Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 89-90

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Estes dois trabalhos não são demasiado indicativos: – Gramática não era exatamente a mais

estudada;– Compreensão é sempre contingente (e

havia vocabulário que não era o nosso).

2 valores para cada item de escolha múltipla (7 x 2 = 14)

6 valores para o item de associação:5 alíneas certas = 6 valores4 alíneas certas = 53 alíneas certas = 42 alíneas certas = 31 alínea certa = 2

4. o enunciador exprime uma ideia de continuidade face às ideias anteriores.

A distensão do tempo em Frei Luís de Sousa

a) torna a ação inverosímil.b) cumpre os cânones da tragédia clássica. [24 horas; um só cenário]c) não compromete o cumprimento da lei das três unidades na peça.d) concorre para a concentração do espaço.

A utilização do determinante possessivo na expressão «nosso texto» (l.12)

a) constitui uma estratégia de aproximação ao leitor.b) destaca a autoria da peça.c) representa uma utilização do plural majestático. [«Fomos eleito(s) ontem e achámos lindíssima a fumaça cinzenta»]d) evidencia o distanciamento crítico do autor. 

A mutação de espaço entre os dois primeiros atos da tragédia garrettianaa) sucede por força dos cânones clássicos [ao contrário] e assume-se como indispensável para o progresso da ação.b) decorre da atuação de uma personagem [Manuel de Sousa] e configura-se indispensável para o progresso da ação.c) decorre da atuação de uma personagem, embora seja pouco significativa para o desenvolvimento do conflito.d) sucede por força dos cânones clássicos, decorre da atuação de diversas personagens e é fundamental para o evoluir da ação. 

A caracterização de Telmo como «dupla consciência de toda a família» (l. 33) salienta

a) a função da personagem na peça, enquanto crítico da dicotomia [= divisão] temporal passado/presente.b) a função da personagem na peça, como conselheiro da família no presente.c) a importância da personagem na peça, enquanto confidente de D. João de Portugal no passado.d) as duas funções da personagem na peça, como coro e escudeiro. (não é disparatada) 

Os vocábulos «fatalismo» (l. 20) e «fatalidade» (l. 36) contribuem para a coesão

a) interfrásica.b) temporal.c) lexical. d) frásica. 

No contexto, a expressão «trave-mestra» (l. 36) significa

a) tipo de texto.b) núcleo temático.c) mecanismo comunicativo.d) determinismo. 

A repetição da expressão «através de» (ll. 40-43)

a) realça a presença contínua de D. João de Portugal em cena.b) salienta os indícios trágicos que se avolumam no decorrer da ação.c) acentua a possibilidade de uma leitura sebastianista da personagem de D. João de Portugal.d) destaca os elementos da enumeração que apresenta os meios pelos quais se concretiza a presença de D. João de Portugal em cena.

a. Com a expressão «Tudo isto» (l. 3),2. o enunciador sintetiza um conjunto de

elementos anteriormente referidos.

b. Com o uso do conector «pois» (l. 9),3. o enunciador introduz um nexo de causalidade. (não de consequência)

c. Com a utilização de «esta» (l. 10),5. o enunciador retoma um referente já expresso.

Examinemos então a ação. Estava esta, na tragédia clássica, …

d. Com o recurso ao conector «antes» (l. 35),7. o enunciador introduz um nexo de oposição.

sem artifícios inúteis, antes concorrendo todos

= ao contrário

e. Com o pronome «que» (l. 38),6. o enunciador restringe a informação dada sobre o antecedente.

é uma personagem que domina o texto

Na expressão «tragédia romântica» (l.1), usada na caracterização de Frei Luís de Sousa quanto ao género literário em que se integra, em termos de classes palavras temos

a) um nome e um adjetivo.b) dois adjetivos.c) um nome e um advérbio.d) um adjetivo e um nome. 

O complexo verbal «podemos dizer» (l. 1) transmite um valor modal de

a) probabilidade. (modalidade epistémica)b) obrigatoriedade.c) possibilidade. (modalidade deôntica)d) duração. 

