Post on 30-Jun-2015
1. EQUIPE
A equipe APPCC deve ser formada de modo a se obter uma equipe multiprofissional
visando atende ar todas as etapas do Sistema, desde a definição do produto até o fim de seu
processamento e armazenamento, passando pela identificação e avaliação de PCC,
estabelecimento das ações corretivas, procedimentos de verificação e o registro.
Nome Função
Marco Antônio Brunelli PujattiResponsável pela instalação e
manutenção do APPCC
Luciana Poubel VazResponsável pela fiscalização dos PCC e
manutenção do sistema APPCC em dia.
2. OBJETIVOS
Garantir a segurança e a qualidade da carne comercializada por este estabelecimento,
evitando problemas decorrentes de perigos químicos, físicos ou biológicos que possam levar,
além da perda de integridade do produto, deterioração e a ocorrência de danos à saúde do
consumidor.
3. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
Razão social: PP Comercialização de Alimentos Ltda
Nome fantasia: Casa de Carnes Bomboi
Endereço completo: Rua Número Um, 22, Bairro Centro, Viçosa, MG. CEP 36570-000
Telefone: (31) 5555 5555 Fax: (31) 6666 6666
CGC: I.E:
Responsável Técnico: Antônio Silveira
Nº de registro no SIF: 8507
Categoria do estabelecimento: Estabelecimento comercializador
Relação dos produtos elaborados: Carne “in natura”.
Destino da produção: Consumidor final.
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4. ORGANOGRAMA DA EMPRESA
A. Colaborador da Produção
É responsável pelo fracionamento e embalagem das carnes pré-processadas (peças). Este
deve cuidar da higienização e sanitização de utensílios e equipamentos relacionados com suas
funções, bem como monitorar e registrar todo esse processo de limpeza.
B. Colaborador de Estoque
É responsável pela recepção da matéria-prima (carcaças) e estocagem das mesmas. Deve
monitorar a temperatura, funcionamento e sanitização das câmaras frias, bem como coordenar
a equipe com relação as suas funções.
C. Balconista 1
Responsável pela embalagem e exposição do produto. Também atua no setor de venda.
D. Balconista 2
Responsável pela embalagem, exposição do produto. Também atua no setor de venda.
E. Responsável - estoque
Tem como função receber a matéria-prima (carcaças), controlar o estoque (PMPS). É
responsável por checar as temperaturas das câmaras frias através de amostragens e análises
de qualidade.
F. Responsável – comercialização
Deve checar a temperatura dos freezers expositores, freqüência de limpeza e sanitização,
estocagem da embalagem por meio de registros. É também responsável pela verificação dos
registros de atividades dos balconistas.
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G. Gerente
É de sua responsabilidade supervisionar e liderar as ações corretivas caso não ocorra uma
conformidade. É também responsável por análises terceirizadas e manutenção dos registros.
5. DESCRIÇÃO DO PRODUTO
A. Nome: carne “in natura”
A carne é um tecido biológico próprio para consumo humano e propicia fácil crescimento
microbiano devido as suas características intrínsecas (composição, pH, Aw, etc..). Sendo assim,
é essencial que se evite a entrada de possíveis contaminantes através da adoção de medidas
higiênico-sanitárias adequadas e mantendo-se a carne em baixas temperaturas para evitar
crescimento dos mesmos.
A manutenção da carne a temperaturas menores que 10°C seleciona a microflora
contaminante. Sob estas condições, as bactérias anaeróbias, causadoras da putrefação
anaeróbia, que se multiplicariam no interior da carne, fazem-no lentamente. Logo, possíveis
alterações microbiológicas somente ocorrerão na superfície da carne devido, principalmente,
ao crescimento de bactérias psicotróficas.
A quantidade e tipo de microorganismo que se desenvolverá na carne dependerão das
condições do animal antes do abate, transporte, condições de estresse, etc. Em se tratando de
animal sadio, poucos microorganismos são encontrados, com exceção da superfície externa,
dos tratos digestivos e respiratórios. Assim, o nível de contaminação geralmente é menor na
superfície interna do que na externa.
