Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 73-74

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«O verdadeiro homem fala das suas qualidades em voz baixa e dos defeitos em voz alta»

=

‘devemos ser modestos’

[10.º 1.ª, 7.ª, 12.ª]

Se houver cartas para enviar (e cópia do cartão de cidadão), deem-mas.

[10.º 5.ª, 8.ª]

Se houver cartas para enviar (e cópia do cartão do cidadão), deem-mas agora ou

tragam-mas na próxima aula.

«Camões e a tença»(cantado por José Mário Branco)

Irás ao Paço. Irás pedir que a tençaSeja paga na data combinada. Este país te mata lentamente País que tu chamaste e não respondePaís que tu nomeias e não nasce

Em tua perdição se conjuraramCalúnias desamor inveja ardenteE sempre os inimigos sobejaramA quem ousou seu ser inteiramente mais ser que a outra gente

E aqueles que invocaste não te viram Porque estavam curvados e dobrados Pela paciência cuja mão de cinzaTinha apagado os olhos no seu rosto

Irás ao Paço irás pacientementePois não te pedem canto mas paciência

Este país te mata lentamente

Vocativo | Pessoa verbal | Pronomes/Determinantes | Formas verbais

Campo | 2.ª singular | te | estendes

Ovelhas | 2.ª plural | vosso, vos | tendes, mantendes

Gado | 2.ª plural | vosso | paceis, entendeis, comeis

-endes A-ela B-ela B-endes A-endes A-ão C-anças D-ão C

O esquema rimático de cada oitava é (escolhe uma delas; o esquema é igual): A B B A A C D C.

Entre os versos 6 e 7 há rima emparelhada, tal como entre os versos 8 e 9. Os versos 5 e 8 fazem rima interpolada, já que entre eles há a tal parelha consti-tuída pelos versos 6 e 7. As rimas em -ão (no antepenúltimo e no último versos de ambas as oitavas) exemplificam a rima cruzada. Há ainda um verso solto, ou branco, que é o décimo primeiro.

«Verdes são os campos»(cantado por José Afonso)

Verdes são os camposda cor de limão;assi são os olhosdo meu coração.

Campo, que te estendescom verdura bela;ovelhas, que nelavosso pasto tendes;d’ervas vos mantendesque traz o verão,e eu das lembrançasdo meu coração.

Gado, que paceis,

co contentamento

vosso mantimento

não o entendeis:

isso que comeis

não são ervas, não:

são graças dos olhos

do meu coração.

d’ervas vos mantendes

que traz o verão,

e eu das lembranças

do meu coração.

Verdes são os campos

da cor de limão;

assi são os olhos

do meu coração.

Campo, que te estendes

com verdura bela;

ovelhas, que nela

vosso pasto tendes;

d’ervas vos mantendes

que traz o verão,

e eu das lembranças

do meu coração.

Gado, que paceis,

co contentamento

vosso mantimento

não o entendeis:

isso que comeis

não são ervas, não:

são graças dos olhos

do meu coração.

Copia os versos de «Endechas a Bárbara escrava» (p. 167), mas acrescentando em cada verso a(s) palavra(s) suficiente(s) para transformar estas endechas, que estão em redondilha menor (versos pentassilábicos), em versos de redondilha maior (heptassilábicos). A rima manter-se-á, pelo que deves intervir apenas no início ou no meio de cada verso.

«Aquela cativa» (p. 167)

redondilha menor (pentassílabo) >

redondilha maior (heptassílabo)

Aquela | be | la | cativa,que me tem | de | si | cativo,porque nela eu | es | tou | vivojá não quer que as | sim | eu | viva. | Po | rém, | eu nunca vi rosa, | e | mes | mo em suaves molhos,que para meus | frá | geis | olhos fosse mais | lin | da e | formosa.

«Endechas a Bárbara escrava»(cantadas por Sérgio Godinho)

Aquela cativa,

que me tem cativo

porque nela vivo

já não quer que viva.

Eu nunca vi rosa

em suaves molhos,

que para meus olhos

fosse mais formosa.

Nem no campo flores,

nem no céu estrelas,

me parecem belas

como os meus amores.

Rosto singular,

olhos sossegados,

pretos e cansados,

mas não de matar.

Uma graça viva,

que neles lhe mora,

para ser senhora

de quem é cativa.

Pretos os cabelos,

onde o povo vão

perde opinião

que os louros são belos.

Pretidão de Amor,

tão doce a figura,

que a neve lhe jura

que trocara a cor.

Leda mansidão

que o siso acompanha;

bem parece estranha,

mas bárbora não.

Presença serena

que a tormenta amansa;

nela enfim descansa

toda a minha pena.

Esta é a cativa

que me tem cativo,

e, pois nela vivo,

é força que viva.

Nem no campo flores,

nem no céu estrelas,

me parecem belas

como os meus amores.

Rosto singular,

olhos sossegados,

pretos e cansados,

mas não de matar.

TPC — (i) Em folha solta, escreve o poema (em duas quadras e um dístico) que é pedido no ponto 1.1/Escrita da p. 160. Lê bem as instruções. Se necessário, consulta as pp. 230-231 (versificação) e 334-335 (comparação, metáfora, paradoxo).

(ii) Entretanto, aproveita os próximos tempos para prosseguir/iniciar leituras livres de livros.