Post on 17-Jan-2016
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO
DAS EMPRESAS
INVESTIMENTO DIRECTO
INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DE FAFE
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DE FAFE
CURSO DE GESTÃO
GESTAO DE NEGOCIOS INTERNACIONAIS
INDICE
Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------3
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Conceito de internacionalização-------------------------------------------------------------4
Estrategias de internacionalização----------------------------------------------------------4
Diagnostico internacional dos pontos fortes e fracos das emp.-------------6
Modalidades de internacionalização--------------------------------------------------------6
Tipos de incentivos a internacionalização---------------------------------------7
Etapas da internacionalizaçao------------------------------------------------------7
Exportação----------------------------------------------------------------------8
Motivações para exportar------------------------------------------8
Formas de abordagem adequadas para exportar-----------9
Barreiras a exportação----------------------------------------------9
Os estagios da exportação--------------------------------------------------0
Seleção de mercados------------------------------------------------0
Os canais de exportação--------------------------------------------0
Franchising---------------------------------------------------------------------16
Joint-ventures------------------------------------------------------------------16
Investimento directo----------------------------------------------------------17
Opções estrategicas nos mercados internacionais------------------------------------18
Estrategicas basicas------------------------------------------------------------------18
Estrategias de diferenciação--------------------------------------------------------19
Evolução de mentalidades: de internacional a transnacional-----------------------20
Internacional ----------------------------------------------------------------------------20
Transnacional---------------------------------------------------------------------------20
Global-------------------------------------------------------------------------------------21
As vantagens da internacionalização------------------------------------------------------21
Conclusão----------------------------------------------------------------------------------------23
Bibliografia ---------------------------------------------------------------------------------------24
Caso de estudo (caso sogrape)----------------------------------------------------------- 25
INTRODUÇÃO
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Com este trabalho pretendo apenas apresentar uma visão sobre como
pode ser feita a internacionalizaçao das empresas.
Para isso apresento um conceito sobre o assunto, e mostro os varios tipos de
internacionalização que as empresas poderam escolher consoante o que
melhor lhes for favoravel.
Apresento no fim um caso practico em demonstro como uma empresa
podera ter sucesso segundo certo tipo de internacionalização, neste caso, o
investimento directo.
Palavras chave- internacionalização, exportação, empresa, investimento
directo,.
INTERNACIONALIZAÇÃO
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
CONCEITO
A internacionalização é um tipo de estratégia que consiste na transposição das
estratégias de produtos e mercados e de integração vertical para outros países,
o que poderá resultar numa replicação total ou parcial da sua cadeia
operacional.
As primeiras decisões a tomar na estratégia de internacionalização são o para
onde e o como se irá processar.
AS ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS
EMPRESAS
Forma de Internacionalização
A partir da segunda metade do XX, a internacionalização das actividades
empresariais tem sido uma das principais estratégias adoptadas pelas
empresas no seu processo de desenvolvimento (MARTINET, 1983).
A tendência para a crescente globalização da concorrência e dos mercados, o
número cada vez mais vasto de sectores e de actividades e a explosão da
Internet fazem com que a internacionalização empresarial intégre as
preocupações estratégicas das empresas. Na nova envolvente internacional,
as empresas enfrentam novos desafios, porque a internacionalização deixou de
ser essencialmente uma questão de conquista de novos mercados, mas antes
um desafio para a globalização das funções das organizações.
Para que todo funcione de forma eficaz, é forçoso preparar a
internacionalização da sua empresa e definir com nitidez uma estratégia
sustentável.
Análises da estratégia global da empresa no longo prazo
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Elemento decisivo na estratégia de internacionalização, que está ligado a três
factores:
Historial internacional da empresa. Inclui a sua experiência acumulada
no estrangeiro, sucessos e insucessos de tentativas de internacionalização
passadas.
Cultura de internacionalização. Está relacionado com a tradição de
abertura internacional, o interesse dos e pelos mercados do exterior e a
expansão geográfica das redes de contactos.
Personalidade das partes integrantes. Ou seja, a maior ou menor resistência à
internacionalização por parte dos gestores, accionistas, empregados, etc.
