDUTORA
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008)
Decreto n° 6571 de 17 de setembro de
2008
Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica, n 04 de 2 de outubro de 2009.
Decreto 6.571/08 no seu Art. 1º:
Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.
(§ 1º.)
Decreto 6.571/08 no seu Art. 1º:
O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. (§ 2º)
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4, DE 2/10/ 2009 – Art. 2o.
FUNÇÕES DO AEE
[...] complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4, DE 2/10/ 2009
Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (Par. Único)
ACOLHIMENTO
Barreiras Descrédito Baixa expectativa Destaque à deficiência Questão conceitual Resistência dos profissionais Desconhecimento?
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Efeitos do meio sobre a pessoa com deficiência:
Discriminação Barreiras Destaque à deficiência Acolhimento
IMPASSES/COMPLEXIDADE
O ensino na escola comum
Definição do Atendimento Educacional Especializado
Complexidade do conceito: quantidade e variedade
DEFICIÊNCIA MENTAL
A PSICANÁLISE Freud - o inconsciente, processos
psíquicos Lacan: debilidade (maneira própria de
lidar com o saber; patologia) Dificuldades: diagnóstico diferencial
(deficiência mental/doença mental); não se define por um único saber; medo da diferença e do desconhecido
DEFICIÊNCIA MENTAL
Estigmatização/reações(Goffman)- o diferente; desacreditado; desaprovado
O Estranho (Freud)-aquele que o sujeito evita
A escola elitista:preconceito/discriminação
Resistências dos profissionais
DISCUTINDO O CONCEITO (AADID, 2010): DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A deficiência intelectual é caracterizada pela limitação significativa, tanto no funcionamento intelectual como no comportamento adaptativo que se expressam nas habilidades:
conceituais, sociais e práticas. A deficiência origina-se antes dos 18 anos de idade(AAIDD, 2010, p. 1). [Grifo nosso].
A ESCOLA COMUM E A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
O aluno com DI:
Desafia a escola Maneira própria de lidar com o saber Não corresponde ao esperado pela escola
A ESCOLA COMUM E A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Necessidade de transformação da escola:
Aprendizagem e construção do conhecimento como conquista individual e intransferível do aluno
O ALUNO COM DI
Dificuldades:
construir conhecimento como os demais demonstrar sua capacidade cognitiva Equívocos na categorização Atividades diferenciadas - práticas
discriminatórias
O QUE PENSAM OS PROFESSORES?
resposta educativa de acordo com as necessidades e características
E AS ESCOLAS?
Reorganização: atendimento a todos os alunos
Adaptação do conteúdo escolar deve ser realizada pelo próprio aluno
Assimilação do conhecimento pelo próprio aluno
Entendimento: sentido emancipador da adaptação intelectual
COMO ORGANIZAR A ESCOLA?
Remoção de barreiras: acolhimento do aluno com deficiência
Acessibilidade: lei que precisa ser cumprida
AOS PROFESSORES NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
Aprender é uma ação humana, criativa, individual, heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem
AOS PROFESSORES NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
Diferentes idéias, opiniões, níveis de compreensão enriquecem o processo escolar – clareiam o entendimento do professor e dos alunos
AOS PROFESSORES...
Ensinar é um ato coletivo O conhecimento deve ser disponibilizado
a todos os alunos, sem exceção O ensino nessa perspectiva não deve ser
diversificado para “alguns”, mas para todos
O aluno com DI deve escolher suas atividades, assim como os outros
AOS PROFESSORES...
Modificar práticas discriminatórias Eliminar padronização Adotar a cooperação Abolir a formação de grupos separados
por deficiência Adotar planejamento desenvolvido
coletivamente
ATRIBUIÇÕES PROFESSOR DE AEE
I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial;
II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR DE AEE
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais;
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola;
ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR DE AEE
V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno;
ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR DE AEE
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
O PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Pelo professor de sala de recursos ou centros (CAEE
Articulação com os outros professores Participação: das famílias Interface: Saúde, Assistência Social e
outros que se fizerem necessários
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO AEE
Projeto Político Pedagógico: I – sala de recursos multifuncionais: espaço
físico, mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;
II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola;
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO AEE
III – cronograma de atendimento aos alunos;
IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos
alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;
V – professores para o exercício da docência do AEE;
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO AEE
VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de
Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de
alimentação, higiene e locomoção; VII – redes de apoio no âmbito da atuação
profissional, da formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.
