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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em JornalismoVIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
(Universidade Federal do Maranhão, São Luís), novembro de 2010::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA VERDADE NO JORNALISMO:
Conceito, busca e método de apuração
Águeda Miranda Cabral1
Adriana Santana
Resumo – Este artigo se propõe a discutir o processo de construção da verdade no jornalismo, a partir das relações entre o método de apuração e o tratamento de informações, os preceitos éticos e a busca por uma correspondência aos fatos. Apresentamos, para isso, uma distinção entre as verdades filosófica e jornalística, e as aproximações do método com a ciência. Chegamos a um entendimento de que não importa o viés e interpretação que se dê aos fatos, a busca pela 'verdade jornalística', através de um método de averiguação próprio, é constitutiva do processo de produção noticiosa, quando a realidade social é transformada em realidade midiática.
Palavras-chave – Verdade jornalística; Método; Apuração; Ética; Objetividade.
1. Introdução
A 'verdade jornalística' é uma discussão em comum em nossas pesquisas de
doutorado, seja no reconhecimento da importância de um método e de um rigor de
apuração no jornalismo (VIZEU, SANTANA, 2010), seja na construção de notícias
televisivas em seu processo de edição digital (VIZEU, CABRAL, 2009). Neste artigo não
nos atemos especificamente aos nossos trabalhos, apesar de nos reportarmos algumas
vezes, mas introduzimos uma discussão a respeito da verdade jornalística enquanto
1Doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob orientação do Prof. Dr. Alfredo Vizeu e integrantes do Grupo de Pesquisa Jornalismo e Contemporaneidade (http://www.ufpe.br/jornalismo). A pesquisa desenvolvida pelas alunas é realizada com bolsas da Capes e da Facepe, respectivamente. E-mails: adriana.andrade.santana@gmail.com e aguedacabral@gmail.com.
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conceito e busca e traçamos relações com a ética e com a objetividade em sua aplicação
no jornalismo.
Utilizamos a expressão 'verdade jornalística', pois entendemos ser imprescindível
estabelecer as diferentes interpretações entre verdade jornalística e verdade filosófica. A
questão da preocupação com a verdade é uma das distinções do pensamento filosófico
(SCRUTON, 2008), e a sua busca é empreendida em razão de uma inquietação diante da
realidade (GARCIA-ROZA, 2005).
Diferentemente da busca pela verdade filosófica, a questão do verdadeiro no
jornalismo está mais próxima à busca por uma verdade prática e funcional (KOVACK,
ROSENSTIEL, 2003), do que a uma visão de verdade absoluta, dogmática e definitiva.
A chave, talvez, para se melhor definir o papel da verdade na atividade jornalística, seja
encarar essa busca pelo verdadeiro como um constante e constitutivo processo de
verificação, de averiguação dos fatos.
Pretende-se mostrar uma verdade advinda do rigor do método de verificação no
jornalismo, como também do método de tratamento das informações em seu processo de
construção social da notícia. Com isso, nos remetemos tanto ao processo inicial da
produção noticiosa – a apuração de informações e suas implicações -, quanto ao momento
em que a informação, previamente apurada e tratada, começa a se transformar na notícia
que será veiculada posteriormente.
2. Crença e desvelamento
Em uma discussão anterior Cabral (2008) discute uma ideia de verdade no
jornalismo a partir das práticas de edição digital de telejornais, situando um conceito
ontológico à luz da filosofia e partindo para uma aplicação no campo do jornalismo. Para
alguns estudiosos da filosofia, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, Deus é a
verdade absoluta, sempre presente em todos os espíritos, a verdadeira fonte de
inteligência cuja autoria anuncia-se para excluir dúvidas: ‘eu sou o caminho, a verdade e
a vida’. Deus é a única e absoluta verdade incriada enquanto tudo demais criado são
verdades relativas. Essa seria a fonte da verdade e a inspiração para as ‘outras verdades’.
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A verdade como a máxima expressão do conhecimento, característica daquilo que ‘é’,
uma proposição verdadeira, a adequação entre o que se recebe como o real e o que é o
real em si mesmo (CABRAL, 2008).