Identificar oportunidades e ameaças internacionais
É importante dispor de um sistema de controlo a nível internacional, de
forma a poder abolir logo de inicio os paises/zonas/mercados internacionais
onde não exista potencial de expansionista, ou nos quais a concorrência tenha
ja dominado o mercado. É uma fase algo complexa, em que devera ser feita
uma análise ao ambiente concorrencial internacional, o qual devera incluir os
seguintes elementos:
Análise da atractividade da indústria. Ou seja, a definição da dinâmica
internacional do sector, das pressões externas (regulamentares, socio-
económicas, tecnológicas, grau de proteccionismo, etc.) e da segmentação da
indústria internacional (identificação e selecção dos critérios de segmentação).
Descrição da agressividade concorrencial. Visa fazer uma análise das
características do sistema concorrencial internacional e as reestruturações
observadas ou previstas, bem como proceder à identificação das forças da
concorrência internacional (ameaça de novos concorrentes ou de produtos
substitutos e o poder negocial dos fornecedores e dos clientes).
Definição dos factores críticos de sucesso da indústria. Deverá ser feita
uma analise destes factores, quer do ponto de vista da oferta quer da procura
nos mercados internacionais. De seguida, deverao ser criados cenários de
evolução possíveis e quais as estratégias de sucesso em cada um dos
possiveis cenários.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Diagnóstico internacional dos pontos fortes e fracos da
empresa.
Visa aferir os recursos e as lacunas da empresa tendo em vista o seu
processo de internacionalização. Podendo ser definidos três pontos de análise:
Internacionalização inicial. Avalia-se o potencial da sua empresa para
desenvolver relacionamentos negociais duradouros com empresas e clientes
estrangeiros e a capacidade de adaptação da sua oferta e processos de
compra e Venda aos mercados internacionais.
Implementaçã-. Neste ponto avalia- se se a empresa reune as condições
necessarias para a elaboraçao e implementarizaçao de uma estratégia de
desenvolvimento internacional, associada à capacidade para gerir a
diversidade e controlar o negócio à distância.
Internacionalização. Analisa-se a capacidade de concorrer globalmente com
uma ampla integração de funções a uma escala mundial.
Modalidades de internacionalização
As formas de internacionalização vão diferir em função da necessidade
ou não de investimentos directos no exterior ou de corresponder ou não a uma
deslocalização das operações produtivas para outros países. Com base nestas
duas variáveis, DESREUMAUX (1993) apresenta a seguinte classificação das
modalidades de internacionalização:
Operações comerciais sem investimento directo no exterior: exportação
indirecta de produtos; exportação directa de produtos, exportação de serviços;
exportação de know-how, contratos de gestão, venda de tecnologia;
Operações produtivas sem investimento directo no estrangeiro: licença,
franquia, contrato de fabricação;
Operações comerciais com investimento directo no exterior: filiais de
promoção de vendas, unidade de stocagem, unidades de serviço, filiais de
venda;
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Operações produtivas com investimento directo no exterior: unidade de
montagem e unidade de fabricação (em propriedade total, conjunta,
participações minoritárias, subcontratação internacional).
Tipos de incentivos à internacionalização
A empresa quando internacionaliza as suas actividades, é como
resposta a um incentivo recebido. BRADKEY (1991) sugere seis incentivos:
Perspectivas de crescimento do mercado interno são inferiores ao potencial de
crescimento da firma;
Reduzir a dependência do mercado doméstico, especialmente se ele estiver
em declínio;
Aproveitar as economias de escala;
Disponibilidade de produtos, cuja atractividade para o mercado doméstico
tende a se esgotar em breve;
Explorar competência única da firma;
Enfrentar competidores domésticos que actuam em mercados externos.
