Post on 19-Nov-2018
ARTE E SOCIEDADE
1
1. Arte, criação subjetiva
Criação e simbolismo Meio que o artista recria o mundo
intencionalidade,
objetivos e projetos
Surge de uma experiência e, ao mesmo tempo, possibilita uma experiência de ver e de sentir.
Nasce de algumas vivências existenciais do artista, como a admiração, a indignação, o encantamento ou
a frustração, o traumático e o feio.
ARTE
2
O modo como o artista elabora essas vivências faz com que a obra de arte provoque no espectador:
uma reação, um sentimento ou um pensamento.
Nisso, a obra de arte cumpre a sua função. Nisso, encontramos inclusive, sua beleza.
Estimulam o potencial da nossa mente,
Possibilitando-nos enxergar o mundo de outra forma.
A imaginação está na raiz da Filosofia, da Ciência e da Arte. Ela é a força da razão.
3
IMAGINÇÃO e a FANTASIA
Ao longo da história, surgiram padrões para avaliar a beleza ou a fealdade de uma obra de arte.
A obra de arte para ser bela necessita ser marcada Pela harmonia; Pela perfeição e Pelo acabamento em sua forma.
As avaliações, além de subjetivas, são históricas, isto é, mudam com o tempo.
A arte moderna e contemporânea vai além dos padrões tradicionais, solicitando dos interlocutores uma nova forma de ver o mundo e as coisas, exigindo a investigação do olhar.
Problematiza um conceito de arte e ampliam-se os campos de aplicação ou de abrangência da arte.
O artista torna-se agente que propõe situações que carecem da participação do interlocutor.
4
Pichação é arte ???
As pichações dominam os muros de algumas cidade como, São Paulo.
O ato de pichar é um efeito colateral do sistema.
É o jeito que ele encontrou de mostrar ao mundo que existe.
Os jovens da periferia das grandes cidades precisam aprender a canalizar esse ódio para atividades não violentas, como o rap, o grafite e até mesmo as pichações – podem ser considerados um esporte de ação, tamanha a descarga de adrenalina que libera em seus praticantes.
Grandes artistas do último século usaram a arte para reverter conceitos estabelecidos e provar mudanças de comportamento.
5
6
2. Arte e cultura Toda obra de arte, embora seja subjetiva, surge no interior de
uma cultura.
É sempre criação coletiva – marcada por regras, por
legislações e por tradições que condicionam o comportamento do indivíduo;
Da comunidade - cada indivíduo encontra seu lugar; Forma-se a identidade do grupo.
Função: nos dotar da capacidade de falar uma língua, de expor nossos pensamentos por meio da fala ou escrita, de
atribuir significados a objetos, entre outras condições que nos transformam em seres humanos sociais.
7
Cultura
Entre traços e símbolos coletivos da cultura, encontramos valores, crenças, mitos, ritos e, especialmente uma língua.
A cultura como elemento fundamental para a existência humana possui dois aspectos:
1. Representa a visão de mundo que um grupo social possui.
2. Apresenta um aspecto dinâmico e processual, no qual é vista como constante processo de construção e desconstrução de significados.
A cultura nos apresenta padrões fixos para compreendermos e agirmos no mundo, ela também se mostra flexível para que possa haver mudanças nesses mesmos padrões.
No dinamismo próprio da cultura, encontramos a arte, uma criação individual.
Sendo criação do sujeito, a arte traz uma dimensão subversiva, de protesto, de negação ou de crítica da cultura, ou seja, de desejo de transformação.
8
A partir de uma interpretação do mundo, o artista solta sua voz na tela, na canção, na peça ou na obra carregada de sentimentos e emoções.
A arte tem uma dimensão problematizadora e transformadora, pois nasce do desejo de libertação, de um novo modo de vida.
Ultrapassa-se a visão grega de arte como imitação ou cópia do real.
A relação entre arte e sociedade é marcada pela troca recíproca.
A arte é influenciada pelo contexto social em que se encontra.
A cultura, como também influencia o modo como os indivíduos percebem o contexto social em que vivem.