A verdade pode ser experimentada e relatada, desde que uma testemunha a
constate e utilize uma linguagem adequada para isso. Sendo assim a realidade é o que
mais geralmente pode-se relacionar com a verdade, pois atual e real é o que existe
realmente ou o que realmente aconteceu, ou seja, é aquilo que é verdadeiro, que é “tal
como parece ser” (LALANDE, 1999, p.1202).
A verdade seria exterior ao homem, sendo que este só poderia, de fato, construí-la
por meio de seu sistema de crenças, formado em seu interior. Charaudeau (2006) diz que
o valor e o efeito da verdade a partir do discurso nos ajuda a entender a relação que se
pretende estabelecer entre o que é verdade e o que é verdadeiro no jornalismo.
A verdade estaria em seu efeito, como o que é verdadeiro, relacionada ao que se acredita verdadeiro, baseado nesse sistema de crenças. Diferentemente do valor de verdade, que se baseia na evidência, o efeito de verdade baseia-se na convicção [...] criando uma adesão ao que pode ser julgado verdadeiro pelo fato de que é compartilhável com outras pessoas (CHARAUDEAU, 2006, p. 49)
Barros Filho (2003, p. 59) também engendra uma discussão sobre a expectativa de
objetividade diante do efeito do real, entendido como ilusão; segundo ele, o efeito “será
tanto mais perceptível quanto menos evidente for a mediação do autor enunciado”.
Percebe-se, nesse esforço de entender o conceito de verdade e mais precisamente
o que seria a ‘verdade jornalística’, que dois fatos importam mais para a certeza de se
estar diante da verdade: a adesão firme e a evidência, ou seja, para que algo seja
considerado verdadeiro, é necessário que ‘salte aos nossos olhos’ e que um dispositivo de
confiança seja acionado em nossos sentidos para acreditarmos, sem sombra de dúvidas,
que o ‘vemos’ é verdadeiro (CABRAL, 2008).
Em seu artigo sobre o conceito de verdade no jornalismo, Coutinho (2004, p. 2-3)
apresenta um estudo sobre a origem histórica dos discursos e a relação da verdade com o
que chama de “línguas originárias”. Na origem grega a verdade é ‘alethéia’, que
literalmente significa ‘desvelamento’, portanto, ligando-se ao presente. Para os hebreus a
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verdade é expressa no termo ‘emunah’, apresentando uma “noção de porvir, de profissão
de fé, de aposta no futuro, tempo em que se localizaria sua concretização”. Para os gregos
a verdade é real, está presente e para os hebreus, a verdade é a promessa, está no futuro,
relacionando-se, portanto, na confiança de que se cumpra. Entretanto, essa confiança já
faz parte do presente, pois os jornalistas se ocupam, principalmente, do tempo e da vida
presente (COUTINHO, 2004).
Se falar a verdade for o que é certo, o que se aproxima da 'verdade absoluta' e da
'inspiração divina', nesse sentido, sendo aquilo o que ‘é’, a verdade se relaciona com a
ética, a ciência que tem por objetivo o juízo de apreciação aplicando-se à distinção entre
o bem e o mal. Do grego, ética significa ‘modos de ser’, se refere a um conjunto de
valores que orientam o comportamento do homem em relação a seus semelhantes
(LALANDE, 1999).
A objetividade se vale dessa necessidade de se realizar o verossímil diante do que
é, do que se desvela e do que se espera que seja. A objetividade é a característica daquilo
que é objetivo, em qualquer dos sentidos dessa palavra. Especialmente, é atitude,
disposição de espírito daquele que “vê as coisas como elas são, que não as deforma nem
por estreiteza de espírito nem por parcialidade” (LALANDE, 1999, p. 747).
Sendo um dos mais debatidos conceitos filosóficos, a verdade ora tem sido
considerada absoluta, ora relativa, ora apenas um ideal a ser alcançado. No jornalismo
observamos que há uma tendência em ‘reduzir’ a verdade a um imperativo ético, nem
sempre considerando sua relação com a objetividade. Na perspectiva da teoria do
conhecimento, Tambosi (2007) apresenta três teorias da verdade com as quais podemos
tecer relações com as práticas do jornalismo: a verdade como correspondência, como
coerência e como utilidade.
