Post on 09-Nov-2018
ABRAVAS Associação Brasileira de Veterinários de Animais
Selvagens
www.abravas.org.br
Doenças em Animais Selvagens, porque estudá-las?
Profa. Dra. Eliana Matushima
Depto. de PatologiaFMVZ – USP
ermatush@usp.br
Profa. Dra. Eliana Matushima
Depto. de PatologiaFMVZ – USP
ermatush@usp.br
Biodiversidade• O Brasil possui o maior
número de espécies conhecidas de mamíferos, peixes dulcícolas e plantas superiores; o segundo em riqueza de anfíbios, terceiro em aves e quinto em répteis;
• De espécies endêmicas o Brasil encontra-se entre os cinco primeiros; e no conjunto destes grupos, ocupa mundialmente a segunda posição.
• O Brasil possui o maior número de espécies conhecidas de mamíferos, peixes dulcícolas e plantas superiores; o segundo em riqueza de anfíbios, terceiro em aves e quinto em répteis;
• De espécies endêmicas o Brasil encontra-se entre os cinco primeiros; e no conjunto destes grupos, ocupa mundialmente a segunda posição.
Biodiversidade • Cerca de 20.000
espécies já foram descritas no Brasil.
• Estima-se que a biodiversidade do país seja composta por um número 6 a 10 vezes maior, ou seja, aproximadamente 2 milhões de formas de vida.
• Cerca de 20.000 espécies já foram descritas no Brasil.
• Estima-se que a biodiversidade do país seja composta por um número 6 a 10 vezes maior, ou seja, aproximadamente 2 milhões de formas de vida.
Número de espécies animais brasileiras ameaçadas de extinção, conforme portaria do
IBAMA de 1989 a 1997; na coluna ‘a direita, os números constantes da Lista Vermelha da IUCN
Classe IBAMA, 1989-97 IUCN, 2000
Mamíferos 59 79
Aves 117 113
Répteis 9 22
Anfíbios 1 6
Peixes 0 16
Ameaças ‘a Biodiversidade• Destruição e
fragmentação de habitats– desmatamento, desertificação, queimadas, mineração, represamento, erosão, assoreamento, urbanização e vias de transporte;
• Introdução de espécies e doenças exóticas;exploração excessiva de espécies de plantas e animais;
• Contaminação do solo, água e atmosfera;
• Mudanças climáticas globais.
Tráfico de Animais Selvagens
• Uma outra ameaça à sobrevivência das espécies de animais no Brasil é o tráfico de fauna silvestre;
• É a terceira maior atividade ilegal do mundo, depois das armas e das drogas;
• Cerca de 38 milhões de espécimes são retirados da natureza por ano.
• Uma outra ameaça à sobrevivência das espécies de animais no Brasil é o tráfico de fauna silvestre;e;or atividade ilegal do do mundo, depois das as e das drogas;s;de espécimes são os da natureza por ano.o.
Introdução de espécies exóticas
• Problema ambiental relevante no Brasil;
• Mecanismos e conseqüências são extremamente desconhecidas;
• Introdução intencional de espécies exóticas é tão freqüente quanto acidental no Brasil.
• Problema ambiental relevante no Brasil;
• Mecanismos e conseqüências são extremamente desconhecidas;
• Introdução intencional de espécies exóticas é tão freqüente quanto acidental no Brasil.
• Há poucos dados sobre o impacto das espécies exóticas sobre a biodiversidade do Brasil;
• Dados indicam eliminação ou redução de espécies nativas por competição e predação, introdução de parasitas e alteração de processos do ecossistema.
• Há poucos dados sobre o impacto das espécies exóticas sobre a biodiversidade do Brasil;
• Dados indicam eliminação ou redução de espécies nativas por competição e predação, introdução de parasitas e alteração de processos do ecossistema.
Medicina da Conservação• Estudo comparado das
afecções que acometem tanto animais selvagens de vida livre como os de cativeiro é de fundamental importância para a conservação dessa imensa biodiversidade existente no Brasil;
• Fornecendo subsídios para uma intervenção imediata da propagação de determinada doença e com isso preservar essas espécies.