B. Composição percentual
Carne Água Carbidratos Proteínas Gordura Cinzas
Pedaço 69,0 0 19,5 11,0 1,0
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6. FLUXOGRAMA DO PROCESSAMENTO
DESCRIÇÃO DAS ETAPAS
A. Recepção da carne
Para um recebimento da carne, se faz um controle do local onde estes serão estocados,
evitando assim a perda dos mesmos. Esta etapa de recebimento constitui uma das etapas
importantes do controle higiênico-sanitário, devendo ser feita as seguintes verificações:
i. Condições de transporte do produto (carne)
ii. Data de validade da carne
iii. Local para o recebimento (devem estar limpos e sanitizados)
iv. Condições de temperatura para a matéria prima que se fizer necessário
acondicionamento sob refrigeração ou congelamento
v. Especificação visível do produto bem como a sua origem
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B. Estocagem
O armazenamento da carne deve ser feito em local e condições adequadas de higiene e
temperatura que garantem a proteção contra a contaminação física, química ou biológica
causadas por sujidades ou resíduos doméstico, industrial, agrícola, químico e microbiológico,
cuja presença possa alcançar níveis que representem risco para a saúde.
Para uma estocagem correta do produto em questao, este deve ficar sob refrigeração
(temperatura ideal de 0,5 a 5°C) caso o uso seja freqüente (diariamente). Quando se deseja
estoca-lo por um período mais longo (de 4 a 6 meses), esta deve ser congelada (temperatura
ideal de –18 a 0°C).
C. Fracionamento da carne
Essa etapa do processo de produção é realizada em uma área de acesso restrito e visível,
onde portas e outras aberturas devem estar continuamente fechadas e teladas para evitar a
entrada de possíveis animais como insetos, pássaros, roedores. O fracionamento propriamente
dito deve ser realizado sobre tabuas de polipropileno, devidamente higienizadas.
D. Embalagem
O acondicionamento do produto na embalagem deverá realizar-se de adequado, permitindo
assim um lacre perfeito, logo se evita a contaminação do produto.
A embalagem, em alguns casos, pode carrear microrganismos aos produtos elaborados,
comprometendo a inocuidade dos mesmos. Deve ser, portanto, investigada a procedência das
embalagens utilizadas.
Todo o material empregado na embalagem deverá ser armazenado em locais destinados à
finalidade, e em condições de sanidade e limpeza. Trata-se de saco plástico de PEAD para
quantidades diversas de produto e bandejas de isopor envolvidas por filme de polietileno.
E. Estocagem do produto acabado
Para uma segurança maior, devido a rotatividade de saída de produtos, as lingüiças
elaboradas podem ficar estocadas em freezers expositores sob uma faixa de temperatura entre
5 a 7°C
Nas câmaras frias, deve-se evitar o acúmulo de gelo e obstrução dos difusores de ar,
estabelecendo programa de descongelamento, limpeza e manutenção.
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7. IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS POTENCIAIS
Condições de recepção, armazenagem e manipulação da matéria-prima; uso de
equipamentos e utensílios; situação de limpeza, sanificação e edificação da indústria e
comportamento de manipuladores envolvidos na linha de produção.
A. Físicos
Insetos, adornos pessoais, cabelo de manipuladores, pelos de animais.
B. Químicos
Sanitizantes para higienização dos equipamentos: Resíduos de detergentes e
desinfetantes. Lubrificantes de equipamentos.
C. Microbiológicos
Principalmente, Acinetobacter, Aeromonas, Enterococcus, Moraxella, Pseudomonas,
Psychrobacter a 36°C.
8. DETERMINAÇÃO DOS PONTOS CRITICOS DE CONTROLE
A. Arvore de decisão de PCC
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B. Analise e determinação de PCC
ETAPAS PERIGOS Q1 Q2 Q3 Q4 PCC
Recepção da carne (carcaça)
- Biológicos:Acinetobacter, Aeromonas, Enterococcus, Moraxella, Pseudomonas, Psychrobacter a 36°C, e Salmonella sp.
- Físicos: Pelos de animais.
Sim
- Fiscalizar a temperatura do compartimento refrigerador do veículo de transporte;
- Fiscalizar selos de inspeção e certificados do fornecedor;
- Análises laboratoriais randômicas: contagem de mesofilos na superficie da carcaça (valor deve ser inferior a a 105/)
Não Sim Não PCC
Estocagem - Biológicos:Acinetobacter, Aeromonas, Enterococcus, Moraxella, Pseudomonas, Psychrobacter a 36°C, e Salmonella sp.
- Físicos: sujidades
Sim
- Checagem rotineira da temperatura das câmaras de resfriamento em intervalos de tempo pré-determinados;
- Higienização correta da câmara e equipamentos envolvidos nesta etapa. Câmara fria: deve-se aplicar água; Esfregar as paredes e pisos com detergente com pano e bucha de nylon; Aplicar sanitizante e deixá-lo agir por 15 min. Procedimento realizado uma vez por semana.Equipamentos: aplicação de água corrente; limpeza manual várias vezes ao dia, com o uso de detergente. Sanitização por 15 min. e enxágue. Procedimento realizado sempre antes e após o uso.