Tambosi (2007) argumenta que a verdade como correspondência é a mais
adequada à aplicação no jornalismo, “pois, segundo o autor, postula uma relação entre
linguagem e realidade. Se, na correspondência, a verdade de uma proposição consiste
em sua relação com o mundo, na teoria da coerência, a verdade consiste em relações de
coerência em um conjunto de crenças – ou seja, é verdadeiro aquilo que tem coerência
lógica. Já a teoria pragmática vislumbra a questão com efeito de utilidade, postulando
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que a verdade de uma crença deriva de sua correspondência com a realidade, mas é
manifestada pela sobrevivência da crença ao teste de experiência.
A argumentação de Tambosi (2007), para descartar as outras teorias acerca do
verdadeiro, se fundamenta com a afirmação que seria insuficiente ao jornalismo a
simples relação de coerência entre proposições e afirmações – especialmente quando
levamos em conta o fato de que uma narrativa ficcional pode ter coerência, mas não se
tratar de algo real. O autor também argumenta que, na atividade jornalística, “tampouco
se pode avaliar uma notícia, que é o relato de um determinado fato ou acontecimento,
pelo exclusivo critério de utilidade, ainda que a informação possa ser útil”.
Apesar de concordarmos com o autor, entendemos que essas teorias não se
opõem, pois percebemos a possibilidade de fazermos inter-relações entre elas. Os
jornalistas, ao serem rigorosos no processo de apuração, se aproximam da verdade dos
fatos e tornam-se mediadores creditados pela audiência, que busca informação sobre o
mundo, por meio de um sistema de crenças supostamente estabelecido entre eles.
3. A verdade jornalística: da ética e da objetividade
Ao mostrar a relação entre jornalismo e verdade, Cornu (1999, p. 390 e 394) diz
que o primeiro dever do jornalista é respeitar a verdade, o direito que o público tem de
conhecer a verdade. Para isso ele apresenta a verdade como uma “responsabilidade ética
e como uma instância normativa e crítica no seio da atividade jornalística”. No que diz
respeito à responsabilidade ética, o autor promove uma espécie de reabilitação da
objetividade como método de investigação no jornalismo, mas com um elemento já
conhecido, pois para validar esse método continua sendo necessário rigor no processo de
apuração “perante o objeto fugaz que é o acontecimento”.
A pressão do tempo para atender ao ‘jornalismo do instante’ e a difícil meta de
atingir ‘furos’ diante da concorrência, não dispensam o jornalista de garantir uma correta
apuração e descrição dos fatos, como prescreve a deontologia. As imposições e, ao
mesmo tempo, as facilidades oportunizadas pela tecnologia digital não desobrigam os
editores de telejornais, por exemplo, de publicarem unicamente informações cuja origem
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conhecem. Os jornalistas precisam “respeitar a verdade, com a qual o seu próprio ofício o
confronta, e que só poderá abordar por meio de uma informação eticamente filtrada:
através da exatidão de uma constatação, da justeza de uma prescrição, da autenticidade de
uma expressão” (CORNU, 1999, p. 391 e 393).
Há, portanto, no processo de construção da notícia, um jogo de intenções entre a
objetividade, na ordem da observação, e a imparcialidade, na ordem da interpretação. Ao
instituir a verdade como instância normativa e crítica, Cornu (1999, p. 395) acrescenta
que a exigência da “verdade jornalística não se aplica unicamente à ordem dos fatos,
como exigência de exatidão”, mas também diz respeito à “ordem do sentido, como
exigência de justeza e à ordem da narrativa, como exigência de veracidade”.
A verdade está presente nos códigos de ética de vários países do mundo que a
consideram um princípio ético singular e a interpretam com tênues diferenças. Para os
alemães o mais importante é ‘respeitar a verdade’, os suíços precisam muito antes
‘procurar a verdade’, já para os ingleses é necessário ter a ‘certeza da exatidão da
informação’. Os americanos afirmam que a ‘verdade é o objetivo último’ e, por fim os
franceses acreditam na verdade, mas colocada de uma forma diferente como sendo a
‘exclusão da mentira’.