9
3. A arte de viver
Para Nietzsche :
A arte adquire um sentido mais abrangente do que normalmente se pensa.
A vida requer que todos sejamos artistas de nossa própria existência.
Cada um deve embelezar sua vida, dar-lhe sentido.
Deixemos a dimensão passiva e meramente contemplativa da vida e passemos a nos assumir como artistas e criadores de nós mesmos e da vida.
Essa perspectiva encontra fundamento na crítica que os filósofo faz à Modernidade.
10
11
Era Moderna Nietzsche
é baseada nos ideais iluministas de progresso e na crença na razão humana como fundamento para a evolução das sociedades
A ciência era a única forma de o ser humano alcançar a verdade sobre o mundo ao seu redor.
A concepção para a realização e a felicidade do ser humano estaria ligado ao desenvolvimento da razão e da ciência.
Só conhecendo a verdade do mundo o ser humano é capaz de agir com eficácia para que seus objetivos de satisfação se realizem.
A razão se torna fundamento da justiça e da promoção de igualdade entre os indivíduos.
O ideal iluminista de realização não se cumpriu, pois o sofrimento não deixou de existir no mundo pelo fato de o ser humano ter se tornado mais racional, buscando a verdade do mundo.
A verdade científica se mostrou insuficiente para conduzir os indivíduos a uma vida plena.
O ideal iluminista de racionalidade é apenas mais uma forma de se enxergar o mundo dentre tantas outras possíveis e não a única possível.
Entende que o problema da verdade iluminista não é a essência da verdade, mas a crença que se tem da verdade.
Verdade não é algo que está além da realidade humana, devendo ser alcançada e descoberta pelo uso da razão, mas apenas mais uma forma que o ser humano encontrou para interpretar e dar sentido à sua existência.
A questão da verdade no mundo moderno é o fundamento da relação que Nietzsche estabelece entre a arte e o conhecimento produzido com base na racionalidade científica.
O conhecimento científico se preocupa em organizar , em calcular e em normatizar por meio de suas regras em busca da verdade,
A arte não tem essa preocupação.
A estética, de acordo com Nietzsche, mostra-se mais capaz de captar e de compreender melhor toda a fluidez e complexidade da vida humana,
Algo que a perspectiva racional mostrou ser incapaz de conseguir.
A arte, por ser mais livre, consegue se sair melhor do que a ciência.
A ciência se mostrou sempre presa a conceitos,
Na concepção de Nietzsche, são formas fixas de se perceber a realidade.
12
A arte é justamente o oposto do conceito, uma vez que apreende e interfere na realidade por meio da flexibilidade.
Para Nietzsche, a moral é fruto de esquemas fixos de se compreender a realidade.
O que ele propõe é justamente uma ética ligada à prática que o leva a conceber o que ele chamou de arte de viver.
é transformar a própria vida em uma fonte de saber e de
conhecimento, Longe dos pressupostos racionais e mais próxima da flexibilidade
da arte. é uma maneira de o indivíduo fugir das regras impostas pela
moral que está próxima da rigidez racional que Nietzsche critica. o saber e o conhecimento devem estar a serviço da formação humana
e não existir por si mesmo.
13
A arte de viver, para Nietzsche
A arte específica é apenas um anexo, um apêndice da arte de viver.
Em primeiro lugar, é necessário e preferível não ter necessidade desta ou daquela arte específica,
É importante focar em seu próprio e permanente aperfeiçoamento.
Esse é o prato principal, a outra arte é a sobremesa. Nietzsche critica o homem moderno que necessita da arte para
aliviar sua insatisfação com a vida, para suportar o tédio de uma vida sem graça, sem beleza.
Nietzsche afirma que cada um de nós, por meio da arte de viver, adquire boa consciência, olhos e mãos para ser o escultor de si mesmo para dar-se uma existência estética, superando a dimensão cruel da vida.
14
Ler o texto escrito por Nietzsche, p. 29
Nietzsche afirma que podemos aprender algo muito importante com os artistas do teatro: estimar e libertar o herói oculto que se encontra escondido em nós mesmos e, com isso, “pôr-se em cena” para si mesmo.