Sim - - PCC
Fracionamento da carne
- Biológicos:Bacillus cereus, Clostridium botulinum, Sthaphylococcus aureous à 36°C e Salmonella sp.
Sim
- Os instrumentos de corte e utensílios em geral devem permanecer no esterilizador à temperatura
Sim - - PCC
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Estocagem do produto pronto
- Físicos: resíduos oriundos de utensílios e instrumentos de corte, cabelos, adornos pessoais, insetos - Químicos: sanitizantes, usados na higienização de equipamentos e utensílios
- Biológicos: Acinetobacter, Aeromonas, Enterococcus, Moraxella, Pseudomonas, Psychrobacter a 36°C, e Salmonella sp.
- Físicos: sujidades
de 85oC e depois deve ser realizada a desinfecção química por imersão em solução de hipoclorito de sódio (100mg/l).
Sim
- Checagem rotineira da temperatura das câmaras de resfriamento em intervalos de tempo pré-determinados;
- Higienização correta da câmara, aplicando água e detergente com pano e bucha de nylon; Aplicar sanitizante e deixá-lo agir por 15 min. Procedimento realizado uma vez por semana.
Sim - - PCC
Comercialização - Biológicos: Bacillus cereus, Clostridium botulinum, Sthaphylococcus aureous à 36°CSalmonella sp.
- Físicos: cabelos, adornos pessoais, insetos - Químicos: substâncias liberadas pelas embalagens e resíduos de sanitizantes
Sim
- Checagem rotineira da temperatura dos refrigeradores.
Sim - - PCC
9. LIMITES CRÍTICOS E AÇÕES CORRETIVAS
PCC PERIGO LIMITES CRÍTICOSRecepção da Carcaça Mesófilos deteriorantes
Salmonella sp.
<105 UFC/cm2 (GIL, 2000)
Ausente (Brasil)
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Pêlos de animais Ausente
Estocagem Mesófilos deteriorantes
Salmonella sp.
Temperatura da câmara fria
<105 UFC/cm2
Ausente
Entre 0,5°C e 5°C
Fracionamento da carne Mesófilos deteriorantes
Salmonella sp.
Sanitizante (Hipoclorito de Sódio)
<105 UFC/cm2
Ausente
Ausente
Estocagem do produto
pronto
Mesófilos deteriorantes
Salmonella sp.
Temperatura
dos freezeres expositores
Sujidades
<105 UFC/cm2
Ausente
Entre 5°C e 7°C
Ausente
Comercialização Salmonella sp.
Cabelos,adornos pessoais e insetos
Hipoclorito de Sódio
Ausente
Ausente
Ausente
10. PROCEDIMENTOS PARA MONITORAMENTO DOS PCC
A. Aspectos que serão monitorados:
- Temperatura das câmaras frias;
- Temperatura dos freezeres expositores;
- Quantificação de mesófilos e Salmonella sp. do produto final;
- Quantificação de mesófilos e Salmonella sp imediatamente após a recepção da
carcaça;
- Presença de sujidades, adornos pessoais, pêlos e outros resíduos em geral;
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B. Equipamentos utilizados durante o monitoramento:
- Termômetros – devem ser calibrados semanalmente;
- Petrifilme – devem ser devidamente armazenadas para evitar contaminação;
- Estufa.
C. Frequência de monitoramento:
Ação Frequência Responsável
Checagem da temperatura
das câmaras frias
Ao início e ao término de
cada turno
Coolaborador - Estoque
Checagem da temperatura
dos freezeres expositores
Ao início e ao término de
cada turno
Coolaborador Produção
Quantificação de
microorganismos em carcaças
Sempre que houver
recepção de carcaças.
Responsável - Estoque
Quantificação de
microorganismos em produto
acabado
Uma vez a cada dois dias Responsável
Comercialização
Serão realizados treinamentos periódicos a cada semestre e/ou quando houver alterações
na equipe responsável e/ou equipamentos, acompanhados de palestras com fins motivacionais
e de entendimento do programa APPCC.
11. AÇÕES CORRETIVAS
A. Segregar e identificar todos os produtos do mesmo lote (cortes provenientes de uma
mesma carcaça) ou estocados em mesma condição (freezers e câmaras frias):
Produtos classificados como não conformes devem ser separados para análise da não-
conformidade e investigação da causa.
B. Ajustar o processo e corrigir a causa do desvio:
A partir da análise das não-conformidades, a equipe APPCC é responsável pelas
alterações que se fizerem necessárias no processo a fim de evitar desvios no padrão de
qualidade do produto.