Etapas da Internacionalização
O processo de internacionalização devera seguir uma teia de métodos,
sendo que a passagem de um metodo para outro vem acompanhada por uma
aprendizagem progressiva, experiencia, dos mercados e das actividades no
estrangeiro. As etapas que mais são mencionadas em diversos estudos são as
seguintes:
Exportação ocasional (spot);
Exportação por intermédio de um agente;
Exportação por intermédio de uma filial comercial;
Implantação produtiva que substitui, total ou parcialmente ao fluxo de
exportação.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
A Exportação
As Motivações para Exportar
A exportação é a fora mais simples, e menos perigosa de entrar no
mercado externo, já que se traduz por um baixo risco e o empenho de recursos
quer ao nível da gestão, quer ao nivel financeiros de investimento é
relativamente baixo. A exportação é uma alternativa atraente, quando
(BRADLEY, 1991):
A empresa é de pequena dimensao e não dispõe de recursos necessarios para
montar uma joint-venture ou implantar-se via investimento directo;
Não e aconselhavel um comprometimento elevado devido a riscos políticos,
incerteza ou à baixa atractividade do mercado;
Não existe pressão política ou económica para produzir no exterior.
A iniciação duma empresa na exportação pode-se dar em função da ocorrência
de estimulos/factores tais como:
Pedidos inesperados do exterior,
Existência de capacidade ociosa,
Mercado interno saturado ou muito competitivo,
Incentivos governamentais,
Produto singular ou exclusivo,
Vantagens competitivas da empresa (tecnologia, marketing etc.),
Melhor uso dos recursos, maiores lucros e desejo da gerência.
Formas de abordagem adequadas para a exportação.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Incluindo a tomada de decisõe relativa às formas de entrada em cada
uma das localizações alvo - através, por exemplo, de parcerias com as
empresas locais ou de uma estratégia de conquista de terreno aos
concorrentes - e às pressões relacionadas com a coordenação organizacional.
As decisões mais importantes são relativas a:
Nível de envolvimento da empresa no estrangeiro, em função dos seus
recursos financeiros, técnicos e humanos;
Nível de controlo exigido pelos dirigentes e o nível dos riscos suportados em
cada cenário em análise;
Compatibilidade entre as fases de internacionalização iniciais e a sua
sustentabilidade a longo prazo.
Complementaridade, ou antagonismo, gerado entre a sede e as filiais
internacionais.
Possíveis barreiras à exportação
Com o intençao de aumentar o entendimento sobre as motivações das
empresas para realizar a actividade de exportação, é interessante conhecer a
opinião de empresários sobre possíveis barreiras à exportação. Numa pesquisa
que fez na indústria americana de papel, BAUERSCHIMDT, citado por ROCHA
et CHRISTENSEN (1988) levantaram cinco factores relacionados com as
barreiras à exportação. São eles:
A política nacional de exportações,
A distância comparativa de marketing,
A falta de compromisso do Gestor com a exportação,
Restrições económicas externas,
E a concorrência acirrada.
Barreiras à entrada
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Barreiras administrativas e legais
Obrigam, por exemplo, as empresas a adaptar os seus produtos e
serviços às regulamentações locais. A própria localização está condicionada
pela concessão de licenças por parte da administração pública. Os regimes
fiscais diferem de país para país, consoante o tipo de empresa e de actividade
exercida.
Práticas profissionais diferentes
Apesar das inúmeras tentativas de globalização das práticas
profissionais, a cultura de cada país reflecte-se profundamente na cultura das
organizações e nos métodos de trabalho das pessoas.
Heterogeneidade dos gostos e costumes locais
Os consumidores de diferentes países têm necessidades e
comportamentos distintos, o que limita a oferta das empresas e aumenta os
seus custos de adaptação dos produtos e serviços à nova envolvente.
Diferentes canais de distribuição e sistemas de logística
Os sectores da grande distribuição são os mais afectados porque se falharem
os meios de distribuição dos seus produtos, toda a sua actividade poderá
correr sérios riscos.