E ASSIM...
Ao invés de adaptar e individualizar /diferenciar o ensino para alguns, a escola comum precisa:
recriar suas práticas, mudar suas concepções, rever seu papel, reconhecer e valorizar as diferenças
PROPOSTA EDUCACIONAL INCLUSIVA
O professor precisa contar com:
- Respaldo da direção escolar - De especialistas (supervisores, orientadores educacionais e outros) E AS FAMÍLIAS???
ESCOLA ESPECIAL
Para repensar: subdivisão dos alunos - os que têm condições de ser encaminhados para a escola comum e os “casos graves”, poderão ser incluídos nela
(Política Nacional, 2008)
E AS ESCOLAS ESPECIAIS?
Espaços de atendimento educacional especializado
Não: à estrutura e modelo da escola comum
Não: à “inclusão ao contrário” Não: atender a todo o tipo de deficiência
em um mesmo espaço
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – O CONCEITO
Nova concepção da Educação Especial Uma das condições para o sucesso da
inclusão escolar dos alunos com deficiência
Aprender o que é diferente dos conteúdos curriculares do ensino comum
Aprender o que é necessário para superação de barreiras
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Leva os alunos a agirem intelectualmente Privilegia o desenvolvimento e a
superação dos limites intelectuais Leva o aluno a exercitar sua capacidade
cognitiva Estimula e provoca o aluno para
interiorização do conhecimento e seu uso Tira o aluno da posição do “não saber” ou
da “recusa do saber”
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Permite que o aluno traga suas vivências Assuma posicionamentos autônomos e
criativos Retira o professor do lugar de todo o
saber Não é análise interpretativa/sessão
psicanalítica e nem psicopedagógica
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECAILIZADO
Incentivo aos alunos: expressão, pesquisa, hipóteses e reinvenção do conhecimento
Valorização dos conteúdos trazidos pelos alunos
Oferta situações que favorecem a participação ativa do aluno
Propicia condições de liberdade
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Não tem como objetivo o ensino escolar
Busca o conhecimento que permite a leitura, a escrita, a quantificação, sem a sistematização dessas noções
Não é determinado por metas (série,ciclos,etc)
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Não:
é ordenado de fora é planejado sistematicamente obedece sequência rígida e predefinida
de conteúdos persegue a promoção escolar
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Leva o aluno a construir conhecimento para si mesmo
Deve acontecer concomitante à escola comum, pois um beneficia o outro
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Não pode reproduzir uma sala de aula comum e tradicional
Deve ocorrer em espaço físico exclusivo Oposto às aulas Avaliação (objetivo) conhecer o ponto de
partida e o ponto de chegada do aluno no processo de conhecimento
Interessa saber o que o aluno conhece
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
FOCO:
Cooperação, interação, incentivo aos alunos na proposição de temas de estudo
exploração de possibilidades levantamento de hipóteses Raciocínio, conclusões
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: LÓCUS – Res. 4, 2009 (art. 5º.)
Salas de Recursos Multifuncionais da própria escola ou de outra escola de ensino regular
Em Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) da rede pública, instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas
ORGANIZAÇÃO
Erros: caminho/processo para aprendizagem
Produção: registro de diferentes formas e linguagens
Auto-avaliação Reflexão sobre a produção Organização anual: necessidades dos
alunos
ORGANIZAÇÃO
Agrupamento por idade Possibilidade de escolha pelo aluno Salas obrigatórias (necessidades) Aluno no planejamento das atividades Calendário anual de atividades Passagem pelas várias salas/semanal?
Como?
ORGANIZAÇÃO
Funcionamento semanal - 2ª. a 6ª Flexibilidade no planejamento/revisão Professor e alunos: Programação pedagógica e temática Rodízio dos alunos semanalmente (?)
ORGANIZAÇÃO: sugestões
LetramentoJogos e BrincadeirasArte e educação: cênicas: dança,
Música, teatro; arte visual: artesanato, pintura, desenho; artes plásticas: esculturas
Educação Ambiental Criatividade e PesquisaInformática
ESPAÇOS
Espaço de desenvolvimento da linguagem: Ambiente que oportunizará ao aluno ações que possibilitem a compreensão e o uso crítico, criativo e construtivo do língua, favoreça autonomia, a requisição de direitos, a conquista de possibilidades e a ampliação dos horizontes da comunicação em contextos e conhecimentos diversos.