Os portugueses decretam que o jornalista deve relatar os fatos com ‘rigor e
exatidão’ e interpretá-los com ‘honestidade’, os suecos apontam para a necessidade das
notícias serem ‘objetivas e exatas’ e, por fim, os canadenses dizem que é direito dos
leitores que as notícias lhes sejam apresentadas de maneira ‘honesta e equânime’
(CORNU, 1999; BARBEIRO, LIMA, 2002). No Brasil, o artigo sétimo do Código de
Ética dos Jornalistas, dá conta de que “o compromisso fundamental do jornalista é com a
verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua
correta divulgação” (CÓDIGO, 2007, INFORMAÇÃO ELETRÔNICA).
Uma notícia só pode ser objetiva se seus dados estiverem em correlação com a
realidade. Para isso, jornalistas precisam investigar, pesquisar, ouvir fontes, levantar
informações, checá-las, tratá-las. Para Sponholz (2010, informação eletrônica) uma
afirmação se torna objetiva quando confrontada com a realidade, e não por causa de quem
a fez. Assim, objetividade no jornalismo diz respeito à correlação entre a realidade social
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e a realidade midiática, pois se aquilo está nos jornais tem a ver com o que aconteceu. Se
os jornalistas pretendem fazer isso, precisam observar a realidade e investigar
obedecendo a regras rígidas de apuração, pois somente assim poderão construir notícias
com “alto grau de correlação com a realidade social”, dentro de um sistema capaz de
ofertar também regras para produzir veracidade no que noticiam.
Guerra (1998, p. 32-33) diz que objetividade jornalística é a “correspondência
entre o dito pela notícia e o fato real noticiado”. É o conceito de verdade “fundado sobre
o primado do fato, estável, absoluto e disponível”. Para alcançar um conhecimento
verdadeiro do fato, os jornalistas se profissionalizaram quando instituíram uma série de
procedimentos que atendem aos princípios-competência e aos princípios-intenção. Vizeu
(2005, p. 5) diz que “não basta só a boa intenção, é fundamental que a comunicação
difunda os fatos a partir da verdade".
Ao tentar definir uma teoria do jornalismo contemporâneo relacionando a notícia
entre uma forma singular de conhecimento e um mecanismo de construção social da
realidade, Gadini (2007, p. 4) diz que os jornalistas são os principais agentes da atividade
jornalística, pois só eles são capazes de conectar uma multiplicidade de vozes e relacionar
sentidos e códigos diferenciados. Tuchman (1993, p. 85) vai mais longe ao afirmar que
“julgar as notícias é o conhecimento sagrado, a capacidade secreta que diferencia o
jornalista das demais pessoas”.
O jornalista como mediador creditado é o agente de articulação de vários mundos.
Ele opera a construção de um mundo possível que se manifesta na forma de notícia. Essa
operação é processada a partir de um mundo real, as informações oferecidas pelo mundo
dos fatos que é legitimado em um mundo de referência, o modelo social que estabelece a
importância dos fatos, os enquadramentos jornalísticos e o seu entorno. O mundo de
referência é a matriz em que se constroi o mundo possível narrado e dessa matriz fazem
parte os valores-notícia e os procedimentos utilizados pelos jornalistas no processo de
construção da notícia (ALSINA, 2009).
Ao construírem as notícias os jornalistas não podem estabelecer qualquer mundo
possível sem que tenham em conta os fatos que conhecem do assunto que pretendam
relatar, e as características do mundo de referência a que lhe remete os fatos. Assim, o
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mundo de referência escolhido para a explicação de um fato deve ser o de maior
verossimilhança, para poder ser entendido pela audiência. Nessa perspectiva, a notícia
seria então uma "representação social da realidade cotidiana, produzida
institucionalmente e que se manifesta na construção de um mundo possível" (ALSINA,
2009, p. 185-190).
Para Guerra (2003 e 2008), os jornalistas, em seu trabalho diário, pretendem
atender a dois parâmetros de qualidade - deles próprios e da audiência -, que são as
noções de verdade e relevância, sendo que:
Verdade significa que a notícia está em conformidade com o fato do qual trata; e relevância significa que a) as informações são importantes no interior da área temática objeto da cobertura e b) as informações são adequadas a uma expectativa da parte dos indivíduos [...] de duas ordens: da ordem da recepção, o fenômeno pelo qual os indivíduos se percebem identificados e familiarizados com um determinado tipo de noticiário; da ordem da política, relativa ao esperado papel social que a atividade jornalística deva exercer na sociedade (GUERRA, 2003, p. 107 e 108).