Características físicas dos produtos
Os produtos de carácter perecível não podem percorrer grandes
distâncias, o que força determinadas indústrias a construir infra-estruturas
produtivas de base perto das zonas de comercialização internacionais,
aumentando consideravelmente os custos de entrada no mercado.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Os Estágios da Exportação
O envolvimento da empresa nos mercados internacionais é um processo
gradual, pois sendo as operações externas relativamente diferentes das
domésticas, a empresa detense perante incertezas e ignorância nos estágios
iniciais, que se vao reduzindo à medida que o know-how da empresa sobre os
mercados de exportação aumenta. BILKEY & TESAR, citado por BRADLEY
(1991) indica um modelo com seis estágios relacionados com o grau de
comprometimento da empresa com a exportação/internacionalizaçao, com o
consequente encadeamento:
1. A empresa não está interessada em exportar, podendo mesmo ignorar
pedidos do exterior;
2. A empresa atende pedidos do exterior, mas não examina a possibilidade de
exportar activamente;
3. A empresa examina a possibilidade de exportar;
4. A empresa exporta experimentalmente para países psicologicamente
próximos;
5. A empresa torna-se uma exportadora experiente para aqueles países;
6. A empresa explora a possibilidade de exportar para países psicologicamente
distantes.
CANNON e DAWSON, citados por BRADLEY (1991) sugerem um
modelo com três estágios:
Exportadores potenciais, que ainda não receberam pedidos do exterior;
Exportadores passivos, detem já alguma experiencia por já terem exportado
anteriormente, enbora não apresentem desejo serem exportadores;
Exportadores activos, os quais são já bem sucedidos nos mercados externos,
levando em conta diligências de markting e vendas.
O comprometimento da Empresa
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
O comprometimento da empresa com os mercados internacionais
significa a dispensa de recursos para a tarefa de abranger o mercado, o que
significara montar uma infraestrutura para tal fim, cujas actividades incluiriam
orçamento, a avaliação de metas e objectivos de exportação específicos. O
comprometimento da empresa com a exportação pode ser medida com o uso
de variáveis, tais como:
o decidir-se pela exportação, já que muitas firmas decidem não exportar
mesmo recebendo pedidos do exterior;
O grau de experiência em exportar;
Percentagem das vendas devidas à exportação;
Visitas a mercados internacionais;
Tempo gasto no exterior num dado ano;
Participação em feiras internacionais.
A Selecção de Mercados
JOFFRE (1987) sugere dois critérios para a seleção dos mercados:
O número de mercados a serem atendidos e o
Grau de similaridade entre os mesmos.
Em função do primeiro critério, pode-se ter uma concentração ou diversificação
de mercado, de acordo com situações relacionadas ao produto, ao mercado e
ao marketing, como pode ser visto no quadro 1.
O grau de semelhança entre os mercados refere-se à opção de procurar
mercados que apresentem características semelhantes ao mercado doméstico
ou a empresa deve procurar uma complementaridade entre mercados. A
vantagem do primeiro enfoque é a possibilidade de a firma obter redução nos
problemas de coordenação e controle do seu programa de marketing, assim
como de obter economias no custo de produção (devido ao menor nível de
adaptação requerido) e de marketing. A escolha de mercados não semelhantes
pode reflectir a vontade da firma de equilibrar flutuações cíclicas ou de reduzir
os riscos.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
FACTORES FAVORECENDO A
CONCENTRAÇÃO
FACTORES FAVORECENDO A
DIVERSIFICAÇÃO
Factores Produto
Produto requerendo uma adaptação aos
diferentes mercados.
Compras repetitivas.
Produto no meio de seu ciclo de vida.
Factores Mercado
Número limitado de mercados
comparáveis.
Mercados/segmentos com volume
elevado.
Mercados estáveis.
Fidelidade de compra elevada.
Baixo risco de reação da concorrência
em cada mercado geográfico.
Factores de marketing
Necessidade de adquirir um
conhecimento aprofundado do mercado
e/ou dos intermediários.
Investimentos importantes para atingir a
massa critica de cada país (em
actividades promocionais, serviço pós-
venda).
Insuficiência de recursos para se ocupar
de novos problemas de gestão.
Factores Produto
Produto podendo ser vendido em
muitos países sem necessidade de
adaptação.
Compras não repetitiva.
Produto no começo ou no fim de seu
ciclo de vida.
Factores Mercado
Muitos mercados similares.
Pequenos mercados/ segmentos
estreitos.
Mercados instáveis.