C. Analisar a disposição
A ocorrência de contaminações sejam elas físicas, químicas ou biológicas em níveis não
aceitáveis de acordo com o este Plano devem ser descartadas. Caso essas contaminações
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sejam encontradas no ato da recepção da matéria prima as carcaças devem ser retornadas ao
fornecedor.
D. Registrar as ações:
As não-conformidades e as ações para revertê-las devem ser registradas em planilhas
próprias que serão arquivadas.
E. Reunir equipe APPCC para plano de ação:
Definir, junto à equipe APPCC, como as ações corretivas e tarefas serão procedidas. Para
isso, deve-se designar responsáveis para cada etapa do plano de ação e orientá-los.
F. Informar:
A ocorrência de uma não conformidade deverá ser transmitida ao Gerente do
estabelecimento que juntamente com a equipe APPCC irá determinar se há ou não a
necessidade de um comunicado a terceiros.
G. Determinar se é necessário alterar o plano APPCC:
É de responsabilidade da equipe APPCC o monitoramento e a verificação das ações
corretivas. Se estas não forem suficientes para suprimir a não conformidade, é dever destes
fazer uma revisão neste plano.
12. VERIFICAÇÃO DO PLANO APPCC
A. Verificação de PCC
A equipe APPCC deve realizar revisões periódicas no processo descrito neste plano. Se
houver mudanças no processo, essas devem ser imediatamente atualizadas no plano APPCC
com renovação nas análises do PCC.
B. Verificação de limites críticos, monitoramento e ações corretivas
Limites críticos devem passar por revisões trimestrais para aprimoramento da qualidade
dos produtos e validação do plano. Checagem na realização do monitoramento e atividades
periódicas, bem como se as ações corretivas tem obtido resultado satisfatório.
C. Calibração
Checagem nos registros de calibração de equipamentos e utensílios. Emitir alertas quando
datas de calibração estiverem próximas.
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13. REGISTRO E DOCUMENTAÇÃO
Devem ser mantidos, durante um período mínimo de 5 anos, os seguintes documentos:
A. Cópias de certificados de treinamentos
B. Plano APPCC original
Sempre que houver revisão do Plano, arquivar a versão anterior segundo prazo pré-
estabelecido.
C. Descrição de todos os ingredientes aprovados pelo plano APPCC
D. O diagrama de fluxo validado
E. Registros de monitoramento de PC e PCC
O monitoramento dos PC’s e PCC’s deve se feitos segundo tabelas contidas no ANEXO II.
F. Ações corretivas
O monitoramento das ações corretivas deve ser feito usando as tabelas contidas no
ANEXO I.
G. Ações preventivas
O monitoramento das ações corretivas deve ser feito usando as tabelas contidas no
ANEXO III.
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14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº 12, de 2 de janeiro
de 2001. Regulamento técnico sobre os padrões microbiológicos para alimentos.
2001. Disponível em: <http:/www.anvisa.gov.Br/Regis/reso1/12_oirac.num> Acessado em
06/11/2010
GIL, J. A. S. I. Manual de inspeção sanitária de carnes. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2000. 485 p.
JAY, James M. Microbiologia de alimentos / James M Jay; trad. Eduardo Cesar Tondo et
al. – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2005.
SEBRAE, Elementos de apoio para o Sistema APPCC. 2. ed. Brasília, SENAI/BN, 2000.
Pág 95-99.
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ANEXO I – FORMULÁRIO DE REGISTRO DE NÃO CONFORMIDADES (AÇÕES
CORRETIVAS)
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ANEXO II – TABELAS DE MONITORAMENTO DE PC E PCC
A. Tabela de registro de temperatura de câmaras frias/freezers
B. Quantificação de microorganismos em carcaças
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Freezer:
REGISTRO DE CHECAGEM DA TEMPERATURA DE CÂMARAS FRIAS/FREEZERS EXPOSITORES
Data Turno Temperatura Inicial Temperatura Final Responsável
Mês:
Fornecedor:
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE CARCAÇAS
Data Lote Salmonella sp. Mesófilos Deteriorantes Responsável
Mês:
C. Quantificação de microorganismos em produto acabado
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Produto:
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE PRODUTO ACABADO
Data Lote Salmonella sp. Mesófilos Deteriorantes Responsável
Mês:
ANEXO III – TABELAS DE CONTROLE DE ATIVIDADES
A. Tabela de controle de calibração de equipamentos
B. Tabela de controle de higienização e sanitização
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Responsável
Equipamento:
REGISTRO DE CALIBRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS/UTENSÍLIOS
Data Calibração
Mês:
Hora ConcentraçãoSanitizante
Local/Equipamento/Utensílio:
Data
Mês:
REGISTRO DE HIGIENIZAÇÃO E SANITIZAÇÃO
Detergente Concentração Responsável