Gomes (2006) ratifica que essa relação é que sustenta a confiança que a sociedade
deposita no jornalismo e é com base nos parâmetros apresentados que essa confiança
pode ser mantida ou quebrada, principalmente quando se pressupõe que os jornalistas, em
suas rotinas de trabalho, se preocupam com o que o público está esperando que eles
façam com as notícias.
Os produtos advindos do trabalho jornalístico são apresentados e consumidos,
por vezes, como representantes de uma verdade afirmativa, impositiva, quase absoluta.
Tomar por ‘verdade’ as produções do jornalismo, aceitando as informações como
passíveis a serem verídicas e factíveis, parece fazer parte de um contrato (ALSINA,
2009; PENA, 2005) que se estabelece entre veículos de imprensa e público (público este
que patina contemporaneamente entre as esferas de produtor e consumidor), culminando
com o processo de ‘confiança’, ou aceitação dos dados e vieses repassados por meio do
discurso jornalístico.
4. Verdade: um processo de busca e construção no jornalismo e o rigor do método
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A postura de vaticinar e aceitar verdades através do jornalismo resvala num
dogmatismo incongruente com a perspectiva de construção de um discurso plural. No
entanto, por outro viés, no instante em que os jornalistas passam a reconhecer e acatar a
noção da impossibilidade de uma verdade absoluta, com o entendimento da existência
de ‘verdades’ plurais e relativas, é observado o fenômeno do abandono completo de um
processo jornalístico que vislumbre a busca, não necessariamente o alcance da verdade,
da veracidade dos fatos.
Neste estudo visualiza-se a hipótese de que, por conta do entendimento e
aceitação da relativização da verdade, incorre-se no risco do abandono do rigor do
método em muitos momentos da construção de narrativas jornalísticas. Sem o rigor do
método, além de a busca pela verdade ser relegada a segundo plano, os conteúdos
jornalísticos passam a perder em contextualização.
Retomando Cornu (1998), lembramos que ele atenta para o ‘perigo’ desse
joguete sofístico. A postura de entender a verdade como plural e relativa não deveria
pressupor necessariamente um abandono à busca pela verdade, só possível no
jornalismo através de um rigor de método de apuração.
Por essa linha de raciocínio, o que seria, pretensamente, um reconhecimento da
inexistência de uma verdade absoluta, acaba se transformando num autoritarismo e
dogmatismo ainda maiores, pois uma atividade jornalística realizada sem apuração
reduz sobremaneira, se não extingue, a possibilidade do público chegar aos fragmentos
de real que, combinados à sua própria experiência, vão formar as imagens mentais dos
acontecimentos. Sem informação não há meios de alcançar um mínimo de orientação
acerca do mundo, de se travar com os produtos jornalísticos, como vimos, a relação de
“lugar de referência” (VIZEU, 2005), a sensação de segurança momentânea e de
ordenação de um mundo caótico no curto espaço do noticiário.
Kovack e Rosenstiel (2003, p.59) classificam a verdade como o primeiro e mais
confuso princípio do jornalismo. Mesmo com o rigor da investigação, naturalmente é
impensável a chegada a uma ‘verdade’ que não seja tomada de posição (perspectiva
ideológica) ou fragmento de realidade, ainda, realidade interpretada, socialmente
construída - (BERGER, LUCKMANN, 1973; ALSINA, 2009; GOMIS, 1991).
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Mas assim como o abandono à preocupação com a verdade pode levar ao perigo
de a filosofia se “degenerar em retórica” (SCRUTON, 2008, p.19), no jornalismo, o
descarte à busca pela verdade, muitas vezes, calcada na impossibilidade de alcance e da
relatividade e pluralidade das verdades, pode acarretar em perda de qualidade nas peças
noticiosas. Isso porque, a opção por um discurso plural, pelo reconhecimento do outro,
pela procura por um equilíbrio ou uma justeza, um fairness (SPONHOLZ, 2009) e pela
contextualização, fazem parte desse processo de busca pela verdade no processo de
produção da notícia.