Fraca fidelidade de compra.
Risco importante de reação da
concorrência em cada mercado
geográfico.
Factores de marketing
Poucos conhecimentos a obter do
mercado e/ou dos intermediários.
Poucos investimentos são necessários
para atingir a massa critica de cada
país.
Recursos adequados para gerir novos
problemas.
Quadro 1 - Factores relacionados com a escolha da concentração ou
diversificação dos mercados externos
Adaptado de JOFFRE (1987)
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Um dos factores que influenciam a decisão do executivo na escolha dos
mercados externos é a sua percepção das diferenças culturais entre o mercado
domestico e o mercado de destino, sendo que se podera definir a cultura como
"padrões modais e características de comportamento, bem como crenças,
normas, premissas e valores subjacentes e regulares, transmitidos de uma
geração a outra". Tendo em atençao que o comportamento do empresário é
moldado por estas crenças e valores, as quais foram sendo absorvidas no
convívio social durante toda a sua vida, é natural que os mesmos carreguem o
próprio processo de tomada de decisões, influenciando as suas motivações e
atitudes e orientando o processo de identificação das oportunidades e
restrições. O idioma e os custumes, ou, usos e habitos são geralmete
mencionados como forma de medir a relaçao cultural entre pessoas de
diferentes culturas/paises/mercados. (BRADLEY, 1991).
Os Canais de Exportação
AZEVEDO (1988) define canal de exportação como "o conjunto de
instituições interagentes através das quais ocorre o fluxo de bens e serviços,
desde o produtor, no país exportador, até aos consumidores finais ou
utilizadores, nos mercados importadores" nestes incluindo:
O fabricante - exportador
Os canais entre os países (trading-companies, agentes, representantes,
importadores etc).
Os canais dentro dos países importadores, que seriam as instituições que se
encarregariam de realizar a distribuição do produto (Grossistas e retalhistas);
Os consumidores finais dos produtos.
Além da transferência física do produto, os canais de exportação desenpenham
também outras funções, tais como a promoção do produto e a recolha de
informações de mercado.
A exportação, de acordo com o tipo de canal utilizado entre países, pode ser
classificada em directa e indirecta.
Exportações directas são aquelas realizadas através de um intermediário
localizado fora do país de origem, como, por exemplo, distribuidores, agente do
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
fabricante, representante comissionado, filial de vendas, além das exportações
realizadas directamente ao consumidor final. A vantagem é a de possibilitar ao
exportador um maior controle sobre os canais de distribuição utilizados e,
consequentemente, sobre o mercado para o qual está exportando.
Exportações indirectas são realizadas através de um intermediário localizado
no próprio país do fabricante, como as tradings companies, e a comercial
importadora/exportadora. A grande vantagem de se realizar exportações de
forma indirecta é que a necessidade de conhecimento das normas e trâmites
do comércio internacional é da responsabilidade desses agentes, não
necessitando o fabricante de uma estrutura própria.
O dinamismo de gestão, o conhecimento dos mercados, os recursos
mobilizáveis, a obtenção gradual de capacidade criativa e o estabelecimento de
relações de confiança ou parceria com certos clientes são os factores que mais
contribuem para a consolidação da actividade exportadora de uma empresa.
O risco inerente ao processo é limitado e poderá ser controlado mais
facilmente. A rendibilidade é razoável e a necessidade de controlo dos
produtos ao longo dos canais de distribuição é normalmente reduzida.
MEIRA (1988) destaca que a instituição de agentes exclusivos e a
abertura de escritórios no exterior serao as formas mais eficientes para que a
empresa consiga exercer um maior e melhor controlo sobre as variáveis do seu
composto de marketing (preço, produto, promoção e ponto de distribuição e
venda), possibilitando, no longo prazo, um progresso significativo no
desempenho positivo das exportações.