A palavra «visível» (l. 5) tem acento gráfico por ser uma palavra

a) grave (paroxítona).b) esdrúxula (proparoxítona).c) aguda (oxítona) e terminar em -l.d) grave (paroxítona) e terminar em -l.

-l, -n, -r, -x, -ps

No segmento textual «referências a Camões e a Bernardim Ribeiro» (ll. 9-10), as palavras sublinhadas pertencem à classe

a) das preposições.b) dos pronomes pessoais.c) dos determinantes artigos definidos.d) dos advérbios.

Os termos «Família» (l. 12) e «criados» (l. 12) são, no contexto,

a) sinónimos.b) hiperónimo e hipónimo, respetivamente.c) antónimos.d) holónimo e merónimo, respetivamente. a Família, em que se integram os criados

A passagem «Igualmente romântico é o estatuto das personagens» (l. 15) concretiza um ato ilocutório

a) compromissivo.b) assertivo.c) diretivo.d) expressivo. 

O recurso estilístico presente em «as grandes decisões, as grandes ações, as grandes hesitações, os grandes terrores, os grandes arrependimentos.» (ll. 19-20) é

a) a metáfora.b) o paralelismo.c) o paradoxo.d) a apóstrofe.

a. Com o uso de «que» (l. 2),7. o enunciador contribui com

informação adicional sobre o referente.

do autor, que a escreveu em prosa e em três atos, ainda

b. Com o uso do travessão (ll. 7, 8, 14 e 16),3. o enunciador introduz exemplos confirmativos das afirmações anteriores.

c. Com a utilização dos parênteses,6. o enunciador apresenta informação complementar sobre as asserções precedentes.

d. Com o recurso ao advérbio «Igualmente» (l. 15),4. o enunciador exprime uma ideia de continuidade face às ideias anteriores.

e. Com o adjetivo «romântico» (l. 15),2. o enunciador predica sobre o sujeito da oração.

O estatuto das personagens é romântico

3Afonso regressa a Lisboa porque

«não queria […] viver muito afastado do neto», que, tendo terminado o curso, [viajado durante um ano e] pretendendo agora iniciar a sua carreira de médico, devia instalar-se na capital.

para «[n]ão (…) viver muito afastado do neto»

De outro modo, ficaria «(…) muito afastado do neto (…)»

De outro modo, ficaria «muito afastado do neto»

5Fisicamente, Afonso era «baixo,

maciço». Psicologicamente, era, segundo ele próprio, «egoísta», mas o narrador apresenta-o como «bonacheirão», altruísta («as generosidades do seu coração»; «parte do seu rendimento ia-se-lhe por entre os dedos, esparsamente, numa caridade enternecida»), «sereno» e «risonho». (Outro aspeto da sua caracterização, a idade, é focada a seguir.)

5.1A hipérbole «mais idoso que o século»

salienta a idade de Afonso, o seu retrato de patriarca daquela família, [o que vai ser determinante na componente de tragédia que tem o romance,] mas remete mais ainda para o facto de ter testemunhado uma série de acontecimentos históricos (em termos funcionais serve de bitola para o enquadramento histórico sobretudo nos capítulos de analepse).

entre 1820 e 1875 | 85 pp. | caps. I-IV | [Analepse]

Juventude de Afonso da Maia. Exílio de Afonso. Casamento de Afonso com Maria Eduarda Runa. Infância de Pedro, em Inglaterra. Regresso a Benfica, juventude, amores e casamento de Pedro. Suicídio de Pedro. Infância e educação de Carlos, em Santa Olávia. Carlos cursa Medicina, em Coimbra. Carlos viaja pela Europa.

1875 a 1877 | 590 pp. | caps. IV-XVIICarlos em Lisboa.

1877 | 2 pp. | cap. XVIII Carlos e Ega viajam.

1886 a 1887 | 25 pp. | cap. XVIIICarlos regressa a Lisboa.