Precisamos aprender a conquistar e a vencer nossos temores como um herói.
Cada um pode tornar-se aquilo que é, ou seja, transformar-se naquilo que é capaz de ser.
Ser um “super-homem”.
15
4. ARTE, FANTASIA E SUBLIMAÇÃO
A PSICANÁLISE DE Sigmund Freud se constituiu em um conjuntura na qual a confiança na razão como o grande guia as vida humana passa a ser questionada.
Para Freud: A mente humana tem uma dimensão consciente, que é a parte
menor, como a ponta de um iceberg. A realidade mais significativa e forte encontra-se no subconsciente
e no mais profundo do inconsciente. Para entender o pensamento de Freud, é importante penarmos no
seguinte pressuposto: O ser humano é movido pelo princípio do prazer, pela energia vital,
pela impulsividade. Mas se ele se deixa guiar por essas forças, não será possível a
existência da sociedade. Por isso, a civilização necessita empregar forças repressoras dessa
impulsividade humana.
16
Nessa forma de pensar, a arte é expressão da fantasias do artista, é o meio de sublimação, de canalização de suas energias, de orientação de sua agressividade para algo que a cultura não reprima: a obra de arte.
Em vez de usar de violência, o artista usa a arte para liberar a agressividade, para extravasar seus impulsos sexuais, dar forma aos seus desejos.
Por meio da arte aconteceria, então, um processo catártico e terapêutico.
Os desejos reprimidos do artista e do espectador se encontram na obra de arte, que possibilita o prazer estético, na realização dessas aspirações.
No interior de um mesmo indivíduo, existem sentimentos, impulsos e forças psicológicas, opostas, que lutam entre si.
Por essa razão, uma das principais tarefas da arte é possibilitar essa representação dos conflitos que um indivíduo vive na sociedade.
17
Nessa visão, arte serve como ponte entre dois mundos:
O mundo exterior, que pressiona e reprime a espontaneidade humana,
Universo da interioridade do artista e da sua imaginação, entre a dimensão social e a dimensão individual.
A arte é o meio que permite a adaptação e a expressão do indivíduo na sociedade, convertendo fantasias e sonhos em obras de artes apreciáveis.
18
Ler o texto escrito por Frued, p. 32
5. INDÚSTRIA CULTURAL E CULTURA DE MASSA
O desenvolvimento industrial e o êxodo rural rumo às cidades acabaram criando um novo contexto de interação entre os indivíduos
O que gerou o fenômeno da cultura urbana.
Nesse processo de consolidação do sistema capitalista, a esfera da arte não ficou livre de se tornar, também uma mercadoria.
“Indústria cultural” foi criada pelos filósofos e sociólogos Theodor Adorno e por Max Horkheimer
Como denúncia contra a degeneração que a arte e a cultura sofreram no mundo capitalista, que transforma arte e cultura em mercadorias para o consumo de massa.
Na indústria cultural, a arte passa a ser uma mercadoria como tantas outras.
19
O que caracteriza uma mercadoria é ser um objeto sem crítica, passivo, destinado a proporcionar uma forma de prazer, de diversão e de distração à massa.
Massa – o aglomerado de indivíduos, consumidores tratados de forma homogênea, indiferenciada, manipulados como objetos a serviço de um projeto econômico.
Essa indústria cultural é fruto da ideologia capitalista e está voltada para perpetuar esse modelo de sociedade e de economia.
Em nome do progresso tecnológico, ele cria um processo de mecanização de vida, no qual se verificam a alienação e a despersonalização do ser humano, que vai perdendo seu poder de crítica social.
20
Para Adorno e Horkheimer, a saída dessa alienação cultural passa pela recuperação:
da dimensão crítica e criativa da razão e da arte,
de indignação e de protesto,
para serem instrumento de criação de uma nova sociedade.
No modelo de sociedade capitalista, o mercado é quem julga a qualidade da arte.
O mercado requer produções em série para atender a uma demanda do “hoje”.