FRANCHISING
Seguindo esta forma de internacionalização não existe transferência de
produtos, mas de know-how. O licenciamento prevê o estabelecimento de um
contrato entre duas empresas, pelo qual uma delas, sendo detentora de
determinado know-how, compromete-se a transferi-lo à outra, mediante uma
retribuição acordada.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Nesses processos, normalmente está associada uma marca protegida e
já implementada no mercado ou uma tecnologia devidamente patenteada. O
recurso a contratos de licença é uma importante forma de rentabilizar a
capacidade tecnológica de uma empresa. Este tipo de internacionalização,
actualmente em rápida expansão, permite aos franqueados uma rápida
expansão para o seu negócio e conferem ao licenciador um controlo mais
efectivo dos produtos ao longo dos canais de distribuição. O risco para os
licenciadores é bastante atenuado no caso dos sistemas de franchising, mas a
rentabilidade de todo o processo é mais reduzida do que no sistema anterior.
Normalmente, estão associados a um processo de licenciamento, fortes
investimentos em publicidade, a fim dar notoriedade à marca. O prazo de
retorno de investimento é relativamente longo até que o negócio esteja a
funcionar em pleno.
JOINT-VENTURES
Reporta-se à associação entre duas ou mais empresas, com o objectivo
de se realizar um negócio em comum, no qual cada uma, isoladamente, não
teria o mesmo sucesso. Pode ser estabelecida por tempo determinado ou
indeterminado, com objectivo comum entre as partes e vantagens recíprocas.
As motivações para empresas firmarem joint-ventures podem ser de origem
política, estratégica ou económica.
Entre as de origem política, pode-se citar a neutralização da concorrencia, a
redução de impactos negativos de legislações locais (restritivas, em alguns
países, quanto a investimentos estrangeiros em sectores considerados
estratégicos, por exemplo).
Uma motivação estratégica pode ser o acesso rápido a uma tecnologia.
Entre os motivos económicos, incluem-se a redução de custos produtivos, a
complementação técnica, comercial e financeira e econômica.
No âmbito geral, o risco é maior, para os intervenientes, mas os rendimentos
também são mais substanciais.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
O INVESTIMENTO DIRECTO NO ESTRANGEIRO
É a forma de internacionalização pela qual uma empresa decide “entrar”
em determinado mercado por sua conta e risco. A perspectiva de obtenção de
lucros maiores supera os riscos inerentes.
Uma empresa que opta por abrir uma filial poderá fazê-lo adquirindo uma
empresa local, ou ainda, construindo suas próprias instalações. É um grau
elevado de internacionalização, uma vez que expõe a empresa a elevados
custos e riscos políticos.
A instalação de uma filial pode ser uma estratégia para empresas que
vislumbram em determinado país, um mercado com alta potencialidade a
atender. Normalmente, existem benefícios concedidos às empresas que
investem no país por parte dos governos estrangeiros, ou pelo menos, supera
proibições de importações ou elevadas taxas de importação.
A filial de produção pode ir desde a simples montagem de componentes
enviados pelo exportador até ao fabrico total do produto, podendo haver 100%
de capital do exportador (quando permitido pela legislação), ou parcerias com
empresários locais (jointventures).
O investimento directo no estrangeiro pode assumir as seguintes formas:
Deslocalização da produção: normalmente, tem por base os aliciantes da
mão-de-obra ou das matérias-primas a preços mais baixos
Investimento comercial: trata-se de um importante salto qualitativo face à
mera actividade exportadora. A empresa envolve os seus próprios recursos e
constitui uma nova empresa no país estrangeiro, permitindo-lhe por um lado
um maior controlo sobre o processo de comercialização e respectivos canais
de distribuição e, por outro, a redução dos intermediários na sua relação com o
mercado externo;
Expansão empresarial: neste caso, são constituídas empresas no
estrangeiro, à imagem da empresa nacional, como forma de facilitar a
penetração em certos mercados. Estas filiais não têm apenas funções
comerciais, mas também de concepção do produto, engenharia da produção,
processo produtivo, etc.