ESPAÇOS
Espaço destinado à estimulação do alunopara o uso funcional da linguagem em todas as suas dimensões, com o uso de recursos e estratégias, que levem esses alunos a interpretar, produzir e reproduzir diferentes gêneros textuais, assegurando sua inclusão plena nos saberes e práticas socioeducacionais.
ESPAÇOS
Espaço de Criação e Pesquisa: neste ambiente o educando será orientado a procurar solução de situações-problema, explorar possibilidades, levantar hipóteses, fazer experimentos, com vistas a uma conclusão.
ESPAÇOS
Espaço de Informática: Espaço de vivência e utilização dos recursos tecnológicos e inclusão digital, a fim de conduzir o aluno a outras formas de pensar, sentir, tocar e desenvolver sua criatividade, dando sentido a outras aprendizagens, favorecendo a coordenação motora, o raciocínio lógico e, portanto o desenvolvimento da inteligência propriamente dita.
ESPAÇOS
Espaço de Expressão Corporal: voltado para múltiplas possibilidades de vivências corporais, com vistas a ampliar o uso significativo de gestos e posturas corporais, desenvolvendo assim o movimento, mais do que simples deslocamento do corpo no espaço. O movimento constitui-se em uma linguagem que permite às pessoas agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, por meio da mobilização e da expressão, envolvendo o corpo, sentimentos, emoções e pensamentos.
ESPAÇOS
Estimulação Precoce: espaço destinado ao atendimento de crianças de 0 a 03 anos de idade com a finalidade de promover o desenvolvimento global da criança em situação de vulnerabilidade biopsicossocial e/ou em situação de deficiência.
LETRAMENTO
Expressão da linguagem oral e/ou escrita Diferentes situações comunicativas Construção e reconstrução de textos Recontagem de histórias/textos Ação simbólica
OBJETIVOS
Ouvir o outro: compreender a transmissão oral de colegas e professores
Conhecimentos discursivos, semânticos, gramaticais
Compreensão do significado dos elementos não linguísticos
OBJETIVOS
Falar: comunicação oral para exprimir compreensão, interesse, desejos, idéias
Ler: interpretação de textos de acordo com a visão de mundo do aluno; reconstrução; reinterpretação
Escrever: descoberta das funções e uso da língua escrita (registro, informação, comunicação, instrução, diversão)
OBJETIVOS
Favorecer a livre expressão: ler, escrever, falar, comunicar (oral ou
escrito) Compartilhar práticas: construção coletiva e cooperativa na
leitura e na escrita
PONTOS RELEVANTES
Conhecimento do aluno Apresentação e exploração de vários
gêneros textuais:
livros de história, anúncio de revista,letra de música, poesia, história em quadrinhos
ARTE: dança e música
Importância do movimento corporal Movimento corporal: linguagem,
comunicação, expressão (pensamento, sentimento, vivência)
Música: meio de comunicação (expressão, equilíbrio, comunicação)
AMBAS: INCLUSÃO SOCIAL
ARTE: dança e música
Dança e música: sensibilidade, afetividade, estética e cognição, interpretação simbólica do mundo
ARTE: dança e música
O movimento: autonomia, descobertas e desenvolvimento das potencialidades corporais
Trocas simbólicas
OBJETIVOS
Expressão musical; corporal e trocasDiferentes qualidades e dinâmicas do
movimento: força, velocidade, resistência e flexibilidade
Saber dançar: gestos e movimentos das danças; imitação; recriação de danças
(descobertas: limites e possibilidades do corpo)
OBJETIVOS
Experiências estéticas: desenvolver o gosto pela música; ampliar universo musical
Perceber e identificar elementos da linguagem musical: ritmo, gênero, estilo, uso da voz, do corpo, materiais sonoros, instrumentos
“Brincar” com música, imitar, inventar
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: PONTOS de REFLEXÃO
O que justifica o atendimento educacional especializado para alunos com deficiência mental? Intelectual?
Como implantar o atendimento educacional especializado para DM/DI?
Vale a pena pesquisar e enfrentar esse desafio?
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: PONTOS DE REFLEXÃO
Como organizar, tendo em vista a experiência e os serviços existentes em escolas e classes especiais?
fabianamariasoares@hotmail.com