• Estudo comparado das afecções que acometem tanto animais selvagens de vida livre como os de cativeiro é de fundamental importância para a conservação dessa imensa biodiversidade existente no Brasil;
• Fornecendo subsídios para uma intervenção imediata da propagação de determinada doença e com isso preservar essas espécies.
Um exemplo de estudo sobre Cinomose em espécies de vida livre
• Em 1994, mortalidade de 30% de leões no Parque do Serengueti, em uma população estimada em 3000. Os animais apresentavam convulsão, mioclonia recorrente, desorientação, ataxia e depressão;
• Pesquisa de soro e tecidos de 23 leões mortos ou eutanasiados;
• Títulos altos para cinomose;• Histopatologia: encefalite,
pneumonia intersticial, depleção linfóide e corpúsculos de inclusão intranuclear e intracitoplasmático – infecção por Morbillivírus.
• Em 1994, mortalidade de 30% de leões no Parque do Serengueti, em uma população estimada em 3000. Os animais apresentavam convulsão, mioclonia recorrente, desorientação, ataxia e depressão;
• Pesquisa de soro e tecidos de 23 leões mortos ou eutanasiados;
• Títulos altos para cinomose;• Histopatologia: encefalite,
pneumonia intersticial, depleção linfóide e corpúsculos de inclusão intranuclear e intracitoplasmático – infecção por Morbillivírus.
• Após 1994, outros leões de outras áreas foram infectados; hienas também apresentaram a doença;
• Historicamente, o vírus da cinomose não era patogênico para leões e nem hienas;
• Em estudo epidemiológico retrospectivo, sorologia foi realizada em amostras de leões coletados em 1984 a 1989; 1990 a 1993, apresentavam anticorpo contra o vírus da cinomose.
• Após 1994, outros leões de outras áreas foram infectados; hienas também apresentaram a doença;
• Historicamente, o vírus da cinomose não era patogênico para leões e nem hienas;
• Em estudo epidemiológico retrospectivo, sorologia foi realizada em amostras de leões coletados em 1984 a 1989; 1990 a 1993, apresentavam anticorpo contra o vírus da cinomose.
• Vírus isolado de leões, hienas, raposas e cães domésticos (que viviam próximos ‘a área dos leões);
• Seqüência gênica do vírus isolado dos leões: similares ao dos cães domésticos; bastante patogênico para leões e hienas;
• Cães domésticos seriam os reservatórios desse vírus; havendo transmissão interespécies.
• Vírus isolado de leões, hienas, raposas e cães domésticos (que viviam próximos ‘a área dos leões);
• Seqüência gênica do vírus isolado dos leões: similares ao dos cães domésticos; bastante patogênico para leões e hienas;
• Cães domésticos seriam os reservatórios desse vírus; havendo transmissão interespécies.
• Rota de transmissão entre cães e leões não está bem esclarecida, provavelmente seria através das hienas, que percorrem longas distâncias dentro do parque do Serengeti;
• Ao redor desse parque existiam aproximadamente 30.000 cães domésticos, muitos não vacinados;
• Impacto sobre outras espécies carnívoras não é conhecida.
• Rota de transmissão entre cães e leões não está bem esclarecida, provavelmente seria através das hienas, que percorrem longas distâncias dentro do parque do Serengeti;
• Ao redor desse parque existiam aproximadamente 30.000 cães domésticos, muitos não vacinados;
• Impacto sobre outras espécies carnívoras não é conhecida.
Conclusão: Necessidade de continuar monitorando a doença em animais de vida livre e desenvolver programas de vacinação em animais domésticos em contato com os de vida livre.
Conclusão: Necessidade de continuar monitorando a doença em animais de vida livre e desenvolver programas de vacinação em animais domésticos em contato com os de vida livre.
Fibropapilomatose em tartarugas marinhas:um exemplo brasileiro
O que é a fibropapilomatose ?
Patologia da Fibropapilomatose
Tumores benignos, que podem atingir até 30 cm de diâmetro e que envolvem tegumento, podendo estar presentes em nadadeiras, olhos, base da cauda, regiões oral, cervical, inguinal e axilar e casco.Estes tumores representam ameaça à sobrevivência dos animais afetados, pois provocam: emaciação, inabilidade de natação e locomoção e impedem a apreensão de alimentos, e a respiração.