Vázquez (2003, p. 27) propõe uma ética científica, calcada na realidade
histórico-social, e um afastamento da ética essencialmente especulativa ou filosófica: “a
ética científica pressupõe uma concepção filosófica imanentista e racionalista do mundo
e do homem”. Essa mesma visão poderia ser transposta para a busca da verdade dentro
do jornalismo – o rigor do método de apuração como próximo ao método científico –,
em escala reduzida, especialmente no tocante ao fator tempo, bem mais ‘escasso’ no
compasso jornalístico.
Essa busca pela verdade mostra que o 'verdadeiro' no jornalismo se aproxima às
ideias de veracidade e verossimilhança. Tomando a definição dicionarizada da primeira,
“qualidade de veraz, veridicidade, verdade” e “apego à verdade” (FERREIRA, 2005,
informação eletrônica) ou ainda característica daquilo que não é enganador
(LALANDE, p. 1197); e o da segunda – “aproximação de uma hipótese a uma
confirmação” -, podemos traçar melhor um paralelo entre o conceito e os preceitos
jornalísticos.
A ideia de que o jornalismo, como forma de conhecimento (MEDITSCH, 1997),
contribui para a construção de um mundo possível (ALSINA, 2009), está calcada na
noção de que, se não é mera reprodução do real, a construção social da realidade se dá
através de uma série de regras e modos de atuar próprios (FRANCISCATO, 2005).
Essa aproximação, portanto, com o que chamamos de veracidade e
verossimilhança dos fatos, apesar de não garantir que as ‘verdades’ sejam alcançadas, e
de que haja intencionalidades mais fortes do que o próprio propósito de busca pelo real
– Sponholz (2009) lembra que seleção e perspectiva são partes preponderantes desse
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processo. Há uma grande parcela de não-arbitrariedade nas escolhas tomadas pelo
jornalismo na construção do real que vai ao noticiário, mas também há indícios de que a
disciplina e o rigor do método de verificação modalizam o não-arbitrário e o
intencional, trazendo elementos que podem reforçar e incrementar as possibilidades de
interpretação noticiosa pela audiência.
Acerca da necessidade de um caráter intersubjetivo aos procedimentos de
apuração e narração de informações no jornalismo, Rocha (2007) indica que eles podem
ser melhor concretizados com a recomendação de atenção aos sistemas de relevância
com que são entendidos ‘os fatos’ sociais e às pretensões de validade com que são
justificados, com a distinção na memória de longo prazo da memória semântica social.
Ainda, uma preocupação com o caráter de veracidade das fontes e das
informações, em busca de um certo ‘consenso’, por exemplo, entre vários pontos de
vistas colhidos com observadores e instâncias diferentes relativas ao mesmo fato. Para
garantir mais credibilidade a uma informação, dever-se-ia recorrer ao menos a três
fontes que não se conhecem e não mantêm contato entre si (LAGE, 2001).
A busca pela verdade e seu processo de apuração pressupõe um método, que, por
sua vez, pressupõe um ponto de partida, uma série de procedimentos de averiguação e
um ponto final, que é o alcance de um objetivo. Oriundo do grego méthodos, o vocábulo
significa esforço ou “caminho para se chegar a um fim”, investigação, estudo
(FERREIRA, 2005, INFORMAÇÃO ELETRÔNICA; LALANDE, 1999). Na ciência, o
método é o percurso que é trilhado pelo cientista em busca da verdade necessária, um
processo não totalmente controlável, nem totalmente previsível e que, provavelmente,
deverá ser reinventado em cada etapa do processo. Para a ciência, um processo que visa
à construção de discursos e ideias coerentes, e que se inicia, inevitavelmente, pelo
problema de pesquisa ou pela pergunta que se faz à realidade, seja ela real, simbólica ou
imaginária.
O que importa à construção do conhecimento científico é justamente provar que
as hipóteses servem (verdades necessárias), de modo que se chegue ao final com um
resultado que comprove a veracidade delas ou as refutem (que não sirvam). Não há
como exigir do jornalismo uma associação direta ao rigor da ciência, por fatores
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diversos. O tempo é o principal deles. A ditadura temporal na atividade, o fato de o
tempo ser constitutivo do fazer jornalístico – Moretzsohn (2002), Franciscato (2005),
Schlesinger (1993) - impossibilita que o jornalista, por exemplo, invista tempo na
analise das hipóteses, refutação e confirmação. Outra distinção importante poderia ser
descrita como os diferentes graus de profundidade com que lidam as duas instâncias – o
jornalismo, nesse caso, trataria seus temas a um nível menos denso do que a ciência.
