Post on 02-Dec-2015
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Segundo Slack, Stuart e Johnston (2009), arranjo físico (ou
layout) representa a localização física dos recursos de
transformação de uma operação produtiva. De forma simples,
definir o arranjo físico é decidir onde colocar todas as
instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção.
Moreira (1998) indica que planejar o arranjo físico significa
tomar decisões sobre a forma de como serão dispostos os
centros de trabalho.
O que é um arranjo físico?
O arranjo deve, sobretudo, propor bem estar.
Não é raro, nos dias de hoje, que arquitetos, decoradores e
paisagistas participem da elaboração de arranjos físicos
industriais na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais
agradável.
O que é um arranjo físico?
As decisões do arranjo físico podem ser de nível estratégico:
Quando se estudam novas fábricas, grandes ampliações
ou mudanças radicais no processo de produção, que,
naturalmente, envolvem grandes investimentos.
Também podem ser de nível tático:
Quando as alterações não são tão representativas, os
riscos envolvidos e valores são mais baixos.
Raras são as decisões que partem do nível operacional.
O que é um arranjo físico?
O comércio representa um segmento altamente competitivo e
os clientes exigem padrões visuais da melhor qualidade.
O layout de um comércio
Deve-se observar os seguintes aspectos:
Disposição interna da loja (vitrine, iluminação, caixa,
movimentação de pessoas, comodidade e conforto, etc);
Área de atendimento ao cliente;
Visual do letreiro externo;
Segurança interna;
Entrada e reposição de mercadorias.
O layout de um comércio
Embora tenha menor exigência de atratividade visual que um
comércio, deve buscar o conforto e a segurança do cliente.
O layout de um prestador de serviços
Imagem de um cartório:
As mudanças nos arranjos físicos decorrem de vários motivos:
Necessidade de expansão da capacidade produtiva;
Elevado custo operacional;
Introdução de nova linha de produtos e;
Melhoria do ambiente de trabalho.
Mudanças nos arranjos físicos
Economia de movimentos: deve-se procurar minimizar as
distâncias percorridas pelos recursos transformados. A extensão
do fluxo deve ser a menor possível.
Segurança: processos que podem representar perigo para
funcionários ou clientes não devem ser acessíveis a pessoas não
autorizadas. Saídas de emergência também devem ser
claramente sinalizadas.
Princípios básicos de arranjos físicos
Flexibilidade de longo prazo: deve ser possível mudar o
arranjo físico, sempre que as necessidades da operação também
mudarem.
Princípio da progressividade: o arranjo físico deve ter um
sentido definido a ser percorrido, devendo-se evitar retornos ou
caminhos aleatórios.
Uso do espaço: deve-se fazer uso adequado do espaço
disponível para a operação levando-se em conta a possibilidade
de ocupação vertical, também, da área da operação.
Princípios básicos de arranjos físicos
A literatura indica quatro (ou cinco*) formas de se organizar
um arranjo físico produtivo:
Arranjo por produto ou por linha;
Arranjo por processo ou funcional;
Arranjo celular;
Arranjo por posição fixa;
Arranjo misto*.
Formas de arranjos físicos
Popularizou-se por meio de Henry Ford no início do século
XX, sendo muito utilizado até os dias de hoje.
Os equipamentos ou as estações de trabalho são colocados de
acordo com a sequência de montagem, sem caminhos
alternativos para o fluxo produtivo.
Este arranjo permite obter um fluxo rápido na fabricação de
produtos padronizados, que exigem operações de montagem ou
produção sempre iguais.
Arranjo por produto ou por linha
Não se trata necessariamente de uma disposição em linha
reta.
Uma linha de produção retilínea tende a ficar muito longa
exigindo áreas de longo comprimento, o que nem sempre é
possível.
Arranjo por produto ou por linha
É um tipo de arranjo físico muito comum em:
Indústrias montadoras;
Indústrias alimentícias;
Frigoríficos;
Serviços de restaurante por quilo.
Arranjo por produto ou por linha
Vantagens do arranjo físico por produto ou linha:
Possibilidade de produção em massa com grande
produtividade;
Carga de máquina e consumo de material constantes ao longo
da linha de produção;
Controle de produtividade mais fácil.
Desvantagens do arranjo físico por produto ou linha:
Costuma gerar tédio nos operadores;
Falta de flexibilidade da própria linha;
Fragilidade a paralisações e subordinação aos gargalos.