Tumores benignos, que podem atingir até 30 cm de diâmetro e que envolvem tegumento, podendo estar presentes em nadadeiras, olhos, base da cauda, regiões oral, cervical, inguinal e axilar e casco.Estes tumores representam ameaça à sobrevivência dos animais afetados, pois provocam: emaciação, inabilidade de natação e locomoção e impedem a apreensão de alimentos, e a respiração.
Etiologia da fibropapilomatose• Origem infecciosa, por ação ou
reação a fatores ambientais e predisposição genética dos animais.
• Origem viral: súbito aparecimento da doença, variação da prevalência entre locais muito próximos e recuperação de alguns animais acometidos.
• Transmissão da doença para animais não afetados através da inoculação de homogenadoscelulares de fibropapilomas.
• Herpesviridae, Papovaviridae, Poxviridae, Adenoviridae e Retroviridae: lesões proliferativas e tumores.
• Recentemente: partículas herpesvírus-like e papilomavírus-like em quelônios.
• Origem infecciosa, por ação ou reação a fatores ambientais e predisposição genética dos animais.
• Origem viral: súbito aparecimento da doença, variação da prevalência entre locais muito próximos e recuperação de alguns animais acometidos.
• Transmissão da doença para animais não afetados através da inoculação de homogenadoscelulares de fibropapilomas.
• Herpesviridae, Papovaviridae, Poxviridae, Adenoviridae e Retroviridae: lesões proliferativas e tumores.
• Recentemente: partículas herpesvírus-like e papilomavírus-like em quelônios.
Estudos recentes sobre a fibropapilomatose
• Métodos moleculares: seqüências gênicas de herpesvírus pela reação de amplificação gênica pela polimerase (PCR) em tecidos tumorais de tartarugas marinhas ⇒ 96% dos tumores de Chelonia mydas e Caretta caretta.
• Em pesquisa realizada conjuntamente com o Projeto Tamar - Base de Ubatuba - SP, FMVZ - USP e ICB -USP, obtivemos até o momento:* Cultura de explante, sangue da lesão cirúrgica, secreção ocular e saliva, quando submetidos ao PCR: positivo para Herpesvírus.* Células de cultura in vitro de tumores: à ME, partículas sugestivas de vírus ( 75 e 50 nm) e presença de corpúsculos de inclusão, tanto em MO como em ME.
• Métodos moleculares: seqüências gênicas de herpesvírus pela reação de amplificação gênica pela polimerase (PCR) em tecidos tumorais de tartarugas marinhas ⇒ 96% dos tumores de Chelonia mydas e Caretta caretta.
• Em pesquisa realizada conjuntamente com o Projeto Tamar - Base de Ubatuba - SP, FMVZ - USP e ICB -USP, obtivemos até o momento:* Cultura de explante, sangue da lesão cirúrgica, secreção ocular e saliva, quando submetidos ao PCR: positivo para Herpesvírus.* Células de cultura in vitro de tumores: à ME, partículas sugestivas de vírus ( 75 e 50 nm) e presença de corpúsculos de inclusão, tanto em MO como em ME.
Produtos amplificados por reação de Nested- PCR no sangue total dos animais T6 e T8 (canaletas 1 e 3 respectivamente)
e na saliva do animal T7 (canaleta 8).
Nested 28/09
Nested 04/10
1 3
8
Cultura de explante das células tumorais e ME
Um outro exemplo brasileiro
Miopatia de Captura
Fases ou quadros clínicos da Fases ou quadros clínicos da miopatiamiopatia de capturade captura
Tipo Latência pós-captura
Aspectos clínicos Lesões
Síndrome mioglobinúria
6h – 7d Ataxia, dor intensa, oligúria com
mioglobinúria.
Hemorragia, necrose e edema de órgãos. Urina cor de coca-cola.
Shock da captura
1 – 6h Taquicardia, taquipnéia,
hipotensão arterial e prostação.
Congestão: pulmão, fígado e
intestino.
Síndrome do músculo rompido
2d Ataxia e dor intensa.
Ruptura e necrose
muscular.Síndrome
hiperaguda-retardada
1d Fibrilação cardíaca fulminante.
Inespecífica
Conservação da Biodiversidade