Todavia, a implementação desta estratégia de investimento directo deve
ocorrer quando:
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
a) Os produtos precisam estar disponíveis continuamente e em grande
quantidade como, por exemplo, no caso de alimentos.
b) Tem produtos com pouco valor agregado, por exemplo, cimento.
c) É indispensável um excelente serviço de assistência técnica, como no caso
de carros.
d) Se confronta com países que aplicam um forte proteccionismo.
e) Tem produtos que alcançam a maturidade do seuciclo de vida e precisam de
uma acção de venda muito controlada.
f) Tem produtos para os quais é importante manter um elevado nível de
imagem e marca, como. Por exemplo, produtos de moda.
g) Encontra mercados com elevado nível de potencial de desenvolvimento e
onde é indispensável em nível de serviço (países em desenvolvimento).
De facto, a escolha de uma forma de ingresso em um mercado é uma
importante estratégia comercial, da mesma que forma que outros aspectos de
marketing também serão.
OPÇÕES ESTRATEGICAS NOS MERCADOS INTERNACIONAIS
Estratégias básicas
De acordo com modelo de Michael Porter podemos apontar três estratégias
básicas:
Líder de Custos - consiste em ter os custos de produção mais baixos e
concorrer com base em preço mais baixos
Diferenciação - a empresa oferece um produto diferenciado e a concorrência
faz-se com base na satisfação de um valor único para o cliente
Focalização - a empresa centra a sua ação num reduzido número de
segmentos. A abordagem do segmento-alvo pode fazer-se utilizando duas
estratégias anteriores: difenciação ou liderança de custos.
Estratégia de liderança pelo preço
Se uma empresa consegue produzir o seu produto ou serviço com um custo
mais baixo que os seus concorrentes, mantendo um nível de qualidade
apaercebida equivalente, poderá praticar preços mais baixos e continuar a
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
manter o lucro adequado. Poderá também praticar os mesmos preços que os
seus concorrentes e ter lucros mais elevados que eles, devido aos seus custos
mais reduzidos.
Estratégia de diferenciação
As estrategias de diferenciação assentam na criação de, pelo menos, uma
vantagem competitiva sustentada, suficiente para estabelecer uma diferença
significativa face à concorrência e relevante para os consumidores.
Estratégia de Focalização
A estrategia de focalização pode ter por base a diferenciação ou a liderança
pelos custos. Em qualquer dos casos, consiste numa estratégia de nicho,
permitindo a protecção, pelo menos temporariamente, das incursões dos
concorrentes que apostam habitualmente noutros segmentos e que não
oferecem o conjunto de atributos que os consumidores pertencentes ao nicho
valorizam.
Razões da internacionalização
Tradicionais:
Assegurar fornecimentos chave (matérias primas);
Procura de novos Mercados;
Acesso a factores de produção mais baratos (e/ou subsídios locais),
As novas motivações:
Aumento das economias de escala;
Aumento dos custos de I&D;
Encurtamento do ciclo de vida dos produtos.
Segundo a Teoria do ciclo de vida do produto uma inovação num país leva,
inicialmente à produção local acompanhada de exportação. A estandardização
de processos e a estabilização da tecnologia vai permitir a implantação
industrial no estrangeiro, ganhando economias de escala e diluindo os custo
iniciais de investigação e desenvolvimento. Finalmente, a entrada de
concorrentes e a concorrência via preço leva à transferência para regiões com
menores custos de factores.
Motivações secundárias/benefícios da internacionalização:
Busca de conhecimentos/aprendizagem;
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Posicionamento competitivo - vantagens resultantes de operar em vários
mercados;
Requisitos para a internacionalização
A empresa deve ter alguma competência específica que compense a sua falta
de conhecimento da forma de actuação (cultura, estrutura do sector, ambiente
político) no mercado externo, face à concorrência local.
A empresa deve ter uma capacidade de gerir os seus activos mais
eficientemente pelo investimento directo do que através de relações contratuais
com parceiros locais. Para que exista uma multinacional é necessário que as
condições num mercado externo criem uma motivação que possa ser
explorada com base em competências específicas da empresa, e que esta
tenha uma capacidade organizacional de gerir melhor os seus activos
directamente do que através de relações contratuais.
EVOLUÇÃO DE MENTALIDADES: DE INTERNACIONAL A
TRANSNACIONAL
Internacional - as filiais suportam a casa mãe, por conseguirem vendas
adicionais ou via fornecimentos. A empresa considera-se essencialmente
doméstica, sendo os produtos desenvolvidos para o mercado interno.
