Post on 03-Jul-2015
Acrescenta ao texto um último parágrafo — posterior, portanto, a «em todo o mundo’» —, com cerca de cem palavras, entre as quais, obrigatoriamente, estas: ___; ___; ___; ___; ___; ___. Deves procurar que a notícia-reportagem se mantenha verosímil e adotar registo linguístico semelhante ao do resto do artigo. O ideal é que as seis palavras em causa não sejam sentidas como estranhas. (São interditas espertices do tipo «e fulano decidiu riscar as palavras tal, tal, tal, tal, tal e tal».)
Senhora Malena,Alguém bem mais capaz do que eu
escreveu que o único verdadeiro amor é o amor não correspondido. Percebo agora porquê. Passou-se tanto tempo desde que não sai de casa... Mas quanto mais separados estamos mais forte o meu amor se torna.
Dizem que vai casar com o advo-gado Centorbi. Posso ser miúdo, como me chamou quando passou por mim nos degraus, sem me ver, como é
costume — mas como poderá viver com um velho gordo, calvo e que mu-lher alguma quis, de tão feio? Diz-se que ele nunca se lava e que fede como um bode. Como é que a sua pele tão branca e macia suportará encostar-se à suada de um velho, que nunca dá um passo sem o consentimento da beata da mãe?
Na p. 320 do manual, relanceia o que se diz acerca de deixis (deíticos) pessoal, temporal, espacial.
Não falei contigocom medo que os montes (1)e vales que me achascaíssem (2) a teus pés...Acredito e entendoque a estabilidade (3) lógicade quem não quer explodirfaça bem ao escudo (4) que és...
Saudade é o ar (5)que vou sugando e aceitandocomo fruto (6) de verãonos jardins (7) do teu beijo...Mas sinto que sabesque sentes tambémque num dia maiorserás trapézio (8) sem redea pairar sobre o mundo (9)e tudo o que vejo...
É que hoje acordei e lembrei-meque sou mago (10) feiticeiroQue a minha bola de cristal (11)é folha (12) de papelNela te pinto nuanuma chama (13) minha e tua.
Desconfio que ainda não reparasteque o teu destino (14) foi inventadopor gira-discos (15) estragadosaos quais te vais moldando...E todo o teu planeamento (16) estratégicode sincronização (17) do coraçãosão leis (18) como paredes e tetoscujos vidros (19) vais pisando...
Anseio o dia em que acordarespor cima de todos os teus números (20)raízes quadradas (21) de somas subtraídas (22)sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vidaum ciclo (23) viciosoharmonioso (24) ao teu gesto mimado (25)
e à palma da tua mão...
É que hoje acordei e lembrei-meque sou mago (26) feiticeiroQue a minha bola de cristal (27)é folha (28) de papelE nela te pinto nuaNuma chama (29) minha e tua.
Desculpa se te fiz fogo (30) e noite
sem pedir autorização (31) por escrito
ao sindicato (32) dos Deuses...
mas não fui eu que te escolhi (33).
Desculpa se te usei
como refúgio (34) dos meus sentidos
pedaço de silêncios (35) perdidos
que voltei a encontrar em ti...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago (36) feiticeiro...
... nela te pinto nua
Numa chama (37) minha e tua.
Ainda magoas (38) alguém
O tiro (39) passou-me ao lado
Ainda magoas (40) alguém
Se não te deste a ninguém
magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
Escrevo este slide às oito da noite. Neste computador que me vejo obrigado a usar — que alerta constantemente «É necessário o restauro do sistema pós-infeção» — convém fazer 'guardar' com frequência. Ali, ao fundo, tenho um melhor, mas tem um programa «open», o que não dá jeito. Agora, vou parar.
deíticos pessoaisdeíticos espaciaisdeíticos temporais
enunciadoenunciação (acto de produção de um
enunciado)
deíticos são marcas da enunciação.
Trata-se de um texto redigido na 1.ª pessoa em que o enunciador do discurso expressa os sentimentos de forma directa a um interlocutor.
São deíticos pessoais, entre outros: «Falei»; «me», «minha»; «eu».
Apesar de o texto não apresentar a forma de uma carta, em termos temáticos e linguísticos justifica-se essa classificação, uma vez que encontramos emissor («eu») que se dirige a um interlocutor ausente («tu») para lhe dar conta de circunstâncias e sentimentos específicos da sua vida e da sua relação.
TPC
Prepara a leitura em voz alta das cartas nas pp. 131 (carta de José Régio a Jorge de Sena) e 132 (carta de texto ficcional).