Em busca de eternas novidades, vive-se em uma superficialidade que destrói a originalidade crítica e criativa da arte.
A arte é dissolvida nos modismos, que geram a homogeneidade dos consumidores e espectadores que vivem em uma permanente transição de momentos, de pensamentos e de desejos sem conexão e sem durabilidade, pois estão desprovidos de um pensamento filosófico.
Com essa manipulação sobre as artes, a sensibilidade humana não é despertada, uma vez que falta a autenticidade e liberdade.
21
6. A arte-mercadoria, o objeto kitsch
• De acordo com Karl Max, o sistema capitalista é marcado por uma divisão de trabalho e de classes.
22
DIVISÃO DE TRABALHO
E DE CLASSES
Os proprietários dos meios de
produção
0s operários,
os trabalhador
es, que vendem sua
força de trabalho.
Lógica capitalista:
O trabalhador alienado ou distante dos meios de produção, que pertencem aos patrões, estando, também alienado do produto de seu trabalho, que será vendido pra outras pessoas.
23
A posição do trabalhador na linha de produção e na divisão de trabalho.
Na mesma dinâmica do trabalho alienado, a arte perde sua dimensão expressiva, criativa e inovadora.
Essa arte é considerada por muitos como uma falsa arte, indicando uma realidade vulgar, banal, não original.
Aqueles que não participam, dizem que ele é um produto falso,
Imita o produto original.
Pejorativamente, costuma-se dizer que a classe social inferior
busca esses produtos para adquirir status social.
24
produto da industrialização voltado para a massa.
Não se distingue mais a arte de objeto banal, e uso cotidiano, feito para distrais e alegrar as massas.
O kitsch seria a arte da cópia, que produz sensações que não são aquelas que a verdadeira arte geraria no espírito humano.
O objeto kitsch é visto, por muitos, como a não arte, a completa oposição ao que possa ser definido como arte.
Para outros, é arte de má qualidade ou qualidade inferior.
O que acontece é a falsificação de materiais, manipulados de tal forma para dar-lhes aspecto de nobreza, aparentando ser o que não são.
Exemplo: pintar madeira como se fosse mármore ou dobrar zinco para parecer bronze.
O que caracteriza a indústria cultural é a produção de uma ilusão, na qual consomem produtos e ideias sempre novos, de acordo com os padrões pré-determinados e pelos modismos, os quais são estabelecidos de cima para baixo.
25
O kitsch se caracteriza como uma mistura de vários elementos culturais e artísticos que visam ser
absorvidos pelo maior número de pessoas,
26
7. Arte e educação: por um resgate da arte
O desenvolvimento do pensamento artístico é uma das dimensões fundamentais que a escola deve estimular e proporcionar.
A tarefa da escola é refinar a sensibilidade dos alunos, educar seu olhar par uma melhor percepção e cultivar sua imaginação e sua reflexão crítica e criativa.
O acesso às mais diversas manifestações artísticas, das mais variadas culturas, deve permitir que o aluno aprenda a perceber a riqueza na diversidade cultural,
Dessa forma, interpretar as múltiplas formas de os seres humanos expressarem sua busca por sentido e felicidade e manifestarem sus indignações e seus encantamentos.
27
Uma das grandes contribuições da arte no processo de educação reside no fato dela trabalhar a dimensão da poesia, da imaginação e d capacidade de se enxergar o mundo com um novo olhar.
No estudo da obra de arte o aluno deve perceber que a obra é tanto expressão subjetiva de um indivíduo quanto a manifestação cultural.
Um dos papéis da educação artística: proporcionar a aprendizagem de novas formas de comunicação e de expressão de sonhos, de desejos, de sentimentos, de afetos e de emoções.
28
A imaginação criadora que a arte estimula está na origem das diferentes formas de conhecimento.
A arte cultiva uma dimensão fundamental do ser humano.
Nessa identidade da arte, encontramos um processo de humanização do ser humano, que vi construindo à medida que vai construindo e transformando o mundo.
29
Ver texto – p. 36