Multinacional - a vertente internacional deixa de ser considerada
marginal. Reconhecem-se as diferenças entre mercados e adaptam-se os
produtos e mesmo as estratégias de acordo com as condições locais. Dá-se
liberdade de acção à gestão local.
Global - criação de produtos para um mercado mundial, fabricados
globalmente, em algumas, poucas, fábricas com elevados níveis de eficiência.
Existe um grande grau de coordenação de actividades, sendo a gestão e
algumas funções chave (R&D, produção) centralizadas.
Transnacional - necessidade de manutenção de uma eficiência global com
capacidade de resposta a necessidades locais. É necessário que as filiais
tenham capacidade de resposta às necessidades dos mercados respectivos.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Os recursos estão dispersos mas são especializados, procurando-se obter
eficiência e flexibilidade.
O tamanho das empresas tem um impacto direto em seus investimentos, por
isso, as que possuem uma produtividade maior, conseguem realizar
AS VANTAGENS DA INTERNACIONALIZAÇÃO
A estratégia de internacionalização articula-se em torno de cinco
dimensões principais que convergem para os objectivos do crescimento da
empresa e da poupança de custos à escala mundial:
Fortalecimento da posição comercial
A ocupação de posições comerciais fortes, ou até dominantes, nos principais
mercados mundiais, permite maximizar o volume de vendas e beneficiar de
economias de escala e de experiência.
Normalização de processos
Fazer com que o produto seja igual no seu país de origem e em qualquer outro
mercado internacional permite potenciar as vantagens do efeito de experiência.
Localização dos elementos da cadeia de valor
Uma empresa que internacionaliza a sua actividade pode localizar os vários
elementos da sua cadeia de valor - investigação e desenvolvimento, produção,
montagem final e distribuição - onde for mais vantajoso para si e onde tiver um
maior número de recursos essenciais ao seu funcionamento.
Facilidade do posicionamento
A uniformidade das estratégias, de marketing, de produção, etc., aumenta a
facilidade na definição do posicionamento.
Obtenção de sinergias
Maior número de sinergias, nomeadamente ao nível da criação de parcerias
internacionais, obtenção de licenças, aproveitamento de canais de distribuição
internacionais, entre outros, conseguidas através da grande interdependência e
maior cooperação entre as diversas localizações mundiais.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Conclusão
Como forma de conclusão, dizer que existem varias formas de
internacionalização empresarial, as quais devem ser escolhidas pela empresa
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
da forma que melhor se adaptar as suas necessidades e/ou estado de
internacionalização do negocio.
Posso concluir que o processo de internacionalização direta, ou seja, o
investimento directo das empresas noutros paises e mercados e aquele que
apresenta melhores resultados, pois o retorno em principio, e caso se tenha
sucesso, sera maior. No entanto e necesario dispender de mais capital quer
financeiro, tecnico ou mesmo humano, pelo que Portugal infelizmente não
dispõe de muitas empresas com capacidade para fazê-lo, no entanto e como
se tem visto, as empresas que se teem decidido por esta modalidade tem tido
sucesso e cada vez mais necessidade ou anseio por uma expansão
internacional.
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FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇAO- INVESTIMENTO DIRECTO
Bibliografia
Brito; carlos Melo - estrategias de internacionalização e cooperação empresarial. Faculdade econimia do porto – working paper Nº 38
CASAROTTO Filho, N.- Gestão de Projectos: a contribuição para fazer
acontecer o planeamento estratégico, Florianópolis, Universidade Federal de
Santa Catarina, 1991.
Nelson, Carl; Import/Export - How to Get Started in International Trade; 2000;
McGrawHill.
Lemaire, Jean-Paul; Estratégias de Internacionalização; 1997; Instituto Piaget.
AACKER, D.A.- Strategic market management, New York, Wiley, 1984.
knoow.net/cienceconempr/gestao/internacionalizacao
Material disponibilizado pela Dra. Adelaide (caso sogrape).