Contudo, podemos também adotar uma perspectiva não apenas de valoração e
extrema diferenciação entre essas duas esferas do conhecimento, como a proposta por
Meditsch (1997, documento eletrônico) ao afirmar que “o jornalismo não revela mal
nem revela menos a realidade do que a ciência: ele simplesmente revela diferente”. O
autor, lembrando as comparações frequentes entre jornalismo, ciência e história,
vai além e completa: “ao revelar diferente, pode mesmo revelar aspectos da realidade
que os outros modos de conhecimento não são capazes de revelar”. Para o autor,
adotando a proposição de entendimento do jornalismo como um campo de
conhecimento que não é mais ou menos valoroso do que outras esferas, e sim diverso, é
que podemos iniciar a tentativa de construção de um ‘método’ jornalístico possível.
A ideia de aproximação do jornalismo com os rigores científicos sempre esteve,
em maior e menor grau, nas discussões e estudos em torno da busca por critérios e
conjunto de regras que garantissem um incremento de qualidade e acuidade no
jornalismo. É justamente a preocupação com o rigor do método, que aqui denominamos
de ‘processo de apuração’ – numa tentativa de desvinculá-lo do método na ciência -,
que tem trazido propósitos de aproximações do jornalismo com o fazer científico.
Kunczik (2001, p.24) lembra que os jornalistas apresentavam “a tendência de aplicar um
enfoque e um método científico ao seu trabalho”, com a utilização dos termos
“jornalista” e “doutor” com o mesmíssimo sentido.
Para Alsina (2002), há que se reconhecer as limitações do sistema produtivo do
qual a profissão/atividade/disciplina faz parte, uma vez que nem é propósito do
jornalismo um método tal qual o utilizado em teses científicas. Como Gomís (1991),
entendemos que o jornalismo, antes de ciência, é sim um método de interpretação
sucessiva da realidade social.
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Antes de exigir a rigidez da ciência, talvez o mais adequado à atividade seja a
adoção da desconfiança como principal linha metodológica adotada na atividade,
estratégia que Pena (2005, p.58) define não como ‘pecado’, mas como “norma de
sobrevivência”. A reportagem é um trabalho que “pode ser tedioso, confuso, fisicamente
sujo, cansativo, até perigoso” (WOLFE, 2005, p.72) e tem por base e princípio a
apuração com rigor.
5. Conclusão
Este estudo mostra que para construirmos a ideia de verdade no jornalismo
contemporâneo, à luz do método de apuração e tratamento das informações no processo
de construção da notícia, é necessário traçar relações entre os conceitos de verdade,
veracidade, verossimilhança, ética e objetividade e alguns procedimentos considerados
nos rituais jornalísticos e nas estratégias que visam dar ‘aparência’ de verdade às
narrativas noticiosas.
Nossa investigação mostrou que a busca pela verdade é uma das principais
atividades dos jornalistas em seu processo de produção de notícias, em especial quando
se observa que estes utilizam estratégias de apuração e tratamento de informações para
transformar suas narrativas em algo que possa ser verossímil e entendido pelo público.
A ideia de verdade jornalística, à luz da ética e da objetividade, tem uma validade
que pode mudar conforme as transformações da sociedade, de seus paradigmas e de sua
cultura. O que nos parece imutável para o jornalismo, a despeito de qualquer tempo, é a
busca pela verdade dos fatos. Mesmo invocando seu ‘conhecimento sagrado', os
jornalistas podem apurar, entender ou interpretar errado os fatos e construir uma notícia
de forma coerente (em termos de narrativa, lógica sequencial e adequação ao veículo),
mas equivocada (quando a notícia não corresponde aos fatos).
Independentemente da interpretação que seja dada aos fatos apurados e tratados,
entendemos que a busca pela 'verdade jornalística', realizada através de um método
singular de averiguação e tratamento das informações, é constitutiva do processo de
produção da notícia. Impulsionado pela relação de contrato estabelecida com a audiência,
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(Universidade Federal do Maranhão, São Luís), novembro de 2010::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
ao jornalista caberia, então, garantir o rigor do método utilizado no processo de
transformação da realidade social em realidade midiática.
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