[última pergunta]Carlos surpreendeu os amigos da família ao preferir Medicina a Direito. Em Coimbra, esteve instalado no que se chamaria depois «Paço de Celas» (onde, por vezes, se hospedava o avô). Amigo de João da Ega, tem vida boémia, interessa-se pelas vanguardas literárias e artísticas, mais do que estuda. Tem namoros de ocasião (primeiro, uma mulher casada; depois, uma concubina).

TPC (para férias) — Terminar, ou, pelo menos, avançar decisivamente, em Os Maias (haverá questionários de compreensão, para verificar se a leitura tem sido mesmo feita, logo no recomeço ou poucos dias depois).

Recomendo também que procurem ler, relativamente aos capítulos do manual que temos estudado, os enquadrados, os esquemas, os pequenos textos ensaísticos intercalados que possam ser úteis para fixar conteúdos relacionados com Frei Luís de Sousa ou com Vieira.

Quem não entregou trabalhos grandes — por vezes, ainda o do primeiro período; em outros casos, o mísero tepecê que lhes pedi em torno de Frei Luís de Sousa e canção —, que os faça em férias e mos dê depois. (Prometo no 3.º período ter isso em conta. Para já, terei de ser punitivo nas notas do 2.º período, como sempre fui avisando.)

Lembro que só considero o tepecê sobre Frei + Canção completado depois de me ser enviada correção.

(Até anteontem tinha as correções recebidas todas lançadas no blogue e com nota [vou evitar dizê-la agora]. As chegadas já ontem já demorarão mais.)

Quer no final do filme quer no final do drama de Garrett, a personagem feminina adolescente é sacrificada: na peça, Maria morre (de tuberculose, de vergonha e por se ver separada dos pais); no filme, a miúda de cujo nome não me lembro aparece grávida.

Em ambas as obras se chega a um momento em que o casamento do par de protagonistas se vê posto em causa por um terceiro elemento (pelo regressado João de Portugal, em Garrett; por uma prostituta, no filme de Scola). A solução é diametralmente oposta: em Frei Luís de Sousa, desfaz-se o par, pelo abandono da vida secular; em Feios, Porcos e Maus, há uma integração do intruso (aliás, da intrusa).

Há uma apreciável unidade de espaço e de tempo na construção da peça, apesar de não tão rigorosas quanto estipulava o modelo da tragédia clássica (o mesmo local, um dia): dois palácios na mesma cidade; oito dias. Quanto ao filme, começa e acaba no mesmo território (com raras saídas), mas o tempo é mais alargado, sendo as bitolas a barriga da miúda e a evolução da cidade em redor da barraca.

Na peça há rigorosa unidade de ação (tudo converge para o conflito e para a catástrofe), como manda o modelo da tragédia. No filme, o facto de haver personagens-tipo, cada uma com a sua vida um pouco particular, parece dispersar a intriga, mas logo se percebe que há relativa convergência também (no conflito e, neste caso, na não-catástrofe).

O desfecho em Frei Luís de Sousa é fatal. No filme, há sempre uma redenção, uma salvação inesperada (diferente-mente do que manda o modelo trágico).

Outra característica de tragédia que o drama garretiano adota é a do estatuto das personagens, que são, com efeito, de alta estirpe social. Nos antípodas, na galeria de personagens do filme comparecem marginais em número razoável. Em termos psicológicos, a nobreza de caráter que supõe a tragédia verifica-se no Frei mas não no Feios.

O estilo elevado cumpre-se também na linguagem formal e delicada do texto de Garrett. Esse estilo dá lugar, no filme italiano, a registos linguísticos absolutamente informais.

Nenhuma das obras usa o verso, obrigatório na tragédia. Estão ambas em prosa.

Já vimos que o coro da tragédia clássica talvez se concretize, na peça de Garrett, por intervenções de Telmo, de Jorge, dos religiosos. Será forçado, no caso da obra de Scola, considerar a avó como equivalente do coro.

Quanto à indole ‘representação’ (versus biografia, história) característica da tragédia, é discutível se é predominante no Frei Luís de Sousa. Curiosamente, em Feios, Porcos e Maus, parece mais óbvio o teor alegórico, simbólico.