Arranjo por produto ou por linha
O arranjo físico por processo agrupa, em uma mesma área,
todos os processos e equipamentos do mesmo tipo e função.
É um arranjo facilmente encontrado em prestadores de serviço
e organizações do tipo comercial.
Este arranjo também pode agrupar em uma mesma área
operações ou montagens semelhantes.
Arranjo por processo ou funcional
É um tipo de arranjo físico muito comum em:
Industrias de produtos complexos;
Lojas comerciais;
Hospitais.
Arranjo por processo ou funcional
Exemplo de
indústria de
confecções:
camisetas, camisas,
calças, jaquetas e
macacões:
Vantagens do arranjo físico por processo ou funcional:
Flexibilidade para atender a mudanças de mercado;
Bom nível de motivação;
Atende a produtos diversificados em quantidades variáveis ao
mesmo tempo.
Desvantagens do arranjo físico por processo ou funcional:
Apresenta um fluxo longo dentro da fábrica;
Exige mão-de-obra qualificada;
Maior necessidade de máquinas.
Arranjo por processo ou funcional
Alguns conceitos básicos que devem ser obedecidos para a
elaboração de um bom arranjo:
Aresta viva: o lado ou dimensão produtiva de um equipamento.
É onde o trabalhador opera a máquina.
Superfície ou área projetada: é a área correspondente à
projeção ortogonal do contorno do equipamento em relação ao
piso da fábrica.
Superfície ou área de operação: corresponde à área
estritamente necessária para que o trabalhador possa operar o
equipamento de forma segura e eficiente.
Arranjo por processo ou funcional
Alguns conceitos básicos que devem ser obedecidos para a
elaboração de um bom arranjo:
Superfície ou área de circulação: além da área de operação,
será necessário prever uma outra área para permitir a circulação
do fluxo de produtos, pessoas e materiais da operação
produtiva.
Corredores de passagem: são áreas destinadas à circulação
comum de pessoas, materiais e veículos que não fazem parte
direta do fluxo de produção.
Arranjo por processo ou funcional
Alguns conceitos básicos que devem ser obedecidos para a
elaboração de um bom arranjo:
Arranjo por processo ou funcional
O arranjo físico do tipo celular procura unir as vantagens do
arranjo físico por processo, com as vantagens do arranjo físico
por produto.
A célula de manufatura consiste em arranjar em um só local,
conhecido como célula, máquinas diferentes que possam
fabricar o produto inteiro.
Material se desloca dentro da célula buscando os processos
necessários, porém o deslocamento ocorre em linha. Alguns
gerentes de produção que se referem ao arranjo celular como
“mini linhas de produção”.
Arranjo celular
Vantagens do arranjo físico celular:
Diminuição do transporte de material;
Maior satisfação no trabalho.
Desvantagens do arranjo físico celular:
Específico para uma família de produtos;
Dificuldade em elaborar o arranjo.
Arranjo celular
Também conhecido por arranjo físico posicional.
O produto ou material a ser transformado permanece
estacionário em uma determinada posição e os recursos de
transformação se deslocam ao seu redor, executando as
operações necessárias.
Arranjo por posição fixa
Normalmente utilizado quando:
A natureza do produto, como peso, dimensões e/ou
forma impedem outra forma de trabalho: projetos de
grandes construções, como estradas, arranha-céus,
pontes, usinas hidroelétricas, construções em estaleiros,
dentre outros.
A movimentação do produto é inconveniente ou
extremamente difícil. Este é o caso de cirurgias,
tratamento dentário, trabalhos artesanais como esculturas
e pinturas, montagem de equipamentos delicados ou
perigosos etc.
Arranjo por posição fixa
Vantagens do arranjo por posição fixa:
Não há movimentação do produto;
Facilita a utilização de técnicas de programação e controle, tais
como: PERT/CPM;
Existe a possibilidade de terceirização de todo o projeto, ou de
parte dele, em prazos previamente fixados.
Desvantagens do arranjo por posição fixa:
Complexidade na supervisão e controle de mão-de-obra, de
matérias primas, ferramentas etc.;
Necessidade de áreas externas próximas à produção para
submontagens, guarda de materiais e abrigos para funcionários;
Produção em pequena escala e com baixo grau de
padronização.
Arranjo por posição fixa